Curso Anlise Criminal Mdulo 1 SENASP/MJ - ltima atualizao em 24/10/2008
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Anlise Criminal
Crditos:
Profa. Betnia Totino Peixoto Professora da UFMG/CEDEPLAR
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Apresentao
Segundo alguns autores h trs tipos de mentiras sobre a estatstica: as mentiras, as mentiras srias e as estatsticas. Veja algumas delas:
Os nmeros no mentem, mas os mentirosos forjam os nmeros.
Se torturarmos os dados por bastante tempo, eles acabam por admitir qualquer coisa.
O historiador Andrew Lang disse que algumas pessoas usam a estatstica como um bbado
utiliza um poste de iluminao para servir de apoio e no para iluminar.
Quais so as razes para que esta viso persista?
Por que fazer anlise criminal?
Estas so algumas das perguntas que serviro de busca para que voc possa estudar sobre o tema.
As principais razes para a produo de impresses distorcidas da realidade a partir das
estatsticas so o uso de pequenas amostras, a realizao de distores deliberadas, perguntas tendenciosas, a elaborao de grficos enganosos e a existncia de presses polticas.
Na perspectiva de contribuir para mudanas nesse cenrio que este curso tem como propsito a construo de um alicerce que viabilize a ampliao da formao de analistas criminais no Brasil, onde novos contedos relacionados s modernas tcnicas de anlise venham a ser agregados em futuro prximo.
No curso voc estudar os conceitos bsicos de anlise estatstica que fundamentam o processo de anlise criminal.
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Ao finalizar o curso, voc ser capaz de:
- Reconhecer a importncia de se fazer anlise criminal;
- Descrever os principais conceitos e aplicaes da estatstica criminal;
- Identificar as tcnicas e instrumentos que possibilitam a coleta de informaes;
- Aplicar os conceitos bsicos relacionados a estatstica para compreender melhor as tcnicas
utilizadas na anlise estatstica criminal;
- Identificar os diferentes tipos de mapas relacionando s informaes que renem; e
- Compreender os elementos conceituais e metodolgicos necessrios para a
operacionalizao da anlise criminal.
O curso est dividido em 5 mdulos:
Mdulo 1 Por que fazer anlise criminal? Mdulo 2 Coleta de informaes Mdulo 3 Anlise Estatstica Criminal Mdulo 4 Sistemas de Informao Geogrfica Mdulo 5 Operacionalizao da anlise criminal.
Bom curso!
Mdulo 1 Por que fazer anlise criminal? Neste mdulo, voc estudar a importncia da anlise criminal frente nova perspectiva de
policiamento e a sua contribuio para a gesto das aes de segurana pblica.
Ao final, do mdulo voc dever ser capaz de:
- Definir anlise criminal e identificar as contribuies para a gesto da segurana pblica;
- Compreender os aspectos relacionados nova perspectiva de policiamento e a importncia
do foco nas aes de anlise criminal; e
- Classificar a produo de conhecimento em segurana pblica de acordo com as vertentes
utilizadas.
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O contedo deste mdulo est dividido em 5 aulas:
Aula 1 A Anlise criminal e seu campo de aplicao Aula 2 A anlise criminal frente nova perspectiva de policiamento Aula 3 Anlise criminal X Alocao de recursos Aula 4 Focalizao das aes da anlise criminal Aula 5 Vertentes bsicas
Aula 1 A anlise criminal e seu campo de aplicao
O campo de aplicao da anlise criminal pode ser descrito a partir de duas dimenses
principais:
- Orientar os gestores quanto ao planejamento, execuo e redirecionamento das aes do
sistema de segurana pblica, contribuindo para uma melhor distribuio dos recursos
materiais e humanos; e
- Dar conhecimento populao e a outros rgos governamentais e no-governamentais
quanto situao da segurana pblica, auxiliando suas participaes efetivas na gesto e
execuo das aes.
Definio A definio de anlise criminal abrange muito mais que um simples traado de grficos, tabelas
e mapas. Constitui-se no uso de uma coleo de mtodos para planejar aes e polticas de segurana pblica, obter dados, organiz-los, analis-los, interpret-los e deles tirar concluses.
A realizao da anlise criminal envolve, principalmente, o uso de mtodos estatsticos, atravs dos quais tratam as informaes para tentar conhecer as causas que determinam o
fenmeno da segurana pblica, buscando identificar, no resultado final, quais influncias
cabem a cada uma dessas causas.
