“À conversa com pais” « Educar crianças confiantes e competentes » Colaboração entre o webcuco e a USF Egas Moniz webcuco.blogspot.com ww.facebook.com/webcuco
Jul 04, 2015
“À conversa com pais” « Educar crianças confiantes e competentes »
Colaboração entre
o webcuco e a USF Egas Moniz
webcuco.blogspot.com ww.facebook.com/webcuco
Plano de apresentação
Definições :
Conceito de Si Próprio
Auto-estima ou Estima de Si
Auto-conceito
Determinantes :
Conhecimento de Si
Dimensão social : sentimento de pertença
Sentimento de competência
Sentimento de confiança
Conceito de Si Próprio
É um conceito muito social. É a produção da
identidade individual com o contexto onde se
encontra.
A criança constrói o seu “Si Próprio” graças
aos outros. A ideia que ela tem de si vem dos
outros.
A auto-estima constrói-se…
Se, numa crítica, faço uma diferença entre o João e o que o
João fez, ele pode melhorar para ir mais longe.
Isso implica a noção de erro :
Quando o que faço não corresponde ao que eu deveria fazer sobre o
plano factual: é um erro e isso corrige-se.
Quando o que faço não corresponde ao que eu deveria fazer no plano
afectivo, entramos na noção de culpabilidade e isso pode-se reparar.
Quando o que eu faço não corresponde ao que eu deveria fazer no
plano moral, entramos numa noção de moralidade, o que provoca a
vergonha
A auto-estima constrói-se…
Sendo a criança uma “esponja”, se fazemos coexistir sobre o
mesmo acto estes 3 planos, podemos provocar na criança
inibições que se tornam em limitações para ela.
No plano pedagógico é necessário distinguir estes 3 planos.
Um bom pedagogo ajuda a criança a aprender com os seus
erros: se lhe dizemos que não é dotado, colocamos-lhe uma
etiqueta que ela conservará toda a sua vida.
Quando a criança diz «eu não vou conseguir», é importante
mostrar-lhe o erro que ela fez e, sobretudo, como corrigir
esse erro para melhorar.
Auto-estima
Valor que um sujeito atribui à sua própria pessoa;
julgamento de valor sobre si.
Precisa de ter previamente elaborado as cognições
sobre si. Se estas estão erradas, a auto-estima terá
fortes riscos de não reflectir a realidade da pessoa.
A auto-estima é uma necessidade (na pirâmide de Maslow:
necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e de realização).
Auto-Estima / Auto-Conceito
Auto-Conceito
Conhecimento
do Eu Ideal do Eu
Auto-Estima
Auto-Estima / Auto-conceito
Auto-conceito é a forma como nos vemos. É
quem e o que – consciente ou
inconscientemente – achamos que somos.
Refere-se ao aspecto descritivo da pessoa (dimensão descritiva)
A auto-estima refere-se a uma avaliação
global que cada um faz do seu valor pessoal (dimensão avaliativa)
Conceito de Si Próprio (Si) : desenvolvimento
Emergência : de 0 a 2 anos
Diferenciação do seu próprio corpo.
Sentimento de vinculação precoce (sentir-se
amado e com valor) que precisa do amor
incondicional dos pais.
A criança necessita de ser cuidada com carinho e
ternura (especial relevo para o toque).
Conceito de Si Próprio (Si) : desenvolvimento
Confirmação do Si : dos 2 aos 5 anos
Consolidação dos primeiros conceitos
Pela linguagem, as identificações, a posse do que sente como seu, os feed-backs…
Sobrestimação das competências
Conceito do Si global e unidimensional
Conceito do Si limitado ao concreto
Conceito de Si Próprio (Si) : desenvolvimento
Expansão de Si Próprio (dos 5 aos 7-8 anos)
Complexificação das capacidades cognitivas
Multiplicação das experiências
Permitem:
Comparação social
Imagem de Si Próprio mais diferenciada
Conceito de Si Próprio (Si) : desenvolvimento
Nascimento da estima de Si ou auto-estima
(dos 7-8 anos aos 10-12 anos)
Capacidades de auto-crítica
Comparação social mais fina
Conceito de Si Próprio (Si) : desenvolvimento
Diferenciação de Si Próprio (dos 10-12 anos aos 15-18 anos)
Procura de Si Próprio em pequenas variações
Vontade de se diferenciar / identificar
Capacidades de abstracção permitem a confrontação entre o Si Próprio Real e Ideal
Estima de Si repousa também sobre aspectos psíquicos
Conhecimento de Si
Necessidade que se desenvolve desde o nascimento
Premissa indispensável à auto-estima
Funda-se sobre o processo de vinculação
Papel do adulto de focar a atenção nos aspectos positivos aquando dos feed-back enviados à criança
O pai / educador deve fazer o luto da criança ideal
Dimensão social
A influência importante do contexto social na
formação da auto-estima
Noção de « espelho social » : se os outros re-
enviam uma imagem positiva, ela influencia a auto-
estima no mesmo sentido (idem para a imagem
negativa)
Depende dos pais, da família, do grupo, dos
educadores, dos adultos significativos em graus que
variam com o tempo.
Comparação social
Nós avaliamo-nos comparando-nos com os outros.
Uma comparação favorável leva a um aumento da
auto-estima (o contrário também é verdade)
Os sujeitos « chico espertos » ou « que gostam de
se armar » podem proteger a sua auto-estima
comparando-se com pessoas menos capazes que
eles.
