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Ecossistemas nectnicos
As comunidades nectnicas ocupam um volume do ambiente marinho
maior do que as planctnicas e bentnicas, que se estende desde quase
a superfcie (sistema nertico) at s impressionantes profundezas
abissais. A diversidade nas condies ambientais onde podem ser
encontrados organismos nectnicos resulta em especificidade e em um
determinado grau de individualidade em alguns ecossistemas
nectnicos. Ecossistema abissal Dentre todos os ecossistemas
marinhos, o que mais estimula a imaginao popular, desafia o
conhecimento cientfico e aterroriza s pessoas o ecossistema
abissal. Ele est restrito regio mais profunda dos oceanos, com
profundidades superiores a dois mil metros. As condies ambientais a
reinantes em tudo desfavorece vida: escurido permanente, grandes
presses, frio constante e uniforme de 4oC e ausncia de produtores.
Entretanto, espantosa a variedade de peixes e suas adaptaes. O
ecossistema abissal no habitado apenas por peixes. L tambm podem
ser encontrados camares e lulas. O grande problema para se vivem
nesse ecossistema a presso hidrosttica, porm os peixes abissais
conseguem suport-la pelo fato de apresentarem um corpo que tende a
ser compacto, no deixando espaos vazios entre os rgos. E quando os
h, eles so preenchido com gases em altssima presso, que se
equilibra com a presso externa. Pois em um ambiente de alta presso,
todo espao vazio imediatamente esmagado. Ao contrrio do que muitos
imaginam, os peixes abissais no so enormes monstros, mas pequeninas
criaturas, em geral, do tamanho de um lambari (5 cm). O tamanho
reduzido outra adaptao para a presso esmagadora das grandes
profundidades. O corpo flexvel, no oferece resistncia presso. E o
fraco esqueleto o resultado da falta de clcio nesse ambiente.
Apesar da permanente escurido em que vivem, nem todos os peixes
abissais so cegos. A maioria, na verdade, possui grandes olhos e
uma viso muito sensvel, capaz de responder a estmulos de pequena
intensidade luminosa.
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Inclusive muitos deles so capazes de gerar uma tnue
luminosidade, graas associao simbitica com bactrias
bioluminescentes que vivem em certos rgos. Com a bioluminescncia,
os organismos podem atrair presas, auxiliar nas fugas ou us-la como
meio de identificao ou atrao sexual. A camuflagem garantida pela
colorao negra ou vermelho escura que a maioria possui.
Mas de todas as caractersticas, a que chama mais a ateno e faz a
fama desses animais so as formas fantsticas, tendendo a serem
longas, emolduradas por bocas enormes e longos dentes. Tratam-se de
adaptaes que facilitam a captura do raro alimento.
O mar de Sargao O mar de Sargao um bizarro ecossistema flutuante
dominado por sargaos, algas pardas de grande tamanho. Situa-se no
oeste do Atlntico Norte, cercado pelas correntes do Golfo e das
Canrias que criam uma rea de calmaria cercada de correntes. O seu
tamanho e distribuio variam sazonalmente.
Esse ecossistema, uma autntica floresta flutuante, constitudo
basicamente por duas espcies de sargaos: S. natans e S. fluitans.
Elas mantm a flutuao graas a vesculas cheias de gases.
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Nesse ambiente a vida precria para os organismos que so maus
nadadores. Os que se no conseguem manter-se presos aos sargaos
afundaro no oceano. Outra dificuldade resulta da pobreza de
nutrientes. Conseqentemente, a maioria dos organismos so
generalistas, no limitando sua dieta a apenas um tipo de alimento,
mas fazendo uso do que tiver disponvel. Apesar dessas dificuldades,
os sargaos sustentam uma grande variedade de vida, mais de cinqenta
espcies de peixes e inmeros invertebrados, gastrpodes, poliquetas,
briozorios e anmonas, sendo mais numerosos os coppodes. Vrios deles
possuem camuflagem que os tornam semelhantes essas algas. O mais
conhecido deles um tipo de peixe-agulha (Syngnathus pelagicus), da
famlia do cavalo-marinho.
O peixe-agulha Syngnathus pelagicus possui colorao verde-pardo e
coberto de abas epidrmicas que o camuflam no meio do sargao.
Habitats das profundezas As guas superficiais do oceano so bem
iluminadas, bem misturadas, e tm a capacidade de suportar
ativamente a fotossntese de algas. Abaixo desta zona as condies
mudam drasticamente. Entre os 200 m e os 1000 m (zona mesopelgica)
a luz vai-se gradualmente extinguindo e a temperatura baixa para um
termoclima quase permanente entre os 4C e 8C. O nvel de nutrientes,
o oxignio dissolvido e a taxa das correntes tambm diminui, enquanto
a presso aumenta. Abaixo dos 1000 m (zona batipelgica) as condies
so mais uniformes at o fundo ser atingido (zona bentnica profunda),
caracterizado pela completa escurido, temperaturas baixas, poucos
nutrientes, nvel reduzido de oxignio dissolvido e elevadas presses.
Este ambiente o mais extenso habitat aqutico na terra. Com a
profundidade mdia dos oceanos de 4000 m, cerca de 98% da sua gua
encontrada abaixo dos 100 m e 75% abaixo dos 1000 m.
A vastido deste ambiente, acoplado com a provvel estabilidade ao
longo do tempo geolgico, levou ao desenvolvimento de uma diversa e
quase bizarra ictiofauna, que compreende 11% de todas as espcies de
peixes conhecidos. Provavelmente os peixes mais numerosos
existentes so as formas pelgicas pequenas (menos de 10 cm),
principalmente os bristlemouths (Cyclothone). A presena de
numerosos e pequenos peixes, do a impresso de um falso fundo,
quando so recebidos os impulsos de um sonar. Diversidade e
distribuio dos peixes de profundidade O sistema moderno de
classificao de seres vivos em geral e de peixes de profundidade em
particular data de 1753, quando o sueco Carl Linnaeus, introduziu o
seu sistema da nomenclatura binomial.
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A descoberta e descrio de novas espcies tem continuado desde
ento, e de acordo com Cohen (1970), os peixes demersais profundos
constituem 6,4% do total de peixes cartilagneos e sseos
recentemente conhecidos, estando 1280 espcies abaixo dos 200 m.
Estes peixes ocupam reas muito vastas, mas com condies
relativamente estveis e uniformes, sendo poucos os diferentes
nichos disponveis.
Os peixes ocenicos podem ser divididos em dois grandes grupos,
devido sua ecologia, que refletida nas suas adaptaes morfolgicas,
afinidades taxonmicas, assim como a sua fauna parasita. As espcies
podem ser pelgicas, vivendo em guas abertas, ou demersais, vivendo
no fundo (bentnicos), ou imediatamente acima do fundo do oceano
(bentopelgicos).
Enquanto que formas epipelgicas so grandes e robustas, como os
tubares ou atuns, os peixes meso ou batipelgicos, so pequenos. A
ictiofauna demersal, por seu lado, inclui geralmente formas de
maiores dimenses e mais robustas que as pelgicas, como quimeras,
tubares, raias, enguias, tipos de salmo e bacalhau. Em alguns
grupos, s algumas espcies ou gneros ocorrem na profundidade,
existindo outros em que, famlias e ordens inteiras, esto restritas
a este ambiente.
As observaes feitas em peixes demersais no so em grande nmero,
sendo muitos tratamentos e investigaes feitos baseados em menos de
mil amostras. Muitas espcies foram conhecidas atravs de pescas de
arrasto a grandes profundidades, sendo recentemente utilizados
submersveis para constatar a diversidade e abundncia das espcies no
seu habitat. Estas tcnicas no so muito rigorosas, faltando muitos
conhecimentos sobre o seu potencial e seletividade.
Em 1898, Woodward escreveu que as formas vivas ultrapassadas,
que no conseguiam competir com as raas vigorosas tiveram que ocupar
as guas doces, ou as guas profundas. Esta questo, de onde
apareceram as formas mais adaptadas e para onde se retiraram as
formas mais antigas, menos adaptadas e mais fracas, continua a
intrigar os cientistas e a fomentar debates cientficos e
literatura. Cinqenta anos mais tarde, Andriyashev (1953),
considerou que a adaptao evolutiva dos peixes s profundidades,
tinha sido feita por dois grupos que teriam colonizado as
profundezas em diferentes alturas.
As formas antigas eram Telesteos primitivos que teriam habitado
todo a variedade de profundidades onde dominaram a fauna demersal,
abissal e batipelgica de todo o Oceano. Muitos exibiam adaptaes
estruturais vida a grandes profundidades como a proliferao de rgos
luminosos, e modificaes nos olhos e na bexiga gasosa.
As outras formas, que ele as chamou de secundrias, seriam
derivadas de diversos grupos filogenticos, e como teriam migrado
para as profundezas muito
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mais tarde que os anteriores, no tinham desenvolvido adaptaes
externas to especializadas para aquele ambiente. Adaptaes dos
peixes de profundidade As modificaes morfolgicas dos peixes das
profundezas so o resultado, numa perspectiva evolutiva, das presses
seletivas que este meio foi fornecendo ao longo do tempo. O
conjunto de todas essas caractersticas, como a colorao, a estrutura
mandibular, a musculatura, o posicionamento das barbatanas, e os
olhos, fornece-nos, para cada espcie, uma expresso morfolgica que
define e individualiza os diferentes nichos ecolgicos.
O fenmeno de adaptao evolutiva inclui em si outras
particularidades que no so to bvias, como as diferenas entre as
estruturas morfolgicas. A adaptao do animal no seu tempo de vida um
desses exemplos, e de modo a se obter uma compreenso generalizada
de todo o processo de adaptao necessrio o estudo de vrios espcimes
em diferentes estgios de vida.
A grande maioria dos peixes que vivem nas profundezas tm um
comportamento bentopelgico de modo a minimizar o gasto de energia.
Nadam acima do fundo, permanecendo com uma flutuabilidade neutra
devido baixa densidade ssea e bexiga gasosa. Mesmo espcies que
vivem a mais de 5000 m de profundidade, onde a presso excede as 500
atmosferas, conseguem secretar gases para a bexiga gasosa, atravs
de um sistema de contracorrente que envolve glndulas altamente
especializadas.
A sua zona dorsal apresenta uma colorao escura, de modo a se
confundirem com o ambiente. Esta colorao tanto pode ser conferida
por pigmentao preta, como por pigmentao vermelha, por ser esta uma
das primeiras cores do espectro visvel a se perder quando luz
penetra nas guas ocenicas. Regra geral, os flancos laterais desses
peixes so metalizados de modo a refletirem a luz incidente,
camuflando-os de todos os ngulos visveis.
As adaptaes mais padronizadas que os peixes, tanto pelgicos como
bentnicos, sofreram quando migraram para as profundezas dos oceanos
tiveram haver com o gradiente vertical de intensidade de luz.
A rpida diminuio na intensidade de luz com a profundidade
resultou num aperfeioamento, ou modificao, nos sistemas sensoriais
dos peixes bentnicos das profundezas. Surpreendentemente, ao
contrrio dos peixes pelgicos das profundezas, no ocorreu nenhuma
diminuio de complexidade e tamanho dos seus sistemas oculares.
Muitos dos telesteos das profundezas possuem mesmo grandes olhos,
com diferentes adaptaes, de modo a aumentar a sua sensibilidade e
campo visual.
