A E scola A nossa história começa em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais na cidade de Itabira,onde existe extração de minério desde o ano de l937. apesar de já estarmos no ano de l99l, a cidade apresenta aspecto do início do século com todo o seu atrazo caraterístico do Brasil sem futuro. Sebastião, personagem central de toda confusão provocada na mente dos meninos, é a personificação do pai que os garotos gostariam de ter, e é um desconhecido que chegou à cidade de há pouco mais de treis anos e leciona história no ginásio principal e único da cidade. ninguém conhece a sua origem, de onde ele veio, ou mesmo o seu sobrenome. parece que ele veio abruptamente e entrou para o cenário da história daqueles meninos. personagem fantástica, que os meninos daquela pacata cidade idolatraram. Bem,vejamos como começa a história que parece não ter fim. . Como tudo começou Uma sala de aula de história No próximo verão marcharemos em direção a nossa caverna que se encontra no alto daquela montanha que nós vimos quando fomos a São Paulo no ano passado. EM BUSCA DA CAVERNA. 1 1
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A E scola
A nossa história começa em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais na
cidade de Itabira,onde existe extração de minério desde o ano de l937. apesar de já
estarmos no ano de l99l, a cidade apresenta aspecto do início do século com todo o seu
atrazo caraterístico do Brasil sem futuro. Sebastião, personagem central de toda
confusão provocada na mente dos meninos, é a personificação do pai que os garotos
gostariam de ter, e é um desconhecido que chegou à cidade de há pouco mais de treis
anos e leciona história no ginásio principal e único da cidade. ninguém conhece a sua
origem, de onde ele veio, ou mesmo o seu sobrenome. parece que ele veio abruptamente e
entrou para o cenário da história daqueles meninos. personagem fantástica, que os
meninos daquela pacata cidade idolatraram.
Bem,vejamos como começa a história que parece não ter fim.
.
Como tudo começou
Uma sala de aula de história
No próximo verão marcharemos em direção a nossa caverna que se
encontra no alto daquela montanha que nós vimos quando fomos a São Paulo
no ano passado.
assim começou Sebastião a falar, tão logo os alunos regressaram do recreio, naquela tarde
de verão que já chegava ao fim. todos arregalaram os olhos como se fosse coisa do
outro mundo aquela atitude de Sebastião ao pronunciar aquela palavra mágica, caverna,
que inspira algo misterioso nas profundezas da alma infantil. a princípio não parecia ser
muito interessante para alunos da terceira série ginasial. eram meninos de 12 a 15 anos
quase todos pertencentes a famílias de operários da cidade de itabira. havia na sala
meninos de todas as cores: brancos , morenos, pretos ; mas como todos tinham o mesmo
nível social havia uma perfeita harmonia entre eles . os alunos começaram uma certa
algazarra na sala de aula. mas sebastião que já conhecia as crianças através dos olhos,
calou-se repentinamente não dizendo nem mais uma palavra. daí de repente todos se
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calaram como que por encanto e esperaram que Sebastião começasse a dizer aquilo que
eles gostariam de ouvir, e que nem por sonho poderiam adivinhar o que seria.
enquanto estavam assim naquela pequena confusão , Sebastião voltava-se com o
pensamento para o reino da fantasia que só existia dentro de sua alma; mas que haveria
de conquistar todos aqueles coraçõezinhos infantis que ali diante dele se encontravam à
espera da grande aventura que haveriam de empreender a partir daquele momento. daí o
seu cérebro procurou fugir para as mais longínquas paragens do ideal .
em sua feição observa-se uma serenidade completa , semelhante a existente no semblante
da esfinge, que em pleno deserto, mantém os olhos hirtos em direção ao infinito , ou
ainda , dos olhos de quem já completou um grande sonho que se transformou em
realidade.
Durante esses poucos minutos seguidos , ele fugiu as mais altas montanhas,
procurando através da natureza algo que pudesse demonstrar a quietude que ia em seu
espírito de fantasia. queria ele transmitir aos garotos que só uma coisa pode tornar o
homem invencível: “ a vontade de vencer” . tudo correu como ele imaginara. os que
estavam mais exaltados já haviam se acalmado contemplando a face daquele que iria
iniciar com eles uma grande aventura. aventura esta que centenas de crianças gostariam
de empreender . passaram-se mais alguns segundos e Sebastião começou a falar: como eu
lhes disse , no próximo verão marcharemos todos e mais alguns dos nossos colegas para
uma grande aventura. há muitos anos que eu prometo a meus alunos levá-los a um lugar
onde existe uma grande caverna misteriosa.
quando falou a palavra caverna misteriosa, todos os olhos que estavam naquela sala
aquietaram-se cada vez mais.podia se ouvir o zumbido de uma mosca na sala de aula, e
continuou dizendo Sebastião: - até hoje não houve a possibilidade de subirmos, porém,
neste verão nós todos iremos. vocês todos gostariam de ir?. foi a primeira pergunta quais
todos responderam prontamente que sim. muitos daqueles que responderam que sim,
estavam sentindo o entusiasmo da maioria. mas sebastião começou a falar o que era uma
caverna. antes porem deu um grande suspiro como quem tomava fôlego para falar. bem o
negócio é o seguinte: - A caverna é muito grande e está em
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uma das montanhas mais altas do país . a sua porta encontra-se aberta dia e
noite onde todos podem ver o que se encontra lá dentro . pedras de todas as
cores; verde, azul, cristal de rocha onde tudo reflete a luz do sol formando lá
dentro , o mais bonito arco íris por causa de uma fonte de água cristalina. a luz
do sol passa por um buraco existente na parte superior da caverna e ilumina
toda ela por dentro. sebastião continuou falando quando a campainha tocou
avisando o término da aula. alguns já pegavam o material para saírem quando
ele avisou que nos dias seguintes de aula continuaria a contar-lhes como eram
as coisas lá em cima.
via-se um grande contentamento no semblante de todos aqueles meninos . eram
rapazinhos de treze a quatorze anos mal feitos, que naqueles poucos minutos
acabavam de sonhar um pouco. era apenas um sonho, mas, quem sabe? um dia
poderia tornar-se realidade. e este dia seria o mais glorioso para todas as
crianças do brasil e talvez de todo o mundo.
naquele dia Sebastião saiu pela rua triste e pensativo, como se o único que
não acreditasse na caverna fosse ele e uma tristeza imensa invadiu sua alma
como se o mundo fechasse o rosto para ele. Afinal não havia razão para ficar
triste. ele mesmo criara a fantasia que agora não podia voltar atrás; consigo
mesmo agora ele dizia baixinho é preciso ir adiante. não podemos parar agora
que tudo já começou. como criança é muito flexível em relação a fantasia os
sonhos devem ser alimentados todos os dias até um dia tornar-se realidade.
como pode uma palavra modificar a mente ? como é estranha a força
interior?. como o pensamento de uma criança pode operar maravilhas. assim
ia ele pensando quando foi abordado por uns alunos que o alcançaram em
plena rua a caminho da casa, e o interpelaram; sr sebastião, era como os
alunos costumavam chamá-lo, --- como pode existir no alto de uma montanha
uma caverna gigantesca? - ah ... vocês compreendem como são as coisas,
Deus fez a natureza de tal maneira que nós podemos aproveitá-la a medida
que precisamos dela. uma caverna é geralmente formada pela erosão através
dos tempos. a parte interna é de material que se dilui facilmente com a água
da chuva que vai carregando lentamente partículas mais leves, deixando a
parte externa que é mais dura. assim são formadas todas as cavernas.
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aquelas palavras não foram muito bem compreendida. por isso uns
acreditavam e outros ainda não tinham muita confiança. .mas a maioria
vibrava com a coisa inédita que em breve eles conheceriam.
a partir daquele dia sebastião observou que entre eles havia uma amizade
mais profunda do que antes . basta dizer que a freqüência em sala de aula
melhorou quase cem por cento. aquele índice muito alto de freqüência para uma
turma indisciplinada e desorientada era algo assombroso. o aproveitamento
passou a ser melhor do que nos meses anteriores. todos os alunos da terceira
série já haviam melhorado suas notas, muitos dos pais já tinham desconfiado
desta melhora mas ninguém sabia o que estava transformando os seus filhos
de uma hora para outra. era necessário que a partir de agora. a velinha do
ideal nunca mais se apagasse para que pudesse levar cada aluno a descobrir
sua própria caverna ... tudo aconteceu tão de repente que muitos dos
professores quiseram saber o que se passava por de trás de tudo aquilo. volta e
meia tornavam a se reunirem para discutir como seria grande tal caminhada
para a caverna. já corria o mês de maio e as reuniões preparativas não mais se
realizavam em sala de aula, e sim no grande pátio todos os sábados à tarde.
e ali naquele velho pátio cercado de muro quase caindo,cheio de musgos e
liquens pelas parede, somente eles agora pisavam para aprender sobre a “ terra
prometida” . eram cerca de 40 meninos que com o consentimento do diretor se
reuniam ali, para juntamente com Sebastião traçarem
planos para atingir aquele objetivo tão almejado e sonhado por todos. Essas reuniões
chamaram a tenção de outros meninos que também queriam tomar parte do bando.
a princípio muitos meninos tomaram parte , mas logo depois desistiam e só os mais
persistentes continuariam a assistir as reuniões..as reuniões mais consistiam de jogos de
campo e de palestras sobre as coisas do campo. como o grupo estava , crescendo , era
preciso uma organização mais bem orientada e que iria exigir mais energia de sebastião.
. estando agora o grupo com cerca de setenta meninos , foi necessário dividi-los
em dois grupos de trinta e cinco alunos em cada reunião para os jogos
preparativos.
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Rufino sonhou
Certa noite, , no meio de toda confusão, o Rufino teve um sonho no qual ele
estava reclamando de muita coisa: Sonhou que já era adulto e depois de ter todo
fracasso na vida,reclamava:
-Fico imaginando como podia Sebastião naquela época ter tanta
imaginação que deixava qualquer um de boca aberta. como poderia eu ,que
depois de percorrer todo o caminho que sebastião me mostrou,, sonhar aquela
maravilha a procura de uma caverna, que ele ensinou existir dentro de cada um
de nós, e depois eu sentir como a morte rondava seu espírito? . quantas vezes
solitário onde todas as forças pareciam perdidas e o temor de algo existente
dentro de mim não explicavam aquilo que atemorizava meu espirito ?. lembro-
me perfeitamente dos momentos de cisma na qual eu dizia: quem sou eu? de
onde vim?. de onde vinha aquela força que jogava em direção ao vácuo?. todas
aquelas interrogações profunda do ser me convidava ao nada, era a falta de um
ideal que alimentasse o espírito em meio a toda a aflição. lembro-me
perfeitamente de tudo que o mestre me ensinava, e eu em meu subconsciente a
tudo recusava”.
Sebastião tinha muito boa vontade, mas eu , apesar de estar sempre junto
dele,sempre recusava os seus ensinamentos.
Até hoje o Rufino ainda pensa naquele sonho.Mal sabe êle os outros sonhos
que êle ainda vai ter
, Certo dia um dos meninos deu a idéia de fazer uma excursão em algum
lugar próximo para irem treinando. na verdade sebastião já havia pensado nisto,
porém queria que a idéia partisse deles, pois sempre dizia não querer ser um
chefe para somente mandar ,mas sim para orientar e acatar as idéias de todos.
vocês é que dão as idéias para que possamos fazer a grande caminhada. eu
não me intrometo e para maior liberdade entre os meninos procuro não chegar
perto quando estão realizando as reuniões. uma coisa porém é preciso que seja
observado entre eles : é a camaradagem e a dedicação para com seus
companheiros. a primeira excursão, deveria ser realizada aqui por perto para
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que eles não estranhassem muito, e não deveria durar muito tempo. apenas uma
tarde de sol ou domingo de manhã. como os líderes vieram falar comigo,sugeri a
eles que deveríamos ir de manhã. era necessário escolher agora o local da
excursão, o que foi permitido os garotos que escolhessem. após muitas
discussões chegaram a uma conclusão; um local denominado serra da
conceição, foi o escolhido por ser perto e podermos aproveitar para visitar o
lugar onde se extraia ouro na época da escravidão. combinamos que deveria
ser o primeiro domingo de julho, e assim já teríamos tempo para pensar em
outras atividades. na véspera da excursão Sebastião reuniu todos os meninos
para contar a eles algumas histórias que todo apreciavam.
depois perguntaram se estavam satisfeitos em poder no dia seguinte fazer um
passeio como se fosse na grande caverna? todos estavam realmente felizes, mas alguns se
mostraram indecisos quanto a resposta, ao que foi interpelado por Sebastião. o que há
com vocês que não estão sabendo responder?- podem dizer aquilo que sentem. nós
estamos satisfeitos sim, más... responderam alguns como que titubeando.
podem dizer com franqueza o que quiserem, nós somos amigos.nós queremos
mesmo ir amanhã , mas já que daqui há dez dias nós entraremos em féria,
porque não podemos logo ir a nossa caverna? aquela pergunta caiu assim de
chofre deixando Sebastião sem poder responder por alguns segundos. era
realmente uma coisa espantosa. toda aquela idéia fantástica sobre a caverna já
estava tão arraigada na mente dos meninos que agora tornava-se quase
impossível voltar atrás, não podia decepcionar aqueles meninos que lhe
demonstravam tanta confiança. devia seguir em frente , seja qual for o resultado
da coisa toda. se sebastião recuasse, seria um desastre para todos aqueles
meninos que o acreditavam . que haveria sebastião de fazer diante uma situação
dessa?
primeiro ele apareceu com a idéia da caverna e ainda não tinham dado os
primeiros passos e os meninos queriam agora passar a sua frente pedindo que
os levasse às asas dos ideais . durante cinco segundos sebastião pensou em
tudo o que poderia responder e os olhos atentos esperavam por sua resposta
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que pudesse satisfazê-los. sebastião ia responder quando mais dois meninos
disseram que queriam falar com ele. como pensou tratar-se de uma outra coisa,
autorizou-os a falarem naquela hora mesmo; então viu que se tratava do mesmo
assunto que antes alguns dos meninos havia proposto. um dos meninos que
fazia a proposta era carlos lobato, um menino de onze anos.o qual não estava
na escola , mas é amigo de todos do grupo. após meditar muito sebastião disse
que idéia era boa mas que nós deveríamos falar sobre isto depois que
voltássemos da excursão do dia seguinte. eram já dezenove horas o frio
soprava em todas as direções. todos foram para suas casas dormir e com a
promessa de voltarem no dia seguinte o mais cedo possível. sebastião ficou a
porta de sua casa conversando com amigos. na cidade não havia luz
elétrica, era luz de lamparina ou da lua ou das estrelas que brilhavam sempre no
céu. Grupo de rapazes preparava se para fazer serenatas naquela noite de
sábado. tudo era sonho e ilusão. A ação destruidora do tempo e da civilização
ainda não haviam chegado ali. E Sebastião ficou conversando até altas horas da
noite. O reino fantástico da ilusão , que vive dentro de nosso ser, é o lugar onde
ninguém poderá penetrar. marcharemos em todos os vales , em todas as
colinas, em todas as florestas à procura da nossa caverna que não
encontraremos em nenhum desses lugares . ela se encontra mais perto do que a
gente pode pensar , de tão perto que se encontra, parece longe.ela se encontra
dentro de nosso ser, mas este é o único lugar onde a gente não procura por não
sabermos que ela está lá, embora nós sabendo de tudo isto não podemos
mostrar aos outros pois os mesmos não creditarão. É preciso andar
com elas durante muitas e muitas léguas, procurar em mil lugares. e só depois
então ela compreenderá que o lugar procurado não devia ser aquele, e assim
Sebastião ia pensando.
O primeiro acampamento
Raiava o dia oito de junho de l987. Eram seis horas da manhã com os
termômetros marcando uma temperatura de cinco graus centígrados, as primeiras luzes do
sol já começavam a se despontar no horizonte . o silêncio tortuoso da noite ainda pairava
sobre nossos ouvidos. Nas encostas das colinas um intenso nevoeiro dando a impressão ao
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viajante de não mais existir vida dali para diante. O pico do Caue, com seus 1900 metros
de altitude, ainda não havia aparecido totalmente, apenas recebia naquele momento as
primeiras luzes do Sol, que tem o privilégio de iluminar em primeiro lugar, as grandes
montanhas. Já passado quase vinte minutos de clarão do Sol de vermelho tornara-se
amarelo e descia em quase todos os vales. pelas ruas apareceram os meninos que faziam a
entrega do pão. as pessoas com as melhores roupas dirigiam-se a missa numa imensa
alegria nos corações .O Sol já estava todo do lado de fora, parecendo até que hoje ele
brilharia mais que nos dias anteriores. Na porta da escola já se encontra grande número de
meninos, outros veem mais adiante. quando chegou a completar setenta, vimos que estava
na hora de partir.
Atravessamos a cidade carregando as nossas mochilas ou então bornal com a comida,
à frente ia um menino carregando a bandeira brasileira. Ao passar pelo povo estes
chegavam a tirar o chapéu ou apear o cavalo. Parecíamos um bando de ciganos que
marchava pela rua. Gastamos quinze minutos até o morro d’água Santa, em cima do
mesmo, forma-se um pantanal donde se avista a serra da Conceição. de cima desse
morro também pode se ver muitas outras serras ao redor da cidade ficando a mesma no
fundo de um buraco .
Bem aqui perto de nós, disse Sebastião, existe um rancho de tropeiros, vamos até lá
ver como eles estão.
É interessante ver como eles vivem. fazem sua comida em tripé uma
espécie de fogão feito de trens ferros amarrados entre si , dormem em cima dos
couros de bois sem a mínima higiene. ali também junto aos tropeiro , está um
grupo de ciganos na mesma promiscuidade. Olhando para a frente vimos o
caminho que deveríamos seguir. Despedimos dos tropeiros e saímos correndo ,
caminhamos mais uns dois quilômetros até entrarmos na mata que estava fria e
cheia de orvalho. Ali no meio da mata andamos em silêncio. A vegetação não
era muito alta . Depois de andarmos uns dois mil metros, saímos em um
descampado, mostrando a serra a serra do do Esmeril. Dali também se podia
ver uma região muito grande com toda aquela floresta ao pé da serra. No lugar
onde passavamos agora era um caminho de pedra que, segundo o povo da
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região,era um aqueoduto , ali passava água para a cidade no tempo da
escravidão ou no início do século.
Este caminho de pedra não nos serviu por muito tempo, pois logo após saímos
do mesmo e entramos no meio da mata novamente. atravessamos diversos
riachos e depois de caminhar mais de três quilômetros chegaram ao pé da serra
da Conceição.
gastaram duas horas para subir até o topo da montanha . Ao chegarem lá em
cima estavam tão cansados, que mal tinham pernas para ficarem em pé. alguns
se deitavam no
chão duro de pedra e após descansarem quinze minutos, levantaram-se e
começaram a correr novamente. Sebastião sentou-se no chão como os outros e
começou a contar uma porção de histórias para as crianças.
as história que Sebastião contava, sempre era sobre escravos que haviam
fugido e se embrenhavam no meio da mata. Contou ele que certa vez no
trabalho de mineração de ouro naquela serra, uma turma de escravos cerca de
vinte, fugiram para as matas do rio Doce . tão logo os donos dos escravos
notaram a fuga saíram com um outro bando de escravos a procura dos fugitivos.
Os escravos que fugiram eram comandados por um que havia chegado há
pouco tempo da áfrica e era conhecido dos pais daqueles que se encontravam
ali trabalhando naquela terra , explorando ouro para os ingleses. os fugitivos
desceram até o rio doce e dali fizeram balsas, chegando até o porto de vitória
onde se apoderaram de um navio e fugiram para África.
Naqueles dias as histórias de Sebastião não estavam muito boas, más ele
prometera aos meninos que de outras vezes contaria outras melhores e mais
longas, como já estavam cansados, era chegada à hora de regressar para a
casa. eram quatro horas da tarde, o vento já começava a soprar frio no alto da
montanha . depois de todos terem comido a merenda que haviam trazido deram
início ao retorno da primeira excursão preparativa para a grande marcha à
caverna. a descida da serra era muito íngreme. na volta não tiveram muita
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novidade para ver por que ficaram com medo de escurecer no meio do
caminho, por isso voltaram o mais rápido possível.
a volta foi feita praticamente em silêncio por causa do medo horrível de serem
apanhados pela escuridão em plena mata . Ao chegarem no morro da Água
Santa, puderam ver lá no fundo as luzes de lamparina toscamente acesas no
fundo do vale.
Era finda a viagem; a cidade se preparava para nos receber. No chão não
mais cresciam nossas sombras, por que o Sol se declinara todo de trás da
montanha. E Sebastião acompanhando com os olhos o entusiasmo dos
meninos , caia numa longa cisma; como é belo ser criança: quem me dera
nascer de novo; voltar às entranhas do ser para nunca nascer, e sempre esperar
pelo dia do meu nascimento que não seria nunca. como é belo ser o que não
somos. viver-se num mundo que não nos pertence . em um eterno reino de
fantasia. dormir e ... sonhar com tudo aquilo que tínhamos vontade de ser ou
fazer. neste mundo não despontou a vida. mas ele virá um dia, o dia em que
todos os homens da terra se redimirem e buscarem a paz num sorriso de
criança, o ser não vivido; aquele que é a esperança do mundo. assim meditava
Sebastião quando viu que estava chegando à hora de se separarem cada um
para sua casa.
No dia seguinte na cidade todos comentavam o acontecido na véspera.
Sebastião passou, a partir daquele dia, o homem mais conhecido da região.
. uma coisa porém que intrigava a todos, era a origem do líder de todas as
crianças da cidade. sabiam apenas que ele morava numa pensão da cidade;
mas isso não era o suficiente para conhecê-lo. de vez em quando ele sumia
durante três dias , e depois ele voltava assim meio misterioso, sem dar muita
conversa aos outros . como o povo da cidade, dizia que Sebastião era, era meio
místico ,um desses ermitão que vivia isolado no alto das montanhas em
completa meditação, a fim de receber as bênçãos do Céu. Mas na verdade
ninguém sabia aonde ele ia nos dias em que se afastava da cidade . Sabiam
porém que em sua pensão era sempre procurado por alguns dos seus alunos e
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muitas vezes ficavam os mesmos conversando na porta horas seguidas, sem se
cansarem. Dos meninos que ele mais recebiavisita, destacavam-se o Barros
o Rufino e o Lobato, que eram meninos de dez a quatorze anos
aproximadamente . o mais interessante é que os pais dessas crianças sabiam
perfeitamente quem eram Sebastião, mas não diziam nada a ninguém sobre sua
identificação. as crianças daquela cidade adoravam a Sebastião como se fosse
um pai. Talvez por causa das inúmeras histórias que contava para todas as
crianças da cidade. Numa temporada de férias , Sebastião conseguiu
autorização dos pais das crianças para fazer um acampamento , uma excursão
de dez dias pelas terras ao redor da cidade. como ele era muito conhecido dos
pais gostaram muito da idéia, já que confiavam nele e assim seus filhos teriam
uns dias de aprendizagem sobre a atividade no campo. a excursão seria d
preferência num alto de serra e bem longe da cidade.
dois dias antes de partirem reuniram-se todos na casa do lobato. era uma
reunião preparatória sobre o local que deveriam ir e o que iriam fazer nesse
acampamento.
Eram já oito horas da noite e os oito garotos estavam ali reunidos à
espera de Sebastião. o local de reunião era o porão da casa cedido pelo pai de
lobato.todas as paredes eram adornadas com figuras geométricas . Enquanto
esperavam seu líder os meninos liam livros de histórias, jogavam damas , ou
simplesmente conversavam. Estavam todos absortos nos folguedos, quando
uma voz falou na porta: -Boa noite. Todos se voltaram para ver de quem se
tratava e sem espanto viram que era seu amigo sorridente como sempre.
alguns pensavam que ele não viria mais. E por que não haveria d vir? Indagou
Sebastião. Estão todos aí? perguntou ele. Sim não faltava ninguém .Mas os
meninos perguntaram a Sebastião porque não tinha convidado todos os
meninos.
Bem vocês compreendem , para fazer uma excursão destas , como é a procura
da caverna, é preciso ter muita experiência e como eu não posso ensinar a
todos ensinarei a vocês e depois vocês ensinarão aos outros.
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essas palavras foram ouvidas com muito silêncio pela meninada. É preciso
vocês saber tudo ou quase tudo que eu sei, continuou Sebastião, porque se eu
faltar ou morrer vocês poderão continuar a grande excursão.
o entusiasmo fervia no sangue daquelas sete criaturinhas. Era como uma
varinha mágica que abrisse os seus corações. Todos estavam ardentemente
entusiasmados para aquela excursão de dez dias. Como já eram 21 horas ,
todos foram para a casa descansar um pouco para ás 5 horas da manhã
estarem a porta da casa do Elmo.
Todos saíram com exceção do Elmo que morava ali mesmo naquela casa
e o Sebastião que ficou conversando até meia noite com o sr. Lima, pai do elmo
por afinal dormiu ali mesmo, pois já era muito tarde. Durante a noite ninguém
conseguiu dormir. Nem Sebastião, Nem Elmo, nem os outros meninos, como
contaram no dia seguinte. Não conseguiram dormir por que ficaram pensando
que poderiam perder a viagem do dia seguinte.
Por isso as quatro e meia, todos se encontravam a porta da casa do
companheiro , pedindo para abri-la pois estava muito frio fora da casa. vocês
já chegaram? perguntou o Elmo.
Sim, nenhum de nós conseguiu dormir a noite, e só viraram na cama de um
lado para o outro, a espera da hora que não chegava nunca.—comigo
também aconteceu a mesma coisa falou Elmo. não dormi durante um minuto.
e o Sebastião que ficou aqui também não conseguiu dormir.
Neste instante, a mãe de Elmo que foi chegando a porta , convidou-os para
tomar café.
Eram dez minutos, estavam todos prontos, parecíamos verdadeiros soldados
que partiam para a guerra. Cada bagagem que pesavas de oito a dez quilos. Na frente da
turma marchava Lobato, logo atrás o Elmo e em seguida o Viking, que era o menor da
turma , e gostava de ficar no meio. os outros iam desordenadamente.
a madrugada chegava fria. A cerração descia tão baixa que não se
conseguia ver a quinze metros a frente . A cidade ainda dormia e as luzes das
lâmpadas muito fracas davam um tom de penumbra à rua . Mais embaixo corria
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o córrego da Água Santa, no seu ruído incessante. E os nossos heróis
marchavam rumo a estação que ficava a uns quatrocentos metros. o caminho
mais curto era atravessando um pasto de gado. acima, a uns 100 metros, já se
ouvia o barulho da máquina que partiria dai a pouco. todos pararam e Sebastião
disse: - como não temos dinheiro para pagar a passagem, cada um de nós
subirá em um vagão de minério, na medida que o trem for saindo. Ficaremos
escondidos aqui, quando a máquina apitar para sair tratem de subir, mas
cuidado para não cair. O Lobato se esconde no primeiro , e os outros
sucessivamente nos seguintes. eu estarei no último vagão e direi para vocês
quando chegar a hora de descer. Muito cuidado, pois deve descer um de cada
vez . Assim fizeram.
Ficaram esperando impacientemente até quando o comboio deu o sinal
de saída. Tudo foi feito como o combinado. Quando já estavam todos alojados
nos seu lugar e, Sebastião foi o último a subir. o trem começara a andar
vagarosamente. Os primeiros balanços mostravam a dureza da viagem de
cinquenta quilômetros. Em cada vagão perto do freio havia um clandestino bem
escondido, que ninguém conseguia ver.Sebastião ao invés de pegar o ultimo
vagão como combinara, ficou ali mesmo junto do Lobato e a toda hora
observava se tudo corria bem nos outros carros, como os garotos . já tinham
viajado mais de 15 quilômetros e o Lobato sempre perguntando : Será que
ainda está muito longe? E o Sebastião respondia com toda a paciência: Calma
meu filho, ainda esta muito longe. Como o trem corria muito e fazia muito
barulho, eles tinham de conversar bem alto, e como cansaram de falar alto,
passaram a observar a paisagem que já se mostrava com as primeiras luzes da
manhã . passaram pela primeira estação onde o trem deu uma parada de
cinco minutos . Alguns passageiros subiram no carro, pois o trem era misto. O
Florisvaldo que estava com a roupa suja e rasgada desceu para ver se havia
alguma novidade. Como um guarda - freio vinha examinar o trem, ele voltou e
escondeu-se no mato. daí a três minutos o trem deu partida e ele correu para
pegá-lo.
