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Empreendedorismo
Jaqueline Silveira
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EmpreendedorismoM.a Jaqueline Silveira
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Diretora Geral
Dbora Guerra
Direo AcadmicaGustavo Hofmann
Coordenao EaDNeuza Belo
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SILVEIRA, JaquelineEmpreendedorismo. 1 ed. Bom Despacho; FACEB Cursos de graduao. 183p.
Bibliograa
1. Administrao 2. Empreendedorismo 3.. Ttulo
Todos os direitos em relao ao design deste material didtico so reservados FACEB.
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Todos os direitos de Copyright deste material didtico so reservados FACEB.
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Sumrio
Ementa ...................................................................................................................... 7
Currculo Resumido do Professor ............................................................................. 9
Bibliografia Utilizada ................................................................................................. 11
Unidade 1
Surgimento ................................................................................................................ 13
Mdulo 01
Introduo ................................................................................................................. 15
Mdulo 02
Pequena histria ....................................................................................................... 20
Mdulo 03
Inovao .................................................................................................................... 27
Mdulo 04
O Empreendedor ...................................................................................................... 38
Resumo .............................................................................................................. 43Exerccios de Aprendizagem .............................................................................. 44
Unidade 2
Gesto nas Empresas ................................................................................................ 49
Mdulo 01
Gesto Organizacional .............................................................................................. 51
Mdulo 02
Histrico da Gesto das empresas ........................................................................... 57
Mdulo 03
Modelos de Gesto ................................................................................................... 66
Mdulo 04
Outros Modelos ........................................................................................................ 76
Resumo .............................................................................................................. 83
Exerccios de Aprendizagem .............................................................................. 84
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Empreendedorismo
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Unidade 3Mdulo 01
De empreendedor a empresrio ............................................................................... 89
Mdulo 02
Planejamento Estratgico ......................................................................................... 120
Mdulo 03
Ferramentas: Cinco Foras de Porter ....................................................................... 125
Mdulo 04
Outras Ferramentas .................................................................................................. 130
Resumo .............................................................................................................. 136
Exerccios de Aprendizagem .............................................................................. 137
Unidade 4
Atividades Prticas do Empreendedorismo .............................................................. 141
Mdulo 01
O Plano de Negcios ................................................................................................ 143
Mdulo 02
Caracterizao do Negcio ...................................................................................... 147
Mdulo 03
Plano de Negcios: Planejamento da Produo e Plano Financeiro ....................... 153
Mdulo 04Recursos Humanos .................................................................................................... 160
Resumo .............................................................................................................. 166
Exerccios de Aprendizagem .............................................................................. 167
Anexo
Empreendedorismo: a necessidade de se aprender a empreender ........................ 171
Sumrio
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Ementa
Empresas e Empreendedorismo: principais conceitos e caractersticas de organizao,gesto e empreendedorismo. A gesto empreendedora e suas implicaes para
as organizaes. O papel e a importncia do comportamento empreendedor nas
organizaes. O perfil dos profissionais empreendedores nas organizaes. Processos
grupais e coletivos, processos de autoconhecimento, autodesenvolvimento, criatividade,
comunicao e liderana.
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Psicloga Organizacional, Mestre em Administrao e Especializao em Gesto de
Recursos Humanos, Planejamento e Orientao de Carreira, atuando h mais de 20anos em Projetos de Gesto de Pessoas, Assessoria de Carreira e Educao Corporativa
em empresas de grande porte e de relevncia nacional e internacional, em atividades
de fomentao do desenvolvimento pessoal e profissional. Coordenadora do Grupo de
Estudos de Educadores da ABRH (Associao Brasileira de Recursos Humanos). Scia-
proprietria da Acthio Coaching e Assessoria de Carreira.
Currculo Resumido do Professor
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Bibliograa Bsica:
DOLABELA, Fernando. Oficina do Empreendedor.Editora Sextante, 2008.
ROSA, Claudio Afrnio. Como Elaborar um Plano de Negcios. Belo Horizonte,
SEBRAE-MG, 2004.
SEBRAE,Aprendendo a Empreender, Manual.Brasil, 3 Edio, 2002.
Bibliograa Complementar:
CHIAVENATO, Empreendedorismo: Dando asas ao esprito empreendedor. Ed.
Saraiva, 1999.
DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luisa.30 Ed. So Paulo. Ed. Cultura, 2006.
GOMES, Isabela Motta. Manual: Como elaborar um plano de marketing.Belo Horizonte:
SEBRAE/MG, 2005.
HOCHMAN, Nelson. RAMAL, Andrea Cecilia. RAMAL, Silvina Ana e SALIM, Cesar
Simes. Construindo Plano de Negcios: todos os passos necessrios para planejar e
desenvolver negcios de sucesso.Rio de Janeiro: Campus, 2001.
FILION,J.L & Fernando. Boa idia! E agora?So Paulo: Cultura, 2000.
Bibliografia Utilizada
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15/18813UNIDADE 1
UNIDADE 1
Surgimento
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17/18815UNIDADE 1
reinvestida em novos empreendimentose, de maneira indireta, nas prprias
comunidades.
Ao contrario dos Estados Unidos
da Amrica, onde o conceito de
empreendedorismo j conhecido e
utilizado a vrios anos, no Brasil o estudo
do tema tem se intensificado a partir dofim dos anos 90.
A preocupao com a criao de empresas
duradouras e a diminuio da taxa de
mortalidade das empresas existentes so
considerados fatores importantes para o
desenvolvimento do empreendedorismo
no Brasil. Isto se deve principalmente
em funo da necessidade das grandes
empresas brasileiras em aumentar
a competitividade, reduzir custos e
manter-se no mercado conseqncias
do processo de globalizao e das
tentativas de estabilizao da economia
brasileira.
A principal consequncia desta situao
foi o aumento do desemprego, o que
levou ex-funcionrios a buscarem novas
formas de sobrevivncia, muitas vezes
iniciando novos negcios, sem possuir
experincia no ramo e utilizando-se das
economias pessoais. O processo decriao de novos negcios foi tambm
Introduo
Quando todas as pessoas das
organizaes se comportam como
lderes quando todos enfrentam
desafios, inspiram os outros, capacitam,
modelam e animam o compromisso
ser muito maior e o xito muito maisprovvel. O segredo das organizaes
de alto rendimento o fato de todos
saberem o que se espera deles, de se
recompensar a liderana a todos os
nveis e de todos os indivduos serem
responsveis por conseguir que se faam
coisas extraordinrias as palavras-
chave dos lderes do sc. XXI so servir e
apoiar, mais do que mandar e controlar.
(Kouces e Posner, 2000).
O empreendedorismo hoje um
fenmeno global, sobre o qual diversas
instituies pblicas e privadas tm
investido para pesquisar e incentivar.
Existe uma clara correlao entre o
empreendedorismo e o crescimento
econmico. Os resultados mais explcitos
manifestam-se na forma de inovao,
desenvolvimento tecnolgico e gerao
de novos postos de trabalho. A riqueza
gerada pelos empreendedores contribui
para a melhoria da qualidade de vidada populao e, no raras vezes,
MDULO 01
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
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Empreendedorismo
16 UNIDADE 1
intensificado com a popularizao da
internet, se constituindo no que hoje em
dia chamado de nova economia. Alm
desses ainda existem os herdam negcios
familiares e do continuidade a empresascriadas h dcadas.
As micro, pequenas e mdias
empresas tm grande importncia no
desenvolvimento da economia mundial,
sendo responsvel por cerca de 50% do
PIB em alguns pases e com tendncias
de crescimento. No Brasil, em 2003, a
participao dessas empresas no PIB era
da ordem de 25%. Maiores informaes
sobre a participao das MPME na
economia brasileira so encontradas em
Dolabela (2006, p.125).
A Revoluo do Empreendedorismo
O mundo tem passado por diversas
transformaes em curtos perodos de
tempo, principalmente no sculo XX,
quando foram criadas a maioria das
invenes que revolucionaram o estilode vida das pessoas. Essas invenes
Foi este conjunto de
fatores incentivou a
discusso a respeito
do empreendedorismo
no Brasil, com nfase em: Pesquisas
acadmicas sobre o assunto e Criao
de programas especcos para o pblico
empreendedor.
Curiosidade:
foram frutos de inovaes, de algo
indito ou de novas formas de utilizar
coisas j existentes. Por trs dessas
invenes, existem grupos de pessoas
que buscam fazer acontecer, ou seja, osempreendedores.
Ao longo do tempo, alguns conceitos
administrativos predominaram, em
virtudes de contextos scio-polticos,
culturais, desenvolvimento tecnolgico,
desenvolvimento e consolidao do
capitalismo, entre outros. A Figura1 abaixo apresenta quais foram os
conceitos mais determinantes em cada
poca. Mais a frente entraremos em mais
detalhes sobre estas teorias e outras
teorias administrativas.
Os anos 90 marcaram o fim das
organizaes tradicionais. Se nos anos 60
se implementaram as equipas de trabalho
e nos anos 70 modelos scio-tcnicos,
nos anos 90 comearam a ser utilizados
sistemas que permitem a integrao entre
funes. A realidade atual, das novas
tecnologias, novos negcios e novos
mercados conduz a profundas alteraes
na arquitetura das organizaes.
1900 a 1920 - Movimento de
Racionalizao do Trabalho: Foco na
gerncia administrativa;
1920 a 1930 - Movimento
das Relaes Humanas: Foco nosprocessos;
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19/18817UNIDADE 1
1930 a final de 1950 - Movimento
do Funcionalismo Estrutural: Foco na
gerncia por objetivos;
1950 a 1960 - Movimentodos Sistemas Abertos: Foco no
planejamento estratgico.
Fonte: Dornelas, 2001
O ensino e discusso sobre
empreendedorismo tem se intensificado
nos ltimos anos principalmente devido
ao rpido avano tecnolgico, querequer um nmero cada vez maior de
empreendedores. O avano tecnolgico
aliado com a sofisticao da economia e
dos meios de produo e servios gerou
uma necessidade de formalizao de
conhecimentos que antes eram obtidos
de forma emprica.