A reteno de luz funcional e substancial, a profundidades abaixo
dos 1000 m, por parte dos olhos desses peixes, tem de ser em
resposta ao fenmeno da bioluminescncia. Muitos dos seres que
coabitam nesse ambiente, incluindo invertebrados, possuem
estruturas bioqumicas que lhes permitem a emisso de
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luz. Um dos seus pressupostos ser o uso dessas estruturas,
associadas aos rgos de viso, para reconhecimento intra e
interespecfico. Curiosidades Entre os cavalos-marinhos, o macho que
d a luz aos filhotes. A fmea produz os vulos e os coloca em um saco
de incubao no abdome do macho. L, o macho lana os espermatozides
(fecundao externa) e os fertiliza. Nessa bolsa, os embries se
desenvolvem at o vigsimo primeiro dia, quando se d o "parto". Podem
nascer at 450 ou 600 filhotes de cada vez. Durante o perodo de
gestao, a fmea visita o macho e os dois realizam rituais de
comunicao que os aproximam. Nessa poca, eles ficam mais brilhantes
e "danam" ao redor de uma planta marinha, agarrados pelo rabo. O
peixe riqussimo em protenas e fsforo, alm de outras substncias
necessrias ao nosso corpo. um alimento extremamente saudvel. Deve
ser consumido por todos, desde a infncia. Desde a Pr-Histria, em
qualquer lugar do nosso planeta, o homem vem capturando peixes para
se alimentar. A pesca, a venda e a industrializao constituem um
ramo muito forte da economia de diversos pases como, o Japo, a
Noruega, a Rssia, Portugal, peru, etc. O Brasil possui uma indstria
pesqueira em grande desenvolvimento. Mas, como tem um litoral de
mais de 9.000 quilmetros, alm de muitos rios - maior bacia
hidrogrfica do mundo -, conta com possibilidades de ser um dos
maiores produtores mundiais de pescados e a garantia de alimentao
de sua populao Peixes Os peixes so animais vertebrados, aquticos
poiquilotrmicos, que possuem o corpo fusiforme, os membros
transformados em nadadeiras sustentadas por raios sseos ou
cartilaginosos, as guelras ou brnquias com que respiram o oxignio
dissolvido na gua (embora os dipnicos usem pulmes) e, na sua maior
parte, o corpo coberto de escamas.
Peixes em um aqurio
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Classificao
Os peixes (28.500 espcies catalogadas na FishBase) so, na maior
parte das vezes, divididos nos seguintes grupos: peixes sseos
(Osteichthyes, com mais 22.000 espcies) qual pertencem as
sardinhas, as garoupas, o bacalhau, o atum e, em geral, todos os
peixes com o esqueleto sseo peixes cartilaginosos (Chondrichthyes,
mais de 800 espcies) qual pertencem os tubares e as raias vrios
grupos de peixes sem maxilas (antigamente classificados como
Agnatha ou Cyclostomata, com cerca de 80 espcies), incluindo as
lamprias e as mixinas. Em vista desta diversidade, os zologos no
mais aceitam a antiga classe Pisces em que Lineu os agrupou, como
se pode ver na classificao dos Vertebrados. Abaixo apresentam-se
detalhes da classificao atualmente aceite. Curiosidades A palavra
peixe usa-se por vezes para designar vrios animais aquticos (por
exemplo na palavra peixe-mulher para designar o dugongo). Mas a
maior parte dos organismos aquticos muitas vezes designados por
"peixe", incluindo as medusas e gua-vivas, os moluscos e crustceos
e mesmo animais muito parecidos com os peixes como os golfinhos, no
so peixes. O peixe um dos smbolos do cristianismo. A palavra peixe,
em grego, IXTIS, cujas letras so iniciais da frase "Jesus Cristo
Filho de Deus Salvador". Os peixes encontram-se em praticamente
todos os ecossistemas aquticos, tanto em gua doce como salgada,
desde a gua da praia at s grandes profundezas dos oceanos (ver
biologia marinha). Mas h alguns lagos hiper-salinos, como o Grande
Lago Salgado, nos Estados Unidos da Amrica do Norte onde no vivem
peixes. Os peixes tm uma grande importncia para a humanidade e
desde tempos imemoriais foram pescados para a sua alimentao. Muitas
espcies de peixes so criadas em condies artificiais (ver
aquacultura), no s para alimentao humana, mas tambm para outros
fins, como os aqurios.
Peixes de gua salgada H algumas espcies perigosas para o Homem,
como os peixes-escorpio que tm espinhos venenosos e algumas espcies
de tubaro, que podem atacar
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pessoas nas praias. Muitas espcies de peixes encontram-se
ameaadas de extino, quer por pesca excessiva, quer por deteriorao
dos seus habitats. Alguns peixes ingerem gua para recuperar a gua
perdida pelas brnquias, por osmose, e pela urina. Eles retiram
oxignio da gua para respirar. Uma enguia, por exemplo, toma o
equivalente a uma colher de sopa de gua por dia. Os peixes tambm
retiram uma certa quantidade de gua dos alimentos. Por viverem em
meio lquido, no precisam beber gua para hidratar a pele, como fazem
os animais terrestres. Os peixes urinam, mas nem todos urinam da
mesma maneira. Os peixes de gua doce precisam eliminar o excesso de
gua que se acumula em seus corpos. Seus rins produzem muita urina
para evitar que os tecidos fiquem saturados. Comparados aos peixes
de gua doce, os peixes de gua salgada, que j perdem gua por osmose,
produzem muito menos urina. O ramo da zoologia que estuda os peixes
do ponto de vista da sua posio sistemtica a ictiologia. No entanto,
os peixes so igualmente estudados no mbito da ecologia, da biologia
pesqueira, da fisiologia e doutros ramos da biologia.
Ecologia dos peixes Classificao ecolgica
Arenque, Clupea harengus - esta espcie j foi considerada pelo
Guinness Book of Records como a mais numerosa entre os peixes; com
a pesca excessiva, este peixe do norte do Oceano Atlntico j no tem
os nveis populacionais de outrora. Uma forma de classificar os
peixes segundo o seu comportamento relativamente regio das guas
onde vivem; este comportamento determina o papel de cada grupo no
ambiente aqutico: Pelgicos (do latim pelagos, que significa o "mar
aberto") Os peixes que vivem geralmente em cardumes, nadando
livremente na coluna de gua; fazem parte deste grupo as sardinhas,
as anchovas, os atuns e muitos tubares. Demersais Os que vivem a
maior parte do tempo em associao com o substrato, quer em fundos
arenosos como os linguados, ou em fundos rochosos, como as
garoupas. Muitas espcies demersais tm hbitos territoriais e
defendem o seu territrio: Activamente Um exemplo so as moreias, que
se comportam como verdadeiras serpentes aquticas, atacando qualquer
animal que se aproxime do seu esconderijo. Batipelgicos Os peixes
que nadam livremente em guas de grandes profundidades. Mesopelgicos
Espcies que fazem grandes migraes verticais dirias, aproximando-se
da superfcie noite e vivendo em guas profundas durante o dia.
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Exemplo deste grupo so os peixes-lanterna.
Hbitos alimentares Os peixes pelgicos de pequenas dimenses como
as sardinhas so geralmente planctonfagos, ou seja, alimentam-se
quase passivamente do plncton disperso na gua, que filtram medida
que "respiram", com a ajuda de branquispinhas, que so excrescncias
sseas dos arcos branquiais (a estrutura que segura as brnquias ou
guelras). Algumas espcies de maiores dimenses tm tambm este hbito
alimentar, incluindo algumas baleias (que no so peixes, mas
mamferos) e alguns tubares como os zorros (gnero Alopias). Mas a
maioria dos grandes peixes pelgicos so predadores ativos, ou seja,
procuram e capturam as suas presas, que so tambm organismos
pelgicos, no s peixes, mas tambm cefalpodes (principalmente lulas),
crustceos ou outros. Os peixes demersais podem ser predadores, mas
tambm podem ser herbvoros, se se alimentam de plantas aquticas,
detritvoros, ou seja, que se alimentam dos restos de animais e
plantas que se encontram no substrato, ou serem comensais de outros
organismos, como a rmora que se fixa a um atum ou tubaro atravs dum
disco adesivo na topo da cabea e se alimenta dos restos de comida
que caem da boca do seu hospedeiro (normalmente um grande
predador), ou mesmo parasitas de outros organismos. Alguns peixes
abissais e tambm alguns nerticos, como os diabos (famlia Lophiidae)
apresentam excrescncias, geralmente na cabea, que servem para
atrair as suas presas; essas espcies costumam ter uma boca de
grandes dimenses, que lhes permitem comer animais quase do seu
tamanho. Numa destas espcies, o macho parasita da fmea, fixando-se
pela boca a um "tentculo" da sua cabea.
Hbitos de reproduo A maioria dos peixes so diicos, ovparos, a
fertilizao dos vulos externa e no existem cuidados parentais. Nas
espcies que vivem em cardumes, as fmeas desovam nas prprias guas
onde os cardumes vivem e, ao mesmo tempo, os machos libertam o
esperma na gua, promovendo a fertilizao. Em alguns peixes pelgicos,
os ovos flutuam livremente na gua e podem ser comidos por outros
organismos, quer planctnicos, quer nectnicos; por essa razo, nessas
espcies normal cada fmea libertar um enorme nmero de vulos. Noutras
espcies, os ovos afundam e o seu desenvolvimento realiza-se junto
ao fundo nestes casos, os vulos podem no ser to numerosos, uma vez
que so menos vulnerveis aos predadores. No entanto, existem excepes
a todas estas caractersticas e neste artigo referem-se apenas
algumas. Abaixo, na seco Migraes encontram-se os casos de espcies
que se reproduzem na gua doce, mas crescem na gua salgada e
vice-versa. Em termos de separao dos sexos, existem tambm (ex.:
famlia Sparidae, os pargos) casos de hermafroditismo e casos de
mudana de sexo - peixes que so fmeas durante as primeiras fases de
maturao sexual e depois se transformam em machos (protoginia) e o
inverso (protandria).
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Os cuidados parentais, quando existem, apresentam casos bastante
curiosos. Nos cavalos-marinhos (gnero Hypocampus), por exemplo, o
macho recolhe os ovos fecundados e incuba-os numa bolsa marsupial.
Muitos cicldeos (de que faz parte a tilpia e algumas famosas
espcies de aqurio endmicas do Lago Niassa (tambm conhecido por Lago
Malawi, na fronteira entre Moambique e o Malawi) guardam os
filhotes na boca, quer do macho, quer da fmea, ou alternadamente,
para os protegerem dos predadores. Refere-se acima que a maioria
dos peixes so ovparos, mas existem tambm espcies vivparas e
ovovivparas, ou seja, em que o embrio se desenvolve dentro do tero
materno. Nestes casos, pode haver fertilizao interna - embora os
machos no tenham um verdadeiro pnis, mas possuem uma estrutura para
introduzir o esperma dentro da fmea. Muitos destes casos
encontram-se nos peixes cartilagneos (tubares e raias), mas tambm
em muitos peixes de gua doce e mesmo de aqurio.
Hbitos de repouso Os peixes no dormem. Eles apenas alternam
estados de viglia e repouso. O perodo de repouso consiste num
aparente estado de imobilidade, em que os peixes mantm o equilbrio
por meio de movimentos bem lentos. Como no tem plpebras, seus olhos
ficam sempre abertos. Algumas espcies se deitam no fundo do mar ou
no rio, enquanto os menores se escondem em buracos para no serem
comidos enquanto descansam. Migraes Muitas espcies de peixes
(principalmente os pelgicos) realizam migraes regularmente, desde
migraes dirias (normalmente verticais, entre a superfcie e guas
mais profundas), at anuais, percorrendo distncias que podem variar
de apenas alguns metros at vrias centenas de quilmetros e mesmo
pluri-anuais, como as migraes das enguias.
Tubaro-serra Na maior parte das vezes, estas migraes esto
relacionadas ou com a reproduo ou com a alimentao (procura de
locais com mais alimento). Algumas espcies de atuns migram
anualmente entre o norte e o sul dum oceano, seguindo massas de gua
com a temperatura ideal para eles.
