ENERGIA METABOLIZÁVEL DE ALIMENTOS E QUALIDADE DE OVOS E CARNE DE CODORNAS JAPONESAS ALIMENTADAS COM RAÇÕES CONTENDO COLORÍFICO DO URUCUM E NIACINA SUPLEMENTAR NEWTON TAVARES ESCOCARD DE OLIVEIRA Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção do título de Doutor em Produção Animal Orientador: Prof. José Brandão Fonseca CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ AGOSTO – 2004
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ENERGIA METABOLIZÁVEL DE ALIMENTOS E QUALIDADE … · energia metabolizÁvel de alimentos e qualidade de ovos e carne de codornas japonesas alimentadas com raÇÕes contendo colorÍfico
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ENERGIA METABOLIZÁVEL DE ALIMENTOS E QUALIDADE DE OVOS E CARNE DE CODORNAS JAPONESAS ALIMENTADAS COM
RAÇÕES CONTENDO COLORÍFICO DO URUCUM E NIACINA SUPLEMENTAR
NEWTON TAVARES ESCOCARD DE OLIVEIRA
Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção do título de Doutor em Produção Animal
Orientador: Prof. José Brandão Fonseca
CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ AGOSTO – 2004
ENERGIA METABOLIZÁVEL DE ALIMENTOS E QUALIDADE DE OVOS E CARNE DE CODORNAS JAPONESAS ALIMENTADAS COM
RAÇÕES CONTENDO COLORÍFICO DO URUCUM E NIACINA SUPLEMENTAR
NEWTON TAVARES ESCOCARD DE OLIVEIRA
Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção do título de Doutor em Produção Animal
Aprovada em 19 de agosto de 2004
Comissão Examinadora:
___________________________________________________________________ Prof. Rita da Trindade Nobre Soares (Doutor, Nutrição de Monogástricos) - UENF
___________________________________________________________________ Prof. Karla Silva Ferreira (Doutor, Tecnologia de Alimentos) - UENF
___________________________________________________________________ Prof. Augusto Vidal da Costa Gomes (Doutor, Nutrição Animal) - UFRRJ
___________________________________________________________________ Prof. José Brandão Fonseca (PhD, Nutrição de Monogástricos) - UENF
(Orientador)
ii
“Ao meu pai, Antônio, e à minha querida irmã, Marta, ambos ao lado do
Criador, dedico esta vitória. Deus os abençoe”.
iii
AGRADECIMENTOS
Ao meu Deus e a meus amigos espirituais, pela presença fiel e constante em
todos os momentos da minha existência.
`A minha esposa, Cláudia, pela afinidade espiritual, dedicação, carinho,
paciência, companheirismo, entre muitas outras qualidades.
Aos meus filhos, Natália e Vítor, por serem os grandes amores da minha
vida.
À minha mãe, Rosita, pelo referencial e bem-querer.
Ao meu pai, Antônio, e minha irmã, Marta, falecidos recentemente, pela
certeza de que estivemos, estamos e estaremos sempre juntos.
Ao meu querido sobrinho, Wágner, pela sua luz interior.
Ao meu orientador, José Brandão Fonseca, pela confiança, respeito e
amizade.
`A professora Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares, pela preciosa
orientação, atenção, simplicidade e apoio.
À professora Karla Silva Ferreira, pela participação constante na minha vida
acadêmica, amizade e apoio.
iv
Aos demais amigos do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias e a
todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste
trabalho, pelo prazer da convivência nesta caminhada.
`A Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), pela concessão de
bolsa de estudo.
v
BIOGRAFIA
NEWTON TAVARES ESCOCARD DE OLIVEIRA, filho de Antônio Escocard
de Oliveira e Rosita Tavares Escocard de Oliveira, nasceu em 26 de janeiro de 1966,
na cidade de Campos dos Goytacazes – RJ.
Cursou Zootecnia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro no
período de 1993 a 1997.
Em agosto de 1998, foi admitido no Curso de Pós-Graduação em Produção
Animal, Mestrado, Nutrição Animal, da Universidade Estadual do Norte Fluminense
(UENF), em Campos dos Goytacazes – RJ, submetendo-se à defesa de dissertação
para conclusão do curso em agosto de 2000.
Em agosto de 2000, ingressou no Curso de Pós-Graduação em Produção
Animal, Doutorado, Nutrição Animal, da Universidade Estadual do Norte Fluminense
(UENF), em Campos dos Goytacazes – RJ, submetendo-se à defesa de tese para
OLIVEIRA, Newton Tavares Escocard de, D.S., Universidade Estadual do Norte Fluminense; Agosto/2004; Energia metabolizável de alimentos e qualidade de ovos e carne de codornas japonesas alimentadas com rações contendo colorífico do urucum e niacina suplementar; Professor orientador: José Brandão Fonseca; Professor conselheiro: Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares.
Esta pesquisa objetivou determinar a energia metabolizável aparente e a
energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio de sete
alimentos para codornas japonesas (Coturnix japonica); avaliar a pigmentação de
gemas de ovos de codornas japonesas por meio da inclusão de diferentes níveis de
colorífico nas rações e mensurar o teor de triglicerídeos e lipoproteínas de densidade
muito baixa no sangue, e os níveis de gordura na carne de peito e coxa + sobrecoxa
e na carcaça de codornas japonesas por meio da inclusão de colorífico e niacina
suplementar nas rações. No experimento sobre digestibilidade de alimentos,
utilizaram-se 280 codornas fêmeas com idade inicial de vinte e seis dias, em
delineamento experimental inteiramente casualizado, com cinco repetições e sete
codornas por unidade experimental. Os tratamentos consistiram de sete rações
experimentais e uma ração referência. Cada ração experimental foi constituída, na
xi
base da matéria natural, por 70 % da ração referência e 30 % do alimento, à
exceção da ração contendo óleo de soja degomado, que foi testado com 10 % de
inclusão e 90 % da ração referência. Os respectivos valores de energia
metabolizável aparente e energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de
nitrogênio (kcal por kg de matéria natural) do milho moído, colorífico, quirera de
arroz, óleo de soja degomado, farelo de soja, semente de linhaça e casca + polpa de
abacaxi foram iguais a 3.124 e 3.122; 3.152 e 3.102; 2.980 e 2.947; 8.065 e 7.940;
2.633 e 2.651; 2.477 e 2.492 e 1.323 e 1.274. No experimento sobre pigmentação
de gemas, foram utilizadas 240 codornas fêmeas, em delineamento experimental de
blocos inteiramente casualizados, com oito tratamentos, cinco repetições e seis
codornas por unidade experimental. Os tratamentos foram constituídos por oito
rações experimentais oriundas da combinação de quatro níveis de colorífico na
ração (0, 1,5, 3,0 e 4,5 %) x duas fontes energéticas (milho e quirera de arroz). Nos
dias 7, 14, 21 e 28 do experimento, os resultados estimados de máxima coloração
de gemas ocorreram com o uso de 3,15; 2,91; 2,97 e 2,77 % de colorífico nas
rações, respectivamente. Codornas alimentadas com rações à base de milho
apresentaram gemas mais pigmentadas do que as gemas de ovos de codornas que
receberam rações à base de quirera de arroz. No experimento sobre mensuração da
gordura da carne, utilizaram-se 240 codornas machos, em delineamento
experimental inteiramente casualizado, com quatro tratamentos, cinco repetições e
doze codornas por unidade experimental. Os tratamentos consistiram de uma ração
referência à base de milho e farelo de soja, sem inclusão de colorífico (COL) e de
niacina suplementar (NS), e de outras três rações, uma com 4,5 % de COL, outra
com 0,08 % de NS e outra com 4,5 % de COL e 0,08 % de NS. Não houve efeito de
tratamento nos níveis de triglicerídeos e lipoproteínas de densidade muito baixa no
sangue e nos teores de gordura na carne de coxa + sobrecoxa e carcaça das
codornas. No 49° dia de idade, as codornas que receberam rações com 0,08 % de
NS tiveram 1,50 % de gordura na carne de peito, sendo esse nível superior (P≤0,05)
a 0,85 %, apresentado por codornas alimentadas com a ração referência. O uso do
COL e da NS não reduziram os níveis de gordura no sangue, carne e carcaça de
codornas japonesas machos.
Palavras-chave: codorna japonesa, colorífico, gordura, niacina suplementar, energia
metabolizável, pigmentação de gema de ovo
xii
ABSTRACT
OLIVEIRA, Newton Tavares Escocard de, D.S., Universidade Estadual do Norte Fluminense; August/2004; Metabolizable food energy, egg and meat quality of japanese quails fed on spice and supplementary niacin in the rations; Adviser: José Brandão Fonseca; Committee Member: Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares.
This research aimed at determining the apparent metabolizable energy and
apparent metabolizable energy corrected for nitrogen balance in seven foodstuffs for
japanese quails (Coturnix japonica); evaluating the egg yolk colour grade of japanese
quails by means of addition of different levels of spice to the rations and measuring
triglyceride contents, very low-density lipoprotein levels in plasma, and fat levels in
breast, drumstick and thigh meat, as well as on carcass of japanese quails by means
of addition of spice and supplementary niacin to the rations. In the experiment of food
digestibility, two hundred and eighty female quails, twenty-six days of age were used
in a completely randomized design, with five replicates and seven quails per
experimental unit. The treatments have consisted of seven experimental rations and
one reference ration. Each experimental ration was constituted, as fed basis, for 70
% of the reference ration and 30 % of food, save the ration that contained soy oil
without phospholipid, that was tested for 10 % of addition and 90 % of the reference
xiii
ration. The respective values of apparent metabolizable energy and apparent
metabolizable energy corrected for nitrogen (kcal/kg of fed basis) to ground corn,
Na síntese de glicerol 3-fosfato (substrato para síntese de triglicerídeos): Diidroxiacetona fosfato (da glicólise) + NADH + H+ ↔ L-glicerol 3-fosfato + NAD+
(glicerol fosfato desidrogenase). Na síntese de mevalonato (substrato para síntese de carotenóides): 3-hidroxi-3-metilglutaril-CoA + 2NADPH + 2H+ ↔ mevalonato + CoA + 2NADP+
(hidroximetil glutaril-CoA redutase). Na dessaturação de ácidos graxos:
SILVA, J.F., LEÃO, M.A. (2000) Efeitos de bixina sobre o metabolismo lipídico. In:
Anais da 23a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, Poços de
Caldas - MG: SBQ, QB-017.
SOUZA, E.M. (2000) Melhoramento do frango de corte. In: Anais do Simpósio da
XXXVII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia. Viçosa - MG: SBZ,
p.1-8.
28
TOCCHINI, L., MERCADANTE, A.Z. (2001) Extração e determinação, por CLAE, de
bixina e norbixina em coloríficos. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 21 (3):310-
313.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (1997) SAEG - Sistema de análises
estatísticas e genéticas: Versão 7.1. Viçosa - MG: UFV, 150p.
VOHRA, P. (1971) A review of the nutrition of Japanese quail. World's Poultry
Science Journal, 27 (1)26-34.
YALÇIN, S., OGUZ, I., OTLES, S. (1995) Carcase characteristics of quail (Coturnix
coturnix japonica) slaughtered at different ages. British Poultry Science, 36
(3):393-399.
WILSON, H.R., DOUGLAS, C.R., NESBETH, W.G. (1977) Feed consumption and
protein efficiency by bobwhite quail in response to dietary energy levels. Poultry
Science, 56:1127-1129.
WHO (2000) Safety evaluation of certain food additives and contaminants: Evaluation
of national assessments of intake of annatto extracts (bixin). WHO Food Additive
Series, 44:485-492.
