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Empreendedorismo(1)

Mar 07, 2016

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Fábio Henrique

emprendedorismo
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  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    1/188

    Empreendedorismo

    Jaqueline Silveira

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    EmpreendedorismoM.a Jaqueline Silveira

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    Diretora Geral

    Dbora Guerra

    Direo AcadmicaGustavo Hofmann

    Coordenao EaDNeuza Belo

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    6/188

    SILVEIRA, JaquelineEmpreendedorismo. 1 ed. Bom Despacho; FACEB Cursos de graduao. 183p.

    Bibliograa

    1. Administrao 2. Empreendedorismo 3.. Ttulo

    Todos os direitos em relao ao design deste material didtico so reservados FACEB.

    Todos os direitos quanto ao contedo deste material didtico so reservados ao autor.

    Todos os direitos de Copyright deste material didtico so reservados FACEB.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    7/1885

    Sumrio

    Ementa ...................................................................................................................... 7

    Currculo Resumido do Professor ............................................................................. 9

    Bibliografia Utilizada ................................................................................................. 11

    Unidade 1

    Surgimento ................................................................................................................ 13

    Mdulo 01

    Introduo ................................................................................................................. 15

    Mdulo 02

    Pequena histria ....................................................................................................... 20

    Mdulo 03

    Inovao .................................................................................................................... 27

    Mdulo 04

    O Empreendedor ...................................................................................................... 38

    Resumo .............................................................................................................. 43Exerccios de Aprendizagem .............................................................................. 44

    Unidade 2

    Gesto nas Empresas ................................................................................................ 49

    Mdulo 01

    Gesto Organizacional .............................................................................................. 51

    Mdulo 02

    Histrico da Gesto das empresas ........................................................................... 57

    Mdulo 03

    Modelos de Gesto ................................................................................................... 66

    Mdulo 04

    Outros Modelos ........................................................................................................ 76

    Resumo .............................................................................................................. 83

    Exerccios de Aprendizagem .............................................................................. 84

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    Empreendedorismo

    6

    Unidade 3Mdulo 01

    De empreendedor a empresrio ............................................................................... 89

    Mdulo 02

    Planejamento Estratgico ......................................................................................... 120

    Mdulo 03

    Ferramentas: Cinco Foras de Porter ....................................................................... 125

    Mdulo 04

    Outras Ferramentas .................................................................................................. 130

    Resumo .............................................................................................................. 136

    Exerccios de Aprendizagem .............................................................................. 137

    Unidade 4

    Atividades Prticas do Empreendedorismo .............................................................. 141

    Mdulo 01

    O Plano de Negcios ................................................................................................ 143

    Mdulo 02

    Caracterizao do Negcio ...................................................................................... 147

    Mdulo 03

    Plano de Negcios: Planejamento da Produo e Plano Financeiro ....................... 153

    Mdulo 04Recursos Humanos .................................................................................................... 160

    Resumo .............................................................................................................. 166

    Exerccios de Aprendizagem .............................................................................. 167

    Anexo

    Empreendedorismo: a necessidade de se aprender a empreender ........................ 171

    Sumrio

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    9/1887

    Ementa

    Empresas e Empreendedorismo: principais conceitos e caractersticas de organizao,gesto e empreendedorismo. A gesto empreendedora e suas implicaes para

    as organizaes. O papel e a importncia do comportamento empreendedor nas

    organizaes. O perfil dos profissionais empreendedores nas organizaes. Processos

    grupais e coletivos, processos de autoconhecimento, autodesenvolvimento, criatividade,

    comunicao e liderana.

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    11/1889

    Psicloga Organizacional, Mestre em Administrao e Especializao em Gesto de

    Recursos Humanos, Planejamento e Orientao de Carreira, atuando h mais de 20anos em Projetos de Gesto de Pessoas, Assessoria de Carreira e Educao Corporativa

    em empresas de grande porte e de relevncia nacional e internacional, em atividades

    de fomentao do desenvolvimento pessoal e profissional. Coordenadora do Grupo de

    Estudos de Educadores da ABRH (Associao Brasileira de Recursos Humanos). Scia-

    proprietria da Acthio Coaching e Assessoria de Carreira.

    Currculo Resumido do Professor

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    13/18811

    Bibliograa Bsica:

    DOLABELA, Fernando. Oficina do Empreendedor.Editora Sextante, 2008.

    ROSA, Claudio Afrnio. Como Elaborar um Plano de Negcios. Belo Horizonte,

    SEBRAE-MG, 2004.

    SEBRAE,Aprendendo a Empreender, Manual.Brasil, 3 Edio, 2002.

    Bibliograa Complementar:

    CHIAVENATO, Empreendedorismo: Dando asas ao esprito empreendedor. Ed.

    Saraiva, 1999.

    DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luisa.30 Ed. So Paulo. Ed. Cultura, 2006.

    GOMES, Isabela Motta. Manual: Como elaborar um plano de marketing.Belo Horizonte:

    SEBRAE/MG, 2005.

    HOCHMAN, Nelson. RAMAL, Andrea Cecilia. RAMAL, Silvina Ana e SALIM, Cesar

    Simes. Construindo Plano de Negcios: todos os passos necessrios para planejar e

    desenvolver negcios de sucesso.Rio de Janeiro: Campus, 2001.

    FILION,J.L & Fernando. Boa idia! E agora?So Paulo: Cultura, 2000.

    Bibliografia Utilizada

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    15/18813UNIDADE 1

    UNIDADE 1

    Surgimento

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    16/188

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    17/18815UNIDADE 1

    reinvestida em novos empreendimentose, de maneira indireta, nas prprias

    comunidades.

    Ao contrario dos Estados Unidos

    da Amrica, onde o conceito de

    empreendedorismo j conhecido e

    utilizado a vrios anos, no Brasil o estudo

    do tema tem se intensificado a partir dofim dos anos 90.

    A preocupao com a criao de empresas

    duradouras e a diminuio da taxa de

    mortalidade das empresas existentes so

    considerados fatores importantes para o

    desenvolvimento do empreendedorismo

    no Brasil. Isto se deve principalmente

    em funo da necessidade das grandes

    empresas brasileiras em aumentar

    a competitividade, reduzir custos e

    manter-se no mercado conseqncias

    do processo de globalizao e das

    tentativas de estabilizao da economia

    brasileira.

    A principal consequncia desta situao

    foi o aumento do desemprego, o que

    levou ex-funcionrios a buscarem novas

    formas de sobrevivncia, muitas vezes

    iniciando novos negcios, sem possuir

    experincia no ramo e utilizando-se das

    economias pessoais. O processo decriao de novos negcios foi tambm

    Introduo

    Quando todas as pessoas das

    organizaes se comportam como

    lderes quando todos enfrentam

    desafios, inspiram os outros, capacitam,

    modelam e animam o compromisso

    ser muito maior e o xito muito maisprovvel. O segredo das organizaes

    de alto rendimento o fato de todos

    saberem o que se espera deles, de se

    recompensar a liderana a todos os

    nveis e de todos os indivduos serem

    responsveis por conseguir que se faam

    coisas extraordinrias as palavras-

    chave dos lderes do sc. XXI so servir e

    apoiar, mais do que mandar e controlar.

    (Kouces e Posner, 2000).

    O empreendedorismo hoje um

    fenmeno global, sobre o qual diversas

    instituies pblicas e privadas tm

    investido para pesquisar e incentivar.

    Existe uma clara correlao entre o

    empreendedorismo e o crescimento

    econmico. Os resultados mais explcitos

    manifestam-se na forma de inovao,

    desenvolvimento tecnolgico e gerao

    de novos postos de trabalho. A riqueza

    gerada pelos empreendedores contribui

    para a melhoria da qualidade de vidada populao e, no raras vezes,

    MDULO 01

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    18/188

    Empreendedorismo

    16 UNIDADE 1

    intensificado com a popularizao da

    internet, se constituindo no que hoje em

    dia chamado de nova economia. Alm

    desses ainda existem os herdam negcios

    familiares e do continuidade a empresascriadas h dcadas.

    As micro, pequenas e mdias

    empresas tm grande importncia no

    desenvolvimento da economia mundial,

    sendo responsvel por cerca de 50% do

    PIB em alguns pases e com tendncias

    de crescimento. No Brasil, em 2003, a

    participao dessas empresas no PIB era

    da ordem de 25%. Maiores informaes

    sobre a participao das MPME na

    economia brasileira so encontradas em

    Dolabela (2006, p.125).

    A Revoluo do Empreendedorismo

    O mundo tem passado por diversas

    transformaes em curtos perodos de

    tempo, principalmente no sculo XX,

    quando foram criadas a maioria das

    invenes que revolucionaram o estilode vida das pessoas. Essas invenes

    Foi este conjunto de

    fatores incentivou a

    discusso a respeito

    do empreendedorismo

    no Brasil, com nfase em: Pesquisas

    acadmicas sobre o assunto e Criao

    de programas especcos para o pblico

    empreendedor.

    Curiosidade:

    foram frutos de inovaes, de algo

    indito ou de novas formas de utilizar

    coisas j existentes. Por trs dessas

    invenes, existem grupos de pessoas

    que buscam fazer acontecer, ou seja, osempreendedores.

    Ao longo do tempo, alguns conceitos

    administrativos predominaram, em

    virtudes de contextos scio-polticos,

    culturais, desenvolvimento tecnolgico,

    desenvolvimento e consolidao do

    capitalismo, entre outros. A Figura1 abaixo apresenta quais foram os

    conceitos mais determinantes em cada

    poca. Mais a frente entraremos em mais

    detalhes sobre estas teorias e outras

    teorias administrativas.

    Os anos 90 marcaram o fim das

    organizaes tradicionais. Se nos anos 60

    se implementaram as equipas de trabalho

    e nos anos 70 modelos scio-tcnicos,

    nos anos 90 comearam a ser utilizados

    sistemas que permitem a integrao entre

    funes. A realidade atual, das novas

    tecnologias, novos negcios e novos

    mercados conduz a profundas alteraes

    na arquitetura das organizaes.

    1900 a 1920 - Movimento de

    Racionalizao do Trabalho: Foco na

    gerncia administrativa;

    1920 a 1930 - Movimento

    das Relaes Humanas: Foco nosprocessos;

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    19/18817UNIDADE 1

    1930 a final de 1950 - Movimento

    do Funcionalismo Estrutural: Foco na

    gerncia por objetivos;

    1950 a 1960 - Movimentodos Sistemas Abertos: Foco no

    planejamento estratgico.