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após viajar meia hora estrada abaixo, o trem passou a margear um riacho que se
desenhava no fundo um abismo de mais de cem metros. ali já aparecia uma
floresta mais densa do que perto da cidade de Esperança. Nesta mesma hora,
Sebastião anunciou que dali a pouco saltariam, que ficassem todos alertas, pois
na próxima curva antes da estação haveria de saltar, sem que ninguém os visse.
Assim foi feito. No lugar marcado, sebastião acenou e foram pulando um de cada
vez . Após descerem, todos saíram para fora da margem da linha subiram um
morro, onde havia uma grande arvore. Ali todos descansaram da viagem e então
passaram a examinar o mapa no qual se orientavam. colocaram o mapa no
chão e começaram a observar distância. Ali se via nova e linda, as terras que
separavam o distrito de Esperança e outros acidentes geográficos. Tudo era tão
bem marcado no mapa, que parecia estar vendo a própria região. no local onde
estavam até onde deveriam ir tinham uma distancia de 35 quilômetros já se
ouvia o barulho da máquina que partiria dai a pouco.- mas 35 quilômetros é
muito longe para andarmos num dia, falou Florisvaldo: Bem o negócio é o
seguinte, não é assim como vocês estão pensando, falou Sebastião. o mapa
com todos os acidentes geográficos marcados, possibilita que avancemos 15
quilometros por dia. nesses 10 dias percorreremos cerca de 150 quilômetros
aqui pelas montanhas, falou Sebastião mostrando o mapa com uma varinha.
devemos conhecer esta serra muito bem, pois, só assim vocês poderão um dia
ser o guia dos que irão a procura da caverna no alto da montanha. deverão
aprender o bastante sobre a natureza, animal ,vegetal e mineral.- sim , isto é
muito bom para nós, falou a Riqueza, eu que estou no primeiro ano ginasial , já
ouvi meu professor falar sobre a composição dos animais e minerais. o Viking e
o Elmo que são irmãos , farão uma coleção de folhas. enfim cada um colecionara
uma coisa. O certo é que nós temos dez dias para atravessarmos toda esta
montanha. Vamos aproveita-los bem, na esperança de sairmos bem nessa
aventura. Assim ia dizendo Sebastião enquanto descansavam à sombra de uma
grande árvore.
Porém com eles eram em sete, foi preciso dividi-los em dois grupos, um de
quatro e outro de três. Em cada grupo escolheram um monitor. . Sómente
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este poderia trazer as opiniões a Sebastião e também levar ordens. Todos foram
obrigados a fazer um juramento ao monitor. Tal juramento era apenas uma coisa
simbólica para que os meninos tivessem conhecimento de disciplina que deveria
existir entre eles para que na hora do perigo,não tivessem medo, pois o
monitor além de tudo era amigo de todos. Enquanto aos outros meninos
recomendou que deveriam obedecer ao monitor em tudo, para que a nossa
expedição saísse em ordem desde o início até o fim.
A nossa saída é daqui a meia hora, vocês podem fazer o que quiserem. tão logo
Sebastião acabou de dizer isso, o Rufino e o Viking, solicitaram para ir até a vila comprar
alguma coisa. compraram algumas rapaduras e farinha que estava faltando. arrumaram
tudo dentro de mochilas e puseram o pé na estrada. eram mais ou menos meio dia. Só não
estava muito quente por ser inverno. Sebastião e mais sete meninos começaram a
caminhada para a grande aventura.
Assim que começaram a andar tiveram que atravessar uma porteira que dava para
um pasto muito grande onde centena de bois pastavam. O caminho que tinham que
atravessar era bem no centro do pasto que era todo verdinho e de ponto em ponto, uma
arvore retorcida, demonstrando a qualidade da terra só servia para criação de gado.
Além do pasto, havia um grande morro, onde a vegetação de gado era um pouco
mais densa. depois de ter cruzado o morro, encontraram um outro pasto até chegarem no
pé de uma grande colina, onde eles resolveram parar pois já eram cerca de 15 horas e
deveriam acampar por ali, senão poderiam não encontrar melhor lugar onde armar
acampamento. todos estavam um pouco cansados. Só o entusiasmo não impedia que eles
continuasses caminhando. Sebastião sendo sabedor de tudo isto, viu que não podia cansar
muito os meninos ou no outro dia seria mais difícil a caminhada. armaram o
acampamento à beira de um riacho de águas límpidas., onde aproveitaram o uso das
mesmas para suas refeições. depois de armado o acampamento, Sebastião e três meninos
saíram junto para reconhecimento do local. enquanto os outro quatros ficaram no campo
preparando as refeições da tarde. o local onde andavam era cheio de moitas de capim. o
que causou-lhes o pressentimento da presença de cobras. Era preciso então maior cautela
ao andar ali por aquelas redondezas. No meio do pasto estava o caminho por onde
passariam alguns viajantes. Tão logo andaram uns quinze minutos ao redor do pasto,
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avistaram ao longe uma choupana, que pelas observações deveria morar gente, pois
estava saindo fumaça pela chaminé. como não era muito longe, resolveram ir até lá
conversar com o dono da casa. Quando estavam a uma distância de cem metro da casa,
tiveram que passar por debaixo de uma cerca, por dentro da mesma existia um pomar,
plantação que mais se via, era cana , mandioca e milho. era uma casinha de sapé
encostadas a um morro onde ao lado do mesmo passava uma nascente dágua.
ao redor da casa, tinha alguma plantação de couve e quiabo. e em cercado, havia umas 15
galinhas. distante 50 metros da casa, os cachorros já anunciavam a nossa chegada. Assim
que escutou o latido dos cães o dono da casa veio chegando e dizendo
que podiam entrar. Sebastião tirou o chapéu e foi dizendo : boa tarde, prontamente o foi
respondido pelo camponês. era um senhor de uns trinta anos com uma aparência bem
magra consumida pelo trabalho. o camponês convidou os a entrar e ficaram conversando
até seis horas da tarde. Havia um grande número de crianças na casa, mais de 9 crianças
foram contadas. com as idades de 1 a 15 anos, todos sujos maltrapilhos e esfomeados.
Como não podia ficar conversando por mais tempo saíram e voltaram para o
acampamento, onde a fumaça do fogo já se via de longe. o jantar já estava pronto, e
depois de fazer refeição que constou de carne seca e farinha, foi servido café. a noite
todos sentaram em torno da fogueira para conversarem. depois de falarem sobre s
atividades do dia, os meninos pediram a Sebastião que contasse uma história. não era
preciso ser uma história muito grande, diziam os meninos. Apenas uma história para que
eles não perdessem o costume de ouvir. E assim foi... Sebastião foi pensando sobre -
alguma que servisse para aquela noite, até que se lembrou de uma muito interessante.
A floresta sem nome
A história que vou contar pra vocês hoje, aconteceu há muitos anos, lá pelas
bandas da Europa, no tempo em que havia muitos reis com seus castelos bonitos. Assim
que Sebastião começou a falar, o silêncio reinou no acampamento. Apenas de vez em
quando, o crepitar do fogo abalava como um ruído estrondoso. Sebastião olhou para as
estrelas como que pedindo a elas que o orientassem em sua história, pois elas eram
inventadas no momento de contá-las. Depois de meditar alguns segundos começou a
dizer: Há muitos anos passados, existiu lá na Europa um rei
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muito rico que tinha muitos filhos. O seu castelo era no alto de uma colina muito bem
protegida com as torres altas onde guardas passavam de um lado para outro com lança na
mão prontos para impedir qualquer inimigo que entrasse no castelo. Dentro vivia todas as
pessoas da família do rei, mais os escravos de confiança do rei. Do lado de fora do
castelo, abaixo da colina, tinha uma planície muito grande onde era feito as plantações
de trigo, arroz e outros vegetais. Ali também passavam muitos rios de água pura que
corriam de uma grande montanha que se via a grande distância. A época mais bonita era
a primavera que enchia de flores todas as planícies do reino.
a felicidade devia reinar entre eles, se o rei não fosse de coração tão duro como era. Por
qualquer coisa mandava prender os seus escravos , e as vezes, torturá-los até a morte. O
filho mais velho do rei tinha sete anos e o mais novo cinco anos. A rainha, isto é a esposa
do rei, ela tinha um coração que era uma doçura para com todos de seu reino. Muitas
vezes ela interferia junto ao rei para que o mesmo não praticasse tanta maldade com os
outros.
Todas as noites ela sentava a beira da cama com seus filhos menores e ficava
contando as mais belas histórias de fadas e dragões que eles ouviam até dormir.
Na época que havia festa no palácio, era o tempo que o rei fazia as maiores perversidades
com os seus semelhantes. Deixando-os sem comida, só porque, alguns dos empregados
deixavam cair um dos pratos no chão ou então quando esqueciam de trazer o café no
momento em que ele gritasse para traze-lo. Muitas vezes ele mandava prender seus filhos
no calabouço existente no subterrâneo do castelo. Quando fazia isto a mãe que era muito
boa , ficava chorando o tempo todo na porta do calabouço pedindo para que soltassem
seus filhos.
Muito dos filhos do rei queriam abandonar o palácio e morar muito longe por
causa da maldade do pai só não faziam para não deixar sua mãe sozinha junto
ao rei. Certa vez ele mandou prender o menino de cinco anos no calabouço
porque o mesmo tinha protegido um dos escravos dando-lhe um pouco de
comida quando se encontrava preso no calabouço do castelo. O próprio rei
pegou o menino pelo braço, mandou que abrissem a porta e jogou-o com toda
a força lá dentro. Foi em vão o pedido da mãe e de todo o povo do palácio que
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gostava muito daquele menino por ser o mais novo e mais bonito e inteligente
dos irmãos. Naquele dia até os guardas do palácio ficaram muito tristes com o
acontecido. Ninguém tinha coragem de reclamar , pois que se assim o fizessem
o rei seria capaz de mandá-los matar. Muitos dos empregados, chegaram a
oferecer para ficar preso ficar no lugar do menino. Outros por sua vez ,
ficaram sem comer com pena do menino que ficava lá preso sem comer,sem
beber, quando então apareceu à porta do palácio , uma bruxa feiticeira que
gostava de fazer o bem para os outros , embora não tivesse uma aparência
muito boa fisicamente, demonstrava possuir um bom coração.Quando os
guardas viram-na se aproximar, começaram a atirar paus e pedras em cima
dela, mas de nada adiantava, porque assim que os paus e pedras batiam em
cima dela, pegavam fogo e desapareciam como que por encanto. Quando ela
se aproximou da porta do palácio, disse que queria entrar para falar com o rei.
Então eles levaram notícias até sua majestade, dizendo que uma bruxa feiticeira
queria falar-lhe . Quando contaram ao rei do acontecido na porta do palácio, dos
paus e pedras que desapareciam ao tocar o seu corpo, o rei pensando tratar-se
de uma bruxa má , mandou que ela entrasse . O palácio era muito bonito por
dentro e a medida que a bruxa foi entrando , admirava todas as coisas nos
mínimos detalhes. O povo da palácio se afastava para que ela pudesse passar,
sem encostar em ninguém. Imediatamente levaram a noticia até a rainha de que
uma bruxa feiticeira estava chegando ao palácio para falar com o rei. A rainha,
porém, não teve medo, pois sabia tratar-se de uma fada encantada que estava
com disfarce de bruxa até o dia que uma criança com menos de sete anos
beijasse-lhes no rosto com todo o amor filial. A rainha sabia de tudo isto segundo
uma história que sua mãe lhe contara. porque essa bruxa viveu no mundo do
tempo da sua bisavó e tinha sido enfeitiçada pela avó do rei daquele palácio, .
a bruxa foi entrando no palácio devagarinho até chegar na presença do rei.
Quando chegou a presença do rei ele sentiu um verdadeiro arrepio no corpo, tal
era a feiura da bruxa , mas como ele queria fazer maldade, pensando também
que a bruxa era tão má quanto ele, agüentou firme a presença daquela criatura
horrível. Ela tinha o nariz rebitado para cima , sua roupa era preta , os cabelos
compridos e vinha montada em cima de uma vassoura. Ela abaixou a cabeça
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até o chão , pois era assim que o rei gostava de ser saudado pelas pessoas que
chegavam de fora pela primeira vez. depois de toda a saudação o rei mandou
que ela ficasse sentada a uma distância de cinco metros para que eles
pudessem conversar . E assim a bruxa obedeceu enquanto o rei ia lhe dizendo
o que queria dela. contou-lhe que um dos meninos estava preso e queria que ela
fosse até o calabouço e lançasse uma praga no menino transformando em uma
coisa bem feia para que sua mãe não viesse mais a gostar dele. É uma maneira
de me vingar dela que vive achando ruim comigo quando eu prendo os meus
filhos no calabouço. A bruxa não disse nada ao rei sobre a sua missão naquele
palácio; pois ela não era uma bruxa má como o rei pensava. Ela tinha vindo ali
porque ouvira do seu bosque escondido na floresta onde vive,o choro da mãe e
do menino que havia sido preso no calabouço do castelo. Como era uma fada
encantada com aspecto de bruxa ela tinha o poder de ouvir tudo o que
quisesse, por maior que fosse a distância. e por isso ela ouviu primeiro o choro
do menino de cinco anos que estava preso. Ela sempre vivia procurando ouvir
toda e qualquer tristeza de criança a fim de que pudesse fazer com que as
mesmas parassem de chorar e sorrissem.
Então o rei perguntou-lhe : - você está disposta a fazer tudo aquilo que lhe
ordenei? ao que a bruxa respondeu:- sim senhor rei, tudo o que falaste comigo
será feito de acordo com tua vontade. Farei isto e muito mais que o senhor
precisar de mim. É só ordenar e imediatamente será feito. Gosto muito de
obedecer aos reis. Quando a bruxa ia dizendo estas palavras , baixinho ela dizia
para consigo mesma: nunca, nunca,nunca só quero salvar esta criança das
mãos deste rei malvado. E foi se afastando em direção ao calabouço onde se
encontrava a criança. Quando ela começou a descer voltou-se ao rei e disse ao
rei que sua magia só funcionaria a noite. Mas na verdade ela só queria ganhar
tempo para agir dentro do palácio. Enviando à mãe do menino uma mensagem
dizendo que ela na verdade não era a bruxa. como a rainha já sabia de toda a
história da fada encantada que estava transformada em bruxa , não ficou muito
triste ao saber que a mesma se dirigia para o subterrâneo do palácio. Mas o
resto do povo do palácio ficou só dizendo que a mãe do menino também não
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tinha coração. Imagina, como pode deixar que aquela bruxa transformasse o
menino numa praga. Depois de ouvir toda aquela exclamação a mãe respondia
que a bruxa não era tão má assim e que ela não ia fazer nenhum mal a seu
filho.
Chegara a tardinha, o rei estava ansioso para ver a sua vingança
sobre a sua esposa, a toda hora ele perguntava a bruxa se já podia começar a
trabalhar , a bruxa em um canto do palácio respondia dizendo que durante a
noite tudo seria feito. E assim quando já estava bem escuro ela se dirigiu para
o subterrâneo do castelo onde se encontrava o menino preso. Ao chegar lá o
carcereiro que sabia de tudo abriu a porta e falou com o menino que estava
preso que tinha visita para ele. O menino que durante dois dias não comia
nenhuma comida, só bebia água que o carcereiro dava escondido para o rei não
saber. O subterrâneo onde se encontrava aquela criança estava completamente
escuro e úmido e assim que o menino viu a porta se abrir , pensou que ia ser
libertado, começando a chorar com fome . Mas quando viu que aquela bruxa feia
também tinha ficado ali dentro com ele, sentiu mais medo e por isso começou a
chorar ainda mais ... ogo atrás da velha bruxa, o carcereiro fechou a porta
deixando a prisão totalmente escura. Com a porta fechada o menino não mais
viu o rosto da bruxa e sim sua voz que parecia tão diferente do que ele
imaginara. Ai então ela começara a falar -lhe com toda doçura de mãe para
filho : - você ainda tem medo de mim ? perguntou-lhe a voz encantada.- sim,
respondeu o menino. -pois pode ficar completamente despreocupado que eu
não vou lhe fazer mal algum. Eu não sou uma bruxa como você está pensando...
eu sou uma fada encantada que foi amaldiçoada há muitos anos e agora vim
aqui para libertá-lo desta prisão. Quero também libertar o seu pai desse rancor
que ele tem em seu coração que foi causado também por uma praga lançada
sobre ele há muitos anos por uma bruxa muito má.
Enquanto ela ia contando isso ao menino o mesmo ia tomando mais
confiança nela . Mas com tudo isso a fada não contou de seu encantamento
que poderia ser desfeito se uma criança de cinco anos lhe beijasse a face com
todo o amor filial. Se ela contasse perderia a efeito . Seria preciso que a criança
lhe beijasse no rosto por sua livre e espontânea vontade . E assim ficaram os
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dois conversando durante mais de duas horas, até que tinha ficado bem escuro.
o menino pediu que a bruxa o levantasse um pouco para que ele pudesse ver
estrelas. A bruxa pegou o menino pela cintura, levantou ate o parapeito onde
se encontrava as grades da prisão e dali o menino pode ver as estrelas. Os
seus olhos perscrutaram todo o horizonte a procura de uma estrela bonita,
quando viu cintilando no céu uma bem grande, falou bem alto: - óh minha
estrela amiga, ajude-me a sair deste castelo para que eu possa fazer com que o
coração de meu pai não seja tão ruim assim. Ajude-me minha estrela você é
minha única esperança . Enquanto o menino ia dizendo estas coisas, a ‘bruxa’
pode constatar a bondade em seu coração. Quando já estava bem cansado
pediu a fada para desce-lo, o que ela fez com todo o cuidado para que ele não
se machucasse. quando já se encontrava no chão agradeceu a fada e deu-lhe
um beijo na testa dizendo: - muito obrigado por tudo, você é a pessoa mais
bonita que eu já vi em toda minha vida. No momento exato em que o menino
acabara de pronunciar estas palavras e dar lhe um beijo no rosto, um estrondo
muito grande se deu ali dentro da prisão e uma luz muito clara, começou a
iluminar ao redor da fada que havia se transformado de bruxa em fada. Foi o
milagre do beijo da criança. A praga que havia sido lançada sobre ela há mais
de quinhentos anos, tinha desaparecido para sempre. As sentinelas do palácio
ouviram o barulho e vieram correndo até a prisão. uando chegaram lá a fada e o
menino estavam deitados fingindo que estavam dormindo . Do lado de fora da
prisão ninguém podia ver a luz que estava ao redor da fada , Só o menino podia
ver . Como ninguém conseguiu descobrir o que havia acontecido, ficaram todos
apavorados e até mesmo o rei ficou com medo.
Dentro da prisão o menino se encontra deitado nos braços da fada que estava contando
toda a história de sua longa vida. falou-lhe da praga que avia sido lançada sobre ela e a
maneira como a mesma poderia desaparecer. e agora, dizia a fada- vou poder fazer o que
você quiser.- qual é o seu maior desejo? perguntou-lhe a fada.- o meu maior desejo é estar
perto de minha mãe e depois gostaria que meu pai não fosse tão ruim como tem sido
para todos nós. - Todos os seus desejos serão realizados, porém, devemos faze-los de tal
maneira que o rei não descubra que eu estou protegendo você. - Esta bom assim?
perguntou-lhe a fada- claro que sim, concordou o menino. era preciso traçar os planos
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para que tudo fosse feito naquela noite. quando amanhecesse o dia tudo já deveria estar
completamente transformado, ele iria viver feliz junto d sua mãe e o coração de seu pai
deixaria de ser perverso como era. - mas como fazer? perguntou-lhe o menino.—você
ficará dormindo até que eu possa com minha varinha mágica que tem poder para fazer
tudo aquilo que eu deseje , transportar você e depois a seu pai para minha floresta sem
nome. atendendo o pedido da boa fada, o menino e deitou se no chão e fechou os olhos ,
esperando que ela lhe tocasse com a varinha de condão. Era tão bonita aquela fada que
dava gosto viver sempre ao lado dela. Ela era de uma altura de um metro e meio, o corpo
muito bonito, a cinturinha fina, sua roupa era branca como a cor das nuvens e bordada
com fios de ouro e prata. na sua cintura havia um cinto muito largo que era de um ouro
tão brilhante que chegava a doer nos olhos da gente. Os seus cabelos eram muito longos e
bonitos, chegava quase a altura das pernas.
O menino já estava deitado no chão a espera da fada que ia transportá-lo
à floresta sem nome. Então o menino perguntou : “porque floresta sem nome ? e a fada
respondeu “ - por que é você que dará o nome a ela .”. a fada pegou sua varinha mágica e
começou a tocar sobre a testa do menino e pronunciando as palavras:- menino, filho de rei
preso no calabouço junto comigo, durma um sono profundo que vou levá-lo a floresta
encantada , onde ninguém de fora tem permissão para entrar . só pode entrar nela quem
souber da porta secreta, e esta porta secreta, só eu sei onde ela se encontra, e só eu posso
permitir, que as pessoas entre em seu interior, como eu vou fazer com você. Quando a
fada acabava de dizer estas , o menino estava dormindo um sono profundo. Então a fada
fez um sinal com sua vara mágica e abriu um buraco muito grande na parede do castelo.
Por aquela passagem puderam sair a fada e o menino. Eles saíram voando, bastava que ela
tocasse o menino com sua varinha mágica e ele voava junto com ela. Voaram muito alto,
quase junto das estrelas. depois desceram em uma floresta muito escura. A floresta era a
morada da fada. Ali era cheio de animais, mas todos eles eram animais mansos que a
fada criava para que eles brincassem com todos os meninos que ela levasse lá. Assim que
chegou lá , acordou-o dizendo que ele já se encontrava no meio da floresta sem nome, e
que ele agora deveria ficar ali enquanto ela voltaria até a palácio e procuraria trazer o rei
também.
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a fada desapareceu imediatamente. o menino ficou deitado debaixo de uma
grande arvore . A floresta era toda diferente das que ele já tinha visto. Os
animais que habitavam aquela floresta eram todos muito bonitos e o mais
interessante era que eles falavam a língua do menino. Estava ele nesta
observação , quando de repente ouviu um ruído interrompido por outro mais forte
e mais grosso que parecia a voz de uma vaca. Quando olhou para o lado, viu
que todas as folhas das arvores estavam viradas para o lado dele como que
observando aquela criatura filho de homem. E todas saudavam o
menino,desejando-lhe muitas felicidades. Algumas plantas perguntavam a ele de
onde ele tinha vindo, ao que ele respondia ser filho de um rei muito ruim e
estava ali porque a fada dona daquele bosque o havia trazido em um sono
muito profundo. As árvores mais velhas diziam que de vez em quando a fada
trazia até aquele bosque uma criança que se encontrava triste no reino do
mundo . Diziam também para o menino que ele podia ficar sossegado que nada
de ruim lhe aconteceria, e que todas a árvores estavam felizes com a sua
chegada.
depois de ouvir as palavras das árvores, menino se lembrou que não comia
há dois dias, e então falou com uma das arvores mais velhas :- a senhora podia
me arrumar um pouco de comida? - que eu não como nada ha dois dias ? -
estou com uma fome danada:- a árvore mais velha respondeu-lhe imediatamente
: claro que posso. Se você tivesse falado há mais tempo já teria mandado trazer.
E em seguida mandou que as outras árvores levassem ao menino as melhores
frutas daquela floresta. E uma das arvorezinhas que pareciam filhas das
grandes, veio até onde se encontrava o menino e lhe entregou umas frutas
muito gostosas. algumas das meninas árvores , ficaram até gostando dele por
que ele era muito bonito e simpático. Uma delas não saiu mais de seu lado e a
toda hora ficava perguntando-lhe , se não queria mais frutas. depois quando já
estava satisfeito e não tinha mais fome, veio uma comissão de árvores, cerca de
duzentas delas, cada uma de uma espécie diferente. era uma reunião de árvores
que habitavam um vale que se encontrava muito próximo dali e vinham lhe trazer
boas vindas , dizendo-lhes que naquela noite seguinte daria uma grande festa
em sua homenagem.o menino ficou muito contente , mas ficou pensando na sua
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mãe que deveria estar esperando por ele em casa pensava na volta da fada que
deveria trazer seu pai à floresta encantada para que seu coração deixasse de
ser tão ruim como era. as árvores estavam ouvindo a voz do menino e iam
abanando as folhas como quem estivesse dizendo alguma coisa. . Quando ele
acabou de falar, elas responderam que a fada não voltaria senão dentro três
dias , pois ela já sabiam do caso de seu pai e era bem difícil convencer o rei tirar
alguma maldade em seu coração. De nada adiantaria tentar modificar o coração
do rei. Pois ele também era vítima de feitiçaria de uma bruxa muito cruel. E as
árvores iam contando tudo sobre a sua vida e a vida do rei no palácio . O
menino ficava espantado como as árvores sabiam de tudo. E elas diziam para
ele que as verdadeiras arvores se transformarão em fadas. Então quer dizer que
as fadas são transformações de árvores? perguntou o menino. E elas
responderam: - sim nós somos transformadas em fadas quando atingimos a
idade de quinhentos anos. Depois de vivermos todo este tempo, produzindo
frutos e flores para todas as crianças que são trazidas para aqui; a nossa rainha
nos transforma em fada e nós passamos a andar pelo mundo fazendo o bem e a
justiça para todos os que precisam delas. portanto meu filho, não tenha medo,
nós estamos aqui para fazer tudo para a sua felicidade, amanhã à noite
daremos uma grande homenagem a você que hoje nos visita. O menino ia
ouvindo as palavras das árvores e sentia realmente que estava feliz , Por ser
ele o primeiro menino do palácio que estava no bosque encantado das árvores,
tendo para sua companhia uma arvorezinha que o acompanhava por todos os
lugares para onde ia. depois de ouvir todas as conversas das árvores, elas se
retiraram lembrando-lhe da festa da noite seguinte, agora ele devia dormir até
quando o dia clareasse.
enquanto isso a fada que tinha se dirigido a seu castelo, tinha encontrado muita
dificuldade, pois o rei descobriu que o menino havia desaparecido e ele queria por a culpa
nos guardas por não terem vigiado direito a porta da prisão. estava uma verdadeira
confusão no palácio. Todos corriam de um lado para o outro como um bando de loucos a
procura do menino que havia desaparecido. Ninguém tinha explicação para o buraco que
aparecera na parede da prisão. Apenas supunham que o pequeno prisioneiro havia fugido
por ali. Mas com toda aquela altura como poderia ter saído sem se machucar? - era a
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pergunta que todos faziam aflitos, principalmente a mãe do menino. Quando ela se
encontrava chorando em seu quarto debruçada sobre o travesseiro que já estava todo
molhado em lágrimas, a fada entrou no seu quarto sem ser notada pela mãe do menino ,
ela apenas sentiu que havia outra pessoa dentro do quarto mas não podia ver ninguém, a
fada que se encontrava invisível foi aparecendo aos poucos na sua presença. a princípio,
apenas uma luz amarela foi enchendo o quarto e em seguida a luz tomou forma de uma
pessoa que logo pode ser identificada pela mãe do menino como sendo a fada. a rainha foi
tomada de um grande susto, mas como a boa fada começou a falar-lhe com brandura, ela
começou a se acalmar. Então a fada disse para a mãe do menino.- não tenha medo que eu
só vim fazer-lhe o bem . - Não precisa ficar chorando, o seu filho se encontra em um lugar
muito seguro na minha floresta sem nome. Eu vim aqui porque ele me pediu que fizesse
todo o possível para que o coração de seu pai não fosse mais tão ruim como tem sido até
agora. Ao ouvir aquela voz mansa da fada a mãe do menino parou de chorar e perguntou
como ele estava, se estava com fome, se tinha chorado muito e se estava gostando do
lugar para onde tinha sido levado. A fada respondeu que ele se encontrava muito bem
protegido no meio de uma floresta sem nome onde era tratado com muito carinho pelas
árvores mais novas que lhe traziam para comer muitas frutas e que lhe contavam muitas
histórias.
como a mãe ficara calma diante da notícia do filho, a fada lhe disse que para terminar a
missão , era preciso levar o rei até a floresta encantada, a fim de que pudesse assistir na
noite do dia seguinte a festa da dança das árvores. Pois só assim, o coração do rei se
amoleceria e ele voltaria a ser bom como antes de ser lançado sobre ele a praga da bruxa
má . A mãe concordou que deveria levá-lo, mas como poderia faze-lo? - se o rei não
aceitava ordens de ninguém e se encontrava muito furioso pela fuga do menino? durante
algum tempo ficaram as duas pensando o que deveria ser feito. a fada que era muito boa,
pediu a mãe que também desse alguma opinião sobre a retirada do rei do palácio e levá-lo
até a floresta encantada. as duas ficaram conversando até quando a luz do sol já se punha
do lado de fora. parece que naquele dia o sol veio mais feliz por saber que o menino se
encontrava a salvo, e em breve o coração do rei se transformaria, desaparecendo feitiçaria.
a notícia do menino não havia sido dada a todos mas apenas as pessoas mais chegadas da
rainha . o rei nem por sombra deveria saber onde ele se encontrava, senão ficaria mais
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furioso ainda. depois de pensarem muito , a fada disse:- óh .. para que a bruxaria de seu
marido desapareça, é preciso que o mesmo seja levado à floresta antes do anoitece. então
a rainha disse que tinha uma idéia. na hora que o rei fosse almoçar, devia ser colocado em
sua comida, um pózinho que fizesse com que lhe dormisse bastante , assim a fada poderia
levá-lo à florestasem nome. essa idéia foi bem aceita pela fada que disse trazer com ela
um pó que serviria bem para o caso. então tudo ficou combinado para que na hora do
almoço não se esquecesses do que haviam combinado
Naquele dia , o almoço fora servido fora da hora que seria o normal, devido a
confusão que reinava no castelo. aqueles que ainda não tinham tido ainda a noticia do
menino., encontravam-se bem tristes, pensando que havia lhe acontecido alguma coisa de
mal, e essas pessoas eram bem poucas que sabiam, por que a fada pedira a rainha que só
contasse esse segredo aos que fossem de muita confiança dela . caso contrário o rei
acabaria descobrindo e colocaria todo o plano em ruína. a cara do rei não se encontrava
muito triste como os outros, mas nos seus olhos saiam chispas de fogo, demonstrando o
ódio que ia em seu coração.
