CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO Curso de Psicologia Alberto Perez Tarazona Andrieli Cristina De Freitas Pereira Arthur André Mota Silva Beatriz Cristina Vicentini Pissato Daniel Huang Ilmara Lopes De Jesus Jessica Nathalia De Freitas Jovino Bernardes Neto Juliana Oliveira Dos Santos Nicole Oliveira Gomes Pêgo Patrícia Da Silva Oliveira PSICOLOGIA ESCOLAR São Paulo 2012
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* Fonte: Lopes Neto,A. A. Bullying: Saber identificar e como prevenir. São Paulo :
Brasiliense, 2011
7.3 BULLYING NO AMBIENTE CORPORATIVO
No ambiente corporativo, as vítimas de bullying normalmente são
pessoas com características similares às que sofrem bullying na escola, ou
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seja, pessoas mais tímidas, ou com características físicas mais peculiares,
pessoas que não conseguem se defender quando a prática começa, ou
pessoas ‘invejadas' pelos valentões, por comportamentos ou por resultados
que alcançam.
As consequências afetam a vida pessoal adulta e também o
desempenho da organização. Este é, sobretudo, um problema incomum, que
não pode ser resolvido da noite para o dia e pode ser caracterizado como tal
quando se carrega por um período longo de sua vida profissional, podendo
passar até mesmo de um emprego para outro apelidos como “puxa saco”,
“enrolador”, “queridinho do chefe”, “desleal”, “preguiçoso” entre outros, e
atitudes como boicotes dos profissionais que o estão assediando são comuns.
Todo esse contexto gera na empresa uma imagem negativa do profissional
perseguido. Isso amplia e compromete seriamente a reputação do profissional,
seja ela positiva ou não.
Algumas pesquisas destacam a grande probabilidade de crianças e
adolescentes que praticavam o bullying na vida escolar vir a praticar diferentes
tipos de assédio ao longo da vida. Isto nos leva a concluir que todo o processo
de análise e entendimento do comportamento antissocial começa na infância.
Nas empresas, é fundamental que o empregado se senta seguro para
expressar suas necessidades, medos e angustias. A organização também deve
realizar treinamentos constantes de gerentes e funcionários. Deixando claro
que brincadeiras de mau gosto não devem acontecer, o respeito entre os
colegas deve sempre existir.
7.4 BULLYING NA FAMÍLIA
Na família, o bullying é praticado principalmente pelos pais, através de
ameaças explícitas e/ou veladas de privação de segurança financeira e/ou
emocional. O comportamento na família caracteriza-se por abuso físico: bater,
empurrar, chutar, castigos, etc; e por meios de palavras ou de ações que ferem
a auto-estima das pessoas, por exemplo, pais que chamam os filhos e/ou
esposas de burros (as), incompetentes, feios (as), más, desajeitados (as);
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expondo as pessoas a humilhações públicas e/ou privadas. É muito comum
também, o uso do poder econômico na relação entre pais e filhos. As ameaças
de corte do sustento, de alguns privilégios são formas de bullying praticado nas
famílias.
7.5 CASOS DE BULLYING QUE ENVOLVEM PROFESSORES
Professores podem se apresentar como agressores, ao adotarem uma
postura de intimidação e autoritarismo, expondo seus alunos ao ridículo ou à
indiferença. Traves do abuso de poder que tende a ser crônico e geralmente é
expresso de forma pública. Essa é uma forma de humilhação que gera atenção
por degradar um aluno na frente dos outros e que as capacidades da vítima
são rebaixadas e sua identidade é ridicularizada.
Como também podendo acontecer o oposto, os professores serem
vítimas de bulying. Casos como comunidades no Orkut, Chacotas, apelidos,
caricaturas que passam de carteira em carteira, e assim por diante, gravações
via celular que são postadas no Youtube, e a chacota vai para a grande rede, e
se torna ciberbullying, circula por e-mails, e toma uma proporção imensa até
chegando aos órgãos e secretarias, muitas vezes às direções prejudicam o tal
profissional alvo e vítima, por não se dar ao respeito, e não impor limites aos
seus alunos.
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8. CYBERBULLYING E CRIMES CIBERNÉTICOS
Cabe ainda destacar que alguns casos de cyberbullying rompem os
limites da licitude, pois se enquadram em previsões penais. Surgem nestes
casos os crimes cibernéticos, que se caracterizam pela prática de crimes
fazendo uso de recursos tecnológicos, especialmente computadores. Neste
tipo de situação também é deflagrada a atuação dos órgãos de persecução
penal e na sua primeira fase pode atuar a Polícia Civil ou a Polícia Federal que
possuem a função de apurar infrações penais, conforme consta no artigo 144
da Constituição Federal.
Dentre os principais exemplos de cyberbullying considerado criminoso
destacamos:
1. Calúnia: afirmar que a vítima praticou algum fato criminoso. Um exemplo
comum é o caso de mensagens deixadas no perfil de um usuário do Orkut ou
outro site de relacionamento que imputa a ele a prática de determinado crime,
como por exemplo, que certa pessoa praticou um furto ou um estupro. A pena
para este tipo de delito é de detenção de seis meses a dois anos e multa
2. Difamação: propagar fatos ofensivos contra a reputação da vítima. O
estudante que divulgou no Twitter que determinado empresário foi visto saindo
do motel acompanhado da vizinha praticou o crime de difamação. Mesmo que
o estudante prove que realmente o empresário foi visto no local, o crime
subsistirá, pois independe do fato ser verdadeiro ou falso, o que importa é que
prejudique a reputação da vítima. O delito tem uma pena de detenção de três
meses a um ano e multa.
3. Injúria: ofender a dignidade ou o decoro de outras pessoas. Geralmente
se relaciona com xingamentos, exemplo, escrever no Facebook da vítima ou
publicar na Wikipédia que ela seria prostituta, vagabunda e dependente de
drogas. Também comete este crime aquele que filma a vítima sendo agredida
ou humilhada e divulga no Youtube. A pena é de detenção e varia entre um a
seis meses ou multa. Se a injúria for composta de elementos relacionados com
a raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de
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deficiência o crime se agrava e a pena passa a ser de reclusão de um a três
anos e multa.
4. Ameaça: ameaçar a vítima de mal injusto e grave. É corriqueiro a vítima
procurar a Delegacia de Polícia para informar que recebeu e-mails, mensagens
de MSN ou telefonemas com ameaças de morte. A pena consiste na detenção
de um a seis meses ou multa.