29
4. TRABALHOS
Os trabalhos a seguir foram elaborados segundo as normas da Revista
Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia:
DETERMINAÇÃO DA ENERGIA METABOLIZÁVEL DE ALGUNS ALIMENTOS TESTADOS EM CODORNAS JAPONESAS FÊMEAS1
NEWTON TAVARES ESCOCARD DE OLIVEIRA2, JOSÉ BRANDÃO FONSECA3, RITA DA
TRINDADE RIBEIRO NOBRE SOARES3, CLÁUDIO TEIXEIRA LOMBARDI4, MARIA BEATRIZ MERCADANTE4
1 Parte da tese de doutorado que será apresentada à Universidade Estadual do Norte Fluminense pelo primeiro autor. 2 Estudante de doutorado do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias - Universidade Estadual do Norte Fluminense. Av. Alberto Lamego, 2000 - Campos dos Goytacazes - RJ CEP: 28015 - 620. 3 Docentes do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias - Universidade Estadual do Norte Fluminense. Av. Alberto Lamego, 2000 - Campos dos Goytacazes - RJ CEP: 28015 - 620. 4 Técnicos de Nível Superior do Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias - Universidade Estadual do Norte Fluminense. Av. Alberto Lamego, 2000 - Campos dos Goytacazes - RJ CEP: 28015 - 620.
PIGMENTAÇÃO DE GEMAS DE OVOS DE CODORNAS JAPONESAS
ALIMENTADAS COM RAÇÕES CONTENDO COLORÍFICO1
NEWTON TAVARES ESCOCARD DE OLIVEIRA2, JOSÉ BRANDÃO FONSECA3, RITA DA TRINDADE RIBEIRO NOBRE SOARES3, KARLA SILVA FERREIRA3
1 Parte da tese de doutorado que será apresentada à Universidade Estadual do Norte Fluminense pelo primeiro autor. 2 Estudante de doutorado do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias - Universidade Estadual do Norte Fluminense. Av. Alberto Lamego, 2000 - Campos dos Goytacazes - RJ CEP: 28015 - 620. 3 Docentes do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias - Universidade Estadual do Norte Fluminense. Av. Alberto Lamego, 2000 - Campos dos Goytacazes - RJ CEP: 28015 - 620.
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COLORÍFICO E NIACINA SUPLEMENTAR EM RAÇÕES DE CODORNAS JAPONESAS MACHOS: TRIGLICERÍDEOS SANGÜÍNEOS E COMPOSIÇÃO
QUÍMICA DA CARNE E CARCAÇA1
NEWTON TAVARES ESCOCARD DE OLIVEIRA2, JOSÉ BRANDÃO FONSECA3, RITA DA TRINDADE RIBEIRO NOBRE SOARES3, KARLA SILVA FERREIRA3
1 Parte da tese de doutorado que será apresentada à Universidade Estadual do Norte Fluminense pelo primeiro autor. 2 Estudante de doutorado do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias - Universidade Estadual do Norte Fluminense. Av. Alberto Lamego, 2000 - Campos dos Goytacazes - RJ CEP: 28015 - 620. 3 Docentes do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias - Universidade Estadual do Norte Fluminense. Av. Alberto Lamego, 2000 - Campos dos Goytacazes - RJ CEP: 28015 - 620.
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DETERMINAÇÃO DA ENERGIA METABOLIZÁVEL DE ALGUNS ALIMENTOS TESTADOS EM CODORNAS JAPONESAS FÊMEAS
RESUMO
Foram determinados os valores de energia metabolizável aparente (EMA),
energia metabolizável aparente corrigida por retenção de nitrogênio (EMAn) e
matéria seca metabolizável aparente (MSMA) de sete alimentos testados em rações
para codornas japonesas. Utilizaram-se 280 codornas japonesas (Coturnix japonica)
fêmeas com idade inicial de vinte e seis dias, em delineamento experimental
inteiramente casualizado, com cinco repetições e sete codornas por unidade
experimental. Os tratamentos consistiram de sete rações experimentais e uma ração
referência. Cada ração experimental foi constituída, na base da matéria natural, por
70 % da ração referência e 30 % do alimento a ser testado, à exceção da ração
contendo óleo de soja degomado, que foi testado, na base da matéria natural, com
10 % de inclusão e 90 % da ração referência. O ensaio biológico foi conduzido em
gaiolas de arame galvanizado distribuídas em baterias de madeira. Os respectivos
valores de EMA e EMAn (kcal por kg de matéria natural) e MSMA (%) do milho
moído, colorífico, quirera de arroz, óleo de soja degomado, farelo de soja, semente
de linhaça e casca + polpa de abacaxi foram iguais a 3.124, 3.122 e 82,95; 3.152,
3.102 e 82,30; 2.980, 2.947 e 89,12; 8.065, 7.940 e 72,47; 2.633, 2.651 e 46,29;
2.477, 2.492 e 32,11 e 1.323, 1.274 e 42,11. Os valores de EMAn do milho e do
farelo de soja foram cerca de 7,4 % inferior e 14,6 % superior, respectivamente, aos
encontrados em tabela brasileira de composição de alimentos. Há necessidade de
se realizar outras pesquisas objetivando determinar a energia metabolizável de
alimentos para codornas japonesas.
Palavras-chave: alimento, codorna japonesa, digestibilidade, energia metabolizável,
matéria seca metabolizável aparente
ABSTRACT
The values of the apparent metabolizable energy (AME), apparent
metabolizable energy corrected for nitrogen retention (AMEn) and dry matter
32
apparently metabolizable (DMAM) were determined in seven foodstuffs tested in
japanese quail feedings. Two hundred and eighty japanese female quails (Coturnix
japonica), twenty-six days of age were used in a completely randomized design, with
five replicates and seven quails per experimental unit. The treatments consisted of
seven experimental rations and one reference ration. Each experimental ration was
constituted, as fed basis, for 70 % of the reference ration and 30 % of food that would
be tested, save the ration that contained soy oil without phospholipid, that was
tested, as fed basis, for 10 % of addition and 90 % of the reference ration. The
biological assay was carried out in wired floor cages distributed in wood batteries.
The respective values of AME and AMEn (kcal/kg of fed basis) and DMAM (%) to
Como conseqüência do potencial de produção da codorna japonesa
(Coturnix japonica), tem havido um recente e crescente interesse em pesquisar
aspectos nutricionais desta espécie. Dentre esses aspectos, os estudos sobre
exigências de energia metabolizável (EM) e de determinação da EM de alimentos
têm se destacado. Uma das explicações para tal importância reside no fato de que
as exigências de proteínas, aminoácidos e outros nutrientes são freqüentemente
expressas em função dos níveis de EM da ração, os quais influem ativamente sobre
o consumo de ração e, conseqüentemente, sobre o desempenho das codornas.
Um problema que tem ocorrido com freqüência nos estudos e ensaios com a
codorna japonesa é o uso de valores de EM de alimentos testados com frangos de
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corte ou galinhas poedeiras em formulações de rações para codornas japonesas.
Essa situação não se justifica em razão da existência de diferenças anatômicas,
histológicas e de tamanho e comprimento do trato gastrintestinal entre essas
espécies, além de haver interações entre alimento e trato gastrintestinal, causadas
pelas diferenças de composição química e estrutura física dos alimentos, interferindo
na eficiência dos processos digestivo e absortivo.
O comprometimento do desempenho produtivo de codornas japonesas pode
ser evidenciado quando essas aves consomem rações cujos valores de energia
metabolizável (EM) estão discrepantes das suas exigências energéticas.
A recomendação de se utilizar 2.900 kcal de EM por kg de ração (NRC,
1994), para atendimento das exigências de manutenção e de produção de codornas
japonesas em fase inicial, de crescimento e reprodutiva, tem sido freqüentemente
utilizada como nível energético padrão em pesquisas envolvendo nutrição de
codornas (OLIVEIRA, 2000 e MURAKAMI et al., 1993). Contudo, o uso de valores de
EM de alimentos testados com outras espécies e extrapolados para a formulação de
rações para codornas pode superestimar ou subestimar o conteúdo real de EM das
rações. Assim, as diversas recomendações, feitas por diferentes autores, podem ter
sido baseadas em diferentes conteúdos reais de EM nas rações, causando
desuniformidade nas respostas.
Testando o milho e o farelo de soja em machos de codornas japonesas com
idade de 65 dias, os valores de energia metabolizável aparente (EMA) foram de
3.444 e 2.565 e os de energia metabolizável aparente corrigida por retenção de
nitrogênio (EMAn) foram iguais a 3.429 e 2.593 kcal por kg de matéria natural,
respectivamente (FURLAN et al., 1998b). Por sua vez, ALBINO et al. (1986)
encontraram valores energéticos bem superiores aos reportados por FURLAN et al.
(1998b). Testados em frangos com quarenta e dois dias de idade, o milho moído
proporcionou 3.992 kcal de EMA por kg, 3.909 kcal de EMAn por kg e 82,91 % de
matéria seca metabolizável aparente (MSMA) enquanto o farelo de soja forneceu
2.906 kcal de EMA por kg, 2.852 kcal de EMAn por kg e 42,74 % de MSMA.
De acordo com as tabelas brasileiras, os valores de EMAn e de energia
metabolizável verdadeira corrigida por retenção de nitrogênio (EMVn) do milho em
grão, farelo de soja (45 % de proteína bruta), quirera de arroz, óleo de soja e óleo de
milho são, respectivamente, de 3.371 e 3.450, 2.266 e 2.495, 3.273 e 3.507, 8.790 e
9.200 e 8.886 e 9.250 kcal por kg de matéria natural. Esses valores têm sido
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freqüentemente usados em formulações de rações para codornas, mas foram
obtidos utilizando-se galos, galinhas poedeiras e pintos (ROSTAGNO et al., 2000).
Segundo MURAKAMI (1998), os valores de energia metabolizável (EM) de
alimentos fibrosos, como farelo de trigo e feno de alfafa, testados com codornas
foram superiores aos valores de EM desses alimentos, testados com galinhas. Em
relação ao milho e à banha, os valores de EM obtidos com codornas foram similares
aos de galinhas.
Nesse contexto, torna-se relevante determinar, por meio de ensaio de
digestibilidade, os valores de energia metabolizável aparente e energia
metabolizável aparente corrigida por retenção de nitrogênio de alguns alimentos
utilizados em rações para codornas japonesas em fase de crescimento. Estes
resultados podem proporcionar maior disponibilidade de dados sobre digestibilidade
de alimentos para essa espécie, servindo de fonte de pesquisa para trabalhos
futuros, haja vista que alguns desses alimentos são pouco freqüentes nas tabelas
nutricionais brasileiras.
MATERIAL E MÉTODOS
Local do experimento O experimento foi realizado no Núcleo de Pesquisa do Laboratório de
Zootecnia e Nutrição Animal (LZNA), situado na Escola Técnica Estadual Agrícola
“Antônio Sarlo”, Campus Experimental da Universidade Estadual do Norte
Fluminense (UENF), localizada no município de Campos dos Goytacazes. Distribuição das codornas no delineamento experimental e tratamentos
Foram utilizadas 280 codornas japonesas (Coturnix japonica) fêmeas, em
delineamento experimental inteiramente casualizado, com oito tratamentos, cinco
repetições e sete codornas por unidade experimental. Os tratamentos foram constituídos por oito rações, sendo sete experimentais
e uma ração referência. Cada ração experimental foi constituída, na base da matéria
natural, por 70 % da ração referência e 30 % do alimento a ser testado, à exceção
da ração contendo óleo de soja degomado, que foi testado, na base da matéria
natural, com 10 % de inclusão e 90 % da ração referência. Os alimentos testados
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foram: milho, colorífico, quirera de arroz, óleo de soja degomado, farelo de soja,
semente de linhaça e casca + polpa de abacaxi, oriunda da Fábrica de Sucos Bela
Joana, situada no município de Campos dos Goytacazes - RJ. Alojamento das codornas nas instalações e manejo
As codornas com idade inicial de vinte e seis dias foram alojadas em galpão
contendo duas baterias de madeira, as quais agruparam dez gaiolas metálicas de
quatro divisões internas cada. Cada gaiola mediu 1,00 m de comprimento x 0,34 m
de largura x 0,24 m de altura e abrigou 28 codornas.
