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11
O Sistema Econmico
Baseado nos Captulos 1, 2 e 3 do livroIntroduo Economia: uma
abordagem estruturalista de
Castro & Lessa, 1967.Complementos do livro Introduo
Economia: uma
abordagem crtica, de Wilson Cano, 1998.
Prof. Dr. Daniel Bertoli Gonalves
2
Captulo 1O Sistema Econmico
3
O Sistema Econmico
As sociedades evoludas repousam sobre uma diversificada base
econmica que, acionada pelo trabalho humano, engendra uma srie de
bens cuja destinao ltima o consumo de seus membros.
Os variados elementos que participam da vida econmica de uma
nao, assim como suas conexes e dependncias, somam-se num todo
denominado Sistema Econmico
4
O Sistema Econmico:Elementos fundamentais Homens: explicam a
existncia, animam e conduzem o sistema.
Presentes no sistema, atravs de sua capacidade de trabalho, so
eles os organizadores e executores da produo. podem ser divisadas
no seio de uma populao os setores
"produtivo" e "dependente". o contingente de populao em idade de
trabalhar (em regra
delimitado pelas idades de 14 a 60 anos) e a frao da populao que
ainda no ingressou ou j se retirou das funes produtivas.
A proporo de pessoas em idade "produtiva" acusa diferenas
internacionais, tendendo a apresentar-se mais elevada nas naes
desenvolvidas (No Brasil, em 1965 cerca de 40% da populao se
encontra entre estas faixas etrias.)
5
O Sistema Econmico:Elementos fundamentais populao
"economicamente ativa" e "populao ocupada
economicamente ativa a parcela da populao que se encontra
efetivamente voltada para o mercado de trabalho
populao ocupada compreende aqueles que exercem atividade
profissional remunerada. Difere do conceito anterior, por excluir
os desempregados.
O quociente que compara o montante de pessoas ocupadas com o
total de habitantes fornece a "taxa de ocupao. (proporo daqueles
que, por seu trabalho, engendram o total da produo a ser desfrutada
pela comunidade.)
A proporo de pessoas ocupadas numa comunidade afetada por
fenmenos econmicos, sociais e demogrficos.
6
O Sistema Econmico:Elementos fundamentais populao
"economicamente ativa" e
"populao ocupada Cano (1998) cita populao inbil
economicamente as: Entre 0 e 14 anos Maiores de 60 anos
Incapazes fsica ou mentalmente com idade entre
14 e 60 anos. O restante comporia a populao
economicamente hbil
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27
O Sistema Econmico:Elementos fundamentais populao economicamente
hbil
Desta deduz-se As donas de casa Os estudantes Os que no recebem
remunerao Os que no desejam trabalhar
Assim chega-se populao economicamente ativa PEA Volume
proporcional efetivamente voltado para o
mercado de trabalho. Subtraindo-se os desempregados que esto
procura
de emprego chegamos ocupao efetiva
8
O Sistema Econmico:Elementos fundamentais populao economicamente
hbil
Cano (1998) argumenta que as diferenas econmicas e culturais
entre os pases e regies so determinantes na composio desse montante
da populao, com destaque para fatores como: Distribuio espacial
(rural/urbano, interior/costa...) Acesso educao Sade e saneamento
Taxas de natalidade e mortalidade Movimento migratrio Gnero
(em 1960 apenas 25% das mulheres dessa parcela exerciam
atividade remunerada no Brasil, subindo para 39,2% em 1991)
9
O Sistema Econmico:Elementos fundamentais Diviso da populao
"economicamente
ativa: Trabalhador Qualificado Trabalhador No-Qualificado
De acordo com as exigncias do trabalho que este exerce
10
O Sistema Econmico:Elementos fundamentais Recursos Naturais
elementos da natureza incorporveis s atividades econmicas.
Com o propsito de produzir bens, os homens se valem das riquezas
e foras que a natureza lhes oferece.
Cultivam-na, extraem-lhe matrias-primas, exploram seu potencial
energtico, etc.
Compreende: solos agriculturveis, florestas, jazidas minerais,
recursos hidrolgicos, etc.
o estoque de Recursos Naturais com que pode contar um sistema
nada tem de constante.
11
O Sistema Econmico:Elementos fundamentais estoque de capital
O trabalho humano se exerce num contexto econmico que rene
fbricas, estradas e uma infinidade de outros elementos, resultantes
do prprio esforo humano, empreendido em pocas passadas.
a produo tende, sistematicamente, a exceder o consumo, disto
resultando uma acumulao de parte dos resultados obtidos pelo
trabalho humano. Esta acumulao se traduz em obras de arte,
monumentos, etc. e tambm na constituio de uma base econmica para as
sociedades.
constituem estoque de capital: suas instalaes industriais, meios
de transporte, estradas, escolas, hospitais, equipamentos de toda
ordem, etc. Bens materiais passveis de renovao (Cano, 1998)
12
O Sistema Econmico:Elementos fundamentais O trabalho mobilizvel
para as tarefas
produtivas, os recursos naturais acessveis numa certa fase de
desenvolvimento e o capital disponvel, constituem os FATORES de
PRODUO
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313
O Sistema Econmico:FUNCIONAMENTO Em uma comunidade cujas
atividades sejam
predominantemente agropastoris, seus membros tm necessidade de
alimentos, tecidos, habitao e tratam de obt-los, cultivando seus
campos, extraindo a l de suas ovelhas, deitando abaixo a madeira
necessria s construes.
