FOLHA POPULAR FOLHA POPULAR Lauro de Freitas - BA Edição 26 - Maio - Junho / 13 e-mail: [email protected]Números de guerra Grupo de rap lança Novo Album Na busca de ampla visão Orooni Força e Juventude, conectados a experiência ancestral! Encontro Metropolitano de Jovens de Candomblé 08 e 09 Junho 13 Fúria Consciente O estudo intitulado “Mapa da Violência”, realizado pelo Governo Federal, aponta Lauro de Freitas como o 3º município do país em número de homicídio por armas de fogo. No ano de 2010 foram registrados 173 homicídios em nossa cidade. Dados que nos remetem a um clima de guerra com dados assustadores, que geram medo e insegurança. Invariavelmente, notícias sobre violência invadem nossas vidas, nos deixando perplexos ou, simplesmente atônitos perante a situação que paulatinamente cresce e gera números extremamente preocupantes. De forma sagaz e muito bem orquestrada, a mídia deixa de noticiar homicídios que acontecem em favelas ou em bairros periféricos, a menos que sejam chacinas. Vale salientar que também não existe uma apuração mais eficaz por parte do poder de segurança pública com o intuito de resolver a situação ou proteger as maiores vítimas dessa violência: negros, jovens e pobres. Sem dúvida, esta realidade não se vincula somente aos homicídios. Esses jovens, vitimados pela violência letal, são alvos de outras violações. Cooperam também a representação estereotipada na mídia, as imagens negativistas produzidas sobre os jovens negros, a afirmação de que as mortes violentas decorrem das drogas, a falta de acesso a equipamentos e serviços públicos essenciais. A triste realidade exposta por esta questão ainda tem o olhar conivente do Estado, que acaba referendando essa prática no agir e resolver, quando se trata de homicídios relacionados a brancos e não conseguindo o mesmo no caso dos negros, preferindo atribuir essas mortes ao tráfico de drogas ou guerras de gangues. O Estado também não admite que as polícias estão mal orientadas e totalmente equivocadas na forma de tratar o cidadão negro e morador de periferia, criando um estereótipo e perpetuando um perfil para o criminoso em potencial. Na Região Metropolitana de Salvador (RMS), mais especificamente em Lauro de Freitas, essa situação tem se agravado. Nos últimos seis anos o município sempre esteve entre os dez primeiros no Estado da Bahia em situações de violência. Hoje, no mapa da violência, ostentamos a infeliz marca de ser o 3° município em mortes por armas de fogo; 2° em assassinatos; o 5° mais violento do Estado; além de, em nível nacional, estarmos na 31ª posição dos municípios mais violentos do país. Nas ruas de Lauro de Freitas existe uma guerra desenfreada com dígitos absurdos e que semanalmente tem deixado inúmeras famílias de luto com um algarismo alarmante DE MORTES, que chegam a um números assustadores. Nem em países em guerra como Afeganistão e Iraque se registra tantas mortes. Aqui são cerca de 40 jovens negros mortos por mês, com média significativa de 10 a 11 jovens absurdamente assassinados. Esses são números absolutos de extermínio silencioso que vem acontecendo em Lauro de Freitas. Os bolsões de miséria e de falta de investimento têm gerado esses jovens com a mesma rapidez que os tem matado. Sem programas adequados ou uma política pública direcionada e realmente efetiva que insira, capacite, qualifique e eduque, não conseguiremos parar a matança desenfreada e sem limites. O jovem negro no Brasil de hoje está em um corredor da morte, alguns conseguem comutarem suas penas e as transformam em prisão perpetua, outros conseguem o perdão integral e refazem ou conseguem remodelar suas vidas. Essas são gotas em um oceano de sangue, enquanto o outro lado, o lado dos que morrem, representa a tsunami avassaladora que destrói, mata e humilha a todos. As mortes desses jovens já estão em nossa conta há muito tempo, mas o pior é que alguns de nós fingem não ligar, parece não ver ou sentir a bofetada na cara da sociedade que está sendo dada, cada vez que um jovem negro morre. Homicídios fazem de Lauro de Freitas o 3º município em morte por arma de fogo. Nas ruas de Lauro de Freitas existe uma guerra desenfreada com números absurdos e que semanalmente tem deixado inúmeras famílias de luto com um número alarmante DE MORTES que chegam há um número de 1,4% por dia. Nas ruas de Lauro de Freitas existe uma guerra desenfreada com dígitos absurdos e que semanalmente tem deixado inúmeras famílias de luto com um algarismo alarmante DE MORTES. Ordenamento dos 100 municipios com 20 mil crianças e adolescentes ou mais com as maiores taxas de homicídios (em 100 mil). Brasil. 2010. Número de homicídios e de óbitos por AF e taxas médias 2008/2010 de óbitos por AF nos municípios com mais de 20.000 habitantes. Brasil. 2008/2010. ..no final desse ano teremos cerca de 500 jovens assaninados, quantidade de jovens que daria pra ancher a Concha Acústica da cidade. O cemitério de Portão e Areia Branca tem se constituído aos longo desses anos como os únicos espaços públicos destinados à juventude negra laurofreitense uma prova inconteste da eficiencia do racismo nesse município Tels: 71 96063922 [email protected]Filmes Publicitários, Programas Televisivos, Documentários, Vídeos Institucionais, Vídeoclipes, e tudo o que você precisar com alta qualidade em Soluções Audiovisuais
Edição 26 do Jornal Folha Popular, lauro de Freitas, Bahia - Brasil
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FOLHA POPULARFOLHA POPULARLauro de Freitas - BA Edição 26 - Maio - Junho / 13 e-mail: [email protected]
Números de guerra
Grupo de rap lança Novo Album
Na busca de ampla visão
Orooni
Força e Juventude, conectados a experiência ancestral!
