-
8
DOUTRINA DA EQUOTERAPIA NO BRASIL
FINALIDADE
Transmitir a doutrina brasileira da equoterapia, sua abrangncia,
bases e fundamentos.
OBJETIVOS ESPECFICOS
Conhecer e aprender a doutrina da Equoterapia.
Conhecer a origem da palavra Equoterapia.
Conhecer e aprender a metodologia de aplicao da Equoterapia.
Tomar cincia do reconhecimento da Equoterapia como mtodo
teraputico e educacional.
HISTRICO
Aps viagens de estudo por vrios pases europeus e muita reflexo,
em 1988,
formulou-se uma estratgia de implantao e institucionalizao das
prticas teraputicas
feitas com o cavalo e a cavalo, dentro de uma doutrina nacional,
formulada por profissionais
brasileiros das reas de sade, educao e equitao, obedecendo a
legislao brasileira,
nossas peculiaridades e formao cultural. Buscou-se tambm, o
propsito de evitar que este
magnfico mtodo de reabilitao e educao proliferasse de forma
desordenada, dificultando,
mais tarde, sua normatizao, ordenao e controle e, at mesmo, o
reconhecimento tcnico-
cientfico, pelas autoridades governamentais das reas de sade e
educao.
Das viagens de estudo Itlia, Sua, Frana e Inglaterra,
concluiu-se que seria
conveniente a criao de uma associao nacional e de uma palavra
peculiar, fora da
influncia estrangeira, que englobasse todos os conceitos de
reabilitao e educao feitos
com o cavalo.
O primeiro passo foi a criao da Associao Nacional de Equoterapia
- ANDE-
BRASIL, em 10 de maio de 1989.
A PALAVRA EQUOTERAPIA
A ANDE-BRASIL poderia ter adotado a traduo de uma das palavras
utilizadas em
outros pases para caracterizar todas as terapias feitas com o
cavalo e a cavalo. Entretanto, as
palavras ou expresses adotadas nesses pases j so motivo de
discusso em congressos
internacionais, pois ainda no se encontrou uma palavra que
caracterize todos os programas
de Equoterapia.
A medida que profissionais brasileiros das reas de sade e educao
foram tomando
conhecimento, praticando e pesquisando a terapia, houve uma
sensvel evoluo dentro do
campo tcnico-cientfico. O conceito de simples "equitao para
deficiente, passou a ter enfoque cientfico, como preconiza a
ANDE-BRASIL, conduzida por equipe
multiprofissional com atuao interdisciplinar.
A palavra EQUOTERAPIA foi criada pela ANDE-BRASIL para
caracterizar todas
as prticas que utilizam o cavalo, com tcnicas de equitao e
atividades equestres,
objetivando a reabilitao e/ou educao de pessoas com deficincia
ou com necessidades
especiais. Foi criada com trs intenes:
-
9
a primeira, homenagear a nossa lngua me o latim adotando o
radical EQUO que vem de EQUUS, mamfero da ordem dos Perissodtilos
da famlia Equideo,
da subfamlia Equina que deu origem a espcie Caballus;
a segunda, homenagear o pai da medicina ocidental, o grego
HIPCRATES de COS (460
a 377 a.C.), que no seu livro DAS DIETAS j aconselhava a prtica
equestre para regenerar a sade, preservar o corpo humano de muitas
doenas e no
tratamento de insnia e mencionava que a prtica equestre, ao ar
livre, faz com
que os cavaleiros melhorem seu tnus. Por isso, adotou-se TERAPIA
que vem do
grego THERAPEIA, parte da medicina que trata da aplicao de
conhecimento
tcnico-cientfico no campo da reabilitao e reeducao;
a terceira foi estratgica: quem utilizasse a palavra
EQUOTERAPIA, totalmente desconhecida at ento, estaria engajado nos
princpios e normas fundamentais
que norteiam esta prtica no Brasil, o que facilitaria o
reconhecimento do mtodo
teraputico pelos rgos competentes.
A palavra Equoterapia est registrada no Instituto Nacional da
Propriedade Industrial
INPI, do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio, com o
Certificado de
Registro de Marca n. 819392529, de 06 de julho de 1999, com os
seguintes servios:
de ensino e educao de qualquer natureza e grau;
de carter desportivo, recreativo, social e cultural, sem
finalidade lucrativa;
de carter comunitrio, filantrpico e beneficente;
reabilitao de pessoas com deficincia fsica, tais como:
equoterapia, fisioterapia, psicologia, terapia ocupacional,
pedagogia e fonoaudiologia.
FUNDAMENTOS BSICOS
a) Conceitos
EQUOTERAPIA: um mtodo teraputico e educacional que utiliza o
cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas reas de sade,
educao e
equitao, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas
com
deficincia e/ou com necessidades especiais.
PRATICANTE DE EQUOTERAPIA: o termo utilizado para designar a
pessoa com deficincia e/ou com necessidades especiais quando em
atividades
equoterpicas. Nesta atividade, o sujeito do processo participa
de sua
reabilitao, na medida em que interage com o cavalo.
b) Princpios e Normas Fundamentais
Toda atividade equoterpica baseia-se em fundamentos
tcnico-cientficos.
O atendimento equoterpico deve ser iniciado mediante parecer
favorvel de
avaliao mdica, psicolgica e fisioterpica.
As atividades equoterpicas devem ser desenvolvidas por equipe
multiprofissional
com atuao interdisciplinar, com participao de maior nmero
possvel de reas
profissionais nos campos da sade, educao e equitao.
As sesses de Equoterapia podem ser realizadas em grupo, porm o
planejamento e
o acompanhamento devem ser individualizados.
Para acompanhar a evoluo do trabalho e avaliar os resultados
obtidos, deve haver
registros peridicos e sistemticos das atividades desenvolvidas
com os praticantes.
-
10
A tica profissional e a preservao da imagem dos cidados
praticantes de
Equoterapia devem ser constantemente observadas.
O atendimento equoterpico deve ter um componente de filantropia
para que possa
atingir classes sociais menos favorecidas, a fim de no se
constituir em atividade elitizada.
A segurana fsica do praticante deve ser uma preocupao constante
de toda a equipe,
com vistas, particularmente:
ao comportamento e atitudes habituais do cavalo e s
circunstncias que podem vir a modific-los, como por exemplo uma
bola arremessada ou um tecido
esvoaando, nas proximidades do animal;
ao equipamento de montaria, particularmente correias, presilhas,
estribos, sela e manta;
vestimenta do praticante, principalmente nos itens que podem
trazer desconforto ou riscos segurana;
ao local das sesses onde possam ocorrer, por exemplo, rudos
anormais que venham assustar os animais.
RECONHECIMENTO DA EQUOTERAPIA
A Equoterapia como Mtodo Teraputico e Educacional
O Conselho Federal de Medicina (CFM), em Sesso Plenria de 9 de
abril de 1997,
aprovou o Parecer 06/97, que diz:
A Equoterapia tal como conceitua a Associao Nacional de
Equoterapia - ANDE-BRASIL, um mtodo teraputico que utiliza o cavalo
dentro de uma
abordagem interdisciplinar aplicada nas reas de sade e educao,
buscando o
desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com necessidades
especiais.
Somos portanto, pelo reconhecimento da Equoterapia como mtodo a
ser
incorporado ao arsenal de mtodos e tcnicas direcionados aos
programas de
reabilitao de pessoas com necessidades especiais...
Pela estratgia traada pela ANDE-BRASIL e dentro da legislao
brasileira, h necessidade de comprovao cientfica, feita por
profissionais brasileiros, e dentro
do que prescreve a resoluo n. 196/96, do Conselho Nacional de
Sade, que trata
das normas de pesquisa envolvendo seres humanos.