Na hora do almoço, a fada já tinha dado a rainha , o pó mágico que haveria de fazer o rei
dormir até as seis horas da tarde, antes do sol entrar. o mais interessante é que a fada não
aparecia para todos no palácio, e sim para a rainha somente . muitas vezes ela andava ao
lado da rainha conversando com a mesma sem que ninguém soubesse . esse era um dos
segredos das fadas , de ficar invisível para quem elas quisessem.
A rainha foi a cozinha e entregou o pó a um dos empregados de confiança para que
colocasse na comida do rei no momento em que fosse servido. todos estavam sentados à
mesa, muito já tinham comido, quando o rei começou a sentir uma dor de cabeça e dai a
pouco caiu em sono profundo na própria sala de refeições. imediatamente foi transportado
para a sua cama, por que ele estava apenas dormindo como foi constatado pelos médicos
do palácio. a rainha sabendo de tudo mandou que dois guardas ficassem a porta de seu
quarto e que não deixassem ninguém entrar até o dia seguinte. o rei dormia um sono
profundo, ninguém tinha coragem de acordá-lo. afinal se ele fazia tanta maldade com os
outros, por que acordá-lo então? seria melhor para todos que ele continuasse dormindo
por muito tempo ainda. dentro do quarto junto com o rei se encontrava apenas a boa
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fada., invisível, tomando conta dele para que nada de ruim lhe acontecesse. às seis horas
em ponto, o rei seria levado para a floresta encantada onde se daria toda a transformação.
como a rainha viu que parte do plano já estava pronto e que dali a pouco a fada havia de
levá-lo para bem longe dali; ela começou a dizer a todo mundo que no dia seguinte o rei
se levantaria completamente transformado e não seria mais tão ruim como fora até então.
mas ninguém acreditava no que ela dizia. pois como? se durante muito tempo ele tinha
sido o pior rei existente em toda a região. mas ela continuava a dizer : - esperem até
amanhã que vocês verão o que há de acontecer. infelizmente não posso dizer-lhes de que
maneira isto irá acontecer, basta esperar o raia do sol do dia seguinte.
enquanto toda s confusão reinava dentro do palácio com o sono misterioso do rei, dentro
do quarto a fada via que estava na hora de levá-lo para o local onde haveria de se dar a
grande mudança em sua vida. assim que ela viu que o sol já estava declinando, lançou sua
varinha mágica sobre o corpo do rei e foi dizendo as palavras - rei, rei, rei, vamos passear,
bem devagarinho para você não acordar. e os dois começaram a voar. saíram pela janela,
tendo a fada com sua varinha sobre o corpo do rei para que ele não caísse, e foram voando
até sumir. voaram até pertinho do sol. depois desceram. quando chegaram na floresta
encantada, o sol desapareceu. a fada colocou o rei no meio de uma clareira onde ele ficou
dormindo até escurecer. naquela noite a luz da lua saiu muito mais bonita do que nas
noites anteriores . dai a pouco o rei começou a acordar . e como viu aquela grande
quantidade de arvores ao seu lado, pensou que estava sonhando. como já estava quase na
hora da festa começar em homenagem ao menino, algumas dar árvores vieram trazer
comida e água ao rei. quando ele viu uma arvore lhe oferecendo comida e água, pensou
que estivesse louco ou que estava tendo um pesadelo . algumas delas para fazerem mais
medo ainda ao rei diziam com aquela voz rouca:- boa noite sua majestade. e todas elas se
curvavam diante dele, colocando os seus galhos no chão. mesmo com todo o medo que
sentia, ele comeu a comida que lhe era oferecido, pois dentro em breve pensava que iria
acordar. enquanto isso o menino do alto de uma grande árvore, observava tudo o que
acontecia com seu pai. a lua já se encontrava bem no alto mais ou menos meia noite, era
hora de iniciar a grande dança de árvores.
O rei que se encontrava deitado, pensando que estivesse sonhando,
levantara de medo quando viu as árvores se moverem ao lado dele e dizerem com sua
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voz rouca:- agora nós vamos iniciar a grande festa em homenagem ao filho do rei que
se encontra aqui junto de nós. quando o rei viu falar sobre seu filho , que ele estava ali,
sentiu desmaiar de remorso pelo que tinha feito ao pequeno e notou que tudo aquilo
não era sonho, e sim realidade . a festa começou , era um barulho infernal, no meio da
mata. todas a árvores cantavam e dançavam ao lado do rei . ele se contorcia de grande
medo que havia se apoderado do mesmo . queria gritar, mas não tinha forças para
isso.depois de ver desfilar diante dele quase todas as espécies de plantas da floresta sem
nome, ele ouviu uma voz que dizia assim:- senhor rei , se quiser ver seu filho de cinco
anos que você mandou prender dentro da prisão , será preciso você fazer um
juramento a todas essas árvores que estão aqui, e ele imediatamente aparecerá a seu
lado. você concorda com isto? respondeu o rei .- claro que sim , eu não sabia por que
fazia toda essa maldade. eu estava enfeitiçado. perdoe-me árvore, mãe de todas as
arvores, eu juro como nunca mais farei maldade com mais ninguém deste mundo.
assim que o rei acabou de pronunciar essas palavras, o seu filho que estava vendo e
ouvindo tudo lá do alto de uma grande figueira , desceu e chegou perto de seu pai
beijando-o dos pés a cabeça. e o rei dizia:- perdoe-me meu filho por tudo que fiz a
você. e o menino respondeu:- o senhor sempre esteve perdoado meu pai, eu sabia que
o senhor não era tão mau assim , apenas o feitiço que foi lançado há muitos anos sobre
sua pessoa é que fazia isto, de agora em diante será tudo diferente, falou o rei, toda a
minha fortuna será colocada a disposição dos pobres para que possa fazer do meu
reino o paraíso das crianças. enquanto o rei estava dizendo essas coisas, as árvores
pararam de cantar e dançar para poderem ouvir direito o que ele dizia., ao seu
filho,.estavam nesta conversa quando o menino pediu ao pai para este ir chamar uma
pessoa muito amiga que estava também ali por perto. o menino saiu dali a pouco voltou
com a fada. ela estava iluminada com a luz branca da lua e trazia em sua cabeça uma
coroa de luz. então o menino explicou como que tinha acontecido tudo aquilo, que a
fada tinha sido sua protetora durante todo aquele tempo que se encontrava fora de casa.
o rei agradeceu muito a fada e pediu-lhe desculpas por tudo o que acontecera. o rei
agradeceu muito a fada e como ela era muito boa, disse que não era nada, pois a sua
missão na terra era fazer todo o povo feliz, desde as crianças até mesmo os reis e
rainhas.
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Estavam os três conversando, quando as arvores pediram licença para continuar
a festa em homenagem a todas as crianças do mundo. e a festa continuou, agora com
muito mais alegria, pois o rei com seu filho e a fada se encontravam sentados
assistindo a grande festa que continuou até o raiar do dia. todas as árvores dançaram
desfilando diante deles. o rei e o menino ainda estavam surpresos pois pensavam que
as árvores eram imóveis, como eles as tinham visto em outros locais. o rei também
ficou muito contente com a festa e pediu a fada que o levasse para casa, pois ele já
estava sentindo saudade de todos seu reino.
Antes que ele partisse a fada falou com o menino:- meu filho, o que acabou
de ver , foi um privilégio que não poderá mais ser repetido, mas se você quiser ver as
árvores dançar não precisa vir até aqui, quando você estiver com outros meninos
brincando em qualquer bosque ou floresta, não se preocupe, este espetáculo você
tornará a ver. basta que você queira e tenha bondade em seu coração e todas as árvores
dançarão. - adeus meu filho, adeus meu querido rei. e dizendo isso, pediu aos dois que
fechassem os olhos pois tão logo eles tornasses a abri-los, já estariam deitados na cama
do palácio . imediatamente obedeceram e quando tornaram a abrir os olhos os dois
estavam deitados na cama onde o rei havia se deitado no dia anterior.
Eram seis horas da manhã , já estava quase na hora do sol nascer, quando
foram lá chamar o rei pensando que ele ainda estava com aquele mau humor do dia
anterior. mas verificaram com grande surpresa que estavam todos enganados, pois o rei
recebeu-os muito bem e pediu perdão a todos por tudo que tinha feito de mal a eles,
desde a rainha, sua esposa, até seus empregados e escravos. os outros filhos do rei
vieram para junto dele e a partir daquele dia o rei começou a contar-lhes muitas
histórias todas as noites. desde aquele dia a vida naquele castelo modificou - se
completamente. e os meninos cresceram e viveram o resto de sua infância felizes até
tornarem-se adultos.
naquela noite após contar a história da dança das árvores, o silêncio desceu sobre o
acampamento. não se ouvia mais o crepitar do fogo, todos dormiam a sono solto.
apenas permanecia acordado, sebastião, que ainda não tinha sono. era interessante a
maneira como eles deixavam o acampamento durante a noite, sem a menor vigilância
por parte dos garotos ou mesmo por parte de sebastião que nunca dormia nas barracas
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como faziam os meninos. o seu lugar de dormir era sempre no alto de uma colina ou
no pé de uma grande árvore. a única proteção que tinha era deixar a fogueira acesa à
noite toda para afugentar algum animal selvagem. de duas em duas horas um deles se
levantava e vinha colocar mais lenha no fogo para que ele ficasse acesso até o dia
seguinte, era a única preocupação dos meninos.
Sebastião que nunca dormia no acampamento, subia no alto de uma
colina existente perto do acampamento logo após verificar que os garotos já estavam
acomodados em suas barracas. ali chegando, fez a sua prece como de costume e ficou
admirando as estrelas que brilhavam no infinito e era esta a única maneira dele
conseguir toda a resistência necessária para a caminhada através do campo. apesar de
sebastião se afastar do acampamento, nenhum dos meninos sabia o que ele fazia lá em
cima e nem mesmo onde ele dormia. depois de fazer os exercícios dirigiu-se até uma
árvore, subiu a sua copa e procurou se acomodar em uma rede que havia colocado ali
para esse fim. cobriu-se com dois cobertores e dormiu durante cinco horas seguidas,.
quando deu o sinal de amanhecer o dia, sebastião saiu e foi para o alto da colina onde
ficou mirando o sol nascente até a hora que o mesmo saiu. até hoje nenhum dos
meninos conseguiu ver como ele consegue ficar tanto tempo mirando as luzes do sol
sem se pestanejar. muitas vezes os meninos viam-no naquela altitude de silêncio e
contemplação, e não tinham o mínimo de coragem de fazer o menor comentário a
respeito. apenas olhavam distraidamente para onde ele se encontrava. aquilo era o
suficiente para que demonstrassem o máximo de confiança em seu mestre.
o desfile dos mortos
no dia seguinte , tudo aconteceu como se o mundo fosse novo, não foi feito o menor
comentário sobre o dia anterior e cada um cumpria a sua obrigação em relação ao
campo. naquela manhã o orvalho subia como fumaça tornando branco todo o vale,
quando as luzes do sol batiam nas sua gotas de orvalho, resplandeciam em verdadeiro
arco íris. à sombra da floresta, uma aragem fria chegava a cortar os ossos da gente . e
mesmo com todo esse frio, os meninos tiveram coragem para um banho no riacho.. o
único que estava com medo era o viking que pedia sempre ao sebastião que segurasse a
sua mão com medo i ir para o fundo, ou ser arrastado pela correnteza. após banho,
todo se entreteram o estômago com uma água doce de rapadura e um pouco de
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farinha que ainda sobrava dos outros dias . estavam ele ainda tomando a sua refeição
matinal quando viram ao longe uma porção de urubus que voavam em todas as
direções numa distância bem longe do acampamento . logo imaginaram uma série de
coisas. um dizia que era um boi morto, outro falava que talvez fosse um matadouro que
havia ali pois nas cidades do interior os matadouros são longe das ruas para afastar o
mau cheiro. e ainda tinha alguns que pensavam na possibilidade de haver alguma
pessoa morta ali. uma interrogação pairou nos olhos de todos. tudo para ele era motivo
de expectativa, afinal estavam em contato com a natureza em todo seu esplendor .
sebastião disse que a melhor maneira de descobrirem era ir ate o local e verificar o que
realmente estava acontecendo.
ficou combinado que dois companheiros deviam ficar tomando conta do acampamento,
enquanto sebastião e os outros garotos iam até o local para averiguarem o que tinha
acontecido. sebastião mais cinco garotos partiram radiantes de felicidade para
descobrirem todo aquele mistério. afinal eles iam ter a primeira aventura no campo. a
distância que tinham de vencer era de mais ou menos de cinco ou seis quilômetros. e o
caminho era todo emaranhado em volta do ria que em determinadas curvas sua
correnteza era mais forte fazendo com que os meninos sentissem medo. a vegetação
era rasteira por todo aquele caminho. apenas arbustos retorcidos e de ponto em ponto
uma árvore servindo de abrigo e sombra para o gado na época da seca. a medida que
avançavam, em todas as direções avistavam urubus que esvoaçavam em volta do local
para onde se dirigiam. ao subir um pequeno morro, puderam vislumbrar o quadro mais
dantesco que até hoje puderam ver em sua vidas. havia caído ali um avião muito
grande, que perdera sua rota e todos os passageiros e tripulantes estavam mortos. era
um mau cheiro horrível que exalava a mais de duzentos metros.- todos mortos. foi a
expressão que saia da boca de todos.- como podia ter acontecido uma coisa dessas sem
que nós tivéssemos ouvido o barulho? perguntou sebastião. mas os meninos que são
inteligentes viram logo que aquele desastre de avião já tinha sido há dois dias, em
virtude do estado de decomposição dos cadáveres. vejam como os urubus estão
estraçalhando os corpos. disse um dos meninos. - è preciso fazer alguma coisa, vamos
chegar mais perto e ver como se encontra. foi preciso colocar lenços no nariz de todos,
tal era o mau cheiro. ninguém ficou para trás. todos chegaram perto. o avião se
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encontrava quase todo destruído, e os corpos se espalhavam por uma área de mais de
cem metros. havia ali um total de vinte e oito pessoas mortas. pois os meninos puderam
contar pelas cabaças que iam encontrando, corpo inteiro não era possível contar devido
as mutilações . verificaram que havia dezenove homens , quatro crianças e cinco
mulheres. era preciso fazer alguma coisa, e a primeira idéia que tiveram foi a de avisar
as autoridades da cidade que ficava a uns cinqüenta quilômetros. sebastião determinou
que dois dos meninos partissem em direção a cidade para avisaras autoridade,
enquanto ele e os outros três ficariam tomando conta dos corpos para que os urubus
não os devorassem. talvez as autoridades já estejam á caminho, mas como vou saber? o
negócio era partir naquela mesma hora. se as autoridades estivessem a caminho eles
voltariam junto, caso contrário, deveriam chegar até a cidade. ao passarem pelo ,
deviam avisar os dois meninos do acontecido e dizer-lhes para ficarem ali nos
esperando que a tarde viriam para jantar. os meninos partiram, sebastião e três
meninos ficaram tomando conta dos destroços . o trabalho deles era impedir que as
aves de rapina devorassem os corpos. quem mais trabalhou nessa operação foi lobato
que corria de um lado para outro com a maior facilidade por ser pequeno e por ser
atleta de corrida. muitas vezes via-se uma disputa entre urubus e um de nossos heróis
que impediam a todo o custo que os urubus estraçalhassem mais corpos. realmente era
um quadro estarrecedor para qualquer pessoa humana. principalmente para uns
garotos que tinham saído pela primeira vez de casa. só mesmo os fracos cairiam diante
uma situação dessas . porém como eles estavam junto de sebastião, não tiveram medo,
pois o mesmo de hora em hora falava com eles que era preciso coragem e que somente
eles que estavam ali poderiam fazer aquele serviço. sebastião sempre dizia para os
meninos que aquele dia era o mais importante até hoje na vida de todos ele; pois
afinal,estavam fazendo uma coisa muito importante que faria com que eles fossem
lembrados por toda a vida.
o que estará acontecendo agora com nossos companheiro que partiram para a cidade?
foi a de lobato quando parou um pouco para descansar. mas não teve tempo de
descansar muito pois sebastião mostrou-lhe um urubu que se dirigia em direção ao
corpo de uma criança. e imediatamente ele correu e espantou o urubu, mas assim que
voltou , sebastião lhe disse que devia descansar um pouco, enquanto isso os dois
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meninos tratavam de fazer o trabalho. então sebastião lhe disse que os meninos teriam
bastante possibilidade de atingirem a cidade , pois o rufino que é inteligente e resolverá
qualquer problema que surja pela frente.
enquanto isso os nossos companheiro que partiram para cidade já se encontravam bem
longe do local do desastre e estão bem satisfeito da sua missão. afinal estavam
prestando algum serviço e era isso que eles queriam . já tinham vencido quase dez
quilômetros, quando depararam com um grupo de soldados. um dos meninos se
escondeu no meio do mato e o outro ficou na beira da estrada para falar com eles, caso
fossem inimigos, o outro correria até o acampamento e avisaria os outros que ficaram
lá. como os soldados poderiam querer saber o que ele fazia naquela região, ele
procurou assanhar os cabelos, jogou fora os sapatos, posou terra no rosto e assim
poder passar por um menino da região. tudo isso era observado pelo seu companheiro
que se encontrava a uma distância de 20 metros no meio do mato. nisso os soldados já
se encontravam a uma distancia de 50 metros, e o nosso herói fingindo ser um menino
daquela zona , foi lhes dando passagem, chegando para o canto, quando os mesmos
estavam bem perto. quando os soldados viram-no , perguntaram se ele não tinha visto
alguns urubus voando ali por perto. por esta pergunta o menino pode observar tratar-se
de uns dos soldados que buscavam destroços do avião. como eram amigos não era
mais preciso ter medo. então respondeu-lhes que ia a cidade justamente para avisar
sobre um desastre de avião que tinham encontrado a uma dezena de quilômetros dali. e
que lá já tinham alguns dos seus colegas tomando conta para que os urubus não
estraçalhassem mais os corpos que lá se encontravam . e que eles poderia servir de guia
para eles. então o menino deu um assobio e o seu colega saiu do meio do mato. quando
o sargento viu sair aquele menino do meio da moita, perguntou de que se tratava. ao
que o menino respondeu tratar-se de um de seus companheiros que estava ali
escondidos pensou que os soldados fossem inimigos. então os soldados riram e disse
que agora ele iam juntos até o local do desastre. junto aos soldados vinha também uma
turma de salvamento formado por voluntários da cidade de esperança. como já sabiam
que não havia sobreviventes, mandaram que dois dos mesmos voltassem até a cidade
para avisar que não havia nenhuma pessoa viva.
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eram quinze horas de um dia de sol bem quente anunciando uma noite fria. o trabalho
de remoção dos corpos deveria começar ainda aquela noite. eles traziam redes onde
seriam colocados os corpos para serem levados à cidade mais perto que era a cidade de
esperança a cerca de vinte quilômetros. chegaram ao local do desastre já quase noite.
sebastião e os meninos mudaram a acampamento para perto do local do desastre.
estavam todos descansando de um dia árdua de trabalho e a noite caia mansa , fúnebre
e triste.
a turma de salvamento deu início a remoção dos corpos até as oito horas da noite, não
podendo mais continuar por causa do frio. ali mesmo os soldados armaram
acampamento. grandes lampiões foram acessos e depois de colocar guardas nos quatro
cantos do acampamento. todos foram dormir . sebastião e os meninos ficaram também
observando o movimento dos soldados e depois se recolheram.
no dia seguinte á seis horas da manhã já tinham reiniciado o trabalho de remoção dos
corpos. eram mais de cem homens trabalhando no local fúnebre. ao meio dia em
ponto, já tinham terminado toda a remoção, colocando os corpos em sacos , esteira e
até mesmo em caixões pequenos. imediatamente saíram em direção à cidade que ficava
a quinze quilômetros.
As primeiras luzes do sol já começavam a surgir no horizonte . a
princípio apenas uma nesga de luz branca , amarelada, depois foi
aumentando lentamente até se tornar claro. antes que o sol saísse ,
para os homens rumo à cidade de esperança em cortejo fúnebre, levando
vinte e oito corpos do avião sinistrado. naquele dia tudo correu como se
assistisse a uma cerimonia macabra. o sol saiu claro e radiante , mas tão
logo viu pelo campo a cerimônia da marcha fúnebre, tratou-se de
esconder -se por entre as nuvens, dando ao dia um ambiente triste. os
urubus ainda voavam sobre o local do desastre a procura de algum resto
de cadáver . naquela manhã nem os pássaros vieram saudar o novo .
todos fugiram com medo do cortejo fúnebre, como se morte fosse a única
coisa desagradável da vida. cinco meninos marcharam bem a frente do
cortejo a fim de comunicar o povo da cidade. enquanto isso sebastião e
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os outros meninos iam juntos ao cortejo, que naquela manhã fria de julho,
passeava pelos campos cobertos de orvalhos.
Sebastião ao passar pelos campos que acamparam em noites
anteriores, lembrava juntamente com os garotos, aquelas noites
sentados à beira do fogo, contavam história e sonhavam um dia edificar
os seus ideais. lembravam todos os sonhos mais variados possíveis. e
agora a sombra da morte rondava a vida, à sombra de um sol que não
saiu. que força misteriosa é essa que envolve o espírito do homem?
porque será que nunca chegamos ao fim do nosso ideal? - oh, como a
tristeza se abate sobre mm. e o meu espírito na maior confusão contempla
a morte desfilar pelos campos afora. e ele continuava a cismar... viver ,
morrer ? qual a grande diferença? se a maioria daqueles que carregam
os corpos não sabem por que vivem. quem diria que há duas noites
passadas , nós brincávamos alegres por esses mesmos campos onde
agora, silencioso como um sepulcro, nós fazemos a morte desfilar ao
nosso lado? será que todos os planos foram desfeito?
assim ia pensando sebastião e talvez os outros meninos também pensavam, pois eles
estavam muito calado, quando as nuvens começaram a formar no céu imagens, como
que nos dando um aviso. podemos nós acreditar na visão fantástica do nada que
descreve diante nossos olhos as mensagens das nuvens? esses eram a multidão de
pensamentos que sebastião pensava enquanto caminhava no meio dos homens que
conduziam os caixões com destroços humanos em meio ao mais fúnebre silêncio.
descansavam de meia em meia hora. o caminho era tortuoso e cheio de pedras. parecia
que após uma curva nós encontraríamos o fim da estrada anunciando a cidade, mas
não era assim. depois de uma curva, surgia um caminho que era longo e parecia não
ter fim. as montanhas ao longe, cobriam-se de nuvens escuras, inspirando o culto dos
mortos que desfilavam pelo campo. os pássaros não cantavam como nos dias anteriores
em que os meninos ali brincavam. estavam com medo dos homens que palmilhavam
seus caminhos. no primeiro dia conseguiram vencer somente vinte quilômetros. à noite
acenderam grandes fogueira e ali mesmo ao lado dos mortos deitaram-se para
descansar até o dia seguinte.
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no dia seguinte marcharam mais de 10 quilômetros carregando os
corpos e, na estação já estava o trem aguardando os corpos para serem
enviados para a cidade de esperança. - depois que tudo foi colocado no
vagão de carga do trem, os meninos e sebastião entraram no carro de
passageiro com poltronas e sentavam aguardando a partida do trem com
a carga fúnebre o trem partiu, a princípio devagarinho, depois ganhou
mais velocidade. enquanto o trem corria cortando as montanhas e morros
que lhe parecia a frente, sebastião despejava os olhos para a paisagem
que corria pela janela do comboio. admirando as flores e as folhas dos pé
de mamonas,mergulhava o seu espírito na mais completa meditação.
porque estavam eles naquele trem? que fizemos nestes últimos dias de
acampamento? estaremos nós vivendo uma vida cheia de ilusão ? não é
isto que eu quero pensar, e sim coisas bem diferente que não sei
explicar. hoje não consigo centralizar o meu pensamento numa coisa
firme como naquelas noites de campo onde eu inventava história umas
atrás da outra. será que a loucura está tomando conta do meu cérebro?
não, isto também não pode ser. sinto como se tivesse a força total do
universo. nos meus? será que estou tão forte assim como digo estar?
tudo isto ia pensando sebastião enquanto os garotos dormiam a sono
solto aproveitando o balanço do trem também o sono foi chegando ao
chefe, era assim como os garotos chamavam e ele acabou dormindo e
dormiu. no sono sonhou que tinha voltado à sua infância . tinha então
cinco anos de idade quando ainda morava lá em passabém. seu pai está
carpinando roça até as seis horas . de repente passa pela estrada os
caçadores o convidas também para ir com ele:- “ como é seu mané o
sinhô não vai caçá com a gente ?” “-pois é , hoje eu não posso ir porque
preciso terminar um pedaço de terra que precisa ser limpo “ tá bem,
entonce , inté minhã” . os caçadores partiram e o sr manoel permaneceu
no trabalho por mais meia hora. sebastião que contava cinco anos de
idade mal feitos já ajudava o seu pai juntamente com seus irmãos mais
velhos.
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era um total de 6 meninos e 4 meninas dentro de casa. as meninas
por sua vez ajudava no trabalho de casa juntamente com sua mãe :
naquela tarde , quando o sol já havia se posto no horizonte, viram umas
pessoas pelo caminho que divisava as terras do sr manoel com a
estrada: imediatamente o nosso amigo se dirigiu para ele tratava. o sr
nem imaginava o que foi que aconteceu , o sr se lembra do filho da
marocas ? aquele que é meio doido ? pois é ele sumiu de casa hoje de
dia e até agora não foi encontrado.
o filho de dona marocas era chamado de jorginho e muito conhecido pelo
povo daquela vila. era uma espécie de menino que todos zombavam :
chamavam-no ; o que fazia ficar mais furioso ainda.
desde pequeno que o jorginho era meio abobado, por ter sofrido uma doença muito
grave : não morrera . “ mas ficou doido” como dizia o povo. certa vez burlou a
vigilância da mãe e dos irmãos e fugira de casa . Foi procurado por todos durante o dia
sendo inútil a busca.
Naquela noite a vila ficou em desespero. . Eram homens á cavalo procurando o
menino por toda a parte. No dia seguinte caçadores saíram bem cedo para a caçada
matinal, ainda estava bem escuro quando passando por um caminho depararam com
um vulto mexendo no meio do mato. Com a ânsia de levar para a casa a caça do
almoço daquele dia , não se lembraram do menino que havia fugido de casa na
véspera. Fizeram pontaria e atiraram: Em seguida ouviu-se um grito de dor . Era o
Jorginho que estava deitado no meio da mata. Os dois caçadores correram para perto
do menino e com desespero viram que tinham atirado no filho de dona Marocas. Que
seria daquela pobre criatura dali pela frente? O menino não morrera, levaram-no para
o hospital da cidade onde ficou muito tempo tratando do ferimento recebido. E como
havia recebido um tiro na cabeça ficou com uma parte do corpo paralisado: Só
conseguia andar com uma perna pulando feito saci.
