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360EDIÇÃO 34 • AGOSTO DE 2019
Longevidade está mudando o mercado consumidorÁvidos por produtos
e serviços que atendam às suas expectativas, os longevos já
movimentam US$ 15 trilhões por ano em todo o mundo
IR PARAPÁGINA 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18
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STANDRua D - nº11
LOCALExpo Center Norte
SAVE THE DATE29/09 a 01/10 de 2019
A M E L H O R
I D A D E
EXPOSITOR
SINDHOSPSINDICATOFILIADO À
ORGANIZADOR
-
Brun
o La
ria/C
riapi
cs
A reforma da Previdência foi aprovada em se-gundo turno pela
Câmara dos Deputados no dia 6 de agosto. Foram 370 deputados a
favor e 124 contra as mudanças nas aposentadorias. O míni-mo
necessário para aprovação era de 308 votos. O placar mais estreito
dessa última votação (no primeiro turno a reforma obteve 379 votos
favorá-veis) acende um sinal de alerta. Afinal, após inten-sos
debates, o que leva um deputado a mudar de opinião – e de voto?
O presidente da Câmara dos Deputados, Ro-drigo Maia, justificou
a queda dos votos à au-sência de alguns parlamentares, que estariam
retornando do recesso. O fato é que temas dessa relevância, como a
reforma previdenciária, possi-bilita aos cidadãos (e eleitores)
analisar se suas escolhas foram acertadas. E mais: se o deputado
está realmente imbuído do dever de representar e defender a
sociedade, de acordo com sua consci-ência e compromisso que o
elegeu, ou se começa a dar sinais de que o pessoal irá se sobrepor
ao coletivo, representando aquela “velha política”, que foi tão
combatida na última eleição.
Dos 70 deputados federais eleitos por São Pau-lo, 14 votaram
contra a reforma da Previdência em 1º turno na Câmara dos
Deputados. No segun-do turno, no início de agosto, o número de
depu-tados contra a reforma no Estado subiu para 16. Não vou citar
nomes, obviamente, até porque os interessados podem ter acesso a
essas informa-ções diretamente no portal da Câmara dos De-putados.
Trago esse questionamento à tona, em
primeiro lugar, porque é sadio e faz parte da de-mocracia que
nós, brasileiros, ainda não exerce-mos com plenitude. Depois, para
que possamos questionar nossos escolhidos e tentar entender seus
“reais” motivos para mudança de postura.
No mesmo dia em que a reforma da Previdên-cia foi aprovada em
segundo turno pela Câmara, o Diário Oficial da União divulgou que o
Palácio do Planalto havia enviado um projeto de lei ao Congresso
destinando R$ 3 bilhões para alguns ministérios, sendo que R$ 2 bi
seriam destinados a emendas parlamentares. O procedimento não tem
nada de ilegal, é bom frisar. Mas da forma como ainda são
utilizadas, as emendas soam como um toma-lá-dá-cá, ou seja, os
deputados aprovam o que o Executivo quer e ganham essa “benesse”,
para se projetarem em suas regiões e junto aos eleitores. O dever
cívico fica, novamen-te, em segundo plano.
Sim, temos muitas reformas e mudanças para fazer com que o
Brasil seja um país mais justo e coloque os interesses da sociedade
à frente de quaisquer outros. Uma, que depende só de nós, é cobrar
de cada deputado, de cada senador, uma postura ética e coerente.
Enviem e-mails, cartas, usem as redes sociais, vamos utilizar os
canais que temos à disposição para exigir que cada po-lítico exerça
sua atividade em prol do país. Única e simplesmente.
Yussif Ali Mere JrPresidente
Virando a casaca
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LOCALExpo Center Norte
SAVE THE DATE29/09 a 01/10 de 2019
A M E L H O R
I D A D E
EXPOSITOR
SINDHOSPSINDICATOFILIADO À
ORGANIZADOR
http://camara.leg.brhttp://camara.leg.br
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28
ÍNDICE0506
07
Inovações nas áreas de saúde, cuidados e bem-estar para a
população 50+
CAPA 18
Francisco Santos assume um novo desafio e lança a Longevidade
Expo + Fórum
Setembro amarelo alerta sociedade sobre o suicídio
Artigo "Jogando contra o câncer", por Niolanda Dantas
Artigo "OMS: uma lista de exames básicos e várias
possibilidades", por Luiz Fernando Ferrari e José Carlos
Barbério
08
24
Destaque on-line
Notas e Índice de Inflação dos Serviços de Saúde FEHOESP
Confira no Boletim Econômico da Federação a evolução dos
estabelecimentos de saúde no país
Profissional da saúde: você pode combater "fake news" das
vacinas
FEHOESP desempenha papel de destaque na luta contra o
sarampo15
32
34
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DESTAQUE ON-LINE PORTAL FEHOESP 360
Confira no Portal:
As principais notícias do setor
Informações jurídicas, contábeis e tributárias
Convenções coletivas
Informativo Notícias Jurídicas
Versão eletrônica da Revista FEHOESP 360
Acesse www.fehoesp360.org.br
O auditório do SINDHOSP, em São Paulo, foi palco da palestra “60
anos de lutas, conquistas e dificuldades da saúde”, minis-trada por
Olympio Távora Derze Corrêa, autor do livro “Um sécu-lo de saúde no
Brasil – avanços e retrocessos”, que fala sobre toda a sua
trajetória na área da saúde. Foram abordados temas como a evolução
hospitalar, o Inamps (Institu-to Nacional de Assistência Médica da
Previ-dência Social) e sistemas de remuneração, assunto sempre
discutido, mas que ainda não teve efetiva so-lução. Olympio falou
também sobre a Constituição de 1988, a criação do Sistema Único de
Saúde – SUS, financiamento da saúde, sistema suplementar e, ao
final da palestra, os participantes fizeram perguntas, o que levou
a uma conversa sobre as mudanças de paradigmas do ensino médico e
as grandes transformações que ocor-reram na assistência à saúde no
país.
Estiveram presentes Yussif Ali Mere Jr, presidente da FEHOESP;
Luiz Fernando Ferrari, vice-presidente do SINDHOSP; Carlos Eduardo
Gouveia, presidente da Câmara Brasileira de Diagnóstico
Laboratorial (CDBL); Eduardo de Oliveira, presidente da Associação
dos Hospitais do Estado de São Paulo (AHESP); Breno Monteiro,
presidente da Con-federação Nacional de Saúde (CNSaúde); Márcio
Moreira, presidente da Fundação Leonor de Barros Camargo; Monica
Aparecida Fernandes, diretora da Vigilância Sanitária e outros
representantes do setor.
Olympio Távora é médico com especialização em hematologia e
ad-ministração hospitalar que atua há 62 anos no setor de saúde,
durante os quais exerceu a profissão em atendimentos comunitários,
hospitais públicos e privados. Foi membro do Conselho Nacional de
Saúde – CNS, secretário-geral da Sociedade Brasileira de
Hematologia e Hemo-terapia (SBHH), consultor de entidades
representativas do setor hos-pitalar, além de ter participado
intensamente das discussões sobre a assistência à saúde em diversos
fóruns nacionais. Ao final do evento, o médico autografou livros
que foram distribuídos para os participantes.
Palestra aborda 60 anos de lutas, conquistas e dificuldades da
saúde
Olympio Távora durante a palestra
O palestrante com diretores da FEHOESP, SINDHOSP e
convidados
Olympio Távora autografa livros
http://www.fehoesp360.org.br
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2019 começou com dificuldades na negociação no Estado de São
Paulo entre os sindicatos profissionais e os sindica-tos patronais
ligados à FEHOESP. Após muitas negociações e várias assembleias
foram firmadas convenções coletivas de trabalho com os sindicatos
dos trabalhadores da área da saúde de Araçatuba, ABC, Ourinhos, São
José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba. O
teor das convenções coletivas está disponível para sócios e
contri-buintes do site da FEHOESP – www.fehoesp360.org.br.
Várias convenções coletivas de trabalho são firmadas no
Estado
Presidente do IEPAS será homenageado na USPA Faculdade de
Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) promove,
no dia 20 de setembro, uma Ses-são Solene da Congregação da
entidade em homenagem a ex-acadêmicos da instituição. O presidente
do IEPAS, José Carlos Barbério, foi convidado para participar do
evento como representante dos ex-alunos da Faculdade e fará um
agradecimento em retribuição ao tributo. Barbério já foi di-retor
da Faculdade entre os anos de 1982 e 1986.
06
NOTAS
ÍNDICE DE INFLAÇÃO
Índice de Inflação dos Serviços de Saúde FEHOESP – IISSF – julho
2019
% Índice Indicador Cálculo
Salários e encargos 55,00 INPC-IBGE 0,1000% 0,0550%
Materiais médicos de uso do paciente 20,00 IPC-FIPE 0,5474%
0,1095%
Materiais de consumo geral 2,00 IPCA-FIPE 0,1900% 0,0038%
Serviços de nutrição e dietética 4,00 IPCA-FIPE Alimentação
-0,1122% -0,0045%
Manutenção de edifício e equipamentos 4,00 IGPM-FGV 0,4000%
0,0160%
Limpeza 3,00 INPC-IBGE 0,1000% 0,0030%
Despesas gerais 12,00 IGPM-FGV 0,4000% 0,0480%
Total 0,2308%
http://www.fehoesp360.org.br
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BOLETIM ECONÔMICO
Edição nº 7 - agosto de 2019 Dados de janeiro a junho de
2019
07
sétima edição do Boletim Econômico da FEHOESP mos-tra a
existência de 338.121 estabelecimentos de serviços de saúde no
Brasil. Os dados são do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde (CNES) de junho de 2019. Em comparação com dezembro de 2018
houve crescimento de 2,19% no número de estabelecimentos no país no
primeiro semestre deste ano (em dezembro de 2018 existiam
330.696).
Cresce número de estabelecimentos de saúde no país
No Estado de São Paulo o número atual é de 81.762
estabelecimentos de saúde, dos quais 1.991 novos. Em comparação com
dezembro de 2018, houve crescimen-to de 2,5%. Do total de 1.991
estabelecimentos novos no Estado, 1.864 são privados, destacando-se
a abertura de 1.387 consultórios, 369 clínicas e ambulatórios
especia-lizados.