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Aula 2 A anlise criminal frente nova perspectiva de policiamento
O modelo atual de alocao eficiente dos gastos pblicos fora a repensar a forma de como se faz segurana pblica. uma obrigao dos profissionais dessa rea questionar sobre os resultados esperados da sua atividade profissional e como podem agir para cumprir
com essa expectativa, ou seja, fazer mais com menos recurso.
preciso deixar de reagir diante de uma cadeia sem fim dos incidentes e passar a assumir
como resultado desejado a criao de um ambiente seguro, onde a execuo de aes preventivas surge como a principal estratgia para quebrar com essa seqncia de incidentes.
Esta a nova perspectiva que contrasta com a forma tradicional de policiamento, em que o
principal resultado era o pronto atendimento vtima fazendo com que o alcance de resultados
dependesse somente do aumento do efetivo e da compra de armas e viaturas.
Nova perspectiva
A nova perspectiva de policiamento requer que:
- A polcia examine de modo detalhado cada um dos problemas a serem abordados
identificando suas causas;
- Leve em considerao um leque bastante amplo de opes para intervir sobre essas causas;
e
- Escolha a opo a ser utilizada com base em uma relao de custo e benefcio, pautada no
alcance de resultados.
Observa-se uma mudana na lgica de gesto, pois o objetivo prioritrio deixa de ser apenas a
soluo dos crimes que j ocorreram e passa a ser a manuteno de um ambiente social onde
no ocorra nenhum crime, as pessoas possam andar nas ruas tranqilamente e a sensao de
segurana seja compartilhada por todos, independentemente de suas caractersticas culturais,
econmicas e naturais.
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O trabalho do analista criminal Atualmente, o trabalho do analista criminal est limitado tabulao dos registros sobre os crimes. Em poucas situaes, observa-se a anlise dos padres de vitimizao, tendo como foco principal a identificao do perfil de quem deve ser preso e, em situaes escassas,
essa anlise busca identificar fatores urbanos e populacionais associados aos padres de
incidncia criminal.
Essa situao fica ainda mais precria quando se questiona o uso das concluses dessas
anlises na gesto das aes e polticas de segurana pblica. Os processos de tomada de
deciso baseados na rotina e na autoridade, marcados pela indiferena quanto aos resultados
a serem alcanados em perspectiva sistmica, ainda prevalecem.
Uma das explicaes para essa situao a inexistncia de analistas criminais bem treinados
e compromissados com sua atividade.
O bom analista criminal no espera uma demanda de informao para iniciar seu trabalho. Espontaneamente, ele passa todo seu tempo de trabalho buscando identificar problemas que devem ser resolvidos, avalia as principais causas do problema para identificar as respostas com o maior potencial de efetividade e traa um projeto de execuo que sempre parte da diretriz que preciso aprender com os resultados alcanados, sejam positivos ou negativos.
Outro importante ponto a ser destacado no trabalho do analista criminal a existncia, entre
esses profissionais, de uma concepo modesta sobre a importncia do seu trabalho, visto
sempre como um trabalho de bastidor. preciso repensar essa concepo.
O analista criminal tem uma importncia fundamental na garantia do sucesso do trabalho dos
rgos de segurana pblica, pois tm influncia direta sobre o processo de tomada de
deciso, quanto forma de resolver o problema.
Mais que uma fonte de informaes, o analista criminal deve assumir o papel de conselheiro. Mais que um tcnico especialista em anlise de dados, o analista criminal deve
agir como um pesquisador que visa trazer as melhores contribuies possveis da cincia para o aperfeioamento do trabalho policial.
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No quadro funcional dos rgos de segurana pblica, o analista criminal a pessoa com
maior conhecimento sobre o processo de produo e coleta de informaes, a anlise de
dados e sobre a avaliao de resultados. Alm disso, a pessoa com maior capacidade de
encontrar fontes alternativas de dados e relatrios que podem ser utilizados para dar
sustentao e aperfeioar as anlises a serem empreendidas e as concluses a serem
alcanadas.
A importncia do trabalho do analista criminal foi demonstrada em uma pesquisa sobre a efetividade das estratgias de ao policial desenvolvida nos Estados Unidos, em 2003.
Veja na figura 1 um quadro de avaliao de resultados de diferentes estratgias de
policiamento. As estratgias selecionadas pela pesquisa foram distribudas considerando dois
eixos principais: a focalizao do objeto alvo da ao (eixo horizontal) e a ampliao do conjunto de estratgias de policiamento utilizadas (eixo vertical). A partir da figura 1, percebe-se que a perspectiva restrita apenas ao reforo da lei, foi trocada
por uma perspectiva mais abrangente que inclui uma aproximao da polcia com a comunidade e a realizao de aes sociais. Figura 1: Efetividade das estratgias de ao policial (EUA / 2003)
Fonte: Skogan e Frydl (2004).