5. Constrangimento ilegal: em relação ao cyberbullying, o crime de
constrangimento ilegal pode ocorrer se for feita uma ameaça para que a vítima
faça algo que não deseja fazer e que a lei não determine, por exemplo, se um
garoto manda uma mensagem instantânea para a vítima dizendo que vai
agredir um familiar dela caso não aceite ligar a câmera de computador (web
cam). Também comete este crime aquele que obriga a vítima a não fazer o que
a lei permita, como no caso da garota que manda um e-mail para uma
conhecida e ameaça matar seu cachorro caso continue a namorar o seu ex
namorado. A pena para este delito é a detenção de três meses a um ano ou
multa.
6. Falsa identidade: ação de atribuir-se ou atribuir a outra pessoa falsa
identidade para obter vantagem em proveito próprio ou de outro indivíduo ou
para proporcionar algum dano. Tem sido freqüente a utilização de fakes em
sites de relacionamentos, como no caso de uma mulher casada que criou um
fake para poder se passar por pessoa solteira e conhecer outros homens.
Também recentemente uma pessoa utilizou a foto de um desafeto para criar
um perfil falso no Orkut, se passou por ele e começou a proferir ofensas contra
diversas pessoas, visando colocar a vítima em uma situação embaraçosa. A
pena prevista para este tipo de ilícito é de três meses a um ano ou multa se o
fato não for considerado elemento de crime mais grave.
7. Molestar ou perturbar a tranquilidade: neste caso não há um crime e
sim uma contravenção penal que permite punir aquele que passa a molestar ou
perturbar a tranquilidade de outra pessoa por acinte ou motivo reprovável,
como por exemplo, nos casos em que o autor passa a enviar mensagens
desagradáveis e capazes de incomodar a vítima. Recentemente ocorreu um
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caso de um indivíduo que passava o dia inteiro realizando ligações telefônicas
e enviando centenas de mensagens SMS com frases românticas para a vítima.
O caso foi esclarecido e o autor foi enquadrado nesta contravenção penal. A
pena para essa figura delitiva é de prisão simples, de quinze dias a dois meses
ou multa.
A prática deste tipo de crime pela internet não é sinônimo de
impunidade, muito pelo contrário, a Polícia Civil e a Polícia Federal possuem
instrumentos adequados e profissionais capacitados para que, por intermédio
da investigação criminal, a autoria e a materialidade sejam comprovadas.
8.1 EFEITOS CIVIS DO CYBERBULLYING
A prática destas ofensas também desencadeia diversos efeitos no
âmbito civil, como por exemplo, a obrigação de reparar os danos morais ou
materiais proporcionados pelos autores das ofensas.
De acordo com o artigo 159 do Código Civil “aqueles que por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência violar direito ou causar prejuízo
a outrem fica obrigado a reparar o dano”.
A 2ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal no ano de
2010 manteve a sentença do juiz de direito da 4ª Vara Cível de Taguatinga,
que condenou uma pessoa a indenizar duas vítimas em razão de ter postado
no Orkut mensagens com palavras e expressões de baixo calão (Processo:
200701014929).
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9. FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A VIOLÊNCIA ESCOLAR
A definição de violência se faz necessária para uma maior compreensão
da violência escolar. É uma transgressão da ordem e das regras da vida em
sociedade. É o atentado direto, físico contra a pessoa cuja vida, saúde e
integridade física ou liberdade individual correm perigo a partir da ação de
outros. Neste sentido Aida Maria Monteiro Silva se proclama "entendemos a
violência, enquanto ausência e desrespeito aos direitos do outro."
Para o corpo discente "violência representa agressão física, simbolizada
pelo estupro, brigas em família e também a falta de respeito entre as pessoas".
Enquanto que para o corpo docente "a violência, enquanto descumprimento
das leis e da falta de condições materiais da população, associando a violência
à miséria, à exclusão social e ao desrespeito ao cidadão".
Fatores que contribuem para a existência de violência nas escolas:
Gangues como o principal fator que determina a violência;
O uso de drogas;
A desestrutura familiar;
A falta de educação e de sentido à vida.
“O elevado índice de alunos (para ambos os sexos) envolvidos em
gangues é um comportamento social que vem se perpetuando de forma
negativa para a formação do jovem.” É importante esclarecer que a
desestrutura familiar como falta de responsabilidade pela orientação e pelo
acompanhamento dos filhos, assim como a ausência de limites, de autoridade,
de diálogo e de respeito são fatores para compreender a dinâmica psicossocial
do jovem que podem influenciá-lo a se envolver em atos violentos.
9.1 OS PROTAGONISTAS
O fenômeno do bullying pode ser detectado quando inclui a intimidação
por colegas, o não comparecimento às aulas e a indisciplina em sala de aula,
que ocorre até mesmo em meio aos alunos das primeiras séries da escola
primária, que perturbam as aulas sendo ruidosos e não permanecendo em
seus lugares durante as aulas, problemas de comportamento que têm
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profundas ligações com questões psicológicas, não sendo incomum encontrar
alunos afetados por problemas múltiplos.
9.2 O ALVO
Sentem-se infelizes, sofrem com o medo, a insegurança e a vergonha e
muitas vezes sofrem com críticas dos adultos.
Muitas vezes a vítima de bullying opta pelo silêncio e apresenta alguns
sinais devem ser observados pela família:
Agir de forma estranha, isolando-se;
Apresentar frequentemente sinais de trauma como ferimentos ou
hematomas para os quais não exista explicação;
Chegar em casa com roupas rasgadas;
Apresentar pânico na hora de ir à escola;
Possuir problemas para dormir;
Apresentar mudanças de humor bruscas;
Parar de falar sobre a escola;
Encontrar desculpas para faltar à escola;
Fazer subitamente novas amizades;
Demonstrar comportamento agressivo em casa.
Bullying é um lance que mexe comigo, porque passei por isso em três escolas, até que larguei de vez, quando tinha 16 anos, na metade do 2º ano do 2º grau. Sempre tive notas altas e tal, mas simplesmente não deu pra aguentar... Daí fiquei mal, depressão..., um ano depois, fui internada por 11 dias como esquizofrênica pelo meu psiquiatra da época... (Aramis Lopes Neto, 2011, p.44 Depoimento de uma mulher adulta, vítima de bullying na adolescência)
9.3 O AGRESSOR
É identificado como alguém que ataque aqueles que não podem ou não
sejam capazes de se defender. Tem algumas características típicas:
São populares
Sentem-se confiantes e seguros
Demostram opiniões negativas contra os outros
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Tornam-se agressivos também com os adultos
Geralmente são mais fortes que os demais
Estão insatisfeitos com a escola
Possuem satisfação em causar danos aos demais
Tem necessidade de dominar os colegas
Usam o poder com a intenção de agredir e controlar
Tem dificuldade de resolver problemas de relacionamento
9.4 OS OBSERVADORES
Estão acostumados com a prática, encarando-a naturalmente dentro do
ambiente escolar. O espectador se fecha aos relacionamentos e se exclui
porque ele acha que pode sofrer também no futuro.