A
Por tipoBrasil São Paulo Variação %
Jun19 Dez18 Jun19 Dez18 BR SP
Hospitais (Especializado, Geral e Dia) 6.723 6.687 1.078 1.083
0,5% -0,5%
Clínicas e Ambulatórios especializados 51.149 50.612 11.248
11.375 1,1% -1,1%
Consultórios 168.134 163.118 52.896 51.517 3,1% 2,7%
Home Care 812 736 195 180 10,3% 8,3%
Serviço de Apoio de Diagnose e Terapia 25.591 25.219 4.646 4.568
1,5% 1,7%
Policlínica 8.867 8.055 2.436 2.016 10,1% 20,8%
Pronto Atendimento Geral* 1.222 1.201 305 290 1,7% 5,2%
Prontos-Socorros Geral e Especializado 421 425 145 145 -0,9%
0,0%
Centro de Atenção Psicossocial - Caps 3.043 3.013 538 529 1,0%
1,7%
Outros 72.159 71.630 8.275 8.068 0,7% 2,6%
Total 338.121 330.696 81.762 79.771 2,2% 2,5%
Tabela - Brasil e São Paulo: Estabelecimentos de saúde totais |
Em número e em variação %
Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos
Estabelecimentos de Saúde do Brasil (CNES) - Consulta dia
16/7/2019
*Pronto Atendimento Geral incluem as UPAS, que atendem
complexidade intermediária, compondo a rede com a atenção básica e
a hospitalar
Por tipoBrasil São Paulo Variação %
Jun19 Dez18 Jun19 Dez18 BR SP
Hospitais (Especializado, Geral e Dia) 2.443 2.402 418 420 1,7%
-0,5%
Clínicas e Ambulatórios especializados 43.370 42.837 9.605 9.711
1,2% -1,1%
Consultórios 166.171 161.149 52.410 51.023 3,1% 2,7%
Home Care 769 703 182 169 9,4% 7,7%
Serviço de Apoio de Diagnose e Terapia 23.268 22.922 4.259 4.184
1,5% 1,8%
Policlínica 6.805 6.092 2.013 1.644 11,7% 22,4%
Pronto Atendimento Geral* 92 82 47 40 12,2% 17,5%
Prontos-Socorros Geral e Especializado 109 114 36 34 -4,4%
5,9%
Centro de Atenção Psicossocial - Caps 1 1 - - 0,0% N/D
Outros 3.311 3.034 537 418 9,1% 28,5%
Total 246.339 239.336 69.507 67.643 2,9% 2,8%
Tabela - Brasil e São Paulo: Estabelecimentos de saúde privados
| Em número e em variação %
-
ano é 2019. É de se esperar que quase todas as doenças que foram
introduzidas na América, logo depois da descoberta de Colombo,
estejam erradicadas ou sob controle, já que avanços da medicina
possibilitaram o desenvolvimento de vacinas para doenças que
antigamente eram fa-tais. Por qual motivo então, doenças como, por
exemplo, o sarampo, que foi um dos principais responsáveis pela
destruição das populações na-tivas da América após sua importação
da Europa, está assombrando os tempos modernos?
O A resposta para esta pergunta pode estar em uma lista
recentemente divulgada pela Organiza-ção Mundial de Saúde (OMS), em
que são citadas as dez maiores ameaças à saúde em 2019. Entre elas,
como uma das principais, é apontada a relu-tância na vacinação, que
poderá causar surtos de doenças preveníveis.
Mesmo com vacinações preventivas dispo-níveis no setor público e
privado de saúde, o Ministério da Saúde afirma que a meta nacional
de vacinação recomendada (95%), não está sen-
Vacinas: como combater
“fake news”
SAÚDE PÚBLICA
08
POR VIVIAN MARTINS
Não raro, profissionais da saúde enfrentam uma grave situação:
pessoas que recusam vacinas e
pais que não querem vacinar seus filhos. O que fazer, ou melhor,
argumentar, nesses casos?
-
09
do cumprida. Estudo divulgado no ano passado pelo jornal Folha
de S. Paulo mostra que das oito principais vacinas indicadas a
bebês, apenas uma atingiu a meta recomendada – a BCG, contra
tu-berculose, que geralmente é aplicada em mater-nidades. As demais
tiveram coberturas entre 80% e 91,5%, abaixo, portanto, da meta de
95% (veja quadro com o índice das coberturas vacinais das
crianças).
A Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP, di-vulgou em 2018
nota pública em que pedia aos pediatras brasileiros atenção
redobrada para ca-sos de poliomielite no país, devido ao surto que
ocorria na Venezuela naquele ano. Com o alto fluxo de imigrantes
pelas fronteiras brasileiras e a ameaça do retorno da doença, a
preocupação se estendeu também ao Ministério da Saúde: a cobertura
vacinal contra poliomielite no país era de 96,5% em 2012 e, dados
de 2018, mostraram que a cobertura dessa mesma vacina foi reduzi-da
para 86,3%. O Ministério acredita que se não fosse a vacina, o
Brasil não teria enfrentado um dos maiores desafios de sua saúde
pública, sen-do que foram 26.827 casos de poliomielite entre 1968 e
1989, até a erradicação.
Atualmente, o Brasil enfrenta surtos de saram-po em quase todos
os estados, mesmo tendo recebido em 2016 o certificado de
eliminação da circulação do vírus pela Organização Pan-Ameri-cana
de Saúde. Na Grande São Paulo, conforme informou a Secretaria de
Estado da Saúde (SES), a campanha de vacinação focada em pessoas de
15 a 29 anos, faixa etária que concentra 44% dos casos, teve como
público-alvo 4,4 milhões de
pessoas e, do período de 10 de junho a 8 de agos-to de 2019,
haviam sido imunizados apenas 1,2 milhão de jovens.
A médica Paula Távora, patologista clínica e especialista em
imunologia, enfatiza que “a va-cinação é uma das medidas mais
importantes e seguras para promover a saúde e modificar a his-tória
natural das doenças, com o objetivo de não permitir que as
infecções ocorram, prevenindo surtos, epidemias em várias situações
adversas e salvando vidas de crianças, adultos e idosos”.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, apresentou em abril
deste ano o Movimento Va-cina Brasil, criado pelo governo federal
para re-verter o quadro de queda das coberturas vacinais no país
nos últimos anos, ação que ele informou como sendo uma das
prioridades da atual gestão. O movimento quer conscientizar cada
vez mais a população sobre a importância da vacinação como medida
de saúde pública.
Uma criança em cada
dez não é vacinada
Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infân-cia (UNICEF) e da
OMS revelam uma triste notícia: 20 milhões de crianças em todo o
mundo (mais de uma em cada dez) perderam em 2018 vacinas que salvam
vidas, como a de sarampo, difteria e tétano. Outros números
alarmantes divulgados no segundo semestre de 2017 pela OMS mostram
que a taxa de imunização foi a pior dos últimos 12 anos: 84%, ante
a meta de 95% (recomendada pelo órgão).
-
10
O que muitos pais não sabem, é que, no Bra-sil, no Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) existe a Lei 8.069/90, que garante o
direito de va-cinação. A legislação afirma que "é obrigatória a
vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades
sanitárias", bem como as vaci-nações da primeira infância.
Foi em fevereiro de 1998 que o médico Andrew Wakefield
apresentou, na conceituada revista inglesa Lancet, uma pesquisa
preliminar com 12 crianças que haviam desenvolvido autismo. Ele
alegou vínculo causal do autismo com a vacina MMR, que protege
contra o sarampo, rubéola e caxumba, e que havia sido aplicada em
11 das 12 crianças. O médico afirmou, na época, que se tratava de
uma “hipótese” e, ao longo do tempo, foi provado que por trás da
divulgação da pesqui-sa havia motivos obscuros, como o interesse em
lucros. Ele foi cassado em 2010 e sua pesquisa de-sacreditada e
retirada do ar pela Lancet.
Porém, passados mais de 20 anos, a falsa infor-mação de que a
vacina pode causar autismo em crianças ainda permanece como sendo
um dos argumentos de pais que afirmam ter receio de vacinar seus
filhos, mesmo sendo comprovado cientificamente que as vacinas para
sarampo, po-liomielite ou rubéola não aumentam as chances de
autismo ou qualquer transtorno semelhante.
Boatos como esse impulsionam os movimen-tos antivacinas que
tomaram grandes proporções nos Estados Unidos. No Youtube estão
disponí-veis vídeos com diversas “teorias da conspiração”, sendo
que a mais famosa é a de que a empresa do fundador da Microsoft,
Bill Gates, investe em vacinas para diminuir a população mundial. O
próprio empresário já deu diversas entrevistas desmentindo a
informação e argumentando que o investimento é para salvar a vida
de pessoas, e não o contrário. No Brasil, as redes antivacinas
acabam “importando” esses conteúdos em in-glês, que são
traduzidos e divulgados. “Tem cau-sado grande preocupação ao
sistema de vigilân-cia em saúde a redução da cobertura vacinal no
Brasil, e está evidenciado que uma das causas é o compartilhamento
de ‘fake news’ sobre os mitos e inverdades atribuídos às vacinas”,
ressalta a mé-dica Paula Távora.
Profissional de saúde:
você pode combater
as falsas notícias!
Os profissionais que atuam na área, especialmen-te os que fazem
parte das comunidades, continu-am sendo os conselheiros e
influenciadores mais confiáveis nas decisões de vacinação e devem
ser apoiados a fornecer informações confiáveis e de credibilidade
sobre as vacinas.
Maria de Lourdes, moradora de cidade de São Paulo e aposentada,
relata que tinha conheci-mento sobre campanhas de vacinação contra
a gripe, mas que tinha dúvidas e, por isso, nunca havia se
vacinado. “Sempre ouvia conhecidas falando que a própria vacina
iria me causar uma gripe muito forte e que não iria ter cura”. Ela
tam-bém conta que, após uma campanha do gover-no, procurou um posto
de vacinação para obter maiores informações. “O funcionário me
explicou que a vacina protege contra o Influenza e que não tinha
como me dei-xar gripada, pois usa o vírus ina-tivo. Aí eu me
convenci”.
SAÚDE PÚBLICA
“Fake news” das antigas
Paula Távora, patologista clínica e especialista em
imunologia
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A melhor forma de imunização é ter a doença?MITO: Doenças causam
imunidade natural, porém, doenças infecciosas causadas por vírus e
bac-térias podem atingir qualquer ser hu-mano exposto e não se deve
arriscar a certeza da evolução favorável, pois as doenças podem
complicar e levar a morte ou deixar sequelas. A melhor forma de
imunização é a vacinação.
sobre as vacinas
Para auxiliar os profissionais da saúde nessa ár-dua tarefa de
convencer a população sobre os benefícios e a importância da
vacinação, Paula Távora selecionou 8 mitos x verdades sobre as
vacinas para que, de uma vez por todas, as falsas informações
possam ser combatidas.
Vacinas podem causar efeitos colaterais?VERDADE: Vacinas
estimulam o sistema imune e po-dem provocar reações indesejáveis,
como dor e infla-mação no local da aplicação e até mesmo febre.