Entre os traos comuns a estas atividades sobressai, sem dvida, a
proximidade entre as necessidades humanas e o trabalho dedicado a
atend-las.
14
O Sistema Econmico:FUNCIONAMENTO Uma das caractersticas
fundamentais da evoluo
de um Sistema Econmico a crescente distncia que separa o incio
da produo e o consumo finaldos bens. numa economia moderna, certos
homens trabalham,
por exemplo, em siderrgicas, cujo produto transferido a outras e
outras indstrias, para finalmente, aps percorrer longa cadeia de
transformaes, ser entregue a consumidores.
Estes, enquanto membros de empresas de toda ordem, que por sua
vez se encadeiam em outras seqncias produtivas, contribuem para a
gerao de bens que, em maior ou menor escala, atingem os operrios da
siderurgia.
15
O Sistema Econmico:FUNCIONAMENTO Um Sistema Econmico moderno
compreende um
complexo tecido de relaes diretas e indiretas, pelas quais os
homens chegam a dispor de variadssima gama de bens, capazes de
satisfazer suas mltiplas necessidades e desejos materiais.
As atividades produtivas de uma sociedade contempornea
distribuem-se por inmeras unidades produtoras que, individualmente,
articulam trabalho, capital e recursos naturais, visando obteno de
determinados bens e/ou servios. As unidades produtoras concretizam,
pois, o fenmeno da diviso social do trabalho.
16
O Sistema Econmico:FUNCIONAMENTO organizadores da produo pessoas
ou grupos de carter privado ou
pblico que organizam os fatores dentro das unidades
produtoras.
As unidades produtoras operantes no quadro de uma nao executam,
tanto individualmente quanto por grupos, funes que se integram no
funcionamento global do sistema.
17
O Sistema Econmico:FUNCIONAMENTO Setores Econmicos:
O setor primrio engloba as atividades que se exercem prximas
base de recursos naturais (agropastoris e extrativas).
O secundrio rene as atividades industriais, mediante as quais os
bens so transformados, sendo-lhes adicionadas caractersticas
correspondentes a distintos graus de elaborao.
Certas necessidades so atendidas por atividades, cujo produto no
tem expresso material. A relevncia deste complexo campo de
atividades (que congrega, por exemplo, transportes, educao,
diverses, justia, etc.) do qual flui para o sistema variadssima
gama de "servios", justifica a existncia de mais um setor, o
tercirio.
18
O Sistema Econmico:FUNCIONAMENTO Setores Econmicos:
A importncia relativa dos diversos setores na gerao do produto
total da economia reflete, entre outros fenmenos, o grau de
desenvolvimento econmico alcanado.
enquanto a vida econmica das naes subdesenvolvidas gravita em
tomo de atividades primrias, nos sistemas maduros, amplamente
industrializados, cabe agricultura e minerao modesto papel na gerao
do produto global. o estudo de seus pesos relativos tem seu
valor
analtico multiplicado ao focalizarmos a absoro de fatores, pelos
trs setores, segundo o estgio de desenvolvimento alcanado.
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419
O Sistema Econmico:FUNCIONAMENTO o setor secundrio est, em
qualquer sistema,
associado ao fator capital. Nas regies economicamente
subdesenvolvidas, o
setor "servios" usualmente o escoadouro onde vo ter grandes
contingentes de mo-de-obra no qualificada que, deixando os campos,
passam a vegetar nas cidades, buscando sua subsistncia atravs do
comrcio de rua, de "biscates" e outras ocupaes escassamente
produtivas.
20
O Sistema Econmico:FUNCIONAMENTO "Funo macroeconmica de produo A
complexa relao que indica as propores
em que trabalho, capital e recursos naturais se conjugam para
engendrar o produto setorial (P = f (Tr Q, Tr NQ, K, RN).
21
DIFERENAS ESTRUTURAIS ENTRE PASES DE DISTINTOS NVEIS DE RENDA
POR HABITANTE (1950) *
104415724
1337167
27
3921 156
19
551415214
% do produto gerado:Agricultura
.................................................Manufatura,
minerao e construo.............Comrcio
....................................................Transportes
.................................................. Outros
.........................................................
% da populao ativa:Agricultura
.................................................Manufatura,
minerao e construo.............Comrcio
....................................................Transportes
.................................................. Outros
.........................................................
600 dlares ou maisMenos de 200 dlares
Renda "per capita"
Cifras obtidas de publicaes das Naes Unidas e da CEPAL.
22
O Sistema Econmico:FUNCIONAMENTO bens e servios
a) de consumo quando se destinam satisfao direta de necessidades
humanas. Ex.: alimentos, roupas, diverses, etc;
b) de capital no atendem diretamente s necessidades humanas,
destinam-se a multiplicar a eficincia do trabalho. Ex.
instrumentos, mquinas, estradas, etc;
c) intermedirios bens que devem sofrer novas transformaes antes
de se tornarem, finalmente, bens de consumo, ou de capital. Ex.:
gusa, trigo, etc.