Diz ainda o parecer: Os dados levantados nas pesquisas devem ser
concentrados na ANDE-BRASIL que, juntamente com a Sociedade
Brasileira de Medicina Fsica e
Reabilitao, encaminhar ao CFM para avaliao e posicionamento
definitivo desta Casa.
A Secretaria de Educao do Distrito Federal, reconhece a
Equoterapia como um
mtodo educacional que favorece a alfabetizao, a socializao e o
desenvolvimento global
dos alunos com necessidades educativas especiais.
O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, em
Resoluo n348, de 27
de maro de 2008 (DOU n63, seo I de 02/04/2008 pag.150),
reconhece a Equoterapia
como recurso teraputico da fisioterapia e da terapia
ocupacional.
INDICAES DA EQUOTERAPIA
A prtica da equoterapia busca benefcios biopsicossociais s
pessoas com deficincias
fsicas ou mentais e/ou com necessidades especiais, tais
como:
leses neuromotoras de origem enceflica ou medular;
-
11
patologias ortopdicas congnitas ou adquiridas por acidentes
diversos;
disfunes sensrio-motoras.
distrbios:
evolutivos;
comportamentais;
de aprendizagem;
emocionais.
REAS DE APLICAO DA EQUOTERAPIA
Sade, na reabilitao de pessoas com deficincia fsica e/ou mental
(PCD);
Educao, para pessoas com necessidades educativas especiais (PNE)
e outros;
Social, para pessoas com distrbios evolutivos ou
comportamentais.
PROGRAMAS DE EQUOTERAPIA
sabido que cada indivduo, com deficincia e/ou com necessidades
especiais, tem o
seu perfil, o que o torna nico. Isto evidencia a necessidade de
formular programas individualizados, que levem em considerao as
demandas daquele indivduo, naquela
determinada fase de seu processo evolutivo.
A Equoterapia aplicada por intermdio de programas
individualizados, organizados
de acordo com:
- as necessidades e potencialidades do praticante;
- a finalidade do programa;
- os objetivos a serem alcanados, com trs nfases:
a primeira, com intenes teraputicas e educacionais, utilizando
tcnicas que visem, principalmente, reabilitao fsica e/ou
mental;
a segunda, com fins educacionais e/ou sociais, com a aplicao de
tcnicas pedaggicas aliadas s teraputicas, visando a integrao ou
reintegrao scio-
familiar;
A terceira, com fins de insero/reinsero social.
Sade
Social Educao
-
12
PROGRAMAS BSICOS DE EQUOTERAPIA
Hipoterapia
Educao/Reeducao
Pr-esportivo
Prtica Esportiva Paraequestre
a) PROGRAMA HIPOTERAPIA
Voltado para as pessoas com deficincia fsica e/ou mental;
chamado em vrias
partes do mundo de hipoterapia; a ANDE-BRASIL tambm adota tal
nome para este
programa da equoterapia.
Neste caso o praticante no tem condies fsicas e/ou mentais para
se manter
sozinho a cavalo. Portanto, no pratica equitao.
Necessita de um auxiliar-guia para conduzir o cavalo. Na maioria
dos casos, tambm
do auxiliar lateral para mant-lo montado, dando-lhe
segurana.
A nfase das aes dos profissionais da rea de sade, precisando,
portanto, de um
terapeuta ou mediador, a p ou montado, para a execuo dos
exerccios programados.
A segurana e o conforto do praticante so observados a todo
momento. O cavalo,
pelo movimento, estimula mais o praticante do que este atua
sobre ele.
O cavalo usado principalmente como agente cinesioteraputico.
b) PROGRAMA EDUCAO/REEDUCAO
Pode ser aplicado tanto na rea de reabilitao quanto na de
educao/reeducao.
Neste caso o praticante tem condies de exercer alguma atuao
sobre o cavalo e
pode at conduz-lo, dependendo em menor grau do auxiliar-guia e
do auxiliar lateral.
A ao dos profissionais de equitao tem mais intensidade, embora
os exerccios
devam ser programados por toda a equipe, segundo os objetivos a
serem alcanados.
O cavalo continua propiciando benefcios pelo seu movimento
tridimensional e
multidirecional e o praticante passa a interagir com o animal e
o meio com intensidade. Ainda
no pratica equitao e/ou hipismo.
O cavalo atua como agente pedaggico.
c) PROGRAMA PR-ESPORTIVO
Tambm pode ser aplicado nas reas de reabilitao ou educativa.
O praticante tem boas condies para atuar e conduzir o cavalo e,
embora no
pratique equitao, pode participar de pequenos exerccios
especficos de hipismo,
programados pela equipe.
Aqui o trabalho do profissional de equitao habilitado em
Equoterapia tem nfase
em relao aos demais.
O praticante preparado para realizar pequenos exerccios de
hipismo que visam a
melhoria da qualidade de vida e sua insero/reinsero social.
O cavalo utilizado principalmente como agente de insero
social.
-
13
d) PROGRAMA PRTICA ESPORTIVA PARAEQUESTRE
Histrico
Na implantao da Equoterapia no Brasil, traada antes da divulgao
e da fundao
da ANDE-BRASIL, ficou decidido adiar a prtica esportiva a cavalo
para PCD e/ou PNE,
para poca mais oportuna, inclusive sob o controle de outras
entidades.
Levou-se em considerao:
- a falta de cultura equestre no pas; - a necessidade de
desmistificar o cavalo como animal perigoso, principalmente
para
PCD e/ou PNE;
- a no existncia de escolas regulamentadas na formao de
cavaleiros e muito menos instrutores de equitao;
- a existncia somente da Escola de Equitao do Exrcito para a
formao de professores de equitao, na maioria para o prprio Exrcito
e Polcias Militares
Montadas;
- a despreocupao dos rgos competentes de hipismo com a capacitao
e controle das escolinhas de clubes hpicos, preocupando-se, to
somente, com a competio hpica e;
- principalmente porque se desejava implantar a Equoterapia em
Centros de Reabilitao e Educao e no meramente em locais de esporte
e lazer.
Aps quinze anos da institucionalizao da ANDE-BRASIL, j tendo
apoiado
competies Paraolmpicas e o aparecimento da atividade chamada de
Hipismo Adaptado,
criou-se o Programa Prtica Esportiva Paraequestre.
FINALIDADE
O Programa Prtica Esportiva Paraequestre tem como finalidade
preparar a pessoa
com deficincia para competies paraequestres.
O praticante deve ter boas condies para estar a cavalo, j
podendo participar de
festivais de Equoterapia e hipismo adaptado.
A ao do profissional de equitao habilitado em Equoterapia mais
intensa; segue
necessria, contudo, a orientao dos profissionais das reas de
sade e educao.
Alm, da insero social, buscam-se:
o prazer pelo esporte;
a melhoria da autoestima, bem-estar, autoconfiana e da qualidade
de vida; Abrem-se caminhos para:
- HIPSMO ADAPTADO modalidade de competio, dentro de um conceito
festivo, adaptada ao praticante de Equoterapia, normatizada,
coordenada, em
mbito nacional, pela Associao Nacional de Desportes para
Deficientes e que j
realiza competies desta modalidade.
- PARAOLIMPADAS organizadas paralelamente s Olimpadas e que se
destinam s pessoas com deficincia fsica. Nela, os atletas competem
em provas olmpicas
em particular no adestramento paraolmpico. regulada pela
Federao
-
14
Equestre Internacional (FEI) e, no Brasil, pela Confederao
Brasileira de
Hipismo (CBH), em parceria com o Comit Paraolmpico
Brasileiro.
- OLIMPADAS ESPECIAIS, criada para pessoas com deficincia mental
que buscam somente a participao e no a alta performance. Esta
modalidade est
sendo regulamentada pela SPECIAL OLYMPICS BRASIL.
