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Eneida Maria Eskinazi Sant’Anna Francisco Wagner Araújo Moreira Zooplâncton: que bicho é esse? PARADIDÁTICO
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Nov 14, 2018

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Eneida Maria Eskinazi Sant’AnnaFrancisco Wagner Araújo Moreira

Zooplâncton: que bicho é esse?

PARADIDÁTICO

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Zooplâncton: que bicho é esse?

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PARADIDÁTICO

Natal – RN, 2013

Eneida Maria Eskinazi Sant’AnnaFrancisco Wagner Araújo Moreira

Zooplâncton: que bicho é esse?

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FICHA TÉCNICA

GOVERNO FEDERAL

Presidenta da República

Dilma Vana Rousseff

Vice-Presidente da República

Michel Miguel Elias Temer Lulia

Ministro da Educação

Aloizio Mercadante Oliva

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

Reitora

Ângela Maria Paiva Cruz

Vice-Reitora

Maria de Fátima Freire Melo Ximenes

Secretaria de Educação a Distância (SEDIS)

Secretária de Educação a Distância

Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo

Secretária Adjunta de Educação a Distância

Ione Rodrigues Diniz Morais

Coordenadora do ProjetoMagnólia Fernandes Florêncio de Araújo

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científi co e Tecnológico

INSAInstituto Nacional do Semiárido

COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOSMarcos Aurélio Felipe

COORDENAÇÃO DE DESIGN INSTRUCIONALMaria da Penha Casado Alves

COORDENAÇÃO DE DESIGN GRÁFICOIvana Lima

GESTÃO DE PRODUÇÃO DE MATERIAISCarolina Aires MayerRosilene Alves de Paiva

PROJETO GRÁFICOIvana Lima

Revisão de estrutura e linguagemJanio Gustavo BarbosaCamila Maria Gomes

Revisão de língua portuguesaRhena Raize Peixoto de Lima

Revisão de normas da ABNTVerônica Pinheiro da Silva

DiagramaçãoElizabeth da Silva Ferreira

Criação e edição de imagensAnderson Gomes do Nascimento

Revisão tipográfi caLeticia Torres

Pré-impressãoJosé Antonio Bezerra Junior

IMAGENS UTILIZADASAcervo da UFRNwww.depositphotos.comwww.morguefi le.comwww.sxc.huEncyclopædia Britannica, Inc.

Catalogação da publicação na fonte. Bibliotecária Verônica Pinheiro da Silva – CRB-15/692.

Todas as imagens utilizadas nesta publicação tiveram suas informações cromáticas originais alteradas a fi m de adaptarem-se aos parâmetros do projeto gráfi co. © Copyright 2005. Todos os direitos reservados a Editora da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte – EDUFRN. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa do Ministério da Educação – MEC

Sant’Anna, Eneida Maria Eskinazi. Zooplâncton: que bicho é esse? / Eneida Maria Eskinazi Sant’Anna e Francisco Wagner Araújo Moreira.

– Natal: EDUFRN, 2013.

24 p.: il.

ISBN: 978-85-425-0137-7

Disciplina que integra o Projeto Paradidático.

1. Aprendizagem. 2. Biologia. 4. Paradidático. I. Arqueiro, Francisco. II. Título.

CDU 37.091.322.7S231z

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Apresentação

Este material didático é fruto de um projeto fi nanciado pelo edital MCT-INSA/CNPq/CT-Hidro/Ação Transversal Nº 35/2010 – Desenvolvimento Sustentável do Semiárido Brasileiro, es-

pecifi camente na Linha Temática 4: capacitação de educadores e agentes de extensão, mais especifi camente ainda no que concerne à possibilidade de produção, publicação, tiragem e distribuição de materiais paradidáticos, contextualizados com a realidade da região semiárida. A perspectiva que se tem é de que os materiais produzidos funcionem como um incentivo ao ensino de ciências com vistas à convivência com o ambiente semiárido e sua susten-tabilidade, podendo ser utilizados por educadores em escolas de educação básica, ou por agentes de extensão, em seu trabalho com comunidades do semiárido brasileiro, precisamente o semiárido do estado do Rio Grande do Norte.

Os materiais foram escritos a partir da colaboração de uma equi-pe multidisciplinar de várias universidades – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal do Semiárido (UFERSA), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Uni-versidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) –, aspecto que facilitou viabilizar a tarefa proposta a partir da produção científi ca regional, da cultura e da transposição didática de conhecimentos gerados na universidade e que possam ser dirigidos às populações dessa região. Assim, espe-ramos contribuir para a diminuição das diferenças sociais e regionais, além de promover a valorização da cultura e alfabetização científi ca no contexto delimitado pelo projeto.