23
O Sistema Econmico:FUNCIONAMENTO bens finais mercadorias e
servios diretamente
destinados ao consumo da coletividade, ou a serem incorporados
ao estoque de fator capital do sistema.
O montante global de bens e servios finais engendrados num
perodo dado de tempo denominado Produto.
24
O Sistema Econmico:FUNCIONAMENTO Renda da comunidade
Ao longo do processo produtivo, cujo desfecho a obteno de bens
de consumo e de capital, as unidades produtoras efetuam pagamentos
ao pessoal empregado, remuneram os proprietrios dos fatores capital
e recursos naturais utilizados, e ainda, realizam seus lucros.
Tal "agregado" pode ser assim repartido: remuneraes destinadas
ao trabalho (salrios e ordenados); rendas de propriedades
percebidas pelos detentores de capital e recursos naturais (juros,
aluguis, lucros, etc).
-
525
O Sistema Econmico:FUNCIONAMENTO Fluxos:
fluxo real, constitudo de bens e servios; fluxo nominal,
reunindo os rendimentos distribudos
pelo sistema em operao.
Os detentores de rendimentos, em busca da satisfao de suas
necessidades e desejos e os ofertantes de mercadorias e servios
dispostos a ced-los mediante o pagamento de determinadas
quantidades de moeda, encontram-se no Mercado.
26
O sistema Econmico Grfico I
27
O SISTEMA ECONMICO(Verso simplificada) Grfico I
A representao dos estoques de fatores, ao alto, onde se inicia o
grfico Trabalho (qualificado e no qualificado), Recursos Naturais e
Capital, tem por pano de fundo a tecnologia, que orienta sua
conjugao.
Sob a direo de Organizadores da Produo, eles se encontram
distribudos em conjuntos que constituem as Unidades Produtoras.
O universo das unidades produtoras, por sua vez, compe o
Aparelho Produtivo da nao.
Nele se distinguem trs setores, diversos pela natureza e papel
exercido na economia.
O emprego de fatores que os caracteriza pode ser formalizado
mediante o uso de "funes macroeconmicas" de produo, definidas por
setor e genericamente expressas por:
P = F (Tr.O, Tr.N.Q., R.N., K)
28
O sistema Econmico Grfico I
29
O SISTEMA ECONMICO(Verso simplificada) Grfico I Das unidades
situadas nos trs setores fluem,
simultaneamente, uma corrente de pagamentos por servios
prestados ( esquerda) e outra de bens e servios produzidos (
direita).
Os pagamentos, constituindo a Renda da comunidade, so levados
pelos consumidores ao mercado, onde eles procuram adquirir os bens
e servios de que necessitam.
Paralelamente, tais bens e servios constituindo o Produto do
Sistema so trazidos ao mercado por unidades produtoras, dispostas a
vend-los.
O mercado , pois, o "local" para onde convergem os fluxos
nominal (procura) e real (oferta).
30
Captulo 2O Sistema Econmico
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631
A Produo A produo baseia-se no trabalho humano dirigido no
sentido do
atendimento de necessidades econmicas individuais e coletivas.
Em dependncia do produto que se tenha em vista, o processo
produtivo envolver o uso de determinadas formas de trabalho,
capital e recursos naturais.
Cada combinao de fatores: trabalho, capital e recursos naturais
constituindo uma unidade produtora alimentada pelo resto do sistema
que lhe prov matrias-primas, combustveis, energia, servios de
diversas ordens, etc.
A produo constitui uma longa cadeia composta de diversas fases
nas quais os bens, em processo de elaborao, incorporam,
progressivamente, as caractersticas com que se devero apresentar em
mercado, quando prontos para uso final.
A elaborao de insumos de toda ordem, a serem transmitidos a
outras empresas, se denomina produo intermediria.
32
exemplo: o agricultor (organizador da produo), empregando
fatores produtivos
(trabalho, terra e capital) e certos insumos (sementes,
fertilizantes, etc.) provenientes de outras unidades produtoras
(agrcolas, industriais e comerciais) logra, ao fim de um ciclo
produtivo, colher determinada quantidade de trigo.
O produto adquirido por outra unidade produtora, o moinho, para
o qual o trigo considerado matria-prima.
A direo do moinho, utilizando seus prprios recursos produtivos e
outros insumos (como transporte e energia) produz farinha.
Esta , por sua vez, vendida a outro tipo de unidade econmica, a
padaria, para a qual constitui matria-prima.
O padeiro submete este insumo a novas transformaes, valendo-se
de seus recursos produtivos, bem como de outros insumos (energia,
gua, sal, etc.) e obtm um bem final: o po.
Este bem, capaz de satisfazer diretamente uma necessidade
humana, desaparece com o consumo.
33
A Produo
Ao longo do processo de obteno de um bem final, rendimentos so
pagos aos responsveis pelas diversas formas de trabalho absorvidas
nas vrias etapas, assim como aos proprietrios dos demais fatores
indispensveis produo.