Era um menino já com quinze anos, e agora acontecia aquilo. Fugira de casa, se
arrastando pelo meio do mato , sabe lá deus como ‘ se pelo menos ele morresse
acabaria com o sofrimento de dona marocas” era o que dizia uns já outros diziam
que era castigo pois sua mãe fora muito perversa para os seus escravos.
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Estavam todos na porta da venda discutindo a vida do menino quando surgiu um
rapazinho dizendo que o jorginho estava morto no rio mordido por uma cobra cascavel.
Ao pronunciar a palavra cascavel Sebastião que dormia e sonhava, acordou
rapidamente pois o trem estava chegando ao seu destino . Era finda a primeira viagem
de experiência com os nossos heróis. Dali por diante teríamos de esperar . a primeira
viagem havia terminado. Aquilo foi o início. O fim seria maravilhoso.
Outro acampamento
Eram 13 horas . as nossas sombras já começavam a caminhar para o oriente. O
Sol , que não estava muito quente por ser inverno, mostrava-se vermelho como um
tomate. Falei com todos os meninos: - Vocês estão vendo aquela serra que parece
encontrar com o azul do céu? - Estamos vendo sim , responderam todos . Pois é ali em
cima que nós vamos . Portanto tratemos de caminhar pois a viagem é longa.
Á nossa frente uma porteira que dividia a cidade com o pasto . Além do pasto só
avistamos os caminhos primitivos feito pelos pés dos animais e dos homens que por ali
passavam . Com o Barros á frente seguimos “ a coluna por um’’ . a princípio eles
conversaram sobre os mais variados assuntos ; depois o silencio foi quebrando á
medida que o cansaço da caminhada chegava. sabendo que tinham dez dia para andar ,
era preciso aprender a andar en silêncio, só assim evitava o cansaço.
De um lado e de outro do caminho só grama rasteira. hora por outra um curso dágua
atravessava a nossa frente, onde os animais saciavam a sua sede, e á margem dos
mesmo florescia lírio do campo e ‘’ chapéu de couro’’. chapéu de couro é uma planta
medicinal que serve também como chá adoçado com mel.
depois de andarmos seis quilômetros vimos na nossa frente uma
coisa muito grande que se movia a uma distancia de 500 metros.
paramos para afirmar a vista, e só quando a mesma já estava bem perto ,
notamos que era uma grande boiada. ela estava sendo trazido pelos
vaqueiro , que de longe já houvemos seus gritos.
diante daquele espetáculo todo os meninos pararam e começaram a
observar . só então eu lembrei que podia haver boi bravo ali no meio
daquela boiada. imediatamente sebastião deu ordem aos meninos para
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que se misturassem no meio dos arbustos, e ficassem imóvel o mais
tempo possível pois ele já observara que alguns bois já estavam de
orelha em pé à procura de alguém para atacar .
assim fizeram. cada um se escondeu o mais depressa como pode por detrás da
árvores. e sebastião lhes disse ainda que se algum touro chegar perto de vocês não
tenham medo e nem corram procurem fitar-lhe bem nos olhos e não serão molestados.
porém o viking que é o mais novo , com apenas nove anos de idade, tremia de medo
como uma’’vara verde’’ e dizia para sebastião: - eu tenho medo do boi me pegar, deixa
eu ficar perto de você.—não precisa ter medo respondeu sebastião faça como eu lhe
disse: -- fite-o bem nos olhos e não se mova. por via das dúvidas fique aqui perto de
mim que eu lhe ensinarei como fazer. como os meninos estava atrás do arbusto e sem
se mexer. os animais passaram bem perto deles sem vê-los. mas quando passou perto
de viking , ele se moveu tanto que chamou a atenção de um touro preto. sebastião viu
que era ora de fazer a prova com o menino e disse bem baixinho para ele:- calma
viking, tenha coragem e tudo sairá bem . segure na minha mão e na hora que o boi
estiver bem perto faça o que eu mandar. assim fizeram , e o touro veio se
aproximando cada vez mais do dois amigos e bufava pelas narinas ‘’incendiadas’’ .
nisso o nosso amigo falou no ouvido do menino:- é agora. olhe bem nos olhos dele ,
assim como eu estou fazendo, mesmo se o boi chegar perto não faça nada, nem um
movimento. o touro foi chegando devagarinho até uma distancia de dois metros deles.
sebastião não tirava os olhos do touro. neste momento a mão do menino foi se
largando aos poucos até soltá-la por completo.
logo após chegou um vaqueiro preocupado com os dois e falou:- pensei que o touro
tivesse atacado vocês , pois ele ´s o mais bravo da boiada- mas acontece que ele teve
medo de nós, respondeu viking, não é sebastião?? é verdade sim. nós estamos treinando
todos estes meninos que o senhor está vendo aqui, para um dia eu mostrar a ele uma
grande caverna. e o bom moço simples com era , disse que aquelas terras que
estávamos passando pertenciam ao coronel. josé batista e que ele ficaria muito
satisfeito se nós fossemos à fazenda dele. e sebastião perguntou:- o senhor trabalha
para ele há muito tempo? - ah moço, respondeu o vaqueiro , desde menino que eu
ando por estas bandas. fui criado no pé daquela serra que se avistava daqui. neste
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meio tempo todos os meninos já se encaminhavam perto de sebastião a escutar a
conversa de vaqueiro. todos estes meninos são da cidade? perguntou o nosso
amigo.Sim, nós som de Itabira e estamos fazendo uma excursão de 10 dias. depois de
bem treinados subiremos em todas as montanhas de nosso Brasil, só assim
encontraremos a nossa Caverna . e o nosso amigo respondeu: - olha , se todos os
meninos da nossa terra tivesse uma educação como esta que o senhor esta dando a
eles, nós teríamos uma pátria bem melhor não sofreríamos tanto como temos sofrido
depois que passamos o ano 2000. veja vocês, meus amigos, eu nasci no ano 2010 já
tenho 35 anos e até hoje não aprendi a ler nem escrever. porém mesmo assim eu me
sinto feliz porque durante toda a minha vida passei junto a mãe natureza, e vocês meus
meninos , aprendam bastante porque a natureza é sábia em tudo. porém ela dá o
prêmio e o castigo. e vocês aprendendo a dominá-la poderiam amostrar ao nosso povo ,
que debate nas trevas da ignorância , o caminho que devemos seguir , nós vaqueiros
não temos o mesmo direito de reclamar das injustiças.
Como o cavaleiro notou que os que os seus companheiros já iam longe com a
boiada e rematou dizendo ;- “há de chegar o dia em que teremos uma vida diferente,
mais justa’’ dizendo estas palavras , partiu apressadamente para juntar-se à boiada
que já ia bem longe. aquelas palavras soaram como uma advertência . Vimos naquele
pobre vaqueiro uma triste lembrança de um passado que não será perdoado pelo
futuro. Todos nós temos fé em algumas coisa , mesmo dizendo que somos incrédulos.
temos fé em nós mesmo de conseguir vencer todas as dificuldades interposta em nosso
caminho. este pobre que nos deixou neste momento não sabe nem ler nem escrever , e
no entanto pode dar uma lição de sabedoria em muitos ‘’ letrados’’. podemos ver
estampado em seu rosto o símbolo da miséria e da desgraça, mas vimos também uma
demonstração de fé e coragem. tudo isto ia passando pelo cérebro de Sebastião :
quando de repente ele falou bem alto:= Olá pessoal vamos descansar um pouco aqui
embaixo destas arvores? Foi nesta hora, então, que os meninos lembraram de
perguntar ao Sebastião porque foi que o moço que nasceu em 2015? Não
compreendemo, pois ainda estamos no ano de 19 91? Bem esta é uma história que
nem eu entendí.
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Mas aquela boiada passou um susto danado em um menino que está perto de mim .
falou assim piscando os olhos para a meninada. o viking que vinha segurando na mão
de sebastião notou que as palavras do seu amigo era para ele e disse:- mas vocês viram
como o touro chegou perto de mim e voltou com medo de mim todos caíram numa
gargalhada e foram sentar a sombra de uma grande arvore, beberam água , comeram
rapadura . e viram que o sol ainda estava muito alto. podiam caminhar os caminhos
incertos que haveriam de aparecer nas suas vidas. logo à frente avistava-se uma
campina verde ondulada batida pelo vento que sumia de vista no horizonte , tendo ao
fundo o alto da serra com a cabeça ‘’ enterrada’’ nas nuvens. ao lado era a floresta que
limitava o pasto do gado.
de ponto em ponto levantava uma casa de cupim servindo de esconderijo para todo o
tipo de réptil.todos estavam calados e caminhando . quando o rufino começou a dizer:-
ali quem me dera viver aqui sempre acampado nesta campina, sim, era o dia inteiro
correndo pelos campos, subindo pelas arvores, tomando banho de riacho. é respondeu
rufino, nós seriamos os meninos mais felizes do mundo. pelo menos a gente não
estudava o dia inteiro e nem tínhamos de andar vestido de calça, sapato e camisa.
teríamos como companheiros inseparáveis .. os cavalos, os bois, as vacas, os pássaros e
toda a natureza se manifestaria como nossa protetora:- mas já que não podemos viver
toda a vida aqui, pelo menos devemos ficar satisfeito por poder passear de quando em
quando aqui pelos campos. quem me dera que a gente nunca crescesse.
iam comentando estes e outros aspectos da vida do campo, quando
passou perto de nós um gavião que trazia no bico um bem -te- vi quase
morto e passou em cima de um cupim todos correram para acudir o
pássaro que já dava os últimos suspiros. com a nossa aproximação o
gavião ganhou altura deixando a pobre vítima quase morta no chão.
tentamos salvá-lo mas já era tarde . o passarinho morreu nas mãos de
lobato que ficou muito triste.
como é misteriosa e estranha morte, até mesmo de um pássaro,
ninguém ousa tocar de frente a grande realidade. tudo foi razão para os
meninos apresentarem uma fisionomia de tristeza. todos os meninos
reuniram um círculo e fizeram o enterro do pobre passarinho. o rufino
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abriu uma cova com uma pá, o florisvaldo fez uma cruz e colocou em
cima, os outros meninos cataram pedra e fizeram um círculo em torno da
sepultura da pobre vítima da natureza.
terminado o sepultamento apenas a cruz e o círculo ficaram para trás
como símbolo de um ser que um dia voou, correu, comeu e morreu. já
caminhamos um bom pedaço após a ultima parada, quando sebastião
observou que todos estavam calados pensando que não sabemos o
que ,talvez já cansados daquele primeiro dia de caminhada ou então
quem sabe? pensando na lição que acabavam de receber sobre a lei da
natureza . a morte daquele animal, por pequeno que seja, pode ter um
grande significado para ao menos ter aprendido: todos esses meninos
que nunca saíram da cidade , só ao lado do protecionismo dos pais e da
civilização e tudo que é artificial, sem pelo menos ver como nasce um
bezerro ou um cavalo; ao primeiro impacto das leis da natureza sentem-
se completamente estarrecido pelo que acabaram de presenciar.
ninguém absolutamente ninguém dizia nada. nem pelo menos
assobiavam. caminhávamos sem cessar. através dos campos, através
dos campos dos caminhos tortuosos incertos não acabavam nunca.
diante dos nossos olhos víamos o trilho feito pelos pés dos homens
sempre aparecer após uma curva, sempre desconhecido e incerto como
são os caminhos daqueles que debatem na estrada do ideal. a nossa
esquerda víamos montes de pedras de onde saiam correndo as lagartixas.
verdadeiros despenhadeiros confundia se com o inferno, de tão fundo
que era e nos dava calafrio e à direita o mato verde. que descortinava
através de nossos olhos. e nós caminhávamos sempre naquele silêncio
terrível. só a voz do vento e dos insetos confundia nosso ouvido . e a
medida que nossa sombra aumentava na terra víamos que era hora, ou
estava bem perto da hora que devíamos acampar.
nós acamparemos após esta árvore perto de uma fonte , falou sebastião. ali estaremos
abrigados do vento que sopra muito forte nesta região. assim fizeram chegando ao
local apropriado , deram início a instalação do acampamento. enquanto três deles
arrumaram as 2 barracas, os outro quatro buscavam água e prepararam a cozinha.
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cercaram o campo como medida de prevenção contra animal . que poderia rondar as
barracas à noite. o fogo e o local da fogueira foi protegido da mesma forma.
nesta hora de instalar o acampamento os garotos já conversavam e cantavam
alegremente. talvez pelo simples prazer de saber que pela primeira vez dormiriam
fora de casa em uma barraca de lona semelhante aos ciganos, como sebastião ficou
contente em observá-los na espreita de uma arvore. todos , sem faltar um, trabalhavam
ativamente para deixar o acampamento em ordem o mais breve possível . e isso para o
sebastião era motivo de alegria saber que todos os meninos estavam satisfeitos.
eram 16:30 oras . e no acampamento as barracas já estavam armadas, todo o material
protegido das intempéries da natureza, no fogão, feito de duas pedras, já saia fumaça
onde seria preparado o jantar daquela noite um monte de lenha estava ali ao lado
preparado para o frio da noite.
enquanto alguns meninos colhiam informes sobre a natureza local, os outros
preparavam o jantar. rufino e lobato eram os dois cozinheiros daquele acampamento e
fazia a na mais estreita medida para não faltar para os outros dias.
uma nuvem de fumaça subia ao céu que estava azul e claro. o sol porém , já se
escondia por detrás das montanhas, e após um breve descanso, fizemos no campo ao ar
livre a nossa primeira refeição do dia que era sopa de macarrão com tomate, cebola e
caldo de galinha como não tínhamos café foi feito chá com folha de ‘’chapéu de
couro’’ adoçado com mel de abelha para ser servido à noite.
a tarde ia morrendo lentamente no céu não mais víamos as aves as moitas de capim já
começavam a formar vultos misteriosos com a sombra da noite. e na mata ouvíamos
um triste chorar do noitibó com todos os meninos sentados ao redor da fogueira,
começamos incessantemente a olhar para o firmamento e eis que inesperadamente
avistamos as primeiras estrelas. já podíamos considerar noite. neste momento começou
a nossa brincadeira. cantavam, tocavam gaita, , flauta e até uma viola apareceu, era o
lobato que tocava arranhando. cada um procurava expandir na mais sadia das
diversões. um número de gaita, outro de sanfona, uma canção e assim fomos até as 22
horas, quando a noite fechada e escura, aparecia apesar das luzes da fogueira e dos
lampiões a iluminar o acampamento. como guarda apenas rex, um cachorro policial
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trazido pelo elmo. para o firmamento e pudemos ver a beleza do céu com milhares e
milhares de estrelas, saímos m pouco de perto das luzes para que as mesmas não
ofuscassem as nossas vistas e sebastião ia explicando o nome das constelações:-
aquela lá é o cruzeiro do sul, o que vocês chamam de três marias é a cinto do sr orion
da constelação de orion lá esta a constelação de navio a do escorpião e muitas outras. e
por falar em escorpião disse sebastião vou contar para vocês a lenda de como apareceu
a constelação de escorpião. vocês querem ouvir? - claro que sim responderam todos ,
qual o menino de 11 ou 12 anos que não gostaria de ouvir uma estória contada em
plena noite de acampamento???
_- pois bem vou contar para vocês como apareceu a constelação de escorpião sebastião
ajeitou melhor o cobertor que lhe cobria as costa por causa do frio, colocou mais
alguns galhos de lenha no fogo, bebeu alguns goles de chá e depois de olhar bem as
estrelas que coalhavam o céu e começou a dizer.
alaão o deus dos meninos
ha´ muitos e muito anos passados, ao sul da serra da mantiqueira, existiu uma tribo de
índios que viviam em pleno contato com a natureza. era uma tribo de homens valentes
que freqüentavam a natureza hostil em todo seu real aspecto. eles tinham a cor da pele
toda bronzeada pela luz do sol que ardia em todo o verão. sua principal atividade era
a agricultura, caça, pesca e a fabricação de objetos de cerâmica.
apesar deste povo viver em semi primitividade, havia do outro lado da montanha uma
outra tribo de cor branca que já tinha um grau de civilização adiantado em relação a
outra, pois eles já possuíam cidades casas de pedra, templos, escolas, e as ciências,
como a matemática e astronomia já eram estudada por seus sacerdotes, assim como a
química e a anatomia dos animais.
mas a tribo de cor bronzeada, que estava mais acostumada a viver
em contato com a natureza, tudo fazia para que a felicidade reinasse entre
eles. suas crianças eram levadas para a escola de caça e pesca desde
que completassem cinco anos de idade, já aprendiam todo o segredo da
selva assim como a se defender da melhor maneira possível contra os
animais ferozes. o período de aprendizagem ia até os dezessete anos de
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idade e quando se encontrava em atividade suas dormidas eram feitas
em cavernas na montanha. as crianças que participavam dessa escola
viviam muito felizes por ter sempre ao seu lado o índio mais forte que
lhes ensinava a se defender de todos os perigos. havia naquela região
muitos rios , lagos e cachoeiras. a vegetação era intensa que
proporcionava frutas e mel silvestre.
certa vez um menino de cento e vinte luas, fazia sua prova pelo alto
das montanhas sozinho, pois as provas eram feitas sem a companhia do
índio mais forte. depois de andar muitos dias, não mas encontrou o
caminho de casa . quando viu que era difícil voltar para a casa sentou
em cima de uma pedra, pois de nada adiantaria chorar nem gritar. só a
sua coragem e inteligência poderiam mostrar-lhe o caminho de casa.
sobre esta mesma pedra puai deitou e dormiu. e no sono, sonhou que
tinha encontrado a mais linda criatura do céu do céu que lhe dizia ‘’’: puai
você é o menino escolhido para salvar o meu povo. acorde e você verá
em cima da pedra , o deus dos meninos o deus alaâo: acorde puai,
acorde puai”” quando ele acordou aquelas palavras ainda sopravam em
seus ouvidos. pensava ele que tivesse tido um grande pesadelo. já era
bem tardinha, o sol já havia rolado para baixo das montanhas, havia
finado mais um dia .
de repente uma luz branca que chegava a ofuscar os olhos começou
a descer do alto e parar em cima de uma pedra a poucos passos de onde
se encostara puai. o nosso herói ficou um pouco assustado, mas
imediatamente lembrou-se do sonho que tinha tido há pouco e esperou
firme. a luz branca foi tomando a forma de um corpo humano e começou
a chamar o nosso menino pelo nome: ‘’ puai . venha até aqui que eu
preciso falar com você . não tenha medo, eu sou alaâo o deus dos
meninos do mundo inteiro. . puai . ao ouvir aquelas palavras, lembrou do
sonho em que aparecera a figura angelical e começou a caminhar para
onde se encontrava o deus que ali diante dele , resplandecia como a luz
do sol. o deus alaâo vestia uma túnica vermelha bordada com fio de
ouro. em sua cabeça não havia coroa mas sim um ramo de oliveira. ao
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chegar bem perto puai disse: -’’você parece com a pessoa que me
apareceu em um sonho que tive há pouco’’. - “” sim , sou eu mesmo, disse
alaâo. eu sou o deus de todas as crianças e quero construir aqui em cima
desta montanha o meu reino . nele só entrarão meninos e meninas. todas
as crianças do mundo morarão aqui onde poderão brincar o dia todo em
meus bosques encantados. ‘’ o senhor tem muitos bosques
encantados ?’’ perguntou puai. - ‘’ se tenho ? é só você segurar nas
minhas mãos e nós voaremos em todos eles. ‘’ assim fez .puai segurou
as mãos e os dois começaram a voar . não voaram muito alto , para que
o menino pudesse observar a beleza da floresta. era só selva virgem. as
arvores muito grandes cheias de flores como na primavera. por baixo
das arvores , a verde grama onde pastavam todos os animais do reino. e
o que havia de mais interessante é que todos os animais viviam na mais
perfeita amizade sem brigarem uns com os outros. em todo o recanto do
bosque havia um lago sagrado onde todos os animais podiam banhar-se
juntamente com todos os meninos que viessem morar ali . e o deus alaâo
ia explicando : ‘’ aqui será o lugar onde construiremos o nosso reino, mas
para isto, eu preciso de sua ajuda. você está disposto a ajudar? ‘’ - ‘’ claro
que sim , respondeu prontamente puai. diga o que tenho que fazer e
imediatamente farei “- ‘’ pois preste bem atenção ao que vou lhe dizer : -
lá embaixo no outro lado da montanha existe uma cidade muito grande.
nesta cidade tem muitos templo. e no templo principal está guardado o
escorpião sagrado que pertenceu ao meu povo quando eu vivia na terra.
ele foi roubado por aqueles habitantes que assaltaram a nossa cidade a
muitos anos. è neste templo que você deve ir e retirar de lá o escorpião
sagrado ao chegar ao templo você deve burlar a vigilância dos guardas
e levá-lo para sua aldeia e depois traze-lo até a mim : no templo há uma
passagem secreta que leva ao fundo do rio que corre ao lado da cidade.
esta passagem está situada a quinze passos de onde se encontra o
escorpião à direita. porém para abri-la você precisa de uma palavra
mágica; guarde a bem : ‘’apetecapa ‘’. o escorpião é do tamanho de um
lobo, em suas patas existem umas lentes que se forem colocadas uma
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de encontro da outra de tal maneira que a luz do sol passando por elas
e venha de encontro a uma distancia de dois metros , toda pedra que for
colocada no encontro dos raios refratados será transformada em ouro
instantaneamente. ‘’ assim ia dizendo alaâo.’’ é com este ouro que
construiremos aqui em cima desta montanha o reino que será a morada
de todas as crianças do mundo. ‘’ puai ouvia atentamente as palavras
ditas pelo alaâo sem perder nenhuma das explicações. assim que ele
terminou de falar o menino pediu que mostrasse o caminho de casa . e
alaâo chamou um de seus melhores servos que era um dos gaviões
para que levasse o menino para a sua tribo. assim que a ave apareceu
puai montou em cima de seu dorso e esta voou até perto de uma arvore
deixando lá o menino puai, o gavião retornou ao reino , ou melhor, ao
bosque onde seria construído o reino dos meninos.
em sua tribo todos já o procuravam há dias. não estavam muito preocupados, pois
sabiam que qualquer menino seria capaz de vencer todas as dificuldades que por acaso
lhes aparecessem. mas quando viram que ele já estava de volta, todos correram em sua
direção procurando saber o que havia acontecido com ele.
puai não contou a todos o que tinha lhe acontecido, mas só a alguns
meninos de sua idade que eram seus melhores amigos. e assim foi
dizendo puai, depois de contar-lhes toda história do deus alão ; ‘ é
preciso que vocês me ajudem a retirar de lá daquela cidade o escorpião
sagrado que eles roubaram da família de alaâo quando vivia na terra. - ‘’ -
‘’ pode contar com a nossa ajuda’’, responderam todos, ‘’ nós também
não queremos mais viver aqui em companhia dos nossos pais, pois
eles estão ficando guerreiros e só pensam em brigar com as outras
tribos . aquela paz que existia aqui entre nós há muito que ela
desapareceu’’.
e assim fizeram. combinaram tudo e dai a uma lua partiram puai e
seus companheiro para a tal cidade onde haveriam de retirar de lá o
escorpião sagrado. a cidade era do outro lado da montanha. gastaram
três dias para chegar até as bordas da cidade. a cidade não era muito
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grande como eles pensavam, mas era muito bonita, situada num vale
onde corria um rio muito grande de águas cristalinas. do alto de um morro
conseguiram descobrir o templo que guardava o escorpião. era aquele o
maior de todos bem no centro da cidade.
como retirar de lá o escorpião de vidro se o templo era vigiado noite e
dia? cada um dos meninos deu sua opinião como deveriam agir. puai
escutava-os atentamente e depois falou: - ‘’ será melhor ficarmos aqui do
lado de fora da cidade e só entrarmos lá no dia da cerimonia. ‘’
escolheremos um para ir até a cidade e procurar, disfarçadamente, saber
o dia da cerimônia. assim que o escolhido partiu para a missão secreta,
os outros meninos ficaram escondidos no meio da floresta se
alimentando de frutas. na noite seguinte voltou o emissário trazendo a
notícia de que a cerimônia seria daí a três dias. então puai combinou: - ‘’
eu entro no templo com três de vocês e nos misturamos no meio do povo.
quando terminar a cerimônia nos escondemos no templo e, quando
todos saírem, tiraremos o escorpião e fugiremos pela porta secreta. dois
de vocês devem nos esperar com uma canoa em cima do rio mais ou
menos perto daquela pedra onde vamos sair.’’ . e o resto dos outros
meninos, que eram cinco ficariam bem embaixo do ponto de encontro do
rio afim de que vigiassem caso alguém se aproximasse.
e desta maneira tudo foi feito. no dia marcado para a cerimônia lá
estava puai e os seus companheiros misturados no meio do povo
vestidos de acordo com a moda do local para que ninguém desconfiasse.
passaram uma tinta branca no rosto para que ficasse igualzinhos aos
outros meninos. e lá já estavam nossos heróis dentro do templo
observando tudo que era interessante.
o templo de mármore verde bordado com fios de ouro e prata o altar principal, onde
ficava guardado a figura sagrada, era também de ouro e pedras preciosas. no templo
não tinha bancos para sentarem, pois todos sentavam no chão. era verdadeiramente
grande a multidão que se aglomerava ali para ver a mais prodigiosa obra da natureza.
puai e seus companheiros , como eram pequenos procuraram ficar diante de todo povo
para melhor apreciar a cerimônia.
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na hora apareceram dois sacerdotes vestidos com roupas de seda bordada a ouro e
prata. atraz deles vinham quatro meninos também vestidos da mesma forma, e cada
um estava carregando uma pedra muito pesada que quase não agüentavam. quando os
sacerdotes apareceram todo o povo curvou-se no chão colocando a cabeça na ponta dos
pés. depois todos sentaram no chão com as pernas cruzadas. os sacerdotes
caminhavam vagarosamente ao altar onde se encontrava guardado a mais valiosa
obra de todos os tempos. foi aberto o altar com uma chave de ouro. pela primeira vez
puai e seus companheiros viram aquilo que durante muitos anos pertenceu ao deus
alaâo . realmente era uma obra de arte toda aquela peça de vidro. era o formato de
um escorpião medindo mais ou menos oitenta centímetros; em suas patas haviam as
lentes.. eram oito lentes , uma em cada pata, nas pernas e em todo corpo havia rubis e
pedras preciosas h que resplandecia a luz do sol , os sacerdotes com toda cerimônia
carregaram o escorpião, colocando -o em cima de uma pedra de mármore branco que
já se encontrava no lugar determinado para este fim, que já estava devidamente
inclinada no lugar , onde , ao meio dia a luz do haveria de passar através de um
buraco no teto do templo e bater justamente nas lentes e refratar mais além em cima as
pedras e transformando-as assim em ouro maciço.
enquanto os sacerdotes procediam a cerimônia o povo acompanhava com os olhos
completamente perplexos diante aquele acontecimento. era interessante ver como eles
trabalhavam bem devagarinho em todas as suas ações. as lentes foram colocadas umas
superpostas às outras de tal maneira que quando a luz do sol batesse em uma passaria
por todas as lentes. foi preciso inclinar um pouco a pedra para que melhor se adaptasse
às condições de sol que dai a alguns momentos transformaria em ouro as pedras. já se
podia ver o sol que caminhava lentamente e o povo acompanhava com olhos na fixos
naqueles movimentos. assim que a luz refratada bateu na primeira pedra esta se
transformou imediatamente em ouro. o sacerdote a tirou e a mostrou ao povo. e este
tomado como de um acesso de loucura, abaixava a cabeça até aos pés repetidas vezes
saudando o grande escorpião . quando a última pedra foi transformada em ouro, todo o
povo ficou em pé numa gritaria ululante como tomados do acesso demoníaco.
enquanto estavam naquela confusão de acessos de loucura, puai e
seus colegas procuraram esconder-se debaixo do altar. ficaram ali
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escondidos até que a ultima pessoa saísse do templo. já era bem tarde
e começava a escurecer. puai verificou que não mais havia mais
ninguém no templo, começaram a agir. puai seguiu até o altar onde se
encontrava o escorpião . enquanto um dos colegas vigiava a porta, outro
media os quinze passos à direita até encontrar a porta secreta. ali
encontrou uma porta de pedra quase igual a parede era preciso muita
observação do contrário passaria desapercebido. puai não agüentava
carregar sozinho o escorpião . foi preciso pedir ajuda dos outros para
que carregassem-no até a porta secreta. puai inclinou a cabeça no chão
e repetiu a palavra mágica :- apetecapa. imediatamente ouviu um barulho
imenso dentro do templo com alguns tremores de terra que parecia até
mesmo que desmoronaria, a porta foi abrindo devagarinho como que
fosse mágica. além da porta havia um corredor escuro . um dos meninos
correu ao altar pegou uma tocha de fogo que ficava ali a iluminar o altar
e trouxe até o c corredor. assim que atravessaram a porta puai repetiu
mesma palavra e a porta foi fechando devagarinho, com o mesmo
estrondo que houve anteriormente.
a primeira etapa do plano já havia sido vencida, restavam agora a
parte mais difícil. caminharam uns quinhentos metros debaixo do túnel,
que passava por baixo de quase toda a cidade. puai segurava de um
lado enquanto que outro menino segurava da parte mais leve. à frente ia
outro iluminando o caminho com a tocha de fogo. as paredes do túnel
eram todas de pedras escuras e ali havia inscrições dos dias em que o
deus alaâo viveu no mundo . os nossos heróis diante aquelas palavras
enigmáticas, foram tomados de um poder estranho e iam lendo tudo o
que estava escrito nas paredes. era uma descrição de toda a vida de
alaâo quando se encontrava na terra . todos leram mentalmente sem que
um soubesse que o outro estava lendo. este poder foi adquirido pelas
emanações ectoplasmáticas impregnadas nas paredes deixada pelo deus
alaão quando ainda vivia na terra e que estava impregnadas ali hà
milhares e milhares de anos.