O material produzido está pautado na necessidade de se garantir uma continuidade e incremento de ações de educação científi ca que já vêm sendo desenvolvidas há cerca de dez anos na região da bacia hidrográfi ca do rio Piranhas-Assu, região Semiárida do Rio Grande do

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Norte, onde boa parte do grupo de pesquisa envolvido nesta proposta atua estudando uma série de reservatórios dessa bacia hidrográfi ca, com vasta produção científi ca na área.

A ênfase dos materiais produzidos se dá sobre microrganismos, grupos fi toplanctônicos e zooplanctônicos, bactérias e protozoários, abordando sua ecologia e diversidade. A toxicidade encontrada nos açudes da região é retratada em cordéis e cartilhas, além de termos uma produção específi ca sobre a literatura sertaneja com o enfoque sobre o tema seca/água, todas advindas de estudos realizados na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A oportunidade ma-terializada no edital em que se insere este projeto nos remete a um esforço de sistematização dos dados já acumulados pela equipe de pesquisadores, contribuindo sobretudo para o ensino de ciências e biologia nas escolas e favorecendo a divulgação da diversidade de organismos típicos dos ambientes aquáticos locais – os seus reser-vatórios ou açudes. Isso deverá contribuir com a otimização e am-pliação de trabalhos já realizados, dando maior sentido às ações de divulgação e alfabetização científi ca do grupo, uma vez que permitirá a produção de materiais paradidáticos para professores e alunos da região. Aliado a isso, foram incorporados ao grupo pesquisadores da área de literatura e cultura, com o intuito de ampliar o enfoque interdisciplinar do projeto, mas sem deixar de ter a água como tema organizador da proposta.

Magnólia Fernandes Florêncio de Araújo – UFRNCoordenadora do projeto

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Para início de conversa

Este livro irá apresentar um importante grupo de organismos pre-sentes em todos os ambientes aquáticos, fundamentais para que a cadeia alimentar aquática possa acontecer: o zooplâncton. Se-

rão abordados aspectos da distribuição desses organismos, principais características e adaptações à vida na água e os tipos mais comuns encontrados nos açudes do semiárido do Rio Grande do Norte. Ao fi nal da leitura, o leitor descobrirá que existem muitos organismos em uma gota de água, que são importantes para a vida nos ambientes aquáticos e saberá que, apesar de pequenos, esses organismos são excepcionalmente bem adaptados à vida aquática.

Ao fi nal da leitura, esperamos que o leitor tenha compreendido a im-portância dos organismos zooplanctônicos para os ecossistemas aquáti-cos, especialmente os açudes do semiárido do Rio Grande do Norte; que estes organismos constituem uma importante parcela da biodiversidade aquática, sendo fundamentais para toda a cadeia alimentar aquática, e que sem o zooplâncton não haveria tantos peixes nos açudes.

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Objetivos

A leitura deste material deverá proporcionar:

Compreender a defi nição de plâncton e de zooplâncton, em especial.

Reconhecer o zooplâncton como um elemen-to importante das teias trófi cas aquáticas, particularmente dos açudes do semiárido nordestino.

Diferenciar os diversos grupos formadores do zooplâncton.

Desenvolver atividades práticas para reconhe-cimento do plâncton.

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Introdução

Sabe a baleia, que aparece de vez em quando nas águas quentinhas do mar do Rio Grande do Norte? Pois bem, como sabemos, as baleias são mamíferos marinhos enormes. A baleia-azul, por exemplo (Figura 1), é o maior animal do nosso planeta, podendo medir até 30 metros, o equivalente ao comprimento de um avião!!!!

Figura 1 – Baleia-azul e uma comparação do seu tamanhocom outro mamífero marinho (golfi nho) e com o homem.

Fonte: <http://factsanddetails.com/world.php?itemid=1245>. Acesso em: 9 ago. 2013.

Agora, tente imaginar: o que será que esse animal enorme come todos os dias?

Pois é, esse animal gigantesco se alimenta de uma criaturinha pequenininha sabia? O principal alimento desse gigante dos mares é o krill, um camarãozinho que habita as águas geladas dos oceanos, menor do que um dedo da sua mão!

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Zoo o quê???

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Figura 2 – Krill

Fonte: http://blogs.crikey.com.au/thestump/fi les/2011/04/12-04-2911-KRILL.jpg. Acesso em: 23 mar 2013.

