C A P TUL03
A lnguaperfeitadeDante
o primeirotextoem queo mundocristoda IdadeMdia abordaorg~nicamenteumprojetodelngaperfei-taoDevulgarieloquentia,deDanteAlighieri,escritopro-vavelmenteentre1303e 1305.
O tratadoDe vulgarieloquentiapartedeumacons-tataobvia,masfundamentalparao nossoassunto:exis-teumapluralidadedelnguasvernculas,eo vernculoseope,enquantolnguanatural,ao latimcomomodelodegramticauniversal,masartificial.
AntesdaconstruoblasfemadaTorredeBabel,exis-
tiaumalnguaperfeita,coma qualAdofalaracomDeus,e com a qualfalaracom osseusdescendentes,mascom acon{usolnguarumnascea pluralidadedaslnguas.De-monstrandoum conhecimentode lingsticacomparada
excepcionalparaasuapoca,Dantemostracomoasvriaslnguasnascidasdaconfusosemultiplicaramdemodoter-
cc
lI,i.lOnlDl'ilnciroseguindoumadivisoentreasvriasregiesdo IlIDfld0,edepoisno interiordaregioquehojedenomi-namllll:romnica,distinguindo-seentrealnguad'oc,d'oiledo si..Estasefragmentouem umapluralidadededialetosque,oomopor exemploem Bolonha,variamporvezesdeumaeaparaoutradacidade.Issoporqueo homem umanirmlinstvele mutvel,por costumes,hbitose lingua-gem,ilantonotempocomotambmno espao.
Se queremosencontrarumalnguamaisdecorosaeilustur, precisoprocederporumacrticaanalticae seve-ra dOEvriosvernculosregionais,levandoem considera-o dososvernculosexistentesdevemserjulgados.
A segundaparte(incompleta)do tratadoDe vulgarieloqumtaesboaasregrasdecomposiodo nico ever-dadelll>vernculoilustre,a lnguapoticadaqualDantese
consideraorgulhosamenteo fundador,e que opesln-guas,dbconfuso,comoa lnguaquereencontraaafinida-de prilnordialcom ascoisasqueforamprpriasda lnguaadI1a.
56
I
lI!
i
012f;'l~"V'",",':'"
r ,:C;;,;, ;:rp ,','.;2,12. d,; ingu,:\'ern("I, o\ [' , ",' " o,'" " ',,' Etrata." jC 11i;:u.i' CiOy'" ,Jw '" t'l";'Jn,, m !
..
utilimdaepelomundointeiro"apesardeestardivididaemdifmmtesvocbulose pronncias"(I, 1,4) e, finalmente,porfie natural,enquantoaoutra artificiaL
Estapassagem bastantedelicada.Por um lado se
afimlllquealnguamaisnobredeveterosrequisitosdana-turaiilade,enquantoa reconhecidadiversidadedosvern-culQl,confirmaa suaconvencionalidade.Por outro lado,fal~ dovernculocomode umalnguacomumatodos,emluradiferenciadaem vocbulose pronnciasdiferen-tes.ltisim,seo tratadointeiroDe vulgarieloquentainsistea repito davariedadedaslnguas,comoconciliara idiade
-,
zes&sedesenvolverno decorrerdo tempo,e deseenri-
quecraindependentementedavontadedosindivduosqueasfiun.Ele sabeque uma lnguanaturalpodeserenri-
queciilapelacriatividadeindividual,e entendecomopro-dutodecriatividadeprecisamenteo vernculoilustrequesepupeaforjar.Mas parecequeentrea faculdadedalin-guap e a lngua naturalDantepretendecolocarumlinsttEiaintermediria,segundose podededuzirda ma-neiractomoconsideraahistriadeAdo.