Os peixes migratrios classificam-se da seguinte forma: Didromos
Peixes que migram entre os rios e o mar Andromos Peixes que vivem
geralmente no mar, mas se reproduzem em gua doce Catdromos
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Peixes que vivem nos rios, mas se reproduzem no mar Anfdromos
Peixes que mudam o seu habitat de gua doce para salgada durante a
vida, mas no para se reproduzirem (normalmente por relaes
fisiolgicas, ligadas sua ontogenia) Potamdromos Peixes que realizam
as suas migraes sempre em gua doce, dentro dum rio ou dum rio para
um lago Oceandromos Peixes que realizam as suas migraes sempre em
guas marinhas. Os peixes andromos mais estudados so os salmes
(ordem Salmoniformes), que desovam nas partes altas dos rios, se
desenvolvem no curso do rio e, a certa altura migram para o oceano
onde se desenvolvem e depois voltam ao mesmo rio onde nasceram para
se reproduzirem. Muitas espcies de salmes tm um grande valor
econmico e cultural, de forma que muitos rios onde estes peixes se
desenvolvem tm barragens com passagens para peixes (chamadas em
ingls "fish ladders" ou "escadas para peixes"), que lhes permitem
passar para montante da barragem. O exemplo mais bem estudado de
catadromia o caso da enguia europeia que migra cerca de 6000 km at
ao Mar dos Sargaos (na parte central e ocidental do Oceano
Atlntico) para desovar, sofrendo grandes metamorfoses durante a
viagem; as larvas, por seu lado, migram no sentido inverso, para se
desenvolverem nos rios da Europa. Camuflagem e outras formas de
proteco Os peixes andromos, como o salmo, utilizam sua migrao para
se reproduzir e tambm para alimentar seus filhotes. Eles voltam
para o rio onde nasceram, enfrentando vrias barreiras que os
enfraquecem ao ponto de morrerem para dar alimento a seus filhos.
Anatomia dos peixes Anatomia interna Esqueleto Corao Aparelho
digestivo Bexiga natatria A bexiga natatria um rgo que auxilia o
peixe a manter-se a determinada profundidade atravs do controlo da
sua densidade relativamente da gua. um saco de paredes flexveis,
derivado do intestino que pode expandir-se ou contrair de acordo
com a presso; tem muito poucos vasos sanguneos, mas as paredes esto
forradas com cristais de guanina, que a fazem impermeveis aos
gases. A bexiga natatria possui uma glndula que permite a introduo
de gases, principalmente oxignio, na bexiga, para aumentar o seu
volume. Noutra regio da bexiga, esta encontra-se em contacto com o
sangue atravs doutra estrutura conhecida por "janela oval", atravs
da qual o oxignio pode voltar para a corrente sangunea, baixando
assim a presso dentro da bexiga natatria e diminuindo o seu
tamanho. Nem todos os peixes possuem este rgo: os tubares controlam
a sua posio na gua apenas com a locomoo e com o controle de
densidade de seus corpos,
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atravs da quantidade de leo em seu fgado; outros peixes tm
reservas de tecido adiposo para essa finalidade. A presena de
bexiga natatria traz uma desvantagem para o seu portador: ela probe
a subida rpida do animal dentro da coluna de gua, sob o risco
daquele rgo rebentar. A denominao bexiga natatria foi substituda
por vescula gasosa. Anatomia externa Para alm de mostrar diferentes
adaptaes evolutivas dos peixes ao meio aqutico, as caractersticas
externas destes animais (e algumas internas, tais como o nmero de
vrtebras) so muito importantes para a sua classificao
sistemtica.
Forma do corpo A forma do corpo dos peixes "tpicos" basicamente
fusiforme uma das suas melhores adaptaes locomoo dentro de gua. A
maioria dos peixes pelgicos (ver acima), principalmente os que
formam cardumes activos, como os atuns, apresentam esta forma
"tpica". No entanto, h bastantes variaes a esta forma tpica,
principalmente entre os demersais e nos peixes abissais (que vivem
nas regies mais profundas dos oceanos). Nestes ltimos, o corpo pode
ser globoso e apresentar excrescncias que servem para atrair as
suas presas. A variao mais dramtica do corpo dos peixes encontra-se
nos Pleuronectiformes, ordem a que pertencem os linguados e as
solhas. Nestes animais, adaptados a viverem escondidos em fundos de
areia, o corpo sofre metamorfoses durante o seu desenvolvimento
larvar, de forma que os dois olhos ficam do mesmo lado do corpo
direito ou esquerdo, de acordo com a famlia. Muitos outros peixes
demersais tm o corpo achatado dorsi-ventralmente para melhor se
confundirem com o fundo. Alguns, como os gbios, que so peixes muito
pequenos que vivem em esturios, tm inclusivamente as barbatanas
ventrais transformadas num disco adesivo, para evitarem ser
arrastados pelas correntes de mar Os Anguilliformes (enguias,
congros e moreias) tm o corpo "anguiliforme", ou seja em forma de
serpente, assim como algumas outras ordens de peixes. Barbatanas As
barbatanas so os rgos de locomoo dos peixes. So extenses da derme
(a camada profunda da pele suportadas por lepidotrquias, que so
escamas modificadas e funcionam como os raios das rodas de
bicicleta. Por essa razo, chamam-se raios os que so flexveis,
muitas vezes segmentados e ramificados, ou espinhos, qando so
rgidos e podem ser ocos e possuir um canal para a emisso de veneno.
Os nmeros de espinhos e raios nas barbatanas dos peixes so
importantes caracteres para a sua classificao, havendo mesmo chaves
dicotmicas para a sua identificao em que este um dos principais
factores. Tipicamente, os peixes apresentam os seguintes tipos de
barbatanas: uma barbatana dorsal uma barbatana anal uma barbatana
caudal
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um par de barbatanas ventrais (ou barbatanas plvicas) um par de
barbatanas peitorais. Apenas as barbatanas pares tm relao evolutiva
com os membros dos restantes vertebrados. Algumas ou todas estas
barbatanas podem faltar ou estar unidas - j foi referida a
transformao das barbatanas peitorais dos gbios num disco adesivo
mas as unies mais comuns so entre as barbatanas mpares, como a
dorsal com a caudal e anal com caudal (caso de algumas espcies de
linguados). As barbatanas tm formas e cores tpicas em alguns grupos
de peixes so bem conhecidas as barbatanas dorsais dos tubares! Para
alm de avisarem os banhistas para sairem da gua, em praias onde
eles podem aparecer e ser perigosos, so um importante petisco na
China. Para alm da colorao do corpo, a forma e cor das barbatanas
so decisivas para os aquaristas, de tal forma que chegam a ser
produzidas variedades de espcies com barbatanas espectaculares,
como o famoso cauda-de-vu, uma variedade do peixinho-dourado
(Carassius auratus). Alguns grupos de peixes, para alm da barbatana
dorsal com espinhos e raios (que podem estar separadas), possuem
uma barbatana adiposa, normalmente perto da caudal. o caso dos
salmes e dos peixes da famlia do bacalhau (Gaddeos).
Escamas ou placas A pele dos peixes fundamentalmente semelhante
dos outros vertebrados, mas possui algumas caractersticas
especficas dos animais aquticos. O corpo dos peixes est normalmente
coberto de muco que, por um lado diminui a resistncia da gua ao
movimento e, por outro, os protege dos inimigos. Embora haja muitos
grupos de peixes com pele nua, como as enguias, a maior parte dos
peixes tem-na coberta de escamas que, ao contrrio dos rpteis, tm
origem na prpria derme. Os peixes apresentam quatro tipos bsicos de
escamas: ciclides, as mais comuns, normalmente finas,
sub-circulares e com a margem lisa ou finamente serrilhada
ctenides, tambm sub-circulares, mas normalmente rugosas e com a
margem serrilhada ou mesmo espinhosa ganides , de forma
sub-romboidal e que podem ser bastante grossas como as dos
esturjes; e salmes. placides, normalmente duras com um ou mais
espinhos, de formas variadas. Alguns grupos de peixes tm o corpo
coberto de placas ou mesmo uma armadura rgida, como o peixe-cofre e
os cavalos-marinhos. Esta armadura pode estar ornamentada com
cristas e espinhos e apresenta fendas por onde saem as barbatanas.
Linha lateral Um rgo especfico dos peixes a linha lateral,
normalmente formada por uma fiada longitudinal de escamas
perfuradas atravs das quais corre um canal que tem ligao com o
sistema nervoso; aparentemente, este rgo tem funes relacionadas com
a orientao, uma espcie de sentido do olfacto atravs do qual
-
os peixes reconhecem as caractersticas das massas de gua
(temperatura, salinidade e outras). A linha lateral um rgo
sensorial.Ela pode ser facilmente identificada nos peixes, por
estar posicionada nas laterais do peixe, formada por escamas com
poros. Sistema nervoso e rgos dos sentidos Peixes tm sistemas
nervosos complexos e seu crebro dividido em diferentes partes. O
mais anterior, ou frontal, contm as glndulas olfativas. Diferente
da maioria dos vertebrados, o crebro do peixe primariamente
processa o senso olfativo antes de todas as aes voluntrias. Os
lobos ticos processam informaes dos olhos. O cerebelo coordena os
movimentos do corpo enquanto a medula controla as funes dos rgos
internos. Aproximadamente todos os peixes diurnos possuem olhos bem
desenvolvidos com viso colorida. Muitos peixes possuem tambm clulas
especializadas conhecidas como quimioreceptores, que so responsveis
pelos sentidos de gosto e cheiro. A maioria dos peixes tm
receptores sensitivos que formam o sistema linear lateral, que
permite aos peixes detectar correntes e vibraes, bem como o
movimento de outros peixes e presas por perto (ver acima). Em 2003,
alguns cientistas escoceses da Universidade de Edimburgo
descobriram que os peixes podem sentir dor. Um estudo prvio pelo
Professor James D. Rose da Universidade de Wyoming dizia que os
peixes no podiam sentir dor porque eles no possuam a parte
neocortexal do crebro, responsvel por tal sensao. Peixes como os
peixes-gato e tubares possuem rgos que detectam pequenas correntes
eltricas. Outros peixes, como a enguia eltrica, podem produzir sua
prpria eletricidade.
Classificao sistemtica A classificao simplificada no topo desta
pgina a mais prxima da utilizada por Lineu, mas esconde algumas
caractersticas importantes que fazem deste grupo dos "Peixes", um
agregado de espcies com diferentes aspectos evolutivos. Por essa
razo, as classificaes mais recentes abandonaram alguns taxa
tradicionais: No restam dvidas que TODOS os peixes pertencem ao:
Domnio Eukariota, ao Reino Animalia, aos clades Metazoa Bilateria
Deuterostomia, ao filo Chordata e, dentro deste, ao clade Craniata
A partir deste ponto, os estudos evolutivos mostraram divergncias:
O taxon classe tem sido usado (e, na Wikipedia em ingls,
encontramos vrios exemplos) para vrios clades diferentes. Por essa
razo, e at os taxonomistas acordarem numa forma de classificao
cientfica consensual, devemos abster-nos de utilizar esse
taxon.