Costuma-se dizer que os rendimentos so a contrapartida pela
utilizao dos "servios" do trinmio de fatores nos vrios elos da
cadeia produtiva.
34
Destino dos bens e servios produzidos
Exemplo: Agricultura
Compras de insumos.............. 25 Sementes
........................ 5 Adubos .............................. 10
Servios............................... 10
Valor Agregado ................. 75 Salrios
.......................... 40 Juros ............................ 5
Aluguel da terra ............. 15 Lucros ..........................
15
Valor Bruto da Produo.......... 100
35
Destino dos bens e servios produzidos
Indstria Compras de insumos .............. 80 matrias-primas
agrcolas .. 30 Insumos industriais ............40 Servios
........................... 10
Valor Agregado.................. 70 Salrios.................. 40
Juros ................... 5 Aluguis................. 5 Lucros
.................. 20
Valor Bruto da Produo.......... 150
36
Destino dos bens e servios produzidos
Tercirio Compras de insumos............... 10 Insumos
industriais ....... 5 Servios ....................... 5
Valor agregado.................. 130 Salrios .................
75 Juros ................... 10 Aluguis ............. 5 Lucros
................. 40
Valor Bruto da Produo ..........140
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737
Destino dos bens e servios produzidos
Anlise dos dados: a agricultura destinou a si mesma o
equivalente a 5
unidades monetrias, sob a forma de sementes e remeteu 30 para as
atividades industriais, a ttulo de matrias-primas agrcolas.
Os 65 restantes (100-35) seriam levados satisfao direta de
necessidades humanas, sob a forma de bens finais.
dentre os bens finalmente produzidos pelo setor secundrio 50 se
constituem de mercadorias de consumo e 45 representam formao de
capital.
38
Valor Bruto da Produo (VBP)
Se adicionarmos o Valor Bruto da Produo dos trs setores,
obteremos o Valor Bruto da Produo da economia (390).
Tal agregado compreende, indiscriminadamente, tudo aquilo que
vendido pelas empresas que compem os trs setores, quer se trate de
produtos finalizados, quer se destine alimentao de outros processos
produtivos.
39
Valor Bruto da Produo (VBP) O VBP no se refere ao que de fato o
sistema produz, dado que
compreende, repetidas vezes, o valor dos bens que transitam
inter-empresas.
O Produto de uma economia, no entanto, leva em conta to somente
os bens e servios de utilizao final produzidos no Sistema, isto ,
os de consumo e capital.
O valor do Produto pode ser aferido, deduzindo-se do Valor Bruto
da Produo o correspondente aquisio de insumos. Assim, vemos que o
Produto corresponde quilo que efetivamente se adiciona em termos de
valor, ou seja, ao Valor Agregado (275).
40
Renda da comunidade
Por outro lado, este mesmo valor equivale a totalidade dos
rendimentos de que se apropriam os responsveis pelos fatores
implicados no processo produtivo trabalho, capital e recursos
naturais.
O Valor Agregado, encarado sob este ngulo, consiste na Renda da
comunidade no perodo em causa.
Valor Agregado (V.A.) = Renda (Y) = Produto (P)
41
Matriz de Leontief Cada setor de atividade produz, num perodo
de
tempo, um conjunto de bens. Classificando-os segundo seu uso,
vemos que parte
deles utilizada pelo prprio ou pelos demais setores (utilizao
intermediria), sendo a frao complementar destinada ao consumo final
da coletividade, ou empregada na realizao de investimentos.
Para produzir esses bens, o setor em causa utiliza produtos
(bens e servios) vindos de outros setores, assim como servios
fornecidos pelos fatores que emprega.
42
Matriz de Leontief
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843
Matriz de Leontief tudo o que um setor produz, numa linha
horizontal, na qual
listamos, sucessivamente, os insumos, os bens destinados a
consumo e formao de capital;
tudo o que o setor absorve em seu processo produtivo (insumos e
servios de fatores), numa coluna.
A soma do que um setor produz (com destinao intermediria e
final) igual soma do que ele utiliza (insumos e servios de
fatores). Tal identidade garantida pela incluso na seo em que so
inscritos os rendimentos de um item "lucros", categoria flexvel,
capaz de absorver as possveis diferenas.
44
Matriz de LeontiefDistinguem-se na matriz trs reas (campos): A
primeira (A) apresenta de forma integrada toda a produo de
bens intermedirios na economia. Notar que a se toma claro o
fenmeno genrico de que as "sadas" de um setor constituem "entradas"
de outros (ou do mesmo) setores.
A segunda (B) nos mostra todos os bens finais produzidos pelo
sistema econmico num perodo de tempo. Como j foi assinalado, as
possveis utilizaes finais so: consumo e formao de capital.
O registro dos rendimentos pagos ao trabalho e aos proprietrios
dos fatores capital e recursos naturais se d na rea C da matriz.
*
45
Depreciao O processo produtivo implica, necessariamente, em
certo grau de desgaste para os bens de capital e mesmo recursos
naturais empregados. Por conseguinte, uma frao do valor criado na
cadeia produtiva contrabalanada pelo valor perdido dos fatores
neste mesmo processo. Assim, alm da renda gerada e distribuda aos
responsveis pelos fatores empregados, uma parcela da renda deve ser
represada a ttulo de Reserva de Depreciao, visando a reposio dos
fatores depreciados.