- VOLTEIO EQUESTRE ADAPTADO: so exerccios realizados sobre o
cavalo que se movimenta em crculos, conduzido por um profissional
do cavalo por
intermdio de uma guia longa. Dever ser regulamentado pela FEI,
tornando-se, portanto, mais uma modalidade paraolmpica. O Volteio
Equestre Adaptado,
provavelmente ter um progresso bem maior que o Adestramento
Paraolmpico,
pelos seguintes motivos:
poder ser praticado individualmente, em dupla e o mais
importante, em equipe;
a utilizao de um mesmo cavalo por vrias equipes, tornando a
competio mais fcil de organizar e mais econmica em relao ao
adestramento;
o nmero de atletas beneficiados pela competio ser bem maior,
reforando os conceitos de colaborao, respeito e esprito de
equipe.
O MDICO NA EQUOTERAPIA
O mdico, seja integrante efetivo da equipe seja o profissional
que d atendimento
familiar ou institucional, o responsvel pela avaliao e liberao
para a prtica
equoterpica.
Procede a avaliao com o objetivo de indicar ou contra-indicar a
prtica da
Equoterapia.
Realiza reavaliaes peridicas para verificao de progressos
teraputicos.
Pode atuar como orientador e consultor tcnico no atendimento
equoterpico, em questes
relacionadas a diagnsticos e quesitos correlatos.
EQUIPE DE ATENDIMENTO EQUOTERPICO
Um centro de Equoterapia deve dispor de uma equipe
multiprofissional, constituda de
profissionais das reas de sade, educao e equitao, atuando de
forma interdisciplinar.
As principais atribuies da equipe so:
avaliar cada praticante antes do incio do tratamento;
estabelecer os objetivos do tratamento para cada praticante e
planejar as atividades a serem desenvolvidas;
conduzir as sesses de Equoterapia, seguindo o plano
proposto;
reavaliar, periodicamente, o desenvolvimento de cada praticante,
para eventual modificao no programa;
zelar permanentemente pela segurana dos praticantes.
A composio mnima da equipe bsica de um centro deve ser de trs
profissionais:
um fisioterapeuta, um psiclogo e um profissional de equitao
habilitado em Equoterapia.
-
15
A EQUIPE DE APOIO
Os integrantes da equipe de apoio desempenham tarefas em
estreita ligao com
pessoas com deficincia e/ou com necessidades especiais e devem,
portanto, receber
treinamento especial e reciclagem constantes.
O auxiliar-guia a pessoa que conduz, com a maior ateno possvel,
o cavalo do
praticante. Deve estar sempre atento s orientaes do mediador e s
reaes do animal.
O auxiliar lateral aquele que, durante a sesso, acompanha o
praticante, seguindo as
diretrizes do mediador, com especial ateno na segurana.
O tratador desempenha os cuidados bsicos com os cavalos e com as
instalaes
equestres. Pode atuar, tambm, como auxiliar-guia.
-
16
OUTROS CONCEITOS
ESPORTE PARAESQESTRE
a utilizao de todas as atividades equestres com objetivos
esportivos para pessoas
com deficincia fsica ou mental e/ou com necessidades
especiais.
VOLTEIO EQUESTRE
Modalidade equestre reconhecida oficialmente pela Federao
Equestre Internacional
(FEI).
Esta atividade esportiva realizada sobre o cavalo (chamado
cavalo de volteio) que se
movimenta em crculo, comandado por um profissional habilitado,
por intermdio de uma
guia longa.
Consiste em ginsticas sobre o cavalo em movimento, ao passo,
trote, galope,
envolvendo exerccios de ginstica artstica acrobtica, combinados
com elementos de dana
e acompanhado de msica.
VOLTEIO TERAPUTICO
um mtodo de utilizao do cavalo que se movimenta em circulo
conduzido por um
profissional de equoterapia por intermdio de uma guia longa.
Deve ser utilizado de acordo com um conceito de Programa Especfico
de
Equoterapia, conduzido por uma equipe multiprofissional de
centro de Equoterapia e de
acordo com:
- as necessidades e potencialidades do praticante;
- a finalidade do programa;
- os objetivos a serem alcanados, com duas nfases:
intenes especificamente teraputicas, utilizando tcnicas que
visem reabilitao fsica e/ou mental; tem que ser estudada cada
patologia e ser
indicado aps definio da equipe multiprofissional;
com fins educacionais e/ou sociais, com aplicao de tcnicas
psicopedaggicas, aliadas s teraputicas, visando favorecer a
alfabetizao, socializao e o desenvolvimento global das pessoas
com
necessidades especiais.
Observao: No confundir com o Volteio Equestre Adaptado, j
descrito
anteriormente, que estar sendo regulamentado pela Federao
Equestre Internacional.
PALAVRA HIPOTERAPIA
formada com o radical grego hipo. Em portugus, as palavras com o
radical hipo possuem duas significaes: a primeira com indicao de
posio inferior, escassez (ex:
hipocondraco, hipotermia) e a segunda, relativa a atividades
ligadas ao cavalo (ex. hipologia,
hipdromo, hpica, etc).
-
17
Em todos os pases, mesmo naqueles que usam as expresses equitao
para deficientes, reeducao por meio do cavalo, equitao teraputica
ou outras, a hipoterapia (ippoterapia, hippotherapie, hipotherapy,
etc.) um dos programas da rea de
reabilitao e, tambm adotado no Brasil.
Em alguns pases, inicialmente, houve uma predominncia do
trabalho com
profissionais das reas da equitao e, em outros, com os da
fisioterapia. Hoje todos eles
utilizam a equipe multiprofissional e a cada dia se convencem de
que a atuao desta equipe
deve ser de forma interdisciplinar, obtendo-se, assim, melhores
resultados.
EQUITAO
Equitao a arte de montar a cavalo, adestr-lo e prepar-lo para as
diversas atividades
em que pode ser utilizado e baseada em doutrina consagrada em
todo o mundo.
Todo esporte proporciona ao praticante: atividade fsica,
destreza, robustez e
qualidades morais.
A equitao desenvolve com mais harmonia essas qualidades e,
ainda, o equilbrio, a
coordenao motora, a agilidade, a destreza; d um sentimento de
fora fsica e faz aumentar
a autoconfiana; aumenta a vontade, o esprito de deciso, a
iniciativa e a resoluo. O
adestramento do cavalo desenvolve no cavaleiro a tenacidade, a
perseverana, a calma e o
domnio de si mesmo.
A equitao, alm de ser uma prtica esportiva salutar, pode
constituir-se em
importante instrumento de formao do carter dos jovens, desde que
ministrada de forma
didtico-pedaggica e por instrutor credenciado.
A equitao praticada por pessoa com deficincia f
-
18
A ANDE-BRASIL
Lelio de Castro Cirillo
FINALIDADE
Conhecer a importncia da ANDE-BRASIL como rgo normativo e tcnico
da
equoterapia no Brasil.
BASE HISTRICA
1976/77 - Primeiras idias.
1986 - Contatos c/Fundao Zoobotnica e Federao Hpica.
- Palestras no Instituto de Sade Mental e Ministrio da
Educao.
1988 - Viagem de estudos Europa.
- Preparao de estratgia de implantao.
1989 - 10 de maio: Fundao da Associao.
- 21 de setembro: Palestras no Hospital Sarah.
1990 - Primeiras aulas sobre equitao para tcnicos do Hospital
Sarah.
- 11 de outubro: Incio do trabalho em conjunto com Hospital
Sarah e com a Escola
Classe do Torto.