-
Os peixes, tanto espcies existentes como fsseis, dividem-se
pelos seguintes clades: Hyperotreti as mixinas (peixes sem coluna
vertebral) Vertebrata (vertebrados) - um clade que inclui as
lamprias e os restantes vertebrados com maxilas Dentro dos
vertebrados, consideram-se os clades: Hyperoartia - as lamprias
(que tm coluna vertebral, mas no tm maxilas) Gnathostomata todos os
animais com maxilas e mais sete grupos fsseis. Dentro dos
Gnathostomata, so aceites os seguintes clades: Teleostomi animais
com boca terminal Chondrichthyes tubares e raias boca sub-terminal
ou ventral Acanthodii (extintos) Placodermi (extintos). Dentro dos
Teleostomi Osteichthyes animais com tecido sseo endocondral e com
dentes implantados nas maxilas Acanthodi (extintos) Dentro dos
Osteichthyes Sarcopterygii um grupo que inclui os peixes com
barbatanas lobadas Coelacanthimorpha os celacantos, considerados
remanescentes dos primeiros anfbios Dipnoi os peixes pulmonados ou
dipnicos os tetrpodes, ou seja, os restantes vertebrados
(batrquios, rpteis, aves e mamferos Actinopterygii - peixes com
raios ou lepidotrquias nas barbatanas, ou seja, os "telesteos", que
incluem a maioria das ordens de peixes actuais e algumas outras com
divergncias filogenticas. Para a lista mais aceite das ordens dos
peixes incluindo as que so classificadas nos diferentes clades
mencionados acima consultar a FishBase. Dentro desta classificao,
os tradicionais taxa Agnatha (peixes sem maxilas), Ostracodermi
(formas fsseis sem maxilas) e Cyclostomata (peixes sem maxilas,
como as mixinas e lamprias) no devem ser utilizados, uma vez que no
so monofilticos. Processo bioqumico utilizado por muitos animais e
algas marinhas, resultando na produo de luz. O processo feito
atravs da oxidao de uma protena chamada Luciferina por uma enzima
chamada Luciferase. A bioluminescncia produzida por componentes do
fitoplncton, principalmente dinoflagelados como a Noctiluca. Esta
alga a responsvel pelos pontos de luz azul-esverdeada produzidos na
areia das praias e na gua, visveis durante a noite. Muitos
invertebrados tambm produzem luz, principalmente os crustceos, como
os camares, vermes, equinodermas e lulas. Os peixes so os nicos
vertebrados capazes de produzir luz. A bioluminescncia se d
principalmente em rgos especiais denominados fotforos, os quais
esto presentes em locais especficos do corpo e em quantidades
variveis, dependendo da espcie em questo. Estes rgos luminosos so
formados por um tecido fotognico, no qual a reao bioqumica se
processa, ligado a terminaes nervosas que transmitem o comando para
a produo de luz.
-
Em outros casos de bioluminescncia, no so os fotforos que
produzem luz, mas bactrias luminescentes aprisionadas em pontos
especficos do corpo de algumas espcies de peixes. Como neste caso
no h o controle nervoso deste processo, comumente existem membranas
que podem cobrir e descobrir o stio luminoso de acordo com a
necessidade do peixe.
Vaga-lume adulto lampejando O Brasil o pas com a maior
diversidade de espcies luminescentes no mundo, entre elas
vaga-lumes que produzem os mais belos espetculos da natureza, como
as chamadas larvas trenzinho, que emitem luz em duas cores. Com a
devastao das florestas, no entanto, essa esplndida riqueza est se
perdendo. A funo ecolgica da bioluminescncia ainda pouco
compreendida, mas j se sabe que em muitos casos est associada a: -
iluminao do campo de viso - atrao de presas atravs de iscas
luminosas - reconhecimento de diferentes espcies - reconhecimento
de parceiros sexuais - adaptaes contra predao A bioluminescncia um
processo caracterstico em peixes das regies profundas dos oceanos,
onde h a rarefao ou mesmo a ausncia total de luz natural.
OS PEIXES "Vertebrados adaptados para viver apenas na gua"
Adaptados exclusivamente ao ambiente aqutico, os peixes
compreendem cerca de 25.000 espcies, um nmero maior do que a soma
de todas as espcies de vertebrados terrestres conhecidos. Admite-se
que os primeiros vertebrados surgiram h cerca de 500 milhes de anos
nos mares e eram desprovidos de mandbulas. Esses animais, chamados
de ostracodermos, eram pequenos e viviam no fundo do mar, filtrando
alimentos que se encontravam no lodo. H cerca de 450 milhes de
anos, a partir de alguns ostracodermos, surgiram os placodermos,
vertebrados que possuam mandbulas, que permitiam a eles atuar como
eficientes predadores. A lampreia descende dos antigos
ostracodermos. Os peixes atuais e todos os demais vertebrados
descendem dos placodermos. Os peixes constituem a maioria dos
vertebrados e todos tm, em comum, muitas caractersticas que os
adaptaram vida na gua. Os peixes ancestrais no possuam mandbula,
eram bentnicos e pertencentes classe Agnatha. A maioria dos agnatos
est extinta, mais a classe ainda representada hoje em dia pelas
lampreias e peixes-bruxa.
-
Com a evoluo das mandbulas e dos apndices pares, os peixes
tornam-se mais ativos e capazes de alimentarem-se de diferentes
maneiras. Os peixes mandibulados atuais esto pados em duas classes:
os tubares e raias na classe Chondrichthyes, com esqueleto
cartilaginoso, e as percas e outros peixes similares da classe
Osteichthyes, que possuem um esqueleto ossificado pelo menos em
parte. As caractersticas distintas das classes existentes so
resumidas a seguir.
CLASSIFICAO E DIVERSIDADE Os peixes so classificados em trs
grandes classes: Agnatha, Chondricthyes, Osteichthyes, abaixo:
CARACTERSTICAS DA CLASSE AGNATHA As mandbulas esto ausentes. As
nadadeiras pares esto ausentes na maioria das espcies, as abas
peitorais estavam presentes em algum formas extintas. As espcies
primitivas tinham a pele revestida por formes escamas sseas, que
foram perdidas nas atuais. As partes mais internas do esqueleto so
cartilaginosas nas formas atuais e parece que nas espcies extintas
elas tambm no eram ossificadas. O notocrdio embrionrio persiste nos
adultos. Um olho pineal mediano e fotossensvel est presente. As
espcies atuais, como a maioria das extintas, apresentam uma narina
nica e mediana, localizada frente do olho pineal. Sete ou mais
aberturas branquiais esto presentes. A faringe utilizada, na
alimentao por filtrao nas larvas e nos adultos das espcies que esto
atualmente extintas, isto , no so mais encontradas.
CARACTERSTICAS DA CLASSE CHONDRICHTHYES As mandbulas e as
nadadeiras pares esto presentes. As escamas sseas esto reduzidas a
delgadas escamas placides ou foram completamente perdidas. As
partes mais internas do esqueleto so totalmente cartilaginosas. O
olho pineal foi perdido. Eles so peixes compactos, sem pulmo ou
bexiga natatria. Seus corpos so achatados no sentido ntero-central
e a maioria das espcies continua com a cauda heterocerca primitiva.
Suas narinas so pares. Os cinco pares de aberturas branquiais
abrem-se independentemente na superfcie corporal na maioria das
espcies, ao contrrio daquelas em que uma cmara branquial est
recoberta por um oprculo. intestino curto e a rea superficial
aumentada por uma vlvula espiral. Os machos possuem um clasper
sobre a nadadeira plvica, que transfere os espermatozides para a
fmea. A fecundao interna.
CARACTERSTICAS DA CLASSE OSTEICHTHYES Em geral, as escamas sseas
esto presentes, mas as camadas superficiais primitivas de ganona e
cosmina foram perdidas na maioria das espcies atuais. As partes
mais internas do esqueleto sempre apresentam alguma ossificao; na
maioria das espcies, o esqueleto completamente ossificado. O olho
pineal continua presente nas espcies primitivas. Pulmes ou bexigas
natatrias esto presentes, exceto em poucas espcies bentnicas, que
os perderam secundariamente. Como no poderia deixar de ser nos
peixes de corpos
-
geis, a cauda tornou-se homocerca na maioria das espcies atuais.
As aberturas branquiais se abrem numa cmara comum, coberta por um
oprculo. A vlvula espiral do intestino foi perdida em todas as
espcies, exceto na maioria das primitivas. A rea superficial maior
devido a um aumento do comprimento do intestino e cecos pilricos. A
maioria das espcies ovpara e a fecundao externa. Em algumas espcies
vivparas, nas quais a fecundao interna, o rgo copulador do macho
uma parte modificada da nadadeira anal. Os peixes esto bem
adaptados vida aqutica. Eles so aerodinmicos. Seu esqueleto no to
pesado como o dos vertebrados terrestres. Os msculos segmentados e
a cauda proporcionam o impulso para a locomoo e as nadadeiras, a
estabilidade e a habilidade de manobras. A estrutura dos rgos dos
sentidos permite a deteco de mudanas ocorridas na gua. Seu corao
bombeia apenas sangue venoso - atravs das brnquias. Uma lngua
muscular est ausente. Os peixes mais primitivos, que surgiram antes
do perodo Cambriano superior, eram ostracodermos possuidores de
armaduras resistentes e pertencentes classe Agnatha. A maioria era
dulcicola e alimentava-se de sedimentos, com a boca sem mandbulas.
Eles no apresentavam nadadeiras pares bem desenvolvidas e no eram
peixes muito ativos Os nicos vertebrados agnatos ainda existentes
so as lampreias e peixes-bruxa da ordem Ciclostomata. Eles tambm no
possuem mandbulas nem apndices pares. As mandbulas, que surgiram
primeiro nos acantdios, evoluram de um arco visceral alargado, o
arco mandibular. Ossos drmicos podem unir-se ao arco mandibular. Os
acantdios possuam mais de dois aparelhos de apndices pares, que
eram sustentados por espinhos. Os placodermos so uma classe de
peixes primitivos extintos, muitos dos quais possuam mandbulas
semelhantes a machadinhas. Os peixes cartilaginosos da classe
Chondrichthyes caracterizam-se por possuir pequenas escamas
placides, esqueleto sem osso, ausncia de pulmes ou bexiga natatria,
cauda heterocerca, intestino com vlvula espiral e um clsper plvico
nos machos. A fecundao interna. Eles podem ser ovparos ou incubar
os jovens internamente, com dependncia varivel de vitelo ou
material nutritivo. Nos tubares e raias da subclasse
Elasmobranchii, cada bolsa branquial abre-se independentemente na
superfcie corporal. As quimeras da subclasse Holocephali possuem
uma dobra opercular que recobre as bolsas branquiais Os tubares so
predadores: as raias so achatadas, vivendo no fundo do mar, onde
alimentam-se de moluscos e crustceos. A maioria dos peixes atuais
ssea e pertence classe Osteichthyes. As escamas sseas continuam na
maioria dos casos. O esqueleto interno , em parte ou quase
totalmente, ossificado. Pulmes ou uma bexiga natatria esto
presentes. A cauda em geral, homocerca. A vlvula espiral foi
perdida na maioria das espcies e cecos pilricos esto presentes. As
brnquias so revestidas por um oprculo. A fecundao externa e o
desenvolvimento ovparo na maioria. 0s peixes sseos ancestrais
viviam em gua doce sujeitos a estagnao sazonal e seca. 0s pulmes
provavelmente evoluram como um rgo de respirao acessrio. 0s peixes
pulmonados que permaneceram dulccolas continuam a ter pulmes.
Outros tornaram-se marinhos e os pulmes
-
transformaram-se numa bexiga natatria hidrosttica. Muitos desses
peixes voltaram gua doce e no perderam a bexiga natatria. A classe
Osteichthyes est dividida em trs subclasses. Os Acanthodii, um
grupo extinto, apresentava nadadeiras pares com uma base larga,
sustentadas por espinhos simples. Os Actinopterygii (percas e
espcies assemelhadas) tem nadadeiras pares em forma de abano
sustentadas por raios moles. Os Sarcopterygii (peixes pulmonados e
crossoptergios) possuem nadadeiras pares lobuladas, sustentadas por
um eixo central, carnoso e sseo. A subclasse Actinopterygii est
dividida em trs infraclasses: Chondrostei, representada por algumas
espcies consideradas relquias (Polypterus e Acipeonser); Holostei,
tambm representada por algumas espcies relquias (Lepisosteus e
Amia), e Teleostei, que inclui a maioria das espcies atuais.