46
O destino dos fluxos Uma vez a renda distribuda, sob a forma de
salrios,
ordenados, juros, lucros, etc., ficam definidos os recursos com
que podem as pessoas contar para a satisfao de suas necessidades e
desejos.
Os indivduos de posse de tais rendimentos (expressos sob
diversas formas: em moeda corrente, depsitos bancrios, etc.)
dirigem-se, pois, ao mercado de bens e servios de consumo.
Nele se defrontam com uma srie de produtos oferecidos pelas
unidades produtoras, a determinados preos.
Dadas suas possibilidades econmicas, ditadas pelo confronto de
seus oramentos e dos preos vigentes, adquirem diferentes bens e
servios.
47
O destino dos fluxos
Comeam, naturalmente, por atender a certos itens como alimentao,
vesturio, habitao, de prioridade indiscutvel.
De acordo com o montante de recursos auferidos, alguns
consumidores (em nmero decrescente) podem prosseguir satisfazendo
seus desejos pela compra de geladeiras, automveis, ingressos para
espetculos de arte, etc., at que, em certos casos, atingem nveis
altamente requintados de consumo.
48
O destino dos fluxos
As compras efetuadas, de qualquer mercadoria ou servio singular,
implicam num dispndio determinado pelo produto da quantidade
adquirida, pelo respectivo preo de mercado. (d = q . p )
O gasto conjunto da coletividade com os artigos que diretamente
satisfazem seus desejos e necessidades econmicas sua demanda final
de bens e servios de consumo determina o agregado Consumo (C =
p.q)
-
949
O destino dos fluxos A parcela de rendimentos no despendidos na
aquisio de
bens e servios de consumo constitui, por definio, o montante de
"poupana" (S) do Sistema Econmico, no perodo considerado.
Poupana: Os rendimentos percebidos por pessoas e no destinados
a
consumo. Tais reservas facultam aos indivduos a aquisio de
ttulos de
propriedade e credito (os quais lhes proporcionam, em perodos
subseqentes, correntes adicionais de rendimentos)
Uma soma de recursos financeiros retidos (no distribudos a
proprietrios, acionistas, etc.) pelas empresas, com dupla destinao:
manuteno ou ampliao de suas instalaes.
50
O destino dos fluxos Paralelamente formao de poupanas do lado do
fluxo
nominal, o aparelho produtivo produz certos bens e servios no
diretamente absorvidos pelo consumo, mas que devem, sim,
integrar-se em atividades produtivas futuras.
Determinada proporo destes bens e servios de capital diretamente
absorvida pelas empresas, a partir do emprego de suas prprias
poupanas.
As economias dos indivduos, no entanto, devem transitar por
instituies financeiras (bancos de investimento, sociedades de
crdito, etc.) para que, finalmente, venham a financiar a aquisio de
bens de capital.
51
O destino dos fluxos
Destino dos bens e servios de capital: uma frao utilizada para a
substituio de
equipamentos, peas, etc., desgastados no processo produtivo
investimento de reposio;
outra empregada na realizao de novos empreendimentos
investimento liquido da sociedade.
Ambas as parcelas compem o investimento Bruto (I).
52
O destino dos fluxos Enquanto os bens e servios de consumo
rapidamente
desaparecem, os bens de capital tm, pois, por destino, o
processo de inverso que os integra, transformados em fator capital,
na constelao de fatores do Sistema.
Ao crescer o estoque de capital, incrementada a capacidade de
produo da economia, o que acarreta o aumento do Produto e da Renda
(e, em conseqncia, do consumo e da prpria formao de capital).
a assimilao de capital tende a alterar a conformao setorial, a
introduzir novos processos produtivos, etc.
53
Concluindo: Algumas Relaes Fundamentais
A Renda gerada num perodo dado utilizada para consumo imediato
ou preservada para outras aplicaes.
Y = C + S O Produto satisfaz o consumo da
comunidade, e ainda alimenta a reposio e/ou expanso do estoque
de capital.
P = C + I
54
Grfico II O Sistema EconmicoViso global e integrativa do
funcionamento do Sistema, destacando aspectos da produo e destinao
dos fluxos de produto e renda.
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10
55
Grfico II Tem incio ao alto, esquerda, onde apresentada a
cons-telao de fatores. Estes fatores so combinados em unidades
produtoras, que se distribuem pelos setores primrio, secundrio e
tercirio.
A seguir, encontra-se uma matriz, do gnero apresentado no texto
e que indica, esquematicamente: as interdependncias dos diversos
setores do Aparelho Produtivo (campo A); a destinao final dos bens
engendrados no sistema (campo B); e a composi-o da renda gerada
(campo C). A referida matriz sofreu ligeiras alteraes, para que
pudesse ser inserida nesta representao panormica do sistema.
56
Grfico II Na rea C da matriz, mais precisamente no item Renda
Bruta,
tem incio o fluxo nominal. Esta corrente de rendimentos se
subdi-vide em: "Demanda de bens e servios de consumo" e "Pou-pana"
(S).