As codornas receberam água e ração à vontade, em bebedouros e
comedouros de chapa galvanizada, respectivamente, e ficaram expostas a 24 horas
de luz diária, natural ou artificial, durante todo o período experimental, a fim de
incentivar o consumo das rações.
Análises químicas
Em todas as rações e excretas, realizaram-se análises químicas referentes
aos teores de matéria seca (MS) e nitrogênio (SILVA, 1990), no Laboratório de
Zootecnia e Nutrição Animal (LZNA), do Centro de Ciências e Tecnologias
Agropecuárias (CCTA), da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF).
Os valores de energia bruta (EB) das rações e das excretas foram
quantificados por meio de bomba calorimétrica PARR. Tais análises foram feitas
utilizando-se as instalações e equipamentos do Laboratório de Nutrição Animal e
Pastagens, do Instituto de Zootecnia, da Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro (UFRRJ), situada no Km 47, município de Seropédica - RJ.
Os valores de MS, nitrogênio e EB das rações encontram-se no Quadro 1.
Quadro 1. Valores médios de matéria seca (MS), nitrogênio (N) e energia bruta (EB)
da ração referência (RR) e das rações experimentais (RE)
Tratamentos MS (%) N na MS (%) EB (kcal/kg) RR 87,5 3,75 3.697 RE + Milho 87,0 2,94 3.723 RE + Colorífico 87,7 2,80 3.785 RE + Quirera de Arroz 87,0 2,64 3.637 RE + Óleo de Soja Degomado 88,7 3,32 4.269 RE + Farelo de Soja 87,5 4,91 3.928 RE + Semente de Linhaça 88,7 3,66 4.405 RE + Casca + Polpa de Abacaxi 87,4 2,74 3.670
36
Os valores médios de matéria seca, amostra seca em estufa, nitrogênio e
energia bruta das excretas de codornas japonesas alimentadas com ração referência
e rações experimentais encontram-se apresentados no Quadro 2.
Quadro 2. Valores médios de matéria seca (MS), amostra seca em estufa (ASE),
nitrogênio (N) e energia bruta (EB) das excretas de codornas japonesas alimentadas com ração referência (RR) e rações experimentais (RE)
Tratamentos MS (%) ASE (%)1 N (%)2 EB (kcal/kg)3 RR 30,8 94,1 8,38 3.332 RE + Milho 32,3 94,2 7,88 3.517 RE + Colorífico 25,8 93,3 8,09 3.634 RE + Quirera de Arroz 32,2 93,6 8,15 3.566 RE + Óleo de Soja Degomado 31,1 93,9 8,07 3.452 RE + Farelo de Soja 29,8 94,1 10,56 3.476 RE + Semente de Linhaça 21,7 87,8 6,43 4.099 RE + Casca + Polpa de Abacaxi 25,8 94,3 6,07 3.745 1 - Em estufa a 105 °C; 2 - % na matéria seca; 3 - Na amostra seca ao ar (em estufa a 60 °C).
Os teores de matéria seca e proteína bruta do milho, colorífico, quirera de
arroz, farelo de soja, semente de linhaça e casca + polpa de abacaxi (CPA), e de
extrato etéreo da CPA foram determinados segundo SILVA (1990), no Laboratório
de Zootecnia e Nutrição Animal (LZNA), do Centro de Ciências e Tecnologias
Agropecuárias (CCTA), da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). O
total de substãncias pécticas da CPA foi quantificado segundo McCREADY e
McCOMB (1952), no Laboratório de Tecnologia de Alimentos (LTA), do Centro de
Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), da Universidade Estadual do Norte
Fluminense (UENF). Os valores médios obtidos encontram-se no Quadro 3.
A ração referência, constituída à base de milho e farelo de soja, foi
formulada de acordo com as composições químicas dos ingredientes apresentados
por ROSTAGNO et al. (2000) e adequada às exigências nutricionais para codornas
japonesas do NRC (1994), exceto quanto à exigência protéica. Coleta total e preparação da excreta
As codornas receberam as rações experimentais e a ração referência do 26°
até o 31° dia de idade. Após esse período de adaptação, as excretas de cada
unidade experimental foram coletadas em intervalos de doze horas durante cinco
38
dias consecutivos (31° ao 36° dia de idade) nas bandejas das gaiolas, as quais
foram removidas a cada coleta. Antecedendo ao início do período de coleta das
excretas, as codornas foram submetidas a um jejum alimentar durante
aproximadamente três horas, visando a remover qualquer resíduo alimentar do trato
gastrintestinal, referente à ração fornecida no período de adaptação. O final da
coleta ocorreu após novo jejum alimentar, que teve a finalidade de retirar e coletar
totalmente o conteúdo alimentar relativo ao período experimental propriamente dito
(31° ao 36° dia de idade).
Foram mensurados o consumo de ração e a quantidade de excretas das
codornas alimentadas com ração referência e com rações experimentais, cujos
valores médios encontram-se apresentados no Quadro 5. Atenção especial foi dada
à redução da contaminação das excretas com penas, resíduos de ração e outros.
Quadro 5. Valores médios1 de consumo de ração e quantidade de excretas das
codornas no período de 31 a 36 dias de idade
Tratamentos Consumo de ração (kg) Total de excretas (kg) Ração Referência 0,629 0,565 RE2 + Milho 0,600 0,437 RE + Colorífico 0,547 0,541 RE + Quirera de Arroz 0,616 0,422 RE + Óleo de Soja Degomado 0,558 0,497 RE + Farelo de Soja 0,642 0,728 RE + Semente de Linhaça 0,591 1,026 RE + Casca + Polpa de Abacaxi 0,655 0,878
1 - Obtidos de cinco observações; 2 – Ração Experimental. A cada coleta, as excretas de cada repetição foram acondicionadas em
sacos plásticos, identificadas, pesadas e armazenadas em congelador até o final do
período de coleta, quando foram descongeladas, reunidas por repetição,
homogeneizadas, pesadas e colocadas em estufa de ventilação forçada por 72
horas a 60 °C, onde foi realizada a pré-secagem. A seguir, foram moídas e
armazenadas para análises posteriores, juntamente com amostras das rações
contendo os alimentos a serem testados e da ração referência.
39
Variáveis avaliadas Para cada alimento testado, foram avaliadas a energia metabolizável
aparente (EMA) e a energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de
nitrogênio (EMAn) em kcal por kg de matéria natural e a matéria seca metabolizável
aparente (MSMA) em percentagem.
Os valores de EMA e EMAn (MATTERSON et al., 1965) e de MSMA dos
alimentos (HAN et al., 1976) foram obtidos por meio das seguintes equações:
EMA Ração (kcal/kg MS) = [(MS ingerida (g) x EB Ração) - (MS excretada (g) x EB excretada)] ÷
MS ingerida (g)
EMA Alimento (kcal/kg MS) = EM RR + [(EM RE – EM RR) ÷ PSA RR]
EMAn Ração (kcal/kg MS) = [(MS ingerida (g) x EB Ração) - (MS excretada (g) x EB excretada)]
± 8,22 BN ÷ MS ingerida (g)
BN = (MS ingerida (g) x % N Ração ÷ 100) – (MS excretada (g) x % N Excreta ÷ 100)
EMAn Alimento (kcal/kg MS) = EMAn RR + [(EMAn RE – EMAn RR) ÷ PSA RR]
MSMA Ração (%) = (MS ingerida (g) – MS excretada (g)) ÷ MS ingerida (g) x 100
MS – matéria seca; RR – ração referência; RE – ração experimental; PSA RR –
proporção de substituição do alimento na ração referência; EB – energia bruta; BN –
balanço de nitrogênio; N – nitrogênio.
8,22 = fator que corresponde a 8,22 kcal de energia por grama de nitrogênio retido.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores médios e os desvios-padrão de EMA e EMAn, expressos em kcal
por kg de matéria natural, e de MSMA (%) encontram-se apresentados no Quadro 6.
40
Quadro 6. Valores médios1 de energia metabolizável aparente (EMA), energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio (EMAn) e matéria seca metabolizável aparente (MSMA) dos alimentos testados em codornas japonesas e seus respectivos desvios-padrão1
Alimento EMA2 EMAn2 MSMA (%) Milho 3.124 ± 229,1 3.122 ± 261,5 82,95 ± 7,18 Colorífico 3.152 ± 348,2 3.102 ± 345,2 82,30 ± 8,51 Quirera de Arroz 2.980 ± 123,5 2.947 ± 132,2 89,12 ± 1,56 Óleo de Soja Degomado 8.065 ± 609,3 7.940 ± 684,5 72,47 ± 16,66 Farelo de Soja 2.633 ± 251,8 2.651 ± 266,6 46,29 ± 5,76 Semente de Linhaça 2.477 ± 304,5 2.492 ± 324,0 32,11 ± 5,26 Casca + Polpa de Abacaxi 1.323 ± 150,0 1.274 ± 143,2 42,11 ± 3,94 1 Obtidos de cinco observações; 2 Valores expressos em kcal por kg de matéria natural.
Os valores de EMA e EMAn do milho foram de 3.124 e 3.122 kcal por kg de
matéria natural, respectivamente, sendo inferiores aos obtidos por FURLAN et al.
(1998b), que encontraram valores de 3.444 e 3.429, respectivamente, quando
trabalharam com codornas japonesas machos com 65 dias de idade, e por ALBINO
et al. (1986), que obtiveram 3.992 e 3.909 kcal de EMA e EMAn por kg,
respectivamente, quando utilizaram frangos com quarenta e dois dias de idade.
Alguns fatores podem alterar os valores de EMA e EMAn dos alimentos. A
diferença entre idade de codornas pode ser provável causa sobre a diferença
observada entre os valores obtidos neste trabalho com os de FURLAN et al. (1998b).
Codornas mais velhas provavelmente têm maior capacidade de aproveitar a energia
do milho do que codornas mais jovens.
Quando se comparam valores de EMA e EMAn do milho entre codornas
japonesas e frangos de corte, pode-se constatar que a diferença encontrada entre
valores energéticos foi maior do que a variação de valores de energia metabolizável
(EM) entre codornas com idades diferentes, caracterizando a existência de
diferenças anatômicas, histológicas e de tamanho e comprimento do trato
gastrintestinal entre estas espécies. Contudo, esta variação não corrobora as
observações de MURAKAMI (1998), que encontrou valores semelhantes de EM do
milho quando testado com codornas e galinhas.
Segundo as tabelas brasileiras para aves e suínos (ROSTAGNO et al.,
2000), o valor de EMAn do milho foi de 3.371 kcal por kg de matéria natural, quando
testado em aves de diferentes idades (galos, galinhas poedeiras e pintos). O valor
de 3.122 kcal por kg de matéria natural para o milho, obtido no presente trabalho, é
41
7,4 % inferior ao valor relacionado nas tabelas brasileiras, caracterizando as
diferenças encontradas na literatura sobre recomendações de exigências de energia
metabolizável (EM), haja vista que o valor apresentado nas tabelas brasileiras tem
sido utilizado como referencial nas formulações de rações para codornas.