FILOSOFIA DE IMPLANTAO
Criar a palavra Equoterapia para, no Brasil, caracterizar as
prticas de terapias feitas a cavalo e com o cavalo.
Criar um Conselho Tcnico-Cientfico.
Dar condies aos profissionais brasileiros para desenvolverem a
equoterapia de acordo com a realidade nacional, com nossa
capacidade de criar e inovar e dentro de
nossas leis.
Criao de uma associao de nvel nacional, antes de divulgar e/ou
difundir as prticas equoterpicas.
Tornar a equoterapia uma prtica de reabilitao e educao e no
meramente esportiva e/ou lazer.
Dar possibilidade para que as classes economicamente menos
favorecidas tenham acesso equoterapia.
Dar ANDE-BRASIL condies de:
Formar recursos humanos essenciais equoterapia;
Criar uma doutrina brasileira para a prtica da Equoterapia,
dentro de princpios ticos e tcnico-cientficos;
Coordenar e controlar a prtica de terapias feitas com o cavalo e
a cavalo, em nvel nacional, a fim de manter a integridade e a
seriedade da prtica da
reabilitao e educao feitas por intermdio da equoterapia;
Exigir a execuo da Equoterapia por uma equipe multiprofissional
com atuao interdisciplinar;
-
19
Evitar os interesses imediatistas e/ou econmicos;
Estimular a criao de Centros de Equoterapia, de acordo com as
condies locais e independentes economicamente da ANDE-BRASIL;
No depender de recursos dos Centros de Equoterapia para a
sobrevivncia e/ou manuteno da ANDE-BRASIL;
Adiar a prtica esportiva da PCD/PCNE para poca oportuna, sob o
controle de outras entidades mais voltadas para a prtica
esportiva.
CARACTERIZAO DA ANDE-BRASIL
Entidade civil sem fins lucrativos, de carter filantrpico,
assistencial, teraputico, educativo, cultural, ambiental e
desportivo, com atuao em todo o Pas.
de utilidade pblica federal e do Distrito Federal.
Est registrada no:
Conselho Regional de Medicina/DF;
Conselho Nacional de Assistncia Social/MJ;
Conselho dos Direitos da Criana e do Adolescente/DF;
Secretaria de Desenvolvimento Social e Ao Comunitria/DF;
Secretaria Nacional Anti Drogas
Secretaria de Estado de Educao do DF.
REGISTROS E CONVNIOS
Mantm convnio com: Exrcito Brasileiro; Universidade Paulista
Objetivo; Secretaria de Educao do Distrito Federal; Fundao
Habitacional do Exrcito - POUPEX; Universidade Federal de
Braslia;
Filiada The Federation of Riding for the Disabled International
(FRDI) como membro pleno.
Consultora tcnica em Equoterapia da Sociedade Brasileira de
Medicina Fsica e Reabilitao.
FINALIDADES DA ANDE-BRASIL
Contribuir para a reeducao e a reabilitao de pessoas com
deficincia, mediante a prtica da equoterapia.
Em mbito nacional, normatizar, supervisionar, controlar e
coordenar a prtica da equoterapia de suas entidades filiadas e
colaborar com rgos governamentais para a
execuo das aes acima mencionadas, e com relao a outras entidades
que
pratiquem qualquer terapia com a utilizao do cavalo.
Formar recursos humanos, promovendo e estimulando a realizao de
cursos, pesquisas, estudos e levantamentos estatsticos.
Associar-se a entidades internacionais e de outros pases, na
busca constante de intercmbio de experincia e tecnologia.
Elaborar e divulgar material didtico e informativo sobre
equoterapia.
-
20
Estimular e apoiar a implantao e desenvolvimento de centros de
equoterapia, exigindo a observncia dos mais rgidos padres de tica,
eficincia e segurana.
Divulgar, no exterior, a experincia brasileira na Equoterapia e
estimular sua adoo por outros pases.
Congregar esforos na busca de recursos na rea governamental e
empresarial a fim de levar os benefcios da Equoterapia a todas as
classes sociais.
Estabelecer convnios para intercmbio de profissionais de alto
nvel tcnico-cientfico, visando formao de um centro de
excelncia.
PRINCIPAIS REALIZAES
1991 - I Encontro Nacional de Equoterapia e I Curso Nacional de
Equoterapia - 44 participantes Braslia/DF.
1992 - Carta de Braslia - 23 participantes Braslia/DF.
1997 - Reconhecimento como Mtodo Teraputico.
1999 - I Congresso Brasileiro de Equoterapia - 300 participantes
- Braslia/DF.
2002 - II Congresso Brasileiro de Equoterapia - 320
participantes - Jaguarina/SP.
2003 - Curso de Equoterapia - Portugal.
2004 - III Congresso Brasileiro de Equoterapia e I Congresso
Ibero-Americano de Equoterapia - 368 participantes -
Salvador/BA.
2006 - XII Congresso Internacional de Equoterapia - 450
participantes - Braslia/DF.
2008 IV Congresso Brasileiro de Equoterapia e I Congresso Latino
Americano de Equoterapia Curitiba/PR
PARTICIPAO EM CONGRESSOS DA FRDI
1991 - Dinamarca
1994 - Nova Zelndia
1997 - EUA
2000 - Frana
2003 - Hungria
2006 - Brasil
2009 - Alemanha
MANUTENO DA ANDE-BRASIL
Convnios com entidades pblicas e privadas;
Contribuies voluntrias;
Contribuies de scios mantenedores e contribuintes;
Taxas de inscries para cursos de capacitao;
Venda de material didtico e de divulgao;
Mensalidades dos alunos da Escola de Equitao.
Obs.: A ANDE-BRASIL realiza os atendimentos de equoterapia de
forma gratuita.
-
21
EXEMPLO DE TAREFAS PARA VOLUNTRIOS
Em atividades do picadeiro: - Como auxiliar guia;
- Como auxiliar lateral;
- Como profissional de equitao;
(Observando suas reas de formao ou experincias anteriores.)
Em atividades burocrticas na sede da associao;
Em atividades a domiclio; - Traduo;
- Reviso de textos;
- Digitao de textos em computador.
PERSPECTIVAS
Incluso da Equoterapia no SUS-MS.
Aprovao e incluso da profisso de profissional de equitao
habilitado em Equoterapia
- Ministrio do Trabalho.
Colaborar com o Ministrio da Sade na regulamentao da Equoterapia
no SUS, quando da aprovao da Lei.
Implantar o sistema de avaliao dos Centros de Equoterapia.
Implantar o Conselho de Equoterapia.
Programa de certificao de profissionais para a Equoterapia.
Tornar a ANDE-BRASIL capacitadora com a aprovao do Ministrio da
Educao - MEC.
PREOCUPAO
Centros no habilitados e sem filiao comprometendo a
Equoterapia.
Proliferao de cursos no reconhecidos pela ANDE-BRASIL. Cursos
sem o nmero suficiente de cavalos para a prtica da equitao.
-
22
HIPOLOGIA
HIPOLOGIA- Conhecimentos bsicos sobre o cavalo: anatomia
externa, esqueleto,
penso, doenas, sintomas, clicas, nutrio, vcios, pelagem, raas e
aprumos.
O cavalo a mquina viva da atividade equoterpica, mexe com o
emocional, explora
os bons sentimentos de alegria, autoconfiana, iniciativa,
pacincia, humildade,etc. Todos os
tcnicos precisam ter afinidade e conhecimentos detalhados de
cavalos, para que, com
habilidade e segurana, executem a cuidadosa aproximao do
praticante.
A ateno deve ser constante com itens de segurana como coices,
mordidas, pisadas,
desobedincias, tropeos, movimentos bruscos, arreamentos, local
de trabalho apropriado,etc.