A "Demanda de bens e servios de consumo" expressa a necessidade
de alimentos, tecidos, habitaes, etc. A aquisio de quaisquer
produtos se d mediante um dispndio (d), sempre igual ao produto da
quantidade adquirida por seu preo de venda (p.q).
O total de despesas com bens e servios de consumo define o
agregado "Consumo", indicado pela frmula:
C = p.q
57
Grfico II A poupana a frao complementar do fluxo de
rendi-mentos, ou
seja, o montante de rendimentos no empregado na aquisio de
artigos de consumo. O fluxo de poupanas pros-segue seu trajeto
atser, por sua vez, dividido em duas correntes:
uma vai ter diretamente aos organizadores da produo (a poupana
realizada pelas empresas e destinada a investimentos prprios);
outra, dirigida ao Mercado Financeiro, aps o que chegatambm aos
organizadores da produo ( a poupana criada por pessoas fsicas e
transmitida por bancos e outras instituies, aos empresrios
desejosos de investir).
A poupana, j inteiramente sob controle dos organizadores da
produo, chega ao mercado de bens de capital onde permite a aquisio
de equipamentos, etc, destinados reposio do ca-pital (Investimento
de Reposio), ou formao de novo capital (Investimento Lquido).
58
Grfico II Encarando a produo pela perspectiva "real", vemos que
o
fluxo de bens e servios finalizados pelo Aparelho Produtivo num
perodo de tempo se compe de duas correntes que constituem,
respectivamente, a Oferta de Bens e Servios de Consumo e de
Capital.
A oferta de bens e servios de consumo confrontada com a
respectiva demanda no Mercado de Bens e Servios de Con-sumo. Por
outro lado, os bens e servios de capital propiciam tanto a renovao
dos equipamentos, instrumentos de trabalho, etc, desgastados,
quanto a efetivao do investimento lquido da comunidade.
Este montante de investimentos ir se adicionar ao estoque de
fator capital, que juntamente com os recursos na-turais e a populao
ativa, compem a constelao de fatores conceito do qual se parte no
presente captulo.
59
Captulo 3A Circulao no Sistema Econmico
60
Introduo: Esquema circulatrio
O funcionamento de uma economia moderna baseia-se na diviso do
trabalho entre homens cujos esforos produtivos, dispersos no espao
e ordenados no tempo, devem resultar no atendimento de necessidades
e desejos econmicos.
A circulao de bens e servios presta-se, exatamente, integrao das
atividades produtivas e superao da distncia existente entre o
trabalho e a satisfao final dos consumidores.
-
11
61
Esquema circulatrio As matrias-primas, artigos semi-acabados,
produtos
finais, etc, que percorrem continuamente o sistema, constituem
uma corrente de bens qual cabe a denominao de fluxo real.
Como as transferncias de propriedade ocorridas na circulao de
bens so acompanhadas mediata ou imediatamente de uma contrapartida
financeira, verifica-se, desde logo, a existncia de uma corrente
nominal, trafegando em sentido inverso ao do fluxo real.
62
Esquema circulatrio Alm das numerosas transaes comerciais de
compra e venda
de bens e servios ocorrem na economia transaes de outra
natureza, que podemos enfeixar sob a denominao de contratao de
fatores.
Tais ajustes fixam as remuneraes devidas pelas empresas aos
homens que empreguem, assim como aos proprietrios de capital e
recursos naturais que utilizem.
A contratao o marco onde se definem as correntes de salrios,
juros, aluguis, etc., grandes itens que compem a Renda gerada numa
economia.
63
Esquema circulatrio So constituintes bsicos do fluxo
nominal:
rendimentos e gastos. O fluxo nominal gerado, em cada perodo,
pelos
pagamentos aos proprietrios de capital, recursos naturais e
trabalho;
Uma vez os rendimentos percebidos pelos proprietrios de fatores,
converte-se em poder aquisitivo, dirigido ao mercado, em busca de
bens e servios de consumo;
Ao serem adquiridos os bens finais de consumo, retorna o fluxo
nominal ao seio do Aparelho Produtivo, fechando-se o circuito.
64
Esquema circulatrio
"Fluxo real - nasce no seio do Aparelho Produtivo com o trnsito
entre empresas de matrias-primas, produtos semi-acabados, etc.,
terminando por constituir-se no caudal de bens e servios que deixa
o Aparelho Produtivo e, via mercado, atinge o pblico
consumidor.
65
A circulao vista globalmente apresenta dois plos: as empresas,
que podem ser integradas
numa gigantesca unidade produtora, o Aparelho Produtivo;
as unidades familiares, que respondem pela propriedade dos
fatores e pelo consumo dos bens acabados.
66
Ambos os plos tm duas faces:
O Aparelho Produtivo, por um lado, responsvel pela produo e
oferta de bens e servios de consumo, por outro emprega os fatores
demandados por suas funes de produo.
As unidades familiares procuram produtos acabados e contratam
com os Organizadores da Produo, o emprego dos fatores trabalho,
terra e capital (ofertam sua fora de trabalho ou o uso de suas
propriedades).
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Mercados Mercado de Bens e Servios de Consumo
Onde efetuam-se as transaes que bombeiam para o Aparelho
Produtivo a renda da comunidade, a qual ali se apresenta sob a
forma de Dispndio Lquido.