Lngmseatosdepalavra
Dante,no captulodeaberturado tratado,referindo-
seaoseuconceitode vernculo,falade umavulgariselo-quentit,uma locutiovilgariumgentium,umavulgarislocu-
tio,mandoaexpressolo~tiosecundariaparaindicaragra:mtiCR.Poderamostraduziro termoeloquentiaemsentido
genlim,quercomo"eloqncia",quercomo"expresso"ou "fla".Entretanto,no interiordotextosurgeumadistin-oeBtevriasopeslexicaisqueprovavelmentenosocasuail.Em determinadoscasosDantefalade locutio,em
outrOide ydoma,de lnguae de loquela.FaladeydomaquaniDsereferepor exemplo lnguahebraica(I, IV, 1;I,VI, 1Ef, VI, 7)eparasereferirfloraodaslnguasdomun-doeJis romnicasemparticular.Em I, VI, 6-7,quandoserefere:confusolinguarumbablica,Dantefalade loquela,mas_mesmo contextousatambmydioma,tantoparaaslngua:,quesecorromperamquantoparaa lnguahebraicaquefimuintacta.Dessemodofaladaloqueladosgenovsesoudcstoscanos,pormusaigualmentelnguaparaohebrai-co ouraraosdialetosdovernculoitlico.Porconseguinte,parea::quetantoo termoydiomaquantoostermoslnguae
Il-
II!
1!
loqueladevemserentendidosno sentidomodernode '1n-
gua",ou languenosentidosaussuriano.Parecequeno mesmosentidoestusandotambm
otermolocuto:porexemplo,aindanotextosobreaconfu-sobablica(I, VI, 6-8),paradizerquedepoisdaconfusoos operriosda torre falamlnguasimperfeitas,diz que"tantorudiusnuncbarbariusquelocuntur",epoucaslinhasadianteparareferir-se lnguahebraicaoriginria,falade"antiquissimalocutione".
Enqua~to,todavia,ydioma,lnguae loquelasoter-mosdetermin~dos,isto, sousadossomentequandosequerfalara respeitode umalangue;locutioparecepossuirummbitodeempregomaisgenrico,omesmoocorrendotambmquandoo contextoparecesugerira atividadedapalavra,isto, o processo,ou a prpriafaculdade-da lin-guagem.Com freqnciaDantefalaem locutiocomodeumatodepalavra:porexemplo,apropsitodecertasvozesanimais,afirmaqueumatodessetiponopodeserchama-dode "locutio",porqueno atividadelingsticaverda-deiraeprpria(I, lI,\6-7),enquantolocutiosempreusadaparaosatosdepalavraqueAdodirigea Deus.
Estasdistinesaparecemclarasno trecho(I, IV, I)emqueDanteindaga"qualoprimeirohomemaquemfoidadaa faculdadedapalavra(locutio),e o queelefalounoincio (quodprimituslocutusfuerit),e a quem,e onde,equando,e em quallngua(subquoydiomate)foi emitidoo primeiro ato da linguagem(primloquum)"- assimjulgoquesepossatraduzirprimiloquumemanalogiacomtristloquume turPiloquum(I, x, 2; I, XIII, 3) queserefe-remmaneiraruimdefalartantodosromanosquantodosflorentinos.
-,
oplimeirodomdeAdo
Naspginassucessivas,DanteafirmaquenoGnesissediEquequemfalouprimeirofoi Eva (muliereminveniturante.mmesfuisselocutam)no dilogocom a serpente,achamo"inconvenientenopensarqueum atotonobredo finero humanosejabrotadoprimeirodoslbiosdeumhorrmndo que doslbiosde uma mulher".Como sabe-moso Gnesiso primeiroa falar.emtodoo caso,Deusparaniaro mundo,emseguidaAdo levadoanomearosanimJi:se,portanto,provavelmenteemitesons(maso epi-sdi$inteirodoGnesis2,19,queconcernenominatiore-rum,euriosamente ignoradopor Dante)e por fim Adofalaflua manifestara suasatisfaopelo aparecimentodeEva.Mengald(1979:42)sugereque,separaDantefala-mospra-externarospensamentosdanossamente,sendo,
portato,afalaum fato~lgico, talvezquisessedizerq~ecomEvae a serpenteocorreo primeirodilogo,e portan-to, o,rimeiro ato de linguagem(e issoestariade acordocom.estatutoambguoquedetectamosno termolocutio).Ou deveramospensarqueAdosealegravaem seucora-opElonascimentodeEva,equequandonomeavaosani-mais"emlugardeefetuaratosdelinguagem,estabeleciaasregr$de umalnguae,portanto,praticavaumaformademet::lnguagem?