Os observadores podem participar de 3 formas:
Defensores: ajudam os alvos
Seguidores: incentivam os autores
Passivos: permanecem distantes e não intervém.
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10. ENTREVISTA COM A PSICÓLOGA
Formação da psicóloga
Psicopedagoga, Psicóloga, trabalha atualmente em RH, voltada para a
psicologia organizacional, formação e especialização em distúrbio de leitura e
escrita.
O trabalho do psicólogo dentro do Colégio São José
Ela trabalha como psicóloga escolar dentro da instituição, sendo um
trabalho amplo, com formação de professores, atendimento aos pais, aos
alunos, e até a comunidade se houver demanda, cita ainda que o trabalho do
psicólogo não se limita ao âmbito escolar, envolve-se também com a
comunidade, os familiares, e as pessoas envolvidas com o aluno. O psicólogo
escolar abarca não só as questões emocionais, mas também as questões de
ordem escolar, da aprendizagem.
Visão a respeito do Bullying
Do ponto de vista da psicóloga, existe muito modernismo em relação ao
bullying, muitos problemas são diagnosticados como bullyning, mas que na
verdade são apenas problemas de relacionamento, de adolescência. Virou
modismo, banalizou-se o tema, é preciso filtrar o assunto, realizando palestras,
conversas com a comunidade, trazer o assunto aos pais e demonstrar que nem
tudo é bullying. Ressalta a instituição como tendo valores embutidos na missão
e na visão do colégio, então, quando o aluno se insere neste núcleo de ensino,
ele conhece esses valores específicos que atuam nesse local. Cita ainda que o
bullying pode existir de diferentes maneiras.
O papel da escola em relação ao Bullying
Abrir para o dialogo, ela acredita não existir nada que vá contra este
principio. Buscando um dialogo com a classe, com todas as partes envolvidas,
o trabalho do psicólogo dentro da escola, pode ser atuado de modo individual,
quanto no modo coletivo, isso tudo depende da abordagem, para que o aluno
se conscientize do problema. Enfatiza também a questão da prevenção, um
exemplo dentro do São José, são cartazes sobre o respeito a si e ao outro, o
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amor, a cooperação, que são princípios da escola, onde segundo a psicóloga,
esta trabalhando assim o princípio moral da criança, e sua formação, e cita que
para estar dentro deste colégio, é preciso estar embutido na missão desta
instituição, os alunos que vem de fora não conhecem a cultura deste local, ele
precisa ser aculturado, que funciona como um enquadre realizado no começo
do ano letivo, onde se é apresentado os valores, qual deve ser a conduta do
aluno, e para se estudar no São José, é preciso respeitar todas as regras
impostas para que haja um convívio harmonioso entre as partes.
Os recursos utilizados pelo São José nesses casos
Através de campanhas, de um ensino religioso que dá subsidio,
auxiliando no trabalho do psicólogo. Cita um exemplo de quando algo
semelhante acontece, o próprio aluno percebe e pede desculpa. A psicóloga
tenta minimizar o caso, fazendo confraternização entre os alunos; não
deixando ser uma ação isolada, deixando claro que não só o psicólogo
participa do fato, ele conta com uma equipe, composta por coordenador, um
educador vocacional, os inspetores de pátio, que ela comenta ser os “olheiros”,
quando a criança está no pátio isolada, ele direciona-se a ela e investiga a
causa e o motivo para poder encaminhar. Deixando claro que isso acontece
dentro da política do São José, e não em outras instituições.
Tratamento psicológico dentro da escola publica
A violência na escola publica é muito exacerbada, até mesmo pelas
condições socioeconômicas das crianças e dos pais, na sua experiência dentro
de escolas publicas, ela trabalhou como estagiária de psicologia, muitos dos
projetos que o seu núcleo de trabalho gostaria de realizar dentro daquele
ambiente escolar, não encontravam um respaldo, uma contribuição e apoio
para a realização dos mesmos, pelo contrario, havia muitas ameaças
principalmente por parte de alunos, mas como hoje ela não tem contato com
escola publica, apenas em instituições particulares, ela não possui elementos
para comentar a respeito do tratamento dentro da publica.
Nível de violência dentro do São José
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Não há níveis de violência, ela cita que há competições entre
adolescentes, por exemplo, quando ocorre disputa de namorados entre garotas
no colégio, nesse caso acontece uma perversidade, mas ela explica serem
disputas típicas da adolescência, então a psicóloga procura clarear, conversar
sobre o assunto, e segunda ela, ambas as partes acabam se entendendo.
Bullying dentro do São José
Se existe ele é muito amenizado, por conta dos programas elaborados
pela instituição, fato que favorece a escola diante dos problemas. Não existe
histórico de casos de bullying encaminhados à psicóloga, o que ocorre são
apelidos e gozação entre os alunos, isso visto mais nas primeiras séries de
ensino, onde ela consegue intervir com eficiência na prevenção de futuros
problemas, no ensino médio, há uma resistência emocional maior aos
programas de incentivo e prevenção, devido a maturidade.
Encaminhamento de casos para tratamento psicológico dentro da
instituição
Na maioria dos casos, os próprios alunos espontaneamente a procuram,
quando estão com algum tipo de sofrimento emocional ou dificuldade de se
inserir em determinado grupo, quando não ocorre essa procura por parte dos
alunos, os professores em reunião comentam sobre as intervenções primárias
feitas por eles, e se não obtiverem resultados, encaminham para a psicóloga. O
professor tem autonomia para fazer essa intervenção, eles recebem uma
orientação para o funcionamento de trabalhos em grupos, para não deixar
ninguém isolado, fazer com que os grupos funcionem, e quando não consegue
realizar essa técnica, ele encaminha para a orientadora educacional, que é a
primeira pessoa que toma conhecimento do caso, se ela não consegue
administrar, aciona a psicóloga, que por sua vez, faz um trabalho em conjunto.
A religiosidade dentro da instituição
Os valores culturais são significativos, interferem na formação do aluno,
segundo a opinião da psicóloga, as escolas hoje em dia não mostram para os
alunos qual é a sua missão, ela afirma que os professores precisam ser
orientados e preparados para atuar junto do aluno, é preciso que haja um
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trabalho em equipe, professores – coordenação – funcionários - profissionais
da saúde, juntos trabalhando em pró dos alunos, e o papel do psicólogo é
manter esse clima, fazer com que ele funcione dentro da escola, partindo do
diálogo, prevenção e formação, trabalhando dinamicamente, saindo do
consultório e indo para o pátio, para dentro das salas, contrário ao trabalho
clinico, fortalece a criança a ter voz, a ter diálogo, pois se a criança tem
diálogo, não tem bullying, ela sabe dos seus direitos, e pode ter acesso ao
coordenador, ao diretor, e requisitar seus direitos de aluno.