Anatomia externa
Esqueleto
-
23
Cuidados dirios- Pela manh: retirar o cavalo da baia, j fazendo
uma avaliao inicial das
ferraduras, sade, etc.; comear as limpezas pela baia e, em
especial, pelo coxo dgua. A seguir remover a urina e o estrume
acumulados, revolvendo a cama para o lado ou lados,
alternadamente
(esparramar ao anoitecer).Materiais usados: escova, p,
garfo,vassoura e carrinho. O piso deve ser
limpo todas as vezes que o cavalo estrumar ou urinar, em
beneficio das suas ranilhas. A cama pode ser
de maravalha, capim seco, areia ou simplesmente piso duro, pois
os cavalos por sua constituio,
descansam at em p.
A seguir executar o penso do cavalo que engloba todos os
cuidados dirios de higiene. aconselhvel comear pelos cascos e
ranilhas e, se possvel, repetir a tarde esta limpeza dos
cascos.
Continuando, com a rascadeira atravessada e de arrepio, passar
com energia em todo o corpo, menos
nas partes sseas, mais delicadas. Estas sero limpas com
escova, na outra mo, incluindo canela, crina e cabea.
Complementar com um pano juntamente com a escova para
dar o acabamento final, dar brilho e eliminar sujeira
remanescente. Com pano limpo, at umedecido, limpar
olhos, narinas, bainha, genitlia. Nos cavalos,
periodicamente
(2x /ms), limpar a bolsa e membro para retirar o esmegma que
acumula.
Para levantar um anterior, esquerdo, por exemplo, empurra-se com
a mo esquerda na espdua o
peso do animal para o outro lado e a mo direita tocando a espdua
desce at a quartela, indicando ao
cavalo, levantar o anterior. Para suspender um p proceder de
maneira semelhante, mas com mais
cuidado para no receber coice. Com firmeza as mos deslizam das
espduas para a garupa e de uma
maneira semelhante suspendem o posterior. Facilita a limpeza
apoiar o posterior na mesma coxa.
So 210 ossos, com muitos nomes iguais aos nossos.
O cavalo no possui clavcula e a coluna fica sustentada ao tronco
por msculos, que a envolvem. Da o cavalo musculado modificar
a curvatura da coluna e a sustenta mais elevada, tornando
suas
andaduras mais confortveis. A coluna fixa-se ao esqueleto na
regio do squio.
Os ps, chamados de anteriores e posteriores ou simplesmente de
mos e ps exigem ateno apurada para no comprometer o bom
andar.Possui somente um dedo, monodtilo. Animais pr- histricos
tinham 4 dedos na frente e 3 atrs.As castanhas, no meio das
canelas, so
cartilagens insensveis que caracterizam dedos atrofiados. Os
cascos
possuem alguma flexibilidade e, para isto, a sola cncava e a
ranilha,
uma cartilagem mais macia, facilita o amortecimento da batida no
solo.
Os cascos so muito importantes bem
conformados, sadios, com ngulo de 45 com o solo,
nem achinelados e nem encastelados.
A prtica da ferragem ou somente casqueamento
depender de sua solidez e do solo aonde o cavalo
trabalhar. Mal aparados, mal ferrados ou mal
aprumados colocaro em risco cavalo e cavaleiro, com
tropeos e desequilbrios, comprometendo, tambm, sua
longevidade.
-
24
Materiais usados: ferro de ranilha, rascadeira, escova, pano e
sabo.
Cuidados peridicos: saudvel o banho completo com sabo ou
shampoo, semanal
ou quinzenal, em horas quentes e fora da hora ps rao. O banho no
substitui o
imprescindvel penso com rascadeira e escova, que, alm do mais,
massageia e estimula a circulao. O sabugo e cauda bem lavados
evitam irritaes, coceiras e que um cavalo roa a
cauda de outro.
Periodicamente desinfetar o material de limpeza numa soluo com
iodo povidine.
Respirao, frequncia cardaca e temperatura
Respirao - avalia-se com a mo prxima narina e varia de 8 a 16
por minuto. Para
facilitar medir por 15 e multiplicar por 4.
Aps trabalhado- meia ducha- duchar, subindo dos membros at a
barriga para retirar lama e massagear
com uma esponja ou escova adequada e sabo( neutro); aps, lavar
os cascos, sem excessos para no gastar a
verniz natural, mais boletos, canelas, cauda, sabugo e
bainha.Secar fora da baia para evitar frieiras e
micoses.Depois de seco, convm repetir a escovao para
acomodar o pelo e dar o brilho final. Nunca pernoitar com
marca de sela, tampouco encilhar cavalo sujo.
Engraxar os cascos, por cima e por baixo, uma
a duas vezes por semana para manter sua elasticidade e
integridade. Graxa caseira, mais barata, se faz
misturando meio a meio sebo de gado ou de carneiro
com leo de mocot e pouquinho de iodo 3%.
Recomenda-se, tambm, eventualmente, passar
alcatro da Noruega nas solas e ranilhas para
endurecimento de cascos frgeis.
aconselhvel a ripagem feita a mquina ou a
mo, para diminuir os fios longos da crina e cauda.
Os plos podem ser aparados quanto abundantes
nos machinhos, nas canelas e ganachas, nas orelhas
retirar s o excesso para no diminuir sua finalidade de
proteo e, tambm no focinho quanto aos pelos tteis.
-
25
Frequncia cardaca (pulso)- 30 a 50 pulsaes por minuto em
repouso, mas pode que
atingir 120 a 240 pulsaes quando sob esforo intenso. Mede-se
apalpando artria do maxilar
inferior ou no canto externo do olho. Tambm mede-se 15 e se
multiplica por 4. Temperatura a normal 38,5 (1C superior aos
humanos). Est doente quando, em
repouso, se aproxima dos 40. Usa-se o termmetro no anus, mas no
simples contato com a
pele do animal j se percebe o aumento da temperatura.
Cuidados sanitrios- vacinas e vermfugos
So necessrios e com controle rgido de datas.
Vacina trplice - protege da influenza equina (gripe por vrus) e
que pode se agravar
para garrotilho, atacando os gnglios ou para pneumonia (infeco
bacteriana). H contgio
entre cavalos. O ttano suscetvel por uma simples ferida.
Encefalomielite, que ataca as
membranas do crebro e leva a bito.
Vacina para raiva, contagiosa aos humanos.
As vacinas so renovadas semestralmente.
Vermifugao- trimestral ou quadrimestral.
Indcios de anormalidades
Qualquer indcio de anormalidade deve ser observado e, conforme o
caso, levado a um veterinrio.
So indcios:
Deixar rao - verificar os porqus: quantidade excessiva; foi
trocada a marca da rao; animal cansado; doena ainda no identificada
etc;
Mudana sensvel de humor- agitado ou quieto;
Temperatura, pulso e respirao acelerada;
Tosse e corrimento nasal;
Mucosa congestionada ou ictrica, etc;
Suando sem ter sido submetido a esforo;
Estrume ressequido, diarria, urina turva ou muito amarela;
Manqueiras ou dificuldade para andar;
Pelo arrepiado, sem brilho;
Coceira localizada, por micose ou traumatismo;
Inchaos- provenientes de picada ou traumatismo;
Olhos congestionados ou sem expresso;
Casco mais quente que os outros;
Cauda arrepiada- normalmente indcio de verminose;
Cavalo doente Cavalos sadios
-
26
Doenas- sndrome da clica
a doena mais comum nos equinos e na
maioria das vezes, causada por falhas no manejo.
O aparelho digestivo frgil e predisposto
perturbaes. Evoluo das clicas no aparelho
digestivo: o alimento fermenta e forma gases; o
abdome dilata, o cavalo no vomita (vlvula crdia
entre o esfago e estmago atrofiada); no respira
pela boca; sente fortes dores abdominais e poder ir
a bito por rompimento de rgos, por entorse, etc.
