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Mar 21, 2021
Ernesto Bozzano
Fenômenos Premonitórios
Salvador Dali
Premonição da Guerra Civil Espanhola
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Conteúdo resumido
Conforme exposto por Bozzano na Introdução da presente
obra, entre os fenômenos metapsíquicos, os premonitórios estão entre aqueles de cuja existência menos se permite duvidar,
devido à autenticidade comprovada dos relatos, apesar de
desafiarem todas as nossas concepções mais audaciosas para chegar à sua explicação.
Nesta obra o autor faz um estudo, através da classificação metódica de 162 casos selecionados, do intrigante fenômeno da
premonição (previsão, por via supranormal, de acontecimentos
futuros) – também denominada clarividência no futuro.
Com sua grande experiência nas pesquisas sobre os
fenômenos psíquicos, e seguindo rigorosamente a metodologia científica, Bozzano extrai desse estudo importantes conclusões
filosóficas, dentre elas a de que o espírito evolui, por um lado,
guiado por forças que orientam o seu caminho e, por outro, em função do seu próprio livre-arbítrio, que é proporcional ao seu
grau evolutivo.
Sumário
Introdução .................................................................................... 5
PRIMEIRA CATEGORIA
Autopremonições de doença ou de morte
SUBGRUPO A
– Autopremonições de doença (Caso 1) ................................ 26
SUBGRUPO B
– Autopremonições de morte a curto prazo, e em que a
morte se deve a causas naturais (Casos 2 a 7) ....................... 32
SUBGRUPO C
– Autopremonições de morte a longo prazo, e em que a
morte se deve a causas naturais (Casos 8 a 12) ..................... 45
SUBGRUPO D
– Autopremonições de morte, e em que a morte se deve a
causas acidentais (Casos 13 a 19) .......................................... 53
SEGUNDA CATEGORIA
Premonições de doenças ou de mortes que se referem a
terceiros
SUBGRUPO E
– Premonições de doenças de terceiros (Caso 20) ................. 65
SUBGRUPO F
– Premonições da morte de terceiros a curto prazo, e em
que a morte se deve a causas naturais (Casos 21 a 45) .......... 67
SUBGRUPO G
– Premonições da morte de terceiros a longo prazo, e em
que a morte se deve a causas naturais (Casos 46 a 57) ........ 104
SUBGRUPO H
– Premonições da morte de terceiros a curto prazo, e em
que a morte se deve a causas acidentais (Casos 58 a 70) ..... 131
SUBGRUPO I
– Premonições da morte de terceiros a longo prazo, e em
que a morte se deve a causas acidentais (Casos 71 a 77) ..... 155
SUBGRUPO J
– Premonições da morte produzindo-se tradicionalmente
numa mesma família (Casos 78 a 81) .................................. 173
TERCEIRA CATEGORIA
Premonições de acontecimentos diversos
SUBGRUPO K – Premonições de acontecimentos importantes que não
implicam em morte (extração de números, casamentos,
acontecimentos políticos e fatos diversos) (Casos 82 a 111) ...................................................................................... 182
SUBGRUPO L
– Premonições de incidentes insignificantes e praticamente inúteis (Casos 112 a 125) ............................... 225
SUBGRUPO M
– Premonições meteorológicas e sísmicas (Casos 126 a 133) ...................................................................................... 247
SUBGRUPO N
– Premonições que salvam (Casos 134 a 159) ..................... 259
SUBGRUPO O
– Premonições que determinam o acidente possível (Casos
160 a 162) ............................................................................ 307
Conclusões ................................................................................ 311
Notas biográficas do Autor
Do Positivismo ao Espiritismo ............................................ 330
O que penso da influência do Espiritismo na evolução
moral da Humanidade .......................................................... 335
Introdução
Na linguagem técnica adotada pela Sociedade Inglesa de Pesquisas Psíquicas, o fenômeno “premonitório” recebeu esta
simples definição: “Predição supranormal de um acontecimento
futuro qualquer”; e esta definição parece feliz e adequada, se considerarmos que, graças à adição oportuna da palavra
“supranormal”, todos os casos pseudopremonitórios cuja
realização é devida, provavelmente, a um fato de sugestão e de autosugestão, ou a inferências consecutivas a estados anormais
de hiperestesia sensório-psíquica, encontram-se definitivamente
eliminados.