Durante a evoluo dos condstreos, mais primitivo que os telesteos,
os pulmes transformaram-se numa bexiga natatria, a cauda
heterocerca tornou-se homocerca e as escamas ganides modificaram-se
para ciclides. Os telesteos, durante o curso de sua evoluo,
tornaram-se mais hbeis; a nadadeira s original nica dividiu-se: as
nadadeiras plvicas deslocaram-se para a frente; espinhos
desenvolveram-se na maioria nadadeiras; as escamas mudaram de
clclide para ctenide e estenderam-se pelo oprculo e cabea; a bexiga
natatria perdeu a conexo com o trato digestivo e a boca tornou-se
bastante protrtil. Os telesteos sofreram uma enorme adversidade
adaptativa. Os sarcoptergios so agrupados em duas ordens. Os Dipnoi
(peixes pulmonados) possuem o esqueleto ossificado e placas
dentrias para esmagar o alimento, constitudo de crustceos e
moluscos; trs espcies sobrevivem atualmente nas reas tropicais da
Amrica do Sul, frica e Austrlia. Os crossoptergios tm um esqueleto
bastante forte e muitos dentes cnicos. A maioria est extinta, mas o
celacanto marinho ainda sobrevive. Os vertebrados terrestres
evoluram a partir dos crossoptergios primitivos dulccolas.
-
Habitats das profundezas As guas superficiais do oceano so bem
iluminadas, bem misturadas, e tm a capacidade de suportar
ativamente a fotossntese de algas. Abaixo desta zona as condies
mudam drasticamente. Entre os 200 m e os 1000 m (zona mesopelgica)
a luz vai-se gradualmente extinguindo e a temperatura baixa para um
termoclima quase permanente entre os 4C e 8C. O nvel de nutrientes,
o oxignio dissolvido e a taxa das correntes tambm diminui, enquanto
a presso aumenta. Abaixo dos 1000 m (zona batipelgica) as condies
so mais uniformes at o fundo ser atingido (zona bentnica profunda),
caracterizado pela completa escurido, temperaturas baixas, poucos
nutrientes, nvel reduzido de oxignio dissolvido e elevadas presses.
Este ambiente o mais extenso habitat aqutico na terra. Com a
profundidade mdia dos oceanos de 4000 m, cerca de 98% da sua gua
encontrada abaixo dos 100 m e 75% abaixo dos 1000 m.
A vastido deste ambiente, acoplado com a provvel estabilidade ao
longo do tempo geolgico, levou ao desenvolvimento de uma diversa e
quase bizarra ictiofauna, que compreende 11% de todas as espcies de
peixes conhecidos. Provavelmente os peixes mais numerosos
existentes so as formas pelgicas pequenas (menos de 10 cm),
principalmente os bristlemouths (Cyclothone). A presena de
numerosos e pequenos peixes, do a impresso de um falso fundo,
quando so recebidos os impulsos de um sonar. Diversidade e
distribuio dos peixes de profundidade O sistema moderno de
classificao de seres vivos em geral e de peixes de profundidade em
particular data de 1753, quando o sueco Carl Linnaeus, introduziu o
seu sistema da nomenclatura binomial.
A descoberta e descrio de novas espcies tem continuado desde
ento, e de acordo com Cohen (1970), os peixes demersais profundos
constituem 6,4% do total de peixes cartilagneos e sseos
recentemente conhecidos, estando 1280 espcies abaixo dos 200 m.
Estes peixes ocupam reas muito vastas, mas com condies
relativamente estveis e uniformes, sendo poucos os diferentes
nichos disponveis.
Os peixes ocenicos podem ser divididos em dois grandes grupos,
devido sua ecologia, que refletida nas suas adaptaes morfolgicas,
afinidades taxonmicas, assim como a sua fauna parasita. As espcies
podem ser pelgicas, vivendo em guas abertas, ou demersais, vivendo
no fundo (bentnicos), ou imediatamente acima do fundo do oceano
(bentopelgicos).
Enquanto que formas epipelgicas so grandes e robustas, como os
tubares ou atuns, os peixes meso ou batipelgicos, so pequenos. A
ictiofauna demersal, por seu lado, inclui geralmente formas de
maiores dimenses e mais robustas que as pelgicas, como quimeras,
tubares, raias, enguias, tipos de salmo e bacalhau. Em alguns
grupos, s algumas espcies ou gneros ocorrem
-
na profundidade, existindo outros em que, famlias e ordens
inteiras, esto restritas a este ambiente.
As observaes feitas em peixes demersais no so em grande nmero,
sendo muitos tratamentos e investigaes feitos baseados em menos de
mil amostras. Muitas espcies foram conhecidas atravs de pescas de
arrasto a grandes profundidades, sendo recentemente utilizados
submersveis para constatar a diversidade e abundncia das espcies no
seu habitat. Estas tcnicas no so muito rigorosas, faltando muitos
conhecimentos sobre o seu potencial e seletividade.
Em 1898, Woodward escreveu que as formas vivas ultrapassadas,
que no conseguiam competir com as raas vigorosas tiveram que ocupar
as guas doces, ou as guas profundas. Esta questo, de onde
apareceram as formas mais adaptadas e para onde se retiraram as
formas mais antigas, menos adaptadas e mais fracas, continua a
intrigar os cientistas e a fomentar debates cientficos e
literatura. Cinqenta anos mais tarde, Andriyashev (1953),
considerou que a adaptao evolutiva dos peixes s profundidades,
tinha sido feita por dois grupos que teriam colonizado as
profundezas em diferentes alturas.
As formas antigas eram Telesteos primitivos que teriam habitado
todo a variedade de profundidades onde dominaram a fauna demersal,
abissal e batipelgica de todo o Oceano. Muitos exibiam adaptaes
estruturais vida a grandes profundidades como a proliferao de rgos
luminosos, e modificaes nos olhos e na bexiga gasosa.
As outras formas, que ele as chamou de secundrias, seriam
derivadas de diversos grupos filogenticos, e como teriam migrado
para as profundezas muito mais tarde que os anteriores, no tinham
desenvolvido adaptaes externas to especializadas para aquele
ambiente. Adaptaes dos peixes de profundidade As modificaes
morfolgicas dos peixes das profundezas so o resultado, numa
perspectiva evolutiva, das presses seletivas que este meio foi
fornecendo ao longo do tempo. O conjunto de todas essas
caractersticas, como a colorao, a estrutura mandibular, a
musculatura, o posicionamento das barbatanas, e os olhos,
fornece-nos, para cada espcie, uma expresso morfolgica que define e
individualiza os diferentes nichos ecolgicos.
O fenmeno de adaptao evolutiva inclui em si outras
particularidades que no so to bvias, como as diferenas entre as
estruturas morfolgicas. A adaptao do animal no seu tempo de vida um
desses exemplos, e de modo a se obter uma compreenso generalizada
de todo o processo de adaptao necessrio o estudo de vrios espcimes
em diferentes estgios de vida.
A grande maioria dos peixes que vivem nas profundezas tm um
comportamento bentopelgico de modo a minimizar o gasto de energia.
Nadam acima do fundo, permanecendo com uma flutuabilidade neutra
devido baixa
-
densidade ssea e bexiga gasosa. Mesmo espcies que vivem a mais
de 5000 m de profundidade, onde a presso excede as 500 atmosferas,
conseguem secretar gases para a bexiga gasosa, atravs de um sistema
de contracorrente que envolve glndulas altamente
especializadas.
A sua zona dorsal apresenta uma colorao escura, de modo a se
confundirem com o ambiente. Esta colorao tanto pode ser conferida
por pigmentao preta, como por pigmentao vermelha, por ser esta uma
das primeiras cores do espectro visvel a se perder quando luz
penetra nas guas ocenicas. Regra geral, os flancos laterais desses
peixes so metalizados de modo a refletirem a luz incidente,
camuflando-os de todos os ngulos visveis.
As adaptaes mais padronizadas que os peixes, tanto pelgicos como
bentnicos, sofreram quando migraram para as profundezas dos oceanos
tiveram haver com o gradiente vertical de intensidade de luz.
A rpida diminuio na intensidade de luz com a profundidade
resultou num aperfeioamento, ou modificao, nos sistemas sensoriais
dos peixes bentnicos das profundezas. Surpreendentemente, ao
contrrio dos peixes pelgicos das profundezas, no ocorreu nenhuma
diminuio de complexidade e tamanho dos seus sistemas oculares.
Muitos dos telesteos das profundezas possuem mesmo grandes olhos,
com diferentes adaptaes, de modo a aumentar a sua sensibilidade e
campo visual.
A reteno de luz funcional e substancial, a profundidades abaixo
dos 1000 m, por parte dos olhos desses peixes, tem de ser em
resposta ao fenmeno da bioluminescncia. Muitos dos seres que
coabitam nesse ambiente, incluindo invertebrados, possuem
estruturas bioqumicas que lhes permitem a emisso de luz. Um dos
seus pressupostos ser o uso dessas estruturas, associadas aos rgos
de viso, para reconhecimento intra e interespecfico. Curiosidades:
Entre os cavalos-marinhos, o macho que d a luz aos filhotes. A fmea
produz os vulos e os coloca em um saco de incubao no abdome do
macho. L, o macho lana os espermatozides (fecundao externa) e os
fertiliza. Nessa bolsa, os embries se desenvolvem at o vigsimo
primeiro dia, quando se d o "parto". Podem nascer at 450 ou 600
filhotes de cada vez. Durante o perodo de gestao, a fmea visita o
macho e os dois realizam rituais de comunicao que os aproximam.
Nessa poca, eles ficam mais brilhantes e "danam" ao redor de uma
planta marinha, agarrados pelo rabo. O peixe riqussimo em protenas
e fsforo, alm de outras substncias necessrias ao nosso corpo. um
alimento extremamente saudvel. Deve ser consumido por todos, desde
a infncia. Desde a Pr-Histria, em qualquer lugar do nosso planeta,
o homem vem capturando peixes para se alimentar. A pesca, a venda e
a industrializao constituem um ramo muito forte da economia de
diversos pases como, o Japo, a Noruega, a Rssia, Portugal, peru,
etc.
-
O Brasil possui uma indstria pesqueira em grande
desenvolvimento. Mas, como tem um litoral de mais de 9.000
quilmetros, alm de muitos rios - maior
bacia hidrogrfica do mundo -, conta com possibilidades de ser um
dos maiores produtores mundiais de pescados e a garantia de
alimentao de sua populao. Peixes Abissais
No fundo do oceano, a 4000 metros, onde a luz do sol no desce e
a temperatura mdia de 2 graus, vicejam estranhas espcies de peixes
escuros e de aspecto horroroso aos olhos humanos, que fascinam porm
os cientistas por sua adaptao a vida sob presses praticamente
insuportveis, pouco alimento e reproduo difcil. So os peixes
abissais, formas de vida extremamente peculiares. Alguns tem boca e
estmago capazes de engolir e digerir presas com o dobro do seu
tamanho. Nas condies do que seja talvez o mais inspito dos
ambientes, por sinal o maior hbitat do mundo, muitos desses peixes
desenvolveram sistemas orgnicos destinados a iluminar as trevas e
atrair as presas: possuem luzes no prprio corpo, que acendem e
apagam como lanternas quando necessrio. Para pescarem usam
freqentemente as suas hastes luminosas. Estes rgos produtores de
luz so na verdade uma espcie de lmpada: uma glndula de pele que
compreende uma lente, um refletor e duas substncias qumicas, a
luciferina (o combustvel) e a luciferase (o catalisador), que a so
lanadas, provocando uma combusto e a libertao de uma viva luz fria.
a emisso de luz sem produo de calor. Algumas estranhas exploses
submarinas tm sido ouvidas. Hoje se sabe que essa classe de
vertebrados, a mais antiga que existe, vive em qualquer lugar onde
haja gua - dos tenebrosos abismos ocenicos at a superfcie do mar
aberto. No existe limite de profundidade para a vida. H peixes que
nadam a 300 ou 400 metros, mas tambm mergulham em profundidades de
4000 metros ou mais ainda. H cerca de vinte anos, os cientistas que
estudavam um habitat submarino nas ilhas Virgens, no Caribe,
ficaram surpresos ao ver, numa noite escura, o que parecia um grupo
de peixes piscando sem parar no meio de um recife de corais.