Mercado de Servios de Fatores. Onde o Aparelho Produtivo adquiri
o direito de uso
sobre os chamados "servios" do trabalho e dos fatores capital e
recursos naturais.
O excesso da receita do Aparelho Produtivo, proveniente do
mercado de artigos de consumo sobre o montante de rendimentos
contratuais define um tipo de rendimento residual, o lucro.
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Condicionamento dos Mercados
As famlias a ttulo de proprietrios de fatores (inclusive do
"fator" trabalho) obtm os rendimentos que lhes facultam adquirir em
mercado os produtos que lhes interessem. a capacidade efetiva de
consumo est
lastreada na posse de fatores.
69
"Classes" de renda x fatores
a "classe de baixas rendas compreende a quase totalidade dos
trabalhadores
no qualificados, possui reduzida quantidade de terra e exgua
frao
do estoque de capital; a "classe mdia"
preponderantemente constituda de indivduos habilitados para o
trabalho qualificado e
detm volume aprecivel de recursos naturais e capital;
"classe de altas rendas" pertence a maioria dos bens de capital
e vastos domnios territoriais.
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"Classes" de renda x consumo
o consumo da classe de baixas rendas se reduz aos produtos de
primeira necessidade;
os indivduos de rendas mdias, ainda que consumidores de parcela
considervel de artigos de primeira necessidade, bem como de artigos
de luxo, caracterizam-se, naturalmente, pelo consumo de bens de
tipo mdio;
os artigos de luxo encontram seu grande mercado na classe de
altas rendas.
71
Relao bsica
as "preferncias" expressas pelos consumidores no mercado
refletem, basicamente, os dados estruturais: distribuio por nvel de
qualificao da
populao economicamente ativa e estrutura de propriedade dos
fatores capital e
recursos naturais.
72
consumo final do sistema
quanto mais elevado o nvel de renda mdio de uma nao ou classe
social, mais diversificado seu consumo.
Exemplo: EUA x Equador
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73
COMPOSIO PERCENTUAL DO CONSUMO PRIVADO (lares e instituies que
no visam lucros) *
27,810,611,26,1
44,3
51,214,19,65,316,8
Alimentos e bebidas Roupas e objetos pessoais Aluguis e guas
Sade, outros cuidados pessoaisOutros
EUA 1959
Equador 1959
Yearbook of National ccounts Statistics 1963.
Aps satisfazer (embora de forma desigual) as necessidades bsicas
de seus cidados, a sociedade americana ainda tem quase metade de
sua capacidade produtiva disponvel para o atendimento de outros
desejos.
74
"leis" de evoluo do consumo
medida que se altera o nvel do renda, transforma-se a composio
do consumo.
A procura dos diferentes bens tem como contrapartida as
respectivas ofertas que se originam no Aparelho Produtivo.
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Estruturas do Aparelho Produtivo
a) o setor produtor de bens e servios de consumo, que estabelece
o contato do aparelho com a massa dos consumidores;
b) o setor produtor de insumos, que os fornece a todos os
demais;
c) o setor responsvel pela produo de bens de capital.
As relaes de intercmbio assim estabelecidas definem a existncia
de "mercados de insumos" e "mercados de equipamentos.
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Destinos da receita das unidades produtoras: Aplicam uma parcela
no seu prprio
abastecimento de insumos e na manuteno de seu equipamento e
Distribuem rendimentos (correspondentes ao "valor agregado" por
elas engendrado) aos responsveis pelos fatores trabalho, capital e
recursos naturais empregados.
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Circulao interna do Aparelho Produtivo: dois circuitos O
primeiro resume-se na marcha do fluxo nominal
que, proveniente do mercado final, segue as cadeias produtivas,
financiando em cada estgio a aquisio dos ingredientes que alimentam
os processos produtivos correntes (insumos de toda ordem). Em
sentido contrrio, evidentemente, avana o fluxo real, constando de
artigos progressivamente elaborados.
o outro circuito se relaciona com a sada de equipamentos do
setor correspondente, tendo por contrapartida o respectivo
financiamento.
78
Mercados e preos A demanda dirigida aos mercados se expressa
atravs de quantidades de moeda cedidas, em troca de bens e
servios.
a quantidade de unidades monetrias que se deve despender na
obteno de uma unidade de determinado produto se denomina preo.
sob o prisma de anlise circulatria, os preos so coeficientes
individuais de converso de um fluxo nominal genrico, por outro,
"real", especfico.
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Mercados e preos Aos preos cabe, justamente, compatibilizar
as
correntes reais e nominais (de oferta e procura), referentes a
cada artigo trazido a mercado.
os preos cumprem uma funo de rateio, de adequao do ofertado ao
demandado.
o elemento que de forma ntida se relaciona com a escala de preos
do mercado a escala dos "custos unitrios" de produo.
o custo unitrio ou "mdio" de obteno de um bem ou servio
determinado pela diviso do custo globalpelo nmero de unidades
produzidas.
80
Mercados e preos No mercado de fatores
salrios, juros, aluguis, etc., se assemelham a "preos" pagos
pelas empresas aos responsveis pelos fatores.