Es-tes são eventos adversos que podem ocorrer, mas sua frequência é
baixa e podem ser revertidos com me-didas simples de cuidados
gerais, sem necessidade de intervenção ou cuidados médicos.
1
Aplicar várias vacinas no mesmo dia sobrecarrega o sistema
imunológico?MITO: O sistema imunológico responde muito bem ao
estímulo de uma ou mais vacinas em um mesmo momento ou mesmo dia, e
caso seja necessário um espaço de tempo entre as aplicações há uma
recomen-dação de intervalos, que varia dependendo dos esque-mas
vacinais necessários. O limitador de várias vacinas é, por exemplo,
o local e a via de aplicação, caso sejam ne-cessárias quatro a seis
vacinas no mesmo dia. Por isso, é recomenda-do esquemas de
vacinação diferen-tes para grupos especiais e de acordo com a faixa
etária.
Vacinas causam autismo? MITO: Para ter um diagnóstico de
autis-mo, é necessária uma extensa inves-tigação por especialistas
nesta sín-drome/doença. Não há na literatura médica qualquer
evidência ou corre-lação deste diagnóstico com a aplica-ção de
vacinas.
3
2
4
SAÚDE PÚBLICA
Mitos
Verdades
x
11
-
Vacinas combinadas para a prevenção de difteria, tétano e
coqueluche podem causar morte súbita? MITO: A morte súbita infantil
ainda não tem suas cau-sas definidas, mas em nenhum caso houve a
asso-ciação destes eventos com a aplicação destas vacinas. Em
contrapartida, es-sas doenças já causaram inúmeras mortes e somente
a vacinação pode evitar o ressurgimento da difteria, do tétano e da
coqueluche, infecções cau-sadas por bactérias.
Pessoas alérgicas a ovo não podem tomar vacina contra gripe e
febre amarela?MITO e VERDADE: No processo de produção das va-cinas
de gripe e febre amarela existe uma etapa em que são utilizadas
partes das proteínas dos ovos como solubilizantes. A relação do
benefício da vacinação em relação ao risco de contrair essas
viroses, permite recomendar a vacinação em por-tadores de alergia
grave após a ingestão de ovo, e a aplicação em ambientes
con-trolados, como ambulatórios hospi-talares e de supervisão
médica. A boa notícia é que já existem novas vacinas em fase de
libe-ração para uso clínico sem os componentes do ovo.
A vacina de gripe causa gripe?MITO: A vacina contra a gripe
contém três ou quatro sorotipos de influenza, geralmente duas cepas
do tipo A e uma ou duas do tipo B. Os sorotipos estão sujei-tos a
mutações que levam a modificações frequentes e em intervalos
relativamente regulares (principalmente o tipo A), produzindo
variantes capazes de promover novos tipos de viroses a cada ano. A
vacina de gripe é inativada, produzida através de tecnologia de
fragmen-tação, modificação e morte do vírus, NÃO sendo possí-vel
causar a virose por influenza. Sendo assim, a vacina não causa
gripe e salva milhões de vidas por ano nos períodos do outono e
inverno, po-dendo ser aplicada em qualquer tempo durante o ano.
6
7
5
12
Tomar a mesma vacina duas vezes NÃO faz mal?VERDADE: Se você não
lembra se foi imunizado contra
alguma doença e perdeu sua carteirinha de vaci-nação,
recomenda-se procurar uma clínica
de vacinação ou centro de saúde, onde profissionais habilitados
poderão
orientar e recomendar quais vacinas devem ser toma-das e seus
possíveis efei-tos colaterais, mas a reva-
cinação é muito segura.
8
-
SAÚDE PÚBLICA
13
Fonte: Folha de S. Paulo
As coberturas vacinais das principais
vacinas infantis, no Brasil
120
85
502011 2018
105,7
85,7
Em %
120
85
501997 2018
117,1
95,6
120
85
502014 2018
60,1
80,9
Meningite
Coberturas da vacina meningocócica C, em menores de 1 ano.Está
abaixo da meta e já registra o menor índice de sua série
histórica.Esquema de vacinação: duas doses, aos 3 e 5 meses, com
reforço aos 12 meses e para adolescentes. Foi incluída no SUS em
2010.
Tuberculose
Coberturas da vacina BCG, em menores de 1 ano.É a vacina que
costuma ser aplicada em maternidades ou logo após nascer e, por
isso, tem índices mais altos. Mas ain-da assim teve queda nos
últimos anos.Esquema de vacinação: Dose única ao nascer.
Hepatite A
Coberturas vacinais contra hepatite A, em crianças de 1 ano.Está
abaixo da meta e com queda em relação ao ano ante-rior. Também é a
vacina com o índice mais baixo hoje.Esquema de vacinação: dose
única, aos 15 meses. Foi in-cluída no SUS em 2014.
Pneumonia
Coberturas da vacina pneumocócica em menores de 1 ano.Ficou com
índice similar a 2017, mas ainda abaixo da meta de 95%.Esquema de
vacinação: aplicada aos 2 e 4 meses, com re-forço aos 12 meses.
Incluída no SUS em 2010.
120
85
502011 2018
81,7
91,5
-
14
120
85
501997 2018
78,5
85,3
Sarampo, caxumba e rubéola
120
85
502000 2018
77,5
90,5
120
85
502007 2018
79,8
87,9
Difteria, tétano,
coqueluche e outras
Coberturas das vacinas DTP+HIB+HB (pentavalente) em me-nores de
1 ano.Após queda, apresenta leve recuperação, mas ainda
insufi-ciente e abaixo da meta, que é de 95%.Esquema de vacinação:
três doses, aos 2, 4 e 6 meses, com reforço aos 15 meses e 4 anos
com a DTP.
Cobertura da vacina tríplice viral (primeira dose), em meno-res
de 1 ano.Apresenta, até o momento, na cobertura de rotina, patamar
similar ao de 2017, mas ainda abaixo da meta de 95%.Esquema de
vacinação: 1ª dose aos 12 meses, 2ª aos 15 meses com a tetraviral
ou tríplice viral somada à vacina de varicela, também recomendada a
adolescentes e adultos.
Rotavírus
Coberturas da vacina contra rotavírus humano, em menores de 1
ano.Após queda, apresenta leve recuperação, mas ainda está abaixo
do índice ideal que é de 95%.Esquema de vacinação: duas doses, a
primeira aos 2 ea segunda aos 4 meses. Foi incluída no SUS em
2006.
Poliomielite
Coberturas vacinais contra polio, em menores de 1 ano.Após
queda, apresenta leve recuperação, mas ainda está abaixo da meta,
que é de 95%.Esquema de vacinação: três doses, aplicadas aos 2, 4 e
6 meses; reforço aos 15 meses e 4 anos.
120
85
501997 2018
89,2 86,3
-
m problema que parecia distante para o Bra-sil até pouco tempo
atrás, um surto de saram-po, exigiu medidas urgentes das
autoridades de saúde do país, especialmente em São Paulo. A FEHOESP
e o SINDHOSP estão desempenhando papel de destaque na campanha
contra o surto da doença junto à iniciativa privada da saúde,
agindo para ajudar a combater o problema em conjunto com o
Ministério da Saúde e a Secre-taria de Estado da Saúde de São Paulo
(SES). Se desde 2016 o Brasil ostentava o certificado de
er-radicação da doença em seu território, este ano precisou tomar
medidas urgentes para conter o
U avanço do surto. No último balanço divulgado pelo Ministério,
no dia 20 de agosto de 2019, o Brasil registrou, entre 19 de maio a
10 de agosto de 2019, 1.680 casos confirmados de sarampo, em 11
estados: São Paulo (1.662), Rio de Janeiro (6), Pernambuco (4),
Bahia (1), Paraná (1), Goiás (1), Maranhão (1), Rio Grande do Norte
(1), Espíri-to Santo (1), Sergipe (1) e Piauí (1). O coeficiente de
incidência da doença foi de 0,80 por 100.000 habitantes.
Diante desse cenário, o Ministério da Saúde anunciou que todas
as crianças de seis meses a um ano devem ser vacinadas contra o
sarampo
FEHOESP na luta
contra o sarampo
PREVENÇÃO
15
POR ELENI TRINDADE
-
16
em todo o país. A medida preventiva deve alcan-çar 1,4 milhão de
crianças, que não receberam a dose extra, chamada de ‘dose zero’,
além das pre-vistas no Calendário Nacional de Vacinação, aos 12 e
15 meses. A medida visa intensificar a vaci-nação nesse
público-alvo da doença, que é mais suscetível a casos graves e
óbitos. Segundo a pas-ta, ao todo serão enviadas 1,6 milhão de
doses a mais para os estados.
Na primeira etapa da colaboração entre as entidades e as
autoridades, a FEHOESP encami-nhou comunicado por e-mail a todos os
estabe-lecimentos privados de saúde do Estado de São Paulo com a
orientação expressa do Ministério e da SES para que todos os
profissionais da saúde, independentemente de já serem ou não
vacina-dos, sejam imunizados contra a doença para evi-tar uma
epidemia. “O objetivo é conter o avanço da doença. A equipe de
ponta, dos serviços de ur-gência e emergência e os médicos precisam
estar atentos aos sintomas e ao diagnóstico do saram-po. Casos
suspeitos devem ser isolados e comu-nicados imediatamente às
secretarias municipais de saúde e vigilância sanitária local”,
explica o presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr.
Todos os colaboradores de hospitais, clínicas, laboratórios,
consultórios, empresas de home care, consultórios odontológicos e
demais esta-belecimentos de saúde do Estado de São Paulo precisam
ser vacinados com urgência. A medida vale também para os
colaboradores terceirizados, como serviços de limpeza, recepção,
manobrista etc. Isso é importante para evitar o avanço e a
disseminação da doença entre a população.
De acordo com a SES, o surto na Capital paulista teve origem em
hospitais priva-dos. “São pessoas que têm planos de saúde e que
viajaram para o Exterior ou outras regiões do país e voltaram
infectadas. Como o sarampo é uma doença que estava praticamente
erradicada, os serviços de emergência dos hospi-tais não adotaram
as medidas de prevenção e os cuidados necessários a esses
pacientes. Tivemos, inclusive, profissionais de saúde
contaminados”, afirma o vice-presidente do SINDHOSP, Luiz Fer-nando
Ferrari Neto.
Manual completo
Na segunda fase da colaboração das entidades com o poder
público, a FEHOESP e o SINDHOSP lançaram o manual “SARAMPO: Tudo o
que a sua empresa precisa saber”, voltado principalmente para
profissionais e gestores de estabelecimen-tos de saúde. O material
está disponível para consulta na home do portal da Federação e traz
informações detalhadas sobre o elevado risco de morte associado à
doença, o impacto da enfermi-dade na produtividade das empresas,
detalhes sobre diagnóstico e recepção de doentes ou ca-sos
suspeitos nos locais de atendimento, como
Yussif Ali Mere Jr, presidente da FEHOESP
http://www.fehoesp360.org.br
-
17
deve ser a conduta dos trabalhadores, equipa-mentos de
prevenção, medidas de precaução, processamento de artigos usados
nas triagens de pacientes, entre outras.