Esses fatores nos levam ao que
chamado atualmente de A era do
Empreendedorismo, pois so os
empreendedores que esto atualmente
criando novas relaes de trabalho,
novos empregos, quebrando antigos
paradigmas e gerando riqueza para a
sociedade.
Dada sua importncia para o
desenvolvimento da economia, o
empreendedorismo tem sido centro de
polticas pblicas em diversos pases,
conforme relacionado nos exemplos a
seguir: Reino Unido: Em 1998 publicouum relatrio a respeito do seu futuro
competitivo, o qual enfatizava a
necessidade de se desenvolver uma
srie de iniciativas para intensificar o
empreendedorismo na regio; Alemanha:
Tem estabelecido vrios programas quedestinam recursos financeiros, e apoio na
criao de novas empresas. Na dcada
de 90, aproximadamente 200 centros
de inovao foram criados, provendo
espao e outros recursos para empresas
start-ups;Finlndia: Em 1995, o decnio
do empreendedorismo foi lanado
na Finlndia com vistas a criar umasociedade empreendedora, promover
o empreendedorismo como uma fonte
de gerao de emprego e incentivar
a criao de novas empresas; Israel:
Programa de Incubadoras Tecnolgicas
(+ de 500 negcios j foram criados
nas 26 incubadoras do projeto). Houve
ainda uma avalanche de investimento de
capital de risco nas empresas israelenses,
sendo que mais de 100 empresas criadas
em Israel encontram-se com suas
aes na NASDAQ (Bolsa de aes de
empresas de tecnologia e Internet, nos
EUA); Frana: Iniciativas para promover
o ensino de empreendedorismo nas
universidades, particularmente para
engajar os estudantes. Incubadoras
baseadas nas universidades esto sendo
criadas; uma competio nacional
para novas empresas de tecnologia foi
lanada; e uma fundao de ensino do
empreendedorismo foi estabelecida.
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
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Empreendedorismo
18 UNIDADE 1
As diferenas entre os pases tambm
refletem nos dois tipos de fora
propulsora do empreendedorismo: os
empreendimentos de oportunidade
e os de necessidade. Umempreendimento de oportunidade
quando o empreendedor iniciou ou
investiu em um negcio a fim de
aproveitar uma oportunidade percebida
no mercado, e de necessidade quando
se trata da melhor opo de trabalho
disponvel. Ambos florescem em pases
onde h desigualdade na distribuiode renda, mas onde as pessoas tm
expectativa de que a situao econmica
ir melhorar.
Os de oportunidade aparecem em
maior nmero onde h reduzida nfase
na manufatura, baixa intromisso
governamental, grande nmero de
investidores informais e respeito pela
atividade empreendedora.
Os de necessidade so mais comuns onde
o desenvolvimento econmico do pas
relativamente pequeno, a economia no
depende tanto do mercado internacional,
os benefcios oferecidos pelo Estado so
menos generosos e as mulheres tm
menos influncia sobre a economia.
Empreendedorismo no Brasil
O desenvolvimento do empreendedo-
rismo no Brasil se deu a partir da dcadade 90 com a criao de entidades como
o SEBRAE1 e SOFTEX2. Antes deste
perodo, o ambiente poltico e econ-
mico do pas no eram propcios e os
empreendedores no encontrava infor-
maes suficientes no desenvolvimentode seus negcios.
No Brasil, o tema empreendedorismo
passou a tomar forma com os programas
desenvolvidos no mbito da SOFTEX,
principalmente em incubadoras de
empresas e em universidades/cursos
de cincia da computao. Atualmente,acredita-se que o pas entrar no novo
milnio em condies de desenvolver
um dos maiores programas de ensino
de empreendedorismo do mundo,
comparvel ao que acontece nos EUA
Algumas iniciativas de suporte ao
empreendedorismo no Brasil so listadas
a seguir: Softex (Genesis); Empretec
(SEBRAE); Brasil Empreendedor; Projeto
REUNE (CNI/IEL); Comea a haver a figura
do capitalista de risco; Crescimento das
incubadoras de empresas tradicionais,
tecnolgicas e mistas; Ensino de
empreendedorismo nas universidade;
Entidades de apoio (Sebrae, Endeavor,
Instituto Empreendedor do Ano da
Ernst & Young...); Alternativas de
financiamento: Fapesp, Finep, Angels,
VCs.
1 Servio Brasileiro de Apoio s Micro ePequenas Empresas
2 Associao para Promoo da Excelnciado Software Brasileiro
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
21/18819UNIDADE 1
Crescimento de franquias
Na ltima pesquisa GEM3 realizada
em 2012, entre as inmeras questes
pesquisadas um nova foi introduzida eesta investigava sobre qual seria o sonho
do brasileiro, procurando comparar o
desejo de ter um negcio prprio com
outros desejos, como, por exemplo,
comprar uma casa, viajar ou ter uma
carreira em uma empresa.
Os resultados mostraram que o sonho deter um negcio prprio superou todos os
demais desejos, exceto viajar pelo Brasil
e ter uma casa prpria. No entanto, o
sonho de ter um negcio prprio (43,5%)
superou em muito o desejo de ter uma
carreira em uma empresa (24,7%).
Ao se examinar as regies, embora os
percentuais variem bastante de regio
para regio, o sonho do negcio prprio
ficou entre os trs primeiros sonhos nas
cinco regies pesquisadas.
3 Global Enterpreneurship Monitor
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
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Empreendedorismo
20 UNIDADE 1
histrico e identifica que a primeira defi-nio de empreendedorismo creditada
a Marco Polo, sendo o empreendedor
aquele que assume os riscos de forma
ativa, fsicos e emocionais, e o capitalista
assume os riscos de forma passiva. Na
Idade Mdia, o empreendedor deixa de
assumir riscos e passa a gerenciar grandes
projetos de produo principalmentecom financiamento governamental. E no
sculo XVII, surge a relao entre assumir
riscos e o empreendedorismo. Bem como
a criao do prprio termo empreende-
dorismo que diferencia o fornecedor do
capital, capitalista, daquele que assume
riscos, empreendedor. Mas somente no
sculo XVIII, que capitalista e empreen-
dedor foram complemente diferen-
ciados, certamente em funo do incio
da industrializao.
Figura 2: Peter DruckerFONTE: http://www.outlookindia.com/article.
aspx?229383
Pequena histria
S no incio do sculo XX, a palavra
empreendedorismo foi utilizada pelo
economista Joseph Schumpeter em
1950 como sendo, de forma resumida,
uma pessoa com criatividade e capaz de
fazer sucesso com inovaes. Mais tarde,em 1967 com K. Knight e em 1970 com
Peter Drucker foi introduzido o conceito
de risco, uma pessoa empreendedora
precisa arriscar em algum negcio. E
em 1985 com Pinchot foi introduzido o
conceito de intra-empreendedor, uma
pessoa empreendedora, mas dentro de
uma organizao.
Buscando ainda as razes do empreende-
dorismo, Dornelas (2001) faz um resgate
Figura 1: Joseph SchumpeterFONTE: http://en.wikipedia.org/wiki/
Joseph_Schumpeter
MDULO 02
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
23/18821UNIDADE 1
Com as mudanas histricas, o empreen-
dedor ganhou novos conceitos, na
verdade, so definies sob outros
ngulos de viso sobre o mesmo tema,
conforme Britto e Wever (2003, p. 17),uma das primeiras definies da palavra
empreendedor, foi elaborada no incio
do sculo XIX pelo economista francs
J. B. Say, como aquele que transfere
recursos econmicos de um setor de
produtividade mais baixa para um setor
de produtividade mais elevada e de
maior rendimento. No sculo XX, tem-sea definio do economista moderno,
de Joseph Schumpeter, j citada acima
sucintamente, o empreendedor aquele
que destri a ordem econmica existente
pela introduo de novos produtos e
servios, pela criao de novas formas de
organizao ou pela explorao de novos
recursos e materiais (SCHUMPETER,
1949, apudDORNELAS, 2001, p. 37).
Contudo, parece que uma definio de
empreendedor que atende na atualidade a
de Dornelas (2001, p. 37), que est baseada
nas diversas definies vistas at ento, o
empreendedor aquele que detecta uma
oportunidade e cria um negcio para capita-
lizar sobre ela, assumindo riscos calculados.
Caracteriza a ao empreendedora em
todas as suas etapas, ou seja, criar algo novo
mediante a identificao de uma oportuni-
dade, dedicao e persistncia na atividade
que se prope a fazer para alcanar os obje-
tivos pretendidos e ousadia para assumir osriscos que devero ser calculados.
Empreendedorismo
No campo etimolgico, Ferreira (1999)
define empreendedorismo como a palavra
empreender, adicionado o sufixo ismo.A palavra empreender definida como
1. Deliberar-se a praticar, propor-se,
tentar (empresa laboral e difcil) 2. Pr em
execuo (...) (FERREIRA, 1999, p. 514).
Assim: O termo empreendedorismo
(entrepreneurship, em ingls) tem
conotao prtica, mas tambm
implica atitudes e ideias. Significa fazercoisas novas, ou desenvolver maneiras
novas e diferentes de fazer as coisas
(DOLABELA, 1999a, p. 16).
Segundo Dolabela (1999b),
interessante observar que cada
cincia analisa o empreendedorismo
com um foco diferente e isso explica
tamanha diversidade de definies
existentes. Porm, h duas correntes
principais desenvolvidas sobre o tema:
a dos economistas, que relacionavam
o empreendedor inovao e a dos
comportamentalistas, que ressaltavam as
caractersticas do empreendedor, como
criatividade e intuio. O empreendedor,
ainda segundo Dolabela (1999b),
aquele que cria ou adquiri uma empresa,
mas que, principalmente, introduz
inovaes ao negcio, assumindo os
riscos oriundos a ele. Na verdade, essa
seria a condio sine qua non para
diferenciar o verdadeiro empreendedordos simples proprietrios de um negcio.