A baleia-azul pode comer até 4 toneladas desse camarãozinho por dia e bilhões de toneladas de plâncton. O krill faz parte de um tipo muito especial de organismo que existe nos nossos ambientes aquáticos: o zooplâncton.

A palavra plâncton tem origem grega e signifi ca “errante”. O plâncton é um conjunto de organismos que fl utua livremen-te na coluna d’água, sem grande capacidade de deslocamento.

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Você sabe o que é zooplâncton???

Os organismos do zooplâncton são pequenos animais, alguns me-nores que a cabeça de um alfi nete, outros quase do tamanho da ponta de um lápis ou até maiores, como algumas medusas.

Figura 3 – Comparação do tamanho de um organismo do zooplâncton (microcrustáceo copépodo) e a ponta de um lápis comum.

Fonte: Woods Hole Oceanographic Institution. Disponível em: <http://www.divediscover.whoi.edu/arctic-ecosystem/abundance.html>. Acesso em: 14 dez. 2012.

De qualquer forma, mesmo o zooplâncton sendo muito pequenini-nho, sua importância é enorme! Nos ambientes aquáticos, sejam nos lagos, açudes ou no mar, o zooplâncton é uma comunidade superim-portante, pois serve de alimento a muitos organismos, como os peixes.

Quer dizer, sem o zooplâncton, não haveria tantos peixes no mundo! Além disso, esses pequenos organismos se alimentam do fi toplâncton (a parte vegetal do plâncton), dando início à cadeia ali-mentar aquática.

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CO Nutriente

FitoplânctonZooplâncton

PeixesPlanctófagos

PeixesCarnívoros

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Figura 4 – Cadeia alimentar aquática

Fonte: Adaptado de Tundisi e Matsumura-Tundisi (2008).

Esses organismos são estudados desde há muito tempo. Quando os primeiros cientistas resolveram arrastar um pedacinho de tecido na água, fi caram surpresos ao se depararem com uma quantidade enorme de organismos. Eles chamaram as microalgas (os microvegetais) de fi toplâncton e os animais de zooplâncton!

Figura 5 – Primeiros cientistas estudando o plâncton

Fonte: <http://www.oceano.mc/>. Acesso em: 14 dez. 2012.

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Cerdas e antenas longas

Em forma de fi os Gotículas de óleo

Grandes espinhos

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Desde então, o plâncton vem sendo estudado de muitas maneiras. Uma de suas características mais interessantes é a incrível habilidade de fl utuar! Pois é, boiar na água é essencial para esses organismos, especialmente para o fi toplâncton, que precisa da luminosidade para realizar a fotossíntese.

Mas como se manter na coluna d’água sem afundar? Os organis-mos do plâncton desenvolveram o que chamamos de adaptações. Eles têm longos espinhos, caudas longas, cílios, cerdas, corpos longos e fi nos e até podem produzir gotículas de óleo, que ajudam na fl utua-ção. Veja só algumas dessas adaptações:

Figura 6 – Tipos de organismos zooplanctônicos

Fonte: <http://protist.i.hosei.ac.jp/pdb/images>; <http://www.corbisimages.com>; <http://cfb.unh.edu/CFBKey/html/index.html>. Acesso em: 14 dez. 2012.

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Você quer conhecer mais sobre o zooplâncton? Então, vamos lá!

No zooplâncton de água doce, vamos encontrar os protozoá-rios, seres muito simples do ponto de vista biológico, constituídos por uma única célula e que aparecem em quantidades numerosas. Existem vários tipos de protozoários que podem ser encontrados no zooplâncton. Uns vivem sozinhos, enquanto outros podem formar colônias numerosas.

Vejam só alguns exemplos na Figura 7.

Figura 7 – (a) Ameba nua; (b) Ameba tecada; (c) e (d) protozoários de vida livre.

Fonte: (a) e (b) Luisa Medeiros; (c) e (d) Francisco Wagner Araújo Moreira. Laboratório de Ecologia Aquática (LEA/UFOP).

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Além dos protozoários, os rotíferos são organismos muito comuns no zooplâncton e bastante interessantes. Apresentam muitas formas diferentes, fi ltram a água através de estruturas cheias de cílios, podem formar colônias ou nadarem sozinhos na coluna d’água. Existem algumas espécies que preferem se fi xar em plantas, em rochas ou mesmo em outros animais. Nos açudes e lagos do Rio Grande do Norte, existem muitos tipos diferentes de rotíferos. Veja na Figura 8.