Uma das principais medidas preventivas, a va-cinação de
trabalhadores do setor de saúde, é ex-plicada em detalhes,
trazendo, inclusive, um mo-delo de Termo de Consentimento
Pós-Informado para as empresas se resguardarem na eventuali-dade de
algum funcionário recusar a imunização. Os trabalhadores do setor
devem tomar a vacina do sarampo em duas doses, com intervalo de 30
dias, independentemente da idade.
A recomendação do Ministério e da SES, e que está sendo
divulgada pela FEHOESP e pelo SINDHOSP, é que o profissional tome
as vacinas e apresente sua carteira de vacinação atualizada ao
departamento de Recursos Humanos (RH) da empresa. O vice-presidente
do SINDHOSP, Luiz Fernando Ferrari Neto, lembra que, além da
res-ponsabilidade social dos empresários e gestores do setor, as
empresas ainda podem ter prejuízos financeiros caso algum
colaborador seja con-taminado no local de trabalho. “Os
estabeleci-
mentos terão que lidar com afastamentos por períodos
prolongados, o que
vai sobrecarregar outros fun-cionários, e consequente-
mente aumentar a proba-bilidade de erros. Além disso, a
transmissão de
sarampo de paciente para funcionário caracteri-za-se como
acidente do trabalho, o que obriga o empregador a uma série de
responsabilidades”, oriente Luiz Fernando Ferrari Neto,
vice-presiden-te do SINDHOSP.
O manual apresenta, ainda, todas as legisla-ções relacionadas à
profilaxia, ao descarte e às regras do Centro de Vigilância
Epidemiológica do Estado de São Paulo para as notificações de casos
confirmados ou suspeitos. A comunicação às autoridades é
fundamental para a elaboração de políticas públicas e de
estratégias de combate ao problema. O manual elaborado pela FEHOESP
e pelo SINDHOSP deixa claro que as notificações devem ser feitas em
24 horas para a vigilância municipal e registradas no SinaNet
(Sistema de Informação de Agravos de Notificação). Essa medida é
muito importante porque o sarampo é classificado como agravo de
notificação imedia-ta, na suspeita e/ou confir-mação do caso. Os
canais a serem usados para essa me-dida são o Plantão da Central de
Vigilância Epidemiológica do CVE “Prof Alexandre Vran-jac”, de
segunda a segunda, 24 horas por dia, pelo 0800-555466 e via
notificação on-line no site da Secretaria de Estado da Saúde.
A consulta ao manual pode ser feita de maneira to-talmente
gratuita na home do portal FEHOESP 360 ou clicando aqui.
PREVENÇÃO
Luiz Fernando Ferrari Neto, vice-presidente
do SINDHOSP
http://www.saude.sp.gov.br/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica-prof.-alexandre-vranjac/notificacao-on-line/notificacao-on-linehttp://www.saude.sp.gov.br/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica-prof.-alexandre-vranjac/notificacao-on-line/notificacao-on-linehttps://fehoesp360.org.br/gerenciador/upl/editorHTML/uploadDireto/vvaaallleeee-ca-editorHTML-00000006-06082019122653.pdf
-
Expositores do evento trazem inovações nas áreas de saúde,
cuidados, conforto
e bem-estar para a população 50+
POR ANA PAULA BARBULHO
19
Longevidade Expo + Fórum
espera 20 mil visitantes
Uma pesquisa sobre hábitos de consumo realiza-da pela Hype 60+ e
Mind Miners constatou que os brasileiros acima de 60 anos gastam o
equiva-lente a 85% da renda com alimentação (46% dos pesquisados) e
plano de saúde (39%), seguidos por despesas com farmácias e
medicamentos. Esses números evidenciam uma preocupação desse grupo
populacional com a manutenção das condições físicas e reforça a
demanda por produtos e serviços que possam atender às várias
necessidades inerentes a essa faixa etária.
Este cenário é refletido na 1ª edição da Lon-gevidade Expo +
Fórum 2019, evento pioneiro organizado pelo Grupo Couromoda, o
mesmo que fundou a feira Hospitalar. A Longevidade acontece de 29
de setembro a 1º de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo, e
contará com expositores de segmentos diversos, como saúde,
mobilidade, cultura, lazer, finanças e no-vas tecnologias, entre
outros, que visam facilitar o dia-a-dia e aumentar o bem-estar, a
autoesti-ma, a independência, incentivando uma maior inclusão
social da população madura. A data da Longevidade coincide com o
Dia Internacional do Idoso, instituído pelas Nações Unidas em 1990
e que tem 1º de outubro como data de celebração em todo o
mundo.
-
CAPA
20
Fábio Madeira, gerente Comercial da Longevidade
Empresas do setor de saúde e cuidados espe-cíficos para o
segmento de 50+ ocuparão uma das maiores áreas entre os 200
expositores estimados para a 1ª edição da Longevidade. Entre os
servi-ços oferecidos por esses expositores destacam-se a promoção
de cursos para cuidadores, serviços personalizados de saúde, como
em pós-opera-tórios, por exemplo, assessoria familiar e
empre-sarial, soluções auditivas, serviços de companhia e
transporte, consultoria sobre o gerenciamento do cotidiano, entre
outros. FEHOESP e SINDHOSP apoiam institucionalmente o evento e
estarão presentes na feira com um estande.
“Normalmente, quando se fala em longevida-de ou envelhecimento,
os temas são sóbrios, um pouco tristes. A proposta da Longevidade
Expo + Fórum é ser um evento alegre, alto astral, ex-periencial.
Vamos falar de coisas boas e alegres, de felicidade e vontade de
viver, de superação de limites”, adianta o gerente Comercial da
Lon-gevidade, Fábio Madeira. E para dar a amplitude que o tema
exige, a exposição terá eventos simul-tâneos, como congresso,
simpósios, palestras e workshops, que serão realizados na área
central da exposição, em um espaço que foi batizado de Arena
Longevidade. “Precisávamos ampliar a dis-cussão do tema da
longevidade e levar isso aos visitantes e sociedade, enfim, dar o
protagonismo necessário e merecido para o conteúdo. Por isso a
ideia de fazer no 'meio' do evento um espaço grandioso para que,
não só chame atenção, mas que seja o coração do evento”, adianta
Madeira.
MercadoO Brasil já possui 51 milhões de cidadãos com mais de 50
anos de idade, e serão 72 milhões em apenas 12 anos. Segundo
estimativas do Institu-to Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o Brasil registra um dos maiores índices de enve-lhecimento
populacional do mundo. 86% dos brasileiros nesta faixa etária são
independentes fi-nanceiramente e os únicos responsáveis por suas
decisões de compra. O mercado da longevidade já é uma realidade e
está repleto de oportunida-des, mas 45% destes consumidores afirmam
ter dificuldade em encontrar novidades e mais alter-nativas em
produtos e serviços adequados aos seus novos hábitos e
aspirações.
Fábio Madeira, que acompanha o projeto da Longevidade Expo +
Fórum desde o início, acre-dita que o mercado nacional ainda não
está pre-parado para atender ao perfil do consumidor 50+. “A
Longevidade vem preencher uma lacuna. Essa, inclusive, é uma grande
motivação, pois para nós não faz sentido uma po-pulação
envelhecendo a pas-sos largos e o mercado não perceber esse
movimen-to e ter o cuidado de se comunicar corretamen-te com esse
consumi-
-
21
dor. Isso significa dizer que você está perdendo mercado ou, no
mínimo, está muito perto de per-der. O intuito da Longevidade é
acelerar esse de-senvolvimento, para que surjam mais produtos, mais
serviços e mais inovações para o público 50+”, frisa o gerente
Comercial da Longevidade, Fábio Madeira.
NovidadesEntre os expositores da Longevidade Expo + Fó-rum, está
a 50 Mais Ativo, empresa com a pro-posta de manter o indivíduo
social, físico e cog-nitivamente ativo. Além de passeios culturais,
viagens, cine-debate e atividades de estimulação cognitiva, a
empresa estrutura cursos, palestras e workshops voltados para a
capacitação de pro-fissionais e familiares de idosos com algum grau
de dependência física ou psíquica, com foco na melhoria da
qualidade de vida. Entre os serviços oferecidos pela empresa
destaca-se o programa Pausa para Cuidar, que busca diminuir a
sobre-carga do familiar cuidador do longevo por meio de um conjunto
de ações que reduzem o estres-se e restauram a energia e equilíbrio
necessários para a função.
Defendendo a dança como “tratamento pre-ventivo e
não-farmacológico”, o Estúdio A Dança Comvida apresenta cursos
ministrados por pro-fessores especializados e capacitados para
tra-balhar com longevos, com ênfase não somente na questão da saúde
física, mas na qualidade de vida como um todo, aliando as técnicas
de dança aos conhecimentos de áreas como anatomia, en-fermagem e
cinesiologia, entre outras.
Para atender os maduros que não querem fi-car fora do mundo
virtual e das novas tecnologias que podem facilitar as atividades
nessa fase da vida, a plataforma Digitalidade foi desenvolvida para
oferecer cursos e serviços tecnológicos es-pecialmente para o
mercado 50+. Buscando “em-poderar” a maturidade frente aos avanços
tecno-lógicos, com inovação, integração e (re)inclusão digital,
contribuindo para o resgate da indepen-dência e fortalecimento da
autonomia dos adul-tos 60+, a Digitalidade oferecerá, durante a
feira, cursos sobre smartphones, tablets e notebooks, de fotografia
e audiovisual, entre outros, além de suporte técnico especializado
exclusivo para esse público.
Primeira plataforma digital de transporte aces-sível e segura
para pessoas com mobilidade re-duzida, o aplicativo “Eu Vô”,
lançado em 2017 na cidade de São Carlos, Interior de São Paulo,
pre-tende dar maior autonomia às pessoas com algu-ma restrição de
movimentos e, ao mesmo tempo, tranquilizar as famílias em relação
ao transporte seguro e especializado. A meta é credenciar 8,5 mil
motoristas nos primeiros 12 meses de ativida-de e, até o final
deste ano, somar 500 motoristas treinados em São Paulo e 7 mil
corridas/mês.