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Empreendedorismo
22 UNIDADE 1
O terico Drucker (2003) assevera que
o empreendedor aquele que comea
seu prprio, novo e pequeno negcio,
recriando a forma de fazer, agregando
valor ao negcio, criando um novoconceito ao produto ou servio oferecido:
Eles criam algo novo, algo diferente,
eles mudam ou transformam valores
(DRUCKER, 2003. p. 29).
Dolabela (1999a) define empreendedo-
rismo como um fenmeno cultural, ou
seja, fruto dos hbitos, prticas e valoresdas pessoas (DOLABELA, 1999a, p.33).
Complementa, dizendo que a palavra
enterpreneurship um termo utilizado
para designar os estudos relativos ao
empreendedor, seu perfil, suas origens,
seu sistema de atividade, seu universo de
atuao (DOLABELA, 1999b, p.43).
De acordo com Dornelas (2001), o
empreendedorismo requer a criao
de algo novo e de valor; a devoo e o
comprometimento de tempo e esforo
necessrios; e a ousadia para assumir
riscos calculados e tomar decises
crticas, sem desanimar com as falhas e
os erros. Mais do que isso, o autor indica
que o fenmeno do empreendedorismo
complexo e sua compreenso deve
levar em conta:
1. Fatores Pessoais (assumir riscos,
realizao pessoal, valores pessoais,
liderana, etc.);
2. Fatores Sociolgicos (networking,
equipes, influncia dos pais,
famlia, modelos de pessoas
de sucesso, etc.); 3) Fatores
Organizacionais e 4) Ambiente.
Neste caso, o fenmeno s poderia
ser compreendido em sua totalidade
levando-se em conta no apenas
as caractersticas individuais do
empreendedor, mas, tambm, os
fatores sociolgicos e histricos, isto
, a sociedade que facilita ou impedeo desenvolvimento das aptides
individuais. Para Dornelas (2001, p.
37): O empreendedor aquele que
detecta uma oportunidade e cria um
negcio para capitalizar sobre ela,
assumindo os riscos necessrios. Assim,
no adiantaria ser empreendedor se
no houvesse oportunidade e, neste
caso, as oportunidades so, histrica e
socialmente, construdas.
De acordo com Dolabela (1999b), o
significado da palavra entendido
de acordo com o contexto histrico
no qual se est inserido. No sculo
XVII, empreender significava a firme
deciso de fazer alguma coisa. J nos
dias de hoje, significa a atividade de
toda pessoa que est na base de uma
empresa, desde o franqueado, um dono
de oficina mecnica, at aquele que
criou e desenvolveu uma multinacional
(DOLABELA, 1999b, p. 67).
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25/18823UNIDADE 1
Fonte: Dornelas, 2003
Ademais: O empreendedor sempre
est buscando a mudana, reage a ela, e
a explora como sendo uma oportuni-
dade (DRUCKER, 2003, p. 36), ou seja,
o empreendedor no provoca a
mudana, mas a v como algo sadio.
Ele, analisando o contexto, identifica a
mudana e enxerga uma perspectiva
atravs dela (projeo do futuro).
Fique atento!
Historicamente, portanto, ato de empreender to antigo quanto a civilizao
(BOM NGELO, 2003). Desta forma, razovel constatar que fenmenos sociais,
polticos e de poder so intrnsecos ao trabalho e ao empreendedorismo desde as
referncias mais antigas da humanidade, denindo os movimentos culturais e as
mudanas de paradigmas que vm ocorrendo no mundo.
De acordo com Dolabela (1999b, p.45), O
empreendedorismo deve conduzir ao desen-
volvimento econmico, gerando e distribuindo
riquezas e benefcios para a sociedade.
Se a ao empreendedora deve conduzir
ao desenvolvimento econmico tem-se,
logicamente, que esta ao seja exitosa,
isto , que o empreendedor obtenha
sucesso em seu negcio.
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Empreendedorismo
24 UNIDADE 1
Outras definies do termo
Empreendedorismo foram
desenvolvidas, com abordagens
diferentes, conforme relacionado:
Kirzner (1973) O empreendedor aquele que cria equilbrio, encontrando
uma posio clara e positiva em um
ambiente de caos e turbulncia, ou
seja, identifica oportunidades na ordem
presente; Harvard Business School -
Empreendedorismo a identificao
de novas oportunidades de negcio,
independentemente dos recursosque se apresentam disponveis ao
empreendedor; Babson College - define
o termo de forma ainda mais abrangente:
empreendedorismo uma maneira
holstica de pensar e de agir, sempre
com obsesso por oportunidades, e
balanceada por uma liderana.
O ato de empreender est relacionado
identificao, anlise e implementao
de oportunidades de negcio, tendo
como foco a inovao e a criao de valor.
Isto pode ocorrer atravs da criao de
novas empresas, mas tambm ocorre em
empresas j estabelecidas, organizaes
com enfoque social, entidades de natu-
reza governamental etc. Por trs destes
negcios esto indivduos diferenciados,
conhecidos por empreendedores.
O empreendedor aquele que detecta
uma oportunidade e cria um negcio
para capitalizar sobre ela, assumindoriscos calculados. Os seguintes aspectos
referentes ao empreendedor so
encontrados em qualquer definio de
Empreendedorismo: Iniciativa para criar
um novo negcio e paixo pelo que faz;
Utiliza os recursos disponveis de formacriativa transformando o ambiente social
e econmico onde vive; Aceita assumir
riscos e a possibilidade de fracassar.
Sucesso
De acordo com Ferreira (1999, p. 1333),
sucesso quer dizer bom xito, resultadofeliz. Cientificamente, asseveram Pessoa
e Gonalves que:
No se pode dizer que o sucesso de umempreendimento ser conseqnciade determinadas caractersticascomportamentais, mas certamentepode-se afirmar que um conjunto decondies presentes no indivduocontribuir para o seu sucesso comoempreendedor
(PESSOA e GONALVES, 2004, p. 2).
Em pesquisa realizada, Rimoli et al.
(2004), determinam o conceito de
sucesso ou insucesso pela manuteno
ou mortalidade do negcio. Para o
conceito de sucesso, os autores usam
como base referencial pesquisa fatores
subjetivos, citados por Dornelas (2001):
ser um indivduo visionrio, determinado,
dinmico, dedicado, entre outros, ao
invs de unir fatores objetivos, referentes
aos resultados do empreendimento,como fez Nassif et al.(2004).
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27/18825UNIDADE 1
De acordo com pesquisa realizada por
Rimoli et al. (2004), h alguns fatores
que foram determinantes para um
empreendedor ter tido sucesso em sua
empreitada e outro ter tido insucesso:
o conhecimento de mercado, que no
caso do empreendedor de sucesso
foi aumentado pela experincia do
pai (aprendeu com a experincia de
terceiros); a diferenciao de uma idia
de uma oportunidade de mercado e
a elaborao de um plano de negcio,
mesmo que tardio. Todos esses citados
pela literatura. Outro fator que, segundo
os autores, foi, tambm, determinante,
a criao de barreiras de entrada: O
empreendedor, para obter a lealdade
continuada dos clientes, alm de criar
valor adicional para eles, precisa ter
condies de sustentar esse valor ao
longo do tempo e as barreiras de entrada
servem a esse propsito (RIMOLI et al.,
2004, p. 14).
Em outra pesquisa realizada por Versiani
e Guimares (2004), concluiu-se que o
desenvolvimento de um negcio afetado
pelos conhecimentos cognitivos, ou seja,
o modo como o empreendedor age em
relao s adversidades encontradas, pelos
problemas internos de estruturao e pelos
acasos ambientais, externos empresa, e
que o processo de aprendizado em expe-
rincias anteriores foi determinante para a
criao das empresas.
Para Dornelas (2001), o empreendedor
de sucesso tem uma caracterstica
singular: conhece o negcio em que atua
e esse conhecimento adquirido atravs
da sua experincia ao longo do tempo
e do planejamento constante a partir de
uma viso do futuro.
importante registrar que boas ideias
no so necessariamente oportunidades
e no saber distinguir umas das outras uma das grandes causas de insucesso,
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
28/188
Empreendedorismo
26 UNIDADE 1
comuns entre empreendedores iniciantes
(PESSOA e GONALVES, 2004).
Dornelas (2001) diferencia oportunidade
de negcio de ideia, dizendo que a ideiaseria o primeiro passo para se desenvolver
uma oportunidade, transformando-a em
um empreendimento, e que no
somente ter uma boa ideia o fator
determinante para o sucesso: o que faz
uma ideia se transformar em oportunidade
a agregao de valor, ou seja,
reconhecer, de acordo com um estudode mercado, dos clientes, entre outras
coisas, o que far a diferena para o
cliente.
Assista videoaula com este contedo.
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
29/18827UNIDADE 1
A compra a prestao foi uma inovao queexigiu apenas uma ideia e revolucionou o
mercado mundial, portanto, a inovao
no precisa ser tcnica, no precisa sequer
ser uma coisa(DRUCKER, 1987 p. 41).
Outro fator fundamental a busca inces-
sante pela inovao, pois as ideias raramente
surgiro ao acaso. Drucker (1987) ainda afirmaque a eficcia da inovao est ligada sua
simplicidade e concentrao caso contrrio
poderia ser confusa ou simplesmente no
funcionar, o que a tornaria intil.
A inovao sistemtica, portanto,
consiste na busca deliberada e organizada
de mudanas, e na anlise sistemtica das
oportunidades que tais mudanas podem
oferecer para a inovao econmica ou
social. (DRUKER, 1987, p. 45).
Inovao
No seria possvel falar de empreen-
dedorismo, sem citar a inovao, pois
esta pea chave para o nascimento e
manuteno de um empreendimento os
empreendedores inovam. A inovao
o instrumento especfico do empreen-dedor (DRUCKER, 1987,p. 39).