Diagnosticar rapidamente uma clica fundamental,
que comea com sinais discretos,variados em cada
cavalo: inquieto na baia, olhar o flanco, escavar o
cho, deitar e levantar, olhos vermelhos, respirao
ofegante, exteriorizar o pnis, suor, coices,
inapetncia,etc. Havendo dvida inicial, colocar o animal em
observao e, como primeiros socorros:
passe-lo para tentar desfazer a contrao e chamar um veterinrio.
Coloca-se o cavalo em local
aberto; passada sonda nosogstrica; aplicar injeo de Banamine,
que analgsico. O cavalo
estrumar bom indcio. A desidratao imediata e requer grande
quantidade de soro. Casos graves
podem ser tratados com delicada cirurgia. Para evitar casos
recidivos usa-se leo mineral na rao ou
linhaa e dar Ranitidina, protetor gstrico.
Provocam Clicas Condutas para evit-las
Alimentos com incio de bolor ou vencidos ...
Comer areia ou terra Carncia de sal mineral e coloc-lo a
disposio na
baia
Pouco volumoso- so fibras, feno, alfafa, capim. Deve ser, no
mnimo, 1% do peso do animal
Rao em excesso ou pouca Administrar na quantidade exata e
horrios certos
Exerccios excessivos Ter rgida rotina diria
Tdio- confinamento excessivo (surge at gastrite e
lcera)
Diariamente, soltar ou, no mnimo, passear puxado
Cocho dgua sujo, com detritos de rao fermentada. Lavar
diariamente
Verminose Vermifugar periodicamente
Capim duro, seco, s vezes triturado em mquina:
clica por compactao
Fornecer capim verde e macio
Aerofagia Diminuir confinamento
Troca sbita de marca de rao Faz-lo progressivamente no perodo de
uma semana
Tomar muita gua aps esforo fsico Dar moderadamente
Mudana abrupta de clima quente para frio -
contraes musculares
Proteger o cavalo estabulado
-
27
Doenas comuns e ferimentos
Babesia- nutaliose ou piraplasmose a malaria dos cavalos,
transmitida por minsculos carrapatos do capim (micuim).
AIE (vrus) Anemia Infecciosa Equina, contagiosa pelo sangue
(moscas hematfagas, espora, rascadeira, ferradores). O controle
sanitrio obrigatrio com exames laboratoriais a
cada dois meses ou seis meses para locais controlados pela
Defesa Sanitria.
Mormo- contagioso aos humanos. Exame laboratorial obrigatrio a
cada dois meses nos animais de esporte.
Laminite ou aguamento- inflamao nos cascos, consequncia de
esforos inadequados ou outras doenas. Roda a 3 falange e
normalmente inutiliza o animal.
Tendinite - leso nos tendes das canelas por exerccio inadequado.
Necessita tratamento e repouso prolongado.
Gripe - d febre e corrimento nasal.
Coceira - cauda arrepiada por micose ou verminose. Fungos
sobrevivem at 12 meses.
Intoxicao- por rao, etc.
Alergia- choque anafiltico de origens diversas.
Cornagem- roncos nas vias respiratrias. Causas: falta de
exerccios, hereditrio, enfisema pulmonar, cardaco.
Encefalomalacia- por rao contaminada.
Problemas dorsais- excesso de carga, esforos inadequados
etc.
Machucados- no garrote dos mais comuns, por arreamento
defeituoso ou mal colocado.
Outras: estafa, luxaes, entorses, fraturas, insolao, intermao,
hermorragia, bicheiras, estrepadas, leptospirose, picadas, etc.
Tendinite
-
28
Nutrio
A alimentao composta de volumoso e concentrado. O volumoso, seu
principal
alimento, pois, sendo herbvoro, necessita de fibras existentes
na alfafa, feno, capim. A
quantidade calculada em, no mnimo, 1% do peso do animal.
Ministrar o volumoso 1 a 2
vezes por dia e mais noite.
O concentrado das raes comerciais (pelets) ou gros de aveia ou
milho, tambm na
base de 1% do peso. Cada rao sempre inferior a 3kg.
O cavalo predisposto a comer 16 horas por dia. Devemos organizar
uma tabela com
horrios rgidos de alimentao e atividades, respeitando sempre o
intervalo de uma hora
entre trabalho e rao.
Como suplementos, fornecer sal (40gr/dia), sal mineral,
complexos vitamnicos, etc.
gua, fornecer a vontade e sempre limpa.
Exemplo de tabela de rao, submetendo orientao de um
veterinrio:
Vcios
Os vcios acontecem por tdio, confinamento, ansiedade,
insatisfao. No campo, aos
cavalos vivem em manadas e os vcios no existem. As correes
muitas vezes so paliativas.
Aerofagia - engolir ar. H desgaste dos dentes por apoi-los em
diversos locais, dilata
o abdome, h propenso clicas. Ajuda a melhorar o uso de coleira,
biqueira, cirurgia
especfica.
Coprofagia comer estrume. Vermifugar mais seguido, pois o animal
se auto contamina. Combate-se proporcionando mais volumoso,
colocando creolina no estrume novo,
usando colar de madeira, etc.
Morder ou empinar- a correo deve ser instantnea (menos de 5) ou
perde a finalidade. Corrigir com tapa ou jatinho dgua.
Escoicear castigar e, se for na baia, colocar pneus na parede.
Comer cama- o uso de rao no cho agrava o problema. Colocar creolina
na cama e
no esquecer o sal mineral.
Roedor- de madeira ou crina. Colocar arame sobre a madeira e
manter limpos outros
animais, sem suor seco na cauda. Dar mais volumoso.
Hora Alimentao
05:00hs 2 kg concentrado
TRABALHO
11:30hs 2 kg concentrado
12:00hs 2 kg feno
TRABALHO
17:00hs 2 kg concentrado
20:00hs 4 kg feno ou 8kg de verdejo
-
29
Voracidade- Comer muito rpido. Colocar pedra grande no coxo,
usar manjedoura
funda, etc.
Tique de urso ou cavalo maestro- balana-se constantemente. Falta
de exerccio e excesso de confinamento.
Pelagens (cromotricologia)
Pelagens so pelos que cobrem o corpo do animal. Possuem cor e
nomes diversos conforme a
regio e raa do cavalo. Na cabea, membros e cascos existem sinais
que recebem registros
especficos.
As pelagens mais comuns e abrangentes a todas as raas e regies
do pas so:
Alazo- corpo avermelhado (tostado ou claro) e no tem plos
pretos;
Baio- amarelado com terminais, crina, cauda e membros pretos
(caf com leite). Quando os terminais so claros dito Palomino;
Branco- adquire esta cor com a idade avanada, aps ter sido
tordilho. Nascem escuros, com terminais pretos;
Castanho- corpo vermelho escuro ou s escuro, com terminais
pretos;
Mouro corpo preto com pintas brancas. Cabea e extremidades
pretas;
Rosilho-corpo avermelhado com pintas brancas;
Tobiano ou pampa- fundo branco com malhas irregulares
avermelhadas ou pretas. Registrados como raa em 1993 e obtidos no
cruzamento de mangalarga com andaluz.
Vermelho- vermelho forte, tipo pinho, extremidades pretas ou
no;
A raa PSI (Puro Sangue Ingls) - possui s seis pelagens,
consideradas bsicas: alazo, branco, castanho, preto, tordilho e
vermelho.
Raas
A quantidade de raas muito grande, obtidas por cruzamentos com
objetivos da atividade
especfica do cavalo.