Encontro Metropolitano de Jovens de Candomblé
08 e 09Junho 13
Fúria Consciente
O estudo intitulado “Mapa da Violência”, realizado pelo Governo Federal, aponta Lauro de Freitas como o 3º município do país em número de homicídio por armas de fogo. No ano de 2010 foram registrados 173 homicídios em nossa cidade. Dados que nos remetem a um clima de guerra com dados assustadores, que geram medo e insegurança.
Invariavelmente, notícias sobre violência invadem nossas vidas, nos deixando perplexos ou, simplesmente atônitos perante a situação que paulatinamente cresce e gera números extremamente preocupantes. De forma sagaz e muito bem orquestrada, a mídia deixa de noticiar homicídios que acontecem em favelas ou em bairros periféricos, a menos que sejam chacinas. Vale salientar que também não existe uma apuração mais eficaz por parte do poder de segurança pública com o intuito de resolver a situação ou proteger as maiores vítimas dessa violência: negros, jovens e pobres.
Sem dúvida, esta realidade não se vincula somente aos homicídios. Esses jovens, vitimados pela violência letal, são alvos de outras violações. Cooperam também a representação estereotipada na mídia, as imagens negativistas produzidas sobre os jovens negros, a afirmação de que as mortes violentas decorrem das drogas, a falta de acesso a equipamentos e serviços públicos essenciais.
A triste realidade exposta por esta questão ainda tem o olhar conivente do Estado, que acaba referendando essa prática no
agir e resolver, quando se trata de homicídios relacionados a brancos e não conseguindo o mesmo no caso dos negros, preferindo atribuir essas mortes ao tráfico de drogas ou guerras de gangues. O Estado também não admite que as polícias estão mal orientadas e totalmente equivocadas na forma de tratar o cidadão negro e morador de periferia, criando um estereótipo e perpetuando um perfil para o criminoso em potencial.
Na Região Metropolitana de Salvador (RMS), mais especificamente em Lauro de Freitas, essa situação tem se agravado. Nos últimos seis anos o município sempre esteve entre os dez primeiros no Estado daBahia em situações de violência. Hoje, no mapa da violência, ostentamos a infeliz marca de ser o 3° município em mortes por armas de fogo; 2° em assassinatos; o 5° mais violento do Estado; além de, em nível nacional, estarmos na 31ª posição
dos municípios mais violentos do país.
Nas ruas de Lauro de Freitas existe uma guerra desenfreada com dígitos absurdos e que semanalmente tem deixado inúmeras famílias de luto com um algarismo alarmante DE MORTES, que chegam a um números assustadores. Nem em países em guerra como Afeganistão e Iraque se registra tantas mortes. Aqui são cerca de 40 jovens negros mortos por mês, com média significativa de 10 a 11 jovens absurdamente assassinados. Esses são números absolutos de extermínio silencioso que vem acontecendo em Lauro de Freitas. Os bolsões de miséria e de falta de investimento têm gerado esses jovens com a mesma rapidez que os tem matado.
Sem programas adequados ou uma política pública direcionada e realmente efetiva que insira, capacite, qualifique e eduque, não conseguiremos parar a matança desenfreada e sem limites. O jovem negro no Brasil de hoje está em um corredor da morte, alguns conseguem comutarem suas penas e as transformam em prisão perpetua, outros conseguem o perdão integral e refazem ou conseguem remodelar suas vidas. Essas são gotas em um oceano de sangue, enquanto o outro lado, o lado dos que morrem, representa a tsunami avassaladora que destrói, mata e humilha a todos. As mortes desses jovens já estão em nossa conta há muito tempo, mas o pior é que alguns de nós fingem não ligar, parece não ver ou sentir a bofetada na cara da sociedade que está sendo dada, cada vez que um jovem negro morre.