O valor de matéria seca metabolizável aparente (MSMA) do milho
encontrado no presente trabalho (82,95 %) foi similar ao encontrado por ALBINO et
al. (1986), que obtiveram 82,91 % trabalhando com frangos com quarenta e dois
dias de idade. Mesmo considerando a diferença entre espécies de aves, essa
pequena ou quase inexistente variação entre valores pode consolidar as
observações feitas por HAN et al. (1976), que mencionaram que a MSMA pode se
constituir em um excelente parâmetro para estimar a EM de alimentos ricos em
carboidratos e com baixo conteúdo em fibra bruta.
Os valores obtidos neste trabalho referentes à energia metabolizável
aparente (EMA) e energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de
nitrogênio (EMAn) do colorífico foram de 3.152 e 3.102 kcal por kg de matéria
natural, respectivamente. O colorífico é um produto constituído pela mistura de fubá
com urucum em pó ou extrato oleoso de urucum, adicionado ou não de sal e de
óleos comestíveis. Não foram encontrados valores de EM do colorífico na literatura,
haja vista que se trata de um alimento pouco freqüente na formulação de rações,
entretanto, pela sua constituição, pode-se deduzir que seus valores de EMA e EMAn
devem ficar próximos aos do milho. Essa dedução pôde ser confirmada, pois 3.152 e
3.102 kcal por kg de matéria natural foram bem próximos a 3.124 e 3.122 kcal por
kg, valores respectivos de EMA e EMAn encontrados para o milho.
O valor de MSMA para o colorífico foi de 82,30 %, bem próximo do
encontrado para o milho (82,95 %). A MSMA contida no colorífico foi facilmente
convertida em energia pelas codornas, fato que pode ser comprovado pelos valores
de EMA (3.152) e EMAn (3.102) do colorífico, em kcal por kg de matéria natural.
Os valores obtidos neste trabalho referentes à EMA e EMAn foram de 2.980
e 2.947 para a quirera de arroz e 8.065 e 7.940 kcal por kg de matéria natural para o
óleo de soja degomado, respectivamente. Comparando os mesmos alimentos, esses
valores são inferiores aos valores de EMAn da quirera de arroz, óleo de milho e óleo
de soja obtidos nas tabelas brasileiras de composição de alimentos (ROSTAGNO et
al., 2000), que foram de 3.273, 8.886 e 8.790 kcal por kg de matéria natural,
respectivamente, utilizando-se galinhas poedeiras. Em contrapartida, MURAKAMI
42
(1998) revelou que codornas e galinhas obtiveram valores de energia metabolizável
(EM) similares quando utilizaram alimentos ricos em carboidratos, como o milho e a
gordura (banha).
Foram encontrados os valores de 89,12 e 72,47 (%) para a matéria seca
metabolizável aparente (MSMA) da quirera de arroz e do óleo de soja degomado,
respectivamente. Esses resultados mostram que as codornas metabolizaram a maior
parte da matéria seca destes alimentos, convertendo-a em energia para seu
metabolismo, o que pode ser observado pelos valores de EM destes alimentos.
Os valores de energia metabolizável aparente (EMA) e energia
metabolizável aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio (EMAn) do farelo de
soja foram de 2.633 e 2.651 kcal por kg de matéria natural. Estes valores são
ligeiramente superiores aos encontrados por FURLAN et al. (1998b), que obtiveram
2.565 e 2.593 kcal por kg de matéria natural, respectivamente, usando codornas
japonesas machos com idade de 65 dias. Esta concordância entre tais valores indica
que devem ser usados valores de EM específicos para codornas, em vez do uso de
valores de EM de alimentos testados com outras espécies de aves.
Nas tabelas brasileiras de composição de alimentos (ROSTAGNO et al.,
2000), é encontrado o valor de 2.266 kcal de EMAn por kg de matéria natural para o
farelo de soja com 45 % de proteína bruta, obtido com galinhas poedeiras. Esse
valor corresponde a, aproximadamente, 14,6 % a menos do que o valor obtido neste
trabalho (2.651 kcal por kg de matéria natural). Todavia, ALBINO et al. (1986)
encontraram 2.906 e 2.852 kcal de EMA e EMAn por kg, respectivamente, para o
farelo de soja testado em frangos com quarenta e dois dias de idade.
Do mesmo modo que ocorreu com os valores de EMAn do milho, houve
variação entre valores de EMAn do farelo de soja quando testado em diferentes
espécies. Outros experimentos sobre digestibilidade de alimentos devem ser
realizados a fim de se obter maior disponibilidade de dados para codornas
japonesas e ratificar as observações sobre o uso indevido de valores de EM de
alimentos testados com outras espécies de aves em rações de codornas.
Foi obtido o valor de 46,29 % para a MSMA do farelo de soja para codornas.
Este valor está próximo e pouco superior ao encontrado por ALBINO et al. (1986),
que mensuraram 42,74 % de MSMA para frangos com quarenta e dois dias de
idade.
43
Os valores de energia metabolizável aparente (EMA) e energia
metabolizável aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio (EMAn) da semente de
linhaça foram de 2.477 e 2.492 kcal por kg de matéria natural (MN), sendo um pouco
inferiores aos de EMA (2.633) e EMAn (2.651) do farelo de soja. A moagem das
sementes antes do fornecimento às codornas possivelmente possibilitou um melhor
aproveitamento da energia dos nutrientes, principalmente da parte oleosa, o que
pode ter contribuído para a obtenção de valores satisfatórios de energia
metabolizável (EM), em relação ao baixo valor de matéria seca metabolizável
aparente (MSMA), que foi de 32,11 %.
Esse baixo valor provavelmente foi causado pelo seu conteúdo fibroso, que
promoveu aumento da taxa de passagem e, conseqüentemente, redução do tempo
de permanência da ração no trato gastrintestinal das codornas e aumento das
perdas. Essas perdas foram observadas com a mensuração do total de excretas das
codornas que receberam ração com semente de linhaça, que foi de 1,026 kg e
numericamente bem superior aos demais tratamentos (Quadro 5). Além disso, pode-
se constatar que o percentual de matéria seca das fezes das codornas que
receberam o tratamento com semente de linhaça (21,7 %) foi inferior numericamente
aos demais tratamentos (Quadro 2). A grande quantidade de excretas e o elevado
teor de umidade nas fezes (efeito higroscópico da fibra) podem, possivelmente,
caracterizar o baixo valor de MSMA.
Os valores de EMA e EMAn da casca + polpa de abacaxi (CPA) foram de
1.323 e 1.274 kcal por kg de MN. A literatura não disponibiliza valores de EMA e
EMAn da CPA, um subproduto da indústria do abacaxi cuja composição em pectina,
uma fibra solúvel em água, foi de 24,64 % na amostra seca ao ar, forma pela qual a
CPA foi utilizada nas rações, e 4,56 % na MN (Quadro 3). O valor de EM obtido
indica que as codornas não metabolizam com eficiência a energia contida neste
alimento, possivelmente porque elas não possuem a enzima pectinase e pelo efeito
higroscópico da pectina no trato gastrintestinal, que ocasionou a excreção de 0,878
kg de fezes (Quadro 5) com 25,8 % de matéria seca (Quadro 2). Esta reduzida
metabolização da energia pode ser confirmada pelo baixo valor de MSMA (42,11 %).
44
CONCLUSÕES
1. Os valores de energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de
nitrogênio dos alimentos energéticos milho, quirera de arroz e óleo de soja
degomado foram de 3.122, 2.947 e 7.940 kcal por kg de matéria natural,
respectivamente, sendo bastante inferiores aos valores de energia metabolizável
aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio desses alimentos expressos na
literatura.
2. O valor de energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio
do farelo de soja foi de 2.651 kcal por kg de matéria natural, sendo similar ao
reportado na literatura, quando o farelo de soja foi testado com codornas
japonesas, mas bastante superior ao valor de energia metabolizável aparente
corrigida pelo balanço de nitrogênio encontrado nas tabelas brasileiras de
composição de alimentos, quando o farelo de soja foi testado com outras
espécies de aves.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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composição química de alguns alimentos para frangos de corte. Revista da
Sociedade Brasileira de Zootecnia, 15 (3): 184-192.
FURLAN, A. C., OLIVEIRA, A. M., MURAKAMI, A. E., SCAPINELLO, C., MOREIRA,
I., CAVALIERI, F.L.B., ANDREOTI, M.O. (1998b) Valores energéticos de alguns
alimentos determinados com codornas Japonesas (Coturnix coturnix japonica).
Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 27 (6):1147-1150.
HAN, I.K., HOCHSTETLER, H.W., SCOTT, M.L. (1976) Metabolizable energy values
of some poultry feeds determined by various methods and their estimation using
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MATTERSON, L.B., POTTER, L.M., STUTZ, M.W., SINGSEN, E.P. (1965) The
metabolizable energy of feed ingredients for chickens. Research Report, 7:3-11.
45
McCREADY, R.M., McCOMB, E.A. (1952) Extraction and determination of total
pectic materials in fruits. Analytical Chemistry, 24 (12):1986-1988.
MURAKAMI, A.E. (1998) Nutrição e alimentação de codornas em postura. In: Anais
do Simpósio sobre Nutrição Animal e Tecnologia da Produção de Rações,
A.S., OLIVEIRA, R.F., LOPES, D.C. (2000) Tabelas Brasileiras para aves e
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Departamento de Zootecnia, 141p.
SILVA, D.J. (1990) Análise de alimentos (Métodos químicos e biológicos). 2 ed.
Viçosa - MG: UFV, Imprensa Universitária, 165 p.
46
PIGMENTAÇÃO DE GEMAS DE OVOS DE CODORNAS JAPONESAS
ALIMENTADAS COM RAÇÕES CONTENDO COLORÍFICO
RESUMO
O objetivo do trabalho foi avaliar o grau de pigmentação de gemas de ovos
de codornas japonesas alimentadas com rações contendo níveis diferentes de
colorífico. Foram utilizadas 240 codornas japonesas (Coturnix japonica) fêmeas, em
delineamento experimental de blocos inteiramente casualizados, com oito
tratamentos, cinco repetições e seis codornas por unidade experimental. Os
tratamentos foram constituídos por oito rações experimentais oriundas da
combinação de quatro níveis de colorífico na ração (0, 1,5, 3,0 e 4,5 %) x duas
fontes energéticas (milho e quirera de arroz). Nos dias 7, 14, 21 e 28 do
experimento, os resultados estimados de máxima coloração de gemas ocorreram
com o uso de 3,15; 2,91; 2,97 e 2,77 % de colorífico nas rações, respectivamente,
que equivalem a estimativas de escores máximos de CG iguais a 9,63; 10,19; 10,34
e 11,08 pontos no leque colorimétrico da Roche, respectivamente. Codornas
alimentadas com rações à base de milho apresentaram gemas de ovos mais
pigmentadas do que as gemas de ovos de codornas que receberam rações à base
de quirera de arroz, em todos os níveis de colorífico utilizados nas rações,
independente do dia experimental. À medida que a idade aumentou, houve
incorporação linear de pigmentos nas gemas, em todos os níveis de colorífico
utilizados nas rações, independente da fonte energética.