    Fonte: Dornelas, 2001

    O ensino e discusso sobre

    empreendedorismo tem se intensificado

    nos ltimos anos principalmente devido

    ao rpido avano tecnolgico, querequer um nmero cada vez maior de

    empreendedores. O avano tecnolgico

    aliado com a sofisticao da economia e

    dos meios de produo e servios gerou

    uma necessidade de formalizao de

    conhecimentos que antes eram obtidos

    de forma emprica.

    Esses fatores nos levam ao que

    chamado atualmente de A era do

    Empreendedorismo, pois so os

    empreendedores que esto atualmente

    criando novas relaes de trabalho,

    novos empregos, quebrando antigos

    paradigmas e gerando riqueza para a

    sociedade.

    Dada sua importncia para o

    desenvolvimento da economia, o

    empreendedorismo tem sido centro de

    polticas pblicas em diversos pases,

    conforme relacionado nos exemplos a

    seguir: Reino Unido: Em 1998 publicouum relatrio a respeito do seu futuro

    competitivo, o qual enfatizava a

    necessidade de se desenvolver uma

    srie de iniciativas para intensificar o

    empreendedorismo na regio; Alemanha:

    Tem estabelecido vrios programas quedestinam recursos financeiros, e apoio na

    criao de novas empresas. Na dcada

    de 90, aproximadamente 200 centros

    de inovao foram criados, provendo

    espao e outros recursos para empresas

    start-ups;Finlndia: Em 1995, o decnio

    do empreendedorismo foi lanado

    na Finlndia com vistas a criar umasociedade empreendedora, promover

    o empreendedorismo como uma fonte

    de gerao de emprego e incentivar

    a criao de novas empresas; Israel:

    Programa de Incubadoras Tecnolgicas

    (+ de 500 negcios j foram criados

    nas 26 incubadoras do projeto). Houve

    ainda uma avalanche de investimento de

    capital de risco nas empresas israelenses,

    sendo que mais de 100 empresas criadas

    em Israel encontram-se com suas

    aes na NASDAQ (Bolsa de aes de

    empresas de tecnologia e Internet, nos

    EUA); Frana: Iniciativas para promover

    o ensino de empreendedorismo nas

    universidades, particularmente para

    engajar os estudantes. Incubadoras

    baseadas nas universidades esto sendo

    criadas; uma competio nacional

    para novas empresas de tecnologia foi

    lanada; e uma fundao de ensino do

    empreendedorismo foi estabelecida.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    20/188

    Empreendedorismo

    18 UNIDADE 1

    As diferenas entre os pases tambm

    refletem nos dois tipos de fora

    propulsora do empreendedorismo: os

    empreendimentos de oportunidade

    e os de necessidade. Umempreendimento de oportunidade

    quando o empreendedor iniciou ou

    investiu em um negcio a fim de

    aproveitar uma oportunidade percebida

    no mercado, e de necessidade quando

    se trata da melhor opo de trabalho

    disponvel. Ambos florescem em pases

    onde h desigualdade na distribuiode renda, mas onde as pessoas tm

    expectativa de que a situao econmica

    ir melhorar.

    Os de oportunidade aparecem em

    maior nmero onde h reduzida nfase

    na manufatura, baixa intromisso

    governamental, grande nmero de

    investidores informais e respeito pela

    atividade empreendedora.

    Os de necessidade so mais comuns onde

    o desenvolvimento econmico do pas

    relativamente pequeno, a economia no

    depende tanto do mercado internacional,

    os benefcios oferecidos pelo Estado so

    menos generosos e as mulheres tm

    menos influncia sobre a economia.

    Empreendedorismo no Brasil

    O desenvolvimento do empreendedo-

    rismo no Brasil se deu a partir da dcadade 90 com a criao de entidades como

    o SEBRAE1 e SOFTEX2. Antes deste

    perodo, o ambiente poltico e econ-

    mico do pas no eram propcios e os

    empreendedores no encontrava infor-

    maes suficientes no desenvolvimentode seus negcios.

    No Brasil, o tema empreendedorismo

    passou a tomar forma com os programas

    desenvolvidos no mbito da SOFTEX,

    principalmente em incubadoras de

    empresas e em universidades/cursos

    de cincia da computao. Atualmente,acredita-se que o pas entrar no novo

    milnio em condies de desenvolver

    um dos maiores programas de ensino

    de empreendedorismo do mundo,

    comparvel ao que acontece nos EUA

    Algumas iniciativas de suporte ao

    empreendedorismo no Brasil so listadas

    a seguir: Softex (Genesis); Empretec

    (SEBRAE); Brasil Empreendedor; Projeto

    REUNE (CNI/IEL); Comea a haver a figura

    do capitalista de risco; Crescimento das

    incubadoras de empresas tradicionais,

    tecnolgicas e mistas; Ensino de

    empreendedorismo nas universidade;

    Entidades de apoio (Sebrae, Endeavor,

    Instituto Empreendedor do Ano da

    Ernst & Young...); Alternativas de

    financiamento: Fapesp, Finep, Angels,

    VCs.

    1 Servio Brasileiro de Apoio s Micro ePequenas Empresas

    2 Associao para Promoo da Excelnciado Software Brasileiro

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    21/18819UNIDADE 1

    Crescimento de franquias

    Na ltima pesquisa GEM3 realizada

    em 2012, entre as inmeras questes

    pesquisadas um nova foi introduzida eesta investigava sobre qual seria o sonho

    do brasileiro, procurando comparar o

    desejo de ter um negcio prprio com

    outros desejos, como, por exemplo,

    comprar uma casa, viajar ou ter uma

    carreira em uma empresa.

    Os resultados mostraram que o sonho deter um negcio prprio superou todos os

    demais desejos, exceto viajar pelo Brasil

    e ter uma casa prpria. No entanto, o

    sonho de ter um negcio prprio (43,5%)

    superou em muito o desejo de ter uma

    carreira em uma empresa (24,7%).

    Ao se examinar as regies, embora os

    percentuais variem bastante de regio

    para regio, o sonho do negcio prprio

    ficou entre os trs primeiros sonhos nas

    cinco regies pesquisadas.

    3 Global Enterpreneurship Monitor

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    22/188

    Empreendedorismo

    20 UNIDADE 1

    histrico e identifica que a primeira defi-nio de empreendedorismo creditada

    a Marco Polo, sendo o empreendedor

    aquele que assume os riscos de forma

    ativa, fsicos e emocionais, e o capitalista

    assume os riscos de forma passiva. Na

    Idade Mdia, o empreendedor deixa de

    assumir riscos e passa a gerenciar grandes

    projetos de produo principalmentecom financiamento governamental. E no

    sculo XVII, surge a relao entre assumir

    riscos e o empreendedorismo. Bem como

    a criao do prprio termo empreende-

    dorismo que diferencia o fornecedor do

    capital, capitalista, daquele que assume

    riscos, empreendedor. Mas somente no

    sculo XVIII, que capitalista e empreen-

    dedor foram complemente diferen-

    ciados, certamente em funo do incio

    da industrializao.

    Figura 2: Peter DruckerFONTE: http://www.outlookindia.com/article.

    aspx?229383

    Pequena histria

    S no incio do sculo XX, a palavra

    empreendedorismo foi utilizada pelo

    economista Joseph Schumpeter em

    1950 como sendo, de forma resumida,

    uma pessoa com criatividade e capaz de

    fazer sucesso com inovaes. Mais tarde,em 1967 com K. Knight e em 1970 com

    Peter Drucker foi introduzido o conceito

    de risco, uma pessoa empreendedora

    precisa arriscar em algum negcio. E

    em 1985 com Pinchot foi introduzido o

    conceito de intra-empreendedor, uma

    pessoa empreendedora, mas dentro de

    uma organizao.

    Buscando ainda as razes do empreende-

    dorismo, Dornelas (2001) faz um resgate

    Figura 1: Joseph SchumpeterFONTE: http://en.wikipedia.org/wiki/

    Joseph_Schumpeter

    MDULO 02

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    23/18821UNIDADE 1

    Com as mudanas histricas, o empreen-

    dedor ganhou novos conceitos, na

    verdade, so definies sob outros

    ngulos de viso sobre o mesmo tema,

    conforme Britto e Wever (2003, p. 17),uma das primeiras definies da palavra

    empreendedor, foi elaborada no incio

    do sculo XIX pelo economista francs

    J. B. Say, como aquele que transfere

    recursos econmicos de um setor de

    produtividade mais baixa para um setor

    de produtividade mais elevada e de

    maior rendimento. No sculo XX, tem-sea definio do economista moderno,

    de Joseph Schumpeter, j citada acima

    sucintamente, o empreendedor aquele

    que destri a ordem econmica existente

    pela introduo de novos produtos e

    servios, pela criao de novas formas de

    organizao ou pela explorao de novos

    recursos e materiais (SCHUMPETER,

    1949, apudDORNELAS, 2001, p. 37).

    Contudo, parece que uma definio de

    empreendedor que atende na atualidade a

    de Dornelas (2001, p. 37), que est baseada

    nas diversas definies vistas at ento, o

    empreendedor aquele que detecta uma

    oportunidade e cria um negcio para capita-

    lizar sobre ela, assumindo riscos calculados.

    Caracteriza a ao empreendedora em

    todas as suas etapas, ou seja, criar algo novo

    mediante a identificao de uma oportuni-

    dade, dedicao e persistncia na atividade

    que se prope a fazer para alcanar os obje-

    tivos pretendidos e ousadia para assumir osriscos que devero ser calculados.

    Empreendedorismo

    No campo etimolgico, Ferreira (1999)

    define empreendedorismo como a palavra

    empreender, adicionado o sufixo ismo.A palavra empreender definida como

    1. Deliberar-se a praticar, propor-se,

    tentar (empresa laboral e difcil) 2. Pr em

    execuo (...) (FERREIRA, 1999, p. 514).

    Assim: O termo empreendedorismo

    (entrepreneurship, em ingls) tem

    conotao prtica, mas tambm

    implica atitudes e ideias. Significa fazercoisas novas, ou desenvolver maneiras

    novas e diferentes de fazer as coisas

    (DOLABELA, 1999a, p. 16).