Contrariando a percepção geral de que jogos virtuais “são coisas
de criança”, o empreendedor Fabio Ota, fundador da International
School of Game (IS Game), detectou que a prática da pro-dução de
games poderia trazer benefícios para pessoas com Alzheimer e
prevenir outras defici-ências típicas do envelhecimento. A partir
de um projeto, aprovado no Programa Inovativo para Pequenas
Empresas (FIPE), da Fundação de Am-
-
CAPA
22
desenvolver jogos durante os três dias do evento.Para Francisco
Santos, empreendedor e pre-
sidente da Longevidade Expo + Fórum, a divul-gação de novas
ferramentas de informação e atualização para o segmento silver
ultrapassa a questão educacional e técnica, revelando-se como de
vital importância para esse grupo. “É um fator determinante para
uma maior inclusão social da população madura, que está ávida por
conhecimento e tem condições e poder econô-mico para consumir.
Quanto mais aproveitarmos as modernas tecnologias e técnicas
existentes, aumentamos nossas possibilidades de uma vida mais
ativa, saudável e proveitosa”, avalia o ideali-zador da
Longevidade, Francisco Santos.
FórunsAlém da área de exposição, a Longevidade ofere-cerá uma
diversa e aprofundada programação de conteúdo. Um deles, é o
Congresso Brasileiro da Longevidade Seguros Unimed, dirigido a
profis-sionais, empresários e especialistas do setor, com a
proposta de debater os impactos, perspectivas e oportunidades de
uma vida mais longa ativa e autônoma. Todo o conteúdo terá a
curadoria da seguradora e acontece nos dias 30 de setembro e 1º de
outubro na Arena da Longevidade. O even-to reunirá artistas e
formadores de opinião para debater sobre turismo, lazer, saúde,
bem-estar e finanças. Entre os convidados destacam-se os atores Eva
Wilma, Odilon Wagner, Laura Cardoso e Ary Fontoura, o velejador
Vilfredo Schurmann, os jornalistas Mara Luquet e Luiz Artur
Nogueira, entre outros.
Para os três dias do evento, a Unibes Cultural organizou uma
variada programação, com mais de 30 atividades em um espaço
dedicado a dis-cutir os caminhos da longevidade sob a luz do
empreendedorismo, da inovação, do bem-es-tar, da qualidade de vida,
da sociabilidade e das
mudanças necessárias do pensamento social frente ao público 50+.
“Reunimos cerca de 60 organizações que tratam dos quatro
grandes
temas determinados pela Organização das Nações Unidas (ONU), no
que tange à lon-gevidade: saúde, empregabilidade, socia-lização e o
ambiente das cidades”, conta
o diretor do Unibes Cultural, Bruno Assami.
paro à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que reuniu 75
indivíduos com idade média de 65 anos, foi realizado um estudo que
atestou os be-nefícios dos jogos para esse público, destacando
melhorias significativas na qualidade de vida, ca-pacidade
funcional, coordenação motora, agili-dade mental, memória e
concentração. Por conta disso, Fabio criou a “Cérebro Ativo”, um
segmento da IS Games dedicado exclusivamente à popula-ção 50+.
“É mais do que desenvolver jogos, é promover a socialização de
várias gerações. O jogo desen-volvido pelo sênior é mais simples e
objetivo, mas o que vale é o processo de aprendizagem e o quanto
conseguiram vencer essa barreira se divertindo e trabalhando a
memória e concentra-ção”, ressalta Ota. Durante a Longevidade Expo
+ Fórum, a empresa fará uma competição que reunirá 70 pessoas,
entre jovens e maduros, para
-
23
Durante a Longevidade Expo + Fórum, os vi-sitantes poderão
interagir com personalidades convidadas pelo Unibes Cultural, como
a chefe de cozinha Bel Coelho e Paulo Panayotis, do Blog “O que vi
pelo mundo”, que abordarão temas como o turismo de aventura, a
política de refugiados e a gastronomia, sempre sob a
perspectividade dos 50+. Eventos lúdicos também serão realizados,
como aulas de dança, bordados, desenhos, entre outras. "Criamos uma
programação de palestras e atividades para que temas tão
importantes sejam tratados com leveza e haja participação do
públi-co visitante em geral”, afirma Bruno Assami.
Além disso, a Longevidade Expo + Fórum se-diará o Simpósio
Silver Economy, com três con-
Longevidade Expo + Fórum
O envelhecimento populacional, por si só, gera demanda
espontânea a serviços de saúde. Pes-quisa do IBGE mostra que
praticamente metade dos brasileiros com mais de 60 anos possui uma
ou mais doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e problemas
cardiovasculares. “Vamos aproveitar o espaço que temos na
Longevidade Expo + Fórum para conhecer o que esse paciente, ou
cliente 50+, espera do laboratório, da clínica, dos hospitais e
outros serviços de saúde”, adianta o presidente da FEHOESP, Yussif
Ali Mere Jr.
ferências sobre as mudanças e o impacto da lon-gevidade na
economia e no consumo; talk shows e workshops.
Durante os três dias de exposição, de 29 de se-tembro a 1º de
outubro, o stand da FEHOESP na Longevidade realizará uma pesquisa
de opinião com o público da feira. “Posteriormente, vamos levar
essas informações aos empresários e gesto-res da área da saúde. A
ideia é que esse material sirva como bússola para produtos
inovadores e serviços que atendam às expectativas dos longe-vos”,
acredita o presidente da FEHOESP.O stand da FEHOESP na Longevidade
está locali-zado na rua D número 11.
Stand da FEHOESP levantará expectativas do consumidor 50+
Congresso Brasileiro da Longevidade Seguros UnimedSimpósio
Silver Economy + Talk Shows + WorkshopsData: 29 de setembro a 1º de
outubro de 2019 (domingo a 3ª feira)Horário: das 10h às 20hLocal:
Expo Center Norte - Rua José Bernardo Pinto, 333 Vila Guilherme -
São Paulo/SP.www.longevidade.com.br
http://www.longevidade.com.br
-
doso? Não, longevo!! Idealizador e empreendedor de eventos de
grande sucesso, como a Couromoda, Hos-pitalar Feira+Fórum e Hair
Brasil, o empresário Francisco Santos, 71, as-sume um novo desafio
e lança a Lon-gevidade Expo + Fórum, evento que promete movimentar
um mercado cada vez mais importante no cenário econômico brasileiro
e global. “Hoje vivemos mais tempo e com mais qua-lidade.
Precisamos pensar em como queremos construir este novo futuro.
A longevidade será a megatendência do século, uma revolução que
vai sa-cudir empresas, instituições, governos e sociedade”,
acredita o empresário. A seguir, a íntegra da entrevista.
Revista FEHOESP 360 – Como surgiu a ideia de lançar a
Longevidade, uma exposição e fórum com foco no público
maduro?Francisco Santos – Os 50+, como chamamos esse público, são
pessoas que possuem renda própria, em sua
maioria, são exigentes na escolha de produtos e serviços e com
tendência à fidelização por marcas. No mundo, são responsáveis pela
movimentação de um mercado de US$ 15 trilhões ao ano. No Brasil,
segundo o IBGE (Institu-to Brasileiro de Geografia e Estatística),
já contabilizam 50% do mercado con-sumidor e movimentam anualmente
R$ 1,8 trilhão. Somos o país que en-velhece com maior rapidez em
todo o mundo, portanto, temos um mercado consumidor crescente. E
poucas ini-
I
ENTREVISTA
longevidadeA revolução da
24
POR ANA PAULA BARBULHO
-
ciativas estão voltadas a essas pesso-as. Estamos criando um
palco, uma plataforma, onde as ideias, produtos e inovações estarão
presentes, onde os líderes poderão expor soluções e alternativas
para uma mudança desta magnitude nos parâmetros sociais e
econômicos.
Revista FEHOESP 360 – Em suas via-gens, o sr. viu algum modelo,
alguma exposição parecida com a proposta da Longevidade? E qual a
sua expectativa com a primeira edição?Francisco Santos – Não vi
nada pare-cido. Da forma como estamos ideali-zando, projetando a
exposição e a área de conhecimento não há nada igual. É uma
iniciativa inédita. O evento reunirá empresas e especialistas de
sete seg-mentos: saúde e bem-estar; turismo, lazer e destinos;
finanças, seguros e tra-balho; conhecimento, cultura e tecno-logia;
casa, consumo e facilities; gastro-nomia e nutrição; e moda, beleza
e pro age. São esperados mais de 200 expo-
sitores de produtos e serviços, desde startups até grandes
empresas. Nossa expectativa é atrair 20 mil visitantes nos três
dias de evento, de 29 de setembro a 1º de outubro, em São
Paulo.
Revista FEHOESP 360 – A Longevida-de atrelou à exposição fóruns
de deba-tes. Fale um pouco sobre os eventos que acontecerão
simultaneamente.Francisco Santos – A Longevidade oferecerá uma
diversa e aprofunda-da programação de conteúdo, com congresso,
simpósio, palestras e workshops para propor soluções para o desafio
da inovação para o mercado 50+, com a participação de organiza-ções
públicas e privadas, empresários, profissionais do setor e público
sele-cionado. Entre os temas posso desta-car longevidade ativa,
qualidade de vida e maior inclusão na vida social, impacto
econômico, inserção no mercado de trabalho, entre muitos outros
relacionados a este novo mercado em formação.
Revista FEHOESP 360 – Durante a feira vocês vão lançar a Silver
Week. Qual o objetivo da iniciativa?Francisco Santos – A Silver
Week será lançada durante a primeira edição da Longevidade, mas
acon-tecerá em 2020. O objetivo é movi-mentar o mercado, ou seja,
que na semana da Longevidade os consu-midores desta faixa etária
tenham descontos em serviços, produtos,
nas lojas, nos restaurantes, bares, ci-nemas, teatros. Mais ou
menos como a Black Friday, mas voltada para as pes-soas com o
“cabelinho prateado”.
Revista FEHOESP 360 – O Brasil en-velhece a passos largos. O sr.
acredita que o país está se preparando adequa-damente para
enfrentar os desafios da longevidade?Francisco Santos –
Envelhecemos antes de enriquecer, diferente do que aconteceu com os
europeus, japone-ses e até os norte-americanos. Eu acho que as
instituições de governo no Brasil já estão começando a olhar este
mer-cado, porém, há muito ainda a ser feito. Esta primeira edição
da Longevidade é um conceito, a partir disso, no próximo ano,
esperamos ter novas experiências e iniciativas sendo mostradas na
feira. Os europeus, de um modo geral, assim como vários países da
Ásia, já têm os seus ministérios de economia, secre-tarias ou
departamentos que cuidam da indústria voltada para o consumi-dor
prateado, como são chamados os 50+. O Brasil tem muito a fazer,
pois as pessoas vão viver 80, 90... 100 anos. Os governos precisam
olhar para outras áreas, além da saúde, quando falamos em
longevidade.