Perspectivas
sociais e jurdicas
Diversidade de estratgias
Perspectiva jurdica
Policiamento comunitrio Respostas pautadas no policiamento a p, incremento do contato pessoal entre polcia ecomunidade, e esforos para aumentar alegitimidade da polcia diante da sociedade. Evidncias empricas de fraca ou moderadarelao com a diminuio na incidnciacriminal.
Policiamento orientado a problemas Respostas pautadas na investigao cientfica de problemas especficos e o estabelecimento de um processo de gesto orientado por resultados. Evidncias empricas de forte ou moderada relao com a diminuio na incidncia criminal.
Estratgia tradicional Respostas pautadas no aumento do efetivo, diminuio do tempo de atendimento, aumento do nmero de prises e maior visibilidade da polcia. Falta evidncia emprica que demonstre a relao com a diminuio na incidncia criminal.
Policiamento focado Respostas pautadas em patrulhamento em reas de concentrao de crimes e esforo intensivo focalizado em crimes especficos. Evidncias empricas de fraca ou moderada relao com a diminuio na incidncia criminal.
Baixo Focalizado Alto
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No contexto da estratgia tradicional, onde a focalizao inexistente (baixa) e a estratgia envolve apenas o reforo da lei (perspectiva jurdica), a pesquisa conclui que no existem
evidncias empricas de um resultado efetivo das aes em relao reduo da incidncia
criminal. Por outro lado, no policiamento orientado problemas (Clarke & Eck, 2007), marcado pela focalizao da ao e pelo uso de um conjunto diversificado de estratgias orientadas para a soluo dos problemas abordados, a pesquisa identificou fortes evidncias empricas de um resultado efetivo em relao reduo da incidncia criminal.
O policiamento orientado a problemas tem como principal estratgia de interveno a
promoo de mudanas nas condies que fazem do crime um problema repetitivo. Ele
apresenta um grande avano em relao estratgia tradicional de policiamento, pois objetiva
um resultado mais efetivo do que o alcanado pelas respostas reativas aos incidentes e pelas
patrulhas policiais preventivas.
Aula 3 Anlise criminal X Alocao de recursos
O aumento de recursos financeiros investidos o suficiente para o alcance de resultados
efetivos na rea de segurana pblica?
No mbito nacional, uma constatao cientfica de que a efetiva soluo dos problemas de
segurana pblica nunca resultar apenas do aumento dos recursos gastos pelos rgos de
segurana pblica foi exposta por Cerqueira e Lobo (2003). Baseados em informaes sobre
os fatores associados incidncia de homicdios em So Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais,
entre 1980 e 2003, eles concluram que o aumento das despesas com segurana pblica no
est relacionado estatisticamente reduo da incidncia de homicdios.
Fatores associados incidncia de homicdios Dos fatores considerados, a reduo da desigualdade social foi o nico relacionado
diretamente reduo da incidncia de homicdios. Cabe ressaltar, que os autores
consideraram os gastos em segurana pblica sem separ-los e sem analisar as possibilidades
de distribuio e aplicao desses recursos.
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Para alcanar resultados reais, no basta aumentar o volume de recursos financeiros investidos, preciso analisar as alternativas de interveno e investir os recursos conforme as relaes entre custo e benefcio encontradas para cada alternativa. Essa questo aponta para a importncia do analista criminal que fornece o subsdio para a tomada
de deciso quanto ao investimento. Por fim, a pesquisa destaca a necessidade de trabalhar com estratgias de interveno que ultrapassam o mbito das aes tradicionais de polcia, pois a melhor perspectiva de resultado foi observada quando reunidas todas as estratgias de ao de forma conjunta aes policiais, reduo na desigualdade social e aumento da renda per capita.
Antes de prosseguir, leia o texto em anexo: Recorte 1: A anlise criminal contribuindo para
mudanas na poltica nacional.
Aula 4 Focalizao das aes e o trabalho da anlise criminal
Em relao dinmica de trabalho do analista criminal, pode-se, de uma forma didtica, dividi-
la em quatro etapas:
1- Sistematizar e analisar dados de segurana pblica buscando identificar padres de incidentes;
2 - Submeter esses padres a uma profunda anlise buscando identificar suas causas;
3 - Identificar formas de intervir nas relaes causais encontradas para cessar a ocorrncia dos incidentes; e
4 - Avaliar o impacto das intervenes e caso identifique uma ausncia de impacto, comear todo o processo novamente.