    Segundo Dolabela (1999b),

    interessante observar que cada

    cincia analisa o empreendedorismo

    com um foco diferente e isso explica

    tamanha diversidade de definies

    existentes. Porm, h duas correntes

    principais desenvolvidas sobre o tema:

    a dos economistas, que relacionavam

    o empreendedor inovao e a dos

    comportamentalistas, que ressaltavam as

    caractersticas do empreendedor, como

    criatividade e intuio. O empreendedor,

    ainda segundo Dolabela (1999b),

    aquele que cria ou adquiri uma empresa,

    mas que, principalmente, introduz

    inovaes ao negcio, assumindo os

    riscos oriundos a ele. Na verdade, essa

    seria a condio sine qua non para

    diferenciar o verdadeiro empreendedordos simples proprietrios de um negcio.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    24/188

    Empreendedorismo

    22 UNIDADE 1

    O terico Drucker (2003) assevera que

    o empreendedor aquele que comea

    seu prprio, novo e pequeno negcio,

    recriando a forma de fazer, agregando

    valor ao negcio, criando um novoconceito ao produto ou servio oferecido:

    Eles criam algo novo, algo diferente,

    eles mudam ou transformam valores

    (DRUCKER, 2003. p. 29).

    Dolabela (1999a) define empreendedo-

    rismo como um fenmeno cultural, ou

    seja, fruto dos hbitos, prticas e valoresdas pessoas (DOLABELA, 1999a, p.33).

    Complementa, dizendo que a palavra

    enterpreneurship um termo utilizado

    para designar os estudos relativos ao

    empreendedor, seu perfil, suas origens,

    seu sistema de atividade, seu universo de

    atuao (DOLABELA, 1999b, p.43).

    De acordo com Dornelas (2001), o

    empreendedorismo requer a criao

    de algo novo e de valor; a devoo e o

    comprometimento de tempo e esforo

    necessrios; e a ousadia para assumir

    riscos calculados e tomar decises

    crticas, sem desanimar com as falhas e

    os erros. Mais do que isso, o autor indica

    que o fenmeno do empreendedorismo

    complexo e sua compreenso deve

    levar em conta:

    1. Fatores Pessoais (assumir riscos,

    realizao pessoal, valores pessoais,

    liderana, etc.);

    2. Fatores Sociolgicos (networking,

    equipes, influncia dos pais,

    famlia, modelos de pessoas

    de sucesso, etc.); 3) Fatores

    Organizacionais e 4) Ambiente.

    Neste caso, o fenmeno s poderia

    ser compreendido em sua totalidade

    levando-se em conta no apenas

    as caractersticas individuais do

    empreendedor, mas, tambm, os

    fatores sociolgicos e histricos, isto

    , a sociedade que facilita ou impedeo desenvolvimento das aptides

    individuais. Para Dornelas (2001, p.

    37): O empreendedor aquele que

    detecta uma oportunidade e cria um

    negcio para capitalizar sobre ela,

    assumindo os riscos necessrios. Assim,

    no adiantaria ser empreendedor se

    no houvesse oportunidade e, neste

    caso, as oportunidades so, histrica e

    socialmente, construdas.

    De acordo com Dolabela (1999b), o

    significado da palavra entendido

    de acordo com o contexto histrico

    no qual se est inserido. No sculo

    XVII, empreender significava a firme

    deciso de fazer alguma coisa. J nos

    dias de hoje, significa a atividade de

    toda pessoa que est na base de uma

    empresa, desde o franqueado, um dono

    de oficina mecnica, at aquele que

    criou e desenvolveu uma multinacional

    (DOLABELA, 1999b, p. 67).

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    25/18823UNIDADE 1

    Fonte: Dornelas, 2003

    Ademais: O empreendedor sempre

    est buscando a mudana, reage a ela, e

    a explora como sendo uma oportuni-

    dade (DRUCKER, 2003, p. 36), ou seja,

    o empreendedor no provoca a

    mudana, mas a v como algo sadio.

    Ele, analisando o contexto, identifica a

    mudana e enxerga uma perspectiva

    atravs dela (projeo do futuro).

    Fique atento!

    Historicamente, portanto, ato de empreender to antigo quanto a civilizao

    (BOM NGELO, 2003). Desta forma, razovel constatar que fenmenos sociais,

    polticos e de poder so intrnsecos ao trabalho e ao empreendedorismo desde as

    referncias mais antigas da humanidade, denindo os movimentos culturais e as

    mudanas de paradigmas que vm ocorrendo no mundo.

    De acordo com Dolabela (1999b, p.45), O

    empreendedorismo deve conduzir ao desen-

    volvimento econmico, gerando e distribuindo

    riquezas e benefcios para a sociedade.

    Se a ao empreendedora deve conduzir

    ao desenvolvimento econmico tem-se,

    logicamente, que esta ao seja exitosa,

    isto , que o empreendedor obtenha

    sucesso em seu negcio.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    26/188

    Empreendedorismo

    24 UNIDADE 1

    Outras definies do termo

    Empreendedorismo foram

    desenvolvidas, com abordagens

    diferentes, conforme relacionado:

    Kirzner (1973) O empreendedor aquele que cria equilbrio, encontrando

    uma posio clara e positiva em um

    ambiente de caos e turbulncia, ou

    seja, identifica oportunidades na ordem

    presente; Harvard Business School -

    Empreendedorismo a identificao

    de novas oportunidades de negcio,

    independentemente dos recursosque se apresentam disponveis ao

    empreendedor; Babson College - define

    o termo de forma ainda mais abrangente:

    empreendedorismo uma maneira

    holstica de pensar e de agir, sempre

    com obsesso por oportunidades, e

    balanceada por uma liderana.

    O ato de empreender est relacionado

    identificao, anlise e implementao

    de oportunidades de negcio, tendo

    como foco a inovao e a criao de valor.

    Isto pode ocorrer atravs da criao de

    novas empresas, mas tambm ocorre em

    empresas j estabelecidas, organizaes

    com enfoque social, entidades de natu-

    reza governamental etc. Por trs destes

    negcios esto indivduos diferenciados,

    conhecidos por empreendedores.

    O empreendedor aquele que detecta

    uma oportunidade e cria um negcio

    para capitalizar sobre ela, assumindoriscos calculados. Os seguintes aspectos

    referentes ao empreendedor so

    encontrados em qualquer definio de

    Empreendedorismo: Iniciativa para criar

    um novo negcio e paixo pelo que faz;

    Utiliza os recursos disponveis de formacriativa transformando o ambiente social

    e econmico onde vive; Aceita assumir

    riscos e a possibilidade de fracassar.

    Sucesso

    De acordo com Ferreira (1999, p. 1333),

    sucesso quer dizer bom xito, resultadofeliz. Cientificamente, asseveram Pessoa

    e Gonalves que:

    No se pode dizer que o sucesso de umempreendimento ser conseqnciade determinadas caractersticascomportamentais, mas certamentepode-se afirmar que um conjunto decondies presentes no indivduocontribuir para o seu sucesso comoempreendedor

    (PESSOA e GONALVES, 2004, p. 2).

    Em pesquisa realizada, Rimoli et al.

    (2004), determinam o conceito de

    sucesso ou insucesso pela manuteno

    ou mortalidade do negcio. Para o

    conceito de sucesso, os autores usam

    como base referencial pesquisa fatores

    subjetivos, citados por Dornelas (2001):

    ser um indivduo visionrio, determinado,

    dinmico, dedicado, entre outros, ao

    invs de unir fatores objetivos, referentes

    aos resultados do empreendimento,como fez Nassif et al.(2004).

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    27/18825UNIDADE 1

    De acordo com pesquisa realizada por

    Rimoli et al. (2004), h alguns fatores

    que foram determinantes para um

    empreendedor ter tido sucesso em sua

    empreitada e outro ter tido insucesso:

    o conhecimento de mercado, que no

    caso do empreendedor de sucesso

    foi aumentado pela experincia do

    pai (aprendeu com a experincia de

    terceiros); a diferenciao de uma idia

    de uma oportunidade de mercado e

    a elaborao de um plano de negcio,

    mesmo que tardio. Todos esses citados

    pela literatura. Outro fator que, segundo

    os autores, foi, tambm, determinante,

    a criao de barreiras de entrada: O

    empreendedor, para obter a lealdade

    continuada dos clientes, alm de criar

    valor adicional para eles, precisa ter

    condies de sustentar esse valor ao

    longo do tempo e as barreiras de entrada

    servem a esse propsito (RIMOLI et al.,

    2004, p. 14).

    Em outra pesquisa realizada por Versiani

    e Guimares (2004), concluiu-se que o

    desenvolvimento de um negcio afetado

    pelos conhecimentos cognitivos, ou seja,

    o modo como o empreendedor age em

    relao s adversidades encontradas, pelos

    problemas internos de estruturao e pelos

    acasos ambientais, externos empresa, e

    que o processo de aprendizado em expe-

    rincias anteriores foi determinante para a

    criao das empresas.

    Para Dornelas (2001), o empreendedor

    de sucesso tem uma caracterstica

    singular: conhece o negcio em que atua

    e esse conhecimento adquirido atravs

    da sua experincia ao longo do tempo

    e do planejamento constante a partir de

    uma viso do futuro.

    importante registrar que boas ideias

    no so necessariamente oportunidades

    e no saber distinguir umas das outras uma das grandes causas de insucesso,

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    28/188

    Empreendedorismo

    26 UNIDADE 1

    comuns entre empreendedores iniciantes

    (PESSOA e GONALVES, 2004).

    Dornelas (2001) diferencia oportunidade

    de negcio de ideia, dizendo que a ideiaseria o primeiro passo para se desenvolver

    uma oportunidade, transformando-a em

    um empreendimento, e que no

    somente ter uma boa ideia o fator

    determinante para o sucesso: o que faz

    uma ideia se transformar em oportunidade

    a agregao de valor, ou seja,

    reconhecer, de acordo com um estudode mercado, dos clientes, entre outras

    coisas, o que far a diferena para o

    cliente.

    Assista videoaula com este contedo.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    29/18827UNIDADE 1

    A compra a prestao foi uma inovao queexigiu apenas uma ideia e revolucionou o

    mercado mundial, portanto, a inovao

    no precisa ser tcnica, no precisa sequer

    ser uma coisa(DRUCKER, 1987 p. 41).

    Outro fator fundamental a busca inces-

    sante pela inovao, pois as ideias raramente

    surgiro ao acaso. Drucker (1987) ainda afirmaque a eficcia da inovao est ligada sua

    simplicidade e concentrao caso contrrio

    poderia ser confusa ou simplesmente no

    funcionar, o que a tornaria intil.

    A inovao sistemtica, portanto,

    consiste na busca deliberada e organizada

    de mudanas, e na anlise sistemtica das

    oportunidades que tais mudanas podem

    oferecer para a inovao econmica ou

    social. (DRUKER, 1987, p. 45).

    Inovao

    No seria possvel falar de empreen-

    dedorismo, sem citar a inovao, pois

    esta pea chave para o nascimento e

    manuteno de um empreendimento os

    empreendedores inovam. A inovao

    o instrumento especfico do empreen-dedor (DRUCKER, 1987,p. 39).