A palavra inovao, deriva dos termos
latinos in e novare e significa fazer algo
novo ou renovar. Segundo Drucker
inovao a habilidade de transformar
algo j existente em um recurso que
gere riqueza. [...] Qualquer mudana
no potencial produtor-de-riqueza
de recursos j inexistentes constitui
inovao... (DRUCKER, 1987, p. 40).
MDULO 03
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
30/188
Empreendedorismo
28 UNIDADE 1
Ainda se tratando de inovao
sistemtica, Drucker (1987) afirma que se
baseiam em sete fontes, divididas em dois
grupos que permitem ao empreendedor
alcanar a oportunidade inovadora,o primeiro grupo, a saber, refere-se
a setores internos da instituio: o
inesperado, a incongruncia, a inovao
baseada na necessidade de processo,
mudanas na estrutura do setor industrial
ou na estrutura do mercado.
E outro grupo de trs fontes que consisteem mudanas fora da empresa: mudanas
demogrficas; mudanas de disposio,
percepo e significado; conhecimento
novo, podendo este ser cientfico ou no
cientfico.
Estas sete fontes necessitam ser
igualmente consideradas e analisadas
em separado, pois tem igual importncia
no processo inovador que pode surgir
tanto a partir de fatores internos quanto
externos organizao.
Empreender e inovar envolve lidar com
todos os riscos sobre a ideia, para tanto,
inovao se baseia na capacidade que a
inveno tenha de gerar receita, Drucker
(1987), ressalta que ideias brilhantes
no representam inovao em sua grande
maioria, pois na maior parte das vezes a
receita no ultrapassa os custos de criao
ou implantao do referido invento.
Todos os riscos devem ser considerados
e as sete fontes anteriormente citadas
precisam de constante avaliao, pois
o conhecimento cria o ambiente ideal
para o surgimento da inovao, emcontrapartida, as ideias brilhantes
tendem a fracassar, portanto no so
recomendveis O empreendedor faria
bem, portanto, em renunciar a inovaes
baseadas em ideias brilhantes, por
mais atraentes que sejam os casos de
sucesso. (DRUKER, 1987, p. 183).
Entende-se que uma pequena empresa
no pode ser considerada atividade
empreendedora, a menos que haja algum
tipo de inovao: [...] empreendedorismo
no trata apenas de pequenas empresas
e novos empreendimentos. No aborda
apenas a criao de novos produtos ou
servios, mas, sim, inovaes em todos
os mbitos do negcio (CHIAVENATO,
2007, p. 261).
Ainda seguindo este raciocnio,
percebe-se que o empreendedorismo
se d em funo da inovao, no o
contrrio como se costuma pensar,
considerando que grandes empresas
passam a ser empreendedoras quando
inovam, e a este processo d-se o nome
de empreendedorismo corporativo.
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
31/18829UNIDADE 1
Empreendedorismo Corporativo umprocesso em que um indivduo ou grupode uma organizao existente cria umnovo empreendimento ou desenvolveuma inovao. Outra perspectivaimportante que o empreendedorismo
corporativo a soma dos esforos deinovao, renovao e empreendimentode uma firma.
(IRELAND e HOSKISSON, 2002, p. 262apudCHIAVENATO, 2007).
Eis os principais tipos mais comuns de
inovao, segundo Fagundes (2011):
De produto: mudanas em bens e serviosque uma empresa oferece. Exemplo; oIpod da Apple, comparado com outrostocadores portteis de msica, queinovou tanto na tecnologia utilizada,como tambm no design do produto;
De processo: mudanas na forma emque os produtos so criados e entre-gues. A venda de livros pela Internet uma inovao de processo, com opioneirismo nos anos 90 da Amazon;
De posicionamento: mudanas nocontexto em que produtos ou serviosso introduzidos. Exemplo: o posicio-
namento das sandlias havaianas, quefoi completamente mudado, saindo deum posicionamento inicial de produtopopular, de baixo valor, para se posi-cionar como um produto mais ligadoao mundo da moda, com um preomais elevado e maior valor agregado;
Organizacional: a prpria mudana
em estrutura e procedimentosorganizacionais, com a implantaode novas tcnicas de gerenciamento.
Como exemplo, podemos citara implementao de sistemasde gerenciamento da cadeia defornecimento ou de um SAC;
No modelo de negcios: a mudanano modelo de negcio adotadopela empresa para comercializar seuproduto ou servio; a criao de ummodelo de negcios que elimina todosos intermedirios entre o fabricantee os consumidores, como foi o casoda Dell Computadores que comeouem 1984, a vender computadores,diretamente aos consumidores.
(FAGUNDES, 2011)
Gesto da inovao
Gesto da inovao a busca pela
compreenso dos fatores que podem
determinar o sucesso ou fracasso de
um empreendimento, dentre eles
quatro temas centrais, segundo Bessant
e Tidd (2009): Compreender o que
se tenta gerenciar - compreender o
como; Compreender o qu, o porqu
e o quando da atividade de inovao;
Compreender que isso um alvo mvel.
Portanto gerenciar a inovao basear-se
em mais que uma boa ideia, preciso
calcular estrategicamente e aprender
com o processo.
importante salientar que muitas vezes
pode haver dificuldade em diferenciaresses tipos de inovao, pelo fato de
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
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Empreendedorismo
30 UNIDADE 1
poderem ser parecidas em alguns casos e
se aplicarem a mais de um tipo ao mesmo
tempo. s vezes, a linha divisria entre os
tipos de inovao bastante imprecisa
uma nova balsa a motor, por exemplo, tanto uma inovao de produto quanto de
processo (BESSANT e TIDD, 2009. p. 30).
Outro fator relevante para o conheci-
mento da inovao o grau de novidade
que a mesma apresenta, a partir da
Bessant & Tidd (2009) argumentam sobre
a diferena entre inovao incremental einovao radical, pois h uma enorme
diferena entre adicionar melhorias e
modificaes em algo j existente, e
criar um conceito (de produto ou servio)
totalmente novo.
E tais mudanas podem no to somente
revolucionar o mercado como a forma
que esta inovao influencia o mundo,
como por exemplo, a energia a vapor
durante a Revoluo Industrial, e a forma
que os mesmos so vistos/ produzidos.
[...] H um grau especifico de inovao
em cada um desses nveis mas as
mudanas em sistemas de nveis mais
altos, normalmente, tm implicaes
para os mais baixos (BESSANT e TIDD,
2009, p. 31).
Um modelo de inovao
Fagundes (2011) nos apresenta do caso
do Cirque du Soleil como modelo deinovao.
A inovao do Circo.
Na estratgia do oceano azul, da
inovao de valor, os autores, W.Chan kim
e Rene Mauborgne, procuram mostrarcomo uma empresa pode navegar no
oceano azul, criando novos mercados
e sendo possvel tornar a concorrncia
irrelevante. As oportunidades no oceano
azul esto a para quem chegar primeiro.
E aquele que se posicionar em primeiro
lugar, ganha o jogo da competio.
O Cirque Du Soleil uma referncia
citada no livro: A Estratgia do Oceano
Azul, que fala de uma nova forma de
entretenimento e de fazer um novo
circo, bem diferente do circo tradicional.
A empresa se afastou da lgica
convencional dos circos e incorporou
novos atributos, com vrias produes,
msicas e danas artsticas. No caso
do Cirque Du Soleil, eliminaram-se os
espetculos com animais, os vrios
picadeiros e os astros famosos. O mais
interessante que o desconforto do
pblico circense em relao explorao
de animais se tornara cada vez maior. Os
animais tambm so dispendiosos para
os circos.
O Cirque de Soleil foi criado em 1985,
no Canad, com uma estratgia de
diferenciao, na medida em que
procurou a inovao, em uma linha
temtica, por trs de cada show; o grupode criadores passa semanas apenas
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
33/18831UNIDADE 1
desenvolvendo o tema, escolhendo um
nome, e detalhando como esse tema
estar refletido em cada componente
do espetculo. A parte mais importante
do tema a msica original, que formao ponto de partida para a escolha da
iluminao, distribuio das performances
e o aspecto visual. O Cirque de Soleil
representa uma verdadeira mistura de
manifestaes artsticas. H malabaristas,
palhaos, trapezistas, mas todos os
elementos se relacionam com o tema da
apresentao, e no h animais, o que em
pocas passadas, at os anos 80, era algo
impensvel para um circo.
Aplicando a matriz da inovao de valor -
Eliminar. Reduzir. Elevar. Criar.
O Cirque Du Soleil navegou nas guas
do oceano azul. A matriz da inovao
de valor ajuda sua empresa para criar
a inovao, respondendo as quatro
perguntas-chave que questiona a lgica
estratgica da competio e o modelo
de negcios do setor.
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
34/188
Empreendedorismo
32 UNIDADE 1
Eliminar: consiste em saber: Quais
atributos considerados indispensveis
pelo setor em que sua empresa atua
devem ser eliminados? No Cirque Du
Soleil, foram eliminados os espetculoscom animais, descontos para grupos,
espetculos com vrios picadeiros e os
astros circenses.
Reduzir: consiste em saber: Que atributos
devem ser reduzidos bem abaixo dos
padres setoriais? No Cirque Du Soleil,
foram reduzidos a vibrao e perigo, alm
da diverso e humor.
Elevar: questiona: Quais atributos devem
ser elevados bem acima dos padres
setoriais? Em vez de trs picadeiros do
circo tradicional, o Cirque Du Soleil
criou o picadeiro nico, o que reduziu
custos e ainda incomodou menos os
espectadores.
Criar: procura saber: Quais atributos,
nunca oferecidos pelo setor onde sua
empresa vai atuar, devem ser criados?
O Cirque Du Soleil criou temas novos,
ambiente refinado, vrias produes,
alm das msicas e danas artsticas.
Veja que, nesta mudana de percepo,
a empresa vai modificar os seus custos
e deixar de imitar o concorrente,
procurando corrigir as limitaes
que o setor impe aos clientes e, ao
mesmo tempo, que ajuda a descobrirprodutos e servios inovadores para os
consumidores, criando novas demandas,
e at mudando a estratgia de preos. O
empreendedor, quando cria a estratgia
do oceano azul, no segue o mercado;
cria um novo mercado.