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. quando chegaram ao final do túnel, viram que a água ocupava dois
degraus e se encontrava suja e em movimento. como haviam de levar
aquele peso todo para cima? sim, porque dali até o nível era mais ou
menos uns quinze metros. nadar com todo o peso nas costas era
impossível senão qualquer um deles afundaria. e então como fazer?
todos olharam para o rosto de nosso heroizinho como que esperando
uma solução. puai , com aquele rosto moreno, cabelo liso na testa,
apresentando uns doze anos mal feito, fisionomia calma , pensou e falou:
- é preciso que um de nós mergulhe até a superfície, encontre com os
nossos amigos e de um jeito de arrumar uma corda de cipó para que
posamos amarrar a nossa presa e levá-la até a superfície. o menino que
segurava a tocha na mão não perdeu tempo: entregou o lume ao puai e
mergulhou nas águas sujas do rio e foi descendo os últimos degraus
até onde não mais sentia o pé no fundo do corredor. ao sentir -se puxado
para o fundo do rio nadou com toda a força até à tona. o rio ali se
encontrava bem fora da cidade não havendo , portanto , nenhum perigo
para eles. seus amigos já se encontravam à espera com um barco.
contou-lhes o que era preciso fazer e imediatamente um deles
providenciou uma corda feita de cipó com vinte metros de comprimento.
enquanto os dois seguravam a ponta da corda no barco o outro sumia
sob as águas do rio deixando atrás de si apenas um rastro de espuma. ao
voltar ao túnel lá estavam os dois companheiros sentados esperando-o.
o escorpião foi amarrado com todo carinho para não quebrar. os três
prenderam a respiração e foram descendo até chegar à boca do túnel .
a escuridão era perfeita . eles se guiaram apenas pelo instinto de fazer
todas as coisas sem erro. um subiu até o barco para avisar que podiam
puxá-lo para cima e puai e outro menino nadou junto até chegar ao
barco. quando os cinco meninos se reuniram no barco e puderam ver a
luz das estrelas, respiraram profundamente por já terem cumprido grande
parte da tarefa.
já era bem tarde da noite . o céu estava todo coalhado de astros
luminosos. a via láctea toda esbranquiçada manchava o espaço infinito.
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os meninos deliravam de felicidade ao saberem que em breve seria
construído o reino dos meninos da terra. tudo seria mais fácil dagora em
diante. alaão se transferiria para o mundo. todas as crianças de
qualquer parte do mundo , iriam morar lá em cima no reino encantado. e
assim os nossos heróis, descendo o rio, cantavam alegremente: - salve o
deus alaão o deus dos meninos. salve o nosso reino. lá teremos muitos
banhos de cascata e lagos. as suas águas são tão puras que parecem
espelhos de prata. comeremos frutas das arvores e mel de abelha.- e
assim cantaram a felicidade do futuro reino até o fim da viagem,
quando as nuvens vermelhas do sol nascente anunciavam um novo dia.
ao chegarem na tribo todos já estavam preocupados com a demora
de tantos dias dos meninos. todo povo começou a perguntar o que era
aquilo todo cheio de pedras que brilhavam nos olhos dos meninos. então
puai foi contando a longa história do encontro com o deus alaão no
alto da montanha, a incumbência de ir buscar na cidade vizinha quilo
que daria ao deus dos meninos a força de poder construir no alto
daquela montanha o reino de todas as crianças do mundo. todo o povo de
puai ficou entusiasmado com a história e quiseram experimentar
transformar a primeira pedra que tinham a mão em ouro. quando viram a
pedra ficar amarela como é o ouro, verdadeira cobiça apoderou daqueles
homens .
os pais de puai tomaram lhe o escorpião dizendo que iriam construir
um reino mas era cá embaixo, para eles , e não para um deus bobo como
aqueles em que ele acreditava. e os nossos heroizinhos foram expulsos
da tribo. durante muitos dias vagaram pela floresta rumo à montanha .
chegando lá em cima perto da mesma pedra onde foi visto pela primeira
vez o alaão, todos dormiram um sono profundo de tão cansados que
estavam. enquanto isto cá na aldeia o povo que era feliz e só vivia
cuidando da felicidade modificou-se por complemente. ninguém mais
trabalhava, só pensavam em transformar todas as coisas em ouro para
trocá-las por roupas e bebidas . de tanto ouro que eles adquiriram
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apenas em quinze dias , a mentalidade do povo feliz já havia se
transformado complemente.
nisso os nossos heróis dormiram cinco dias seguido. quando
acordaram lembraram de chamar o deus alaão: e todos a uma só voz
começaram a dizer:- alaão , alaão? nós estamos aqui. venha que
precisamos contar-lhe tudo. e nisso a mesma luz que houvera aparecido
da primeira vez para puai começou a descer do céu era uma luz branca
como a luz do sol e, ao ir tomando a forma humana, desceu junto à pedra.
depois de contar toda a história, dizendo que no final de tudo seus pais
os expulsaram de casa, alaão disse:- não tenha ódio em seus corações
meus filhos. eles hão de pagar bem caro por terem violado uma coisa
que não lhes pertencia. agora eu quero que vocês voltem à tribo e me
tragam o escorpião até aqui. os meninos desceram a tribo e deram um
jeito de tirá-lo de lá e, com muito custo conseguiram levá-lo à montanha:
ao chegarem à montanha o alaão apareceu e mandou que os meninos
colocassem-no em um lugar do bosque até o dia seguinte. voltando os
meninos para junto de seu deus, este começou a dizer:- os homens não
compreenderam a maravilha do nosso reino e eles receberão o castigo
que merecem. os nossos amigos pensaram que os seus pais iam receber
um castigo muito grande , assim como por exemplo; morte ou coisa
semelhante. mas nada disso, alaão não era tão mau assim. apenas ia
tirar lhes todo o ouro e eles teriam que viver como era antes. e assim foi
feito. a um sinal de alaão o escorpião chegou para perto dele e apontou
na direção da aldeia. e alaão disse:- todo o ouro que se encontra
naquela aldeia que se transforme imediatamente em pedra. e tudo que
era ouro havia sido transformado novamente em pedra. todo o povo da
aldeia de puai voltou a trabalhar como fazia antes. as brigas
desapareceram, o ódio deixou de existir entre eles. a paz voltou a reinar
no meio de todos porque não havia mais ouro. e voltando para os
meninos disse: o reino que eu lhes disse que iria construir , será
construído por cada um de vocês dentro do coração de cada um.
enquanto existir uma criança sobre a face da terra , aí estará o meu
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reino, eu estarei presente. por favor meus amigos quando quiserem falar
comigo não é mais preciso vir até o alto desta montanha, eu estarei
brincando com vocês, onde estiverem. por menor que seja o brinquedo
de uma criança eu estarei ali do lado dela amparando-a e orientado no
caminho do bem. obedeçam sempre aos seus pais eles sabem tudo que
há de bom para os seus filhos . e agora prestem atenção ao que eu vou
fazer com este escorpião que transforma pedra em ouro . a um simples
sinal de alaão o escorpião começou a subir em direção ao céu. subiu ,
subiu até sumir de vista e a gente só poder ver umas luzinhas saindo das
patas do escorpião. e assim alaão disse aos meninos:- o escorpião
ficará no céu. de lá ele nunca mais sairá. a partir de hoje g podem
chamá-lo de ‘’’ constelação de escorpião’’’ porque as sua lentes
brilhantes que transformavam pedra em ouro se transformaram em
estrelas.
puai e os meninos , seus amigos, retornaram à tribo e foram
recebidos entre abraços e carinhos. todos estavam completamente
arrependidos do que havia feito e dali por diante viveram felizes para
sempre. só puai e seus amigos ficaram sabendo de uma nova
constelação que aparecera no céu e , de vez em quando, eles ficavam ,
namorando aquelas estrelas que passaram a ser suas melhores amigas.
quando sebastião acabou de contar a história de alaâo os deuses dos meninos já era tarde
da noite. a constelação de escorpião já ia bem longe, e apareciam no horizonte outras
constelações. cada um dos meninos procurou acomodar em suas barracas. quem sabe,?
para talvez sonhar com o deus alaâo e puai.
sebastião enrolou em seu cobertor e deitou ao lado da fogueira perto do rex que ficara
de guarda.
era o fim do primeiro dia da excursão. o silêncio descera sobre o acampamento.
somente a luz dos lampiões e o resto da fogueira ainda davam um sinal de vida. aos
poucos a fogueira foi também morrendo e os lampiões apagaram por falta de azeite, e
a mais densa treva desceu sobre a terra. só lá no firmamento , as luzes das estrelas .
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sebastião não pegou logo no sono ficou pensando sobre o que ainda haveria de
realizar. até o dia que eles subiram à sua caverna encantada. os homens haveriam de
compreender um dia que a felicidade depende, não das coisas valiosas mas sim da
simplicidade da vida.
a felicidade virá um dia para os homens, è só eles procurarem onde ela se encontra.
aqueles setes meninos já dormiam e sonhavam com a felicidade. a madrugada chegara
bem fria. o nevoeiro tomara conta de toda campina onde se achava o acampamento.
não se conseguia ver nada a frente a uma distância de cinco metros, de tão denso era o
nevoeiro . porém , a temperatura não estava muito baixa. o rex procurava enrolar o
focinho para se proteger do frio.
sebastião que já estava acordado percorreria as barracas que eram só duas, e procurou
avivar a fogueira para esquentar do frio. dai a uma hora o sol começaria a despontar
no horizonte. primeiro começou surgir uma mancha branca no oriente, depois esta
mancha foi mudando de cor para o vermelho, ate quando uma ponta do astro rei
começou a surgir. sebastião chamou todos os meninos para ver o sol nascer. cada um
levantou com o cobertor enrolado nas costas e sentou ao lado do fogo. porém todos
calados apenas murmuravam de vez em quando. - ai que frio, mesmo assim diziam
entre os dentes, que mal dava para compreender .
pouco a pouco a névoa foi se dissipando. um clarão de luz já aparecia no céu
longínquo. agora o nevoeiro já se afastara bem de onde se encontravam os nossos
heróis. apenas gotas de orvalho nas folhas mostravam a sua presença. já se avistava a
mata lá embaixo contornando com o pasto. as montanhas da nossa esquerda já eram
banhadas pela luz do sol. enquanto que no vale apenas o reflexo daquilo que
haveriam de descer tão logo, e o astro rei , subisse um pouco na órbita celeste.
todos os meninos que haviam levantado para esquentar ao fogo, já estavam ali
dormindo, deitado de qualquer maneira no chão. rex aproveitava para dormir entre
dois deles, só assim esquentaria o seu focinho.
sebastião fitou o infinito e caminhou um pouco até onde passava o riacho,
contemplando o céu e a natureza.
a cobra cascavel
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o silêncio era terrível, nem mesmo os grilos, nem os insetos vinham espantar aquele
vácuo que descia sobre o vale. apenas o cérebro de sebastião funcionara no meio
daquele turbilhão de seres que, embora vivos, ainda dormiam o sono da inocência.
sebastião contemplou toda a paisagem. a sua frente era o pasto que sumia de vista
fazendo curvas e mais curvas através dos morros. havia uma cerca de arame que
dividia o pasto com a floresta que era imensa e , em cima das folhas verdes observava
as folhas brancas de embaúba. atras era a montanha de monlevade, jazida de ferro a
espera de ser extraída da natureza. e tudo aquilo estava deserto de população. era
preciso muitos anos para ensinar o nosso povo a usar aquela terra imensa;- estava
muito longe ainda o dia em que haveríamos de conhecer toda a verdade à cerca do
nosso passado- murmurava sebastião; - o passado e o futuro nos acompanham como
um fantasma. o que poderemos fazer para que as mentes se despertem? todos esse
meninos que ainda dormem o sono da inocência, como será o futuro deles. qual será
a ilusão com que eles sonham? todos os dias nos vemos diante dos nossos olhos ,
tantos meninos enfileirados . vindo de todos os recanto da pátria a vagar pela estrada
do ideal. mas o dia em que nós adultos, mostrarmos ser seus amigos, e marcharemos
com à sua frente, mostrando a doçura da fraternidade humana, veremos também que
com apenas um pouco de boa vontade e otimismo poderemos endireitar o mundo em
pouco tempo. - até mesmo antes de chegarmos ao século 21. è só termos boa vontade
e compreensão para com o próximo uma palavra para com o desconhecido. um sorriso
para as crianças das estradas. quantas pessoas morrem ao abandono, só por não ter
uma voz amiga que respondesse ao seu sussurro.
quantas pessoas vêem em nossas portas oferecer mercadorias para comprarmos e,
todavia, ninguém é capaz de chegar em nossa casa e dizer: - vamos conversar um
pouco amigo?
a cobra cascavel
assim pensava sebastião, sentado à beira do riacho que cortava incessantemente a
planície. no fundo do rio já resplandecia nas pedras de cristal a luz do sol. no
acampamento os meninos já brincavam e o alarido era grande. agora já estavam todos
alegres sorridentes, enquanto rufino e outros preparavam o café da manhã.
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assim é a comida daqueles que se dispõem à vida rude do acampamento;- café de
rapadura, carne seca com farinha, ou torresmo com farinha. após o repasto do
estômago, todos guardaram o material dentro das mochilas e guardaram-nas dentro
das barracas . combinaram entre eles que não sairiam naquele dia, só no outro dia de
madrugada é que levantariam acampamento. naquele dia faríamos observação pelos
arredores. estudariam a topografia do terreno, a vegetação a fauna e as habitações
caso tivesse. seriam divididos em grupos de três elementos, e três deles ficariam
fazendo o almoço, que por sua vez seria substituído por outro grupo no outro dia.
sebastião saiu com um grupo de três meninos para o mato onde iam caçar comida
para aquele dia, e também aprenderiam com sebastião um meio de sobrevivência na
selva. isto aprenderiam a conhecer o que poderiam comer em caso de necessidade.
assim com frutos animais.
eram oito horas, o sol já queimava a nossa pele e mostrava que naquele dia ia ser mais
quente apesar da cerração que caíra durante a noite. com sebastião a frente, seguindo
por um caminho feito pelo pés dos homens e dos animais , os meninos seguiram
atentos.
a frente, a mata misteriosa com todos os seus desafios , diante de uns quinhentos
metros. a medida que iam andando para a frente, o acampamento ia ficando para traz,
e só se via a sua fumaça que também ia sumindo. o florisvaldo sempre olhava para
traz para ver o que restava do acampamento. de repente na floresta uma coisa
misteriosa no espirito de todos. era a diferença de temperatura, e a diminuição da luz
solar que provocava aquela sensação de calafrio pelo corpo que provocava uma
modificação no espirito de cada um. os meninos estavam bastante alegres, cantavam e
assobiavam quando então sebastião gritou:- cuidado! uma cobra cascavel. todos
correram para traz e sebastião com um pedaço de pau estava à espera da cobra que
estava em rodilha. balançando o seu chocalho. e sebastião aproveitava a ocasião para
explicar: - a cascavel é uma cobra muito mansa. porém sua mordida é super venenosa
que é morte certa.
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os meninos viram pela primeira vez uma cascavel. e sebastião dizia que é uma
tradição matar toda a cobra que aparece pela frente , e com uma só paulada esmagou a
cabeça da cobra.
os meninos ficaram estarrecidos quando a cobra ficou se remexendo
depois de morta e sebastião dizia que era devido ao veneno que a
mesma contem a isto se chama animal peçonhento, o rufino disse que na
terra dele havia muita cascavel e que ele mesmo já tirou muito couro
deste tipo de cobra. e imediatamente pegou o canivete e começou a tirar
o couro. os outros vendo ele fazer isto tomaram coragem e ajudaram a
tirar o couro. até que era um quadro interessante quatro pessoas tirando
o couro de um animal tão pequeno. uns seguravam na cauda onde tem o
chocalho , outro cortava a cabeça colocando-a em um buraco para que
ninguém se envenenasse nos dentes na mesma. rufino tinha um jeito
muito especial para tirar couro de cobra que em 15 minutos já tinha
extraído o mesmo: agora , dizia ele , é só deixar no sol para secar e levá
lo como troféu assim que retornasse para casa:- aquele quadro serviu de
advertência para todos, dizia sebastião, a natureza é implacável com
todos. não perdoa os incautos que brincam com seus segredos, nada
absolutamente nada será perdoada àqueles que diante da natureza queira
desobedecer as suas leis.
durante a caçada , andaram muito e não trouxeram nada, a não ser
um punhado de carrapato. chegando ao acampamento fizeram um,
fogo de labareda bem grande para matar os carrapatos da roupa. os
outros meninos que não tinham saído do acampamento, não quiseram
sair por causa dos carrapatos que os colegas pegaram de manhã cedo.
a tarde colheram algumas ervas silvestres como. barbaço, ‘’ mãe boa’’ e
fizeram um banho de ervas para retirar o veneno dos carrapatos . dentro
de um cercado de lona , para se proteger da corrente de vento iam
passando sabão de dicuada , “sabão feito em casa,” e depois colocava
por cima do corpo o banho com folhas de ervas.
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felizmente todos pararam de se coçar depois do banho e sebastião dizia que esta tinha
sido a primeira prova para aqueles queriam visitar a caverna , depois do jantar
acenderam uma fogueira bem alta e sentaram ao redor: porém não tinha o mesmo
entusiasmo da noite anterior , mesmo assim não deixaram de conversar sobre os
acontecimentos do dia.
cada um tomando chá feito com folhas de ‘’ chapéu de couro’’
adoçado com mel de abelhas , que era melhor do que café : ali sentados
ao redor da fogueira estavam os quinze meninos que um dia , subira à
montanha a procura de uma caverna e ouviram sebastião dizer: -’’ assim
ou pior do que isto será o grande dia em que subiremos à caverna, nós
devemos conhecer quase de tudo antes de começarmos a grande
caminhada. devemos aprender de tudo: matar cobra , fazer comida,
costurar roupa, dar banho no companheiro mordido por carrapato’’
quando sebastião falou em mordida de carrapato foi motivo de riso para
todos, principalmente o viking que mais sofreu com o carrapato. foi
preciso ficar nu e os companheiros tirando os carrapatos do corpo.
também pudera longe da civilização não era motivo de vergonha ficar nu.
aquela risada de todos fez com que sono despertasse um pouco, sono
este que quase se aproximava sim ! falou o elmo, até que o viking
estava muito engraçado correndo sem roupa pelo campo afora; parecia
até um indiozinho. nesta hora o viking ficou corado de vergonha ,
achando ruim da brincadeira:- olha só, já começaram a fazer zombaria
comigo, somente porque eu sou pequeno. mas vocês vão ver . eu vou
crescer , e ficar grande, e assim subirei lá nas montanhas mais altas do
mundo, subirei muitas vezes.
:- mesmo pequeno assim como era o viking, um menino de sete anos,
qual ainda nem estava freqüentando a escola primaria, iria também subir a
montanha à procura da caverna encantada. ele, como os seus
companheiros, meninos como eram, subiram , um dia, o maior monte
sagrado do mundo , no qual encontrariam o que de mais misterioso
existe. os meninos que habitarem o mundo no ano de 3000, também
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procurarão a sua caverna encantada, onde verão o seu mundo
encantado. alo meninos do brasil do ano de 2500 ou 3000 ? como está o
mundo neste ano? já encartaram a caverna encantada falada por mim
há muitos anos? se ainda não encontraram, é preciso procurá-la, vejam
ela está além daquela serra que vocês vêem todos os dias antes do
nascer do sol. corra até lá e vocês a encontrarão. assim ia sebastião
pensando, e continuava:- hoje milhares de anos que existe a civilização,
e nós estamos aqui no acampamento onde aprendemos como devem
fazer para procurar a caverna. . os homens acham que conquistando o
espaço terão encontrado o caminho alternativo para sobrevivência da
espécie humana: puro engano. o verdadeiro caminho esta na direção
oposta do espaço. é preciso descer antes de subir. em toda subida
precede uma descida; ai então sim, a subida será triunfal e gloriosa.
sim, meninos de todos as épocas procurem um lugar encantado onde possam morar ou
brincar sem que os adultos venham importunar-lhes os seus sonhos de fantasia.
:- o pior de tudo, continuava pensando sebastião, é que eles nunca encontrarão o reino
encantado neste mundo de terceira dimensão, ou melhor, para eles encontrarem aquilo
que buscam, terão que procurar a vida inteira, desde pequena, pela juventude, pela
vida afora, sempre procurando através dos montes, atras das flores. junto das
cachoeiras, nas florestas escuras e sombrias, no himalaia, nas profundezas do oceano,
em cima das arvores dentro dos ninhos dos passarinhos, nos dias de chuvas , nas noite
de lua clara, enfim teria o homem que procura-lo por todos os recantos da terra.
também , por que não dizer dentro de si mesmo, na palavra amiga, na felicidade e em
tudo aquilo que representasse o amor?? o dia em que todos os homens da terra
procurassem a felicidade onde ela realmente se encontra, o mundo tornaria um
paraíso. mas enquanto não a encontramos. teremos que procura-lo sempre. será,
talvez esta, a única maneira que nos conduzira realmente a felicidade .
a palestra continuava animada no acampamento,aquele riso fez com que todo mundo
ficasse alegre e logo deu vontade de cantar. e àquela hora da noite já cantavam e
dançavam a ‘’ dança do touro’’ a dança do touro é uma dança africana na qual todos
dançam em pé , formando um grande círculo tendo no centro um elemento um pouco
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maior , que com uma lança vai imitando a captura de um leão, gesticulando como se a
fera estivesse escondida na sua toca, e ao mesmo tempo cantando em língua africana:
en goiamá, en goiamá, envô bô, e os que fazem parte do círculo, vão andando a passos
lentos, ora virando à direita e ora à esquerda e vão respondendo: abo, yabo envo bo. os
meninos se vestiam para esta dança de capim nas pernas, na cintura e na cabeça. e
assim iam os garotos cantando até já quase 11 horas da noite, quando caíram sentados
já cansados de tanto dançar.
enquanto as estrelas cada vez mais brilhavam no céu, mais a fogueira ardia no
acampamento naquele sertão deserto . e mais a nossa alegria se expandia no
recôndito íntimo do nosso ser.
era interessante ver como todos aqueles meninos se manifestavam da maneira mais
estranha que pudesse parecer aos nosso olhos. cada um procurava dançar a seu modo
como muito bem quisesse. pois eles muito bem sabiam que ninguém se incomodaria
da sua atitude. uns dançavam caindo com as duas mãos no chão como um ritual
diabólico. outros colocavam a mão no chão e suspendiam os pés para cima como que
‘’ plantando bananeira’ e caminhavam com as mãos no chão . é tudo isto fazendo
um alarido tremendo com os cantos que iam cantando abo yabo en vo bo.
quantos dos que ali estavam não procuravam libertar-se de todo recalque que os
inibiam, fazendo com que cada um se manifestasse a sua própria alma?? aquilo que é
de ruim e está em nosso coração deve sair para melhorar o nosso ser. aquele que tem
só a maldade dentro de si, deve parar um pouco e refletir que tudo isto , mais tarde
ou mais cedo, só serviria para infernizar-lhe a vida. e então será tarde demais para
queixar-se. enquanto que aqueles possuidores de bondade no coração deverão refletir a
sua bondade através dos olhos para fazer a felicidade dos homens.
todas as criaturas do mundo devia ser assim:- procurar estirpar o que haveria de ruim
e inibido no íntimo do seu ser , nas profundezas do seu espírito não haveria mais
mentiras, nem deprimidos, obsessivos compulsivos e o mundo seria mais feliz.
mas como não fomos nós que fizemos o mundo. e nem tão pouco seremos nós que
vamos consertar, o melhor é nós fazermos a nossa parte para contribuir à felicidade da
humanidade ‘’ consertando ‘’ a nós mesmo.
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assim ia pensando sebastião enquanto que os meninos iam parando de cantar e
dançar esperando que seu melhor amigo fosse contar a história daquela noite.
fazendo de conta que não estava sabendo o que queriam, perguntou-lhes de uma
maneira que não soubesse da resposta positiva: - ‘’ vocês querem que eu conte hoje
uma outra historia para vocês’’?? e a resposta foi dita que se como ele já esperava.
a montanha da china
sebastião até aquele momento não tinha pensado em nenhuma história , nem sabia
qual ele deveria narrar àquela noite , e começou a olhar para as estrelas como que
procurando lembrar de algumas ou fazendo preambulo como era sempre o seu
natural. num segundo o seu pensamento foi no infinito e voltou: a bem da verdade é
que a sua cabeça estava complemente vazia, mas havia uma coisa mais misteriosa. à
frente - ‘’ não podia deixar aqueles meninos desiludidos de algo que eles tanto
gostavam. depois de passar a mão na testa e dar um suspiro bem fundo , começou a
dizer:
a montanha da china
existiu , há muitos anos passados, lá na velha china uma família de camponês que
tinha muitos filhos. o chefe da família chamava-se cho-chi-min. e sua bela esposa lin
tin sin- residiam ao sopé de uma montanha das tantas que existem naquele país cho
chi min com seus doze filho passavam o dia inteiro na lavragem do campo para o
plantio do arroz, muito cultivado naquela região. o trabalhai era feito desde a hora que
o sol se punha do lado de fora até quando os pássaros procuravam os seus ninhos ao
cair da tarde. viviam muito felizes pois a terra era generosa e seus frutos matavam a
fome de qualquer ente humano que por ali passasse todos os dias após o término do
trabalho, reuniam todos ao redor da fogueira e iam cantando e cantando a história da
formação do mundo.
todos as vezes que se realizava as festas das lanternas , lin tin sin contava a seus filhos
a história da moça que pedia que seu pai trouxesse para ela um pedaço de pedra da
antiga muralha da china. estranho pedido daquela moça. que faria ela com um pedaço
de pedra? e a tragédia sucedida com o pai de outra moça ao chegar perto da muralha
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se transformara em pássaro. era outra história da moça que também pediu ao seu pai
um pedaço de pedra da muralha
tudo aquilo fascinava os seus filhos e filhas como se fosse uma coisa misteriosa a
atrair todo mundo.
o pai sempre dizia a seus filhos que um dia ele desmancharia a montanha da sua região
para poder melhor comunicar-se com os outros povos que habitavam o outro lado.
durante um dia do mês ele e seus filhos se dedicava a subir a montanha, onde com
uma pá picareta e enxada, começava, a cavar o morro, só voltando dali quando o sol
já tinha entrado e desciam o caminho já na escuridão sem ter medo de coisa alguma
que aparecesse. todos os seus vizinhos diziam que ele estava doido em querer fazer
uma coisa que até hoje ninguém tinha tentado. mas cho chi min não desanimava, e ,
sempre partia com seus filhos para cumprir a missão de desmanchar a montanha.
certa vez , quando os nosso heróis estavam cavando a montanha,
que um dia daria passagem aos povos dos dois lados apareceu-lhes uma
pessoa esquisita, estranha com aspecto de gente de outras terras, e
quando viu que estavam cavando o morro perguntou qual era o objetivo
de tal ação. ao que lhe foi respondido - ‘’ ah senhor , isto é uma história
muito grande, seria preciso explicar-lhe a vida inteira para o sr entender:
ao que o visitante respondeu:- ‘’ pode começar a explicar pois eu não
tenho pressa’’ ‘’ tenho a vida inteira para isto’’ cho chi min sim , tinha
falado assim só para ver se o homem fosse embora e deixasse ele
trabalhar em paz. mas como viu que o homem não foi embora , yo chi
min e seus filhos sentaram no chão , o visitante também sentou
enquanto escutava as palavras doces do camponês que ia descrevendo
as maravilhas que um dia o povo do outro lado da montanha, pudesse
transitar livremente sem ter que subir e descer, com a retirada com a
retirada do mesmo. ele falava como se aquilo fosse um sonho e que um
dia tudo seria realizado. como nas festas das lanternas. os seus filhos
também acreditavam fielmente no que seu pai dizia. realmente era
assombroso desviar aquela montanha do caminho de dois povos , o bom
moço ouviu toda a história e quando lembrou de descer a serra, já era
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bem tarde da noite. porém antes de despedir um do outro falou o
visitante:- ‘’ esta idéia é muito boa, porém, talvez nem daqui a mil anos
com todos os habitantes da china, trabalhando noite e dia, conseguirão
fazer este trabalho, yo chi min respondeu - “ não importa, trabalharemos
o tempo inteiro durante toda nossa vida e um dia veremos nosso trabalho
realizado.
yo chi min, não sabia que aquele homem era uma espécie de
lendária que habitava há muitos anos nas grandes montanhas da china. e
o moço disse :- ‘ ’eu sou o rei das montanhas deste país ‘’ ao ouvir isto
yo e seus filhos ficaram atônitos e sem dizer nada, como que paralisado.
vivo escondido no meio de todas as serras que vocês vêem na china. eu
me chamo meu nome não pode ser pronunciado e tenho o poder de fazer
este trabalho num abrir e fechar de olhos . ao ouvir aquilo o camponês e
seus filhos ficaram muito contentes pois agora o seu sonho podia
tornar-se realidade sem que ele dormisse para sonhos. “” se quiserem
posso fazer isto em um dia marcado para vocês’’’’ . falou o bom moço. a
única coisa que eu exijo é o segredo: que ninguém saiba como isto
aconteceu. o bom moço despediu de todos eles e imediatamente
desapareceu entre as folhas do mato.
naquela noite quando o camponês reuniu-se diante do fogo , como
de costume contou para sua esposa e os outros filhos o acontecido
daquela tarde . todos ficaram contente, pois enfim seria realizado o sonho
e dentro de um sonho de verdade. naquela noite ficaram conversando
até mais tarde. quando foram dormir só pensavam no dia seguinte em
encontrar o rei das montanhas transportar o monte pare bem longe dali,
talvez jogá-lo no mar.
naquela noite todos da casa sonharam. e por mais interessante é que sonharam todos a
mesma coisa. e com que sonharam, sonharam com o rei das montanhas que estavam
em toda a família de yo chi min à margem do rio yang -tse e do outro se encontrava o
rei das montanhas todos caíram com a cabeça no chão ao vê-lo na outra margem. já
começava a clarear o dia, porém as primeiras luzes do sol ainda não tinham aparecido.
assim que o sol aparecesse no horizonte,... transportaria o monte para o meio do mar.