Função dos pais diante do bullying
A função dos pais é procurar a escola e esclarecer, buscar medidas,
exigir da escola quais são as ações efetivas, eles devem apresentar a queixa e
requisitar um encaminhamento para o caso, a escola é responsável pela
integridade física e moral da criança, se esta dentro da escola, ela tem que
assumir suas responsabilidades e preservar o aluno.
O que falta na escola para que não ocorram mais casos de bullying
A escola carrega um peso muito grande, devido a falta de profissionais
qualificados, são raros os colégios que trabalham com psicólogos dentro da
instituição, cada vez mais os psicólogos estão sendo afastados das escolas,
por talvez ser uma mão de obra cara, e é um profissional que deveria estar
mais presente dentro desse âmbito, a falta de sociólogos, orientadores
educacionais, principalmente em escolas publicas, deixam um ‘buraco’ que a
educação deve solucionar.
Gratificação do trabalho do psicólogo escolar
O trabalho do psicólogo dentro da rede publica traz um amplo
desenvolvimento profissional, mas não da suporte para desenvolvimento dentro
da instituição, o psicólogo não consegue ter voz no local, nas escolas
particulares encontra um espaço para se desenvolver projetos, e apoio ao seu
trabalho, os funcionários tem um senso de equipe, e quando se consegue fazer
esse trabalho de base, obtêm-se uma gratificação. A opinião da psicóloga
quanto a sua profissão: “Se tivesse que retornar a graduação, escolheria
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novamente a área escolar, a transformação da sociedade só vai ocorrer pela
educação, a escola vai formar pessoas para aturar na sociedade”.
Autonomia do psicólogo dentro de uma instituição
O psicólogo trabalha em função da missão e dos valores da instituição
em que ele está inserido, se há uma conjugação de valores, existe tudo para
dar certo, pois a empresa acredita no seu trabalho. A grande dificuldade do
psicólogo dentro de qualquer instituição é demonstrar resultados, mas quando
isso ocorre, o trabalho flui normalmente.
A reação dos alunos com a presença do psicólogo dentro da escola
A princípio, o psicólogo no passado era visto como aquela pessoa que
fala com o louco, quebrar essa imagem depende exclusivamente do próprio
psicólogo, se ele ficar dentro de uma sala fechada, é assim que os alunos vão
te ver, mas, se demonstrar para os alunos que o seu trabalho vai além de uma
sala trancada, ele consegue mudar o olhar, fazendo com que o aluno o
enxergue como uma figura de ajuda, alguém que possa contribuir com um
auxilio a sua angustia.
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11. O PAPEL DO PSICOLOGO ESCOLAR
É extremamente importante à intervenção do Psicólogo Escolar em
crianças que foram afetadas psiquicamente devido às consequências do
bullying, comprometendo o seu processo de socialização e de aprendizagem.
Além de trabalhar dessas intervenções o psicólogo também pode atuar na
prevenção do bullying, através de observações e grupos de apoio com os pais,
professores e com os próprios alunos.
Existe um grande desafio ao psicólogo escolar nessa intervenção, pois
não basta somente o atendimento a vitima, e necessário que esse atendimento
seja abrangente, atingindo todos os envolvidos (vitimas, agressores, pais,
educadores).
Dessa forma, o psicólogo pode contribuir por meio de técnicas e
instrumentos psicológicos, como anamnese, observação, entrevistas,
questionários e testes para compreender o comportamento dos indivíduos e
verificar os fatores que os levam a se comportar de tal maneira. O psicólogo
também pode dar apoio psicológico às vítimas, a fim de amenizar o sofrimento
causado pela agressão.
É de extrema importância o apoio psicológico na escola com a vitima
pois possivelmente apresentará sofrimento psíquico. No caso do agressor, o
exercício persistente e continuado (bullying) é revelador de um enorme mal-
estar interno, sendo que para ele, a violência é uma forma de alcançar o poder.
11.1 FORMAS DE INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA
O psicólogo pode participar desse processo através da conscientização
da comunidade escolar para as questões relacionadas à violência.
A importância de se adotar políticas de tolerância zero na escola,
mobilizando órgãos governamentais e discutindo políticas públicas
voltadas a prevenção e combate ao bullying.
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Perceber e monitorar as habilidades ou possíveis dificuldades que
possam ter os jovens em seu convívio social com os colegas passa a
ser uma atitude obrigatória.
Prevenir, investigar, diagnosticar e adotar medidas adequadas frente à
agressividade na escola, desenvolvendo um trabalho voltado aos
agressores, às vitimas e as famílias.
Outra alternativa que nos parece mais adequada e que não exclui, pelo
contrário, se beneficia das contribuições da Psicologia clínica e da Psicologia
acadêmica, seria a do psicólogo escolar como agente de mudanças dentro da
instituição-escola, onde funcionaria como um elemento catalizador de
reflexões, um conscientizador dos papéis representados pelos vários grupos
que compõem a instituição.
Uma vez que a Psicologia escolar é então encarada como uma área de
intersecção entre a Psicologia clínica e a Psicologia organizacional, por
trabalhar e lidar com uma instituição social complexa, hierarquizada, resistente
à mudança e que reflete a organização social como um todo. Nessa
perspectiva é importante considerar o indivíduo sem perder de vista, entretanto,
sua inserção no contexto mais amplo da organização.
Para Tognetta (2005), “neste contexto de causadores e vítimas de
bullying, ambos precisam de ajuda”.
Vitima: sofrem uma deterioração da sua autoestima, e do conceito que
tem de si.
Agressor: sofrem grave deterioração de sua escala de valores e,
portanto, de seu desenvolvimento afetivo e moral.
Esses são apenas um dos motivos de se combater o bullying dentro das
escolas, especialistas que já estudam este fenômeno afirma que educadores
devem alertar seus alunos contra esta prática, pois isto é essencial para que a
escola se transforme em um ambiente de paz.
Não basta somente o trabalho do psicólogo escolar na instituição, é
necessário que os profissionais também coloquem em pratica estratégias
capazes de coibir o bullying, como:
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Conscientização dos alunos sobre o bullying, mostrando suas
características e consequências, e que as praticas são intoleráveis dentro da
escola.