Palavras-chave: bixina, codorna japonesa, colorífico, pigmentação de gema de ovo,
quirera de arroz
ABSTRACT
The objective of the research was to evaluate the egg yolk colour grade of
japanese quails fed on rations with different levels of spice. Two hundred and forty
japanese female quails (Coturnix japonica) were used in a completely randomized
block design, with eight treatments, five replicates and six quails per experimental
unit. The treatments consisted of eight experimental rations derived from the
47
combination of four spice levels in the rations (0, 1,5, 3,0 e 4,5 %) x two energetic
sources (corn and broken rice grains). On the 7th, 14th, 21st and 28th experimental
days, the estimated results for maximum yolk colour occurred with the use of 3,15;
2,91; 2,97 e 2,77 % of spice rations, respectively, that are equal to maximum egg
yolk colour scores of 9,63; 10,19; 10,34 and 11,08 points by Roche colorimetric fan,
respectively. Quails fed on corn based rations had greater egg yolk colour than egg
yolk colour of quails that received broken rice grains based rations, in all spice levels
used in the rations, independent of the experimental day. As long as age increased,
linear incorporation of egg yolk pigments occurred, in all spice levels used in the
rations, independent of the energetic source. Key words: bixin, broken rice grains, egg yolk colour, japanese quail, spice
INTRODUÇÃO
Dentre os atributos sensoriais, a cor tem sido correlacionada como indicador
de qualidade da maioria dos alimentos, exercendo papel importante no que se refere
à aceitação dos alimentos pelos consumidores.
Em escala comercial e de forma idêntica à produção de ovos de galinhas
poedeiras, os ovos de codornas são produzidos por meio do fornecimento, às
codornas, de rações de postura à base de milho amarelo e farelo de soja, o que tem
garantido uma pigmentação de gema que varia do amarelo ao laranja. Esta cor é
oriunda da incorporação de xantofilas presentes no milho, principalmente luteína e
zeaxantina.
Embora não ocorra rejeição, é comum a visualização, no momento de seu
consumo, de gemas de ovos de codornas produzidos com pouca coloração. A
intensidade de cor das gemas dos ovos de codornas encontrados no mercado tem
variado em função dos diferentes níveis de inclusão do milho amarelo nas rações de
poedeiras comerciais. Vale realçar que o incremento da pigmentação das gemas “in
natura” resulta em maior pigmentação das gemas cozidas, a forma mais comum de
consumo de ovos de codornas.
Do ponto de vista do criador de aves, a obtenção de gemas com coloração
mais intensa ainda não permite que os ovos alcancem um maior valor comercial no
mercado. Todavia, do ponto de vista nutricional e conseqüentemente de saúde
48
pública, a intensidade da pigmentação de gemas deve ter outro significado, haja
vista os importantes efeitos fisiológicos no organismo humano atribuído aos
carotenóides, substâncias que têm sido relacionadas como agentes preventivos de
diversas patologias. A bixina, carotenóide predominante nos coloríficos, têm sido
mencionada como uma das substâncias naturais mais efetivas na eliminação de
radicais livres, os quais podem causar patologias como câncer, arteriosclerose, entre
outras (LEVY et al., 1997).
Muitas pesquisas têm mostrado ser possível e viável modular a
concentração de alguns nutrientes, em produtos de origem animal, por meio da
manipulação nutricional das rações. A produção de gemas de maior pigmentação e,
conseqüentemente, com maior deposição de carotenóides, pode ser obtida pela
inclusão de corantes lipossolúveis às rações.
A maior exigência dos consumidores por produtos saudáveis e as proibições
legais de uso de corantes sintéticos às rações animais e a alimentos de consumo
humano têm promovido crescente aceitação na incorporação de corantes naturais a
tais alimentos. O urucum (Bixa orellana L) tem sido o mais usado pela indústria
brasileira, representando cerca de 90% dos corantes naturais usados no Brasil e
70% no mundo. Suas preparações têm sido usadas para colorir queijos, pães, óleos,
cereais, entre outros. Do total de sementes de urucum produzidas no Brasil, cerca
de 75% são usadas na fabricação do colorífico, totalmente consumido no mercado
interno e definido pela Resolução 12/78 da Comissão Nacional de Normas e
Padrões para Alimentos do Ministério da Saúde (CNNPA-MS) como um produto
constituído pela mistura de fubá ou farinha de mandioca com urucum em pó ou
extrato oleoso de urucum, adicionado ou não de sal e de óleos comestíveis
(TOCCHINI e MERCADANTE, 2001).
Embora o uso do colorífico seja quase que exclusivamente de uso
doméstico, pois tem emprestado cor avermelhada a alimentos como o arroz, bifes,
frangos, farofas, molhos, entre outros, seu uso em rações de poedeiras pode
constituir-se em alternativa viável para a obtenção de gemas de ovos de codornas
mais pigmentadas, haja vista a elevada proporção do carotenóide lipossolúvel bixina
e a facilidade de obtenção do produto no mercado. Por outro lado, a grande variação
nos teores de bixina encontrados em diversas amostras de colorífico se constitui em
um fator negativo quanto a sua inclusão na alimentação de poedeiras.
49
Pesquisas têm sido realizadas aproveitando-se o potencial de pigmentação
do urucum na pigmentação de gemas de ovos de poedeiras, principalmente quando
se utiliza uma fonte energética isenta de pigmentos, como o sorgo, a quirera de
arroz, entre outras, em substituição ao milho amarelo.
O uso de 500, 1000, 1500 e 2000 ppm de extrato oleoso de urucum
aumentou linearmente a coloração das gemas dos ovos de galinhas poedeiras,
produzidos durante dois ciclos de 28 dias. A mesma cor de gema foi obtida quando
se comparou o resultado obtido com o uso de ração com 63 % de sorgo, adicionada
de 2000 ppm de bixina, com a ração contendo 61 % de milho e sem bixina. A
produção e o peso dos ovos, o consumo de ração e a conversão alimentar não
foram afetados pelos tratamentos (PEREIRA et al., 2000).
Em rações à base de milho contendo 0; 0,05; 0,10; 0,15 e 0,20 % de extrato
oleoso de urucum, houve intensificação da cor das gemas dos ovos de poedeiras à
medida que os níveis de extrato foram aumentados. Entretanto, o extrato oleoso de
bixina não interferiu na produção e qualidade interna dos ovos, no consumo de
ração e na conversão alimentar (PEREIRA et al., 2001).
Poedeiras leves e pesadas que receberam rações contendo 21,45 % de
farelo de soja, 25,45 % de milho, 41,4 % de sorgo e 0,10 % de extrato de urucum
produziram ovos com coloração de gemas similar às aves que receberam a ração
referência (22,85 % de farelo de soja e 63,66 % de milho). Os valores de
pigmentação de gemas, obtidos por meio do leque colorimétrico da Roche, foram de
5,10 e 5,02, para as poedeiras leves, e 5,83 e 5,35 para as poedeiras pesadas
tratadas com ração referência e com ração com sorgo + 0,10 % de extrato de
urucum, respectivamente. A adição de 0,45 % de extrato de urucum à ração
contendo sorgo produziu pigmentação da gema de ovos de poedeiras leves igual a
8,87 pontos no leque da Roche, valor dentro da faixa referencial para aves caipiras,
que gira em torno de 8,5 - 9,0 pontos (SILVA et al., 2000).
De outro modo, outros estudos têm sido realizados a fim de avaliar a
inclusão de fontes de xantofilas diferentes do colorífico, em rações de aves, e dessa
forma avaliar a eficiência de incorporação de pigmentos nas gemas ao longo de um
período. CHEN e BAILEY (1988) observaram que galinhas poedeiras colocaram
ovos cujas gemas alcançaram um platô (pigmentação máxima) entre a terceira e
quarta semana após a inclusão do feno de capim bermuda.
50
Sendo assim, esta pesquisa teve o objetivo de verificar o efeito da inclusão
de diferentes níveis de colorífico, em rações de codornas japonesas em postura,
sobre a pigmentação das gemas dos ovos “in natura”.
MATERIAL E MÉTODOS
Local do experimento O experimento foi realizado no Núcleo de Pesquisa do Laboratório de
Zootecnia e Nutrição Animal (LZNA), situado na Escola Técnica Estadual Agrícola
“Antônio Sarlo”, Campus Experimental da Universidade Estadual do Norte
Fluminense (UENF), localizada no município de Campos dos Goytacazes. Distribuição das codornas no delineamento experimental e tratamentos
Foram utilizadas 240 codornas japonesas (Coturnix japonica) fêmeas, em
delineamento experimental de blocos inteiramente casualizados, com cinco
repetições de seis codornas por unidade experimental. Os tratamentos, constituídos
por oito rações experimentais oriundas da combinação de quatro níveis de colorífico
na ração (0; 1,5; 3,0 e 4,5 %) x duas fontes energéticas (milho e quirera de arroz),
foram casualizados em cada bloco e distribuídos nas parcelas, enquanto os quatro
períodos experimentais constituíram as subparcelas. Cada bloco foi composto por
duas gaiolas, que correspondeu a um nível de altura de gaiolas inseridas em
baterias de madeira, e teve a finalidade de eliminar uma possível influência da
luminosidade nos cinco diferentes andares de gaiolas. Alojamento das codornas nas instalações e manejo
As 240 codornas (80 dias de idade) foram alojadas em galpão de alvenaria
com piso cimentado, telhas de barro, telas de arame da mureta lateral ao teto e sem
cortinas laterais, contendo duas baterias de madeira, as quais agruparam dez
gaiolas metálicas de quatro divisões internas cada. Cada gaiola mediu 1,00 m de
comprimento x 0,34 m de largura x 0,24 m de altura e abrigou 24 codornas, que
receberam água e ração à vontade, em bebedouros e comedouros de chapa
galvanizada, respectivamente, e 24 horas de luz diária, seja natural ou artificial, durante todo o período experimental (80° ao 108° dia de idade).
51
Durante todo o período experimental, a amplitude de temperatura no interior
do galpão, registrada por meio de um termômetro de máxima e mínima, variou de 19,5 a 33 °C. A temperatura matinal, registrada entre 8:00 e 10:30 horas, variou de
21 a 26,5°C.
Antes do início do experimento, o ambiente experimental foi limpo e
desinfetado. Os bebedouros foram limpos diariamente e a limpeza das bandejas
coletoras de fezes foi feita de dois em dois dias.
Rações experimentais
Antes do experimento, por um período de 43 dias, as codornas receberam
ração formulada para conter níveis mínimos ou nulos de pigmentos, visando a
esgotar o estoque de pigmentos contido no organismo das mesmas. Essa ração
apresentou 46,00 % de quirera de arroz; 36,83 % de farelo de soja; 1,23 % de
fosfato bicálcico; 5,34 % de calcário; 0,11 % de DL-metionina; 0,27 % de cloreto de
sódio; 6,99 % de óleo de soja refinado; 2,83 % de inerte e 0,40 % de suplemento
mineral e vitamínico. Os valores nutricionais calculados foram de 2.900 kcal de
energia metabolizável por kg de ração; 21 % de proteína bruta; 0,83 % de metionina
+ cistina; 0,54 % de metionina; 1,15 % de lisina; 0,78 % de treonina; 2,50 % de
cálcio; 0,35 % de fósforo disponível; 0,15 % de sódio e 7,88 % de extrato etéreo.
A partir do 80° dia de idade, as codornas receberam rações experimentais,
que foram formuladas para conterem valores iguais de energia metabolizável,
proteína bruta, cálcio, fósforo disponível, metionina + cistina, metionina e lisina. A
composição percentual das rações experimentais e os respectivos valores
nutricionais calculados encontram-se apresentados no Quadro 1.
52
Quadro 1. Composição percentual e valores nutricionais calculados das rações experimentais
FE1 - milho; FE2 – quirera de arroz. Gemas de ovos de codornas alimentadas com rações à base de milho foram
mais pigmentadas (P≤0,05) do que gemas de ovos de codornas alimentadas com
rações à base de quirera de arroz, em todos os níveis de colorífico utilizados nas
rações, independente do dia experimental (Quadro 5 e Figura 1). Isto evidencia a
contribuição dos carotenóides presentes no milho na coloração das gemas.