Descobriu-se que eles pertenciam famlia dos ceratiides, chamados
pelos americanos lanterneye fishes (peixes-de-olho-de-lanterna)
porque possuem embaixo do olho uma cavidade que abriga bactrias
fosforescentes. Durante o dia, esses peixes mergulham a grandes
profundidades. A noite, ausente a luz solar, sobem superfcie para
se alimentar de plncton, microorganismos que vivem em suspenso na
gua. Os cientistas observaram desde ento que tais espcies
inventaram sistemas prprios de iluminao absolutamente nicos. O
Kryptophanaron, que vive nas guas do Caribe, tem sob os olhos uma
cavidade que emite luz e que fica coberta por um tipo de persiana
escura quando no deseja ser visto. Outras espcies, Anomalops e
Photoblepharo, tm uma forma de haste com um farol na ponta, que
projetam para a frente e para trs da cabea e tambm escondem embaixo
do olho.
-
O Pachystomias, um peixe predatrio chamado peixe-drago (dragon
fish), faz jus ao nome. No solta fogo, claro, mas tem uma srie de
clulas fosforescentes espalhadas na boca, ao longo do corpo e
debaixo do olho. Muitos desses peixes nunca foram encontrados no
Oceano Atlntico e no tm nomes vulgares em portugus. Os peixes
abissais no costumam cair nas redes dos pescadores e as misses
cientficas nacionais trabalham mais nas guas rasas da plataforma
continental. Mesmo assim, existe no Museu de Zoologia da USP um
exemplar de peixe-drago encontrado na costa do Rio Grande do Sul a
cerca de 800 metros de profundidade. Possui o que os ictilogos
chamam barbilho, um fio que sai por baixo da mandbula do peixe, com
um farol na ponta. Outra espcie conhecida, a dos Chauliodus, ou
peixes vboras, tem uma haste que uma extenso dos primeiros raios da
nadadeira dorsal e tambm luzes dentro da boca para atrair a presa
direto ao estmago. Os drages-pretos tm a peculiaridade de emitir
luz vermelha. Como a maioria dos peixes no enxergam essa cor, tais
membros da espcie Pachistomias microdon usam as suas lanterninhas
vermelhas para se aproximar sem serem percebidos dos animais que
lhes serviro de alimento. Outros peixes se distinguem pelos olhos
projetados para a frente, o que lhes permite aproveitar toda a
pouca luz existente. Estima-se que essas criaturas so capazes de
enxergar no lusco-fusco de quinze a vinte vezes melhor do que os
humanos. Os olhos tubulares do Asgyropelecas, assim como do
Stentoptyx, do Gigantura e ainda do Stylephora, sempre voltados
para cima, enxergam contra a luz que vem da superfcie a silhueta de
seus inimigos e da refeio em potencial. O Asgyropelecus paciftecus
emite luz verde e azul na mesma intensidade da iluminao procedente
da superfcie; portanto tornam-se invisveis. O hbitat desempenha um
papel importante na cor dos peixes. Os que vivem mais perto da
superfcie apresentam um tom azulado ou esverdeado. Os que vivem no
fundo so em geral escuros no dorso e nos lados. Os camares das
profundezas e os peixes da famlia dos Rondeletiidae so vermelhos
porque essa cor no aparece nas guas abissais. Mas, alm da cor,
tambm a forma e a estrutura desses peixes so influenciadas pelo
meio e pelo tipo de alimento. Muitos se dirigem noite superfcie
para apanhar plnctons, filtrando grandes quantidades de gua atravs
da boca e das brnquias, os rgos da respirao. Outros, carnvoros,
desenvolveram dentes avantajados, boca articulada e enorme estmago
para o seu pequeno tamanho, finos e compridos, no crescem mais de
30 centmetros. Os peixes da espcie Saccopharynx, parecidos com
serpentes, tm a cabea grande e uma boca que abre e fecha como uma
tampa de lixo para engolir a presa. H pequenos tubares com grandes
dentes embaixo da boca e pequenos em cima. No mundo aqutico, a
reproduo costuma ser simples: quando chega o momento, basta que o
macho e a fmea soltem esperma e ovos na gua para que, da combinao
desses elementos, resulte a fecundao. Mas os peixes-pescadores de
profundidade so relativamente raros e muito distribudos por todos
os oceanos. Estima-se que, para cada fmea sexualmente amadurecida
existam de quinze a vinte machos. Portanto, no de estranhar que
vivam menos e tenham praticamente uma nica funo em toda a sua
existncia: encontrar uma
-
fmea e fertiliz-la. Estes solteires afoitos tm olhos especiais
para captar a luz das companheiras a distncia. Supe-se tambm que,
dotados de grandes rgos olfativos, sejam capazes de segu-las pelo
feromnio, o cheiro que elas emitem nas correntes martimas. Ao
encontrar uma fmea, o macho da espcie Linophryne inica, vinte vezes
menor, a ela se liga pela boca. Seus corpos se fundem, a circulao
torna-se comum aos dois e o macho fica reduzido condio de escravo
sexual vivendo exclusivamente para produzir e armazenar esperma a
servio da companheira. Essa incrvel simbiose atrai o interesse dos
pesquisadores no apenas por tratar-se de uma extica tcnica de
reproduo, mas porque talvez venha a ter grande utilidade nos
negcios humanos no tratamento da rejeio em transplantes. O sexo no
fundo do mar no cessa de surpreender, em certos casos, a
masculinidade ou a feminilidade apenas uma questo de idade. Entre
os Gonostoma gracile, o indivduo amadurece sexualmente como macho
com 1 ano. Mas em dado momento do segundo ano de vida transforma-se
em fmea. Na famlia dos Paralepiddeos, os indivduos so
hermafroditas, com ovrios e testculos ao mesmo tempo. Quando no
encontram um parceiro, fecundam-se a si mesmos. Os peixes abissais
podem parecer grotescos, bizarros. Alguns so imbatveis em matria de
feira. Finos, pequenos, gelatinosos, no tm nenhuma armadura de
proteo, como escamas, e freqentemente se desfazem quando estudados.
Comendo pouco, gastam tambm pouca energia e nadam apenas ao sabor
das correntes. Tudo indica que seriam seres primitivos, que no
evoluram durante milhares de anos. A estrutura ssea desses peixes
esto no auge da evoluo. Como outras espcies, que passaram a viver
em praias rasas, ou em baas lamacentas, rios caudalosos ou lagoas,
estas mudaram-se da superfcie dos mares, seu hbitat original, por
motivos desconhecidos. Nos abismos profundos onde foram parar,
desenvolveram as estranhas caractersticas que os transformaram em
senhores das trevas. Sabemos que existem padres distintos de
bioluminescncia que permitem o reconhecimento da espcie e do sexo.
No caso dos peixes ceratiides (Melanocetus johnstonii), apenas as
fmeas apresentam a isca bioluminescente, que parece ser usada tambm
para atrair machos da mesma espcie durante o perodo reprodutivo.
Como na regio batipelgica a luz praticamente ausente, esta
estrutura se torna de grande importncia nessas ocasies Grupo acha
centenas de espcies antrticas Apenas um subgrupo dos crustceos
conta quase 600 animais antes desconhecidos. Muitos dos bichos
parecem s existir ali; razes de diversidade so nebulosas.
As profundezas do mar de Weddell, na costa da Antrtida, so
escuras, expostas a uma presso esmagadora e, obviamente, geladas. E
tambm so o lar de uma variedade estonteante de animais at agora
desconhecidos da cincia, como acaba de revelar uma equipe
internacional de pesquisadores. As novas espcies, na casa das
centenas, mostram que os abismos frios do oceano Austral, que
-
circunda o continente antrtico, so to ricos em diversidade de
vida quanto as reas supostamente mais hospitaleiras nos trpicos ou
nas regies temperadas.
Este indivduo jovem do gnero Ceratoserolis um dos exemplos de
crustceos achados no estudo.
O zo abissal antrtico est sendo revelado na edio desta semana da
revista cientfica britnica "Nature". O trabalho foi coordenado pela
alem Angelika Brandt, do Museu Zoolgico de Hamburgo, e contou com a
participao de uma pesquisadora brasileira, Simone Brando, que est
fazendo seu doutorado na Universidade de Hamburgo. Os dados foram
recolhidos em expedies que aconteceram entre 2002 e 2005, em guas
cuja profundidade ia de 774 m a 6.348 m.
Brandt contou ao G1 que tamanha variedade provavelmente tinha
ficado oculta dos olhos dos pesquisadores por pura falta de
amostras da regio. "Sempre houve
-
uma hiptese de diversidade menor conforme voc avanava para
latitudes maiores. Mas as publicaes nunca se referiam ao oceano
Austral, j que apenas amostras de 40 graus de latitude sul
[equivalente ao centro-sul do Chile e da Argentina] estavam
disponveis", afirma.
A equipe do projeto Andeep, do qual ela e Brando fazem parte,
ps-se a corrigir isso. O resultado so nmeros que falam por si ss.
Apenas o grupo de crustceos conhecido como ispodes conta agora 585
novas espcies. H tambm cerca de 30 novas espcies de nematides (um
grupo muito comum de vermes), cerca de 70 espcies desconhecidas de
ostrcodes (outro grupo de crustceos, conhecidos por possurem
conchas duplas, como os mariscos), 81 novas poliquetas (vermes
aparentados s minhocas) e 17 esponjas.
Chuva de comida Como que tamanha diversidade pode se sustentar
num ambiente aparentemente to inspito? A primeira pista, explicou
Brando ao G1, deixar de lado a nossa velha mania antropocntrica.
"Tendemos a achar que algo inspito para ns deveria ser inspito para
qualquer forma de vida", afirma ela. "Na verdade, essa
megadiversidade que encontramos ao largo da Antrtida a regra para
regies profundas."
O nico lado realmente pouco hospitaleiro da vida nas zonas
abissais, diz ela, a falta de luz, que some em profundidades
superiores a 100 m ou 200 m. "Fica bvio que no existe fotossntese
[a produo de biomassa feitas pelas plantas ou por seres
unicelulares], e a fauna desse ambiente se torna dependente dos
nutrientes que vm da zona ftica [onde h luz] e que afundam",
esclarece.
"Os bilogos chamam esses restos de neve marinha", conta Angelika
Brandt. "Eles normalmente j passaram por dois ou trs corpos durante
a descida, de forma que j no sobram muitos nutrientes neles."
Assim, surge um contraste curioso: embora existam muitas espcies
diferentes, a abundncia de animais (ou seja, o nmero de indivduos
por rea) muito baixo, afirma Brando.
A pesquisadora brasileira especialista em ostrcodes, crustceos
cujo tamanho varia entre 0,5 cm e 6 cm. Brando disseca os
animaizinhos, usando estiletes muito finos para separar suas valvas
("conchas") do resto do corpo, e analisa as estruturas ao
microscpio. A anlise morfolgica, combinada a estudos genticos e
distribuio geogrfica dos bichos, ajuda a determinar como as espcies
foram surgindo e se diferenciando ao longPlncton
O plncton e sua importncia no ambiente marinho
-
O plncton (do grego plgchton, errante) constitudo por aqueles
organismos incapazes de manter sua distribuio independentemente da
movimentao das massas de gua. composto basicamente por microalgas
(fitoplncton), animais (zooplncton), protistas (protozooplncton) e
organismos procariontes auttrofos e hetertrofos (bacterioplncton).