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todos esperavam com ansiedade o grande momento. toda hora os seus filho menores
olhavam para traz vendo se o astro rei já aparecia. era uma ansiedade tremenda.
parecia até que naquele dia não teríamos sol. aqueles poucos segundos passaram
passou-se como se fosse uma eternidade. cada vez mais o clarão do dia aumentava
estava quase na hora da grande revelação.
de repente uma luz muito clara e muito intensa caiu sobre todos os presentes. era a
força poderosa... que ia manifestar . durante poucos segundos ninguém conseguiu ver
nada porque a luz impedia,... que estava ajoelhado diante da montanha fez um sinal e
aos poucos toda a montanha foi se levantando devagarinho, depois tomou a direção do
mar, onde ninguém mais a viu. nisso cho chi min e toda a sua família abriram os
olhos e não mais viram diante deles o rei das montanhas, assim também não mais
viram diante de si a grande montanha que eles teriam tanto trabalho para
desmanchar, no seu lugar já se podia ver perfeitamente do outro lado. ali transformou
como se fosse uma planície muito grande. todos encheram de contentamento pois a
idéia de yo chi min de unir duas aldeias tinha sido realizada como um sonho de fada.
agora era preciso todos ir avisando todo muno que a passagem já estava aberta e
tornava-se mais do que nunca vivermos bem unidos para construir uma pátria melhor.
assim fizeram. todo o povo da china ficou sabendo da passagem aberta para montanha
onde se encontravam cho chi min e sua família. ali onde a planície apareceu, fizeram
uma imensa plantação de arroz, arroz este que nascia na metade do tempo que era
preciso em outras épocas no pé da montanha. também para aquele lugar começou a
parecer uma porção de gente de todos os lugares da china.
cho chi min e seus filhos nunca disseram a ninguém segundo a promessa feita ao........
rei das montanhas.
quando todos acordaram contaram com o que haviam sonhado ; e como tinham
sonhado a mesma coisa, desconfiaram de que tinha sido verdade aquele sonho. então
sairiam todos correndo para ver onde se encontrava a montanha. e chegando lá não
mais virão, e no seu lugar , e no seu lugar apenas se encontrava uma planície muito
grande. o ... havia cumprido o que prometera, tirara a serra do lugar e deixou apenas a
planície.
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agora, falou cho chi min, é preciso fazer como apareceu no nosso sonho,.
avisaremos todo o povo da china sabre a passagem aberta. depois, então
plantaremos arroz em toda a planície.
a partir daquele dia passaram a vir camponeses de todos os recantos do país para ver a
grande passagem aberta no lugar da montanha. todos vinham trabalhar ali na planície
sagrada como já diziam o povo.
durante muitos anos plantaram aquela planície de arroz e de trigo.
todo o povo da china vivia nos tempos passados. toda época das festas
das lanternas eles dançavam e cantavam agradecendo aos deuses por
feito àquela bondade para eles.
mas, junto à felicidade também apareceu a preguiça o ódio a inveja
entre eles e tudo de ruim que pode impedir o homem de progredir na
vida. não mais respeitavam às leis dos pais. muitos não mais queriam
trabalhar e só viviam jogando e roubando dos outros . como aquela região
progrediu muito também atraiu grandes mercadores que viviam só do
comércio. o povo que era feliz antes por ter que lutar com mais força
para sustentar a família, viu agora que a riqueza não trazia felicidade para
ninguém. a nostalgia e o tédio ia tomando conta de todo mundo. não
mais se trabalhavam. trabalhar para que? se tudo que plantamos nasce
tão bem , que só temos o trabalho de colher? assim já estava o povo
nesta situação.
cho chi min que já se encontrava bem velho e seus filhos todos crescidos viu que tudo
aquilo tinha sido prejudicial para o povo., pois, não tendo que lutar para ganhar a vida,
também perdeu entre eles o amor e a coragem. era preciso fazer alguma coisa para
que aquela situação não mais continuasse.
cho chi min ficava o tempo todo pensando o que deveria fazer para acabar com
aquela situação um dia sonhou novamente com o rei das montanhas e este lhe disse
que estava muito triste pois o povo não era mais aquele povo que antes trabalhava
para ganhar a vida, agora só vivia na orgia e se esqueciam das coisas sagradas sempre
aconselhadas pelos deuses. estou muito triste com o que o povo disse..... então cho chi
min perguntou se podia fazer alguma coisa para fazer o povo voltar como era dante.
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sim : poder pode, mas é preciso fazer muita coisa, antes disso ele acordou , e
imediatamente chamou o seu filho mais velho e contou-lhe do acontecido.
vamos imediatamente procurar o.... e falaremos com ele. assim fizeram no dia seguinte
sairiam à procura. e no alto de uma outra grande montanha pediu ao rei que
aparecesse pois havia grande necessidade de falar com ele. inesperadamente apareceu
por dentre as moitas de capim bem atras dos dois que o procurava .: - vocês estão me
procurando? perguntou... aos dois que ainda não o tinham visto. quando ouviram a voz
levaram um susto e viraram para ver quem falava. ah sim , nós o procuramos para...-
não é preciso dizer eu já sei de tudo. fui eu que estive no sonho com você ontem a
noite. cho cho min contou que estava muito triste e queria se fosse possível fazer
novamente a montanha voltar novamente para o mesmo lugar: claro que sim
respondeu... é o que eu vou fazer no dia de amanhã. desçam para aldeia e não digam
nada para ninguém.
no dia seguinte bem de manhã, apareceu no céu um aviso muito grande que dizia
assim “ atenção , atenção todo o povo da china venham todos e v vejam o que vai
aparecer hoje no mar saiam todos de casa e venham até a praia’’. todo mundo correu
até a praia e viu uma ponta de serra aparecendo como se fosse uma ilha aos poucos foi
crescendo até ficar tão grande como a montanha que dividia as duas aldeias e . sairá
há tantos anos passados . ela foi subindo até sumir no infinito, depois desceu e ficou
no mesmo lugar onde havia ficado e o tempo voltou ao passado como e nada tivesse
acontecido, apenas yo chi min e seus filhos sabiam o que tinha acontecido. todos eles
voltaram a serem pequenos como eram dante -s. tudo para eles tinha passado como um
pesadelo. a região voltou ao que era entes, yo chi min com seus filhos pequenos
voltaram novamente a trabalhar na roça, cultivando o campo e a tarde voltavam
novamente para cortar a montanha onde um dia devia dar passagem entre os dois
povos.
mas desta vez eles não aceitariam mais nenhum milagre queriam fazer tudo com seu
esforço. assim passaram muitos anos, yo chi min morreu e seus filhos já crescidos
continuavam a cortar a montanha.
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passaram centenas e centenas de anos todo o povo daquela região viveu feliz porque
estava trabalhando para que um dia fossem muito felizes. e até hoje não terminaram de
cortar a montanha.
e o povo da china vive feliz até hoje, por que ainda não conseguiram abrir a
passagem . mas o dia que conseguirem serão felizes pois fizeram com o próprio
esforço.
depois de contar aquela história sebastião disse para os meninos que cada dia que êles
passassem em um acampamento era mais uma lembrança que teria em toda sua vida.
naquele momento os meninos já estavam tão cansado de cantar e de dançar e, agora,
depois de ouvir aquela linda história do sebastião, só pensava em deitar e dormir de tão
cansado que estavam. nem sequer comentaram coisa alguma a mais e foram cada um
deitar em suas barracas. sebastião,por sua vez, ficou acordado ao redor da fogueira.
naquela noite ele não foi repousar na sua barraca. ficou sentado apreciando as estrelas
que lá ia andando no céu. ele ficava várias horas namorando as estrela como que
ouvindo alguma coisa que parecia que elas queriam lhe dizer.e sebastião cismava: “será
que eu acredito nas histórias que conto para os meninos?” como foi que esta história
veio surgir de mim se eu nunca me lembro de sabe-la antes?quando quase tods as
constelações conhecidas já tinham desaparecido do céu,sebastião caiu por fim vencido
pelo sono e dormiu mesmo ali à beira da fogueira que já tinha se extinguido.e, no sono,
sonhou que estava em itabira juntamente com um velho amigo que não via hà muito
tempo..e passaram a visitar os pontos principais da cidade e
era natural que servisse de cicerone para o amigo. como o amigo também era
professor de história em outra cidade, ficou muito amigo dos meninos a ponto de o pai
do lobato mandou que o seu motorista levasse os dois para visitar a cidade. só que
sebastião não gostava de andar de carro. então às vezes, mandava o carro embora para
buscar só na hora de ir para casa quando ele então solicitava de novo o carro.
naquele dia sebastião ele não quiz esperar o carro que os levariam para casa. resolveu
descer mesmo a pé a rua santana, uma das ruas mais velhas de itabira com suas casas
relambrando o tempo coloniall, onde houve um passado de glória.
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os dois desciam lentamente a ladeira sempre conversando sobre os mais variados
assunttos. sebastião, muito solicito, ia mostrando ao amigo as novidades que iam
aparecendo. uma casa antiga com seus portais góticos, outra casa de moradia com as
portas grandes e forte as que mais pareciam igrejas. a metade da rua ainda é calçada
com pedras de minério de ferro. quando passaram em frente ao colégio das írmãs
´como era assim chamado. sebastião disse:-este é o colégio da irmandade de n.s.das
dores. esta irmandade chegou a itabira a cerca de cem anos. desde então tem
progredido muito e é um internato só para moças. veja todos estes prédios, foram
construidos por elas.os dois fora,m conversando até subir o morro da prefeitura onde
avistaram um chafariz de ferro maciço antigo encostado na parede de fora e em
desuso hà muito tempo.aquela peça histórica tinha sido fundido em itabira hà muitos
anos e servia ao povo da rua santana onde quase todas as pessoas apanhavam água em
lata de querosene para usar em suas casas.hoje esta peça se encontra no mais completo
abandono e na solidão servindo apenas de pouso para os passarinhos que lá tranzitam.
quando sebastião já se encontrava mais ou menos na parte dos fundos do prédio da
prefeitura,treis meninos. sendo que um deles estava sentado e vertia lágrimas dos
olhos,enquanto que os outros dois tentavam consolá-lo indagando a causa do choro.as
lágrimas que rolava da da face desciam até cair nas pernas e umedeciam a terra. em
sua mão o menino segurava um embrulho.sebastião, ao comtemplar um quadro como
aquele,lembrou da sua infância longínqua e tristonha,quando ele chorava à margem de
um rio tranquilo procurando uma nova vida que o coração dizia existir. mas para ele
era só sombra, fome e miséria. ninguém absolutamente ninguém voltava os olhos para
aquela criança que chorava. naquela época sebastião sonhava com um mundo melhor. e
hoje passado tantos anos o problema continua insoluvel. ou talvez até aumentando
como uma bola de neve
porque chora este menino?qual a força profunda que faz com que as pessoas choram?
estas e outras interrogações passava pela sua cabeça. se fosse preciso destruir o mundo
para que esta criança não chorasse, eu o destruiria.todos nós nascemos para sermos
felizes, mas se assim não pode ser é preciso destruir esta estrutura do homem. tirar
esta pedra bruta , lascada que vive dentro de nós desmanchar algo de velho e errado
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que carregamos na nossa genética. um mundo novo onde não haja sombra de dúvidas
para os pequeninos. então construiremos dentro de nós mundo novo, uma nova patria.
o verdadeiro objetivo de sebastião não era fazer nenhuma revolução como muitos
pensavam, antes pelo contrário, sua intenção era justamente colocar todos os meninos
no caminho do bem, da salvação da alma e do espírito. pois o espírito ainda está acima
da matéria. todavia o tom misterioso que ele apresentava em suas prática, fazia parte
das manifestações remotas enraizadas em seu espírito desde a sua infância. -:-” levarei
centenas deles até o vale do paraíba,onde , então ,retiraremos do fundo do rio a
imagem de n.s.aparecida que ali dorme a espera dos seus filhos. antes porém é preciso
pensar no meio de subsistência de toda esta gente durante a viagem.é preciso também
ensinar a todos a ficar no silêncio e na solidão. quando eu me refiro silêncio e solidão
não é ficar sem falar com ninguém. não. não é isto. aconselhamos as pessoas a não se
identificar com os acontecimentos em torno de si. assim esta não identificação com as
manifestações de outros pensamentos, isto sim , é o verdadeiro silêncio.a meditação
pode até curar doença do corpo físico, como coração cérebro, pulmão e
intestino.enfim todo corpo somático se beneficia com as delícias do silêncio.o recanto
sombrio do bosque, o ar puro da montanha faz com que recuperemos o desequilíbrio
do nosso corpo físico.o apreciar do nascer do sol traz um bálsamo para o nosso seio
infelizmente o homem moderno esqueceu completamente do benfazejo de uma tarde de
primavera debaixo dosa eucalíptos. o dia que o homem parar um pouco para pensar e
dedicar um pouco para pensar no seu mundo interior, ele terá a paz tão procurada e
nunca encontrada porque ele só a ´procura onde ela nao se encontra. quando eu digo,
mãe natureza, não é preciso ser eremita no alto da montanha ou comer tâmaras no
deserto não! não é preciso tudo isto. a vida moderna impede que o homem seja
simples. mas ele pode fazer um esforço interno para ser o mais simples possivel.basta
apreciar, mesmo de demtro da sua casa um céu estrelado..ou um dia de sol quente com
um céu sem nuvens quem não pode sair de casa apreciando a natureza, que aprecie uma
rosa do seu jardim. o importante é a paz do homem sobre a terra. è ele saber enfrentar
todos os problemas que surge pela frente antes de tudo, problemas interno que devem
ser resolvido internamente. ao deitarmos à noite façamos uma reflexão sobre tudo que
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aconteceu com a gente durante o dia . e logo ao levantar tenhamos força para fazer
com que tudo corra bem durante o dia.
as eternas creaçãoes da alma e do espírito so são posiveis no silêncio e na solidão. o
barulho é a ordem da turba que acompanha os desorientados em direção ao abismo. o
silêncio é a voz mansa que dirige os homens. os loucos, os depravados os sexuais, e os
malvados, foram vítimas da algazarra e do barulho.
o silêncio e a solidão e todas as outras virtudes do homem são as alavancas que
movem as montanhas do espírito.
sebastião acordou assustado com aquele sonho esquisito que ele teve mas depois se
acalmou. as estrela já iam todas sumindo no céu, dando lugar as luzes vermelhas do sol
nascente. começava se mais um dia de atividade de acampamento.
naquele dia os meninos desenvolveram as suas atividades interrompidas , a toda hora,
por um banho no riacho que corria logo ali perto. depois da última refeição
prepararam para mais uma noite de sonhos com as história de sebastião
Sebastião acordou assustado com aquele sonho esquisito que ele teve
mas depois se acalmou. As estrela já iam todas sumindo no Céu, dando lugar as
luzes vermelhas do \sol nascente. Começava se mais um dia de atividade de
acampamento.
Naquele dia os meninos desenvolveram as suas atividades
interrompidas , a toda hora, por um banho no riacho que corria logo ali perto.
Depois da última refeição prepararam para mais uma noite de sonhos com as
história de Sebastião
Era já tarde da noite , todos os meninos estavam sentados em torno da
fogueira que ainda crepitavam alguns galhos de candeia que estavam meio
verde. todos aguardaram a história que Sebastião deveria contar aquela noite.
Mas ele estava demorando a começar. Os meninos sentiam que alguma coisa
diferente estava acontecendo. Quando então o Sebastião começou a dizer:- ‘’
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hoje vamos fazer uma viagem’’ E todo mundo começou a exclamar : - ‘’ Mas
como? fazer uma viagem a uma hora desta da noite? E Sebastião começou a
explicar : - ‘’ A nossa viagem é ao interior de uma semente’’ A exclamação foi
ainda bem maior e todos estavam atônitos por não entender o que era aquilo.
Mas ao mesmo tempo estavam confiante por que o Sebastião sempre sabia
das coisas. E para ele nada era impossível. Depois que os ânimos se
acalmaram. Todos se colocaram mais a vontade com os cobertores nas costas,
e se juntaram mais por causa do frio . E então o Sebastião começou a dizer : A
viagem ao interior de uma semente que eu me referi trata-se de uma
aprendizagem que vocês vão entrar em contato e que servirão para toda vida.
qual a melhor semente para a gente viajar dentro dela? Perguntou ele ¨. Cada
um sugeriu uma semente mais ou menos conhecida. Falou-se em jabuticaba pé
de laranja , não é pé de laranja dizia outro é semente de laranja. E assim
ficaram discutindo cada qual sobre que semente eles iriam viajar para dentro.
E o Sebastião começou a falar que toda a planta tem vida, tem alma, sofre ,
chora , fica alegre e morre. E a alma da planta nos chamamos de sementinha
cada árvore tem seu sementinha que pode se manifestar para nós de diversas
formas :- Pode ser uma sementinha de trinta centímetros, pode ser de cor de
rosa, cor de violeta.
Todos estavam assim, como que, hipnotizado com as palavras do Sebastião.
De repente as coisa começaram a rodar em torno deles como que uma grande
ventania. E rodaram, rodaram até cairem em sono profundo. E, muito depois,
foram acordando devagarinho como que azoinado. E viram uma figura de uma
pessoa que estava parada no a mais ou menos um metro do chão. Não estavam
entendendo nada . Só daí a uns minutos, notaram que era o Sebastião.
E Sebastião começou a dizer: - Lembram que u falei com voces que eiam
traze-loa ä terra do jatobá?
Pois aqui nós estamos. Vejam o templo. Mas os meninos não viram nada . E
Sebastião mostrou lhes uma arvore de JatobÁ mais ou menos de 21 metros de
altura e, no trnco havia uma passagem que mal dava para uma pessoa adulta
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passar. Sebastião disse que nós iamos entrar ali, e ele mesmo se abaixou e
conseguiu passar pela passagem apertada . E todos os meninos seguiram –no e
ao chegar lá dentro era um templo enorme de mais de 50 metros de altura ,
grande e largo
Todo, parecia de pedras preciosas. Da Abóbada e no centro do templo uma
gigantesca arvore de jatobá de quinze metros de altura carregada de frutas
maduras no ponto de comer. No alto da Abóbada do templo havia um cristal
muito grande por onde fluía a luz do sol e se desdobrava no mais lindo arco-íris
já conhecido mundo. Inclusive as cores do arco -íris quando batiam em uma
criatura sementinha resplandecia com muito mais intensidade.
Quando os meninos viram tudo aquilo ficaram pasmados. Nunca tinha visto
coisa igual. Era de uma beleza inigualável. Pediram licença aos sementinhas
para subir na arvore para pegar jatobá ; era jatobá da mais linda espécie e de
um gosto diferente daquele que estávamos acostumados aqui no mundo físico..
subiram na arvore encheram as mochilas com frutas, e naquele momento as
criaturas sementinhas ficavam no mais silêncio absoluto. Então quando os
meninos desceram da árvore notaram que as criaturas totalmente paralisadas.
observando que o sementinha daquela planta estava chegando. Porque os
meninos já sabiam que cada planta tem um sementinha e , quando chegou o
sementinha da arvore do jatobá, puderam ver que se tratava de um criatura em
forma de menina , de sessenta centímetros de altura e tinha um vestido rodado
abaixo do joelho, vestido de cor branca. e ela estava muito contente por ter
recebido a visita em seu templo de meninos da terra humana e o sementinha do
jatobá disse para os meninos em forma de transmissão de pensamento:-’’
Todos as vezes que vocês quiserem, podem vir aqui visitar o templo do jatobá.
Se não puderem vir até aqui na terra do jatobá , vão até perto de um pé de
jatobá, com muita educação, silêncio, e rogue pela minha presença e eu
aparecerei : Para poder ajudar vocês no que quiserem continuou falando o
sementinha do jatobá : - ‘’ Agora venham todos para o meio do salão que vamos
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ouvir música cantada pelo futuro sementinhas que vão proteger as arvores
no mundo da terra.
E todos se sentaram no chão e começaram a olhar para as paredes do
templo, que estava todo iluminado pela luz do arco íris e a luz era refletida nas
folhas que estavam em toda amplidão do templo. Então apareceu na parte
superior do templo uma ‘massa’ de luz que seriam os futuros sementinhas da
terra;; E eles começaram a tocar uma música totalmente desconhecida para
eles, salvo alguns meninos e o cachorro Rex que já tinham um pequena
lembrança de música semelhante aquela que estavam chegando as suas
mentes através da telepatia dos sementinhas. Parecia alguma música de
Mozart , alguma coisa da flauta mágica. Terminando a apresentação, todos
agradeceram pelos jatobás e pela música que foi apresentada. Puderam ver
também toda a evolução de uma árvore , como nasce a semente, como é a
busca da seiva através da coifa que é um ponta da raiz que recebe a seiva e
toda a nutrição da arvore. E viram também impregnadas nas paredes do templo
como uma planta morre. Pois elas todas tem o seu ciclo de vida que é desde o
nascimento até a morte. Ou seja, até o momento em que as arvores ficam
secas e só servem para fazer lenha para fogueira . E mesmo assim elas , as
madeiras, não ficam sozinhas , tem sempre uma sementinha
ao seu lado. Até mesmo quando estão queimando no fogo, tem os
sementinhas do fogo que pode se apresentar para nós em forma de
salamandra ou seja, uma pequena lagartixa .
Depois de ver tudo dentro do templo os sementinhas ficaram a disposição
para alguma pergunta que os meninos quisessem fazer: E todos se
manifestaram o desejo de aprender os palavras que chamavam os sementinhas
para perto dele e foi ,lhes dito que isto só será possível quando eles voltassem
para o mundo físico e fizessem um trabalho interno sobre as suas condutas. Ou
melhor a partir do dia que vocês tiverem a coragem de olhar para o seu interior,
e descobrisse todos os seus defeitos e pedisse ao deus interno que destruísse
aquele defeito, vocês conheceriam tudo a respeito dos palavras e a respeito de
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tudo da vida e da morte . E o sementinha do jatobá disse alguma coisa já quase
na hora que eles estava saindo do templo. Parecia mais um enigma do que
mesmo um ensinamento: - Ele disse :- ‘’ Procurem a roda Shimon’’ e disse os
palavras aaalaaaonnnnn eennnn e depois não disse mais nada. Todos saíram
de dentro de templo e , assim que passara o portal principal e olharam para traz
o templo estava do mesmo tamanho que antes; cerca de sessenta centímetros
de altura. E todos notaram para onde estava Sebastião, que permanecia imóvel
e quieto no mesmo lugar onde havia chegado.. Também foi chegando os outros
grupos de meninos que haviam saído para conhecer os templos das arvores ...
cada um deles contava para o outro experiência vivida. junto com os sementinhas
no reconhecimento da região, e então Sebastião lhes perguntou:- ‘’ Então
conheceram o interior da semente de jatobá?? que tanto queriam conhecer?? E
continuou a dizer através dos pensamentos ‘’ - tudo que vocês viram aqui na
quarta dimensão é o que existe de mais real. É pena que vocês ainda não
tenham entendimento para compreender muita coisa que foi ensinado no dia
de hoje. Só muito mais tarde quando vocês fizerem um trabalho interno de
auto observação é que compreenderão que eu estou dizendo antes porém,
gostaria que vocês olhassem ao redor. Observassem tudo nos mínimos detalhes
Esta pequena viagem que nós fizemos é apenas uma amostra daquilo que
podemos ensinar a vocês.
--Depois que todos já tinham observado tudo, até a imobilidade da água no
riacho, a névoa que ficava ofuscando as suas vistas, já estava menos densa e
eles podiam ver um pouco mais longe. Conseguiram ver todos os templos de
todas as plantas e de todos os animais existente na terra do homem. Já
conseguiam conversar com os animais através do pensamento . Falavam com
as cobras, com os cachorros , e então nesta hora, Rex ficou reclamando das
vezes que ele latia e ninguém entendia o que ele falava. Descobriram que a
cobra só ataca pessoas ou não dependendo do coração das pessoas. - E
Sebastião disse: -’’ esta na hora de voltarmos para a casa, e os meninos de
todas as épocas gostariam de visitar a quarta dimensão que vocês visitaram .
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Só tem um pequeno problema que vocês não deram em conta. Falou Sebastião:
Todos ficaram atentos ao que ele ia dizer. Até Rex parou de se coçar e ficou
atento com o focinho entre as pernas numa postura de ‘’pessoa’’ educada. E
Sebastião continuou falando : - ‘’ tem apenas pouco tempo que nós chegamos
aqui, e vejam vocês quanta coisa nós já aprendemos, e no entanto lá no mundo
físico, isto é, do local de onde nós viemos já se passam mais de 200 anos. Lá na
terra de nossas famílias já estão no ano de 2184, pois ao entrarmos aqui na
quarta dimensão, nós entramos numa fenda do tempo e ficamos presos a esta
fenda. Portanto não podemos ter pressa de irmos embora. Então os meninos
não ficaram preocupados porque não estavam entendendo aquilo que
Sebastião estava falando . Porém como Sebastião sabia o que se passava nos
corações dos meninos,, continuou dizendo:- ‘’ Aproveitando que ainda estamos
aqui onde o numero de leis físicas é bem inferior ao numero de leis de nosso
mundo’ Portanto vou dar-lhes uma visão do mundo de hoje’’. E fez um sinal e
apareceu como se fosse uma tela de cinema e eles viram o ano de 2184, como
estava diferente já não havia mais carro como no tempo deles nem locomotiva
nem gado, nem galinha, A população da terra estava bem diminuída devido a
hecatombe que aconteceu no ano de 2012 a 2050 a cidade de Itabira tinha
apenas treis famílias que lá habitavam. as outras casas restante estavam todas
em ruínas e o povo não tinha coragem suficiente para fazer as coisas. Era tão
desanimado devido a uma mudança genética que se sucedeu após sucessivas
explosões atômicas.