O grande sucesso da companhia,
tanto artstico omo financeiro, vem
despertando o interesse de faculdades
de administrao de primeira linha, como
a Harvard Business School e a Insead.
A magia do Cirque Du Soleil o resultado
da combinao da arte do espetculo
com o pragmatismo empresarial.
Somos, acima de tudo criadores de
contedo, afirma Michael Bolingbroke,
diretor geral de espetculos. Esse
contedo comercializado em 11
espetculos, alguns intinerantes e outros
com sede permanente, assistidos por mais
de 7 milhes de pessoas anualmente.
Inovao e Criatividade
Ns vivemos hoje em um ambiente
competitivo que tem sido orientado
pela transformao tecnolgica, pela
globalizao, pela competio acirrada
e por uma extrema nfase na relao
custo-benefcio, qualidade e satisfao
do cliente, tal estado de coisas exige
um foco muito maior na criatividade e
na inovao tidas como competnciaestratgica das organizaes.
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
35/18833UNIDADE 1
E, salienta-se, que se esta competncia
estratgica for rapidamente priorizada
e incrementada, a organizao caminha
para uma obsolescncia, visto a rapidez
das mudanas e da implementao denovos servios e produtos.
Anteriormente, o que importava era o
valor da padronizao dos processos
de trabalho, mas hoje o foco so as
pessoas, como assimiladoras e criadoras
do conhecimento que as organizaes
precisam buscar e cultivar para seremcompetitivas. Nestes novos tempos os
concorrentes esto em qualquer lugar
e no esto mais reduzidos a aspectos
geogrficos, as fronteiras, mais do que
nunca, caram e, dessa forma, inicia-se
um processo de revitalizao dos seres
humanos e de sua capacidade criativa,
conhecedora e de aprendizagem
constante diferenciando-o atravs dos
seus talentos. (HOLANDA, 2007)
imensa a quantidade de informaes
que as pessoas, hoje, tm acesso, seja
por meio da televiso, dos jornais, de
revistas, da Internet, dos telefones ou da
mdia. Contudo, a questo fundamental
a forma de se utilizar e combinar tudo
o que est disponvel diferentemente do
concorrente e que pode significar lucros
para a empresa.
No entanto, como incentivar e expandir
essa competncia pelo maior nmeropossvel de pessoas na empresa? A
primeira etapa diz respeito ao formato
de gesto da prpria organizao. Ela
necessita permitir a emergncia destas
caractersticas nos seus colaboradores,
coso contrrio, a criatividade ficarlatente ou apenas restrita aos projetos
pessoais de cada um, mas no ter lugar
na sua vida profissional.
A pergunta que fazemos : criatividade
e inovao so importantes? Em geral
as organizaes dizem que sim. Afinal
num mundo em constante mutao,a estagnao significa a falncia do
sistema! Contudo, outra questo : h
coerncia entre o discurso e a ao?
A a coisa muda de figura... E esta
incoerncia pode apresentar-se de vrias
formas: o lder que no ouve uma idia
do seu colaborador, por exemplo, porque
sempre est muito ocupado, ou at deixa
o colaborador expor a idia, mas, na
realidade, no presta a mnima ateno
ou d alguma importncia a ele ou ao que
ele diz. O paradoxo pode se manifestar,
tambm, atravs daquela reunio (que
na verdade uma exposio unilateral da
liderana) onde no h espaos para os
questionamentos, perguntas ou abertura
a sugestes dos colaboradores, ou seja,
so aspectos no ditos, mas perceptveis
de que no se valoriza a participao, a
liberdade de expresso e a contribuio
das idias das pessoas na empresa.
Ou como acrescenta Holanda (2007):
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
36/188
Empreendedorismo
34 UNIDADE 1
Outros aspectos que inibem odesenvolvimento da criatividade so,por exemplo, a falta de reconhecimentoao colaborador ou equipe que fez umexcelente trabalho, um clima de muitapresso e estresse para a obteno de
resultados em curto prazo, a falta deflexibilidade das lideranas, o conflitoentre equipes de trabalho, a faltade estmulo a trabalhos de equipesinter-funcionais, poucos treinamentosou estes so deficientes, a ausnciade aprovao de recursos para aimplantao de novas idias. Ou seja,uma empresa que sabe da importnciade se oferecer produtos e servios
inovadores, porm que no propiciaum clima organizacional que facilite acriatividade e a inovao.
(HOLANDA, 2007)
Mas como expandir a capacidade
criativa nas pessoas? comum que
muitas pessoas faam as mesmas coisas
e de repetidamente todos os santos
dias o que significa que o mesmo dia
vai se repetindo indefinidamente por
toda a vida com diferenas mnimas.
sempre a mesma rotina, so os mesmos
lugares, as mesmas pessoas, mesmos
hbitos, conhecimento que no muda,
o mesmo trabalho, o mesmo caminho,
so os mesmos programas e, assim
vai-se levando. De modo que difcil ter
inspirao para que a criatividade deixe
de ficar submersa.
Se se quer ser criativa, deve-se fazer
coisas diferentes todos os dias! Mudar
o ambiente de trabalho, mudar algo nasua prpria casa, ver novos filmes, ir a
novos lugares, falar com novas pessoas,
ler livros diferentes. Na medida em que
voc expe sua mente a novidades, h
estmulo, a observao fica mais aguada
e mais fcil fazer novas conexes entreas idias.
Outro aspecto que no pode ser
menosprezado o fato de que,
quando a pessoa tem realmente paixo
pelo trabalho que faz, a criatividade
manifesta-se mais espontaneamente, j
que a tarefa sentida como prazerosa,acima do dever, da obrigao.
Tambm, o autodesenvolvimento com
conhecimento diversificado e no apenas
na rea de atuao, amplia os horizontes
e ajuda nas conexes de idias variadas.
Cabe ressaltar a necessidade de se
desenvolver a habilidade de se trabalhar
em equipe, j que muitas vezes as
idias pegam fluem no grupo e formam
conexo, s vezes inusitadas, umas com
as outras e a sinergia de um grupo coeso
e diversificado em suas capacidades
muito maior e melhor do que a soma dos
intelectos individuais que o compe.
Entretanto, existem pessoas que
conseguem implementar suas idias e
outras, infelizmente, no. E por que no?
Muitas por terem receio de se expor, com
medo do grupo, ou de parecerem ridculas
e a acabam por se acomodarem. Para
fazer germinar uma idia criativa precisoacima de tudo, muita determinao.
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
37/18835UNIDADE 1
Mas, temos que entender que a
criatividade por si s no suficiente.
necessrio implement-la. preciso
transform-la em algo novo, uma
inovao concreta atravs de novasformas de gesto, ou novos produtos,
servios, etc., se no ela no passa de
uma divagao que nunca se transforma
em ao.
De acordo com a etimologia das
palavras, o termo criatividade deriva
do latim creare, que significa criar,inventar, fazer algo novo. Inovao
vem do latim innovare, que significa
tornar novo, mudar ou alterar as coisas,
introduzindo nelas novidades, renovar
(PAROLIN, 2001).
Para Schumpeter (1982), o
desenvolvimento econmico depende,
em ltima instncia, da inovao
tecnolgica, da introduo e difuso de
novas invenes geradoras de mudanas
estruturais denominadas destruio
criativa, em substituio a antigos
hbitos de consumo por novos. O
empresrio inovador o heri da saga
do desenvolvimento econmico, por
meio do qual a sociedade tem acesso a
padres de vida mais elevados.
Peter Drucker, no seu livro Inovao
e esprito empreendedor (2002), traz
uma viso sobre processos encontrados
em diferentes empresas que, baseados
na experincia e na observao de
casos reais, podem ser implementados
ou desenvolvidos e constantemente
melhorados para se obter o mximo de o
que chama de fontes de oportunidadesinovadoras. Para Drucker (2002):
A inovao o instrumento especfico
dos empreendedores, o meio pelo
qual eles exploram a mudana como
uma oportunidade para um negcio
diferente ou um servio diferente. Ela
pode ser apresentada como disciplina,ser apreendida e ser praticada.
(DRUCKER, 2002, p.25).
Essas fontes ou princpios da inovao
so enumerados pelo autor como, dentre
outros, o inesperado, as incongruncias,
mudanas demogrficas, percepo,
conhecimento novo, idia brilhante.
Mas ser que a criatividade no ambiente
de trabalho essencial? Segundo Cintia
Bortotto, psicloga e especialista em
recursos humanos, a resposta sempre sim!
Para Cntia, Cada vez mais, as empresas
precisam inovar para crescer, sejam
em seus produtos, servios, modelos,
mercados ou processos. Mudar e inovar
so palavras de ordem que remetem a
mais lucro. Portanto, as organizaes
precisam contratar profissionais que
pensem de forma criativa.
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
38/188
Empreendedorismo
36 UNIDADE 1
1. Pensamento criativo Capacidade
de gerar um grande volume de
ideias , conceitos, pensamentos ou
respostas . Pergunte-se: Quantas
maneiras h de resolver umdesafio? Quantas formas ou mate-
riais diferentes eu posso encontrar?
2. Flexibilidade Capacidade de
lidar e produzir diferentes formas
de informao ou pensamento.
Uma pessoa flexvel tem mais
facilidade para lidar com mudanase diferenas. Pergunte-se: De que
outro ngulo posso olhar o meu
projeto? Que diferente abordagem
posso dar ao mesmo assunto?
3. Originalidade Habilidade de
gerar o novo, o diferente, o
singular. Perguntas possveis: O
que ningum pensou ainda? O que
tornaria a minha ao diferente do
que outra que j existe?
A psicloga afirma que o processo
criativo composto por duas fases. A
primeira a chamada divergente. Nela,
geramos opes (lista de ideias, dados,
alternativas, sugestes, etc.). importantemuita imaginao e conhecimento. Sem
esquecer que, para a imaginao fluir,
imprescindvel ser flexvel e buscar a
originalidade. E tambm importante
no ter medo de errar.