58
As codornas alimentadas com ração contendo quirera de arroz e colorífico
apresentaram maiores valores médios de coloração de gema do que codornas
alimentadas com rações contendo milho e que receberam níveis de colorífico
imediatamente inferiores aos utilizados em rações com quirera de arroz (Quadro 5).
Esses resultados indicam que este colorífico é um agente pigmentante eficaz em
rações de aves, pois o uso de níveis mais elevados de colorífico, em rações à base
de quirera de arroz, suplantou a contribuição dos carotenóides do milho.
Quadro 5. Médias de coloração de gema de ovos de codornas japonesas
alimentadas com rações contendo milho ou quirera de arroz, referentes a cada nível de colorífico (C)
Fonte de energia Nível de colorífico (%) 0 1,5 3,0 4,5 Milho 5,07* 8,50* 10,55* 11,92* Quirera de arroz 1,50 6,95 9,65 11,35 * Significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade.
Figura 1. Diferença visual entre cor de gemas de ovos de codornas alimentadas com rações à base de milho (M) e quirera de arroz (Q), nos diversos níveis de colorífico (0; 1,5; 3,0 e 4,5 %).
59
Houve efeito linear positivo de dia experimental sobre a coloração de gema
(CG) em todos os níveis de colorífico das rações, independente da fonte energética
utilizada nas rações (Quadro 6). Entre o sétimo e o vigésimo oitavo dia do
experimento, as estimativas médias de coloração de gema variaram de 2,76 a 3,79;
6,93 a 8,53; 9,53 a 10,66 e 11,11 a 12,14 pontos no leque da Roche, para codornas
alimentadas com 0; 1,5; 3,0 e 4,5 % de colorífico na ração, respectivamente.
Estes resultados demonstraram que, à medida que a idade aumentou,
ocorreu baixa incorporação de pigmentos nas gemas. Isto pode ser evidenciado pela
pequena magnitude dos coeficientes angulares das equações de regressão. CHEN
e BAILEY (1988) não observaram este comportamento quando avaliaram, ao longo
de quatro semanas, o efeito da inclusão de 0; 3; 6 e 9 % de feno de capim bermuda
como única fonte de xantofilas em rações para galinhas poedeiras submetidas a um
período prévio de quatorze dias de depleção de xantofilas. A pigmentação das
gemas alcançou um platô, na escala de pontos do leque da Roche, após três
semanas de alimentação, em cada nível de inclusão do feno de capim bermuda.
Quadro 6. Equações de regressão de coloração de gema em função do dia experimental (D), avaliadas em cada nível de colorífico (C)
Fonte de variação Equações R2 D/C0 Ŷ = 2,42 + 0,049 X 0,82 D/C1,5 Ŷ = 6,40 + 0,076 X 0,88 D/C3 Ŷ = 9,15 + 0,054 X 0,60 D/C4,5 Ŷ = 10,77 + 0,049 X 0,99
C0 – 0 % de colorífico; C1,5 – 1,5 % de colorífico; C3 – 3 % de colorífico; C4,5 – 4,5 % de colorífico.
Consumo de ração (CR)
Houve efeito significativo (P≤0,05) para a interação fonte energética vs
níveis de colorífico e para o efeito de fonte energética. O efeito isolado de nível de
colorífico foi não-significativo (P>0,05).
À medida que os níveis de colorífico foram aumentados, observou-se uma
redução do CR de codornas alimentadas com rações à base de milho e um aumento
linear do CR de codornas que receberam quirera de arroz nas rações (Quadro 7). Os
resultados indicam que, em rações à base de milho, as quais já contêm pigmentos, o
uso crescente de colorífico prejudicou o CR das codornas. Contudo, em rações à
base de quirera de arroz, observa-se que a adição de colorífico favoreceu o CR das
60
codornas. Esses resultados são discordantes dos apresentados por PEREIRA et al.
(2000), SILVA et al. (2000) e PEREIRA et al. (2001), que não encontraram efeito da
inclusão de diferentes níveis de extrato oleoso de urucum (EU) sobre o consumo de
ração em poedeiras. As diferenças entre os resultados encontrados neste trabalho e
os observados na literatura talvez possam ser explicadas pela maior concentração
de bixina presente nas rações com colorífico, em relação às rações contendo EU.
Quadro 7. Equações de regressão do consumo de ração em função dos níveis de
colorífico (C), avaliadas em cada fonte energética (FE)
Fonte de variação Equações R2 C/FE1 Ŷ = 655,40 - 9,31 X 0,75 C/FE2 Ŷ = 507,25 + 12,12 X 0,76
FE1 - milho; FE2 – quirera de arroz.
O consumo de ração (CR) de codornas japonesas alimentadas com rações à
base de milho foi maior (P≤0,05) do que o CR de codornas que receberam quirera
de arroz, em todos os níveis de colorífico utilizados nas rações (Quadro 8).
Quadro 8. Médias do consumo de ração (g/ave) de codornas japonesas, referentes a
cada combinação de fonte energética (FE) vs níveis de colorífico (C)
* Significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade. É muito provável que os menores CR de codornas que receberam quirera de
arroz sejam atribuídos a algum fator presente na quirera de arroz que prejudicou o
CR, haja vista que foi observado um percentual maior (não registrado) de
mortalidade, durante os períodos de adaptação e experimental, em codornas
alimentadas com quirera de arroz. Esses resultados são divergentes dos
encontrados por SILVA et al. (2000), que não verificaram diferenças entre os valores
médios de CR de poedeiras alimentadas com ração referência à base de milho e
com rações à base de sorgo, suplementadas ou não com níveis crescentes de
extrato oleoso de urucum.
61
Embora explicado pelas equações de regressão (Quadro 7), vale mencionar
que a diferença entre valores de consumo de ração (CR) das codornas alimentadas
com milho e quirera de arroz foi reduzida com o uso de 3,0 e, principalmente, 4,5 %
de colorífico em rações à base de quirera de arroz (Quadro 8). Com base na
melhora do CR, pode-se afirmar que os pigmentos oriundos do colorífico interferiram
no metabolismo e, conseqüentemente, no desempenho das codornas que
receberam quirera de arroz.
Peso médio dos ovos (PMO)
Houve efeito significativo (P≤0,05) para a interação fonte energética vs nível
de colorífico. Os efeitos isolados de fonte energética e nível de colorífico foram não-
significativos (P>0,05).
Observou-se efeito linear negativo dos níveis de colorífico sobre o PMO de
codornas japonesas alimentadas com rações à base de milho. Entretanto, codornas
alimentadas com rações à base de quirera de arroz apresentaram PMO mais
elevados à medida que os níveis de inclusão do coloríficos foram aumentados nas
rações, embora o coeficiente de determinação encontrado (0,45) mostre que houve
grande dispersão dos dados, o que dificulta sua avaliação (Quadro 9).
Esses resultados são discordantes dos apresentados por SILVA et al.
(2000), que não encontraram efeito na adição de 0; 0,1; 0,2; 0,3; 0,4; 0,5 e 0,6 % de
extrato oleoso de urucum (EU) sobre o PMO de galinhas poedeiras no segundo ciclo
de produção, e por PEREIRA et al. (2000), que não observaram efeito na adição de
500; 1000; 1500 e 2000 ppm de EU sobre o PMO de poedeiras durante dois ciclo de
28 dias. Essas divergências possivelmente podem ser atribuídas à maior
concentração de bixina nas rações com colorífico, em relação às rações com EU.
Quadro 9. Equações de regressão de peso médio dos ovos em função do nível de
colorífico (C), avaliadas em cada fonte energética (FE)
Fonte de variação Equações R2 C/FE1 Ŷ = 10,67 – 0,095 X 0,70 C/FE2 Ŷ = 10,30 + 0,086 X 0,45
FE1 - milho; FE2 – quirera de arroz.
62
O peso médio dos ovos (PMO) de codornas alimentadas com rações à base
de milho foi maior (P≤0,05) do que o PMO de codornas que receberam quirera de
arroz, quando ambas as rações apresentaram 0 % de colorífico. Todavia, com o uso
de 3,0 % de colorífico nas rações, as codornas que receberam ração com quirera de
arroz apresentaram maior PMO (P≤0,05) do que aquelas que receberam rações à
base de milho. Quando se utilizaram 1,5 e 4,5 % de colorífico nas rações, os valores
médios de PMO de codornas alimentadas com rações à base de milho e quirera de
arroz não diferiram estatisticamente (P>0,05) (Quadro 10).
Quadro 10. Médias do peso médio (g) de ovos de codornas japonesas, referentes a
cada combinação de fonte energética (FE) vs nível de colorífico (C)
Níveis de colorífico (%) Fonte de energia 0,0 1,5 3,0 4,5 Milho 10,78* 10,37 NS 10,35* 10,31 NS
Quirera 10,37 10,22 10,78 10,61 * Significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade; NS - Não significativo (P>0,05). Percentagem de postura (PP), Conversão alimentar por dúzia de ovos (CAD) e Conversão alimentar por grama de ovos (CAG)
Em relação ao PP, à CAD e à CAG, somente houve efeito significativo
(P≤0,05) para o fator fonte energética. A interação fonte energética vs nível de
colorífico e o efeito isolado de nível de colorífico foram não-significativos (P>0,05).
Observou-se que codornas japonesas alimentadas com rações à base de
milho apresentaram maior PP e melhores CAD e CAG do que codornas que
receberam rações à base de quirera de arroz, independente do nível de colorífico
utilizado nas rações (Quadro 11).
Esses resultados são discordantes dos apresentados por SILVA et al.
(2000), que observaram que não houve diferença entre a PP e a conversão
alimentar de poedeiras alimentadas com rações à base de milho e com rações à
base de sorgo, suplementada ou não por níveis crescentes de extrato oleoso de
urucum.
63
Quadro 11. Médias do percentual de postura (PP) e da conversão alimentar por dúzia (CAD) e por grama (CAG) de ovos de codornas japonesas, referentes a cada fonte energética (FE)
FE PP CAD (g de ração por dúzia) CAG (g de ração por g de ovos) Milho 77,69* 352,17* 2,81*
Quirera 59,26 392,08 3,11 * Significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade.
CONCLUSÕES
1. A inclusão de níveis crescentes de colorífico nas rações à base de milho e
quirera de arroz aumentou de forma quadrática a pigmentação das gemas de
ovos “in natura” de codornas japonesas.
2. O uso de 1,5 % de colorífico nas rações com 46 % de milho ou quirera de arroz
promoveu intensa pigmentação das gemas de ovos de codornas japonesas,
tornando-os mais atrativos para o consumidor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHEN, B.H., BAILEY, C.A. (1988) Effect on turf bermudagrass meal on egg
Com base nesses valores, nota-se que a bixina e a niacina suplementar não
exerceram atividade hipolipidêmica sobre o metabolismo lipídico de codornas que
receberam alimentação normal ou sem indução de hiperlipidemia. Estes resultados
não corroboram com os resultados dos trabalhos apresentados por SOUZA et al.
(2000), que encontraram reduções significativas na incorporação diária na ração de
70, 350 e 700 mg de um corante industrial contendo 28 % de bixina sobre os níveis
de T no sangue de fêmeas de ratos que não tiveram hiperlipidemia induzida. Em
adição, SANTOS et al. (1999) verificaram um decréscimo numérico no valor de T no
sangue de ratos que receberam ração + triton + 5 mg de ácido nicotínico por Kg de
peso corporal (104,56 mg/dl), em relação a ratos que receberam somente ração
(162,30 mg/dl).