Em todoo caso,Danteseservedesteparnteserefe-renteaEvaparasustentarque maisrazovelpensarquefoi Alio quemfalouprimeiro;e enquantoa primeiravozqueanitemos sereshumanos um vagidode dor,a pri-meimvozemitidaporAdonopodiasersenoumsomdealegjae aomesmotempodehomenagemao seucriador.Pori.o, Adoteriapronunciadoemprimeirolugaronomede Ilms El (alis,a tradiopatrsticaatestavaque"EI" foi
....,
,~tr.~;
o primeironomehebraicodeDeus).Provavcll\l
'.
bemverdadequeDanteespecificareferir-se for-nw"tantoem relaoaosvocbulosqueindicamascoisas,0IIl10 em relao construodosvocbulos,e dasdesi-
nmciasdaconstruo",induzindoapensarquecoma ex-pmsoformalocutionisdesignavaum lxicoe umamorfo-l~ e, portanto,umalngua.Mas seessaexpressofossemouzidanosentidode"lngua"resultariadifcilexplicarotmrthoseguinte:
quaquidemformaomnislngualoquentiumuteretur,nisiculpapresumptionishumanaedissipatafuisset,ut inferiusostenderetur.Hac formalocutionislocutusestAdam:hac
formalocutionislocutisunthominesposterieiususqueadedificationemturrisBabei,quae'turrisconfusionis'inter-pretatur:hancformamlocutionishereditatisuntfilii He-ber,queabeo suntdictiHebrei.Hiis solispostconfusio-nemremansit,utRedemptornoster,qui exillis orituseratsecundumhumanitatem,non linguaconfusionissedgra-tie frueretur.Fuit ergohebraicumydiomamilud quod
primi loquentisla~ fabricarunt(I, VI, 5).
Se a expressoformalocutionisfosseentendidanoseatidode lnguaforjada,porque,paradizerqueJesusfa-1000hebraico,seusaumavezlnguae outraydioma(elogodlJ.oisem I, VII, narrandoo epis6dioda confusodasln-gms,usa-seloquela),enquantosomenteparao dom divi-l1Ilinicialsefaladeformalocu#onis?Poroutrolado,sead-
nitirmosquea formalocutionis somentea faculdadedalHiguagem,no secompreendepor queos pecadoresde.Bdlela teriamperdidoenquantoos hebreusa conserva-um, considerandoquetodoo De vulgarieloquentiareco-rAeceaexistnciadeumapluralidadedelnguasque(em\iiude de algumafaculdadenatural)foramproduzidas
dipoisdeBabeI. .Tentemos,ento,traduziraexpressodomodoseguinte:
6*
r:
e precisamentedetal formaquefariamusolodos11
'-
Outi vde modoparticularno ambientede Bolonhada~ca- o centrodeonde,porpresenadireta,oupor conta-tQ&;entreo ambientebolonhensee florentino,Danteteriarf.lDebidotaisinfluncias.
A partirda ficariaclaroo queDanteentendiaporf(fJR/.alocutionis,considerandoque eram justamenteosnudistasasustentarema existnciadecategoriaslingsti-CB universais,isto, de algumasregrassubjacentes for-nuode qualquerlnguanatural.No tratadoDe modis,Bmciode Dcia lembraquea partirde cadaidiomaexis-tellte,' possveldeduzirasregrasde umagramticauni-
vtllalqueabstraitantodogregoquantodo latim(Quaesto6}..A"gramticaespeculativa"dosmodistassustentavaumartirodeespecularidadeentrelinguagem,pensamentoenAuezadascoisas,postoqueparaeleseradosmodiessen-diflUedependiamos modiintelgendie, por conseguinte,
oSlllodisignificandi.\O dom,portanto,queDeusdaAdono apenas
akuldade dalinguageme nem aindaumalnguanatu-ral:soosprincpiosdeumagramticauniversal,a causa
famal, "o princpio geralestruturanteda lngua,quernoq_ diz respeitoaolxico,querno quesereferiraosfen-mmos morfossintticosda lngua que Ado lentamentefa'hicar,vivendoe nomeandoascoisas"(Corte1981:47).