Homicídios fazem de Lauro de Freitas o 3º município
em morte por arma de fogo.
Nas ruas de Lauro de Freitas existe uma
guerra desenfreada com números
absurdos e que semanalmente tem
deixado inúmeras famílias de luto com
um número alarmante DE MORTES que
chegam há um número de 1,4% por dia.
Nas ruas de Lauro de Freitas existe
uma guerra desenfreada com dígitos
absurdos e que semanalmente tem
deixado inúmeras famílias de luto com
u m a l g a r i s m o a l a r m a n t e D E
MORTES.
Ordenamento dos 100 municipios com 20 mil crianças e adolescentes ou mais com as maiores taxas de homicídios (em 100 mil). Brasil. 2010.
Número de homicídios e de óbitos por AF e taxas médias 2008/2010 de óbitos por AF nos municípios com mais de 20.000 habitantes. Brasil. 2008/2010.
..no final desse ano teremos cercade 500 jovens assaninados, quantidade de jovens
que daria pra ancher a Concha Acústica da cidade.
O cemitério de Portão e Areia Branca tem se constituído aos longo desses anos como
os únicos espaços públicos destinados àjuventude negra laurofreitense uma prova
inconteste da eficiencia do racismo nesse município
Filmes Publicitários, Programas Televisivos, Documentários, Vídeos Institucionais,
Vídeoclipes, e tudo o que você precisar com alta qualidade
em Soluções Audiovisuais
E m t e m p o s d e g l o b a l i z a ç ã o e universalização da comunicação e das ações cotidianas, quando tudo está conectado a tudo, e as fronteiras nada mais são que limites simbólicos do espaço geográfico, fica evidenciado que as ações políticas de mandatos populares e com responsabilidades sócio raciais não podem se restringir apenas à domicílios eleitorais e as fronteiras impostas por uma legislação seca, pouco humana e descontextualizada.
As afrontas, infortúnios, desrespeitos, discriminações e todas as demais formas de violência, sofridas pela população e c o m u n i d a d e s n e g r a s , p o b r e s e desassistidas estão dentro de um contexto globalizado, em constantes diálogos e interligadas no cotidiano processo de atualização, no sentido de ser cada vez mais eficazes no que tange ao objetivo de sua existência. Com isso, estamos dizendo que existe um intercambio entre a “bala perdida”, que atinge a cabeça de um jovem
negro no bairro do Nordeste de Amaralina e a “bala perdida” que atinge o peito de um jovem em Itinga, Lauro de Freitas.
Estamos dizendo, que não há limites geográficos para o projeto racista de dizimação de nossos jovens. A fronteira não impede a ação dos grupos de extermínio, que circulam entre as cidades, semeando a dor e o desespero das famílias. As demarcações territoriais não impedem que a política de sobrecarga de trabalho, adotada por uma empresa na cidade Camaçari, seja também aplicada em Candeias, em Simões Filho ou em Lauro de Freitas. Tendo essa compreensão por fundamento, é necessário que as ações dos
m o v i m e n t o s s o c i a i s e a a t u a ç ã o parlamentar, dos vereadores que carregam as bandeiras da luta social, não se limitem ao seu espaço territorial, imposto pela legislação eleitoral. Se a opressão é globalizada e desconhece fronteiras, nossa luta também não pode reconhecer esses limites.
Fica fácil para o sistema opressor universalizado suprimir a resistência f ragmentada. Somente com ações interligadas e uma luta unificada teremos chances de alcançar nossos objetivos. Nesse sentido, os mandatos petistas dos vereadores Suíca (Salvador) e Lula Maciel (Lauro de Freitas) já atuam de forma a m p l i a d a , u n i f i c a n d o a l u t a d o s t r a b a l h a d o r e s e f o r t a l e c e n d o o s m o v i m e n t o s s o c i a i s e s i n d i c a i s , promovendo o intercambio das ações, fortalecendo, ampliando e ressonando a voz popular, transpondo os limites impostos.
Pág - 02 FOLHA POPULAR Maio / junho - 13
Lauro de Freitas - Bahiawww.jornalfolhapopular.blogspot.com
Posse de Conscientização e ExpressãoMovimento Hip hop
Mandatos para além das fronteirasPor: Ricardo Andrade
Fatos e FlashesNovo Cd - Banda de Rap Fúria Consciente lança seu mais novo album intitulado Em busca de ampla visão. O Cd é fruto de dois longos anos de trabalho e muita dedicação. O Fúria consciente é um dos mais importantes grupos de Rap da Bahia, seus 15 anos de formação e cultura militante lhe rendeu notoriedade nacional e internacional. O lançamento aconteceu no dia 18 no Largo do Caranguejo
Tchuca Tchuca - comprova que
compromisso de verdade está pra além
da questão eleitoral. A frente do Núcleo
de Apoio Familiar, Tchuca, Tchuca
dedica boa parte do seu tempo prestando
assistência à famílias desestruturadas
pelas drogas e pelo álcool.