Daí decorre que o termo “premonição” encontra-se como
sinônimo deste outro: “clarividência no futuro”, empregado pelos antigos magnetólogos, e ambos compreendem todos os
casos que, segundo suas modalidades particulares de
manifestação, tomam na linguagem comum os nomes de “pressentimento”, “aviso”, “predição”, “adivinhação”,
“profecia”.
Com relação ao valor intrínseco do fenômeno em questão, encontro-me de acordo com o Dr. Samona, cujo parecer é de que “entre os fenômenos metapsíquicos, os premonitórios, que
todavia desafiam todas as nossas concepções mais audaciosas
para chegar à sua explicação, estão entre aqueles de cuja existência menos se permite duvidar, pois há casos
verdadeiramente autênticos diante dos quais somos forçados a
nos inclinar, apesar da sua ininteligibilidade absoluta”. (Psiche Misteriosa, pág. 184.) Tal era justamente a opinião do Dr. Carl
du Prel.
Para se chegar à conclusão da freqüência com a qual eles se realizam, basta consultar a história dos povos; aí recolher-se-ão
numerosos exemplos, e em todas as épocas. E se queremos recorrer ao critério prático do testemunho humano,
constataremos que interrogando um grupo de pessoas pegas ao
acaso, é bem difícil que nenhuma delas não tenha um incidente pessoal do gênero para contar; o que não se pode afirmar para a
telepatia. De modo que somos levados a concluir que os
fenômenos premonitórios tomam lugar entre os mais comuns da
casuística metapsíquica.
Eles se dão, na sua grande maioria, durante o sono natural ou
provocado; mais raramente em condições de vigília; e mesmo quando isso acontece, é fácil encontrar sempre indícios que
permitem reconhecer um estado mais ou menos disfarçado de
auto-hipnose leve ou de “ausência psíquica”, no sensitivo.
Com mais freqüência, os fatos que nos ocupam se referem à
própria pessoa do sensitivo, menos freqüentemente a de terceiros, e muito mais raramente a acontecimentos políticos,
sociais, meteorológicos.
Seus modos de exteriorização são mais variados e compreendem toda a gama da casuística metapsíquica. Na sua
forma mais simples, consistem num vago sentimento de ansiedade profunda ou de sombrio presságio, sentimento não
motivado e invencível, que leva inconscientemente a pessoa a
orientar seu próprio pensamento para o de tal pessoa, ou a esta ordem especial de acontecimentos que constituirão o objeto da
premonição. Mais comumente, eles assumem uma forma de
visualização alucinatória, tanto espontânea quanto provocada, na qual os quadros de acontecimentos futuros manifestam-se ao
sensitivo numa sucessão extremamente fugaz, tanto em
agrupamentos plásticos, quanto em ação cinematográfica, às vezes, com a aparência de acontecimentos reais, outras vezes de
uma maneira ideográfica e simbólica; em tal caso a verdadeira
significação do símbolo não parecerá totalmente desvendada senão após a realização do acontecimento. Não menos
freqüentemente eles se apresentam sob forma de audição
alucinatória, onde uma voz, reconhecida, às vezes, como interior ou subjetiva, ou revestindo um timbre objetivo, e freqüentemente
familiar, efetua uma predição, numa linguagem mais ou menos
enigmática, dos acontecimentos futuros. Em outras circunstâncias eles se traduzem num fenômeno fônico com um
cunho decididamente objetivo, como, por exemplo, quando batidas, gemidos, ruídos de toda espécie (fiéis em cada um dos
casos à sua modalidade de exteriorização) reproduzem-se
tradicionalmente numa família para anunciar a morte de um de
seus membros. Em todos os casos análogos, as predições da
morte de uma pessoa ao seu grupo produzem-se, ao contrário, pela aparição de um fantasma de um defunto, sempre idêntico.
Nota-se ainda um gênero de premonições transmitidas sob forma
de impulsão motriz irrefreável, que impulsiona o sensitivo a atos que parecem absurdos porque não motivados, como, por
exemplo, voltar sobre seus passos, dar uma corrida, trocar de
lugar ou de caminho, escapando dessa maneira de um grave perigo que o ameaçava com seu desconhecimento. Contaremos
finalmente um últi