    A palavra inovao, deriva dos termos

    latinos in e novare e significa fazer algo

    novo ou renovar. Segundo Drucker

    inovao a habilidade de transformar

    algo j existente em um recurso que

    gere riqueza. [...] Qualquer mudana

    no potencial produtor-de-riqueza

    de recursos j inexistentes constitui

    inovao... (DRUCKER, 1987, p. 40).

    MDULO 03

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    30/188

    Empreendedorismo

    28 UNIDADE 1

    Ainda se tratando de inovao

    sistemtica, Drucker (1987) afirma que se

    baseiam em sete fontes, divididas em dois

    grupos que permitem ao empreendedor

    alcanar a oportunidade inovadora,o primeiro grupo, a saber, refere-se

    a setores internos da instituio: o

    inesperado, a incongruncia, a inovao

    baseada na necessidade de processo,

    mudanas na estrutura do setor industrial

    ou na estrutura do mercado.

    E outro grupo de trs fontes que consisteem mudanas fora da empresa: mudanas

    demogrficas; mudanas de disposio,

    percepo e significado; conhecimento

    novo, podendo este ser cientfico ou no

    cientfico.

    Estas sete fontes necessitam ser

    igualmente consideradas e analisadas

    em separado, pois tem igual importncia

    no processo inovador que pode surgir

    tanto a partir de fatores internos quanto

    externos organizao.

    Empreender e inovar envolve lidar com

    todos os riscos sobre a ideia, para tanto,

    inovao se baseia na capacidade que a

    inveno tenha de gerar receita, Drucker

    (1987), ressalta que ideias brilhantes

    no representam inovao em sua grande

    maioria, pois na maior parte das vezes a

    receita no ultrapassa os custos de criao

    ou implantao do referido invento.

    Todos os riscos devem ser considerados

    e as sete fontes anteriormente citadas

    precisam de constante avaliao, pois

    o conhecimento cria o ambiente ideal

    para o surgimento da inovao, emcontrapartida, as ideias brilhantes

    tendem a fracassar, portanto no so

    recomendveis O empreendedor faria

    bem, portanto, em renunciar a inovaes

    baseadas em ideias brilhantes, por

    mais atraentes que sejam os casos de

    sucesso. (DRUKER, 1987, p. 183).

    Entende-se que uma pequena empresa

    no pode ser considerada atividade

    empreendedora, a menos que haja algum

    tipo de inovao: [...] empreendedorismo

    no trata apenas de pequenas empresas

    e novos empreendimentos. No aborda

    apenas a criao de novos produtos ou

    servios, mas, sim, inovaes em todos

    os mbitos do negcio (CHIAVENATO,

    2007, p. 261).

    Ainda seguindo este raciocnio,

    percebe-se que o empreendedorismo

    se d em funo da inovao, no o

    contrrio como se costuma pensar,

    considerando que grandes empresas

    passam a ser empreendedoras quando

    inovam, e a este processo d-se o nome

    de empreendedorismo corporativo.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    31/18829UNIDADE 1

    Empreendedorismo Corporativo umprocesso em que um indivduo ou grupode uma organizao existente cria umnovo empreendimento ou desenvolveuma inovao. Outra perspectivaimportante que o empreendedorismo

    corporativo a soma dos esforos deinovao, renovao e empreendimentode uma firma.

    (IRELAND e HOSKISSON, 2002, p. 262apudCHIAVENATO, 2007).

    Eis os principais tipos mais comuns de

    inovao, segundo Fagundes (2011):

    De produto: mudanas em bens e serviosque uma empresa oferece. Exemplo; oIpod da Apple, comparado com outrostocadores portteis de msica, queinovou tanto na tecnologia utilizada,como tambm no design do produto;

    De processo: mudanas na forma emque os produtos so criados e entre-gues. A venda de livros pela Internet uma inovao de processo, com opioneirismo nos anos 90 da Amazon;

    De posicionamento: mudanas nocontexto em que produtos ou serviosso introduzidos. Exemplo: o posicio-

    namento das sandlias havaianas, quefoi completamente mudado, saindo deum posicionamento inicial de produtopopular, de baixo valor, para se posi-cionar como um produto mais ligadoao mundo da moda, com um preomais elevado e maior valor agregado;

    Organizacional: a prpria mudana

    em estrutura e procedimentosorganizacionais, com a implantaode novas tcnicas de gerenciamento.

    Como exemplo, podemos citara implementao de sistemasde gerenciamento da cadeia defornecimento ou de um SAC;

    No modelo de negcios: a mudanano modelo de negcio adotadopela empresa para comercializar seuproduto ou servio; a criao de ummodelo de negcios que elimina todosos intermedirios entre o fabricantee os consumidores, como foi o casoda Dell Computadores que comeouem 1984, a vender computadores,diretamente aos consumidores.

    (FAGUNDES, 2011)

    Gesto da inovao

    Gesto da inovao a busca pela

    compreenso dos fatores que podem

    determinar o sucesso ou fracasso de

    um empreendimento, dentre eles

    quatro temas centrais, segundo Bessant

    e Tidd (2009): Compreender o que

    se tenta gerenciar - compreender o

    como; Compreender o qu, o porqu

    e o quando da atividade de inovao;

    Compreender que isso um alvo mvel.

    Portanto gerenciar a inovao basear-se

    em mais que uma boa ideia, preciso

    calcular estrategicamente e aprender

    com o processo.

    importante salientar que muitas vezes

    pode haver dificuldade em diferenciaresses tipos de inovao, pelo fato de

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    32/188

    Empreendedorismo

    30 UNIDADE 1

    poderem ser parecidas em alguns casos e

    se aplicarem a mais de um tipo ao mesmo

    tempo. s vezes, a linha divisria entre os

    tipos de inovao bastante imprecisa

    uma nova balsa a motor, por exemplo, tanto uma inovao de produto quanto de

    processo (BESSANT e TIDD, 2009. p. 30).

    Outro fator relevante para o conheci-

    mento da inovao o grau de novidade

    que a mesma apresenta, a partir da

    Bessant & Tidd (2009) argumentam sobre

    a diferena entre inovao incremental einovao radical, pois h uma enorme

    diferena entre adicionar melhorias e

    modificaes em algo j existente, e

    criar um conceito (de produto ou servio)

    totalmente novo.

    E tais mudanas podem no to somente

    revolucionar o mercado como a forma

    que esta inovao influencia o mundo,

    como por exemplo, a energia a vapor

    durante a Revoluo Industrial, e a forma

    que os mesmos so vistos/ produzidos.

    [...] H um grau especifico de inovao

    em cada um desses nveis mas as

    mudanas em sistemas de nveis mais

    altos, normalmente, tm implicaes

    para os mais baixos (BESSANT e TIDD,

    2009, p. 31).

    Um modelo de inovao

    Fagundes (2011) nos apresenta do caso

    do Cirque du Soleil como modelo deinovao.

    A inovao do Circo.

    Na estratgia do oceano azul, da

    inovao de valor, os autores, W.Chan kim

    e Rene Mauborgne, procuram mostrarcomo uma empresa pode navegar no

    oceano azul, criando novos mercados

    e sendo possvel tornar a concorrncia

    irrelevante. As oportunidades no oceano

    azul esto a para quem chegar primeiro.

    E aquele que se posicionar em primeiro

    lugar, ganha o jogo da competio.

    O Cirque Du Soleil uma referncia

    citada no livro: A Estratgia do Oceano

    Azul, que fala de uma nova forma de

    entretenimento e de fazer um novo

    circo, bem diferente do circo tradicional.

    A empresa se afastou da lgica

    convencional dos circos e incorporou

    novos atributos, com vrias produes,

    msicas e danas artsticas. No caso

    do Cirque Du Soleil, eliminaram-se os

    espetculos com animais, os vrios

    picadeiros e os astros famosos. O mais

    interessante que o desconforto do

    pblico circense em relao explorao

    de animais se tornara cada vez maior. Os

    animais tambm so dispendiosos para

    os circos.

    O Cirque de Soleil foi criado em 1985,

    no Canad, com uma estratgia de

    diferenciao, na medida em que

    procurou a inovao, em uma linha

    temtica, por trs de cada show; o grupode criadores passa semanas apenas

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    33/18831UNIDADE 1

    desenvolvendo o tema, escolhendo um

    nome, e detalhando como esse tema

    estar refletido em cada componente

    do espetculo. A parte mais importante

    do tema a msica original, que formao ponto de partida para a escolha da

    iluminao, distribuio das performances

    e o aspecto visual. O Cirque de Soleil

    representa uma verdadeira mistura de

    manifestaes artsticas. H malabaristas,

    palhaos, trapezistas, mas todos os

    elementos se relacionam com o tema da

    apresentao, e no h animais, o que em

    pocas passadas, at os anos 80, era algo

    impensvel para um circo.

    Aplicando a matriz da inovao de valor -

    Eliminar. Reduzir. Elevar. Criar.

    O Cirque Du Soleil navegou nas guas

    do oceano azul. A matriz da inovao

    de valor ajuda sua empresa para criar

    a inovao, respondendo as quatro

    perguntas-chave que questiona a lgica

    estratgica da competio e o modelo

    de negcios do setor.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    34/188

    Empreendedorismo

    32 UNIDADE 1

    Eliminar: consiste em saber: Quais

    atributos considerados indispensveis

    pelo setor em que sua empresa atua

    devem ser eliminados? No Cirque Du

    Soleil, foram eliminados os espetculoscom animais, descontos para grupos,

    espetculos com vrios picadeiros e os

    astros circenses.

    Reduzir: consiste em saber: Que atributos

    devem ser reduzidos bem abaixo dos

    padres setoriais? No Cirque Du Soleil,

    foram reduzidos a vibrao e perigo, alm

    da diverso e humor.

    Elevar: questiona: Quais atributos devem

    ser elevados bem acima dos padres

    setoriais? Em vez de trs picadeiros do

    circo tradicional, o Cirque Du Soleil

    criou o picadeiro nico, o que reduziu

    custos e ainda incomodou menos os

    espectadores.

    Criar: procura saber: Quais atributos,

    nunca oferecidos pelo setor onde sua

    empresa vai atuar, devem ser criados?

    O Cirque Du Soleil criou temas novos,

    ambiente refinado, vrias produes,

    alm das msicas e danas artsticas.

    Veja que, nesta mudana de percepo,

    a empresa vai modificar os seus custos

    e deixar de imitar o concorrente,

    procurando corrigir as limitaes

    que o setor impe aos clientes e, ao

    mesmo tempo, que ajuda a descobrirprodutos e servios inovadores para os

    consumidores, criando novas demandas,

    e at mudando a estratgia de preos. O

    empreendedor, quando cria a estratgia

    do oceano azul, no segue o mercado;

    cria um novo mercado.