Embora não tenham sido comparados estatisticamente, pode-se observar
que os valores médios de triglicerídeos (T 49) e lipoproteínas de densidade muito
baixa (VLDL 49) no 49° dia foram bem superiores aos valores médios de
78
triglicerídeos (T 35) e lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL 35) no 35° dia
(Quadro 5). Os aumentos médios dos valores de T e VLDL foram de 86,2; 79,0;
105,8 e 75,8 %, para os tratamentos com ração, ração + colorífico, ração + niacina
suplementar e ração + colorífico + niacina suplementar, respectivamente.
A disponibilidade de lipídeos do plasma depende, fundamentalmente, da
lipogênese no fígado, que, por sua vez, depende, em sua maior parte, da
disponibilidade de carboidratos nas rações, que darão origem a moléculas de acetil-
CoA (HERMIER, 1997). Assim, o aumento dos níveis de VLDL e triglicerídeos no
sangue das codornas com 49 dias de idade talvez possa ser explicado pela maior
atividade do fígado, ou seja, pode ter havido, a partir do 35° dia de idade, uma
transformação metabólica crescente de carboidratos oriundos da ração em lipídeos
sangüíneos, indicando que o aporte energético fornecido pela ração poderia estar
acima da exigência das codornas. Os carboidratos podem ter contribuído mais que
os lipídeos porque os níveis de lipídeos contidos nas rações foram baixos (≅ 3,2 %).
Matéria seca (MS), extrato etéreo (EE) e proteína bruta (PB) na carne de peito
Não foi observado efeito significativo (P>0,05) de tratamentos sobre os
teores de MS e PB na carne de peito de codornas japonesas machos com 35 e 49
dias de idade. O mesmo resultado ocorreu em relação aos níveis de EE no 35° dia
de idade. Houve efeito significativo (P≤0,05) de tratamento sobre os níveis de EE no
49° dia de idade das codornas. Codornas alimentadas com 0,08 % de niacina
suplementar (NS) e com 4,5 % de colorífico + 0,08 % de NS nas rações
apresentaram níveis mais elevados de gordura na carne de peito do que codornas
alimentadas com ração e com ração + colorífico (Quadro 6).
Quadro 6. Médias dos valores (% na matéria natural) de matéria seca (MS), extrato
etéreo (EE) e proteína bruta (PB) da carne de peito de codornas japonesas machos aos 35 e 49 dias de idade
Tratamentos MS 35 EE 35 PB 35 MS 49 EE 49 PB 49 Ração 23,7 0,56 20,2 24,0 0,92 b 20,6
Ração + Colorífico1 23,9 0,53 20,0 23,8 0,92 b 20,4 Ração + NS2 23,6 0,46 19,9 24,1 1,42 a 20,6
Ração + Colorífico1 + NS2 23,8 0,52 19,8 24,2 1,33 a 20,5 1- 4,5 % da ração; 2- niacina suplementar (0,08 % da ração); médias seguidas por letras diferentes diferem entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5 % de probabilidade.
79
A literatura não disponibiliza dados sobre os efeitos da inclusão de niacina
suplementar, em rações para aves, na composição química da carne de peito, mas
GOODMANS et al. (1996) revelaram que o efeito do ácido nicotínico sobre o
metabolismo lipídico decorre da capacidade de inibir a lipólise do tecido adiposo, de
reduzir a esterificação dos triglicerídeos no fígado e de aumentar a atividade da
lipase lipoprotéica. Com base nos resultados, pode-se inferir que o mecanismo de
ação do ácido nicotínico explica a elevação do conteúdo de gordura na carne de
peito das codornas, no 49° dia de idade. Todavia, ao contrário do esperado, esse
aumento não foi decorrente da redução dos níveis de triglicerídeos sangüíneos, pois
isto não ocorreu neste trabalho.
Este fato não pôde ser evidenciado e explicado por meio da análise de
correlação, na qual foi obtido um coeficiente baixo e negativo (- 0,18) para teor de
triglicerídeos (T) ou de lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL) no sangue e
teor de gordura na carne de peito, ambas aos 49 dias de idade das codornas
(Quadro 10B). Esses resultados mostram que o aumento no teor de gordura na
carne de peito das codornas aos 49 dias de idade não refletiu em decréscimo nos
níveis de T e VLDL no sangue aos 49 dias de idade das codornas decorrente do
efeito da niacina suplementar (NS), embora tenha havido uma pequena redução
numérica dos T no 49° dia de idade com o tratamento ração + NS (71,2 mg/dl) em
relação ao tratamento com ração (75,6 mg/dl) (Quadro 5).
Mesmo com valor médio inferior ao tratamento ração + NS (1,42 %), o
consumo médio diário de bixina pelas codornas, oriunda da inclusão do colorífico na
ração (0,92 %), não induziu um efeito hipolipidêmico na carne de peito no 49° dia de
idade, em relação ao tratamento com ração (0,92 %) (Quadro 6). LIMA et al. (1999)
sugeriram que o efeito da bixina no metabolismo lipídico ocorre pela ativação da
lipase lipoprotéica, enzima que hidrolisa os triglicerídeos das lipoproteínas de
densidade muito baixa e libera ácidos graxos e glicerol. Os resultados mostram que
esse mecanismo não ocorreu, embora tenha havido uma redução numérica dos
níveis de triglicerídeos no sangue no 49° dia de idade (69,8 mg/dl) com o uso de
ração + colorífico, comparado ao tratamento com ração (75,6 mg/dl) (Quadro 5).
Os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB) e extrato etéreo (EE) na
carne de peito de codornas japonesas machos com 35 dias de idade foram de 27,1;
18,2 e 4,0 %, respectivamente. No 49° dia, obtiveram-se 29,5 % de MS, 19,4 % de
PB e 7,1 % de EE (YALÇIN et al., 1995). Considerando o 35° dia de idade, os
80
valores de MS e EE obtidos no trabalho de YALÇIN et al. (1995) foram,
respectivamente, 14,0 e 670 % superiores aos valores de MS (23,8 %) e EE (0,52
%) do tratamento ração + colorífico + NS obtidos neste trabalho (Quadro 6). No 49°
dia de idade, a superioridade dos valores de MS na carne de peito obtida no trabalho
de YALÇIN et al. (1995) foi ainda maior: 21,9 %. O aumento do teor de gordura foi
de 434 %.
Em cortes sem pele e osso, a carne de peito de frangos de corte tem
apresentado de 1,6 a 2,4 % de gordura, sendo os valores para frangos machos e
fêmeas bem semelhantes (KESSLER e JÚNIOR, 2001). Verifica-se que o valor de
1,42 % de extrato etéreo (EE), obtido no 49° dia de idade com o uso de niacina
suplementar nas rações, é similar ao relatado por KESSLER e JÚNIOR (2001) e
inferior ao encontrado por YALÇIN et al. (1995). Apesar do objetivo do trabalho ser
redução de gordura corporal, esse aumento do percentual de gordura na carne de
peito das codornas possivelmente não deprecia sua qualidade.
YALÇIN et al. (1995) mencionaram que o conteúdo de proteína bruta (PB) e
gordura da carne de peito foi maior e menor, respectivamente, que o teor de PB e
gordura da carne de coxa + sobrecoxa. Esses dados são coincidentes com os
obtidos neste trabalho, no qual o nível de PB (19,8 %) e EE (0,52 %) na carne de
peito das codornas alimentadas com o tratamento ração + colorífico + niacina
suplementar, com 35 dias de idade (Quadro 6), foi superior e inferior,
respectivamente, ao nível de PB (17,8 %) e EE (0,64 %) na carne de coxa +
sobrecoxa, considerando-se o mesmo tratamento e idade das codornas (Quadro 7).
Matéria seca (MS), extrato etéreo (EE) e proteína bruta (PB) na carne de coxa e sobrecoxa
Não foi observado efeito significativo (P>0,05) de tratamento sobre os teores
de MS e EE na carne de coxa e sobrecoxa de codornas japonesas machos com 35
e 49 dias de idade. O mesmo resultado ocorreu em relação aos níveis de PB no 49°
dia de idade. Houve efeito significativo (P≤0,05) de tratamento sobre os níveis de PB
no 35° dia de idade das codornas. Codornas alimentadas com ração + colorífico +
niacina suplementar apresentaram maior teor de PB na carne de coxa e sobrecoxa
do que codornas alimentadas com ração e com ração + colorífico (Quadro 7).
81
Quadro 7. Médias dos valores (% na matéria natural) de matéria seca (MS), extrato etéreo (EE) e proteína bruta (PB) da carne de coxa e sobrecoxa de codornas japonesas machos aos 35 e 49 dias de idade
Tratamentos MS 35 EE 35 PB 35 MS 49 EE 49 PB 49 Ração 20,7 0,85 17,2 a 20,6 0,72 17,8
Ração + Colorífico1 + NS2 21,0 0,64 17,8 b 20,6 0,97 17,6 1- 4,5 % da ração; 2- niacina suplementar (0,08 % da ração); médias seguidas por letras diferentes diferem entre si, pelo teste de Tukey ao nível de 5 % de probabilidade.
Dados sobre os efeitos da inclusão de niacina suplementar (NS) e bixina, em
rações para aves, na composição química da carne de coxa + sobrecoxa são raros
na literatura, contudo, pode-se observar que, no 35° dia de idade, fase em que as
codornas estão em pleno crescimento (Quadro 3), a maior deposição de PB no
tecido muscular (17,8 %) ocorreu às custas da redução do teor de EE (0,64 %) e
aumento do percentual de MS (21,0 %), quando se utilizou o tratamento com ração +
colorífico + NS e comparado ao tratamento com ração (Quadro 7).
O efeito de colorífico e NS na elevação do teor de PB no tecido muscular da
coxa + sobrecoxa pode estar relacionado com a atividade da enzima lipase
lipoprotéica. Niacina e bixina têm sido mencionadas como ativadoras da lipase e isto
pode ser ratificado pelos seus efeitos potencializadores, quando usadas em conjunto
na ração (Quadro 7). A lipase ativada hidrolisa os triglicerídeos presentes nas
lipoproteínas de densidade muito baixa e libera ácidos graxos no sangue. Como há
uma maior demanda de energia para mantença e crescimento, os ácidos graxos
podem ter sido usados preferencialmente para servirem como fonte de energia para
as codornas, em vez de serem incorporados no tecido adiposo, o que pode ser
observado pelo percentual de extrato etéreo (0,64) no 35° dia (Quadro 7). Este efeito
indireto de aumento da proteína bruta (PB) pela redução do extrato etéreo (EE) deve
ser confirmado em outros trabalhos.
Codornas japonesas machos com 35 dias de idade apresentaram 25,0 % de
matéria seca (MS), 17,9 % de PB e 4,6 % de EE na carne de coxa e sobrecoxa. No
49° dia de idade, os valores foram de 27,1 % de MS, 19,5 de PB e 8,3 % de EE
(YALÇIN et al., 1995). Os resultados referentes a MS e EE são destoantes dos
encontrados neste trabalho. Os valores apresentados por YALÇIN et al. (1995)
mostram um aumento de cerca de 19,2 % no valor de MS e de 620 % no valor de
82
EE, quando comparados com o respectivo valor médio de MS (21,0 %) e EE (0,64
%) do tratamento constituído por ração + colorífico + NS, no 35° dia de idade. No 49°
dia de idade, as diferenças foram ainda maiores: 31,6 % para MS e 756 % para EE.
O genótipo das codornas, entre outros fatores, pode ter sido responsável por esta
discrepância.
