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Economia Industrial Prof. Marcelo Matos Aula 7
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Economia Industrial Prof. Marcelo Matos · Concorrência real e potencial • Real: limitada a empresas em um mercado, relacionado ... eliminando aquele montante da capacidade produtiva

Jan 28, 2019

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Economia Industrial

Prof. Marcelo Matos

Aula 7

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Barreiras Estruturais à EntradaKupfer [cap 7 de K&H, 2013]; Koutsoyannis 1979, cap 13, 14

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Introdução

• Até aqui focamos em estruturas de custo egrau de concentração para tentar explicarlucratividade

• Hipótese fundamental: estruturas maisconcentradas favorecem maior lucratividade

• É preciso olhar além do conjunto deempresas estabelecidas em um mercado

• Preços e lucratividade estão relacionadoscom facilidade ou dificuldade que empresasestabelecidas encontram para impedir aentrada barreiras à entrada

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Tipos de Barreiras à Entrada

• Estáticas ou exógenas decorrem derelação preço e custo médio de LP naindústria

• Estratégicas, endógenas ou ‘prevenção deentrada’ comportamento ativo e reativo

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Concorrência real e potencial• Real: limitada a empresas em um mercado, relacionado

com número e tamanho destas;• Potencial: concorrência entre estabelecidas em uma

indústria e empresas interessadas em iniciar operação(potenciais entrantes)

• Hipótese fundamental, presente na abordagem clássica eneoclássica:– Livre entrada e saída disciplina os diferentes mercados– Tendência à homogeneização do nível de lucratividade

(clássicos)– Tendência a lucro econômico nulo (modelo neoclássico

tradicional)• Se diferenciais de lucratividade se mantêm barreiras à

entrada

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Concorrência real e potencial

• Entrantes – qualquer capital interessado em atuar naindústria

• Incentivo à entrada – possibilidade de entrante seestabelecer na indústria e obter lucros extraordinários porcerto período de tempo (análise estática considera apenaspossibilidade de lucro imediatamente após entrada)

• Entrada – adição líquida de capacidade produtiva por umanova empresa– Exclui-se expansão de capacidade produtiva de

estabelecidas– Exclui-se entrada via F&A

• Saída – empresa encerra sua atividade na indústriaeliminando aquele montante da capacidade produtiva– Venda de ativos produtivos não se considera saída

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Def. de Barreiras à Entrada

• Bain – qualquer condição estrutural quepermita estabelecida praticar preço superiorao competitivo sem atrair novos capitais

• Stigler – se há custos incorridos pelasempresas entrantes que não foramdesembolsados por estabelecidas

• Gilbert e outros – se for possível configurarvantagem competitiva atribuíveisexclusivamente à existência da empresa

• Von Weizsacker e outros – consideradimensão normativa: ineficiências alocativas

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Modelo de Preço Limite

• Indústria em equilíbrio temporário• Estabelecidas “colaboram” para prevenir entradas• CMeLP em forma de L• Potencial entrante considera que haja incentivo à

entrada se puder obter lucro econômico positivoimediatamente após entrada (traz hipótese implícitasobre capacidade financeira da entrante)

• Opções extremas:– Preço competitivo = sem incentivos à entrada– Preço de max lucro em T0 e se conforma com preço

competitivo em T1• Opção intermediária?

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Modelo de Preço Limite

• Opção intermediária – faixa de preço em que é possívelalgum lucro, sem que haja incentivo suficiente àentrada, dadas as vantagens competitivas dasestabelecidas preço limite

• Margem sobre CMeLP:E = (PL – Pc) / Pc ou PL = Pc (1 + E)

• Situações possíveis, de acrodo com condição deentrada E– Entrada fácil Pc

– Entrada ineficazmente impedida - pouca vantagem competitivaoptam por PMAX em T0

– Entrada Eficazmente impedida - vantagens significativas PL

– Entrada bloqueada – grandes vantagens PMAX < PL

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Barreiras Estruturais à EntradaVantagens Absolutas de Custos

• Entrante enfrenta CMeLP mais alto para qualquer nívelde produção

• Decorrem de:– Melhores condições e acesso a fatores – destaque para

tecnologia (PI) e recursos naturais– Economias de aprendizado– Imperfeições nos mercados de fatores - ex.: mercado de

capitais

• Vantagens de custo podem ser ampliadas viaestratégias:– Integração vertical– Proliferação de produtos

• Verificação empírica: relevantes apenas em ind.Extrativas e de primeiro processamento e algumasagroindústrias

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Barreiras Estruturais à EntradaEconomias de Escala

• Situação com estabelecidas e entrantes com mesmaestrutura de custos e produtos homogêneos

• Possibilidades de entrada– Em escala abaixo da EME estabelecidas

podem praticar PL correspondente à diferença decusto médio entrada eficazmente impedida

– Em EME reação de estabelecidas• Não reação em preço: ajustam quantidade para

manter preço, acomodando entrante) poucoplausível (reduz quantidade e eventualmente elevaCMe, além de estimular novas entradas)

• Postulado de Sylos-Labini: estabelecidas mantêmquantidade produzida (não reação em quantidade)

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Barreiras Estruturais à EntradaEconomias de Escala

• Qc é o tamanho do mercado ao nível de CMe mínimo• Se estabelecidas conhecem demanda (e portanto Qc)

e EME, podem escolher, conjuntamente, QL, de formaqueQL + QEME > Qc

• Entrante, entrando em EME:– Não reação (redução) em quantidade de estabelecidas– Quantidade produzida total será maior que Qc,

submetendo todos a prejuízo– Sabendo disto, entrante pode optar por não entrar

• Preço Limite:

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Barreiras Estruturais à EntradaDiferenciação de Produtos

• Mais forte das barreiras• Havendo lealdade de consumidores

– Entrantes teriam que vender a preço mais baixoCurva de demanda individual de entrante abaixo e à

esquerda da estabelecida– Ou incorre em gastos superiores de publicidade (custo de

penetração no mercado)Pode equivaler a vantagem absoluta de custo de formapermanente

Discussão de custo de penetração de mercado envolve grandegama de fatores: econ. escala em publicidade, características deprodutos, esforços de venda imposto por estabelecidas,métodos de distribuição, etc.

• Havendo diferenciação vertical (diferenças objetivamenteaferíveis), custa superar incerteza de consumidoresvantagens de ‘primeiro a se mover’

• Papel de marcas e possibilidade de transferência decredibilidade

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Barreiras Estruturais à EntradaRequerimentos iniciais de capital

• Necessidade de mobilização de grande quantia decapital

• Associadas a elevadas EME• Entrada, incorrendo em custo de capital mais elevado

equivale a vantagem absoluta de custo• Grandes investimentos se relacionam com barreiras à

saída parte significativa se refere à CustosAfundados (irrecuperáveis)

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Barreiras à Entrada em diferentes Indústrias

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Conclusão• Limitações de análises estruturais da concorrência:

– Caráter estático, entrada depende de expectativa de lucroimediata

– Supõe demanda como dada– Não aprofunda importância de barreiras à saída– Desconsidera variações conjecturais e barreiras

estabelecidas a partir de estratégias competitivas– Relação preço-custo não constitui necessariamente foco mais

relevante de competição• Principal contribuição de Bain e outros: barreiras à entrada

como elemento central da determinação do preço emoligopólio desloca foco da concorrência real para aconcorrência potencial e, assim, do curto prazo para olongo prazo

• Análise incorpora conjecturas sobre reação deestabelecidas é, portanto, apenas parcialmenteestrutural