A procura e oferta de fatores so, por vezes, esquematizadas e
apresentadas como determinantes das taxas de remunerao dos fatores.
(simplificao)
Na vida real, as taxas de remunerao fatoriais resultam da presso
de foras e elementos que ultrapassam o universo econmico strictu
sensu (tais como legislao social, atuao dos sindicatos, decises
acerca de salrio mnimo, poltica monetria, fiscal, etc).
81
Mercados e preos Outrora se pensava serem os desejos dos
consumidores livremente
expressos em mercado, que indicavam ao Aparelho Produtivo o qu e
quanto produzir.
Em muitas reas, surgiram gigantes econmicos que controlam tanto
a produo como os preos e at a procura, atravs da propaganda.
Ao invs, por conseguinte, de se submeterem aos desejos da
comunidade, traduzido por alteraes de preos, decidem-nas eles
mesmos e, quando necessrio, forjam os prprios desejos dos
consumidores.
Hoje, inverteu-se e indeterminou-se a relao de dependncia entre
o fluxo de demanda e sua contrapartida, o fluxo real, proveniente
do Aparelho Produtivo.
No so mais as decises tomadas no plo das famlias que orientam a
mquina produtiva do sistema.
Os preos e suas alteraes passaram a decorrer, em muitos casos,
do arbtrio das macro-unidades produtoras.
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Grfico III Esquema Circulatrio I
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Grfico III Esquema Circulatrio I
A circulao apresenta dois plos: o Aparelho Produtivo e as
Famlias.
O Aparelho Produtivo que, por um lado, responsvel pela gerao do
fluxo real (composto dos bens e servios a...j...n), por outro, d
origem ao fluxo nominal ao contratar o emprego de homens e a
utilizao de capitais e terras.
Os "servios" dos fatores produtivos tm por contrapartida os
juros (j), aluguis (r), salrios de pessoal qualificado (S1) e no
qualificado (S2) estabelecidos no "mercado de servios de fatres"
que vo ter aos proprietrios de fatres.
Estes, a ttulo de consumidores dirigem-se a mercado em busca dos
bens e servios de consumo a...j...n.
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Grfico III Esquema Circulatrio I
Ao adquirir os artigos que integram o fluxo real, os
consumidores devolvem ao Aparelho Produtivo o fluxo nominal que
lhes chegou, a ttulo de proprietrios de fatores.
O fluxo nominal, uma vez reintroduzido no Aparelho Produtivo,
circula entre empresas, em virtude de suas transaes com insumos e
bens de capital.
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Grfico IV Esquema Circulatrio II
Reproduz a estrutura do esquema precendente, desdobrando,
contudo, o significado e composio de seus elementos bsicos.
O Aparelho Produtivo apresenta-se fracionado em trs setores que,
respectivamente, produzem bens e servios de consumo, insumos e bens
de capital.
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Grfico IV Esquema Circulatrio II
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Grfico IV Esquema Circulatrio II
As abreviaturas empregadas so as seguintes:
R.Pr. Rendas de PropriedadeR.Tr. Rendimentos do TrabalhoTRQ
Trabalho QualificadoTRNQ Trabalho no QualificadoK CapitalRN
Recursos Naturais
A,M e B, respectivamente Classes de altas, mdias e baixas
rendasBens/Prim. Necs. Bens de Primeira NecessidadeBSC Bens e
Servios de Consumo MdioBSC Luxo Bens e Servios de Consumo Luxo
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Grfico IV Esquema Circulatrio II
O setor responsvel pela produo de artigos de consumo estabelece
o contato do Aparelho Produtivo com o mercado de bens e
servios.
A receita por ele arrecadada ( p. q) corresponde ao gasto das
famlias financia o funcionamento do universo de empresas que
integram o Aparelho Produtivo. Mais precisamente, a massa de
recursos arrecadada em mercado, subtrados os rendimentos devidos a
fatores pelo setor produtor de artigos de consumo, levada
retaguarda do Aparelho Produtivo, atravs de aquisies de insumos e
equipamentos.
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Grfico IV Esquema Circulatrio II
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Grfico IV Esquema Circulatrio II
Os trs setores empregam combinaes tpicas de trabalho, capital e
recursos naturais macrofunes de produo as quais estabelecem, grosso
modo, em que propores a renda gerada pelo Aparelho Produtivo se
distribui entre proprietrios de fatores.
Os lucros, na medida em que determinados por condies outras que
no as macrofunes (por exemplo: poder monopoltisco) surgem,
graficamente, parte dos demais tipos de remunerao.
Quanto ao plo "Famlias", nele so sugeridas: uma estrutura de
propriedade de fatores (por "classes" de renda) e uma possvel
composio do consumo das famlias (tambm por "classes" de renda).
As famlias levam a mercado o fluxo nominal (seta tracejada), que
sob a forma de Dispndio Lquido (Y) adquire os artigos ofertados
pelo Aparelho Produtivo.
O Dispndio Lquido das Famlias corresponde ao total de
rendimentos originados no Aparelho Produtivo, da a identidade:
Dispndio Lquido = Y = Renda ao Custo dos Fatres.