Os organismos planctnicos so geralmente pequenos; muitos,
microscpicos. Mas h excees, como alguns cefalpodes, eufausiceos e
taliceos, que podem atingir vrios centmetros de comprimento (Omori
& Ikeda, 1984). De um modo geral, quer seja devido ao pequeno
tamanho, quer seja pela relativa baixa capacidade de natao, os
organismos do plncton ficam deriva, merc da movimentao das guas
como as correntes marinhas. Muitos organismos do zooplncton, porm,
realizam migraes verticais dirias, apresentando, assim, algum
controle de sua ocorrncia vertical mas so incapazes de controlar
sua distribuio horizontal, que determinada pela dinmica da
movimentao das massas de gua. Os animais, tais como os peixes, com
capacidade de natao para manter sua posio e mover-se contra a
corrente so denominados de "necton". Mas nem sempre a separao entre
plncton e necton to evidente. Por exemplo, as larvas e juvenis da
maior parte dos peixes sseos so parte importante do plncton. Por
outro lado, alguns zooplanctontes grandes, como certos eufausiceos
que se agregam em grandes cardumes, poderiam ser considerados como
"micronecton" (Parsons et al., 1984). Em seu conjunto, o plncton de
vital importncia para os ecossistemas marinhos, pois representa a
base da teia alimentar pelgica nos oceanos e mudanas em sua
composio e estrutura podem ocasionar profundas modificaes em todos
os nveis trficos. A comunidade planctnica apresenta um carter muito
dinmico, com elevadas taxas de reproduo e perda, respondendo
rapidamente s alteraes fsicas e qumicas do meio aqutico e
estabelecendo complexas relaes intra e interespecficas na competio
e utilizao do espao e dos recursos (Valiela, 1995). Variaes no
regime meteorolgico, caractersticas geomorfolgicas regionais e os
impactos antropognicos nas reas costeiras, estabelecem, em
conjunto, o regime hidrogrfico particular de cada regio e,
conseqentemente, as caractersticas taxonmicas e a dinmica
espao-temporal de suas comunidades planctnicas (Brandini et al.,
1997). Grande parte dos organismos bentnicos e dos peixes
telesteos, incluindo a maioria dos recursos importantes
economicamente, possuem ovos e larvas planctnicos. O potencial de
explotao desses recursos depende, em ltima anlise, diretamente do
que ocorre durante a fase planctnica, pois nela se desenvolvem as
etapas mais frgeis e crticas de seus ciclos de vida (Hempel, 1979;
Kendall et al., 1984).
Fitoplncton O fitoplncton o principal produtor primrio dos
oceanos, fixando pela atividade fotossinttica na zona euftica, a
matria orgnica inicial que permitir o funcionamento da quase
totalidade das teias alimentares marinhas. constitudo de microalgas
unicelulares (raras so filamentosas) pertencentes a mais de uma
dezena de classes, dentre as quais quatro predominam
quantitativamente: Diatomophyceae (diatomceas), Dinophyceae
(dinoflagelados),
-
Prymnesiophyceae (cocolitofordeos) e Cryptophyceae
(criptomnadas). As diatomceas e os dinoflagelados so encontrados
tanto em regies costeiras quanto ocenicas, ao passo que os
cocolitofordeos so mais comuns em guas ocenicas e as criptomnadas
em regies costeiras (Parsons et al., 1984). Ao longo da plataforma
continental brasileira tambm so freqentes, alm dos quatro grupos j
mencionados, algas das classes Prasinophyceae (prasinomnadas) e
Chlorophyceae (algas verdes) (Brandini et al., 1997). Apesar de
clorofiladas e de realizaram a fotossntese, as cianobactrias (algas
cianofceas) sero consideradas como bacterioplncton no presente
levantamento. Em algumas situaes especiais quando as condies de
luz, nutrientes e reduzida disperso favorecem o crescimento algal,
ocorrem verdadeiras exploses populacionais de algumas espcies
oportunistas, formando os "blooms" de fitoplncton. Nesses eventos,
a concentrao de algas chega a atingir dezenas e centenas de milhes
de clulas por litro de gua e, dependendo da espcie, podem formar
grandes manchas visveis a olho nu, muitas vezes com colorao
avermelhada e da a denominao dessas formaes de "mar vermelha".
Essas ocorrncias so comuns e sazonais nas regies temperadas,
constituindo-se em elos importantes na cadeia de produo biolgica.
Entretanto, quando as espcies oportunistas so produtoras de
toxinas, esses florescimentos podem ser catastrficos para o
ecossistema e representar srios riscos para a sade humana. Uma
dessas toxinas, a saxitoxina, produzida pelos dinoflagelados dos
gneros Alexandrium, Pyrodinium e Gymnodinium, apresenta ao
neurotxica no homem, podendo ser 50 vezes mais letal que a
estriquinina e 10.000 vezes mais mortal que os cianetos (Anderson,
1994). Nos estudos de fitoplncton bastante utilizada uma
classificao que de grande utilidade prtica, baseada numa escala de
tamanhos. Assim, so considerados como picoplncton os organismos com
tamanho entre 0,2 a 2,0 m m; nanoplncton, entre 2,0 e 20 m m e
microplncton, entre 20 e 200 m m (Sieburth et al., 1978 apud
Parsons et al., 1984). A dominncia numrica do nanoplncton uma
caracterstica associada a reas oligotrficas (Riley, 1957; Brandini,
1988), ao passo que clulas maiores do microplncton prevalecem em
guas mais ricas em nutrientes. A estrutura da comunidade
fitoplanctnica pode estar relacionada com a profundidade da camada
de mistura. Na regio antrtica, por exemplo, guas muito
estratificadas favorecem o crescimento das diatomceas, ao passo que
em guas mais profundamente misturadas h dominncia de Phaeocystis
antarctica (Arrigo et al., 1999), do grupo dos cocolitofordeos.
Considerando que as diatomceas so menos eficientes que P.
antarctica na transferncia de dixido de carbono (CO2) atmosfrico
para os oceanos e caso se confirme a tendncia a uma maior
estratificao ocenica devido ao aumento da temperatura global, a
capacidade da comunidade fitoplanctnica de absorver o excedente de
gs carbnico atmosfrico estaria dramaticamente reduzida (Arrigo et
al., 1999).
Zooplncton O zooplncton abrange a poro animal (metazorios) do
plncton. Os mais numerosos so os crustceos e dentre estes,
principalmente, os coppodes (Parsons et al., 1984). No entanto,
praticamente todos os filos de invertebrados
-
marinhos esto representados no zooplncton, ao menos durante
alguma etapa do ciclo de vida (Nibakken, 1993). O zooplncton pode
ser dividido em dois grupos bsicos: o holoplncton, que inclui
aqueles que passam todo o ciclo de vida no plncton; e o
meroplncton, que engloba os ovos, larvas e juvenis daqueles
organismos cujos adultos fazem parte ou de comunidades bnticas ou
nectnicas. Os principais representantes do holoplncton so, alm dos
coppodes, outros crustceos como eufausiceos, cladceros, misidceos e
ostrcodes; os urocordados filtradores como as apendiculrias e
salpas; e predadores como as hidromedusas e os quetognatos
(Levinton, 1982; Nibakken, 1993). Dentre os representantes do
meroplncton, os principais so as larvas de moluscos, crustceos,
poliquetas e equinodermas. O percentual de espcies de invertebrados
do bentos que possuem larvas planctnicas aumenta nas regies
tropicais (Levinton, 1982). Nessas regies, estima-se que at cerca
de 70% dos invertebrados bentnicos produzam larvas livre-natantes
(Thorson, 1950 apud Levinton, 1982). Um componente do meroplncton
de grande importncia ecolgica e econmica o representado pelos ovos
e larvas de peixes, o ictioplncton. Os coppodes constituem-se num
elo fundamental na teia alimentar pelgica. o maior grupo da fauna
planctnica, sendo o principal elo na passagem da produo
fitoplanctnica para os demais nveis trficos. Possuem tamanhos que
variam de menos de um a vrios milmetros de comprimento. Apresentam
variada gama de hbitos alimentares, em que alm das espcies
herbvoras, ocorrem tambm as onvoras e as carnvoras. Estas ltimas so
capazes de predar, inclusive, larvas de peixes. Por outro lado, os
coppodes formam um dos principais alimentos de peixes planctfagos e
os estgios larvais dos coppodes (nuplios e copepoditos) representam
uma fonte de alimentos fundamental para as larvas e juvenis do
ictioplncton (Cushing, 1977).
Ictioplncton O ictioplncton a parte do zooplncton que inclui os
ovos e larvas de peixes. Tal separao se justifica pela presena
expressiva desses estgios nas amostras de plncton, uma vez que a
grande maioria dos telesteos marinhos est presente no plncton
durante as fases iniciais do ciclo de vida (Nikolsky, 1963;
Ahlstrom & Moser, 1981). Em nenhum outro momento e ambiente que
no durante a fase planctnica, possvel encontrar juntas, tantas
espcies de peixes cujos adultos tm os mais diferentes tamanhos,
hbitos alimentares e habitats. Alm dessa grande relevncia ecolgica,
o estudo do ictioplncton tambm de fundamental importncia econmica
no contexto da atividade pesqueira. Os levantamentos
quali-quantitativos do ictioplncton so fundamentais para se
entender o papel dos ovos e larvas na teia alimentar pelgica; para
indicar locais e pocas de desova; para a elucidao do recrutamento
de indivduos jovens populao dos adultos; para as estimativas do
potencial pesqueiro de uma dada regio e para a otimizao dos nveis
de explotao de espcies comercialmente importantes (Hempel, 1974;
Larkin, 1978; Alderdice, 1985). As principais causas de mortalidade
do ictioplncton so a inanio e a predao (Hunter, 1976; Houde &
Taniguchi, 1979), ou seja, para sobreviver, a larva precisa
-
encontrar o alimento certo, na hora certa e na quantidade
adequada e no estar na hora errada, frente a um potencial predador.
No balano entre esses eventos reside o elo mais frgil de todo o
ciclo de vida das populaes de telesteos marinhos. Para a atividade
pesqueira, de grande importncia ter estimativas das relaes entre o
tamanho de uma populao desovante com a futura populao de juvenis
que recrutam ao estoque a ser pescado. Uma determinao mais precisa
desta relao depende fundamentalmente de um conhecimento da
mortalidade e crescimento durante os estgios larvais, pois o que
ocorre durante essas fases determinante do recrutamento (Hunter,
1976) e este, por sua vez, determina o potencial e os limites da
explotao pesqueira (Hunter, 1976; Laurence, 1981).
Protozooplncton O protozooplncton constitudo pelos hetertrofos
unicelulares, apresentando uma composio taxonmica muito
diversificada. formado por ciliados aloricados e loricados
(tintinneos), foraminferos, radiolrios e tambm vrios gneros de
dinoflagelados hetertrofos e nanoflagelados bacterifagos. Segundo
Sorokin (1981 apud Cordeiro, 1995), os tintinneos aloricados so os
organismos mais comuns do protozooplncton, mas a maioria perdida
durante os processos clssicos de fixao das amostras. De um modo
geral, apresentam tamanhos entre 5 e 200 m m, exibindo uma grande
variedade de relaes trficas, desde a predao e fagotrofia at a
digesto externa de suas presas ou de seus prprios predadores
(Turner & Roff, 1993). Alguns flagelados hetertrofos so
capazes, inclusive, de assimilarem diretamente polissacardeos
dissolvidos na gua (Sherr, 1988). Esses protistas, tradicionalmente
includos no zooplncton, so agora considerados separadamente depois
do reconhecimento de seu grande papel na teia alimentar microbiana
associada "ala microbiana" (Sherr et al., 1986; Sherr & Sherr,
1988). Na ala regenerativa ou microbiana, o papel do
protozooplncton se restringe predao sobre as bactrias (Pomeroy,
1974; Azam et al., 1983), mas na verdade, as relaes trficas
envolvendo os protistas so muito mais abrangentes e complexas, da o
estabelecimento do conceito mais geral de teia trfica microbiana
(Sherr & Sherr, 1988; Turner & Roff, 1993). Apesar do
reconhecimento da importncia do protozooplncton no balano final das
transferncias trficas para o zooplncton, existem ainda muito poucos
dados quantitativos e de um modo geral, so ainda precrios os
conhecimentos sobre o protozooplncton (Berman & Stone,
1994).