E depois todos viram o futuro da terra ficaram pasmados olhando para
Sebastião como que dele pudesse sair alguma resposta. E o seu guia lhe
disse ;-’’ vamos voltar para o nosso mundo terreno. . Porem , antes de
voltarmos quero dizer-lhes uma ultima palavra:-’’ Pensem em fazer uma
mudança radical em vocês quando saírem daqui e voltar para as suas casas.
Lembrem de todos os ensinamentos que receberam aqui transforme todas as
impressões . Pergunte sempre ao coração quando tiver qualquer dúvida e ele trará a
resposta certa. procurem acordar no sonho e ver que o nosso sonho nada mais é que
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uma viagem a outras dimensões. Agora prestem atenção ao que eu vou lhes dizer:-’’
Fechemos os olhos lentamente, concentrem profundamente no coração: Enquanto os
meninos estavam concentrados Sebastião pronunciou algumas palavras que os meninos
não compreenderam : ‘’ Agora pode abrir os olhos ‘’ disse o guia todos os meninos
permaneceram calados e parados no mesmo local. Ficaram assim por uns momentos e
depois começaram a se levantar, arrumar as barracas para dormirem pois estavam muito
cansados, Sebastião estava com um cobertor nas costas por causa do frio que já soprava
aquela hora da noite. E os meninos nada diziam foram dormir e dormiram profundamente
naquela noite misteriosa.
naqueles meses seguintes o sebastião teve que se ausentar da cidade de itabira, a fim
de refazer as forças, energia que havia gastado. antes de sair, porém ., sebastião falou
com todos os meninos que deveriam continuar se reunindo de 15 em 15 dias
procurando discutir entre todos os meninos os ensinamentos recebidos quando se
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estavam no interior da semente de jatobá. deveriam também passar estes
ensinamentos para seus pais e levá-los a refletir sobretudo o que foi ensinado fariam
tudo sem a presença do guia que estaria longe com outros afazeres.
as histórias
foi com assombro que a população da cidade reagiu as histórias que
os meninos contavam quando estiveram no último acampamento , onde
eles visitaram a terra do jatobá, criaram até uma associação de
moradores para analisar as histórias que os meninos contavam: tinham
alguns deles que contavam tudo no mínimos detalhes. alguns falavam da
fogueira que acendiam e que o fogo não queimava o corpo deles. e eles
brincavam dentro da fogueira como se estivessem tomando banho no
rio de água limpa. alguns outros contavam que , quando estavam
brincando dentro da fogueira encontravam lá dentro outras pessoas de
formas diferentes e pequenas que ficavam conversando com eles, e
lhes contavam as mais belas história de uma terra distante, onde elas,
as criaturas, haviam vivido há milhares de anos.
certo dia, a noite, quando todos estavam reunidos na associação de
moradores da cidade de itabira, um dos meninos , filho de um operário da
extração de minério , menino bem franzino que ninguém dava a mínima
atenção para o que êle pudesse fazer, por apresentar um certo medo de
tudo e não ir muito bem nos estudos, contou uma história emocionante
que ele ouviu de pessoas de formas estranhas que estavam dentro da
fogueira quando ele esteve na terra do jatobá junto com outros meninos
brincando dentro do fogo
o fogo, começou a lhe dizer, não parecia fogo, era de cor amarelo
dourado e azul celeste. não era quente e nem frio. a gente ficava
brincando no meio do fogo porque parecia que ele fazia bem a gente , os
meninos se sentiam tão bem que não queriam mais sair de lá de dentro
da fogueira. se a gente tinha qualquer ferida no corpo , ela desaparecia
de imediato, fome também a gente não sentia. é difícil descrever o que
nós sentíamos quando estávamos dentro da fogueira. certa vez quando
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eu estava brincando dentro do fogo juntamente com as criaturinhas,
notei que havia uma sombra de ‘’ criatura’’ muito grande que ficava atras
de mim em todo momento que eu estava dentro do fogo . era uma
sombra maior que toda a fogueira, e ela tentando conversar comigo mas
como eu tinha medo eu procurava fugir da sua presença. mas a sua
força de atração foi tão grande que numa hora ela me cercou e, em torno
de mim ficou tudo escuro ate o fogo desapareceu devido a força tão
grande que a sombra possuía. e ela começou a me chamar pelo meu
nome. eu não via por onde ela falava, mas eu sentia como se ela falasse
dentro da minha cabeça. a sua voz era suave e doce e me chamava
assim :- ‘’ etevaldo, etevaldo eu preciso falar com você’’ pare de rodar
dentro do fogo e me escute’’ eu sou a abelhinha” e tenho bom motivo
para estar junto de você e lhe ajudar’’. a princípio eu fiquei com medo,
mas depois fui me acostumando aquela voz e cai em desmaio: e
quando me acordei estava dentro de uma selva muito densa, grande e
escura, e a sombra que era muito grande foi diminuindo de tamanho até
tornar-se o tamanho de uma pessoa normal e tornou-se a forma de
uma mulher jovem muito linda. então eu e ela sentamos em um toco
de arvore e começamos a conversar, eu ainda estava um pouco confuso
e com medo, parecia um sonho pensei comigo mesmo :- ‘’ primeiro
aconteceu a nossa vinda misteriosa para este lugar onde as coisas são
tão diferentes lá do nosso mundo’’ fogo que não queima, água do rio
parada sem se mexer não nos cansamos de nenhuma atividade. e agora
aconteceu isto comigo? não sei realmente do que se trata ia eu assim
pensando quando a personagem que dizia ser a minha abelhinha
começou a dizer :- ‘’ etevaldo , você deve estar achando tudo estranho
toda esta situação mas eu vou lhe dizer:- “” eu sou a sua consciência e
tenho observado você a milhares de anos desde quando você veio a
este planeta pela primeira vez.. “e hoje gostaria de mostrar-lhe uma
coisa muito interessante você está vendo este túnel ?? e assim que ela
falou , apareceu diante de mim um túnel em forma de funil ‘’pois
bem’’ continuou ela:- ‘’ você vai entrar por este túnel e no final dele você
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encontrará uma parede de neblina muito densa , não tenha medo pode
entrar pela parede de neblina que você vai aparecer nos primeiros
momento de vida no planeta terra onde você surgiu pela primeira’’ : você
tem coragem de passar por este túnel e pela parede de neblina,? ‘’ veja
só’’ eu estarei invisível ao seu lado. e ele disse :-’’ sim eu quero ir afinal ,
devo sempre querer aprender alguma coisa: e partiu rumo ao
desconhecido ... quando começou a entrar pelo túnel sentiu vontade de
voltar mas sentia impelido por uma força interios a procurar o seu
passado e foi.. o túnel era formado de luzes das mais variadas cores,
e quando chegou no final do túnel encontrou uma parede feita de
fumaça que se mexia de um lado para o outro da parede. depois ele deu
mais um passo para dentro da fumaça e então não via mais nada.
mesmo assim foi andando. andou cerca de 10 minutos e a sua visão foi
clareando e ele começou a perceber vultos de uma espécie muito
límpida e cheira de grama verde.. ao longo da planície terminava com
pequenas montanhas azuis que se confundiam com o céu. voltando os
seus olhos mais para a direita viu um palácio muito grande ,
resplandecendo de luz. era todo feito de ouro. as pessoas tinham as
roupas todas bordadas de ouro. o etevaldo notou então que ele estava
invisível, pois não via as suas pernas e o seu corpo e as suas mão;
totalmente invisíveis era mais fácil ele averiguar as coisas.. então
começou aproveitar da sua invisibilidade e entrou dentro do palácio ,
ficava ouvindo as pessoas ia até a cozinha na sala real onde ficava o
chefe daquela gente. e só assim poderia saber alguma coisa do seu
passado. as pessoas daquele palácio falava numa outra língua que ele
não entendia. mas ele conseguia entender telepaticamente tudo o que se
falava .
primeiro ele procurou adaptar-se a nova situação, devemos
observar todas as reações que surgem dentro de nós para depois
tornarmos decisão. assim foi etevaldo pensando e por fim chegou a uma
nova conclusão sábia:- “ naquele momento quem estava assim
raciocinando não era o menino etevaldo, menino franzino de 12 anos, filho
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de um operário de uma mineralogia do fim do séc xx. , não, não era. era
sim um ser bastante evoluído durante milênios e milênios e que agora
tinha a oportunidade de visitar seus primeiros momentos de vida no
planeta terra.
era difícil para o etevaldo avaliar há quantos anos ele havia
regressado no tempo: centena de anos, milhares de anos? ou milhões de
anos? não daria para saber logo assim de imediato. era preciso que ele
conhecesse em primeiro lugar onde é que ele estava. fazer uma análise
de tudo que fosse visto e falado, naquele lugar tão misterioso. em que
ele não entendia a língua do povo, mas ele compreendia tudo o que as
pessoas falavam porque ele percebia dentro dele. ele tinha outro fator a
seu favor que era a invisibilidade, assim ele podia visitar qualquer lugar
sem ser visto.
então etevaldo optou para avaliar a evolução das erosões, começou
por observar as formações dos rios, os terrenos ao redor do rio era de
grande vegetação e qual a natureza da vegetação se era vegetação
primitiva assim como por exemplo o pteridófilo assifonógamo, como no
caso das samambaias ou vegetação evoluída como jatobás, maçã , pau
brasil e outras só assim ele teria idéia de quanto tempo atras ele havia
regredido.. bem . assim pensou e assim começou a fazer : saiu pelo meio
da rua , misturou no meio do povo e começou a observar os costumes
após as escadas do templo que resplandecia de luzes devido a
quantidade de ouro, aparecia um pátio muito grande com guarda que
não usasse nenhum tipo de arma na mão. aonde usava uma tanga como
roupa pois ali a temperatura era muito alta , cerca de 40 graus celso
durante o dia. as pessoas eram de cor morena escuro e de cabelos
negro e lisos. logo após o pátio do palácio havia uma carreira de casas
feitas de pedra. todas muito bem ornamentadas : era como se fosse um
templo as casas. e eram quatro carreiras de casas, cada uma dela
saindo de uma lateral do templo e formava uma cruz : cada braço da cruz
seguia em direção dos pontos cardeais. etevaldo andou por todos aquelas
ruas que estavam cheias de gente fazendo compras no supermercado.
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as compras era feitas por troca de uma coisa pela outra. não havia
dinheiro , ainda não havia sido inventado. como objeto de troca existia
de tudo, desde pele de animais até peças feitas artezanalmente .
existia também pessoas que traziam para trocar na feira uns tipos de
pedras que parecia ser pedra de cristal, que tinha uma luminosidade
muito grande. aquelas pedras as pessoas traziam para as trocas eram
retiradas das jazidas da natureza em montanhas bem próximas a cidade.
aquelas pedras davam um colorido a todo lugar por ela passava, não era
exatamente em forma de luz era em forma de claridade no ambiente, e o
foco da luz não eram as pedras e sim todo o ambiente em torno dela e
isto preocupou muito etevaldo. então ele disse : ‘’ nunca ouvi falar numa
coisa semelhante a esta’’ que será isto? como descobrir melhor a
origem desta pedra e os seus segredos? assim ia pensando o nosso
amigo e a voz da sua consciência surgiu dentro dele :- ‘’ etevaldo ,
etevaldo,, qual é o problema ? o que está acontecendo ? - então como
que despertando de um sono , pois ele já havia esquecido da sua
pessoa quando ela lhe disse que estaria seu lado e, naquela hora havia
grande angustia dentro do etevaldo para descobrir o segredo das pedras
coloridas, etevaldo respondeu :- ‘’ ah sim, já havia me esquecido da
sua promessa’’ então a consciência disse:- eu tenho lhe observado desde
o momento que você que você entrou aqui. e posso informar tudo sobre
estas pedras misteriosas. continuou a consciência. esta é um tipo de
pedra muito conhecida hà milhares de anos na antiga lemúria . e esta
pedra tinha, eu disse tinha porque hoje não tem mais, a alma do
sementinha das pedras que viviam dentro delas . e era este sementinha
que iluminava as casas das pessoas. e ele era eterno , não acabava
nunca. aquilo que você esta vendo, o brilho das pedras é apenas o resto
da energia das sementinhas que ainda resta dentro delas que foi
desaparecendo devido vida agitada do homem que o homem
alimentando dentro do seu corpo , dentro da sua consciência. por isso que
você vê que as pedras brilham mais do que as outras. e muitas delas
vão apagando as suas luz para sempre. mas mesmo assim o povo
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ainda pode aproveitar um pouco dela. bem eu gostaria de mostrar-lhe
uma coisa. ‘’ você gostaria de ver como estão todas as pedras que o povo
deste local mantém em suas casas ? bem eu vou levar você a uma altura
de mais ou menos- 2000 metros de altura e de lá você deve olhar para
baixo e ver o colorido das pedras. então a consciência tornou-se visível e
disse para o etevaldo _’’ você deve tornar-se visível também’’ ... então
ele tornou-se visível e ficou olhando para a parte de seu corpo que
estava diferente quando ele estava em itabira e partiu para o
acampamento. então ele viu que já estava diferente seu corpo não era
mais aquele corpo de menino franzino como ele era . era um corpo de
um homem adulto , forte e de cabelos longos. como roupa , usava apenas
pele de animais: como não compreendia toda aquela situação, foi preciso
da intervenção da sua consciência que agora estava com o
corpo de jovem feminina. e ela lhe disse:- ‘’ veja quanta transformação se
deu em você’’ ! e o mais importante é a transformação da sua
consciência que sou eu. você está regredido no tempo há milhares e
milhares de anos. foi aqui que você surgiu pela primeira vez no planeta
terra. eu não posso dizer a você o nome do lugar onde você está . isto
você devera descobrir com o seu próprio esforço. vou dar lhe apenas
uma ajuda para você verificar a origem destas pedras coloridas que tanto
você está admirando :-’’ venha’’ disse-lhe a abelhinha e ela começou a
levitar em direção às nuvens levando etevaldo pela mão. e ele sentia
como estivesse voando também, pois não sentia força na mão da
consciência, e foram subindo . primeiro pode o telhado das casas que
eram todos de pedra, não era de telha, como ele imaginava. viu a parte
superior do palácio uma antena ‘’ esse para -raio’’ disse-lhe a abelhinha
serve para captar e transmitir energia para as naves que saem deste
local. e foram subindo á ,medida que ia subindo os prédios , casas
pessoas e arvores iam ficando pequeninos , e, também ia aumentando o
horizonte do etevaldo. isto é ele podia ver muito alem das fronteiras da
cidade. via os portões de ouro na entrada fortificada da cidade. a cidade
fortificada tinha mais ou menos um quilometro quadrado com quatro
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portões de entrada em mais lindas espécies de pássaros. alem dos
jardins , lagos de peixes, havia também um lugar reservado para as
colmeias. eram mais de 50 caixas de abelhas com todo seu movimento de
vai e vem.
foi num local como este que os dezenove meninos mais o rex se aproveitaram para
se reunir e tomar a decisão da sua vida. assim fizeram no primeiro dia reuniram a
noite a ‘’ boca das aves maria’’ era como o povo chamava a hora que o sol entrava e
as aves começavam a procurar seus ninhos.
sentaram todo no chão em círculo. o rex ficou no meio , o salão estava iluminado
com as luzes de lamparinas que eram em torno de 5. como não sabiam como começar
a reunião , ficaram todos sentados quietos olhando para a posição do rex, que estava
imóvel. ficaram assim durante uns dez minutos quando começaram a sentir um
ventinho frio soprar entre eles. era tão fraco o vento que não movimentavam as
chamas das lamparinas. desaparecido apenas fiquei invisível todo este tempo para
poder observar o comportamento das pessoas desta algum que se estende de itabira
até a cidade de caeté é cheia de montanhas vales e outros acidentes geográficos. ao
lado das montanhas corre rios de águas cristalina. vez por outro , encontramos lagos
e lagoas, temos floresta , mas não muito densa, savanas e campos, onde gado pasta.
no entanto tem uma coisa que as pessoas não sabem : - ‘’ por debaixo de toda esta
natureza exuberante existe um mundo subterrâneo cheio de mistério. ‘’ ‘’ vocês já
sabem que aqui na região central de minas existe muitos minas de ouro que estão
abandonadas desde o final do século passado. e ao lado de todas estas minas
abandonadas encontra-se uma linha de trem subterrâneo que vai daqui de itabira até a
cidade de caetés
. estas linhas de trem foram construídas há milhares de anos, quando
aqui viveu um povo que não podia ver a luz do sol . a sua cidade era
também subterrânea. este povo só sais para colher vegetais para a sua
alimentação: havia milhares e milhares de seres daquela época depois
devido a terremotos e abalos sísmicos este povo foi desaparecendo e só
ficou a linha de trem que ligava ao fundo do pico do cauê aquela serra lá
em caetés
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que hoje nós chamamos de serra da piedade. a linha de trem passava
pelos lugares misteriosos e exóticos que hoje ainda existem, assim
como por exemplo : --’’ a fonte das águas termais do pará, pelo fundo do
poço da água santa , que não é poço é apenas uma nascente de água
termal que passa pelo fundo das cavernas subterrâneas . chegando à
superfície com a temperatura elevada. e, falando em ‘’ poço da água
santa’’ vocês devem lembrar muito bem da lenda da cobra cuja cabeça
se encontra debaixo do poço da água santa e a cauda debaixo da igreja
da saúde , que mais tarde vamos falar com mais detalhes a linha de trem
passa por outros lugares protegidos da natureza como a serra do esmeril
serra da conceição serra do caraças lá em santa bárbara, todos estes
lugares , assim como os outros ainda desconhecido , são portas de
entrada para estes lugares. por isto que eu voltei , para levar vocês
a este mundo subterrâneo . a primeira vez levei vocês até à terra do
jatobá.
. desta segunda vez será a este mundo subterrâneo desconhecido.
o trem subterrãneo
terminado sua pratica eloqüente ouviu-se um estrondo que chegou
a doer nos ouvidos devido a movimentação do ar e todos os meninos e o
rex caíram em sono profundo deitado no chão . as luzes das lamparinas
se apagaram com a explosão. ficou tudo escuro, ninguém havia ainda
recobrado o sentido e sebastião no meio deles numa altura de um metro
do solo. dai a momentos os meninos começaram a se mexer levantando
a cabeça, olhando para o lado , como porém despertando de um sono
profundo e procurava conhecer o local onde se encontra. todos estavam
como que ‘‘ azoinados, zonzos’’ . não falaram nada apenas mirava para
a figura de sebastião que, vez por outra , se movia de um lado para o
outro. a medida que os meninos acordaram ficaram atônitos sem
saberem o que tinha acontecido. sem saberem o que tinha acontecido.
só se lembraram de que sebastião havia lhes contado uma história de
trem subterrâneo , e depois ouve um barulho estranho e ficou tudo
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escuro. e agora? começara a perguntar entre si, mas sebastião que
estava atento a tudo falou-lhes :’’ - tenham calma , tudo foi feito de
acordo com o que já estava designado pelo registro das coisas , não
entenderam: e sebastião começou a explicar: tudo na vida não acontece
ao acaso se nós viemos e nos encontramos até aqui, foi porque uma
força superior assim o permitiu lembram agora, continuou dizendo .
quando eu lhes falei da linha de trem subterrâneo ?? acontece que nós
no encontramos aqui agora no mundo subterrâneo e quando acabou de
proferir estas palavras o ambiente começou a ficar claro . a luz não
vinha de lugar algum. simplesmente ficava claro . as paredes e os
tetos . então os meninos puderam ver , a beleza que era . o teto tinha
uns seis metros de altura e era um salão muito grande onde cabia mais
de quinhentas pessoas . o chão era todo de pedras preciosas e
brilhantes . as paredes eram de pedras cinzenta, mas havia uns pontos
brilhantes que eram diamantes de 10cm de largura: em cada ponto do
salão havia um barulho de água cristalina que jorrava sem fim . os
meninos sentiam maravilhados com toda aquela exuberância do mundo
subterrâneo em cada ponto cardeal do salão tinha um túnel tão extenso
e escuro que, por mais que se lançasse os olhos , não se via nada. e o
rufino juntamente com o etevaldo começaram a entrar por um dos
túneis . foram ao túnel do oriente e , assim que começaram a andar , foi
clareando as paredes do túnel por um encanto , assim como também o
chão do túnel . e os meninos puderam observar que ali havia trilhos
de trem de cor amarela : era um amarelo diferente do que eles
conheciam : os dois meninos , vendo aqueles trilhos de cor amarela
foram correndo contar para sebastião e os outros meninos estavam tão
afoitos, excitados que saíram correndo : sebastião , sebastião , venha ver
, corre , veja o que nós achamos . e sebastião que s e encontravam
conversando com os outros meninos e lhes contavam a história daquela
civilização que havia ali a milhares e milhares de anos , para ver do
que se tratava: e os dois começaram a contar do achado deles no túnel
oriente e sebastião, com muita paciência começou a explicar para o
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rufino e o etevaldo : -”’ eu estava explicando para os outros meninos
que ficaram comigo aqui que há tanto tempo , que nenhum historiador
poderia contar, que já existia esta civilização do mundo subterrâneo. eles
eram tão adiantados que tinham inclusive roupa de naves espaciais. e ,
a viagem a outros planetas, era coisa tão simples e corriqueira . mas
eu creio que não é necessário a gente estar discutindo este assunto de
nave espacial aqui agora. como vocês sabem tudo na vida evolve e
invoque: assim como as grandes civilizações do egito, da grécia., da ilha
de páscoa, dos maias, dos incas , etc,etc hoje só resta estes túneis com
as trilhas , com pessoas , não! não existem tudo já acabou. apenas
algumas substâncias ectoplasmática que ficou impregnada nas paredes
do túnel que resplandece no momento que vocês passaram por perto
dos trilhos . por isto que todas as vezes que nós chegamos perto de
qualquer material existente aqui nesta profundeza, ele torna-se claro
cheio de luz. veja vocês que o material não emite facho de luz . apenas
torna-se claro, ao contato com a pessoa humana. è bom que g saibam
que aqui no subterrâneo da terra, existiu a milhões de anos uma
civilização com milhares de seres. se vocês quiserem poderiam fazer
uma viagem ao passado e conhecer aquela civilização. então vocês
poderão ver com os seus próprios olhos aquilo que eu vi e estou lhe
dizendo.
os meninos concordaram em visitar aquela civilização antiga, só que
ficaram com medo de acontecer com eles o mesmo que aconteceu
quando eles retornaram da quarta dimensão após ter visitado os
templos da sabedoria das almas das plantas . ficaram calados e
pensativos , e sebastião que não queria influenciar em nada
deixou que eles assim o decidissem: até o rex , grande amigos dos
meninos , ficou em silêncio depois que sebastião notou um certo receio
dos meninos em relação à confusão acontecida com a sociedade de
itabira , quando alguns meninos foram acusados de charlatões ,
mentirosos e aquilo se tornou muito ruim para eles. os meninos também
falavam da ausência que eles teriam na casa dos seus pais , é , como
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iriam justificar esta ausência de tantos dias? enfim, falou um dos meninos.
até que enfim vocês resolveram falar . e esqueceram de que não
precisam falar que eu entendo vocês . tudo o que vocês pensam, eu fico
sabendo . e , portanto, não precisam pedir permissão a seus pais para
visitar a civilização subterrânea , por que g já se encontram nela desde o
momento em que aqui chegaram após aquela explosão e o estrondo a
seguir naquele momento vocês viajaram a milhões e milhões de anos no
passado. portanto vocês já se encontram no interior da terra na
civilização subterrânea . e este vazio que acontece aqui neste salão, com
todo este silêncio e o silêncio dos túneis no norte, sul, leste e oeste , é
apenas aparente tudo foi feito para confundir a cabeça de vocês que
nada vêem:- ‘’ vejam’’’ e falando assim, abriu os braços apontando para
as paredes da caverna que tornam-se toda iluminada com luzes
brilhantes verde, azul e amarela, e, dos túneis também apareceram uma
luminosidade intensa como se fosse um facho de luz , os trilhos que
eram simplesmente amarelo começaram emitir luz de cor também
amarela. o local que era silencioso tornou-se cheio de um som
misterioso , que encluia toda aquele atmosfera. e começou a aparecer
figuras estranhas no ,meio da parede da caverna e, à medida que a figura
ia amadurecendo, ela pulava da parede para o chão e uma figura
humana . e assim foi acontecendo e, em pouco tempo todo o salão da
caverna estava cheio de pessoas que misturava junto dos meninos e
conversavam entre eles: as figuras acharam muito estranho a figura do
rex : pois eles não tinham animal doméstico entre eles todos os animais
viviam livres na superfície da terra onde eles abundavam e se
multiplicavam sempre mantendo o equilíbrio.
então os meninos explicaram as ‘’ figura’’ do subterrâneo que ele era
um cachorro. até que o rex ficou comportadinho, apenas balançava o
rabo como sinal de compreensão, também ao redor de sebastião as
figuras subterrâneas também conversavam com ele como se fosse uma
pessoa conhecida de muitos anos . o povo do subterrâneo.