Matéria seca (MS), extrato etéreo (EE) e proteína bruta (PB) na carcaça Não foi observado efeito significativo (P>0,05) de tratamentos sobre os
teores de MS, EE e PB na carcaça (com osso e sem cabeça, patas, pele, penas,
vísceras, peito, coxa e sobrecoxa) de codornas japonesas machos com 35 e 49 dias
de idade (Quadro 8).
Quadro 8. Médias dos valores (% na matéria natural) de matéria seca (MS), extrato
etéreo (EE) e proteína bruta (PB) da carcaça3 de codornas japonesas machos aos 35 e 49 dias de idade
Tratamentos MS 35 EE 35 PB 35 MS 49 EE 49 PB 49 Ração 24,0 0,88 15,8 24,2 2,08 15,9
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87
5. CONCLUSÕES GERAIS
1. Os valores de energia metabolizável do milho, quirera de arroz, óleo de soja
degomado e farelo de soja testados em codornas foram bastante variáveis em
relação aos encontrados na literatura. Torna-se de fundamental importância a
realização de novos ensaios de digestibilidade visando a determinar valores de
energia metabolizável aparente e energia metabolizável aparente corrigida por
retenção de nitrogênio de alimentos a serem testados em codornas japonesas, a
fim de uso específico em formulações de rações para a espécie Coturnix
japonica.
2. Foi eficaz a inclusão do colorífico, em rações de codornas poedeiras, como
agente pigmentante de gemas de ovos. Estudos sobre determinação analítica
dos níveis de bixina em gemas de ovos e viabilidade econômica do uso do
colorífico em rações devem ser realizados para complementar estes resultados.
3. Foi ineficaz a utilização do colorífico e da niacina suplementar como agentes
hipolipidêmicos em codornas japonesas, principalmente em relação ao teor de
gordura na carne de peito e coxa + sobrecoxa. Outras pesquisas devem ser
conduzidas visando à confirmação sobre o uso de colorífico e niacina
suplementar no controle dos níveis de triglicerídeos e lipoproteínas de densidade
muito baixa no sangue.
88
APÊNDICES
89
APÊNDICE A Quadro 1A. Resumo da análise de variância de coloração de gema (CG)
CG Fonte de variação GL QM Bloco 4 0,2422 NS Fonte energética (FE) 1 108,9000* Níveis de colorífico (C) 3 530,4542* Interação FE x C 3 18,1125* Erro (A) 28 0,4529 Dias experimentais (D) 3 11,1333* Interação D x FE 3 0,0417 NS Interação D x C 9 0,8681* Interação D x FE x C 9 0,3819 NS Resíduo 96 0,3734 Coeficiente de Variação (%) 7,4638
* - Significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade; NS - Não Significativo (P>0,05).
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91
Quadro 3A. Resumo da análise de variância de coloração de gema referente ao efeito dos níveis de colorífico (C), avaliada em cada dia experimental (D)
Fonte de variação GL QM C/D7
Linear 1 363,1512* Quadrático 1 15,0064* Desvio da regressão 1 1,3300
C/D14 Linear 1 401,8613* Quadrático 1 23,2561* Desvio da regressão 1 1,2353
C/D21 Linear 1 385,0312* Quadrático 1 20,3063* Desvio da regressão 1 5,2126
C/D28 Linear 1 355,1112* Quadrático 1 26,4060* Desvio da regressão 1 1,2270
Resíduo 121 0,3933 * - Significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade; D7 - 7º dia do experimento; D14 - 14º dia do experimento; D21- 21º dia do experimento; D28- 28º dia do experimento. Quadro 4A. Resumo da análise de variância de coloração de gema referente ao
efeito dos níveis de colorífico (C), avaliada em cada fonte energética (FE)
Fonte de variação GL QM C/FE1
Linear 1 510,7600* Quadrático 1 21,0128* Desvio da regressão 1 0,4567
C/FE2 Linear 1 1040,0630* Quadrático 1 70,3120* Desvio da regressão 1 2,9857
Resíduo 28 0,4529 * - Significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade; FE1 - milho; FE2 – quirera de arroz.
92
Quadro 5A. Resumo da análise de variância de coloração de gema, referente ao efeito de fonte energética (milho ou quirera de arroz), avaliada em cada nível de colorífico (C)
Resíduo 28 0,4529 * - Significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade; FE – fonte energética; C0 – 0 % de colorífico; C1,5 – 1,5 % de colorífico; C3 – 3 % de colorífico; C4,5 – 4,5 % de colorífico. Quadro 6A. Resumo da análise de variância de coloração de gema referente ao
efeito de dia experimental (D), avaliada em cada nível de colorífico (C)
Fonte de variação GL QM D/C0
Linear 1 5,9512* Quadrático 1 1,0562 NS Desvio da regressão 1 0,2105
D/C1,5 Linear 1 14,0450* Quadrático 1 0,9000 NS Desvio da regressão 1 0,9782
D/C3 Linear 1 7,2200* Quadrático 1 0,0250 NS Desvio da regressão 1 4,7981
D/C4,5 Linear 1 5,9513* Quadrático 1 0,0062 NS Desvio da regressão 1 0,0606
Resíduo 96 0,3734 * - Significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade; NS - Não significativo (P>0,05); C0 – 0 % de colorífico; C1,5 – 1,5 % de colorífico; C3 – 3 % de colorífico; C4,5 – 4,5 % de colorífico.
93
Quadro 7A. Resumo da análise de variância do peso médio de ovos referente ao efeito de nível de colorífico (C), avaliada em cada fonte energética (FE)
Fonte de variação GL QM C/FE1
Linear 1 0,5041* Quadrático 1 0,1730 NS Desvio da regressão 1 0,0441
C/FE2 Linear 1 0,4134* Quadrático 1 0,0006 NS Desvio da regressão 1 0,5027
Resíduo 28 0,0953 * - Significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade; NS - Não significativo (P>0,05); FE1 - milho; FE2 – quirera de arroz. Quadro 8A. Resumo da análise de variância de peso médio de ovos, referente ao
efeito de fonte energética (milho ou quirera de arroz), avaliada em cada nível de colorífico (C)
Resíduo 28 0,0953 * - Significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade; NS - Não significativo (P>0,05); FE – fonte energética; C0 – 0 % de colorífico; C1,5 – 1,5 % de colorífico; C3 – 3 % de colorífico; C4,5 – 4,5 % de colorífico. Quadro 9A. Resumo da análise de variância do consumo de ração, referente ao
efeito de nível de colorífico (C), avaliada em cada fonte energética (FE)
Fonte de variação GL QM C/FE1
Linear 1 4874,1320* Quadrático 1 208,3325 NS Desvio da regressão 1 1443,7030
C/FE2 Linear 1 8264,8070* Quadrático 1 2644,7730 NS Desvio da regressão 1 6,0459
Resíduo 28 1140,2700 * - Significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade; NS - Não significativo (P>0,05); FE1 - milho; FE2 – quirera de arroz.
94
Quadro 10A. Resumo da análise de variância do consumo de ração, referente ao efeito do fator fonte energética (milho ou quirera de arroz), avaliada em cada nível de colorífico (C)
Resíduo 28 1140,2700 * Significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade; FE – fonte energética; C0 – 0 % de colorífico; C1,5 – 1,5 % de colorífico; C3 – 3 % de colorífico; C4,5 – 4,5 % de colorífico.
95
APÊNDICE B Quadro 1B. Resumo das análises de variância do consumo de ração (CR), ganho de
peso (GP), conversão alimentar (CA) e peso (P) no período de 21 a 35 dias de idade
CR GP CA P Fonte de variação GL QM QM QM QM Tratamento 3 64,7388 NS 5,2712 NS 0,0267 NS 2,6620 NS Resíduo 16 29,1950 6,3109 0,0762 5,8570 C.V. (%) 3,23 6,42 5,51 2,24 NS – Não significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade. Quadro 2B. Resumo das análises de variância do consumo de ração (CR), ganho de
peso (GP), conversão alimentar (CA) e peso (P) no período de 35 a 49 dias de idade
CR GP CA P Fonte de variação GL QM QM QM QM Tratamento 3 85,8008 NS 2,6957 NS 1,0501 NS 7,0893 NS Resíduo 16 60,1135 8,6177 3,0989 8,3876 C.V. (%) 3,97 16,19 13,86 2,36 NS – Não significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade. Quadro 3B. Resumo das análises de variância da matéria seca (MS), extrato etéreo
(EE) e proteína bruta (PB) na carne de peito de codornas com 35 dias de idade
MS EE PB Fonte de variação GL QM QM QM Tratamento 3 0,0534 NS 0,0080 NS 0,1193 NS Resíduo 16 0,1946 0,0213 0,1061 C.V. (%) 1,75 26,76 1,65 NS - Não significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade.
96
Quadro 4B. Resumo das análises de variância da matéria seca (MS), extrato etéreo (EE) e proteína bruta (PB) na carne de coxa e sobrecoxa de codornas com 35 dias de idade
MS EE PB Fonte de variação GL QM QM QM Tratamento 3 0,1465 NS 0,0416 NS 0,4011* Resíduo 16 0,2063 0,0445 0,0835 C.V. (%) 2,14 27,95 2,08 * - Significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade; NS - Não significativo (P>0,05). Quadro 5B. Resumo das análises de variância da matéria seca (MS), extrato etéreo
(EE) e proteína bruta (PB) da carcaça de codornas com 35 dias de idade
MS EE PB Fonte de variação GL QM QM QM Tratamento 3 0,1028 NS 0,0071 NS 0,1360 NS Resíduo 16 0,4908 0,0226 0,1112 C.V. (%) 2,74 15,70 2,14 NS - Não significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade. Quadro 6B. Resumo das análises de variância dos triglicerídeos (T) e lipoproteínas
de densidade muito baixa (VLDL) no sangue de codornas com 35 e 49 dias de idade
T 35 VLDL 35 T 49 VLDL 49 Fonte de variação GL QM QM QM QM Tratamento 3 32,1833 NS 1,2873 NS 66,9833 NS 2,6793 NS Resíduo 16 58,0250 2,3210 297,4750 11,8990 C.V. (%) 19,30 19,30 22,81 22,81 NS – Não significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade.
97
Quadro 7B. Resumo das análises de variância da matéria seca (MS), extrato etéreo (EE) e proteína bruta (PB) na carne de peito de codornas com 49 dias de idade
MS EE PB Fonte de variação GL QM QM QM Tratamento 3 0,1351 NS 0,3506* 0,0698 NS Resíduo 16 0,1530 0,0207 0,1633 C.V. (%) 1,61 23,58 1,88 * - Significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade; NS - Não significativo (P>0,05). Quadro 8B. Resumo das análises de variância da matéria seca (MS), extrato etéreo
(EE) e proteína bruta (PB) na carne de coxa e sobrecoxa de codornas com 49 dias de idade
MS EE PB Fonte de variação GL QM QM QM Tratamento 3 0,0935 NS 0,0996 NS 0,1685 NS Resíduo 16 0,1269 0,0520 0,0813 C.V. (%) 1,70 26,70 1,75 NS – Não significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade. Quadro 9B. Resumo das análises de variância da matéria seca (MS), extrato etéreo
(EE) e proteína bruta (PB) na carcaça de codornas com 49 dias de idade
MS EE PB Fonte de variação GL QM QM QM Tratamento 3 0,3905 NS 0,4634 NS 0,1335 NS Resíduo 16 0,2504 0,1947 0,0832 C.V. (%) 2,15 19,56 1,92 NS – Não significativo pelo teste F ao nível de 5 % de probabilidade.