Trabalhar assuntos como a solidariedade, a tolerância e o censo crítico,
estar aberto ao dialogo com os alunos.
Estimular a denuncia em casos de bullying,
Identificar possíveis vítimas e agressores e fazer um acompanhamento
individual com cada um dele.
Oportunizar que os alunos criem regras de disciplinas.
Estimular as lideranças positivas entre os alunos e interferir diretamente
quando perceberem que o bullying esta acontecendo dentro do
ambiente escolar.
Estimular as famílias para que elas trabalhem a questão do respeito e do
amor ao próximo com os seus filhos.
Orientar todos os funcionários, docentes e administrativos, a interferirem
quando presenciar a ocorrência de bullying.
Dessa forma, num trabalho conjunto, é possível identificar esse
fenômeno que dilacera tanto a vitima quanto o agressor, de forma que eles
possam ter um convívio sadio dentro de um ambiente tão fundamental para o
desenvolvimento interpessoal e social desses jovens.
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12. MEIOS DE PUNIÇÃO
Atos de bullying podem ser considerados como atos ilícitos, não porque
não estão autorizados pelo nosso ordenamento jurídico, mas por
desrespeitarem princípios constitucionais e o Código Civil, que determina que
“todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar”, porém a
indenização visa a reparação do dano e não o enriquecimento ilícito.
Tradicionalmente a escola tem o objetivo de garantir o aprendizado, a
avaliação do desempenho dos alunos e o cumprimento de tarefas acadêmicas.
Sobretudo, existem três documentos legais que formam a base de
entendimento com relação ao desenvolvimento e educação de crianças e
adolescentes:
A Constituição da República Federativa do Brasil
O Estatuto da Criança e do Adolescente
Convenção sobre os Direitos da Criança da Organização das Nações
Unidas.
Em todos esses documentos, estão previstos os direitos ao respeito e à
dignidade, sendo a educação entendida como um meio de prover o pleno
desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania.
Por iniciativa do governo federal, atrás da secretaria dos direitos
humanos, foi elaborado um requerimento para acrescentar os casos de
bullying ao DISQUE 100, criado para denunciar crimes contra a criança e o
adolescente.
No Brasil, caso seja praticado por maiores de idade e configure crime,
cabe ação penal privada e ação penal pública. Entretanto, se as condutas
forem praticadas por menores de 18 anos, caberá ao Ministério Público pleitear
ao juiz competente a apuração do ato infracional. Este, por sua vez, poderá
aplicar as medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA).
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13. RELATO DE UM CASO ONDE HOUVE INDENIZAÇÃO PELA PRÁTICA
DO BULLYING
A justiça condenou um aluno praticante de bullying a pagar uma
indenização de R$ 8 000,00 (oito mil reais) pela prática de tal conduta no
ambiente escolar contra outro estudante, a vítima é uma menina de 15 anos,
colega de sala do estudante agressor. Conforme a sentença, o adolescente
xingou e ofendeu sua colega, chamando-a de “g.e”, que significaria “grupo das
excluídas”, pelo fato de se relacionar com outras colegas que eram
classificadas pelo estudante como “lésbicas”, a mesma ainda foi classificada
ainda de “interesseira” e “prostituta” por ter começado a namorar um colega
mais rico no colégio. Os apelidos e insinuações não cessaram, mesmo após os
pais da aluna se queixarem à escola. A escola foi condenada a pagar 70% dos
honorários advocatícios da autora e parte das custas processuais. A própria
autora pagará 20% de custas. A estudante requereu ainda uma orientação
pedagógica ao adolescente, pedido não atendido, pois o magistrado entendeu
que não se deveria impor ao colégio tal orientação pedagógica. Para ele, o
exercício do poder familiar, do qual decorre a obrigação de educar, segundo o
artigo 1634, I, do Código Civil, é atribuição dos pais ou tutores.
Esse caso, demonstra que é plenamente cabível a responsabilização
civil nos casos de bullying, ensina que em princípio, toda atividade que acarreta
um prejuízo gera responsabilidade ou dever de indenizar, sob essa visão, toda
atividade humana pode acarretar o dever de indenizar. Assim, o estudo da
responsabilidade civil abrange todo o conjunto de princípios e normas que
regem a obrigação de indenizar.
No caso de agressores civilmente incapazes (menores de 16 anos),
quem deverá responder pelo ato serão os pais, na qualidade de responsáveis
pelos filhos menores (Art. 832, I, Código Civil), ou seus avós, na qualidade de
tutores nomeados de seus netos menores (Art. 832, II, Código Civil).
A jurisprudência assim se manifesta:
“O fato de o agente do ato ilícito ser menor inimputável não retira seu caráter
de ilicitude. Na órbita civil, havendo culpa dos pais por omissão, estes
respondem solidariamente pela reparação do dano causado pelo filho em
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detrimento de outrem. A solidariedade passiva na reparação do prejuízo tem
fundamento no próprio texto do artigo 1.521 do Código Civil”. (RT, 641/132).
Em casos de colégios particulares, a responsabilidade pela prática de
bullying também se enquadra no Código de Defesa do Consumidor, tendo em
vista que as prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de
bullying que ocorram nesse contexto, podendo-se dizer que nesses casos
houve um defeito na prestação do serviço.
É importante atentar para o fato de que o contrato de prestação de
serviço educacional é, em regra, por adesão, e não pode conter cláusulas que
impossibilitem, exonerem ou atenuem a obrigação de indenizar do fornecedor.
Em relação à responsabilidade civil do Estado, a mesma é aplicável no
caso de instituições públicas de ensino, neste caso, a responsabilidade é
objetiva e baseia-se na Teoria do Risco Administrativo.
A modalidade do Risco Administrativo pode ser conceituada como
aquela em que o Estado só responde por prejuízos que tiver ocasionado a
terceiros, podendo afastar-se a hipótese de que o dano foi ocasionado por
causas naturais, humanas ou culpa excessiva da vítima.
O constituinte de 1988 determinou através do art. 37, § 6º da
Constituição Federal, a fórmula que obriga as pessoas jurídicas de direito
público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos a responder
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa.
Desta feita, se de um comportamento estatal resultou prejuízo para o
administrado, recai-lhe o dever de reparação, devendo apenas ser ressaltado o
fato de que esta sua responsabilidade é governada por princípios próprios,
compatíveis com sua posição jurídica, diferenciando-se desta maneira da
responsabilidade privada.
A responsabilidade civil objetiva, baseada no risco administrativo, exige
conjuntamente: a atividade administrativa, a ocorrência do dano, a existência
de nexo causal entre aquela atividade e o dano e a ausência de culpa
excludente da vítima. Verificando-se estas quatro condições, ocorre a
obrigação do Estado em reparar a lesão que causou.