So consideradas raas de sangue quente: puro-sangue ingls, rabe,
quarto de milha. Sangue
frio so os animais pesados, ossos grossos, peludos e
temperamento mais linftico: o shire, percheron,
normando, breto, etc. Sangue morno obtido pelo cruzamento do
quente e frio: brasileiro de
hipismo(BH),mangalarga, lusitano, crioulo,etc.
-
30
O CAVALO COMO AGENTE CINESIOTERAPUTICO
ESTUDO DA MECNICA DA ANDADURA DO CAVALO E SUA APLICAO NA
REABILITAO DE PESSOAS COM DE DEFICINCIAS E/OU NECESSIDADES
ESPECIAIS
Por que o cavalo? - Um animal que j existe na terra h
aproximadamente vinte
milhes de anos? Por vrios motivos:
Motivos Histricos: J faz parte do inconsciente coletivo da
humanidade este animal atvico que vem acompanhando o homem em toda
a sua evoluo. O
cavalo que tem carregado o homem sobre o seu dorso na formao
histrica de
quase todos os pases.
Motivos Psicolgicos: A sensao de fora e poder est
indissoluvelmente ligada ao cavalo. Ao longo dos milnios, foi
montado no cavalo que o homem
conquistou e dominou seus adversrios.
Motivos Fsicos: Aqui nos deteremos e estudaremos em detalhes,
analisando os diversos movimentos produzidos pelo cavalo, e sua
atuao sobre o cavaleiro
(praticante).
AS ANDADURAS NATURAIS DO CAVALO
So aquelas que o cavalo executa instintivamente: o passo, o
trote e o galope.
a) O Passo:
uma andadura simtrica, rolada ou marchada, basculante, a quatro
tempos, na
qual os membros se elevam e pousam sucessivamente, sempre na
mesma ordem, fazendo-se
ouvir quatro batidas distintas.
simtrica porque as variaes da coluna vertebral em relao ao
eixo
longitudinal do cavalo so simtricas; rolada, porque no existe
tempo de suspenso, isto ,
sempre existem membros em apoio; basculante em consequncia dos
movimentos do pescoo
e a quatro tempos porque, desde o elevar at o pousar de um
determinado membro, ouvem-se
quatro batidas distintas.
Ao iniciar o passo, um dos membros anteriores, em geral, se
eleva primeiro. Se
o AD (Anterior Direito) que inicia a marcha, o membro seguinte a
se elevar ser o PE
(Posterior Esquerdo), depois o AE (Anterior Esquerdo) e
finalmente PD (Posterior Direito).
Os membros pousam na mesma ordem de elevao.
-
31
O cavalo deslocando-se ao passo, as marcas dos posteriores sobre
o solo podem
ficar aqum das marcas dos anteriores correspondentes, no mesmo
lugar ou ultrapass-las.
No primeiro caso diremos que o cavalo antepista, no segundo
sobrepista, e no
terceiro transpista.
O passo a andadura mais favorvel ao estabelecimento da
linguagem
convencional entre o cavalo e o cavaleiro, permitindo a este
permanecer em ntima ligao
com sua montada e, portanto, em condies de dar s suas indicaes o
mximo de preciso.
Acrescente-se tambm que nesta andadura o sistema nervoso do
cavalo est pouco
excitado e o sistema muscular fracamente tenso, conservando-se,
deste modo, o cavalo em
bom estado de receptividade.
Definies do Passo
Distingue-se o passo-mdio, o passo-reunido, o passo-alongado e o
passo-livre.
O passo-mdio um passo franco, regular e cadenciado, sem por isso
ser levado ao mximo de sua extenso. O cavalo se desloca com ritmo,
porm com calma,
em um passo igual e decidido, marcando nitidamente as quatro
batidas,
igualmente espaadas e bem distintas. O cavaleiro mantm contato
suave e
constante com a boca do seu cavalo, por intermdio das rdeas.
Ao passo-reunido, o cavalo se desloca resolutamente para a
frente permanecendo no "posto da mo". Seu pescoo se eleva e se
arredonda. Sua
cabea toma posio que se aproxima da vertical. Sua boca est em
contato
suave com as rdeas tensas. Seus membros posteriores se engajam
pela ao das
ancas. A andadura do cavalo permanece "marchada", vigorosa, com
uma
sucesso regular do pousar dos membros. Cada batida cobre menos
terreno que
no passo mdio. Ela mais elevada pelo fato de cada articulao se
flexionar
mais. Os membros posteriores pousam atrs das marcas dos membros
anteriores.
A mobilidade maior. Necessariamente, o reunido mais curto que o
passo
mdio, sob pena de cair num passo precipitado e irregular.
Ao passo-alongado, o cavalo cobre o mximo do terreno possvel sem
precipitao e sem alterar a regularidade de suas batidas. Os
posteriores
ultrapassam nitidamente as marcas dos anteriores. O cavalo deixa
o pescoo se
alongar e a cabea se colocar frente da vertical, sem entretanto
perder o contato
com as rdeas.
O passo-livre uma andadura de repouso na qual o alongamento das
rdeas,
-
32
inteiramente distendidas, deixa ao cavalo a completa
disponibilidade de seu
pescoo.
b) O Trote:
O trote uma andadura simtrica, saltada, fixada, a dois tempos,
na qual os
membros de cada bpede diagonal se elevam e pousam
simultaneamente, com um tempo de
suspenso entre o pousar de cada bpede diagonal.
simtrica porque os movimentos da coluna vertebral em relao ao
eixo
longitudinal do cavalo so simtricos; fixada porque os movimentos
do pescoo so quase
imperceptveis; a dois tempos porque entre o elevar de um bpede
diagonal at seu retorno ao
solo (inclusive) ouvem-se duas batidas.
Os movimentos dos membros so simtricos. Os movimentos do pescoo
so
bastante limitados. uma andadura onde o cavalo conserva uma
atitude de conjunto quase
constante. E uma andadura que mantm constantemente o cavaleiro
informado sobre a forma
e o grau de sustentao adquirido pelo seu "aluno". Alm disso,
permite uma interveno
mais rpida no sentido de restabelecer aquela sustentao, porque,
nesta andadura, as reaes
que apresentam so pouco variveis e persistentes em suas
manifestaes.
Definies do Trote
Distingue-se o trote-mdio, o trote-reunido e o
trote-alongado.
O trote-mdio uma andadura intermediria entre o trote reunido e o
trote alongado. O cavalo se desloca para a frente, francamente, sem
se atravessar,
engaja suas ancas que permanecem muito ativas, tensiona
suavemente as
rdeas em uma atitude equilibrada e desembaraada. Seus lances
devem ser
to iguais quanto possvel, os ps posteriores seguindo exatamente
os
anteriores. Por sua expresso enrgica e impulsiva, mostra
claramente o
grau de flexibilidade e de equilbrio atingidos.
No trote-reunido, o pescoo, ao se elevar, permite s espduas se
moverem com maior liberdade em todas as direes. Os jarretes
avanam
sob a massa, conservando, apesar de uma velocidade reduzida, a
energia da
impulso. O cavalo d lances mais curtos, porm ele mais mvel e
mais
leve.
No trote-alongado o cavalo cobre o mximo do terreno possvel. Ele
amplia sua ao sem sair da mo e sem procurar um ponto de apoio sobre
o
bocado. O pescoo se alonga, as espduas, energicamente
impulsionadas
pelas ancas, ganham terreno para a frente, sem ganhar
sensivelmente maior
altura.
-
33
c) O Galope
O galope uma andadura assimtrica, saltada, muito basculada, a
trs tempos.
assimtrica porque os movimentos da coluna vertebral em relao ao
eixo
longitudinal do cavalo no so simtricos; saltada porque existe um
tempo de suspenso;
muito basculada em razo dos amplos movimentos do pescoo; a trs
tempos porque entre o
elevar de um membro ou membros associados, at seu retorno ao
solo ouvem-se trs batidas.