A tesedeMaria Corti foi contestadacomveemncia
(dEemparticularPagani1982e Maierit 1983),objetando-s~quenoh provasevidentesde queDanteconhecia.oteJlodeBociodeDcia;que,emvrioscasos,Maria Cor-ticstabeleceentreosdoistextosanalogiasinsustentveis,eqJIE asidiaslingsticasquepodemserencontradasemIlmte circulavamemoutrosfilsofose gramticosmesmoadesdo sculoXIII. Por isso,mesmoqueseadmitamosd primeirospontos,permaneceo terceiro,isto, a idia
6i
}
ti
~~~~.Iri
~
I~~~i~!ll
de queumagramticauniversalj circulavaamplamentena culturamedievale que,comonenhumdoscrticosdaCorti peem dvida,Dantetinha conhecimentode tais
discusses.Afirmarporm,comodiz Maierit,quenoera
precisoconhecero textode Bocioparasaberque"a gra-mtica uma e a mesma,substancialmente,em todasas
lnguas,emboravariadanasuperfcie",porquetal afirma-oocorretambmemRogrioBacon; em todoo casouma provacpnvincentede que Dantepodiapensaremurnagramticauniversal.Por conseguinte,podiapensarem urnaformalocut
Ovemculoilustre
Agora possvelentendero que aquelevernculoilliBtredoqualDantevaicaacomodeumapanteraper-fimada(I, XVI, I). A partirdostextosdospoetasqueDanteclDl'iideramaiores,essalinguagempareceporvezesimper-cqptvel,no formadaainda,nem reguladae explicitadaeBlseusprincpios gramaticais.Em face dosvernculose_ntes, naturaismasno universais,e diantede uma
gnmticauniversal,pormartificial,Dantepersegueo so-"', nu de umarestauraodaformalocutionisdo den, na-
h.1Dle universal.Mas - ao contrriodo quefariamos re-na:entistas, procurade uma lnguahebraicadevolvida
)( aoseupoderrevelativoe mgico- Dantevisaa recriaracomiooriginriacom um atode invenomoderna.O
veJillculoilustre,cujo exemplomximoseriaa sualngua
po8lca, a fo~macori\.queum poetamodernoc~ a fer,i-9.aIfs-bablica.Todo o segundolivro do De vulgarielo-"i.HiHanodeveserentendidocomoum meroe simplestrabdode estilstica,mascomoesforoparafixarquerascCJUliesquerasregrase a formalocutionisdanicaln-guaperfeitaconcebvel,o italianodapoesiadantesca(Cor-ti 1981:70). Esse vernculoilustreteria a necessidade
(oposta convencionalidade)da lngua perfeita,porqueC" tOBlaraspalavrasadequadasquiloquedevemexprimir,e
q~de outromodonoseriapossvelexprimir.Dependedestaousadaconcepodo prpriopapel
dellestauradorda lnguaperfeitao fatode queDarite,em.hlfF de criticar a multiplicidadedas lnguas,pe emrebo asuaforaquasebiolgica,bemcomoasuacapaci-d~ derenovar-seedemudarno tempo.Pois justamen-
68
~tj~"1
iIIig;'i
~'"rk[.
{ft~~.~'>
:-",.
~;
tecombasenestaproclamadacriatividadelingsticaqueelepodeformularo projetode inventarumalnguaperfei-tamodernae natural,semandar caademodelosperdi-dos.Se um homemdo quilatede Dantetivessepensadoverdadeiramentequeo hebraicoinventadoporAdoeraa ,.xnicalnguaperfeita,teriaaprendidoo hebraicoe em he-
braicoteriaescritoo seupoema.Nofezisso,porquepen-savaqueo vernculoquedeviainventarteriacorrespondi-do aosprincpiosdaformauniversaldoadapor Deus,me-lhor do que poderiafazero hebraicoadmico.Dantese
candidataaserum n?vo(emaisperfeito)Ado.
DanteeAbulafia
DesdeadataemqueescreveuoDevulgarieloquen-tia at a composiodo Paraso (e passaram-sealgunsan2s),Dante,no entanto,parecetermudadode idia.No
pequenotratadoafirmavasemqualquerambigidadequedaformalocutionisqadapor Deusnasceohebraicocomo
lngua perfeita,e j nestalinha queAdo se dirige aDeuschamando-OEl. No Paraso(XXVI, 124-38),porm,Adodiz:
A linguach'ioparlaifu tuttaspentainnanzicheaI'ovraincommensurabile
fosseIa gentedeNembrtattenta:Ch nulloeffettomaisrazionabile,per10piacerhumanquerinnovellaseguendoil cielo,semprefu durabile.Operanaturaleech'uomfavella;macOSIo cOSI,naturalasciapai fareavaisecandochev'abbella.