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14. O PAPEL DOS PAIS E DA ESCOLA
A mais importante de todas as medidas que diminuem o sofrimento é
enfrentar o problema.
Em qualquer âmbito, familiar ou social (escola, clubes, associações, ou
afins), nunca banalizar o sofrimento da vítima, tampouco estimular ou valorizar
a ação o agressor.
14.1 CARACTERISTICAS DAS FAMILIAS DOS ALVOS
Nas famílias de alvos do sexo masculino, há mães controladoras e que
superprotegem os filhos enquanto os pais são ausentes e distantes.
A relação entre mãe e filho não permite que a criança se desenvolva
emocionalmente para lidar com conflitos, segundo Aramis Lopes Neto.
Já nas famílias de alvos do sexo feminino, de acordo com o mesmo
autor, as famílias são geralmente desestruturadas e falta-lhes comunicação.
Como essas crianças não conseguem estabelecer uma relação de
vinculo com a mãe, também encontram dificuldades em estabelecer relação
com outras crianças, tornando-se assim, fácil alvo do Bullying.
14.1 CARACTERÍSTICAS DAS FAMÍLIAS DOS AUTORES
As famílias não criam vínculos familiares fortes e centralizam o interesse
familiar na valorização do poder, do domínio e da humilhação, bem como
sofrem agressões físicas e verbais entre os pais e violência entre irmãos.
Em uma reunião com pais de uma escola, discutia-se a agressividade
de um menino com alguns de seus colegas de turma e as possíveis
soluções que poderiam ser adotadas para impedir que novas
agressões ocorressem. De repente, levanta-se no fundo da sala um
senhor identificando-se como pai do estudante em questão e, com
voz imponente e corpo rígido, afirma em alto e bom som:
- O meu filho é um líder nato, enquanto os de vocês não
passam de um bando de babacas; portanto, não é ele que deve
mudar de comportamento. (Aramis Lopes Neto, 2011, p.91
Depoimento do autor sobre um acontecimento real)
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14.2 COMO A FAMILIA PODE CONTRIBUIR
Educação com afetividade. Diálogo, confiabilidade. A autoproteção em
demasia ou descaso, se constituem num grave problema que reforça os
males de ordem psíquica causadas pelo Bullying.
Nos primeiros sinais de sofrimento por Bullying, procurar o local de
origem , buscar uma solução pacífica e em seguida, encaminhar a vítima
para uma avaliação e/ou acompanhamento psicológico.
14.3 COMO A ESCOLA PODE CONTRIBUIR
Educadores: estar atento que o Bullying é um problema de saúde
pública
Evitar em sala de aula menosprezo, apelidos, ou rejeição de alunos por
qualquer que seja o motivo. Também pode-se promover debates sobre
as várias formas de violência, respeito mútuo e a afetividade tendo como
foco as relações humanas. Estar atento que, o que vale para os alunos,
vale para os professores, ou seja: evitar apelidos entre os educadores,
ou comentários maldosos de qualquer tipo.
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15. FORMAS DE TRATAMENTO PARA VITIMAS DE BULLYING
Bullying é um conjunto de comportamentos que tem um efeito negativo
no bem estar de um individuo. É possível para o individuo encontrar maneiras
para lidar com esse mal estar, impedindo que ele afete sua qualidade e se
recuperando de danos causados.
Para entendermos como é possível que uma pessoa se recupere de
danos causados pelo bullying, é necessário entender a natureza desse dano, o
que ele afetou na pessoa, como afetou a pessoa e onde a pessoa foi atingida.
Também implica no conhecimento da pessoa em si, que foi vitimada.
Cada individuo tem seu espaço vital e sua própria metodologia, elaborada ou
não, para lidar com mudanças. Por isso dependendo da pessoa uma atitude
simples pode ser particularmente efetiva enquanto outra complexa poderia se
mostrar ineficaz.
Existe uma diversidade de estudos da psicologia que busca
compreender sofrimento psíquico, assim como busca formas de amenizá-lo ou
mesmo cessá-lo. Consequentemente existem também uma variedade de
terapias eficientes para que se diminua o sofrimento de uma pessoa, incluindo
o sofrimento causado pelo bullying.
Entretanto, diminuir o sofrimento de uma pessoa que sofre bullying não é
uma atuação limitada a especialistas. Diversos comportamentos, gestos e
atitudes podem ter o efeito oposto do bullying, possibilitando que qualquer
pessoa tenha a oportunidade de amenizar a angustia de outra pessoa e
mesmo melhorar sua qualidade de vida.
Na psicanálise clássica, a angústia é um sinal de que o ego pode falhar
na tarefa de adaptação à realidade e de manter a personalidade integrada.
Dificuldade de adaptação à realidade é um fenômeno comum quando diversos
fatores combinados que as pessoas tem de se adaptar, mas não são
ensinadas a fazê-lo, são presentes na vida cotidiana. Manter a personalidade
integrada também pode ser um desafio, numa metrópole onde as pessoas não
tem uma cultura bem estabelecida e famílias são cada vez mais
desestruturadas.
Em todas as idades as pessoas enfrentam diversas mudanças em seu
modo de viver a vida, pois aprendem a lidar com determinada situação em seu
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lar, e enfrentam uma situação diferente em sua escola ou serviço. Porque são
tratados de certa forma enquanto estão com a companhia de determinado
grupo de pessoas e são tratados de formas diferentes quando estão com outro
grupo. Devido às diferenças entre cada ambiente, o individuo pode não ser
capaz de se adaptar a cada ambiente, se tornando uma potencial vitima de
bullying ou simplesmente tendo a tendência de sofrer.
É um caso comum, por exemplo, de pessoas que não são
suficientemente desafiadas e testadas em casa e não são ensinadas a
conhecer sua própria natureza e seus próprios limites; quando estão num
ambiente fora de casa, onde seus interesses podem entrar em conflito com o
de outras pessoas, elas serão testadas, será exigido delas que façam um
esforço para se impor que talvez elas não estejam preparadas no momento, ou
não saibam que poderiam fazer. Esse desconhecimento de como agir é a
dificuldade de adaptação à realidade, que gera a angústia.
É uma situação comum, numa escola onde uma criança maior ameaça
uma criança menor, num ambiente de trabalho onde um superior hierárquico
coloca seu subordinado numa situação desconfortável ou numa família onde
um dos membros constantemente coloca outros membros em situações de
exposição, humilhação ou perigo físico. Nestas mesmas situações, se a pessoa
sabe como reagir assertivamente, conhece métodos adequados para evitar a
situação ou evitar danos físicos ou mentais à saúde, dela mesma ou daquelas
a sua volta, a pessoa provou estar adaptada aos desafios que a realidade lhe
impôs.