Em sua incansável luta por justiça social Tchuca
encaminha jovens, adolescentes e idosos às casas que
oferecem assistência a dependentes químicos e
alcoolizados.
Segundo Tchuca, o Núcleo de Apoio Familiar possui
mais de dez casas de recuperação espalhadas por todo o
estado, prestando serviço social e a mais de quatro anos
recuperando vidas e devolvendo a paz a diversas
famílias.
CONVOCAÇÃO
Convocamos a todos os filhos,
(as) e associados do Terreiro
Mansu Dandalunda oyá Kissimbi
N'Zambi, para a Assembléia -
Geral da Associação Religiosa e
Cultural Mansu Dandalunda oyá
Kissimbi N'Zambi, para a
escolha da nova Diretoria e
ap rovação da r e fo rma do
Estatuto.
H O R A : 1 4 :0 0 h s / D ATA :
25/05/2013 / LOCAL: Rua Libra
nº 11 Jambeiro- Areia Branca. A
Diretoria. Lauro de Freitas 09 de
maio de 2013.
Duendy, Din, Dj Kiko, Jean, Yogi Nkrumah
Suíca PT, vereador de Salvador
Lula PT, vereador de L. de Freitas
existe um intercambio entre a “bala perdida”, que atinge a cabeça de um jovem negro no bairro do Nordeste de Amaralina e a “bala perdida” que atinge o peito de um jovem em Itinga,
Erramos: O vereador Alexandre Marques é filiado aoPartido Republicano Progressista e não ao PRB comopublicamos no artigo: Mulheres Ampliam a participação na Câmara de Lauro de Feitas, na Edição 25, deste Jornal.
Esse é o sentimento que predomina após a realização do O R O O N I , E n c o n t r o Metropolitano de Jovens de Candomblé que reuniu cerca de 80 pessoas num evento que aconteceu no ultimo final de semana, dias 08 e 09, no Terreiro Ilê Axé Obatalande no município de Lauro de Freitas, casa liderada pelo Babalorixá Pai Anderson de Oxalá.
O encontro que contou com a presença de autoridades políticas e religiosas foi regado a um bom debate sobre a atual conjuntura vivida por integrantes da religião candomblé, assim como, resgatou os exemplos de luta e resistência desse mesmo povo, num passado não tão distante.
Jovens de diversos terreiros de candomblé de Lauro de Freitas, Camaçari, Salvador, Candeias e Dias DÁvila apontaram os principais
desafios a serem enfrentados pela juventude de candomblé e ajustaram estratégias que possibilitem a garantis de direitos e igualdade.O Secretário Estadual de Promoção da Igualdade Racial, Elias Sampaio, atestou a importância política de um encontro como OROONI, ele acredita que debates pautarão o estado na aplicação das políticas de promoção da igualdade. Quem também compareceu ao encontro foi
a Secretária de Politicas para a Juventude de Lauro de Freitas, Juliana Guimarães que em sua fala reconheceu que a juventude existentes nos terreiros está entre as mais vulneráveis e que a SEJUV apoiará outras iniciativas como esta.
Makota Valdina, do Terreiro Tanur i Junça ra e Marcos Rezende, coordenador do CEN d e r a m o t o m a o d e b a t e ,
suscitando temas e destacando a importância da organização social pautada nos exemplos de luta do povo negro no Brasil.
Quem também estava presente no OROONI fo i Marc ia Tude - secretária de cultura de Lauro de Freitas, Claudio Reis – diretor do Departamento de Promoção da Igualdade Racial , Rosemeire representando a Secretaria de Políticas para as Mulheres, Lula Maciel – Vereador.
A Associação Cultural, Beneficente e Recreativa de Itinga e
Adjacências ACREBIA, elegeu no mês passado sua nova diretoria.
Em seu novo momento, o presidente reeleito e fundador da
Associação, Pai César afirma que a ACREBIA vai ampliar seu leque
de atuação e estender suas iniciativas a outros setores como
formação, educação e desenvolvimento social.
Antigamente éramos um conselho consultivo para elaboração e
construção da Lavagem do Caranguejo, mas agora somos
associação. Essa mudança vai possibilitar uma atuação mais
autônoma e com mais solidez. Afirma.
Veja quem forma a direção da ACREBIA.
Presidente - Augusto César / Vice -Tânia Maria / 1º Sec Luiz