A segunda fase chamada convergente.
Nela, so analisadas as ideias geradas naprimeira fase, que precisam ser melhoradas
e refinadas. Esta etapa permeada de
anlises, combinaes, melhorias e escolhas.
O foco desta etapa como podemos fazer o
trabalho da melhor forma. Buscar qualidade
e aplicabilidade, sem perder a essncia e a
originalidade do contedo inicial.
Como saber se a criatividade faz parte
do seu perfil no cotidiano? Responda s
questes a seguir:
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
39/18837UNIDADE 1
4. Melhoramento Capacidade
de melhorar, embelezar, refinar
um pensamento ou conceito,
adicionando detalhes ou
profundidade a uma ideia.Pergunte- se: O que mais eu
poderia acrescentar para ficar
melhor do que est hoje?
5. Sensibilidade - Capacidade de
descobrir o corao do problema
ou da oportunidade. uma
combinao da intuio com alta
capacidade de anlise.
6. Liberdade - Estar livre debloqueios internos, preconceitos
e presses externas. Ter coragem
para manter ideias e opinies.
Inove, crie, tanto para contribuir
para a sua empresa quanto para a
sua prpria carreira.
Acesse o site:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/10/131023_brasil_
inovacoes_ft_.shtml
Para saber mais:
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
40/188
Empreendedorismo
38 UNIDADE 1
O Empreendedor
Os Empreendedores so herispopulares do mundo dos negcios.Fornecem empregos, introduzeminovaes e incentivam o crescimentoeconmico. No so simplesmenteprovedores de mercadorias ou deservios, mas fontes de energia que
assumem riscos inerentes em umaeconomia em mudana, transformao
e crescimento. (Chiavenato, 2004).
O empreendedor a pessoa que
consegue fazer as coisas acontecerem,
pois dotado de sensibilidade para
negcios, tino financeiro e capacidade
de identificar oportunidades. Com
esse arsenal, transforma idias em
realidade, para benefcio prprio e para
o benefcio da comunidade. Por ter
criatividade e um alto nvel de energia, o
empreendedor demonstra imaginao e
perseverana, aspectos que, combinados
adequadamente, o habilitam a
transformar uma idias simples e mal
estruturada em algo concreto e bem
sucedido no mercado.
Segundo Schumpeter, o empreendedor
a essncia da inovao no mundo,
tornando obsoletas as antigas maneiras
de fazer negcios. Trs caractersticasbsicas identificam o esprito
empreendedor, so elas: Necessidadede realizao; Disposio para assumir
riscos; Autoconfiana.
Alm dessas caractersticas bsicas, David
McClelland (1961) desenvolveu uma
teoria a respeito dos empreendedores
baseada em um estudo realizado em
34 pases, no qual foram identificadasas seguintes caractersticas em um
empreendedor bem sucedido: Iniciativa
e busca de oportunidades; Perseverana;
Comprometimento; Busca de qualidade
e eficincia; Fixao de metas e objetivos;
Busca de informaes; Planejamento e
monitorao sistemticos; Capacidade
de persuaso e de estabelecer
redes de contatos; Independncia
autonomia e autocontrole; Vontade
de trabalhar duro; Ter orgulho do que
faz; Ser autopropulsionador; Assumir
responsabilidades e desafios; Tomar
decises.
Existe a concepo do empreendedor
nato, aquele que nasce com as
caractersticas necessrias para
empreender com sucesso. No entanto,
como se trata de um ser social,
influenciado pelo meio que em que
vive, a formao empreendedora pode
acontecer por influncia familiar, estudo,formao e prtica.
MDULO 04
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
41/18839UNIDADE 1
Para Dolabella (1999, p. 12), para se
aprender a empreender, faz-se necessrio
um comportamento pr-ativo do
indivduo, o qual deve desejar aprender
a pensar e agir por conta prpria, comcriatividade, liderana e viso de futuro,
para inovar e ocupar o seu espao
no mercado, transformando esse ato
tambm em prazer e emoo.
No campo cientfico e acadmico,
a formao empreendedora pode
ser caracterizada por situaes quecontribuem diretamente para que esta
ao acontea. Entre elas, podem-se
citar duas caractersticas que incidem
diretamente, a primeira a natureza da
ao, caracterizada por buscar fazer algo
inovador ou diferente do que j feito.
Neste ponto, o empreendedorismo est
ligado diretamente s modificaes de
processos (ou de produtos). E a segunda
a falta ou inexistncia de controle
sobre as formas de execuo e recursos
necessrios para se desenvolver a ao
desejada, liberdade de ao.
Estes dois fatores so considerados
importantes na ao empreendedora,
uma execuo de algo sem controle e
sem mtodos com uma nova concepo.
Isso no significa que todas as aes
de mudanas so empreendedoras.
Ser se, ambos os quesitos estiverem
presentes. Da mesma forma, nem todas
as aes desenvolvidas, com risco,sem controle dos processos so aes
empreendedoras, pois nem sempre so
aes inovadoras.
Filon (1999), estabelece um modelo com
quatro fatores fundamentais para queuma ao seja empreendedora (viso,
energia, liderana e relaes), visando
formao do profissional empreendedor.
Destaca-se como principal caracterstica
as relaes, a qual, segundo o autor, se
obtm os conhecimentos fundamentais e
necessrios dentro de uma estrutura de
mercado: as informaes necessrias paraa tomada de decises e o conhecimento
da realidade do mercado.
Atualmente, as organizaes possuem
uma grande necessidade de buscar e
desenvolver profissionais com perfil
empreendedor, devido ao fato de
estes, serem os responsveis pelas
modificaes, criaes e vises
inovadoras para se obter um destaque
maior e uma diferenciao positiva frente
concorrncia.
Os empreendedores so visionrios,
dotados de idias realistas e inovadoras,
baseados no planejamento de uma
organizao, intervm no planejado e
propem mudanas. O empreendedor
desenvolve um papel otimista dentro
da organizao, capaz de enfrentar
obstculos internos e externos, sabendo
olhar alm das dificuldades, com foco no
melhor resultado.
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Empreendedorismo
40 UNIDADE 1
Alm das caractersticas acima
comentadas, o empreendedor tem
um perfil de liderana para obter xito
em suas atividades, como o grande
responsvel em colocar em prtica asinovaes, mtodos e procedimentos que
props, dever estimular os envolvidos
na realizao das atividades, de forma a
alcanar as metas traadas.
Segundo Norman R. Smith (1967), o estilo
de fazer negcios dos empreendedores
segue um continuum em que doispadres bsicos esto nas extremidades.
Em um extremo est o Empreendedor
Arteso, que inicia um negcio
basicamente com habilidades tcnicas
e pequeno conhecimento de gesto de
negcios. Sua abordagem quanto ao
processo decisrio se caracteriza por:
Orientao de curto prazo; Paternalismo;
Centralizao; Poucas fontes de capital
na abertura da empresa; Estratgias de
marketing definidas em termos de preo
tradicional, da qualidade e reputao
da empresa; Esforar-se nas vendas
basicamente por motivos pessoais.
No outro extremo encontra-se o
Empreendedor Oportunista, com
educao tcnica suplementada por
estudos de assuntos mais amplos, como
administrao, economia, legislao
ou lnguas. Procura sempre estudar e
aprender. Sua abordagem quanto aoprocesso decisrio se caracteriza por:
Evitar o paternalismo; Delegar autoridade
s pessoas; Empregar estratgias de
marketing e esforos de venda mais
variados; Obter capitalizao original
de vrias fontes; Planejar o crescimentofuturo do negcio; Utilizar sistemas
de registro e controle, oramento
apropriado, oferta precisa e pesquisa
sistemtica de mercado.
Por outro lado, nem todo empreendedor
busca um novo objetivo em sua vida,
existem pessoas que entram em negciospara escapar de algum fator ambiental.
Segundo Knight, existem alguns fatores
ambientais que encorajam ou impulsionam
as pessoas a iniciar novos negcios e rotulou
tais empreendedores de refugiados.
Segundo este autor existem os seguintes
tipos de refugiados: Refugiado estrangeiro;
Refugiado corporativo; Refugiado dos pais;
Refugiado do lar; Refugiada feminista;
Refugiado social e Refugiado educacional.
Um fato a se notar que a figura do
empreendedor , ainda hoje, associada
romanticamente ao navegador solitrio
ou ao desbravador de florestas, que se
vale de seus prprios recursos, talentos e
contatos para atingir determinado obje-
tivo. Ao longo da histria, os empreen-
dedores tm sido vistos como loucos
ou Quixotes, criaturas imprudentes que
perseguem sonhos impossveis.
Anita Roddick, fundadora das lojasinglesas Body Shop diz:
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43/18841UNIDADE 1
H uma linha tnue entre a mente deum empreendedor e a de um louco.O sonho do empreendedor quaseuma loucura, e quase sempre isolado.Quando voc v algo novo, sua viso,geralmente, no compartilhada pelos
outros. A diferena entre um louco eum empreendedor bem sucedido que este pode convencer os outros acompartilhar sua viso. Esta a forafundamental para empreender.
(RODDICK, 2003)
A histria, no entanto, mostra que
esses intrpidos irresponsveisforam os prceres que tiraram os
homens dos galhos das rvores e os
conduziram s estaes espaciais.
O viajante veneziano Marco Polo
um desses pioneiros, capaz de unir
culturas, difundir o conhecimento e
estabelecer as bases para o comrcio
globalizado.
No campo da f, o apstolo Paulo de Tarso
um exemplo magnfico, ao disseminar
competentemente os ensinamentos
de Jesus em terras estrangeiras. Entre
os descobridores, h que se celebrar avalentia e a determinao de Cristvo
Colombo e de seus comandados.
Um exame mais minucioso dos fatos,
no entanto, mostra que os trs eram, na
verdade, tambm intra-empreendedores
uma categoria particular de
empreendedor, como veremos a seguir.