Qualquer forma de ensinamento, educação ou acompanhamento que
torne a pessoa apta a lidar com as situações, seja por reagir a elas ou por
evitá-las, se prova um método eficiente de diminuir o sofrimento causado por
vitimas de bullying, tanto por evitar que ela seja submetida aos obstáculos
atuais, como também por possibilitar que a pessoa tenha uma perspectiva de
que é capaz de encontrar formar para lidar com novas situações.
Existem também pessoas que já tiveram sua saúde e bem estar mental
prejudicados devido ao bullying. Danos físicos podem ser adequadamente
tratados, e a pessoa reabilitada para suas necessidades cotidianas se
necessário, isso, pois, o corpo busca se recuperar sem que o raciocínio da
pessoa interfira; danos mentais, porém, exigem da pessoa uma atitude frente
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sua situação, e ela pode nunca ser capaz de tomar essa atitude sem o
incentivo adequado de outras pessoas.
Uma pessoa procura ter sua personalidade definida, isso é ter uma ideia
determinada sobre que tipo de pessoa ela é, quais são seus limites, do que ela
é capaz e o que ela não faria; essa ideia que pode ser transformada e
adaptada, se estruturando de acordo com as experiências da pessoa.
Entretanto, a personalidade também é passiva de desestruturação, o que pode
ser potencialmente ameaçador para toda a vida do individuo.
O bullying é uma atitude cuja principal característica nociva é a
participação no desestruturamento da personalidade da vitima. Muitas vezes
essa mesma característica não é o objetivo do bullying e este inclusive não
nota o efeito causado. Um exemplo típico disso é uma pessoa que é assediada
moralmente até perder a autoconfiança, ou sofrer uma grande perda de
autoestima.
Não analisando a motivação daquele que pratica o bullying, uma pessoa
pode ser depreciada de diversas formas, até que seja encontrada uma forma
que a atinja em nível de ego, ou seja, de uma forma que mude a ideia que a
pessoa tem dela mesma. No cotidiano encontramos isso numa escola onde os
alunos ou o próprio professor acusa um dos estudantes de ser “burro”, “idiota”,
etc. Num ambiente de trabalho onde os trabalhadores taxam uns aos outros
como incompetentes ou numa família onde um membro diz que o outro “não é
homem”, “não é capaz”, “não passa de um fracasso”. Em quase todos os casos
as pessoas acusam limitações a outra pessoa e isso faz efeito quando a
própria pessoa começa a acreditar nessas limitações.
Mesmo nesses casos, existem métodos para aliviar o sofrimento de uma
vitima de bullying são disponíveis como tratamentos especializados, baseados
em fatos estudados e analisados, mas também existem métodos disponíveis
para qualquer pessoa disposta a tentar. Enquanto o bullying geralmente busca
fazer a pessoa se sentir mais limitada do que ela realmente seria, qualquer
atitude que faça a pessoa se sentir mais capaz, porém dentro dos próprios
limites, é uma influência positiva para a pessoa.
Mas o diferencial de ajudar uma pessoa que sofreu danos físicos e
ajudar aquela que sofreu danos mentais, é que o segundo tipo a pessoa não irá
se recuperar a menos que ela mesma decida fazê-lo. Isso, pois, o dano mental
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faz com que ela perca algo da sua própria personalidade e independente de
toda a ajuda externa, ela só irá recuperar esse algo perdido quando trazer a
própria consciência o conteúdo necessário para sua melhora. Nesse caso, a
pessoa pode se recuperar em poucos instantes ou talvez o processo seja muito
lento e pode nunca se complete.
O senso comum que visa o bem estar já tem diversas indicações sobre
como se pode diminuir o sofrimento de uma vitima, não apenas de bullying,
mas de diversas fontes de angústia. São os conceitos de “mão amiga”,
“gentileza”, “apoio emocional”, e muitas outras atitudes, não apenas que
servem para prevenir a pessoa de uma situação desconfortável, mas também
que a levam a ter confiança nela mesma o suficiente para pensar por conta
própria sobre quem ela é, sobre o que é capaz e quais são seus verdadeiros
limites.
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16. CONCLUSÃO
Nosso trabalho visou, integralmente, explicar sobre Bullying, sua
diferença conceitual com relação a violência entre as partes dentro do âmbito
escolar e a atuação do psicólogo frente tudo isso.
Quando se busca a palavra bullying nos sites de busca, Google, por
exemplo, encontra-se 212.000.000 (duzentos e doze milhões) de citações na
internet. Quando se busca por artigos acadêmicos que falam sobre o tema,
encontra-se 191.000 (cento e noventa e um mil) citações e quando se busca na
mídia de vídeos mais popular disponível na internet tem-se um resultado de
mais de 100.000 (cem mil) resultados por busca.
Esses números nos mostram o quão popular está o tema, nos mostra
também que isso além de incorrer em erros de conceito e enquadramento,
pode nos dar uma dimensão muito exacerbada a respeito do tema, não que
este não seja importante, mas pode nos mostrar que qualquer coisa virou
bullying. Além disso, nos mostra que a academia está sempre atrasada em
relação ao cotidiano. Temos muito mais citações massificadas, sem
embasamento teórico, sem uma pesquisa nos parâmetros devidos e sem sua
publicação em forma de artigos científicos, temos poucas citações de trabalhos
de estudiosos que se debruçaram sobre o tema e que tem muito a nos contar a
respeito.
Caímos aqui naquela antiga dúvida: “Quem nasceu primeiro, o ovo ou a
galinha?”. Não sabemos quem chegou primeiro, o blullyng ou sua propagação
desastrosa nas redes sociais, porém, não há como negar que, de uns tempos
para cá, sua divulgação se intensificou, até mesmo como modo de promover
programas de prevenção contra, acreditamos que essa propagação é uma via
de mão dupla. Quanto mais informação a respeito, mas se sabe como lidar
com isso em sala de aula, no entanto, mais se tem notícia de como praticar e
de forma mais cruel. Quanto mais ibope tem, mais continua acontecendo e isso
acaba caindo num círculo vicioso.
Como citado anteriormente, “todo bullyng é uma agressão, mas nem
toda agressão é bullyng”. É importante ressaltar isso, pois, a palavra bullyng foi
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se popularizando, a prática também, mas como toda cultura veiculada
desenfreadamente, confundem-se os conceitos.