Bacterioplncton No caso do ambiente marinho, o termo
microorganismo tem uma abrangncia taxonmica mais ampla que o usual
e inclui desde vrus at micro-metazorios, passando pelas bactrias
heterotrficas, cianobactrias, protistas, microalgas e fungos
(Stanier et al., 1971). No presente trabalho, sero relacionadas
como bacterioplncton as cianobactrias que, apesar de clorofiladas,
so bactrias e tambm espcies de fungos e leveduras. A viso
tradicional sobre a importncia das bactrias nos ecossistemas
marinhos enfatiza a decomposio da matria orgnica e a remineralizao
dos nutrientes
-
nos processos biogeoqumicos. As bactrias utilizam cerca da
metade da matria orgnica produzida pelo fitoplncton (Bidle &
Azam, 1999) e estudos recentes mostram que as bactrias podem
acelerar dramaticamente a dissoluo das carapaas de slica das
diatomceas, tendo assim papel crucial no controle da produtividade
do fitoplncton e da reciclagem e utilizao de slica e carbono nos
oceanos (Bidle & Azam, 1999). Alm da fundamental importncia nos
ciclos biogeoqumicos, as bactrias podem ter tambm participao
expressiva na assimilao de matria orgnica dissolvida e na
transferncia de carbono orgnico particulado para os nveis trficos
superiores, atravs da ala microbiana (Pomeroy, 1974; Azam et al.,
1983; Sherr & Sherr, 1988). Espcies de alguns gneros de
cianobactrias, tais como Trichodesmium e Microcoleus so capazes de
fixar o nitrognio molecular (Bold & Wyne, 1978; Rippka et al.,
1979) dissolvido na gua do mar. Esta fonte de nitrognio pode ser de
grande importncia em certos ambientes oligotrficos (Brandini et
al., 1997). Estudos recentes mostram tambm que as bactrias tm
importante papel na formao de agregados de detritos orgnicos e
inorgnicos, a "neve marinha" (Berman & Stone, 1994; Rath et
al., 1998), uma importante fonte de matria orgnica para a prpria
comunidade planctnica (Shanks & Walters, 1997; Dilling et al.,
1998) e tambm para os ecossistemas do bentos, sendo fundamental
para algumas comunidades, como as de regies abissais (Honjo, 1997).
Afora as cianobactrias, os principais gneros de bactrias presentes
nos mares so: Micrococcus, Sarcina, Vibrio, Bacillus, Bacterium,
Pseudomonas, Corynebacterium, Spirillum, Mycoplana, Norcardia e
Streptomyces (Wood, 1965 apud Parsons et al., 1984).
Plncton e hidrografia A composio especfica, a estrutura da
comunidade, a dinmica, a produo e a biomassa do plncton dependem
diretamente das caractersticas hidrogrficas das massas de gua e de
suas variaes regionais e sazonais. De um modo geral, nos mares de
regies tropicais, podem ser identificadas trs grandes camadas de
gua superpostas: uma camada superior da zona euftica, onde a luz
abundante, mas os nutrientes so limitantes devido ao consumo pelo
fitoplncton e a baixa taxa de reposio; uma camada intermediria, ou
a camada inferior da zona euftica, na qual a luz passa a ser
limitante pela profundidade, mas onde h maior disponibilidade de
nutrientes pela remineralizao e por difuso molecular a partir de
guas profundas; e uma camada aftica, com grande disponibilidade de
nutrientes, mas sem luz para o processo fotossinttico. Nos mares
tropicais, essas trs camadas encontram-se normalmente
estratificadas devido a grande estabilidade trmica e a formao de
uma barreira hidrodinmica, a termoclina, que dificulta a ocorrncia
de processos significativos de mistura e, conseqentemente, de
enriquecimento das guas da zona euftica. Somente em situaes
especiais dependentes dos regimes de ventos, da linha de costa e da
topografia do fundo podem ocorrer o fenmeno da ressurgncia, que a
ascenso de guas profundas para a camada superficial, trazendo os
nutrientes necessrios para o crescimento do fitoplncton na zona
euftica, e possibilitando, conseqentemente, tambm o aumento na
produo dos demais nveis trficos.
-
Em regies ocenicas afastadas da costa, alm da quebra da
plataforma continental, as ocorrncias de fertilizaes das camadas
superficiais s ocorrem nas divergncias equatoriais ou em
ressurgncias de borda da plataforma continental (Brandini, 1990;
Brandini et al., 1989; Matsuura, 1990), provavelmente associados a
vrtices frontais resultante do deslocamento de filamentos
("streamer") de grandes correntes, como a Corrente do Golfo
(Pietrafesa et al., 1985) ou da Corrente do Brasil (Pires-Vanin et
al., 1993). Podem ocorrer tambm ressurgncias nas proximidades de
bancos submersos e de ilhas ocenicas, dependendo da topografia de
fundo e do regime de ventos. J na regio costeira, mais rasa, o
enriquecimento da zona euftica ocorre pela regenerao bntica e
ressuspenso dos sedimentos pela turbulncia das guas (ventos,
correntes de mar, ondas); pela contribuio continental nas
proximidades de esturios e desembocaduras de grandes rios e tambm
em fenmenos de ressurgncias costeiras como as que ocorrem na regio
de Cabo Frio (RJ) (Silva, 1973; Valentin, 1989). O padro geral de
circulao na plataforma continental brasileira composta por
Correntes do Contorno Oeste, como parte do Giro Subtropical
Anticiclnico do Atlntico Sul, onde, por ao conjunta dos ventos
alseos e do movimento de rotao da Terra, ocorre um deslocamento e
acmulo de gua ao longo do lado oeste da bacia do Atlntico, do qual
faz parte a costa brasileira. Esse grande caudal que flui da frica
em direo ao Brasil chamado de Corrente Sul-Equatorial e atinge a
regio da plataforma continental brasileira aproximadamente no seu
ponto mais oriental, na altura do litoral da Paraba. A partir desse
ponto, ela se bifurca em dois ramos principais: um que flui para a
direo Noroeste, formando a Corrente Norte do Brasil e outro que
flui em direo Sul-Sudoeste e forma a Corrente do Brasil. Essas duas
correntes apresentam guas com temperatura (>20o C, podendo
atingir 29o C no vero) e salinidade (>36,40) elevadas (Miranda,
1982) e muito pobres em nutrientes, tornando as regies ocenicas sob
suas influncias com baixa produtividade biolgica. A Corrente Norte
do Brasil (CNB) flui para norte-noroeste, acompanhando
aproximadamente o contorno da plataforma continental desde a Paraba
e Rio Grande do Norte at o Par e Amap, impulsionada pelos fortes e
constantes ventos alseos que predominam na regio praticamente o ano
todo. Mistura-se com as grandes descargas continentais do delta do
Parnaba, do golfo maranhense e, principalmente, do Rio Amazonas,
carregando para a plataforma continental do extremo norte muita
matria em suspenso. A contribuio do Rio Amazonas espantosa: a sua
descarga cerca de 18% de toda a gua doce fluvial que chega nos
oceanos do mundo (Milliman & Meade, 1983 apud Castro &
Miranda, 1998). Parte desta descarga forma a pluma amaznica, cuja
influncia faz com que guas de baixa salinidade (< 33) sejam
encontradas sobre a plataforma continental a cerca de 500 km a
leste da desembocadura do rio, na poca do pico das chuvas (Lentz,
1995 apud Castro & Miranda, 1998). A pluma tambm se espalha e
carregada para noroeste pela CNB, chegando a penetrar por mais de
1000 km em direo ao Caribe (Muller-Karger et al., 1988). As guas da
Corrente do Brasil (CB) fluem para o sul-sudoeste, impulsionadas
pelo transporte de Ekman, gerados pelos ventos alseos de leste
(principalmente no vero) e sudeste (inverno) (Castro e Miranda,
1998), e acompanham
- aproximadamente o contorno da plataforma continental. Na altura
de Cabo Frio (RJ), a CB muda sua direo para oeste-sudoeste,
acompanhando a grande reentrncia na linha de costa entre Cabo Frio
(RJ) e Cabo de Santa Marta (SC). Na altura aproximada do extremo
sul do Brasil (na poca do inverno e j fora do mar territorial
brasileiro em outras pocas do ano (Boltovskoy, E. 1981a), a CB se
encontra com a Corrente das Malvinas (CM), formando a Convergncia
Subtropical e mudando sua direo predominante para leste. No
encontro dessas duas grandes massas de gua, que a convergncia ou
confluncia subtropical, uma parte da gua da CM afunda e ocupa a
parte inferior da CB, formando uma outra massa de gua chamada gua
Central do Atlntico Sul (ACAS), com caractersticas de temperatura
(< 20O C) e salinidade (20,0o C e S > 36,40) (Miranda, 1982),
e pobres em nutrientes, transportadas pelas correntes do contorno
oeste (CB e CNB). E que o assoalho da regio do talude continental
ocupada pelas guas ricas em nutrientes e frias (T
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Este grande esquema geral do padro de massas de guas sobre as
regies nerticas e ocenicas pode ser verificado tambm num esquema
geral de distribuio e composio especfica do plncton. Assim, possvel
reconhecer algumas espcies que so mais abundantes em regies
ocenicas, dominadas por guas tropicais; ou espcies tpicas da ACAS e
da CM; ou mais freqentes em guas costeiras. Diviso geogrfica da
regio costeira e da plataforma continental Do Cabo Orange ao Arroio
Chu so mais de 7000 km de linha de costa, sem considerar as
reentrncias dos esturios, baas e enseadas. Compreendido entre as
latitudes de 4o N e 34o S, a maior parte deste litoral, est,
portanto, dentro da faixa tropical e subtropical. Baseado no
esquema geral da geomorfologia costeira, do padro de circulao das
massas de gua na plataforma continental brasileira, nas
caractersticas da topografia e natureza do fundo, na composio
florstica e faunstica e nos tipos de pesca, o programa REVIZEE
(Avaliao do Potencial Sustentvel de Recursos Vivos na Zona Econmica
Exclusiva) props a diviso da costa brasileira em 4 grandes reas, a
saber: REA NORTE da plataforma continental do Cabo Orange (AP) at a
foz do Rio Parnaba (MA/PI) Litoral amaznico ou equatorial,
caracteriza-se pela presena de grande rios perenes que condicionam
as caractersticas hidrogrficas regionais. Presena marcante de
sedimentao lodosa na costa do Amap e por pequenas falsias da Formao
Barreiras entre o litoral do Par e Maranho. Litoral constitudo
principalmente por terras baixas, freqentemente inundveis e com
presena de manguezais e campos de gramneas. REA NORDESTE da
plataforma continental da foz do Rio Parnaba (MA/PI) at a
plataforma continental na altura de Salvador (BA), incluindo as
ilhas ocenicas (Atol das Rocas, Arquiplago de Fernando de Noronha e
de So Pedro e So Paulo) Litoral com presena de rios peridicos e
depsitos sedimentares da Formao Barreiras e depsitos de arenito de
praia. A partir do sul do Rio Grande do Norte, so tambm freqentes
as formaes coralinas. Relevo subm