25
Somos o país que
envelhece com
maior rapidez em
todo o mundo,
portanto, temos um
mercado consu-
midor crescente"
-
ENTREVISTA
Francisco Santos – Amadurecimento saudável é, em primeiro lugar,
a pessoa estar bem consigo mesma. E procurar ter atividades e levar
uma vida sau-dável nos mais variados aspectos do seu dia a dia. Eu,
por exemplo, tenho 71 anos e cuido bem de mim, sempre cuidei, e
conheço outras pessoas que estão hoje cuidando bem de si. Mesmo
aquelas que, por um motivo ou outro, na faixa dos 50 anos ou 60,
são atingi-das por algum problema de saúde, que há 20 ou 30 anos
seriam fatais, hoje elas têm acesso a uma medicina que lhes dá
condição de sobreviver com dignidade. O Brasil tem muito a fazer.
Temos uma faixa da população que precisa ser mais bem atendida do
ponto de vista social.
Revista FEHOESP 360 – Para fina-lizar, que sensação você quer
ter ao chegar ao final da Longevidade 2019?Francisco Santos – Eu
acho que a sensação que todos nós estamos es-perando é ter
implantado, no Brasil, o conceito da economia prateada,
da longevidade com qualida-de de vida, de viver mais e viver,
principalmente, melhor. A ideia com esta primeira edição é que as
empresas mostrem as possibili-dades que existem neste campo. A
feira por si só não é a protago-nista. Os protagonistas são as
pes-soas, entidades e empresas que estão ocupando este espaço que o
evento começa a oferecer. É muito importante que o Brasil siga o
que está sendo feito em outros países. Na América Latina,
infelizmente, ainda não temos bons exemplos nessa área. Nós estamos
sendo bem recebidos pelo mercado, mas muitas empresas grandes ainda
têm dúvidas e preocupações de
como encarar este consumidor, mas todas precisam se mexer.
Qualquer que seja o ramo de atividade, como
telemarketing, informática, turismo, conforto, enfim, todos têm
que ter este consumidor no seu objetivo final. Eu gosto sempre de
enfatizar que a Lon-gevidade não é um evento de saúde. A
Longevidade é um evento com foco no público que já está vivendo
mais e melhor, e quer ainda mais acesso a outras coisas.
Revista FEHOESP – Que mensagem o sr. gostaria de deixar para o
público 50+ e para as empresas que começam a olhar para este
consumidor?Francisco Santos – Nós, os longevos, não nos
reconhecemos mais com a imagem estereotipada do idoso frágil e
dependente. Estamos falando de um público ágil, empreendedor, que
cuida da sua saúde, investe em lazer, em cul-tura, consome moda,
define estilos e tendências, faz uso da tecnologia e tem muito a
contribuir com a sociedade. A longevidade é um ativo importante a
ser considerado. É um novo retrato da sociedade e queremos ser
disruptivos, criando a Longevidade Expo + Fórum para dar
visibilidade e trazer o tema para o centro da mesa.
Revista FEHOESP 360 – Agora falan-do sobre o mercado, as
empresas estão preparadas para atender a esse novo perfil de
consumidor?Francisco Santos – Os 50+ têm gran-de poder de compra em
todo o mun-do, no Brasil inclusive. E necessitam de uma gama de
produtos e serviços voltados exclusivamente a eles. As empresas
terão que estar preparadas. Estamos falando de um mercado que tem
que ser visto por todos os segmen-tos da sociedade. É uma revolução
que não tem volta. Cada ano, milhões de pessoas ingressam nesta
faixa etá-ria, no Brasil são quase um milhão por ano! Nós, com a
Longevidade, esta-mos sendo disruptivos, mexendo com o mercado para
que as empresas en-tendam que há um novo consumidor, uma nova faixa
de público que quer atenção, com melhor atendimento e serviços.
Querem se sentir participati-vos. Hoje, por exemplo, já temos mais
avós do que netos. Só em São Paulo são 12 milhões de pessoas nesta
faixa etária.
Revista FEHOESP 360 – Em sua opi-nião, o que é amadurecer de
forma sau-dável, com dignidade?
26
Qualquer que seja o
ramo de atividade,
como telemarketing,
informática, turismo,
conforto, enfim,
todos têm que ter
este consumidor no
seu objetivo final"
O Brasil tem muito
a fazer. Temos uma
faixa da população
que precisa ser
mais bem atendida
do ponto de
vista social"
-
27
O idealizador da Longevidade Expo + Fórum é um autêntico
empreendedor. No final dos anos 60, iniciou-se no marketing,
propaganda e produções audiovisuais. Nos anos seguintes, pas-sou a
trabalhar no segmento calçadis-ta, no Rio Grande do Sul, sempre
na
área de promoção comercial. Em 1973, fez sua estreia no mercado
externo, participando da Brazil Export, em Bruxelas, na Bélgi-ca, e
ficou 30 dias na Europa, onde começou a desenvolver ideias sobre
novos métodos
de promoção dos produtos brasileiros em mercados
in-ternacionais.
De volta ao Brasil, preparou o lan-çamento da Couromoda, projeto
in-ternacional e inovador de promoção comercial na área de couros e
calçados e que se tornaria uma referência no mercado de feiras e
eventos. A primeira edição foi realizada em 1975, no Rio de
Janeiro. Francisco Santos, 71, é casado com Waleska Santos, médica
pediatra que deixou a atividade profissional nos anos 80 para
atuar, junto ao marido, no segmento de promoção comercial no Brasil
e no Exterior. Juntos, dirigiram mais de cem eventos e
participações oficiais em feiras na Europa e nas Amé-ricas. No
Brasil, depois da mudança para São Paulo e a consolidação da
Couromoda, lançaram a Feira e Fórum Hospitalar, nos anos 90, que se
trans-formou no maior evento da indústria médico-hospitalar da
América Latina, presidido por Waleska Santos e re-ferência global
no setor. Já nos anos 2000, passaram a atuar também no segmento de
beleza, cabelos e body care, criando a Hair Brasil, evento de
grande sucesso no mercado e voltados para os profissionais do
setor.
Em 2018, ao completar 70 anos, Francisco Santos aguçou o faro
para, mais uma vez, inovar. Desta vez, seu olhar voltou-se para um
segmento de mercado em franco crescimento, mas ainda pouco atendido
e, em alguns aspectos, pouco compreendido: o pú- blico 50+. A
primeira edição Longe-vidade Expo + Fórum acontece de 29 de
setembro a 1º de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo.
Informa-ções e credenciamento através do site
www.longevidade.com.br.
Um pouco mais sobre
Francisco Santos
http://www.longevidade.com.br
-
SETEMBRO AMARELO
Encerrar a própria vida num ato voluntário é uma atitude sempre
chocante e, infelizmente, cada vez mais frequente. Longe de ser um
proble-ma isolado apenas de pessoas com crises existen-ciais ou
dramas pesados de vida, o suicídio pode acometer indivíduos de
qualquer classe social, cor ou estado mental. Pode chegar sem aviso
ou acontecer depois de muitos alertas e pedidos de socorro, mas
sempre com efeitos devastadores. “É fundamental discutir o suicídio
e as formas de prevenção porque o fenômeno vem crescendo até mesmo
entre crianças”, alerta Ricardo Men-des, diretor da área de Saúde
Mental da FEHOESP e do SINDHOSP.
Na maioria das vezes, a saúde mental é o fa-tor principal para a
violência autoprovocada. “Já é sabido que praticamente 100% dos
casos de óbito por suicídio estão ligados a um transtorno mental,
tratado de forma inadequada ou não tratado de maneira alguma”,
explica Antônio Ge-raldo da Silva, presidente da Associação
Psiquiá-trica da América Latina (Apal) e diretor e superin-tendente
da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), muitos casos também “ocorrem de
forma impulsiva em momento de crise, com um colapso na capacidade
de lidar com os estresses da vida – tais como problemas
financeiros, términos de relacionamento ou dores crônicas e
doenças”, conforme o documento da entidade “Folha Infor-mativa –
Suicídio”, de 2018.
Setembro Amarelo alerta a sociedade sobre o suicídio, um
problema de saúde pública que pode ser
combatido com informação e atenção
28
Um final trágico que
pode ser evitado
POR ELENI TRINDADE
-
O tema, portanto, precisa ser melhor entendi-do pela sociedade,
pois já é um problema grave de saúde pública. De acordo com
levantamentos do Ministério da Saúde, o último boletim
epide-miológico de tentativas e óbitos por suicídio no Brasil
registrou, entre 2011 e 2016, 62.804 mortes. O documento mostra que
no mesmo período fo-ram 48.204 tentativas. Segundo o Ministério,
entre os fatores de risco para o suicídio estão transtor-nos
mentais, como depressão, alcoolismo, es-quizofrenia; questões
sociodemográficas, como isolamento social; psicológicos, como
perdas re-centes; e condições clínicas incapacitantes, como lesões
desfigurantes, dor crônica e neoplasias malignas. Ainda de acordo
com a OMS, as taxas também são elevadas em grupos vulneráveis que
sofrem discriminação, como refugiados e migran-tes; indígenas;
lésbicas, gays, bissexuais, transgê-neros e intersexuais (LGBTI); e
pessoas privadas de liberdade.
Muitas são as iniciativas para tentar esclare-cer a população e
combater o aumento de ca-sos. Uma das mais recentes foi a
instauração da Política para Prevenção da Automutilação e do
Suicídio, por meio da Lei 13.819/2019, que esta-belece medidas par
reduzir casos de violência autoprovocada, tentativas de suicídio,
suicídios consumados e atos de automutilação. Para isso, os
estabelecimentos de saúde, tanto público quanto privados, devem
notificar os casos para as autoridades e os estabelecimentos de
ensino de-vem avisar aos conselhos tutelares toda suspei-ta ou
ocorrência confirmada que diga respeito a violência autoprovocada.
Outra medida prevista pelo documento é a criação de um canal
telefôni-co gratuito para atender pessoas passando por sofrimento
psíquico. As medidas de prevenção são fundamentais e realmente
podem mudar desti-nos. De acordo com o Ministé-rio da Saúde, nos
locais onde existem Centros de Apoio Psi-cossocial (CAPS), uma
inicia-tiva do SUS, o risco de suicídio é reduzido em até 14%.
Setembro Amarelo
A dimensão do problema é tamanha que ele é tema de uma extensa
campanha há cerca de 5 anos: o movimento mundial Setembro Amarelo,
de conscientização para a prevenção do suicí-dio. No período
escolhido para o trabalho, tanto o Conselho Federal de Medicina
(CFM), quanto a ABP divulgam informações para ajudar a po-pulação a
romper os mitos sobre o tema e para auxiliar médicos e
profissionais de saúde a iden-tificar, tratar e instruir pacientes.
