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Ser Director na Escola Pública: Como sair dos labirintos? José Matias Alves (Universidade Católica Portuguesa)
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Encontro nacional directores

Jul 20, 2015

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Page 1: Encontro nacional directores

Ser Director na Escola Pública: Como sair dos labirintos?

José Matias Alves(Universidade Católica Portuguesa)

Page 2: Encontro nacional directores

Saudação

Agradecimento

Felicitação

Porque a solução para os graves problemas que atravessamos não está fora de nós. O nós são os directores, os líderes intermédios, os professores – as comunidades educativas.

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Com isto quero afirmar que as soluções, neste momento, não estão nas agências centrais. As agências centrais (algumas delas) são a fonte dos nossos problemas educativos e organizacionais. Não as podemos extinguir ou ignorar. Mas seria estratégico não as sobrevalorizar. E encontrarmos no meio de nós o querer, o saber e o poder que possibilite algumas saídas dos labirintos.

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1. Uma análise breve do contexto político e organizacional

2. A gramática da acção directiva

3. Saídas possíveis (embora precárias e difíceis) do labirinto

(método: exposição/diálogo|| exposição + debate)

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Pedi à organização uma lista de problemas e constrangimentos. Chegou-me, ontem, uma lista de 22 (e dizia a autora que poderia continuar pela noite dentro). Há um denominador comum nessa lista: economicismo (o fim da acção educativa não é educar, mas reduzir custos); desconfiança e desautorização de quem realiza grande parte das promessas educativas. Esta ordem não pode ser aceite sem reclamação e protesto. E sem procura de alternativas.

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Um contexto paradoxal:

i) Hipercentralização do comando

ii) Hipercentralização da gestão dos recursos

iii) Desconexão e ambiguidade entre fins/meios/decisões (no próprio palco – ou palcos – dos poderes centrais) – arena política

iv) Desautorização e desconfiança

v) Retórica da autonomia que só é de responsabilidade e de prestação de contas

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E estas linhas de acção são tanto mais interpelantes quando havia sinais (ainda que débeis e a precisar de confirmação) de melhoria de resultados, de altos níveis de satisfação quanto à relação pedagógica e aos ambientes de aprendizagem (PISA, 2010)

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Um contexto depressivo:

i) menos remuneração

ii) menos apoio na acção

iii) menos recursos

iv) mais complexidade na gestão das exigências dos muitos públicos escolares

v) mais dependências e limitações

vi) mais dificuldade em mobilizar as comunidades educativas para a acção.

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E esta última questão é talvez a questão maior:

Como mobilizar os professores para uma acção comprometida com a melhoria dos processos e dos resultados educativos? Como gerar a confiança entre pares quando ela está a ser minada por múltiplos factores?

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Uma ameaça de burnout profissional e organizacional

(aliás, as escolas tendem a ser no actual contexto quase-organizações, pois começam a não ter identidade, autonomia, capacidade de decisão… quase tudo se passando fora de si mesmas..)

De esgotamento…

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Ora, nestes contextos muito difíceis, caóticos, desesperantes, temos de procurar soluções.

Como disse já, procurar no meio de nós. Reacendendo, nestes contextos críticos, as promessas e as práticas de comunidades educativas fortalecidas pelas adversidades.

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Antes de as procurarmos, algumas notas sobre a gramática da acção directiva:

i) a dupla legitimidade (local/eleitoral e a que advém de ser também mandatário do poder central)

ii) o ser obrigado a resolver os problemas da realidade e a cumprir a teia de normas legais (e para-legais)

iii) o estar entre a espada e a parede

Iv) o estar solitário numa terra de ninguém

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1) Unidade na acção. Reforço dos mecanismos de comunicação, entreajuda, cooperação entre directores. Criação de um fundo de apoio à acção directiva.

2) Empowerment na acção directiva. Reforço da inserção territorial em termos políticos (Assembleias municipais, CME…), sociais e empresariais

3) Reforço da unidade organizacional. Reforço dos mecanismos de escuta (escutatória), comunicação, interacção.

4) Reforço das dinâmicas de construção da comunidade educativa (exigência, solidariedade, suporte, confiança)

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5) Perguntar o menos possível (AC…), afirmar o princípio da realidade…Entre o mundo do sistema e o mundo da vida (Habermas, Sergiovanni…) , resistir à colonização e afirmar que o sistema tem de servir o mundo da vida, isto é, as necessidades das pessoas…

6) Afirmação da legitimidade eleitoral/local, quando entra em conflito com a legitimidade estatal…

7) Incremento das lideranças intermédias das organizações escolares; multiplicar os poderes e as responsabilidades e os compromissos…

8) Promoção de múltiplas dependências locais que podem significar mais autonomia e capacidade de acção

9) Saber quem são os nossos aliados naturais: os alunos, os pais, os professores, os representantes da comunidade local… e agir em conformidade.

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10) Activar a presença dos dispositivos de representação (conselho de escolas) e mediatizar as posições e as disposições das escolas

11) Agir (nas várias sedes em que estamos presentes) contra a obsessão agrupamental que tende a ser comandada pela mera racionalidade económica e esquece a especifidade das organizações educativas;

12) Construir alianças com instituições do ensino superior que podem ter outro poder de promoção do empowerment organizacional e outra capacidade de influência junto das agências locais e centrais;