69
Pria ch'i' scendessiall'infernaleambascia,
J s'appellavain terrail sommobeneondevien Ia letiziachemi fascia:
E EI si chiamopoi:e cio convene,chl'usod'i mortaliecomefronda
in ramo,quesenvae altravehe(ed.crticadeG. Petrocchi).
Ado diz que as lnguas,depoisque nasceramdernmdisposionaturalparaapalavra,emseguidadiferen-cmn-se, desenvolvem-seemudampor iniciativahumana,aid pontoqueo prpriohebraico,faladoantesdaconstru-da torre,j noeramaisaquelequeelefalaranopara-saferrestre(ondeele chamavaDeus de "I" enquantode-p o chamou,"EI")o
Aqui Dantepareceoscilarentreo Gnesis10eo G-
n 11,doistextos
Se noslembrarmosdequeo termo"tradio"sere-mCabala,poderemosentender,ento,queo trechoci-tal>aludenovamentea umasabedorialingstica,isto,a lIIIla formalocutionscomo conjunto de regrasparaaOJIIIStruodelnguasdiferentes.Seaformaoriginriano.oRlngua,esimamatrizuniversaldaslnguas,dissoresul-tu:onfirmadanos a prpriamutabilidadehistricadohdraico, mastambma esperanade quea formaorigi-nia possaserencontradaenovamenteexplorada(defor-IBIS diversas,obviamente,tantopor DantecomotambmpAIAbulafia).
PodiaDanteconhecero pensamentodeAbulafia?Abulafiaveio Itliaemvriasocasies:encontra-se
e.Roma em 1260,permanecendonapennsulaat1271,q1lBlldoretomaa Barcelona,masei-Iode novoem Romae1lll1280,movidopelaidiadeconvertero Papa.Em segui-
dapassoupelaSiclia~ndeosseusvestgiosseperdemnofimda dcadade 1290.As suasidiasinfluenciaramsem
dlidao ambientejudaicoitaliano.Pouco tempodepois,ea 1290,assistimosa um debateentreHillel de Verona(qJe provavelmenteencontraraAbulafiavinteanosantes)eZerakhyade Barcelona,quechegara Itliano comeodatlcadade 1270(cf. Genot-Bismuth1975;1988,11).
Hillel, quenestapocafreqentaosambientesbo-l
amtra~postemasdantescoscomose aspirassea compor:umacontra~Commedahebraica.
Obviamenteisso documentariasomenteuma in-
Wncia deDantesobreo ambientejudaicoitalianoeno\re-versa.Mas Genot-Bismuthtambmprovainflunciastp>stas,sugerindoatuma origemjudaicada teoriadoscpatrosentidosda Escrituraquesurgena epstolaXIII deDlmte(d.Eco 1985)- umatesetalvezousada,sepensar-rmsna abundnciade fontescristsde que DantepodiadBpor-a respeitodaqueletema.Mas muitomenosousada,eJlOrmuitosaspectosconvincente,parecesera tesedequellmte possatercaptadojustamenteemBolonha,nosanosqll::seseguiram polmicaHille1-Zerakhya,ecosdaqueleMate judaico.
Poder-se-iaquasedizerqueno De vulgarieloquentiaIlmte seaproximadatesedeHillel (oudosseusinspirado-
rescristos,comoZ~khya repreendiaa Hille1),aopassoq_ no ParasoXXVI seconverte tesede Zerekhya,queema deAbulafia- nofosseo fatoquena pocaem queDmte escreveo De vulgarij teriatido a possibilidadedecllllhecerasopiniesdeambos.
Mas nosetrataaquidedocumentarinflunciasdi-rdlas.(emboraGenot-Bimuthtentedocumentaralgumascoatribuieshistoriogrficasporpartejudaicaquemostra-riamum jogode sugestese retomadasmedianteo De re-
giaineprinciPum,deEgidioRomano),quanto.existncia.deum clima em que as idiascirculavamno interiorde1DIa polmicaconstante,feita de debatesquer escritos