Todo o conteú-do da campanha fica centralizado no site www.
setembroamarelo.com.
No âmbito da campanha, foi criada a cartilha “Suicídio:
informando para prevenir”, para levar o tema ao maior número de
pessoas possível. “Desmistificar o tabu e a cultura em torno do
sui-cídio é um tema para todos, por isso, passamos a direcionar a
nossa cartilha a médicos, demais profissionais da área de saúde e
sociedade em geral”, explica Antônio Geraldo da Silva, da ABP. De
acordo com ele, alguns pontos do material são bastante específicos,
como competência da prevenção em âmbitos de saúde primária,
se-cundária e terciária, além dos quesitos de avaliação do risco de
suicídio e avaliação e manejo do paciente. “Outros, no entanto,
dizem res-peito a pontos em que todos podem atuar, como
identifica-
29
Antônio Geraldo da Silva, presidente da Apal e diretor e
superintendente da ABP
http://www.setembroamarelo.com
http://www.setembroamarelo.com
-
30
ção dos fatores de risco e protetivos para o suicí-dio, mitos
sobre o comportamento suicida e por que devemos nos preocupar com a
prevenção”, destaca.
Cuidar da saúde mental é uma das medidas mais eficazes já que os
casos consumados, em sua maioria, estão ligados a transtornos
mentais, especialmente a depressão. “A idade avançada é um fator de
risco, mas o suicídio acomete pessoas de qualquer idade. As
tentativas são mais comuns entre jovens e mulheres e o suicídio com
morte consumada é mais frequente entre idosos e ho-mens adultos”,
explica Elie Cheniaux, psiquiatra, mestre e doutor em Psiquiatria,
Psicanálise e Saú-de Mental pela Universidade Federal do Rio de
janeiro (UFRJ) e pós-doutor pela UFRJ e PUC-Rio.
Como nem sempre as pessoas dão sinais cla-ros ou mesmo
verbalizam a intenção de tirar a própria vida, o médico alerta que
é fundamental sempre buscar ajuda especializada. “Pessoas pró-ximas
podem ajudar estando abertas para ouvir o doente e, nos primeiros
sinais de intenção de se matar, é obrigatório levá-lo ao médico
psiquia-tra para avaliar se há ou qual é a doença mental e iniciar
o tratamento necessário para evitar um desfecho trágico e melhorar
a qualidade de vida”, orienta ele.
Sociedade impactada
Na percepção de quem lida com o assunto de maneira direta, a
sociedade já entende cada vez
mais que informação é a melhor medida para combater angústias,
medos e de-
Elie Cheniaux, psiquiatra, mestre e doutor em Psiquiatria,
Psicanálise e
Saúde Mental pela UFRJ e pós-doutor pela UFRJ e PUC-Rio
mais situações que levam às tentativas de suicí-dio. Para
Adriana Rizzo, voluntária e porta-voz do Centro de Valorização da
Vida (CVV), atualmente já se fala mais abertamente sobre suicídio.
“Os preconceitos, mitos e medos foram caindo aos poucos e a
reflexão sobre o tema tem aumenta-do. Com isso, as pessoas tendem a
se sentir mais à vontade para pedir ajuda, comentar que pen-sam ou
pensaram em tirar a própria vida e isso pode encorajar as demais a
procurar ajuda”, acre-dita ela, enfatizando, porém, que ainda há
mui-to a ser feito. “Ainda há um caminho longo a ser percorrido,
mas importantes passos foram dados nesses anos para a
conscientização da importân-cia do assunto”, destaca ela.
Pensando na continuidade do trabalho nas próximas gerações, o
suicídio vem sendo cada vez mais discutido durante a formação dos
pro-fissionais de saúde que, na maioria das vezes, lidam
diretamente com as tentativas de suicídio. De acordo com Silva, da
ABP, existem iniciativas da associação no sentido de abordar o tema
em parceria com ligas acadêmicas de psiquiatria e, desde 2016, a
entidade desenvolveu um padrão de aulas para abordagem do assunto
entre os es-tudantes, baseado em conteúdo científico
com-provado.
Mas não são apenas os jovens profissionais que precisam ser
preparados desde a formação para lidar com o suicídio. Os
adolescentes em geral também já discutem o tema no seu cotidia-no,
muitas vezes estimulados pelo conteúdo au-diovisual ao qual têm
acesso na internet e redes sociais. O exemplo mais marcante da
abordagem dessa temática é a série 13 Reasons Why (13 Ra-zões do
Porquê, em tradução livre), que conta a história de uma adolescente
que se suicida e dei-xa fitas cassete endereçadas a várias pessoas
com as quais se relacionava para explicar “as razões do
SETEMBRO AMARELO
-
31
Impacto econômico
Além de ser uma questão dramática do ponto de vista social e de
saúde pública, as doenças men-tais que, na maioria das vezes, estão
implicadas nos casos de suicídio, também são fator de preo-cupação
nas empresas. O motivo é que os episó-dios depressivos vêm se
avolumando nos últimos anos e passaram a figurar entre os mais
frequen-tes motivos de afastamento do trabalho. A OMS afirma que a
depressão é a principal causa de in-capacidade em todo o mundo. De
acordo com a Secretaria de Previdência do Ministério da Econo-mia,
no ano de 2017 os “episódios depressivos” somaram 43.328
afastamentos, figurando em 10º lugar na lista de doenças que mais
afastaram os trabalhadores do trabalho.
Em 2018, o problema se ampliou: episódios depressivos já foram o
oitavo motivo de afasta-mento, com 54.233 casos. “O cuidado com a
saú-de mental e o diálogo constante entre as pessoas sobre esse
tipo de doença precisa estar presente também nas empresas, pois
além de ser funda-mental para elevar a qualidade do ambiente
pro-dutivo, melhora a produtividade para todos os envolvidos”,
alerta Ricardo Mendes, da FEHOESP e do SINDHOSP.
porquê” de sua morte. A produção do serviço de streaming Netflix
extrapolou as fronteiras da em-presa e foi extensivamente debatida
nas redes so-ciais e na imprensa por causa da crueza com que o
suicídio foi retratado.
Adriana Rizzo, do CVV, vê a obra como um mar-co: em alguns
aspectos, negativo e, em outros, positivo. “Essa série foi uma
espécie de divisor de águas do assunto. Ao mesmo tempo em que
al-gumas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) não
foram levadas em conside-ração na produção (como a cena do
suicídio), a obra estimulou as pessoas a falarem sobre dra-mas
pessoais vividos e a procurar ajuda”, afirma. Segundo ela, na época
do lançamento da primei-ra temporada, em 2017, o CVV recebeu quatro
vezes mais contatos por e-mail que o habitual e registrou vários
depoimentos de jovens que afir-mavam não querer “acabar como a
Hanna Baker” ou “um amigo me disse que estou parecendo a Hanna”, em
alusão à personagem central da his-tória. “Talvez se o seriado não
tivesse ido ao ar, esses jovens não se sentiriam encorajados a
pro-curar por ajuda. Obras de ficção que tratam de te-mas
sensíveis, como o suicídio, costumam trazer bons resultados
sociais, mas devem ser trabalha-dos com responsabilidade para se
evitar efeitos colaterais indesejados”, destaca ela.
Após várias análises de especialistas e comen-tários críticos na
internet, a Netflix retirou do seu sistema a cena de suicídio da
primeira temporada, que era bastante explícita e realista. “Isso
demons-tra o comprometimento da empresa em relação a prevenção ao
suicídio”, finaliza Adriana Rizzo.
Ricardo Mendes, diretor da área de Saúde Mental da FEHOESP e do
SINDHOSP
Serviços
Documentos e orientações do Ministério da Saúde:
www.saude.gov.br/suicidio
Centro de Valorização da Vida (CVV): www.cvv.org.br e Telefone:
188
Organização Mundial de Saúde (OMS)
Setembro Amarelo: www.setembroamarelo.com
http://www.saude.gov.br/suicidiohttp://www.cvv.org.brhttps://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5671:folha-informativa-suicidio&Itemid=839
http://www.setembroamarelo.com
-
J
vistas etc. A ação teria como objetivo trazer o pa-ciente
oncológico do sexo masculino a participar, pois a adesão dos homens
em eventos foi sempre baixa comparada à das pacientes mulheres.
Foram mais ou menos três anos de convites infrutíferos e muitas
negativas dos jogadores e suas assessorias. Até que finalmente
conheci o presidente da Craques Master, Gil Santos, que coordena
uma empresa especializada em futebol e tem relacionamento com os
jogadores master, talentos de grandes times de futebol e da seleção
brasileira.
Na primeira reunião, Gil Santos contou que a Craques Master
realiza um evento solidário por ano e que já realizou algumas ações
beneficentes em prol de importantes causas sociais, como das
crianças deficientes. Ficou muito sensibilizado com a minha
proposta por entender a importân-cia da causa, pois havia perdido
recentemente o pai, sr. Abelino, que foi jogador de futebol,
leva-do por um câncer de próstata com metástase em apenas um
ano.
Imediatamente, aceitou organizar o projeto Jogando Contra o
Câncer, um jogo de futebol solidário reunindo celebridades e
jogadores fa-mosos para alertar sobre o câncer. Mas tinha um
detalhe: contei que o Hemomed não dispunha de recursos para
promover evento tão grandioso. E ele respondeu: “Você quer mesmo
fazer o Jogan-do Contra o Câncer?” Eu disse que sim. Ele aper-tou a
minha mão e respondeu: “Estamos juntos. Iremos buscar parceiros e
recursos. Vou organizar o evento e trazer os jogadores e artistas”.
Fiquei emocionada. E continuo emocionada de ter a oportunidade de
coordenar um projeto que be-neficiará não só os pacientes do
Hemomed, mas milhões de pessoas no Brasil todo.
POR NIOLANDA DANTAS
ARTIGO
ogando Contra o Câncer nasceu pequeno, mas graças à adesão de
incentivadores e parceiros ga-nhou musculatura e transformou-se em
um gran-de projeto, de abrangência nacional, que objetiva chamar a
atenção da opinião pública, imprensa e governos para essa grave
questão de saúde pú-blica, o câncer, com foco na prevenção e no
diag-nóstico precoce.
Nosso projeto pretende a priorização do cân-cer nas políticas
públicas, pois a continuar o cres-cimento da doença no ritmo atual
(600 mil casos/ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer - INCA),
não haverá estrutura no Sistema Único de Saúde (SUS) e nem na
medicina suplementar para suportar o volume de doentes e de
recursos.