Os trs tempos do galope so descritos do seguinte modo,
supondo-se o cavalo
galopando no p direito:
- 1 tempo - pousar do posterior esquerdo
- 2 tempo - pousar da diagonal esquerda
- 3 tempo - pousar do anterior direito.
Definies do Galope
Distingue-se o galope-mdio, o galope-reunido e o
galope-alongado.
O galope-mdio uma andadura intermediria entre o galope reunido e
o galope alongado. O cavalo perfeitamente direito, da cabea cauda,
marcha
livremente em seu equilbrio natural. Os lances so longos, iguais
e a
andadura bem cadenciada. As ancas desenvolvem uma impulso
crescente.
No galope-reunido, as espduas, bem soltas, so livres e mveis, as
ancas so ativas e vibrantes. A mobilidade do cavalo aumenta sem que
a impulso
diminua.
No galope-alongado, o pescoo se estende, a ponta do focinho se
coloca mais ou menos para a frente. O cavalo aumenta a amplitude
dos seus lances,
sem, todavia, os acelerar e sem nada perder de sua calma e de
sua leveza.
Nas andaduras do cavalo devemos considerar os membros em apoio,
os membros em
elevao e os tempos de suspenso.
Assim, diz-se que um membro est em apoio quando repousa no solo;
estar em
elevao em caso contrrio e haver suspenso quando no houver nenhum
membro em
apoio.
Galope mo direita Galope mo esquerda
-
34
MOVIMENTO TRIDIMENSIONAL
Finalmente a caracterstica mais importante para a equoterapia o
resultado que o
passo produz no cavalo e transmite ao cavaleiro, uma srie de
movimentos seqenciados e
simultneos, que tm como resultante um movimento tridimensional,
que se traduz, no
plano vertical, em um movimento para cima e para baixo; no plano
horizontal, em um
movimento para a direita e para a esquerda, segundo o eixo
transversal do cavalo; e um
movimento para a frente e para trs, segundo o seu eixo
longitudinal. Este movimento
completado com pequena toro da bacia do cavaleiro que provocada
pelas inflexes
laterais do dorso do animal.
Para melhor compreendermos esse movimento, faremos uma anlise de
como ele
produzido em cada plano, separadamente.
A mecnica do movimento natural do cavalo, aquele movimento que
lhe instintivo
quando andando solto, em liberdade, faz com que ele desloque os
seus quatro membros
sempre na mesma seqncia (Fig. 01).
Se considerarmos o animal parado, e iniciando o seu deslocamento
pelo anterior
direito (AD), o membro seguinte a se deslocar ser o posterior
esquerdo (PE). Este ser
seguido pelo deslocamento do anterior esquerdo (AE), e logo aps
do posterior direito (PD)
para, finalmente, chegar ao anterior direito, novamente, e assim
iniciar um novo passo em seu
deslocamento. Esta sequncia sempre a mesma, no sofre mudanas sem
que haja alguma
interferncia externa, seja por parte do cavaleiro ou de alguma
outra influncia.
Para melhor estudarmos os movimentos do cavalo, analisamos a sua
disposio em
funo dos membros que esto em apoio no solo, e seu deslocamento.
Assim, quando o apoio
estiver sobre dois membros do mesmo lado, denominamos de base
lateral (direita ou
esquerda). Quando este apoio estiver sobre um membro de cada
lado do animal,
denominamos de base diagonal. Neste caso, sempre um anterior de
um lado e um posterior
do outro lado. A diagonal leva o nome do anterior que a compe
(direito ou esquerdo).
Quando o apoio for sobre trs membros denominamos de base
tripedal ou tripodal.
Fig. 01
-
35
Fig. 02
Fig. 03
PLANO VERTICAL
Como o movimento se produz no Plano Vertical
Verificando a gravura, faamos uma anlise do movimento da garupa
do animal.
Enquanto um posterior est se distendendo para impulsionar o
animal para a frente, o outro
est se deslocando para a frente, para sustent-lo. Quando os
posteriores esto nessa posio,
o vrtice do ngulo por eles formado, que a garupa do animal, est
em seu ponto mais baixo.
Com a continuidade do movimento, o posterior que est frente se
distende e, durante esta
distenso, eleva a garupa ao transp-la sobre o seu ponto de
apoio, indo novamente deposit-
la frente, numa posio mais baixa. Este deslocamento da ordem de
cinco a seis
centmetros e se produz durante o movimento de cada um dos
posteriores. Quanto mais para
baixo do corpo o cavalo coloca o seu posterior, maior a abertura
dos raios da roda figurada e
maior o abaixamento da garupa, aumentando e acentuando o
movimento vertical.
Considerando que um passo completo do cavalo corresponde ao
deslocamento de seus quatro
membros, portanto engajamento e distenso de cada um de seus
posteriores, teremos, em um
nico passo do animal, dois movimentos completos de elevao e
abaixamento do corpo do
cavalo. Analisando o diagrama das diversas bases de apoio do
passo, vemos que o ponto de
maior elevao, corresponde a uma base diagonal e o ponto de maior
abaixamento
corresponde a uma base lateral (Fig. 03).
-
36
Fig. 04
PLANO HORIZONTAL
Componente Transversal do movimento tridimensional do cavalo, no
Plano Horizontal
Este movimento produzido pelas ondulaes horizontais da coluna
vertebral do
cavalo, que se estende desde a sua nuca at a extremidade da sua
cauda (Fig. 04). Estas
ondulaes so produzidas e executadas de maneira simtrica em relao
ao eixo longitudinal
do animal. O grau de flexibilidade do cavalo tem influncia
direta sobre a sua andadura.
Quanto maior for a flexibilidade da coluna, maior ser a
amplitude de seus movimentos, e
mais suave ser a sua andadura. Inversamente, quanto menor for o
grau de flexibilidade da
coluna, menor ser a amplitude de seus movimentos e mais rgida
ser a sua andadura.
Quanto maior for a amplitude do movimento maior ser o passo do
cavalo e em consequncia,
maior ser o deslocamento lateral do seu ventre.
Durante o deslocamento do cavalo, ele movimenta seus membros de
forma alternada.
Quando um membro avana o outro atrasa. Na sequncia do movimento,
seus quatro
membros variam de posio passando sucessivamente pelas diversas
bases de apoio.
Ao iniciar o movimento, o cavalo avana um de seus posteriores,
enquanto o outro se
distende deslocando o seu corpo para a frente. Esta posio faz
com que a anca do lado do
posterior, que avana, tambm avance e a anca oposta recue. A
linha que une as duas ancas
acompanha este deslocamento e sofre um movimento de toro,
deslocando a coluna para o
lado do posterior que ficou para trs (Fig. 05). Para compensar
este deslocamento e poder se
movimentar para a frente, o cavalo executa uma inflexo para o
lado contrrio com seu
pescoo, mantendo a parte da coluna que fica sobre suas espduas
(anteriores), solidria com
a garupa. Isto provoca uma inflexo da coluna, tornando-a um arco
em torno do posterior que
est para a frente e desloca o ventre do cavalo para o lado
oposto. Notamos que o ponto
mximo deste deslocamento acontece quando o cavalo se encontra
sobre uma base lateral
(Fig. 06). Na continuidade do movimento, enquanto o membro que
avana passa a se
distender e o que estava distendido avana para escorar o corpo
do cavalo, estas inflexes vo
se invertendo. Existe um momento em que a coluna se endireita,
que coincide com a base
diagonal (Fig. 07). No final do movimento temos as inflexes em
posio contrria e o ventre
do cavalo em posio oposta inicial (Fig. 08).
Fig. 5