    O grande sucesso da companhia,

    tanto artstico omo financeiro, vem

    despertando o interesse de faculdades

    de administrao de primeira linha, como

    a Harvard Business School e a Insead.

    A magia do Cirque Du Soleil o resultado

    da combinao da arte do espetculo

    com o pragmatismo empresarial.

    Somos, acima de tudo criadores de

    contedo, afirma Michael Bolingbroke,

    diretor geral de espetculos. Esse

    contedo comercializado em 11

    espetculos, alguns intinerantes e outros

    com sede permanente, assistidos por mais

    de 7 milhes de pessoas anualmente.

    Inovao e Criatividade

    Ns vivemos hoje em um ambiente

    competitivo que tem sido orientado

    pela transformao tecnolgica, pela

    globalizao, pela competio acirrada

    e por uma extrema nfase na relao

    custo-benefcio, qualidade e satisfao

    do cliente, tal estado de coisas exige

    um foco muito maior na criatividade e

    na inovao tidas como competnciaestratgica das organizaes.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    35/18833UNIDADE 1

    E, salienta-se, que se esta competncia

    estratgica for rapidamente priorizada

    e incrementada, a organizao caminha

    para uma obsolescncia, visto a rapidez

    das mudanas e da implementao denovos servios e produtos.

    Anteriormente, o que importava era o

    valor da padronizao dos processos

    de trabalho, mas hoje o foco so as

    pessoas, como assimiladoras e criadoras

    do conhecimento que as organizaes

    precisam buscar e cultivar para seremcompetitivas. Nestes novos tempos os

    concorrentes esto em qualquer lugar

    e no esto mais reduzidos a aspectos

    geogrficos, as fronteiras, mais do que

    nunca, caram e, dessa forma, inicia-se

    um processo de revitalizao dos seres

    humanos e de sua capacidade criativa,

    conhecedora e de aprendizagem

    constante diferenciando-o atravs dos

    seus talentos. (HOLANDA, 2007)

    imensa a quantidade de informaes

    que as pessoas, hoje, tm acesso, seja

    por meio da televiso, dos jornais, de

    revistas, da Internet, dos telefones ou da

    mdia. Contudo, a questo fundamental

    a forma de se utilizar e combinar tudo

    o que est disponvel diferentemente do

    concorrente e que pode significar lucros

    para a empresa.

    No entanto, como incentivar e expandir

    essa competncia pelo maior nmeropossvel de pessoas na empresa? A

    primeira etapa diz respeito ao formato

    de gesto da prpria organizao. Ela

    necessita permitir a emergncia destas

    caractersticas nos seus colaboradores,

    coso contrrio, a criatividade ficarlatente ou apenas restrita aos projetos

    pessoais de cada um, mas no ter lugar

    na sua vida profissional.

    A pergunta que fazemos : criatividade

    e inovao so importantes? Em geral

    as organizaes dizem que sim. Afinal

    num mundo em constante mutao,a estagnao significa a falncia do

    sistema! Contudo, outra questo : h

    coerncia entre o discurso e a ao?

    A a coisa muda de figura... E esta

    incoerncia pode apresentar-se de vrias

    formas: o lder que no ouve uma idia

    do seu colaborador, por exemplo, porque

    sempre est muito ocupado, ou at deixa

    o colaborador expor a idia, mas, na

    realidade, no presta a mnima ateno

    ou d alguma importncia a ele ou ao que

    ele diz. O paradoxo pode se manifestar,

    tambm, atravs daquela reunio (que

    na verdade uma exposio unilateral da

    liderana) onde no h espaos para os

    questionamentos, perguntas ou abertura

    a sugestes dos colaboradores, ou seja,

    so aspectos no ditos, mas perceptveis

    de que no se valoriza a participao, a

    liberdade de expresso e a contribuio

    das idias das pessoas na empresa.

    Ou como acrescenta Holanda (2007):

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    36/188

    Empreendedorismo

    34 UNIDADE 1

    Outros aspectos que inibem odesenvolvimento da criatividade so,por exemplo, a falta de reconhecimentoao colaborador ou equipe que fez umexcelente trabalho, um clima de muitapresso e estresse para a obteno de

    resultados em curto prazo, a falta deflexibilidade das lideranas, o conflitoentre equipes de trabalho, a faltade estmulo a trabalhos de equipesinter-funcionais, poucos treinamentosou estes so deficientes, a ausnciade aprovao de recursos para aimplantao de novas idias. Ou seja,uma empresa que sabe da importnciade se oferecer produtos e servios

    inovadores, porm que no propiciaum clima organizacional que facilite acriatividade e a inovao.

    (HOLANDA, 2007)

    Mas como expandir a capacidade

    criativa nas pessoas? comum que

    muitas pessoas faam as mesmas coisas

    e de repetidamente todos os santos

    dias o que significa que o mesmo dia

    vai se repetindo indefinidamente por

    toda a vida com diferenas mnimas.

    sempre a mesma rotina, so os mesmos

    lugares, as mesmas pessoas, mesmos

    hbitos, conhecimento que no muda,

    o mesmo trabalho, o mesmo caminho,

    so os mesmos programas e, assim

    vai-se levando. De modo que difcil ter

    inspirao para que a criatividade deixe

    de ficar submersa.

    Se se quer ser criativa, deve-se fazer

    coisas diferentes todos os dias! Mudar

    o ambiente de trabalho, mudar algo nasua prpria casa, ver novos filmes, ir a

    novos lugares, falar com novas pessoas,

    ler livros diferentes. Na medida em que

    voc expe sua mente a novidades, h

    estmulo, a observao fica mais aguada

    e mais fcil fazer novas conexes entreas idias.

    Outro aspecto que no pode ser

    menosprezado o fato de que,

    quando a pessoa tem realmente paixo

    pelo trabalho que faz, a criatividade

    manifesta-se mais espontaneamente, j

    que a tarefa sentida como prazerosa,acima do dever, da obrigao.

    Tambm, o autodesenvolvimento com

    conhecimento diversificado e no apenas

    na rea de atuao, amplia os horizontes

    e ajuda nas conexes de idias variadas.

    Cabe ressaltar a necessidade de se

    desenvolver a habilidade de se trabalhar

    em equipe, j que muitas vezes as

    idias pegam fluem no grupo e formam

    conexo, s vezes inusitadas, umas com

    as outras e a sinergia de um grupo coeso

    e diversificado em suas capacidades

    muito maior e melhor do que a soma dos

    intelectos individuais que o compe.

    Entretanto, existem pessoas que

    conseguem implementar suas idias e

    outras, infelizmente, no. E por que no?

    Muitas por terem receio de se expor, com

    medo do grupo, ou de parecerem ridculas

    e a acabam por se acomodarem. Para

    fazer germinar uma idia criativa precisoacima de tudo, muita determinao.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    37/18835UNIDADE 1

    Mas, temos que entender que a

    criatividade por si s no suficiente.

    necessrio implement-la. preciso

    transform-la em algo novo, uma

    inovao concreta atravs de novasformas de gesto, ou novos produtos,

    servios, etc., se no ela no passa de

    uma divagao que nunca se transforma

    em ao.

    De acordo com a etimologia das

    palavras, o termo criatividade deriva

    do latim creare, que significa criar,inventar, fazer algo novo. Inovao

    vem do latim innovare, que significa

    tornar novo, mudar ou alterar as coisas,

    introduzindo nelas novidades, renovar

    (PAROLIN, 2001).

    Para Schumpeter (1982), o

    desenvolvimento econmico depende,

    em ltima instncia, da inovao

    tecnolgica, da introduo e difuso de

    novas invenes geradoras de mudanas

    estruturais denominadas destruio

    criativa, em substituio a antigos

    hbitos de consumo por novos. O

    empresrio inovador o heri da saga

    do desenvolvimento econmico, por

    meio do qual a sociedade tem acesso a

    padres de vida mais elevados.

    Peter Drucker, no seu livro Inovao

    e esprito empreendedor (2002), traz

    uma viso sobre processos encontrados

    em diferentes empresas que, baseados

    na experincia e na observao de

    casos reais, podem ser implementados

    ou desenvolvidos e constantemente

    melhorados para se obter o mximo de o

    que chama de fontes de oportunidadesinovadoras. Para Drucker (2002):

    A inovao o instrumento especfico

    dos empreendedores, o meio pelo

    qual eles exploram a mudana como

    uma oportunidade para um negcio

    diferente ou um servio diferente. Ela

    pode ser apresentada como disciplina,ser apreendida e ser praticada.

    (DRUCKER, 2002, p.25).

    Essas fontes ou princpios da inovao

    so enumerados pelo autor como, dentre

    outros, o inesperado, as incongruncias,

    mudanas demogrficas, percepo,

    conhecimento novo, idia brilhante.

    Mas ser que a criatividade no ambiente

    de trabalho essencial? Segundo Cintia

    Bortotto, psicloga e especialista em

    recursos humanos, a resposta sempre sim!

    Para Cntia, Cada vez mais, as empresas

    precisam inovar para crescer, sejam

    em seus produtos, servios, modelos,

    mercados ou processos. Mudar e inovar

    so palavras de ordem que remetem a

    mais lucro. Portanto, as organizaes

    precisam contratar profissionais que

    pensem de forma criativa.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    38/188

    Empreendedorismo

    36 UNIDADE 1

    1. Pensamento criativo Capacidade

    de gerar um grande volume de

    ideias , conceitos, pensamentos ou

    respostas . Pergunte-se: Quantas

    maneiras h de resolver umdesafio? Quantas formas ou mate-

    riais diferentes eu posso encontrar?

    2. Flexibilidade Capacidade de

    lidar e produzir diferentes formas

    de informao ou pensamento.

    Uma pessoa flexvel tem mais

    facilidade para lidar com mudanase diferenas. Pergunte-se: De que

    outro ngulo posso olhar o meu

    projeto? Que diferente abordagem

    posso dar ao mesmo assunto?

    3. Originalidade Habilidade de

    gerar o novo, o diferente, o

    singular. Perguntas possveis: O

    que ningum pensou ainda? O que

    tornaria a minha ao diferente do

    que outra que j existe?

    A psicloga afirma que o processo

    criativo composto por duas fases. A

    primeira a chamada divergente. Nela,

    geramos opes (lista de ideias, dados,

    alternativas, sugestes, etc.). importantemuita imaginao e conhecimento. Sem

    esquecer que, para a imaginao fluir,

    imprescindvel ser flexvel e buscar a

    originalidade. E tambm importante

    no ter medo de errar.