Marco Polo viveu por 17 anos na corte
do imperador Kublai Khan, onde
desenvolveu importantes atividades
administrativas. Definiu novas rotas
comerciais, conquistou mercados e
organizou os negcios de uma grande
corporao transnacional.
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Empreendedorismo
42 UNIDADE 1
intra-empreendedorismo, no entanto,
mesmo presente em momentos cruciais
da histria das civilizaes, ainda tema
novo e um tabu para a maior parte das
modernas corporaes.
Foi disseminado na dcada de 80 pelo
consultor em administrao Gilfford
Pinchot III, autor do best-seller
Intrapreneuring (1985). H cerca de 15
anos, os dicionrios passaram a
apresentar o termo intrapreneur,
designativo da pessoa que, dentro deuma grande corporao, assume a
responsabilidade direta de transformar
uma idia ou projeto em produto
lucrativo. Para isso, esse indivduo
introduzir inovaes e assumir riscos.
O uso da palavra e de seus derivativos
tornou-se corrente em vrias lnguas, o
que confirma a importncia desse
conceito na nova ordem mundial.
Assista videoaula com este contedo.
Paulo estabeleceu alguns dos pilares do
Cristianismo. Como dedicado parceiro
de Pedro, sua obra de catequese foi
fundamental para consolidar uma
importante instituio: a Igreja.
O atrevido Colombo insere-se nesse
fantstico time ao compor uma parceria
empresarial com a Espanha. A servio
dos reis catlicos, assumiu a misso de
estabelecer relaes comerciais com a
ndia, o que poderia recuperar a economia
espanhola. Em 12 de outubro de 1492,desembarcou em uma das ilhas Bahamas.
Tomou, sim, posse do lugar, mas em nome
de Castela.
O ato de empreender, portanto,
tem praticamente a idade do
homem. Iniciou-se provavelmente
quando um pedao de osso foi
transformado em arma e ferramenta.. O
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45/18843UNIDADE 1
RESUMO
Comeamos esta unidade constando queo empreendedorismo um fenmeno
global que vem gerando pesquisas e
investimentos variados tanto da iniciativa
privada, quanto por parte de entidades
pblicas.
Dentre as grandes causas geradoras
deste interesse, talvez a principal,esteja relacionada com a globalizao
e o acirramento da competio a nvel
mundial. Que, entre outras coisas,
gerou uma massa de trabalhadores
desempregados que partiram para
o desenvolvimento de ou criao de
negcios prprios.
Aliado a isto no podemos esquecer que
vivemos o que pode ser considerada a
poca de maior inovao e inventividade
da histria da humanidade, o que tem
gerado a proliferao de produtos e
servios os mais variados possveis.
Tambm acompanhamos como se deu a
partir do incio do sculo XX a evoluo
das teorias e prticas administrativas.
Em outro momento conhecemos
a histria do conceito ou da idia
de empreendedorismo, tomando
contato com vrios autores, entre eles,Schumpeter, Drucker e Pinchot.
Por fim, de posse dos conceitos deempreendedorismo, nos debruamos
sobre as vises, principalmente,
econmica e comportamental, que
definem o que um empreendedor
moderno.
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Empreendedorismo
44 UNIDADE 1
01. Como causa do aumento do interesse pelo empreendedorismo no Brasil pode-se apontar todas as alternavas abaixo, exceto.
a) Aumento da competitividade.
b) Regime de pleno emprego.
c) Necessidade de reduo de custos por parte das empresas.
d) Demanda por inovaes.
02. Relacione a teoria administrativa com seu perodo;
1. Funcionalismo Estrutural ( ) 1900 - 1920
2. Relaes Humanas ( ) 1920 1940
3. Contingncias Ambientais ( ) 1940 1960
4. Racionalizao do Trabalho ( ) 1950 1970
5. Sistemas Abertos ( ) 1970 - 1980
03. Podemos entender empreendedor como sinnimo de capitalista:
( ) Verdadeiro ( ) Falso
EXERCCIOS DE APRENDIZAGEM
7/21/2019 Empreendedorismo(1)
47/18845UNIDADE 1
04. Sobre o empreendedorismo analise as afirmativas abaixo:
I. Empreendedorismo o estudo voltado para o desenvolvimento de competncias
e habilidades relacionadas criao de um projeto (tcnico, cientfico, empresarial).
Tem origem no termo empreender que significa realizar, fazer ou executar.
II. O empreendedor aquele que apresenta determinadas habilidades e competn-
cia para criar, abrir e gerir um negcio, gerando resultados positivos.
III. O empreendedorismo essencial para a gerao de riquezas dentro de um pas,
promovendo o crescimento econmico e melhorando as condies de vida da po-
pulao.
IV. Empreendedor o termo utilizado para qualificar, ou especificar, principalmente,
aquele indivduo que detm uma forma especial, inovadora, de se dedicar s ativi-
dades de organizao.
V. O empreendedor o profissional inovador que modifica, com sua forma de agir,
qualquer rea do conhecimento humano. Tambm utilizado no cenrio econmi-
co para designar o fundador de uma empresa ou entidade, aquele que construiu
tudo a duras custas, criando o que ainda no existia.
correto o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) III, IV e V.
c) IV e V.
d) Em todas as afirmativas.
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Empreendedorismo
46 UNIDADE 1
05. Sobre a identificao de oportunidades marque V para afirmativa(s) verdadei-
ra(s) e F para falsa(s):
( ) A busca de oportunidades para novos produtos e servios reveste-se de mnima
importncia porque ajuda a dinamizar a formao e o crescimento do empreendedor,adequados as suas caractersticas pessoais e ao nicho de mercado no qual ir se
instalar.
( ) Oportunidades surgem para o futuro consultor no decorrer do seu dia-a-dia
e muitos novos negcios so desenvolvidos a partir dessas oportunidades que
praticamente batem a porta, imploram para serem identificadas e aproveitadas.
( ) Uma oportunidade de negcio pode ser entendida como uma circunstncia ocasioou rumo de ao, que deve apresentar o carter de adequabilidade e convenincia,
valendo a pena ser seguida e explorada.
( ) Uma oportunidade percebida pelo prprio interessado ou a ele levada por
algum ou um consultor que tem a competncia de abordar outros pontos que lhe
favorecem tomar a melhor deciso.
A seqncia correta :
a) F, V, V, V.
b) F, V, F, V.
c) V, F, V, F.
d) F, F, V, V.
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49/18847UNIDADE 1
06. Sobre as caractersticas de um empreendedor marque a alternativa INCORRETA:
a) Aceitao do risco o empreendedor aceita riscos, ainda que muitas vezes seja
cauteloso e precavido contra o risco.
b) Ambio o empreendedor procura fazer sempre mais e melhor, nunca se contentando com o
que j atingiu. No tentar progredir significa estagnar e um empreendedor deve ter a ambio de
chegar um pouco mais alm do que da ltima vez.
c) Autoconfiana o empreendedor no tem autoconfiana, acredita em seus colaborados. Se
acreditasse, seria difcil tomar a iniciativa. A crena em si mesmo faz o indivduo arriscar menos,
ousar, oferecer-se para realizar tarefas desafiadoras, enfim, torna-o mais empreendedor.
d) Auto-motivao e entusiasmo pessoas empreendedoras so capazes de auto motivao
relacionada com desafios e tarefas em que acreditam. No necessita de prmios externos, como
compensao financeira. A sua motivao permite entusiasmarem-se com suas idias e projetos.
07. No uma fase do processo empreendedor:
a) Identificar e avaliar a oportunidade.
b) Desenvolver o plano de negocio.
c) Determinar e captar recursos necessrios.
d) Gerir a empresa criada.
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08. Este um item de muita importncia no perfil do empreendedor. No so pou-
cos que abrem um negcio que no tem vida longa. H sempre um recomeo. Este
item est muito ligado perseverana e a motivao:
a) Autoconfiana
b) Iniciativa
c) Criatividade
d) Resistncia frustrao
09. Segundo Dornelas o que faz uma ideia se transformar em oportunidade a
agregao de valor, ou seja, reconhecer, de acordo com um estudo de mercado, dos
clientes, entre outras coisas, o que far a diferena para o cliente.
( ) Verdadeiro ( ) Falso
10. A inovao tem por objetivo, exceto
a) Aumentar a participao no mercado
b) Ganhos de qualidade
c) Melhoria da competitividade
d) Aumentar os salrios dos funcionrios
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51/18849UNIDADE 2
UNIDADE 2
Gesto nas Empresas
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7/21/2019 Empreendedorismo(1)
53/18851UNIDADE 2
Gesto Organizacional
Vivemos numa sociedade de organizaes
dos mais diversos tipos, estruturas em
que as pessoas trabalham conjuntamente
para alcanar objetivos impossveis de
alcanar se trabalhassem isoladamente.
Mas como podemos definir organizao?
Organizao origina-se do termo Grego
organon e este tem o significado de:
instrumento, utenslio, rgo ou aquilo
com que se trabalha. De um modo geral,
organizao a forma como se dispe
um sistema para atingir os resultados
pretendidos.
Contudo, importante destacar que
existe uma diferena entre Organizao
e Estrutura Organizacional. No caso da
primeira estamos nos referindo unio
de pessoas, idias, e recursos para
atingir objetivos. J no caso da segunda
trata-se da forma como essa organizao
ser racionalizada, seus mtodos e
estruturao para agir.
Recorrendo ao conceito clssico
podemos definir qualquer organizao
como um conjunto de duas ou maispessoas que realizam tarefas, seja
em grupo, seja individualmente, masde forma coordenada e controlada,
atuando num determinado contexto ou
ambiente, com vista a atingir um objetivo
pr-determinado atravs da destinao
eficaz de diversos meios e recursos
disponveis, liderados ou no por algum
com as funes de planear, organizar,
liderar e controlar.
Temos outros tantos conceitos
semelhantes de organizao, como os
dois conceitos que elencados a seguir.