Você já viu um rotífero fi ltrando a água? É muito bacana! Acesse <http://www.cb.ufrn.br/mergulhandonaciencia/index.php>

Figura 8 – Tipos de rotíferos encontrados nos reservatórios do Rio Grande do Norte

Fonte: (a) e (b) Luisa Medeiros; (c) e (d) Francisco Wagner Araújo Moreira. Laboratório de Ecologia Aquática (LEA/UFOP).

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Na água doce, os microcrustáceos são os parentes próximos do krill, aquele camarãozinho simpático que é devorado pelas baleias. Os animais chamados de ostracoda, cladóceros e copépodos são os microcrustáceos que encontramos no zooplâncton de água doce.

No zooplâncton marinho, existem muitos outros tipos, mas isso fi ca para uma outra hora...

Os cladóceros são conhecidos como “pulgas d’água”, por causa dos saltinhos que dão quando estão nadando na água. São organis-mos extremamente adaptados à água doce. A maioria das espécies nada livremente, mas existem aqueles que preferem sombra e água fresca, quer dizer, vivem fi xos a plantas aquáticas e, por isso, só são encontrados no litoral de lagos e açudes.

Esses animais são excelentes fi ltradores (se alimentam do fi to-plâncton e de outras partículas presentes na água); por isso são im-portantíssimos para a cadeia alimentar aquática. Em alguns açudes de água bem verdinha, ou seja, com muito fi toplâncton, os cladóceros podem ser importantes para controlar o crescimento das microalgas, ajudando a limpar a água. Veja só como podem ser interessantes.

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Figura 9 – Tipos de cladóceros (pulgas d’água)

Fonte: Francisco Wagner Araújo Moreira. Laboratório de Ecologia Aquática (LEA/UFOP).

Os copépodos são outro tipo de microcrustáceo que encontramos no zooplâncton. Eles também são importantes como fi ltradores de microalgas, mas existem aqueles que são carnívoros vorazes. Alguns desses copépodos carnívoros vêm sendo estudados, por exemplo, como alimento da larva do mosquito da dengue.

Alguns tipos de copépodos que encontramos nos açudes do Rio Grande do Norte podem ser vistos a seguir.

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Figura 10 – Alguns tipos de copépodos (microcrustáceos)

Fonte: Francisco Wagner Araújo Moreira. Laboratório de Ecologia Aquática (LEA/UFOP).

Como vemos, os organismos do zooplâncton são uma parte im-portante da biodiversidade aquática. Por isso, quando as águas dos açudes, lagoas e rios se tornam sujas, poluídas ou eutrofi zadas, o zooplâncton pode desaparecer ou mudar completamente, o que pode causar sérios problemas. Por causa dessa capacidade de mudar rapi-damente sempre que o ambiente é alterado, o zooplâncton é um ex-celente bioindicador, ou seja, um organismo que nos mostra o quanto um ambiente pode estar impactado ou modifi cado.

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Nos açudes e lagos do semiárido do Rio Grande do Norte, podemos encontrar muitas espécies do zooplâncton. Da próxima vez que você der um mergulho, pense que você está em ótima companhia!

Atividades Proposta

Construa seu zooplâncton

Um dos grandes desafi os do plâncton é se manter fl utuando na co-luna d’água sem afundar. Para permanecer fl utuando, os organismos zooplanctônicos desenvolvem alguns truques, como produzir gotícu-las de óleo, desenvolver longos espinhos e cerdas, antenas longas e outros truques. Vamos ver se você consegue ser tão efi ciente quanto o zooplâncton nesse desafi o!

Objetivos:

Reconhecer um organismo planctônico.

Pensar em como elaborar estruturas morfológicas (espinhos, cau-das, cerdas, etc), que ajudem o organismo escolhido a permanecer fl utuando.

Materiais

Pranchas com fotos do fi toplâncton e do zooplâncton.

Aquário com água doce (pelo menos 50l) ou um balde grande.

Cronômetro.

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Para cada dupla de alunos (sugestão):

Garrafas Pet

Folhas de alumínio

Isopor

Papelão

Fios de nylon

Barbante

Copinhos descartáveis

Canudos

Pinças

Bolas de pingue-pongue

Óleo mineral ou de cozinha

Procedimento

Discuta/apresente a necessidade do zooplâncton permanecer fl u-tuando. Especialmente para o fi toplâncton, explore a necessidade de permanecer sempre na zona iluminada da coluna d’água.

Relembre com os alunos as adaptações necessárias do plâncton para que ele permaneça fl utuando na coluna d’água.

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Explique aos alunos que eles irão construir um organismo planc-tônico a partir dos materiais disponíveis. Explique também que esse organismo deve ser capaz de fl utuar na superfície da água, pelo maior tempo possível, e afundar bem lentamente.