    A segunda fase chamada convergente.

    Nela, so analisadas as ideias geradas naprimeira fase, que precisam ser melhoradas

    e refinadas. Esta etapa permeada de

    anlises, combinaes, melhorias e escolhas.

    O foco desta etapa como podemos fazer o

    trabalho da melhor forma. Buscar qualidade

    e aplicabilidade, sem perder a essncia e a

    originalidade do contedo inicial.

    Como saber se a criatividade faz parte

    do seu perfil no cotidiano? Responda s

    questes a seguir:

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    39/18837UNIDADE 1

    4. Melhoramento Capacidade

    de melhorar, embelezar, refinar

    um pensamento ou conceito,

    adicionando detalhes ou

    profundidade a uma ideia.Pergunte- se: O que mais eu

    poderia acrescentar para ficar

    melhor do que est hoje?

    5. Sensibilidade - Capacidade de

    descobrir o corao do problema

    ou da oportunidade. uma

    combinao da intuio com alta

    capacidade de anlise.

    6. Liberdade - Estar livre debloqueios internos, preconceitos

    e presses externas. Ter coragem

    para manter ideias e opinies.

    Inove, crie, tanto para contribuir

    para a sua empresa quanto para a

    sua prpria carreira.

    Acesse o site:

    http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/10/131023_brasil_

    inovacoes_ft_.shtml

    Para saber mais:

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    40/188

    Empreendedorismo

    38 UNIDADE 1

    O Empreendedor

    Os Empreendedores so herispopulares do mundo dos negcios.Fornecem empregos, introduzeminovaes e incentivam o crescimentoeconmico. No so simplesmenteprovedores de mercadorias ou deservios, mas fontes de energia que

    assumem riscos inerentes em umaeconomia em mudana, transformao

    e crescimento. (Chiavenato, 2004).

    O empreendedor a pessoa que

    consegue fazer as coisas acontecerem,

    pois dotado de sensibilidade para

    negcios, tino financeiro e capacidade

    de identificar oportunidades. Com

    esse arsenal, transforma idias em

    realidade, para benefcio prprio e para

    o benefcio da comunidade. Por ter

    criatividade e um alto nvel de energia, o

    empreendedor demonstra imaginao e

    perseverana, aspectos que, combinados

    adequadamente, o habilitam a

    transformar uma idias simples e mal

    estruturada em algo concreto e bem

    sucedido no mercado.

    Segundo Schumpeter, o empreendedor

    a essncia da inovao no mundo,

    tornando obsoletas as antigas maneiras

    de fazer negcios. Trs caractersticasbsicas identificam o esprito

    empreendedor, so elas: Necessidadede realizao; Disposio para assumir

    riscos; Autoconfiana.

    Alm dessas caractersticas bsicas, David

    McClelland (1961) desenvolveu uma

    teoria a respeito dos empreendedores

    baseada em um estudo realizado em

    34 pases, no qual foram identificadasas seguintes caractersticas em um

    empreendedor bem sucedido: Iniciativa

    e busca de oportunidades; Perseverana;

    Comprometimento; Busca de qualidade

    e eficincia; Fixao de metas e objetivos;

    Busca de informaes; Planejamento e

    monitorao sistemticos; Capacidade

    de persuaso e de estabelecer

    redes de contatos; Independncia

    autonomia e autocontrole; Vontade

    de trabalhar duro; Ter orgulho do que

    faz; Ser autopropulsionador; Assumir

    responsabilidades e desafios; Tomar

    decises.

    Existe a concepo do empreendedor

    nato, aquele que nasce com as

    caractersticas necessrias para

    empreender com sucesso. No entanto,

    como se trata de um ser social,

    influenciado pelo meio que em que

    vive, a formao empreendedora pode

    acontecer por influncia familiar, estudo,formao e prtica.

    MDULO 04

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    41/18839UNIDADE 1

    Para Dolabella (1999, p. 12), para se

    aprender a empreender, faz-se necessrio

    um comportamento pr-ativo do

    indivduo, o qual deve desejar aprender

    a pensar e agir por conta prpria, comcriatividade, liderana e viso de futuro,

    para inovar e ocupar o seu espao

    no mercado, transformando esse ato

    tambm em prazer e emoo.

    No campo cientfico e acadmico,

    a formao empreendedora pode

    ser caracterizada por situaes quecontribuem diretamente para que esta

    ao acontea. Entre elas, podem-se

    citar duas caractersticas que incidem

    diretamente, a primeira a natureza da

    ao, caracterizada por buscar fazer algo

    inovador ou diferente do que j feito.

    Neste ponto, o empreendedorismo est

    ligado diretamente s modificaes de

    processos (ou de produtos). E a segunda

    a falta ou inexistncia de controle

    sobre as formas de execuo e recursos

    necessrios para se desenvolver a ao

    desejada, liberdade de ao.

    Estes dois fatores so considerados

    importantes na ao empreendedora,

    uma execuo de algo sem controle e

    sem mtodos com uma nova concepo.

    Isso no significa que todas as aes

    de mudanas so empreendedoras.

    Ser se, ambos os quesitos estiverem

    presentes. Da mesma forma, nem todas

    as aes desenvolvidas, com risco,sem controle dos processos so aes

    empreendedoras, pois nem sempre so

    aes inovadoras.

    Filon (1999), estabelece um modelo com

    quatro fatores fundamentais para queuma ao seja empreendedora (viso,

    energia, liderana e relaes), visando

    formao do profissional empreendedor.

    Destaca-se como principal caracterstica

    as relaes, a qual, segundo o autor, se

    obtm os conhecimentos fundamentais e

    necessrios dentro de uma estrutura de

    mercado: as informaes necessrias paraa tomada de decises e o conhecimento

    da realidade do mercado.

    Atualmente, as organizaes possuem

    uma grande necessidade de buscar e

    desenvolver profissionais com perfil

    empreendedor, devido ao fato de

    estes, serem os responsveis pelas

    modificaes, criaes e vises

    inovadoras para se obter um destaque

    maior e uma diferenciao positiva frente

    concorrncia.

    Os empreendedores so visionrios,

    dotados de idias realistas e inovadoras,

    baseados no planejamento de uma

    organizao, intervm no planejado e

    propem mudanas. O empreendedor

    desenvolve um papel otimista dentro

    da organizao, capaz de enfrentar

    obstculos internos e externos, sabendo

    olhar alm das dificuldades, com foco no

    melhor resultado.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    42/188

    Empreendedorismo

    40 UNIDADE 1

    Alm das caractersticas acima

    comentadas, o empreendedor tem

    um perfil de liderana para obter xito

    em suas atividades, como o grande

    responsvel em colocar em prtica asinovaes, mtodos e procedimentos que

    props, dever estimular os envolvidos

    na realizao das atividades, de forma a

    alcanar as metas traadas.

    Segundo Norman R. Smith (1967), o estilo

    de fazer negcios dos empreendedores

    segue um continuum em que doispadres bsicos esto nas extremidades.

    Em um extremo est o Empreendedor

    Arteso, que inicia um negcio

    basicamente com habilidades tcnicas

    e pequeno conhecimento de gesto de

    negcios. Sua abordagem quanto ao

    processo decisrio se caracteriza por:

    Orientao de curto prazo; Paternalismo;

    Centralizao; Poucas fontes de capital

    na abertura da empresa; Estratgias de

    marketing definidas em termos de preo

    tradicional, da qualidade e reputao

    da empresa; Esforar-se nas vendas

    basicamente por motivos pessoais.

    No outro extremo encontra-se o

    Empreendedor Oportunista, com

    educao tcnica suplementada por

    estudos de assuntos mais amplos, como

    administrao, economia, legislao

    ou lnguas. Procura sempre estudar e

    aprender. Sua abordagem quanto aoprocesso decisrio se caracteriza por:

    Evitar o paternalismo; Delegar autoridade

    s pessoas; Empregar estratgias de

    marketing e esforos de venda mais

    variados; Obter capitalizao original

    de vrias fontes; Planejar o crescimentofuturo do negcio; Utilizar sistemas

    de registro e controle, oramento

    apropriado, oferta precisa e pesquisa

    sistemtica de mercado.

    Por outro lado, nem todo empreendedor

    busca um novo objetivo em sua vida,

    existem pessoas que entram em negciospara escapar de algum fator ambiental.

    Segundo Knight, existem alguns fatores

    ambientais que encorajam ou impulsionam

    as pessoas a iniciar novos negcios e rotulou

    tais empreendedores de refugiados.

    Segundo este autor existem os seguintes

    tipos de refugiados: Refugiado estrangeiro;

    Refugiado corporativo; Refugiado dos pais;

    Refugiado do lar; Refugiada feminista;

    Refugiado social e Refugiado educacional.

    Um fato a se notar que a figura do

    empreendedor , ainda hoje, associada

    romanticamente ao navegador solitrio

    ou ao desbravador de florestas, que se

    vale de seus prprios recursos, talentos e

    contatos para atingir determinado obje-

    tivo. Ao longo da histria, os empreen-

    dedores tm sido vistos como loucos

    ou Quixotes, criaturas imprudentes que

    perseguem sonhos impossveis.

    Anita Roddick, fundadora das lojasinglesas Body Shop diz:

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    43/18841UNIDADE 1

    H uma linha tnue entre a mente deum empreendedor e a de um louco.O sonho do empreendedor quaseuma loucura, e quase sempre isolado.Quando voc v algo novo, sua viso,geralmente, no compartilhada pelos

    outros. A diferena entre um louco eum empreendedor bem sucedido que este pode convencer os outros acompartilhar sua viso. Esta a forafundamental para empreender.

    (RODDICK, 2003)

    A histria, no entanto, mostra que

    esses intrpidos irresponsveisforam os prceres que tiraram os

    homens dos galhos das rvores e os

    conduziram s estaes espaciais.

    O viajante veneziano Marco Polo

    um desses pioneiros, capaz de unir

    culturas, difundir o conhecimento e

    estabelecer as bases para o comrcio

    globalizado.

    No campo da f, o apstolo Paulo de Tarso

    um exemplo magnfico, ao disseminar

    competentemente os ensinamentos

    de Jesus em terras estrangeiras. Entre

    os descobridores, h que se celebrar avalentia e a determinao de Cristvo

    Colombo e de seus comandados.

    Um exame mais minucioso dos fatos,

    no entanto, mostra que os trs eram, na

    verdade, tambm intra-empreendedores

    uma categoria particular de

    empreendedor, como veremos a seguir.