Primeiro recorremos ao conceito
desenvolvido por Cury (2000) que, a partir
de uma sntese de diversos autores, assim
define organizao: [...] a organizao
um sistema planejado de esforo
cooperativo no qual cada participante
tem um papel definido a desempenhar
e deveres e tarefas a executar. (CURY,
2000, p. 116).
Em segundo lugar temos o conceito
desenvolvido por Meireles (2003). Este
autou relaciona a idia de estrutura
complexa de Gareth Morgan, idia de
artefato de Herbert Simon, chegando ao
seguinte conceito:
[...] a organizao um artefato quepode ser abordado como um conjunto
MDULO 01
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Empreendedorismo
52 UNIDADE 2
articulado de pessoas, mtodos erecursos materiais, projetado para umdado fim e balizado por um conjuntode imperativos determinantes (crenas,valores, culturas etc.).
(MEIRELES, 2003, p. 46).
E como denir Gesto?
Muito embora no encontremos uma
definio que seja universalmente
aceita para o conceito de gesto e, por
outro lado, apesar deste ter evoludo
e se transformado muito ao longo,
principalmente, do sculo XX, existe,
pelo menos, algum consenso relativo ao
que este deva incluir, obrigatoriamente,
um conjunto de tarefas que devem
procura garantir a destinao eficaz
dos recursos disponibilizados pela
organizao a fim de serem atingidos os
objetivos propostos.
Por outras palavras, cabe gestoa otimizao do funcionamento das
Fique atento!
De outra forma podemos
pensar a organizao
como um sistema complexo, i.e.,
em que o todo tem propriedades
e capacidades que as partes
isoladamente no tm. O todo
maior do que a soma das partes.
organizaes atravs da tomada de
decises racionais e fundamentadas
na coleta e tratamento de dados e
informao relevantes e, por essa via,
contribuir para o seu desenvolvimento epara a satisfao dos interesses de todos
os seus colaboradores e proprietrios
e para a satisfao de necessidades da
sociedade em geral ou de um grupo em
particular.
Tambm, de acordo com o conceito cls-
sico que foi inicialmente desenvolvido porFayol, compete gesto atuar atravs de
atividades e planejamento, organizao,
liderana e controle de forma a atingir os
objetivos organizacionais propostos.
Deste modo, para que os gestores
possam desempenhar as funes
definidas anteriormente, eles devem
recorrer, na maior parte do tempo, s
tcnicas j testadas e demonstradas
cientificamente. De outro modo, utilizam
necessitam utilizar conhecimentos de
disciplinas cientficas diferentes tais
como a matemtica, ou as cincias
sociais e humanas, a economia, o direito,
e outras. O que nos leva a concluir que
a gesto pode ser considerada uma
cincia na medida em que eivada de
um acentuado componente cientfico.
Contudo, a gesto no pode ser consi-
derada como uma cincia na verdadeira
acepo da palavra, pois as teorias geraisdemonstradas cientificamente raramente
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55/18853UNIDADE 2
so suficientes para o processo de tomada
de decises. tambm necessrio algum
conhecimento emprico (alguns chamam-
lhe arte) de forma a preencher a distncia
que separa as teorias gerais da realidadevivida em cada organizao.
Deriva daqui a importncia da experincia
e do convvio com as situaes concretas
vividas diariamente no local onde se
desenrola a ao. Esta uma das principais
razes apresentadas pelos defensores
da realizao de estgios prticos apsa aquisio dos conhecimentos tcnicos
durante o perodo escolar.
Podemos, resumidamente, dizer que a
Gesto o processo de se conseguir obter
resultados da organizao (bens, servios,
etc.) com o esforo dos outros (organizar,
coordenar, dirigir o trabalho dos outros).
Mas o que Gesto Organizacional?
A gesto das organizaes ,
provavelmente, o fator principal do seu
sucesso ou insucesso, por exemplo, nasempresas. A qualidade da sua gesto
provavelmente o fator mais significativo
na determinao do desempenho e do
sucesso da organizao.
Segundo (Gramigna, 2002), no final da
dcada de 70 e incio de 80, os programas
de desenvolvimento organizacionalancorados no planejamento estratgico,
foram amplamente adotados no Brasil.
O grande ganho para as pessoas,
neste modelo, foi a possibilidade de
participao em decises dentro das
organizaes. A reviso da estratgia
empresarial levou dirigentes e equipes
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Empreendedorismo
54 UNIDADE 2
a um trabalho compartilhado para
estabelecer a misso organizacional,
definir o negcio, divulgar a viso
empresarial, discutir valores e crenas
percebidas, elaborar planos setoriais,estabelecer objetivos e metas, sendo que
a administrao por objetivos torna-se
o alvo das organizaes na busca de
resultados.
Segundo Peter Drucker (apudFerreira, et
al., 2002, p. 109), gesto organizacional
significa, entre outras coisas, permitirque um indivduo de excelente
atuao empresarial realize livremente
seu trabalho, sendo que a gerncia
da organizao deve exercer sua
autoridade para garantir a coordenao
das atividades, de forma a alcanar bons
resultados econmicos.
De uma forma geral, pode-se caracterizar
a gesto organizacional como uma
filosofia da gesto por objetivos, como
uma tentativa de moldar o cenrio,
minimizando a distncia entre o que
possvel e o que desejvel.
Embora nenhum homem possa realmente
dominar seu ambiente, sendo prisioneiro
das possibilidades, a tarefa especfica da
administrao transformar o desejvel
no possvel e o possvel no efetivo.
O desenvolvimento organizacional
um modelo dos mais significativos e fezcom que dirigentes repensassem suas
empresas, dando um salto qualitativo na
maneira de gerenciar pessoas e, principal-
mente, os processos das organizaes.
Dentre uma das mais intricadas tarefasou funes, como quiserem, da gesto
dentro das empresas, est a gesto
das pessoas. Principalmente se o
modelo de gesto escolhido valorizar o
intra-empreendedorismo.
E como podemos pensar nesta gesto
to especfica? Basicamente a gesto depessoas consiste na maneira pela qual
uma empresa se organiza para gerenciar
e orientar o comportamento humano no
trabalho, e para isso, a empresa se estrutura
definido princpios, estratgias, polticas e
prticas ou processos de gesto.
Atravs desses mecanismos, implementam
diretrizes e orienta os estilos de atuao
dos gestores em sua relao com aqueles
que nela trabalham.
No mundo dos negcios, a importncia do
comportamento humano est assumindo
cada vez mais espao, fazendo com que
sua gesto ganhe espao cada vez maior
dentro da teoria organizacional.
A organizao no est se tornando
mais humana por causa da nova onda
competitiva, no est sendo regida por
princpios que privilegiem o humano
contra outros valores organizacionais.
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57/18855UNIDADE 2
O que se quer dizer que, quanto mais
os negcios se sofisticam em qualquer de
suas dimenses tecnologia, mercado,
expanso e abrangncia, etc. , mais seu
sucesso fica dependente de um padrode comportamento coerente com esses
negcios.
Segundo (Fischer, 2002) os fatores
de contexto interno e externo que
determinam o desempenho de pessoas
no trabalho e o modelo de gesto so:
Tecnologia adotada
Dependendo do padro de mquinas
utilizado pela empresa, este determina
fortemente o comportamento que se
espera dos funcionrios. Operrios
que trabalham em linhas de produo
acompanham o ritmo ditado
pela velocidade da mquina, no
esperando dos operrios iniciativa nem
autocontrole, bastando que o carto de
ponto, na entrada da fbrica, registre
sua presena. A automatizao ou
robotizao do processo transformar
esse trabalhador de provedor de fora
e guia de ferramentas em monitor da
atividade sob sua responsabilidade.
Ele passar a atuar na irregularidade,
e no na regularidade, o que tornar o
trabalho dependente de autonomia e
capacidade de antecipao.
Estratgia de organizao do trabalho.
Diferentes formas de organizao do
trabalho so, na verdade, diferentes
maneiras de buscar o comportamentoexigido pelo processo de trabalho
adotado. Desse modo, pode-se dizer que
trazem o mesmo impacto da tecnologia
para o modelo de gesto. Na verdade,
pode-se mesmo dizer que quase
impossvel separar o modelo de gesto de
pessoas do modelo de gesto do trabalho.
Trata-se de dois conjuntos de prticasque incidem sobre as mesmas instncias
organizacionais as relaes humanas na
empresa e que pretendem alcanar os
mesmos objetivos: determinado padro
de desempenho no trabalho.
Cultura organizacional
relativamente fcil perceber no
dia-a-dia das organizaes que a cultura
organizacional recebe influncia do
modelo de gesto de pessoas. Nas
organizaes, as pessoas que trabalham
em determinadas reas ou profisses so
considerados seres humanos diferentes
dos outros. assim que engenheiros
so mais valorizados que profissionais
de escritrio em empresas metalrgicas
e de minerao, especialistas em
marketing so mais considerados que
funcionrios de produo em empresas
de bens de consumo no durveis, j
financeiros so verdadeiras referncias decomportamento nos grandes bancos.
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Empreendedorismo
56 UNIDADE 2
Fatores externos
Os fatores externos organizao devem
ser classificados, segundo sua origem, em
duas categorias: os advindos da sociedadee os que tm origem no mercado. Os
fatores sociais correspondem forma
pela qual a sociedade regula o trabalho
e as relaes de trabalho que ocorrem
em seu mbito. Prevalecem a cultura de
trabalho dessa sociedade, a legislao
e a interveno dos diferentes agentes,
dentre os quais destacam o Estado e asinstituies sindicais.
O mercado, por seu lado, deve ser
considerado o fator preponderante na
constituio do modelo, pois define o
perfil de competncias organizacionais
exigido pelo negcio do setor de
atividade em que atua.
Figura 3: Charge ilustrativaFONTE: http://blogdooswaldo.blogspot.com.br/2010/04/fatores-externos.html
Estratgia organizacional
A estrutura ou modelo organizacional
delineia tambm as caractersticas do
modelo de gesto de pessoas dominantena empresa. Uma estrutura departamental,
explicitamente orientada para a cadeia de
comando e contr