Sentimento de pertença
A necessidade de pertencer a um grupo não pode ser satisfeita apenas pela família.
Necessidade de habilidades sociais : colaboração, cooperação, descentração, generosidade,…(que se aprendem: é necessário que a criança
aprenda a sair do seu egocentrismo para regular as suas necessidades em função dos outros e para ser aceite no grupo e dele tirar benefício).
Pertencer ao grupo deve permitir sentir-se útil a esse grupo, importante para ele, responsável nele, reconhecido por ele.
Sentimento de Competência
Com o crescer dá-se a multiplicação de experiências de
autonomia, que permite conhecer as suas competências.
Necessidade de vivenciar o sucesso para desenvolver um sentimento de competência. Para adquirir a convicção de que « eu posso »
Necessidade de vivenciar o sucesso para ousar envolver-se numa actividade, manter-se motivado e perseverar face às dificuldades.
O educador deve propor actividades/desafios adaptados às capacidades da criança (evitar o fracasso sistemático).
Sentimento de Competência
Auto-estima
Envolvimento e
perseverança
Sentimento
De eficácia/
orgulho
Motivação
Sentimento de Competência
Noção de « locus de contrôle » (a que causa tenho tendência de atribuir os meus sucessos e fracassos: a mim ou ao exterior?):
Os indivíduos com uma alta auto-estima tendem a atribuir a si os seus sucessos mas justificam os seus fracassos por causas exteriores.
No caso de baixa auto-estima observamos : sobre-generalização dos fracassos – por vezes culpabilização – atribuição externa mais frequente em caso de sucesso
Explicar à criança que o seu sucesso se deve a ela, não à sorte ou azar, ou aos outros.
Explicar e relativizar as causas dum fracasso.
Na sociedade actual a ansiedade de desempenho manifesta-se cada vez mais cedo (por vezes desde o pré-escolar), o que pode, simplesmente, bloquear a criança nos seus feitos.
Sentimento de Confiança
Considerada como uma necessidade universal (necessidade de segurança física e depois psicológica)
O sentimento de confiança evoluí do sentimento de segurança física e depois psicológica
O sentimento de confiança funda-se no fenómeno de vinculação, como o conceito de Si Próprio.
Sentimento de Confiança
O sentimento de confiança depende :
Segurança e estabilidade do meio ambiente
A segurança psicológica face ao adulto
Estabilidade dos intervenientes
Estabilidade dos comportamentos, previsibilidade das reacções do adulto
Fiabilidade das promessas do adulto
Com confiança, a criança aprende a aceitar os atrasos na satisfação das suas necessidades, a tolerar a frustração
Síntese dos determinantes
Estima de Si
Ou
Auto-estima
Aspectos subjectivos :
Conceito de Si
Capacidades cognitivas de auto-avaliação
Valores próprios, domínios julgados importantes
Relação entre sucesso e expectativas
Dimensão social:
Influência dos pares
Comparação social
Espelho Social
Quadro de referência:
Papel social
Contexto social
Influência parental:
-limites/liberdade
-aprovação
-respeito
-afeição
-apoio
Síntese dos Determinantes (2)
Estima de Si
Ou auto-estima
Aspectos subjectivos Dimensão social Influência parental
CONHECIMENTO
DE
SI
SENTIMENTO
DE
CONFIANÇA
SENTIMENTO
DE
PERTENÇA
SENTIMENTO
DE
COMPETÊNCIA
Consequências da baixa auto-estima
Consequências nas relações familiares
Consequências nos resultados escolares
Consequências nas relações com os pares
Consequências na relação consigo próprio
O nível de auto-estima influencia as emoções sentidas pelo indivíduo (depressões).
Problemas do comportamento
ansiedade – agressividade – timidez excessiva…
O Conceito de Nós Próprios Fernando Pessoa, in 'Teoria e Prática do Comércio'
Cada homem, desde que sai da nebulose da infância e da adolescência, é em grande parte um produto
do seu conceito de si mesmo. Pode dizer-se sem exagero mais que verbal, que temos duas espécies de
pais: os nossos pais, propriamente ditos, a quem devemos o ser físico e a base hereditária do nosso
temperamento; e, depois, o meio em que vivemos, e o conceito que formamos de nós próprios - mãe e
pai, por assim dizer, do nosso ser mental definitivo.
Se um homem criar o hábito de se julgar inteligente, não obterá com isso, é certo, um grau de
inteligência que não tem; mas fará mais da inteligência que tem do que se julgar estúpido. E isto, que se
dá num caso intelectual, mais marcadamente se dá num caso moral, pois a plasticidade das nossas
qualidades morais é muito mais acentuada que a das faculdades da nossa mente.
Ora, ordinariamente, o que é verdade da psicologia individual - abstraindo daqueles fenómenos que são
exclusivamente individuais - é também verdade da psicologia colectiva. Uma nação que habitualmente
pense mal de si mesma acabará por merecer o conceito de si que anteformou. Envenena-se
mentalmente.
O primeiro passo passou para uma regeneração, económica ou outra, de Portugal é criarmos um estado
de espírito de confiança - mais, de certeza, nessa regeneração. Não se diga que os «factos» provam o
contrário. Os factos provam o que quer o raciocinador. (…) E como assim é, tanto podemos crer que
nos regenaremos, como crer o contrário. Se temos, pois, a liberdade de escolha, porque não escolher a
atitude mental que nos é mais favorável em vez daquela que nos é menos?
FIM DA EXPOSIÇÃO
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