    Marco Polo viveu por 17 anos na corte

    do imperador Kublai Khan, onde

    desenvolveu importantes atividades

    administrativas. Definiu novas rotas

    comerciais, conquistou mercados e

    organizou os negcios de uma grande

    corporao transnacional.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    44/188

    Empreendedorismo

    42 UNIDADE 1

    intra-empreendedorismo, no entanto,

    mesmo presente em momentos cruciais

    da histria das civilizaes, ainda tema

    novo e um tabu para a maior parte das

    modernas corporaes.

    Foi disseminado na dcada de 80 pelo

    consultor em administrao Gilfford

    Pinchot III, autor do best-seller

    Intrapreneuring (1985). H cerca de 15

    anos, os dicionrios passaram a

    apresentar o termo intrapreneur,

    designativo da pessoa que, dentro deuma grande corporao, assume a

    responsabilidade direta de transformar

    uma idia ou projeto em produto

    lucrativo. Para isso, esse indivduo

    introduzir inovaes e assumir riscos.

    O uso da palavra e de seus derivativos

    tornou-se corrente em vrias lnguas, o

    que confirma a importncia desse

    conceito na nova ordem mundial.

    Assista videoaula com este contedo.

    Paulo estabeleceu alguns dos pilares do

    Cristianismo. Como dedicado parceiro

    de Pedro, sua obra de catequese foi

    fundamental para consolidar uma

    importante instituio: a Igreja.

    O atrevido Colombo insere-se nesse

    fantstico time ao compor uma parceria

    empresarial com a Espanha. A servio

    dos reis catlicos, assumiu a misso de

    estabelecer relaes comerciais com a

    ndia, o que poderia recuperar a economia

    espanhola. Em 12 de outubro de 1492,desembarcou em uma das ilhas Bahamas.

    Tomou, sim, posse do lugar, mas em nome

    de Castela.

    O ato de empreender, portanto,

    tem praticamente a idade do

    homem. Iniciou-se provavelmente

    quando um pedao de osso foi

    transformado em arma e ferramenta.. O

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    45/18843UNIDADE 1

    RESUMO

    Comeamos esta unidade constando queo empreendedorismo um fenmeno

    global que vem gerando pesquisas e

    investimentos variados tanto da iniciativa

    privada, quanto por parte de entidades

    pblicas.

    Dentre as grandes causas geradoras

    deste interesse, talvez a principal,esteja relacionada com a globalizao

    e o acirramento da competio a nvel

    mundial. Que, entre outras coisas,

    gerou uma massa de trabalhadores

    desempregados que partiram para

    o desenvolvimento de ou criao de

    negcios prprios.

    Aliado a isto no podemos esquecer que

    vivemos o que pode ser considerada a

    poca de maior inovao e inventividade

    da histria da humanidade, o que tem

    gerado a proliferao de produtos e

    servios os mais variados possveis.

    Tambm acompanhamos como se deu a

    partir do incio do sculo XX a evoluo

    das teorias e prticas administrativas.

    Em outro momento conhecemos

    a histria do conceito ou da idia

    de empreendedorismo, tomando

    contato com vrios autores, entre eles,Schumpeter, Drucker e Pinchot.

    Por fim, de posse dos conceitos deempreendedorismo, nos debruamos

    sobre as vises, principalmente,

    econmica e comportamental, que

    definem o que um empreendedor

    moderno.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    46/188

    Empreendedorismo

    44 UNIDADE 1

    01. Como causa do aumento do interesse pelo empreendedorismo no Brasil pode-se apontar todas as alternavas abaixo, exceto.

    a) Aumento da competitividade.

    b) Regime de pleno emprego.

    c) Necessidade de reduo de custos por parte das empresas.

    d) Demanda por inovaes.

    02. Relacione a teoria administrativa com seu perodo;

    1. Funcionalismo Estrutural ( ) 1900 - 1920

    2. Relaes Humanas ( ) 1920 1940

    3. Contingncias Ambientais ( ) 1940 1960

    4. Racionalizao do Trabalho ( ) 1950 1970

    5. Sistemas Abertos ( ) 1970 - 1980

    03. Podemos entender empreendedor como sinnimo de capitalista:

    ( ) Verdadeiro ( ) Falso

    EXERCCIOS DE APRENDIZAGEM

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    47/18845UNIDADE 1

    04. Sobre o empreendedorismo analise as afirmativas abaixo:

    I. Empreendedorismo o estudo voltado para o desenvolvimento de competncias

    e habilidades relacionadas criao de um projeto (tcnico, cientfico, empresarial).

    Tem origem no termo empreender que significa realizar, fazer ou executar.

    II. O empreendedor aquele que apresenta determinadas habilidades e competn-

    cia para criar, abrir e gerir um negcio, gerando resultados positivos.

    III. O empreendedorismo essencial para a gerao de riquezas dentro de um pas,

    promovendo o crescimento econmico e melhorando as condies de vida da po-

    pulao.

    IV. Empreendedor o termo utilizado para qualificar, ou especificar, principalmente,

    aquele indivduo que detm uma forma especial, inovadora, de se dedicar s ativi-

    dades de organizao.

    V. O empreendedor o profissional inovador que modifica, com sua forma de agir,

    qualquer rea do conhecimento humano. Tambm utilizado no cenrio econmi-

    co para designar o fundador de uma empresa ou entidade, aquele que construiu

    tudo a duras custas, criando o que ainda no existia.

    correto o que se afirma em:

    a) I, II e III.

    b) III, IV e V.

    c) IV e V.

    d) Em todas as afirmativas.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    48/188

    Empreendedorismo

    46 UNIDADE 1

    05. Sobre a identificao de oportunidades marque V para afirmativa(s) verdadei-

    ra(s) e F para falsa(s):

    ( ) A busca de oportunidades para novos produtos e servios reveste-se de mnima

    importncia porque ajuda a dinamizar a formao e o crescimento do empreendedor,adequados as suas caractersticas pessoais e ao nicho de mercado no qual ir se

    instalar.

    ( ) Oportunidades surgem para o futuro consultor no decorrer do seu dia-a-dia

    e muitos novos negcios so desenvolvidos a partir dessas oportunidades que

    praticamente batem a porta, imploram para serem identificadas e aproveitadas.

    ( ) Uma oportunidade de negcio pode ser entendida como uma circunstncia ocasioou rumo de ao, que deve apresentar o carter de adequabilidade e convenincia,

    valendo a pena ser seguida e explorada.

    ( ) Uma oportunidade percebida pelo prprio interessado ou a ele levada por

    algum ou um consultor que tem a competncia de abordar outros pontos que lhe

    favorecem tomar a melhor deciso.

    A seqncia correta :

    a) F, V, V, V.

    b) F, V, F, V.

    c) V, F, V, F.

    d) F, F, V, V.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    49/18847UNIDADE 1

    06. Sobre as caractersticas de um empreendedor marque a alternativa INCORRETA:

    a) Aceitao do risco o empreendedor aceita riscos, ainda que muitas vezes seja

    cauteloso e precavido contra o risco.

    b) Ambio o empreendedor procura fazer sempre mais e melhor, nunca se contentando com o

    que j atingiu. No tentar progredir significa estagnar e um empreendedor deve ter a ambio de

    chegar um pouco mais alm do que da ltima vez.

    c) Autoconfiana o empreendedor no tem autoconfiana, acredita em seus colaborados. Se

    acreditasse, seria difcil tomar a iniciativa. A crena em si mesmo faz o indivduo arriscar menos,

    ousar, oferecer-se para realizar tarefas desafiadoras, enfim, torna-o mais empreendedor.

    d) Auto-motivao e entusiasmo pessoas empreendedoras so capazes de auto motivao

    relacionada com desafios e tarefas em que acreditam. No necessita de prmios externos, como

    compensao financeira. A sua motivao permite entusiasmarem-se com suas idias e projetos.

    07. No uma fase do processo empreendedor:

    a) Identificar e avaliar a oportunidade.

    b) Desenvolver o plano de negocio.

    c) Determinar e captar recursos necessrios.

    d) Gerir a empresa criada.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    50/188

    08. Este um item de muita importncia no perfil do empreendedor. No so pou-

    cos que abrem um negcio que no tem vida longa. H sempre um recomeo. Este

    item est muito ligado perseverana e a motivao:

    a) Autoconfiana

    b) Iniciativa

    c) Criatividade

    d) Resistncia frustrao

    09. Segundo Dornelas o que faz uma ideia se transformar em oportunidade a

    agregao de valor, ou seja, reconhecer, de acordo com um estudo de mercado, dos

    clientes, entre outras coisas, o que far a diferena para o cliente.

    ( ) Verdadeiro ( ) Falso

    10. A inovao tem por objetivo, exceto

    a) Aumentar a participao no mercado

    b) Ganhos de qualidade

    c) Melhoria da competitividade

    d) Aumentar os salrios dos funcionrios

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    51/18849UNIDADE 2

    UNIDADE 2

    Gesto nas Empresas

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    53/18851UNIDADE 2

    Gesto Organizacional

    Vivemos numa sociedade de organizaes

    dos mais diversos tipos, estruturas em

    que as pessoas trabalham conjuntamente

    para alcanar objetivos impossveis de

    alcanar se trabalhassem isoladamente.

    Mas como podemos definir organizao?

    Organizao origina-se do termo Grego

    organon e este tem o significado de:

    instrumento, utenslio, rgo ou aquilo

    com que se trabalha. De um modo geral,

    organizao a forma como se dispe

    um sistema para atingir os resultados

    pretendidos.

    Contudo, importante destacar que

    existe uma diferena entre Organizao

    e Estrutura Organizacional. No caso da

    primeira estamos nos referindo unio

    de pessoas, idias, e recursos para

    atingir objetivos. J no caso da segunda

    trata-se da forma como essa organizao

    ser racionalizada, seus mtodos e

    estruturao para agir.

    Recorrendo ao conceito clssico

    podemos definir qualquer organizao

    como um conjunto de duas ou maispessoas que realizam tarefas, seja

    em grupo, seja individualmente, masde forma coordenada e controlada,

    atuando num determinado contexto ou

    ambiente, com vista a atingir um objetivo

    pr-determinado atravs da destinao

    eficaz de diversos meios e recursos

    disponveis, liderados ou no por algum

    com as funes de planear, organizar,

    liderar e controlar.

    Temos outros tantos conceitos

    semelhantes de organizao, como os

    dois conceitos que elencados a seguir.

    Primeiro recorremos ao conceito

    desenvolvido por Cury (2000) que, a partir

    de uma sntese de diversos autores, assim

    define organizao: [...] a organizao

    um sistema planejado de esforo

    cooperativo no qual cada participante

    tem um papel definido a desempenhar

    e deveres e tarefas a executar. (CURY,

    2000, p. 116).