O início Como diretora de Comunicação do Hemomed Instituto de
Oncologia e Hematologia, que com-pleta este mês 47 anos, pensei
inicialmente em uma ação pontual, no auditório do próprio
Ins-tituto, chamando jogadores de futebol para pro-porcionar aos
pacientes masculinos, no “Novem-bro Azul”, um dia de alegria e
interatividade com os atletas famosos, autógrafos em bolas,
entre-
Jogando contra o câncerreúne solidariedade e força de
pessoas destemidas
Den
ise M
atsu
da
32
-
Neste momento, aproveitamos para chamar as empresas a
participar, dando sua cota de responsabilidade social e
contribuindo com o projeto. Pedimos ainda que repliquem em suas
mídias digitais o Jogando Contra o Câncer, para que possamos lotar
o estádio de futebol, que pre-tendemos estar colorido na cor azul,
cor da nossa campanha e de nossa camiseta institucional.
O jogo acontecerá em dezembro em um gran-de estádio de futebol
de São Paulo. E no jogo de abertura, das mulheres, já temos a
confirmação das presenças de Sabrina Sato, Mary Alexandre e da
deputada Kátia Sastre, entre outras mulheres solidárias. Dependendo
da agenda, Marta, da se-leção feminina brasileira, também irá
participar.
Jogadores Entre os jogadores confirmados para a partida es-tão
Amaral (ex-seleção brasileira), Careca, Ronal-dão (tetracampeão),
Veloso, Ademir da Guia, Mul-ler (ex-seleção), Zenon (Corinthians),
Adhemar, Somália, Elivelton, Aloisio, Dinei (Corinthians), Macedo,
Denilson, Morato, Flávio Conceição, Ro-drigo Costa, o goleiro
Zetti, Júnior (pentacam-peão), Jamelli (seleção), Falcão, Viola
(ex-Corin-thians e seleção), Luizão (ex-Corinthians), Lúcio,
Edilson, Vampeta (pentacampeão), Biro-Biro, entre outros.
O projeto recebeu ainda o apoio de grandes atletas do
Corinthians, como o goleiro Cássio, o lateral Fagner, o zagueiro
Gil e os jogadores Clei-son, Júnior Urso e Ralfe. E muitos artistas
tam-bém estão aderindo.
Participe você também desse jogo! Vista nossa camisa. Vamos dar
de goleada contra o câncer!
*Niolanda Dantas é diretora de comunicação da Hemomed Instituto
de Oncologia e Hematologia
O câncer chega cada vez mais perto de nós. Antes, ficávamos
sabendo de um caso ou outro pela TV, depois que uma pessoa do
bairro teve a doença, depois que um conhecido da rua morreu de
câncer, depois um vizinho e hoje o câncer atin-ge um membro de
nossa família. Eu mesma tive um câncer de rim há três anos e só foi
possível o tratamento porque o descobri ainda em estágio 2.
Apoios É pela solidariedade e disposição de pessoas como Gil
Santos, que o projeto Jogando Contra o Câncer vem crescendo dia a
dia. Recebemos os apoios do Ministério da Cidadania; da deputada
federal Silvia Cristina, presidente da Frente Par-lamentar de Luta
contra o Câncer no Congresso Nacional; da deputada federal, Kátia
Sastre; e de vários outros deputados e senadores. Empresas de
comunicação doaram trabalhos nas áreas de mídias sociais, produção
de conteúdo, design, folders, vídeo institucional, assessoria de
im-prensa, etc.
Recebemos importantes apoios da Sociedade Brasileira de
Cancerologia (SBC), Associação Bra-sileira de Linfoma e Leucemia
(Abrale), União de Apoio e Combate ao Câncer de Mama (UNACCAM) e da
FEHOESP - Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do
Estado de São Paulo, entre tan-tas outras.
33
Aproveitamos para
chamar as empresas
a participar, dando sua
cota de responsabilidade
social e contribuindo
com o projeto"
-
A
Países mais ricos, naturalmente, têm equipamentos, tec-nologia,
dinheiro e recursos humanos para facilmente cum-prir a lista e
fazer um grande volume de exames por dia. Mas é bom lembrar que a
OMS, ao lançar um novo compilado com exames considerados básicos,
também se preocupa com os países menores e mais pobres, que têm
instrumen-tos e recursos bem mais limitados. Eles foram, de certa
for-ma, contemplados com um importante lembrete de exames básicos e
acessíveis, pensados para suas realidades. Como é o caso de testes
e exames para as chamadas doenças ne-gligenciadas, aquelas
infecciosas mais recorrentes em locais pobres, como cólera,
leishmaniose, esquistossomose, den-gue e zika.
O documento da OMS tem testes decisivos para o comba-te aos
problemas mais recorrentes. A OMS vê o mundo. A en-tidade sabe da
preocupação dos gestores de saúde em todo o planeta com a escassez
de recursos, o aumento dos custos da saúde e, também, da repetição
desnecessária de exames. É preciso equilíbrio. Ao elaborar uma
lista com exames bási-cos para prevenir e monitorar doenças que
podem ser evita-das ou tratadas em seu nascedouro, a entidade
certamente busca essa harmonia no uso dos recursos disponíveis.
A lista apresenta um amplo espectro de opções e sempre deverá
ser usada como base para elaboração de políticas de saúde, mas
sempre levando em consideração o lugar anali-sado. Embora sempre
considere o padrão clássico das do-enças e mencione os recursos
disponíveis aos profissionais de saúde, a OMS não obriga nenhum
país a seguir à risca todos os itens da lista, mas pretende que
todos eles possam se adaptar a ela.
Há, por exemplo, exames clássicos e importantes, como para
diagnóstico e controle do colesterol e diabetes. A en-tidade coloca
diretrizes explicando que uma secreção, de-vidamente analisada pelo
profissional de saúde disponível no local, já pode ser considerada
um sintoma importante para a detecção de influenza. Outros
destaques são os exa-mes voltados para a detecção precoce de
tumores sólidos: colorretal, fígado, colo do útero, próstata, mama,
leucemia e linfoma. Doenças prioritárias, que já constavam da
primei-
POR LUIZ FERNANDO FERRARI NETO E JOSÉ CARLOS BARBÉRIO
ARTIGO
Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou uma lista de Exames
Laboratoriais Essenciais para diagnóstico e tratamento de doenças
consideradas desafios globais para a saúde. Da OMS não se poderia
esperar outra coisa: como entidade máxima do setor, é seu papel
lançar diretrizes, ca-minhos e roteiros de como diferentes nações,
com suas ne-cessidades particulares, devem conduzir da melhor forma
possível a saúde de seus cidadãos.
Esse é o segundo compilado elaborado pela entidade mundial e foi
ampliado em relação ao primeiro, lançado em 2018. Na edição passada
eram 113 testes voltados para doenças prioritárias, como HIV,
malária, tuberculose e he-patite. Agora, a organização adicionou
115 opções à lista. O desafio, quando se pensa em termos
estratégicos, é enorme, pois a meta da entidade é trazer melhores
condições de saú-de para um bilhão de pessoas, pelo menos.
OMS: uma lista de exames básicos e
várias possibilidades
34
-
Muitos desses doentes crônicos poderiam ter mais qua-lidade de
vida ou até ter evitado a evolução das doenças se passassem por
exames preventivos. E, nunca é demais lembrar, o custo seria bem
menor para os próprios doentes e para o sistema de saúde. Com uma
lista de exames es-senciais disponível, a expectativa é que países
dos mais di-ferentes padrões econômicos e culturas possam
aperfeiçoar e universalizar o acesso à saúde para as pessoas que
mais precisam. Quando as pessoas são bem atendidas, o sistema se
estabiliza e pode avançar. Para as empresas, essa segu-rança é
necessária e bem-vinda. Em vez de apenas resolver problemas, curar
doenças, levantar recursos para proble-mas emergenciais, as
organizações terão mais espaço para desenvolver novas soluções e
evoluir.
*Luiz Fernando Ferrari é diretor da FEHOESP, vice-presidente do
SINDHOSP e coordenador do Comitê de Laboratórios da Federação *José
Carlos Barbério é presidente do IEPAS
ra relação, como HIV e hepatite, continuam sendo foco de atenção
em vários países. Importante frisar que a lista da OMS também
destaca 12 testes específicos para ampliar a detecção do câncer de
maneira mais antecipada possível.
A lista precisa e deve ser analisada com atenção pelo mercado,
porque atende anseios antigos. Sabemos que a prevenção sempre foi
destacada como fundamental para uma boa gestão da saúde e para dar
qualidade de vida para as pessoas, especialmente as mais longevas
que, cada vez mais, querem usufruir dos anos a mais conquistados
com a tecnologia médica de maneira saudável e com qualidade de
vida. Toda a tecnologia, aliás, além de melhorar as condições
práticas de atendimento, com o tempo passam a ser mais acessíveis,
tornando os tratamentos ainda mais baratos.
O documento da OMS inclui exames laboratoriais utiliza-dos para
diagnóstico e controle de outras condições, como anemia e mau
funcionamento da tireoide. Nunca é demais lembrar a importância do
laboratório clínico diagnóstico no ciclo da saúde: 70% das decisões
clínicas vêm dos exames. Pesquisas recentes demonstram isso:
levantamento da So-ciedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina
Laborato-rial (SBPCM/ML) mostra que 96% das pessoas consideram
exames laboratoriais importantes para prevenção de do-enças. A
pesquisa entrevistou 400 pacientes com alguma doença crônica e 72%
afirmaram que só descobriram suas enfermidades após o aparecimento
dos sintomas.
35
A entidade sabe da
preocupação dos gestores
de saúde em todo o
planeta com a escassez
de recursos, o aumento
dos custos da saúde e,
também, da repetição
desnecessária de exames.
É preciso equilíbrio"
Doentes crônicos
poderiam ter mais
qualidade de vida
ou até ter evitado a
evolução das doenças
se passassem por
exames preventivos"
-
CHARGE
A Revista FEHOESP 360 é uma publicação da FEHOESP, SINDHOSP,
SINDHOSPRU, SINDJUNDIAÍ, SINDMOGIDASCRUZES, SINDRIBEIRÃO,
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Periodicidade: mensal
Correspondência: Rua 24 de Maio, 208, 9º andar - República - São
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22170)
RedaçãoAna Paula Barbulho, Eleni Trindade, Rebeca Salgado e
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2º Diretor Secretário - Luiz Augusto Te-nório de Siqueira
1º Diretor Tesoureiro - Luiz Fernando Ferrari Neto
2º Diretor Tesoureiro - Paulo Roberto Grimaldi Oliveira
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Conselheiros Fiscais Efetivos - Antonio Car-los de Carvalho,
Ricardo Nascimento Teixeira Mendes e João Paulo Bampa da
Silveira
Conselheiros Fiscais Suplentes - Maria He-lena Cerávolo Lemos,
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