Explicando melhor: nem toda violência que acontece na escola é
bullyng, o que não desmerece o fato de que outros tipos de violência
acontecem frequentemente dentro da escola e devem ser investigados e
tratados e resolvidos da melhor maneira possível para os envolvidos e a
escola.
Na entrevista com a psicóloga ficou claro o que acabou de ser dito:
“virou modismo classificar tudo como bullyng”. Ela acredita que nem todo
conflito é bullyng e sim coisas normais da adolescência, conflitos normais que
sempre existiram, a diferença é que deram nomes a esses conflitos e eles
ganharam dimensões enormes, internacionais por vezes, fazendo talvez, com
que se propagassem de forma mais violenta e mais rápida.
Após todas as pesquisas, vídeos assistidos e reportagens lidas foram
possível identificar que as vítimas de bullying tem um perfil mais ou menos
delimitado e os agressores também. As vítimas são, em sua maioria submissa
à força, poder ou influência daquele que é seu Bully sofre caladas e em casos
mais raros, cascateiaM sua violência para outras crianças que acredita ter seu
mesmo perfil, logo, mais fraca que ela. O Bully (agressor) tem um perfil de
“valentão”, não atua sozinho, precisa de espectadores e tem, na maioria das
vezes, a violência como única via de externar suas vontades e opiniões
(inclusive, muitas vezes esses valores são aprendidos em casa). Existe
também o espectador, que é aquele que não faz nada em defesa da vítima
tampouco toma partido frente ao agressor, simplesmente assiste, com palavras
de incentivo para que a briga continue, ou filma para que assim, o agressor
tenha ainda mais “ibope”. Os espectadores muitas vezes, tem medo de sofrer
bullying então se colocam nessa posição para que não virem alvos.
Todo esse posicionamento da vítima, do agressor e do espectador nos
faz pensar um pouco sobre seus papeis dentro da dinâmica da escola e o que
isso pode influenciar. Faz-nos pensar também em como poderia ser a atuação
do psicólogo frente a esses três atores do bullying.
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A violência está presente em todos os nichos da sociedade, desde os
econômicos, sociais e raciais, a violência não escolhe classe para se instalar.
Porém, infelizmente, o que mais se tem notícia, denúncias e estatísticas são
nas classes sociais mais baixas, por isso, muitas vezes, associa-se a violência
à pobreza.
Quanto à atuação do psicólogo escolar, infelizmente a psicologia não
tem lugar definido no âmbito das escolas públicas. Não existe a possibilidade
nem de se inscrever a uma vaga, pois ela não existe. Isso faz com que a
atuação do psicólogo seja em escolas particulares, que dão essa oportunidade,
mas que delimita o profissional, incorrendo no risco de que ele fique totalmente
alienado das práticas psicológicas, atuando somente a partir das visões e
valores da escola, o que pode fazê-lo se alienar sobre o que é violência,
bullying, como ocorre e o que fazer quando isso acontece. Uma psicóloga
escolar que acredita que não há violência dentro de uma escola com
adolescentes, ou está com seu conceito de violência deturpado, ou está
alienada, vivendo dentro de um “mundinho cor-de-rosa”.
A escola deve abrir espaço para discutir o tema com toda a comunidade
escolar – docentes, discentes, pais e demais profissionais. É importante que os
estudantes sejam orientados tanto para os benefícios como para os perigos da
internet, assim como a ter ética e responsabilidade ao usarem a comunicação
online. Essa responsabilidade escolar deve ser compartilhada com os pais e
familiares dos alunos por meio de palestras, indicação de livros e filmes,
divulgação de textos por e-mail, distribuição de cartilhas, desenvolvimento de
projetos artísticos que premiem o combate ao cyberbullying. Os alunos devem
ser também alertados que o conteúdo enviado é de única e exclusiva
responsabilidade civil e penal do emissor.
Faltam profissionais qualificados, preparo e amparo e esse é um dos
motivos que fazem com que os profissionais da escola fechem os olhos para o
que está acontecendo dentro dela. Sem amparo da coordenação, sem práticas
multiprofissionais fica difícil definir o que fazer quando a violência acontece
contra si ou em sua frente.
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Para finalizar, fazemos do grupo a frase citada pela psicóloga escolar
entrevistada: “a transformação da sociedade só vai ocorrer pela educação, a
escola vai formar pessoas para aturar na sociedade”.
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16. REFERÊNCIAS
Artigos:
SILVA, Dezir Garcia da. Violência e estigma: bullying na escola. 2006.
136 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais Aplicadas)–Universidade do
Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2006
SILVA, Dezir Garcia da. Violência e estigma: bullying na escola. 2006.
136 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais Aplicadas)–Universidade do
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TORO,Giovana Vidotto Toman;NEVES, Ana Maria Silva;
REZENDE,Paula Cristina Medeiros. Bullying, o exercício da violência no
contexto escolar: reflexões sobre um sintoma social – Universidade federal de
Uberlandia.
LISBOA,Carolina;BRAGA, Luiza de Lima; EBERT,Guilherme. O
fenômeno bullying ou vitimização entre pares da sociedade: definições, formas
de manifestação e possibilidades de intervenção-Universidade d Vale do Rio
dos Sinos,2009
Livros:
FREUD, Sigmund. Obras Psicológicas Completas de Sigmund
Freud. Rio de Janeiro:1980.
___1919. Uma criança é espancada: uma contribuição ao estudo da origem
das perversões sexuais. vol.XVII, p.217-224.
LACAN, J., O estádio do espelho como formador da função de eu. In:
Escritos. RJ: JZE, 1998;
LACAN, J. – Os três tempos do Édipo, in O Seminário, livro V – As
Formações do Inconsciente, Jorge Zahar, Riod e de Janeiro, 2001
LAPLANCHE, J.; PONTALIS, J. B. Vocabulário de Psicanálise. 10. ed.
São Paulo: Martins Fontes, 1988.
51
NETO, Aramis Antonio Lopes. Bullying: saber identificar e como
prevenir. São Paulo, Ed. Brasiliense, 2011.
ABRAMOVAY, Miriam; RUA, Maria das Graças - Violência nas
escolas. Ed.Unesco, doações institucionais.
ABRAMOVAY, Miriam ; et alli - Gangues , galeras, chegados e
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GUIMARÃES, Eloisa. Escola, Galeras e Narcotráfico. Ed. UFRJ.
SILVA,Aida Maria Monteiro. Educação E Violência: qual o papel da
escola? www.dhnet.org.br/inedex.htm, 2002
SILVA,Aida Maria Monteiro. A Violência Na Escola : A Percepção Dos
Alunos E Professores
Fante, C. (2005). Fenômeno Bullying: Como prevenir a violência nas