    Em segundo lugar temos o conceito

    desenvolvido por Meireles (2003). Este

    autou relaciona a idia de estrutura

    complexa de Gareth Morgan, idia de

    artefato de Herbert Simon, chegando ao

    seguinte conceito:

    [...] a organizao um artefato quepode ser abordado como um conjunto

    MDULO 01

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

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    Empreendedorismo

    52 UNIDADE 2

    articulado de pessoas, mtodos erecursos materiais, projetado para umdado fim e balizado por um conjuntode imperativos determinantes (crenas,valores, culturas etc.).

    (MEIRELES, 2003, p. 46).

    E como denir Gesto?

    Muito embora no encontremos uma

    definio que seja universalmente

    aceita para o conceito de gesto e, por

    outro lado, apesar deste ter evoludo

    e se transformado muito ao longo,

    principalmente, do sculo XX, existe,

    pelo menos, algum consenso relativo ao

    que este deva incluir, obrigatoriamente,

    um conjunto de tarefas que devem

    procura garantir a destinao eficaz

    dos recursos disponibilizados pela

    organizao a fim de serem atingidos os

    objetivos propostos.

    Por outras palavras, cabe gestoa otimizao do funcionamento das

    Fique atento!

    De outra forma podemos

    pensar a organizao

    como um sistema complexo, i.e.,

    em que o todo tem propriedades

    e capacidades que as partes

    isoladamente no tm. O todo

    maior do que a soma das partes.

    organizaes atravs da tomada de

    decises racionais e fundamentadas

    na coleta e tratamento de dados e

    informao relevantes e, por essa via,

    contribuir para o seu desenvolvimento epara a satisfao dos interesses de todos

    os seus colaboradores e proprietrios

    e para a satisfao de necessidades da

    sociedade em geral ou de um grupo em

    particular.

    Tambm, de acordo com o conceito cls-

    sico que foi inicialmente desenvolvido porFayol, compete gesto atuar atravs de

    atividades e planejamento, organizao,

    liderana e controle de forma a atingir os

    objetivos organizacionais propostos.

    Deste modo, para que os gestores

    possam desempenhar as funes

    definidas anteriormente, eles devem

    recorrer, na maior parte do tempo, s

    tcnicas j testadas e demonstradas

    cientificamente. De outro modo, utilizam

    necessitam utilizar conhecimentos de

    disciplinas cientficas diferentes tais

    como a matemtica, ou as cincias

    sociais e humanas, a economia, o direito,

    e outras. O que nos leva a concluir que

    a gesto pode ser considerada uma

    cincia na medida em que eivada de

    um acentuado componente cientfico.

    Contudo, a gesto no pode ser consi-

    derada como uma cincia na verdadeira

    acepo da palavra, pois as teorias geraisdemonstradas cientificamente raramente

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    55/18853UNIDADE 2

    so suficientes para o processo de tomada

    de decises. tambm necessrio algum

    conhecimento emprico (alguns chamam-

    lhe arte) de forma a preencher a distncia

    que separa as teorias gerais da realidadevivida em cada organizao.

    Deriva daqui a importncia da experincia

    e do convvio com as situaes concretas

    vividas diariamente no local onde se

    desenrola a ao. Esta uma das principais

    razes apresentadas pelos defensores

    da realizao de estgios prticos apsa aquisio dos conhecimentos tcnicos

    durante o perodo escolar.

    Podemos, resumidamente, dizer que a

    Gesto o processo de se conseguir obter

    resultados da organizao (bens, servios,

    etc.) com o esforo dos outros (organizar,

    coordenar, dirigir o trabalho dos outros).

    Mas o que Gesto Organizacional?

    A gesto das organizaes ,

    provavelmente, o fator principal do seu

    sucesso ou insucesso, por exemplo, nasempresas. A qualidade da sua gesto

    provavelmente o fator mais significativo

    na determinao do desempenho e do

    sucesso da organizao.

    Segundo (Gramigna, 2002), no final da

    dcada de 70 e incio de 80, os programas

    de desenvolvimento organizacionalancorados no planejamento estratgico,

    foram amplamente adotados no Brasil.

    O grande ganho para as pessoas,

    neste modelo, foi a possibilidade de

    participao em decises dentro das

    organizaes. A reviso da estratgia

    empresarial levou dirigentes e equipes

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    56/188

    Empreendedorismo

    54 UNIDADE 2

    a um trabalho compartilhado para

    estabelecer a misso organizacional,

    definir o negcio, divulgar a viso

    empresarial, discutir valores e crenas

    percebidas, elaborar planos setoriais,estabelecer objetivos e metas, sendo que

    a administrao por objetivos torna-se

    o alvo das organizaes na busca de

    resultados.

    Segundo Peter Drucker (apudFerreira, et

    al., 2002, p. 109), gesto organizacional

    significa, entre outras coisas, permitirque um indivduo de excelente

    atuao empresarial realize livremente

    seu trabalho, sendo que a gerncia

    da organizao deve exercer sua

    autoridade para garantir a coordenao

    das atividades, de forma a alcanar bons

    resultados econmicos.

    De uma forma geral, pode-se caracterizar

    a gesto organizacional como uma

    filosofia da gesto por objetivos, como

    uma tentativa de moldar o cenrio,

    minimizando a distncia entre o que

    possvel e o que desejvel.

    Embora nenhum homem possa realmente

    dominar seu ambiente, sendo prisioneiro

    das possibilidades, a tarefa especfica da

    administrao transformar o desejvel

    no possvel e o possvel no efetivo.

    O desenvolvimento organizacional

    um modelo dos mais significativos e fezcom que dirigentes repensassem suas

    empresas, dando um salto qualitativo na

    maneira de gerenciar pessoas e, principal-

    mente, os processos das organizaes.

    Dentre uma das mais intricadas tarefasou funes, como quiserem, da gesto

    dentro das empresas, est a gesto

    das pessoas. Principalmente se o

    modelo de gesto escolhido valorizar o

    intra-empreendedorismo.

    E como podemos pensar nesta gesto

    to especfica? Basicamente a gesto depessoas consiste na maneira pela qual

    uma empresa se organiza para gerenciar

    e orientar o comportamento humano no

    trabalho, e para isso, a empresa se estrutura

    definido princpios, estratgias, polticas e

    prticas ou processos de gesto.

    Atravs desses mecanismos, implementam

    diretrizes e orienta os estilos de atuao

    dos gestores em sua relao com aqueles

    que nela trabalham.

    No mundo dos negcios, a importncia do

    comportamento humano est assumindo

    cada vez mais espao, fazendo com que

    sua gesto ganhe espao cada vez maior

    dentro da teoria organizacional.

    A organizao no est se tornando

    mais humana por causa da nova onda

    competitiva, no est sendo regida por

    princpios que privilegiem o humano

    contra outros valores organizacionais.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

    57/18855UNIDADE 2

    O que se quer dizer que, quanto mais

    os negcios se sofisticam em qualquer de

    suas dimenses tecnologia, mercado,

    expanso e abrangncia, etc. , mais seu

    sucesso fica dependente de um padrode comportamento coerente com esses

    negcios.

    Segundo (Fischer, 2002) os fatores

    de contexto interno e externo que

    determinam o desempenho de pessoas

    no trabalho e o modelo de gesto so:

    Tecnologia adotada

    Dependendo do padro de mquinas

    utilizado pela empresa, este determina

    fortemente o comportamento que se

    espera dos funcionrios. Operrios

    que trabalham em linhas de produo

    acompanham o ritmo ditado

    pela velocidade da mquina, no

    esperando dos operrios iniciativa nem

    autocontrole, bastando que o carto de

    ponto, na entrada da fbrica, registre

    sua presena. A automatizao ou

    robotizao do processo transformar

    esse trabalhador de provedor de fora

    e guia de ferramentas em monitor da

    atividade sob sua responsabilidade.

    Ele passar a atuar na irregularidade,

    e no na regularidade, o que tornar o

    trabalho dependente de autonomia e

    capacidade de antecipao.

    Estratgia de organizao do trabalho.

    Diferentes formas de organizao do

    trabalho so, na verdade, diferentes

    maneiras de buscar o comportamentoexigido pelo processo de trabalho

    adotado. Desse modo, pode-se dizer que

    trazem o mesmo impacto da tecnologia

    para o modelo de gesto. Na verdade,

    pode-se mesmo dizer que quase

    impossvel separar o modelo de gesto de

    pessoas do modelo de gesto do trabalho.

    Trata-se de dois conjuntos de prticasque incidem sobre as mesmas instncias

    organizacionais as relaes humanas na

    empresa e que pretendem alcanar os

    mesmos objetivos: determinado padro

    de desempenho no trabalho.

    Cultura organizacional

    relativamente fcil perceber no

    dia-a-dia das organizaes que a cultura

    organizacional recebe influncia do

    modelo de gesto de pessoas. Nas

    organizaes, as pessoas que trabalham

    em determinadas reas ou profisses so

    considerados seres humanos diferentes

    dos outros. assim que engenheiros

    so mais valorizados que profissionais

    de escritrio em empresas metalrgicas

    e de minerao, especialistas em

    marketing so mais considerados que

    funcionrios de produo em empresas

    de bens de consumo no durveis, j

    financeiros so verdadeiras referncias decomportamento nos grandes bancos.

  • 7/21/2019 Empreendedorismo(1)

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    Empreendedorismo

    56 UNIDADE 2

    Fatores externos

    Os fatores externos organizao devem

    ser classificados, segundo sua origem, em

    duas categorias: os advindos da sociedadee os que tm origem no mercado. Os

    fatores sociais correspondem forma

    pela qual a sociedade regula o trabalho

    e as relaes de trabalho que ocorrem

    em seu mbito. Prevalecem a cultura de

    trabalho dessa sociedade, a legislao

    e a interveno dos diferentes agentes,

    dentre os quais destacam o Estado e asinstituies sindicais.

    O mercado, por seu lado, deve ser

    considerado o fator preponderante na

    constituio do modelo, pois define o

    perfil de competncias organizacionais

    exigido pelo negcio do setor de

    atividade em que atua.

    Figura 3: Charge ilustrativaFONTE: http://blogdooswaldo.blogspot.com.br/2010/04/fatores-externos.html

    Estratgia organizacional

    A estrutura ou modelo organizacional

    delineia tambm as caractersticas do

    modelo de gesto de pessoas dominantena empresa. Uma estrutura departamental,

    explicitamente orientada para a cadeia de

    comando e contr