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os meninos não compreendiam como aconteceu toda aquela
mudança :-’’ eles apenas estavam visitando uma ruína e, de repente, tudo
mudou e ganhou vida’’’? era a pergunta que eles faziam entre si .
sebastião que estava alerta a toda mudança de estado de coisas ,
explicou para eles:-’’ quando chegamos aqui a poucos minutos eu já
sabia que tínhamos viajado no tempo há trezentos milhões de anos.
estamos exatamente no período triàssico da era secundária. as
superfícies do planeta não apresentam a mesma geografia do nosso
tempo . se vocês subirem até a superfície verão com seus próprios
olhos os grandes em erupção constante. verão os animais pré-históricos
vivos e andando normalmente pela terra. podemos citar os megatérios,
dinossauros, lagartos gigantes: e outros etc vocês poderão ver também os
vegetais que nunca viram , porque no nosso tempo ele não existe mais.
assim como não verão animais da nossa época, pois ainda não houve
metamorfose. as chuvas que caem aqui nesta época são tão gigantesca
que é um dilúvio, os rios de hoje ainda matem o seu leito provisório de
nascença. os mares já se acomodaram em seus leitos . com exceção de
algumas ilhas imensas que serão deslocadas para outros locais de
acordo com as erupções vulcânicas. o eixo da terra hoje, não é o
mesmo de nossa época. se vocês tiverem um bússola poderão provar
isto que eu estou dizendo, vendo que o norte magnético da terra esta na
direção do astro sol, ou seja na direção leste :oeste.
sebastião ainda estava falando, quando houve um barulho imenso
como que um trovão e as muralhas do salão e dos túneis começaram a
tremer e tremeram durante quinze minutos e os meninos ficaram
assustados mas sebastião, com a sua serenidade , acalmou-os dizendo:-’’
isto é apenas uma acomodação da montanha ‘’jura’’ que lá no outro
continente que nós conhecemos como europa , está acabando de tomar
sua posição definida como nós a conhecemos hoje. vocês devem saber
que este tipo de acomodação geográfica irá acontecer ainda por 200
milhões de anos. período em que o ser humano também se modificara.
então sebastião disse, que se os meninos quisessem, a partir daquele
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momento eles estavam livres para poder visitar e conhecer a região
subterrânea, deveriam sempre ir acompanhado de uma criatura
subterrânea e, quando quisessem ir a superfície deveriam ir com duas ou
treis criaturas que já conhecessem a região: sebastião orientou também
que deviam se subdividir em grupos de 5 pessoas e o rex deveria ir com
o grupo de quatro meninos, e assim fizeram os meninos se reuniram,
juntamente com o rex que era um cachorro muito inteligente e decidiram
que em primeiro lugar gostaria de conhecer o povo do subterrâneo com
todos os seus chefes e organizações . assim o fizeram: se subdividiram
em grupo de 5 e pediram as criaturas que os acompanhassem:
as criaturas do subterrâneo eram diferentes dos elementais da
quarta dimensão, onde eles haviam visitado elas tinham uma estatura de
um metro e meio tinha pernas e braços como o ser humano atual . era
de cor morena, não usava roupa, na cabeça não tinha nariz nem orelha ,
não tinha cabelo. os olhos eram pequeninos. eram alegres e
comunicativos. gostavam de falar com os meninos : e havia também
crianças e adolescentes no meio deles , só que as crianças tinham a
mesma estatura que os adultos. a diferença de um adulto para uma
criança ou adolescente era apenas no pensamento.
o povo subterrâneo, que os meninos apelidarem de ‘’ homens pedras’’ devido a sua
cor parecida com a s pedras do subsolo, tinha uma grande facilidade de se comunicar
com os meninos: todos pensavam que eles falavam mas não . a comunicação era
instatânea e, no momento de eles pronunciarem uma palavra, movimentavam os
lábios. por esta razão dava-se a impressão de que eles falavam.
já haviam dividido o grupo e cada um deles e cada um deles saiu
por um túnel . o grupo que estava etevaldo foi para a direção norte,
juntamente com os treis personagem do subsolo. assim que entraram no
túnel a portas que dava para o salão fechou-se como que por encanto, e
o túnel tornou-se bem mais claro, os trilhos dourados ficaram mais
dourados e claros. obedecendo a uma ordem dos ‘’homens pedra’’ surgiu
como que do nada, uma máquina, que mais parecia um ônibus, ou um
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vagão. e os ‘’ homens pedra’’ falaram para os meninos que eles iam
fazer uma viagem de trem até os confins da terra. e os meninos
sentaram no chão do vagão pois não havia bancos , o ‘’vagão’’ era como
se fosse uma montagem só de ‘ luzes’ mas quando os meninos
entraram , sentiam como se fosse maciço de ferro, podia encostar e
sentar no chão sem se machucar.
depois que todos se acomodaram , foi dada partida no ‘’ trem’’ . os
meninos notaram que o veículo estava se movimentando e eles notaram
que não havia barulho, e, a princípio o movimento era lento mas foi
aumentando progressivamente até atingir uma velocidade gigantesca.
dentro dos vagões não estava frio, mas a medida que o ‘’ trem’’ andou
houve um deslocamento de vento dentro do vagão , baixando a
temperatura: um dos ‘’homem pedra’’ perguntou aos meninos onde eles
queriam ir e o etevaldo respondeu pelo grupo:- como vocês sabem, nós
não conhecemos nada deste mundo antigo. portanto nós não sabemos o
que conhecer , mas se tiverem cidades nós gostaríamos de ver. ou então ,
seria bom a gente subir um pouco ‘pa superfície e conhecer um pouco
da flora e da fauna e por que não!!, seria interessante a gente ver um
vulcão em erupção. ou outra coisa fantástica que g possam mostrar para
a gente : então ficou combinado que primeiro eles visitariam uma
cidade subterrânea. dai a momentos o túnel terminou em uma parede
feita de fumaça : ali era a entrada para um grande salão que era a
principal porta para a cidade.
todos desceram do trem atravessaram a parede de fumaça e
chegaram até o salão igualzinho aonde eles chegaram a primeira vez :
e o guia lhes disse que a partir de agora eles iam visitar a mais antiga
cidade subterrânea que já tinha mais de um milhão de anos. e o guia
disse também que se acontecesse de tudo aquilo que tivesse vontade
de fazer pois estávamos entrando em um mundo totalmente estranho :
todos os meninos se comprometeram a manter-se apenas como
observador , não emitindo sua opinião. e assim que o guia fez um sinal ,
a parede do salão começou a se desmanchar e apareceu a frente
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centenas de pessoas da cidade subterrânea . havia gente de todas as
idades e eles moravam em que tinha mais ou menos o tamanho de um
apartamento modesto da nossa época. a comunidade subterrânea era
dirigida por um líder que recebeu os meninos : ele falou que já sabia
da chegada dos meninos e fez questão de mostrar todas as coisas
para a curiosidade deles: então saíram todos os cincos meninos
acompanhados dos guias para conhecer . os guias mostraram a eles
como era feita a comunicação entre os povos de outras cidades havia
uma sala, toda revestida de ouro e pedras preciosas e havia na parede
uma pedra de esmeralda totalmente plana e de cor verde clara de mais
ou menos dois metros de larguras . as pessoas que queriam se
comunicar sentava-se em uma cadeira ( de ouro bem confortável) em
frente a tela e a mesma começava a mudar de cor e , a pessoa que
estava sentada simplesmente ia pensando no que queria ver e ia
aparecendo na tela verde de esmeralda .
os meninos acharam muito interessante todo aquele sistema de
comunicação , que até quiseram experimentar também se comunicar
com seus familiares e o Etevaldo foi o primeiro a sentar na cadeira de
ouro . e assim que ele sentou , colocou sua mão esquerda no coração ,
mais ou menos a altura do peito, a mão direita no apoio da cadeira e os
dedos tocaram a frente figuras de mais ou menos dois centímetros
de largura que faziam com que as figuras a na tela de esmeralda fossem
mudando . as figuras que ficavam na ponta dos dedos do operador
tinham um aspecto estranho que parecia mais figuras de cartas
enigmáticas etevaldo muito curioso perguntou para o guia o que era
aquela figura onde ele mexia com os dedos para mudar a imagem na
tela de esmeralda . e o guia respondeu :=ah! meu filho isto é uma coisa
tão simples para nós que hoje não vemos nada complicado, e nem
sequer sabemos como isto . mas levando em consideração que você
vem de outro tempo, posso dizer-lhe que esta é a escrita que nós
usamos hoje e que no seu tempo será chamada de runas..
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runas. runas continuou o guia dizendo, são figuras geométricas que tem
a sua representação responsável por modificações ocorridas por
modificações com a matéria criada pelo son:- isto era muito complicado ,
os meninos não estavam entendendo . assim foi pensando ele . ao que
o guia respondeu _’’ como que vocês não estão entendendo ? vocês
fizeram isto muitas vezes quando estava lá no templo do elemental do
jatobá ? vocês não se lembram? è a mesma coisas , continuou dizendo
o guia, tudo aquilo que você fala, você cria e estes botões que vocês
estão vendo aqui serve apenas para que vocês pensem e as coisas
acontecem : outros meninos aproveitaram para perguntar sobre aquele
tesouro de esmeralda , pedra de brilhante , ouro e prata que existiam
em todo o lugar por onde eles passaram?/ ao que o guia respondeu—”
todo este material que vocês viram pelas paredes da caverna , assim
com, o ouro que se encontra espalhado por toda a parte subterrânea, de
nada vale para nós, assim como na superfície ele não tem a mesma
aparência que tem aqui. na superfície este tesouro vira uma pedra
comum sem valor nenhum’’.
terminado de explicar o guia pediu para o etevaldo que
experimentasse a comunicação pelas telas de esmeralda. então
etevaldo sentou-se calmamente na cadeira, colocou a mão esquerda na
plexo solar e a direita com os dedos indicador e médio nas figuras
estranhas e , a medida que ele ia colocando os dedos nas pedrinhas, as
figuras iam mudando da tela, etevaldo pensou em tentar ver através da
tela os acontecimento da sua terra natal então ele apertou o botão e
começou a aparecer na tela os contornos da geografia da sua cidade
de itabira. apareceu o pico do cauê, o morro de aparecida, o campestre ,
e enfim , toda a geografia da cidade de itabira: etevaldo procurou em
todos os recantos da tela encontrou alguma identificação do local onde
os seus familiares encontravam mas tudo foi en vão, ele só conseguia
identificar alguns morros , montanhas , fontes de água etc ele pode
notar um grande lago a fonte do pará e o morro de aparecida, pelo que
pode ver o lago tinha mais de 50 m metros de profundidade . e notou
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alguns animais gigantescos nadando nas águas do lago e se escondendo
nas cavernas que existia no fundo do lago ,no planalto
onde fica o bairro do pará, só foi visto uma escarpa com sulcos de
larvas, conseguiu ver que ao lado do pico da cauê havia saída de lavas
incandescente derramado para o lado norte. para o lado da baixada
havia um vasto lençol de areia escura. para o lado leste havia uma
vegetação imensa e pode notar grande quantidade de répteis que
habitavam a região: então depois de ver tudo isto junto com os outros
meninos, ficaram muito triste e começara a chorar. então o guia começou
a explicar para os meninos , que deles não devia ficar triste pois eles
estavam viajando no tempo há trezentos milhões , portanto o planeta
terra não estava ainda habitado como na época dos meninos a
cidade de itabira , nem sequer existiu ainda. ela só ira aparecer
precisamente daqui a dois milhões de anos, portanto , aproveitem bem a
nossa civilização rudimentar, porque quando vocês voltarem para o
seu tempo , terão muitas histórias para contar . só que vocês terão de ter
cautela para as novas histórias para não acontecer o que aconteceu
com a viagem á quarta dimensão , ouvindo isto os meninos ficaram
pensando como é que ele sabia do que tinha acontecido : mas não se
intimidaram muito continuaram pensando na tela de esmeralda a
superfície do planeta.. para o lado sul havia ainda muitos vulcões em
erupção com grandes camadas de cinza pela planície. e o guia
explicava que aquela camada prejudicava as plantas e poluía as fontes
de água.
depois que todos os quatro meninos brincaram a vontade na tela de
esmeralda procurando conhecer melhor a superfície do planeta, todos
falaram com o guia que gostaria de conhecer a superfície do planeta. ao
que o guia respondeu , não ser aquele o momento propício pois chovia
torrencialmente naquela região e, em alguns pontos a água já havia
subido mais de 50 metros, portanto seria bom que nós
aguardássemos uns 30 dias. enquanto isto eles podiam conhecer mais a
cidade subterrânea . e o guia ainda disse: vamos aproveitar a tela de
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esmeralda para ver o que os outros colegas estão fazendo. então o guia
localizou na tela o local onde estavam os outros meninos : descobriram
então , que eles estavam a milhares de quilômetros a beira de uma
praia com ondas gigantescas eles haviam saído para a superfície em
um local que não chovia a muito tempo. e pelos cálculos do guia deviam
estar na lemúria. todos queriam saber o que era a lemúria e o guia
explicou que é um continente existente ao largo do oceano pacífico .
vocês nunca ouviram falar no continente, a não ser , raramente na
história . nele desenvolveu uma grande civilização que, no momento
está em pleno apogeu . daqui a 200 milhões de anos este continente vai
s deslocar , de acordo com as condições climáticas, para o pólo norte da
terra, como hoje vocês conhecem o oceano pacífico ficará na geografia
como vocês conhecem no tempo de vocês. continuou explicando o guia
a região onde vocês entrarem no subterrâneo é a porta central da
civilização nossa e os túneis atravessam debaixo dos vulcões e dos
mares. mas deixemos de lado estes comentários e vamos ver o que está
acontecendo lá na lemuria:.
naquele momento a tela de esmeralda foi aumentada de
comprimento e largura: o interessante era que para ampliar a largura
da tela, simplesmente guia fazia um gesto com a mão e, imediatamente
a tela ficava graduada de maneira que se queria . então puderam ver na
superfície do continente lemuriano.
a superfície da lemúria
a superfície da lemúria era diferente de todas as outras regiões do
planeta. só existia uma estação de trem subterrâneo no início do
continente: havia uma grande contingência de pessoas que faziam
comércio com o povo subterrâneo do continente vizinho. não havia imites
para a troca de mercadorias. ficava a critério de cada comerciante . o
povo permanecia vestido com uma túnica branca até os pés , tanto
homens quanto mulheres . as crianças também usavam típicas
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brancas . o casamento era feito de maneira misteriosa que não se
conhecia muito bem pelo povo subterrâneo. na lemúria havia construção
edificada e de alvenaria , as cidades eram compostas de casas em
círculos . até os bairros eram em círculos e obedecia a uma certa
distância entre as casas que não havia terra para plantar as cidades
eram formadas de círculos de casas . havia um círculo grande central e,
logo após , círculos menores de casa e, no final um círculo grande
feito d círculos pequenos , tendo no centro o círculo maior que era a sede
central da cidade> para além dos portões da cidade havia grande
extensão de terras que eram utilizados pela agricultura> não foi visto
criação de animais para ser consumido pela população , assim como
exemplo , boi , vaca, galinhas etc.-os lemurianos eram puramente
vegetarianos por excelência . eles não conheciam o uso de carnes de
animais para o seu alimento . o que eles cultivavam muito era um
tipo de cogumelo que não existe mais hoje no planeta terra. o uso de
água potável vinha de fontes cristalinas existente nas montanhas
através de aquedutos feitos de pedra-talhada os esgotos dos
lemurianos não eram jogados no mar, nem nos rios eram canalizados ,
tratados por processos químicos e retornado a lavoura para adubo de
vegetais. outro tipo de alimentação dos lemurianos eram as
samambaias, cujo broto era cozido e comido: eram tipos de samambaia
que, também não existem mais no nosso tempo de hoje.
no campo existiam muitos tipos de arvores totalmente estranha para
nós . também foi encontrado na lemúria, alguns tipos de vegetais que
não evoluíram , assim como também, não desapareceram e chegaram
até o nosso tempo de hoje . o guia conseguiu ampliar natal de esmeralda
uns desses vegetais , e os meninos puderam identificar como sendo
uma gramínea muito conhecida no tempo deles aos arredores de itabira.
continuando a pesquisa na tela de esmeralda , foi mostrado para
os meninos como era a organização social, cultural e religiosa dos
lemurianos. as crianças não iam para a escola; elas viviam na escola.
nasciam e cresciam na escola juntamente com os seus pais . a escola
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era o próprio círculo pequeno onde todos moravam e viviam. na escola
tinha o estudo das urnas com o seu respectivo son. como vocês sabem
urnas eram figuras estranhas como se fosse letras do alfabeto de hoje.
apenas com uma diferença, quando se pronunciava a letra, o seu som
criava alguma coisa imediatamente . e este cuidado as pessoas deveriam
ter quando fosse pronunciar uma dessas palavras. o local para
apreender os sons das runas, eram hermeticamente fechados para que
o son não saísse fora daquele ambiente e provocasse algum acidente
ou mesmo interferisse em outros processos vibratório das ondas
mentais do povo lemuriano.
o casamento dos lemurianos eram determinado pelos sacerdotes do
templo e este só poderia ser realizado quando o jovem e a jovem
tivessem terminado o estudo do conhecimento das urnas , com provas
bem difíceis que reprovavam o candidato nos mínimos detalhes, caso ele
não tivesse uma firmeza de propósito . o ensinamento para o povo da
lemúria era baseado numa revolução interna dos seus sentimentos .
desde pequeno a criança aprendia a ficar com a mente quieta sem
pensar . e aos sete anos já era capaz de materializar com o pensamento
qualquer objeto físico. a medida que a criança fosse tornando
adolescente ia aumentando a sua responsabilidade e também o seu
conhecimento aos 18 anos de idade ele já era capaz de se movimentar
através da levitação. não era uma levitação exagerada, apenas
conseguia elevar-se a uma determinada altura do solo e dar um salto de
mais de 20 metros . aos jovens que por qualquer fator deixasse entrar
em seus pensamentos coisas ruins , eles fracassavam nas provas e a
levitação não acontecia, mas era uma coisa muito rara acontecer um fato
deste. quando o jovem chegava a idade adulta estava na época do
casamento que era feito dentro de um ritual religioso.
o jovem casal daquela época sabia transformar as energias e, com
isto, eles conseguiam viver muitos anos de idade mantendo a jovialidade
de. isto se devia ao fato de conseguir juntar energia suficiente para
manter a juventude. . como vocês sabem o hormônio do corpo
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humano que não é desprezado e é reabsorvido no organismo
modificando todo o sistema .
_ antes de terminar a sua prática, o guia que estava manipulando a
tema de esmeralda, voltou sua atenção para os meninos que estavam tão
atentos . acontece que eles estavam era observando o jeito dele falar ,
assim como também , os movimentos dos braços daquele membro do
mundo subterrâneo. estavam bem parecidos com alguém que eles
conheciam mas o guia não percebeu a razão desta atenção toda voltada
para ele e continuou explicando sobre a lemúria.
na lemúria, faliu o guia, existe uma organização secreta onde se faz
o estudo das urnas, assim como experiências com novos sons , não se
sabe exatamente quais são os ensinamentos que nesta sociedade é
muito ministrado, temos apenas amostras do que é feito lá, mas
tem muita coisa ligada ao destino do homem na face da terra. os
meninos não compreenderam e ficaram calados. logo a seguir
demonstraram que estavam cansados daquela situação de ouvir o guia
falar e propuseram que queria conhecer a superfície do planeta.
itabira a 300 milhões de anos
os meninos já estavam cientes de que haviam viajado no tempo: um
milhão de anos ou cem milhões de anos a diferença era pouca. mas
trezentos milhões de anos no assado já era alguma coisa significante.
eles não mudaram de lugar apenas recuaram no tempo. portanto eles
podiam conhecer toda a superfície do local onde eles nasceram.ou
melhor haverão de nascer. . com muito cuidado , por causa dos animais
gigantes , conseguiram identificar alguns pontos geográficos que lhes
eram bem peculiares . assim como por exemplo o pico de cauê , a serra
do esmeril, a serra da conceição. estes treis maciços já tinham a forma
definida como que se conhecem na época de hoje encontraram
também um grande lago que era em forma de u.
depois que eles conheceram um pouco da superfície já queria voltar
para o mundo subterrâneo já estavam tão acostumados a ficar no
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subterrâneo que sentiram-se cansados. e voltaram, ao chegar no subsolo
sentiram tão cansado que chegaram a dormir. e , assim que desceram ,
não entraram no trem procuraram com o guia um local para descansar :
imediatamente o guia foi até a cidade subterrânea mais próxima e
acomodaram os meninos para repousar após a refeição de palmito e
coco.
o grupo que saiu em direção ao túnel sul viajou também milhares de
quilômetros passaram por debaixo de um pequeno maciço de apenas
100 quilômetros no sub solo um continente e saíram até a superfície do
planeta. e passaram a fazer observações e o reconhecimento da região.
era uma vasta região de floresta e muitas montanhas. como não notaram
muita coisa interessante quiseram retornar imediatamente para o ponto
de origem quando havia se separado. todos os grupos retornaram
imediatamente a ponto de encontro , obedecendo a uma ordem de
sebastião como que instintivamente .
a medida que foram chegando, os meninos se reuniram no salão
onde o sebastião havia permanecido parado em um único lugar durante
todo o tempo em que eles visitaram o continente.
sebastião continuava parado em um só lugar sem dizer uma só palavra. todo os
meninos inclusive o rex , permaneceu sentado no chão a espera que sebastião falasse
alguma coisa. mas ele não disse. nem pensou. porque se ele penasse os meninos leriam
o seu pensamento . por fim , os meninos também, não mais pensavam : conseguiram
aquietar a mente. ficaram sentados no chão: não se ouvia o nível de respiração de cada
um foi abaixando a medida que ficavam quietos. foram ficando assim imóvel até que
um sono letárgico apoderou-se de todos. tudo era silêncio, tudo era vazio.
daqui a pouco os menino começaram a acordar e, aos poucos, como
que despertando de um grande sono. começaram a olhar de um lado para
o outro, olharam pela janela da fazenda : ouviram o canto de um bem-te-
vi e ficaram olhando para aquela ave como se fosse um ser estranho:
então ouviram um batido na porta da sala, era a dona maria que estava
trazendo café e bolo para os meninos. então os meninos levantaram e
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foram tomar o café com bolo que a dona maria trouxe. o corpo estava
doido de ficar deitado no chão . não falaram nada respeito da ‘’ viagem’’
que fizeram : depois aos poucos, eles começaram a lembrar que tinha
acontecido com eles e o sebastião? onde ele está?perguntou rufino ‘’ele
estava aqui quando a gente estava reunindo para tratar das confusões
de itabira então neste momento já estavam todos acordados e
conscientes . então todos resolveram voltar para casa. e voltaram
corria o mês de agosto de 1990 . a cidade de itabira assim como no
campo, tomava vida na rotina normal , era época de podas das árvores.
havia grande queimada, como preparo da terra para o plantio de feijão
e milho. os meninos já iam para escola normalmente só com uma
diferença, eles estavam calados sem entusiasmo aparente. acontece que
eles lembraram do que lhes aconteceu quando retornaram da terra do
jatobá : todos eram unânimes - não deviam dizer a ninguém nada, a
partir daquela data, e m virtude do que aconteceu e ainda estava
acontecendo na cidade de itabira: os nossos amigos , isto é, os meninos
escolhidos por sebastião para serem pioneiros da grande aventura,
estavam tristes e preocupados com a ausência do seu guia : mas eles
não demonstravam a mínima desconfiança do que passava dentro do
seu coração. já que estavam suficientemente treinados para conter as
suas emoções.
assim passou o mês de agosto setembro, outubro, já no final de
outubro começou as primeiras chuvas o povo de itabira já havia
esquecido as histórias dos meninos e criaram lendas em torno do que
eles contaram as pessoas não se entendiam mas haviam retornado à
barbárie. só queriam explorar o nome dos meninos . e os meninos
estavam tristes? silenciosos em relação aos acontecimentos . com a
chegada das águas não dava para fazer muitas atividades no campo. ?
por isto os meninos que se trata dos 19 que sebastião começou a
educá-los para uma nova vida, desde o ano passado eles resolveram
procurar as pessoas mais idosas de itabira que lhes contasse alguma
coisa , então eles encontraram um senhor de 90 anos que morava na
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rua do cascalho e este contou muitas lendas sobre itabira. uma delas s
falava de uma cobra gigantesca que tinha a cabeça debaixo do poço
d’água santa e a cauda escondida debaixo da igreja da saúde.
a lenda da cobra
aconteceu mais ou menos no ano de 1810 quando a igreja estava
sendo construída, apareceu na rua da água santa uma cabra imensa ,
de mais de 150 metros de comprimento, este animal feroz afugentou
todas as pessoas da cidade disseram que era a materialização do
demônio em forma de cobra . foi chamado o padre para exorcizar o
animal demoníaco, o mesmo correu até o poço da água santa e
ninguém mais viu a serpente.
passado muitos anos quando foram fazer uma reforma no assoalho
da igreja da saúde encontraram debaixo das tábuas um rastro de
cauda de cobra . e as pessoas daquela época disseram que a cobra
ficaria ali até os finais do tempo, quando o povo daquela cidade se
desviasse do caminho.
e a pessoa idosa que contou isto para os meninos, falou assim que
estava muito preocupado com toda aquela confusão que tinha
acontecido com itabira. e ainda dizia assim :-’’ êh! eu não sei porque o
povo agiu assim com a história que os meninos contaram quando
voltaram do acampamento isto, continuou a dizer, é sinal de mau agouro:
mas isto não importa, é apenas a minha opinião e, hoje em dia, opinião
de gente velha e caduca ninguém da mais valore, dizendo isto, abençoou
os meninos . pedindo que eles continuassem na busca das coisas boas e
novas. os meninos agradeceram a boa acolhida que o ancião teve para
com eles e pediu lhe que indicasse outras pessoas mais antigas de itabira
que pudesse também informar algumas coisas sobre itabira. então o
ancião informou-lhes que na rua santana, logo no início da subida da rua,
havia o sr. Mendigado, que estava cego de uma doença. mas estava bem
lúcido para contar-lhes mais história sobre itabira.
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no dia seguinte foram até a casa do sr mendigado , quando
começaram a descer a rua, atrás da prefeitura, ouviram batidas do sino
da igreja de santana. era uma batida diferente que eles já conheciam. a
igreja de santana era a mais antiga da cidade e, há muito ela não era
usada para celebrar missa ou outra cerimônia porque o povo tinha medo
de entrar na igreja por causa de aparições que lá acontecia de vez em
quando. mas a batida do sino era o que mais chamava a atenção no
momento. quando chegaram no início da rua santana, mais ou menos
perto do corpo do sr mendigado os meninos notaram grande
aglomeração de pessoas bem vestida , e com aspecto de tristeza : na
porta da casa havia uma tarja preta de mais de treis metros de
comprimento. e era sinal de luto: assim que os meninos chegaram a
porta da casa perguntaram o que havia acontecido e os presentes
responderam que o sr mendigado havia falecido na noite anterior e que,
daqui a uma hora seria o seu sepultamento no cemitério da igreja de
Santana. - então os meninos pararam e ficaram um pouco indecisos
sobre a que recorrer para a sua pesquisa de lendas de itabira. no dia
seguinte reuniram novamente para saber que decisão tomavam .
o mais interessante das reuniões dos meninos é que eles não
falavam. ficavam todos sentados á moda escoteira, mão sobre as
pernas , numa posição de recolhimento . depois de ficar assim mais ou
menos uma hora chegaram a uma conclusão: ‘’ eles deveriam procurar
pessoalmente a lenda , ou a própria cobra que tinha a sua cabeça no
poço da água santa e a cauda debaixo da igreja da saúde.
assim combinaram o melhor horário seria a noite para observar a
saída da cobra do poço da água santa: eles iriam fazer vigília noturna
na porta do poço enquanto que o outro grupo ficaria na porta da igreja
durante a noite quatro meninos , juntamente com o etevaldo ficariam no
poço da água santa. enquanto que o rufino e quatro meninos e o rex ,
ficariam na porta da igreja e deviam chegar ás 23:00horas,pois é em
torno da meia noite que as coisas aparecem. assim fizeram chegaram
ao poço da água santa ás 23:10 h quando se diz poço da água santa, não
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é no sentido literal de poço , e sim, o início de uma caverna feita por
derrame de lavas e no seu centro saia uma nascente de água morna, e
esta água juntava-se com a água do córrego que passava ao lado.os
quatro meninos ficaram de vigia observando a queda incessante de água
que era um barulho ensurdecedor: a água saia do fundo da caverna,
escorria pelas pedras e era canalizada em um cano de mais ou menos 2
metros de comprimento e caia no meio das pedras. deu-se início a noite ,
uma hora da manhã , não acontecia nada. o local estava escuro não se
dava para ver nada, apenas ouvia o barulhos da água que caia e os
meninos . e os meninos montavam guarda.
enquanto que na porta da igreja rex e os treis meninos também
vigiavam . a rua estava totalmente deserta. poucos lampiões nos postes
tornava-se a rua um pouco escura vez por outra passava-se um
cachorro vira-lata, perambulando pela rua, quando isto acontecia o rex
ficava atento e de orelha em pé . e os meninos falavam com ele para
ficar quieto . no meio de todo aquele silêncio ouvia-se apenas o pêndulo
do relógio da igreja da saúde e ‘’taum, taum taum’’ de meia em meia
hora aumentava barulho, quando as engrenagens daquele relógio
secular se enroscava para marcar as meia horas de hora. e, naquele
momento , os treis meninos sentiam como se fosse acontecer alguma
coisa fenomenal. então ouviam um batido no sino, e, aquele son
parecia não terminar nunca. e ficaram esperando que a próxima batida
de sino e dai a meia hora acontecesse. haviam chegados ali ás 22:00h
observaram tudo ao redor da igreja, chegaram até a porta do cemitério ;
era um cemitério muito antigo , pertencente a ordem de são francisco de
assis mas ali não era mais enterrado ninguém já há muito tempo, o
rufino ficava olhando pelo portão, para o túmulos antigos e pensando nas
história de assombração que seus avós contavam. chegava a sentir um
calafrio pelo corpo no momento que ele lembrava das história quando
isto acontecia , isto é, sentia o calafrio pelo corpo, uma voz falava na sua
consciência :’’ isto é fuga de energia’’’’conserve as suas energias’’ então
ele lembrava de todos os ensinamento que teve na terra do semente do
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jatobá. observaram com bastante cuidado passando as mãos na porta da
igreja , aquelas portas grossas com ferrolhos grandes. a porta principal
era tão grossa que devia ter cerca de 10 centímetros de espessura. o
comprimento era de cinco metros de altura e a largura de treis metros .
o relógio , deu um solavanco para dar as 23h e bateu 11 vezes. os
meninos já estavam ansiosos até chegar as 24 horas o que poderia
acontecer?? ficaram assim pensando quando o sino bateu uma só vez ,
eram 23:30h . faltava muito pouco para terminar o dia e começar outro
e era neste momento de transição que as coisas podiam acontecer .
nenhum dos meninos teve sono, apenas estavam excitado por se
encontrarem na porta de uma igreja velha ao lado de um cemitério
também velho . cada segundo , cada minuto era esperado pelos meninos.
já passava das 23:47h e os meninos se separaram a uma distancia de
dez metros entre eles . esses poucos minutos pareciam uma eternidade
para os nossos heróis.
quando foi chegando as 23horas e 58 minutos , parecia que tudo ia acontecer , deu
23horas e 59 minutos e os meninos ficaram cautelosos mentalmente, como se fosse
segundo : nestes últimos sessenta segundos pareciam demorar mais de cem anos ,
devido à ansiedade dos meninos , quando faltavam apenas um segundo todos ficaram
observando . para começar a contagem. de repente ouviu-se um barulho como se
estivesse destruindo as ferrolhos antigos de um portão velho e começou a bater o sino
de bronze: e os meninos começaram a contar :-’um, dois, treis, quatro, cinco, seis,