Deixe que os alunos decidam qual o tempo mínimo para o “plânc-ton” permanecer fl utuando, antes que comece a afundar.

Peça às duplas que escolham qual organismo eles construirão.

Distribua os materiais entre as duplas ou deixe que eles escolham os materiais que desejarem.

Estabeleça o tempo para que as duplas construam seu modelo. Ao fi nal do tempo, peça a eles que desenhem seu modelo de plâncton.

Deixe os alunos testarem o modelo no aquário (ou no balde). Peça que anotem quanto tempo o modelo conseguiu fl utuar antes de afundar.

Oriente os alunos a fazerem as adaptações que considerarem ne-cessárias para melhorar o tempo de fl utuação do modelo, se for necessário.

Peça a eles que desenhem novamente o modelo, com as adapta-ções que foram feitas.

Teste novamente o modelo, medindo o tempo de fl utuação.

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Discuta as adaptações e os resultados obtidos, considerando as seguintes questões:

Quais as adaptações que ajudaram o modelo a fl utuar por mais tempo?

Por que essas adaptações funcionaram tão bem?

Compare seu modelo com um organismo real.

Uma outra ideia de atividade: discuta com os alunos como o fi to-plâncton pode manter suas atividades nos açudes do Rio Grande do Norte, que têm, em geral, águas muito turvas. Ou seja, a lumi-nosidade está presente apenas em poucos centímetros da coluna d’ água.

Como sugestão de outra atividade, peça aos alunos para desenha-rem as diferentes partes do corpo de um zooplâncton em relação, por exemplo, à alimentação (fi ltração) ou habitat (os de vida livre e os que fi cam fi xos).

Ao fi nalizar essa atividade, você perceberá que, apesar de muito pequenos, os organismos zooplanctônicos são muito bem preparados para a vida fl utuante que levam!

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Leituras complementares

Zooplâncton: que bicho é esse? 22

PAES, T. A. S. V.; ESKINAZI-SANT’ANNA, E. M. Dentro da planta havia um minilago. Ciência Hoje das Crianças, v. 219, p. 9-11, 2010.

Texto que mostra como os organismos do zooplâncton são versá-teis e podem habitar vários habitats, incluindo o interior de plantas.

ESKINAZI-SANT’ANNA, E. M.; BARBOSA, P. M. M. ; VALADARES, CARLA. ; GRASSIELE PESSOA.. Cápsulas de Biodiversidade. Ciência Hoje, v. 24, p. 68-69, 2003.

Texto que apresenta a importância dos organismos do Zooplanc-ton para a diversidade aquática.

Sitios Virtuais:

<http://ecologiaaquatica.blogspot.com.br/>

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Resumo

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Neste livro, foram apresentadas as principais características de um grupo de organismos aquáticos: o zooplâncton. Abordamos os aspectos gerais como tamanho, adaptações à vida na água, importância para os ecossistemas aquáticos e como podemos utilizar o zooplâncton para observar a qualidade das águas dos açudes e lagos. As informações disponíveis podem contribuir para a ampliação das ferramentas de ensino-aprendizagem, sobretudo considerando a inserção com o contexto do semiárido. Ao introduzirmos as ferramentas naturais de observação dos ambientes que nos rodeiam para a sala de aula, trazemos novas perspectivas e revivemos o principio básico da ciência: a observação da nossa realidade é a mais poderosa ferramenta de ensino.

Referências

BARBOSA, P. M. M.; S., B.; RIETZLER, A. C.; ESKINAZI-SANT’ANNA, E. M. O que conhecemos sobre a riqueza das águas de Minas Gerais. Ciência Hoje, v. 27, p. 65-67, 2006.

ESKINAZI-SANT’ANNA, E. M. et al. Águas Potiguares: Oásis Amea-çados. Ciência Hoje, v. 39, p. 68-71, 2006.

TUNDISI, J. G.; MATSUMURA-TUNDISI. Limnologia. São Paulo: Ed. Ofi cina de Textos, 2008. 632p.

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Anotações

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Esta edição foi produzida em mês de 2013 no Rio Grande do Norte, pela Secretaria de

Educação a Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (SEDIS/UFRN).

Utilizando-se ITC Slimbach Std para corpo do texto e Helvetica Univers LT Std Black

títulos e subtítulos sobre papel offset 90 g/m2.

Impresso na nome da gráfi ca

Foram impressos 1.000 exemplares desta edição.

SEDIS Secretaria de Educação a Distância – UFRN | Campus Universitário

Praça Cívica | Natal/RN | CEP 59.078-970 | [email protected] | www.sedis.ufrn.br

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