No contexto do policiamento orientado a problemas, as formas de interveno devem ser
concebidas de maneira ampla, no se restringindo apenas s aes tradicionais de polcia, e,
por outro lado, o fluxo de trabalho de anlise envolve a contnua coleta e sistematizao de
novos dados que podem resultar em mudanas radicais nas aes que j vm sendo
executadas.
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A focalizao das aes
Para a anlise criminal ser mais eficiente, as quatro etapas expostas anteriormente precisam
ser aplicadas a um problema focalizado. Dois pontos merecem destaque quando se discute a
questo da focalizao das aes:
- A valorizao de uma perspectiva local de ao; e - A focalizao de tipos criminais especficos para interveno. - A valorizao de uma perspectiva local de ao Ao focar seu olhar em uma perspectiva mais local, o analista criminal ajuda fazendo com que seu rgo seja mais bem informado, eficiente e capaz de usar seus recursos para reduzir o
crime. A perspectiva local atribui ao analista criminal maior capacidade para investigar e
identificar as causas do problema abordado. Essa orientao do trabalho numa perspectiva
local prope que o analista converse com os policiais sobre como eles concebem seu trabalho,
participe diretamente de atividades desenvolvidas pelos rgos de segurana pblica, troque
informaes com profissionais das empresas de segurana privada, crie uma rede com
analistas criminais das regies vizinhas, colete informaes diretamente com agressores e
vtimas e busque contribuir para aprimorar os processos de coleta de informao.
- A focalizao de tipos criminais especficos para interveno. A focalizao nos tipos criminais permite ao analista especificar as causas particulares, os atores e as dinmicas de cada tipo de crime, permitindo uma anlise mais apurada do
fenmeno criminal. Caso essa focalizao no seja realizada e se considere como problema
uma categoria criminal ampla, por exemplo, roubo, torna-se difcil identificar as causas do
problema. Cada tipo de roubo em estabelecimento comercial, residncia, transporte coletivo,
de carga, dentre outros possui suas causas especficas, resulta de diferentes motivaes e
envolve atores distintos em termos do seu conhecimento, habilidade e organizao.
Cada tipo criminal especfico tem causas particulares e recomenda-se que as intervenes
sejam focalizadas em cada um deles separadamente.
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Aula 5 Vertentes bsicas
Magalhes (2007) destaca trs grandes vertentes bsicas do trabalho de produo de
conhecimento voltado para a gesto em segurana pblica:
- Anlise criminal estratgica ACE; - Anlise criminal ttica ACT; e
- Anlise criminal administrativa ACA. Anlise criminal estratgica Anlise criminal estratgica (ACE) Trata da atividade de produo do conhecimento voltado para o estudo dos fenmenos e suas influncias no longo prazo. Dentre seus principais
focos esto:
- Formulao de polticas pblicas;
- Produo de conhecimento para reduo da criminalidade;
- Planejamento e desenvolvimento de solues;
- Interao com outras secretarias na construo de aes de segurana pblica;
- Direcionamento de investimentos;
- Formulao do plano oramentrio;
- Controle e acompanhamento de aes e projetos; e
- Formulao de indicadores de desempenho.
Seu principal objetivo trabalhar na identificao das tendncias da criminalidade. Por exemplo, se o analista identifica que o fenmeno criminal apresenta uma tendncia
ascendente, essa informao ser utilizada para formular e determinar prioridades das aes
dos operadores do sistema de segurana pblica.
Anlise criminal ttica Anlise criminal ttica (ACT) Trata da atividade de produo do conhecimento voltada para o estudo dos fenmenos e suas influncias no mdio prazo. Essa vertente estuda o fenmeno
criminal visando fornecer subsdios para os operadores de segurana pblica que atuam
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diretamente nas ruas. Nesse sentido, o conhecimento utilizado pelas polcias ostensivas e
investigativas. Dentre seus principais focos esto a:
- Produo de conhecimento para orientar as atividades de policiamento ostensivo nas
atividades preventivas e repressivas (Exemplo: Identificao de pontos quentes,
correlacionando dia e horrios crticos); e
- Produo de conhecimento para subsidiar a polcia investigativa nas
solues das ocorrncias criminais, principalmente na busca da autoria e materialidade dos
delitos.
Seu principal objetivo trabalhar na identificao de padres das atividades criminais. Anlise criminal administrativa Anlise criminal administrativa (ACA) Trata da atividade de produo do conhecimento voltada para o pblico alvo, ou seja, sua atividade assemelha a de um editor chefe que
seleciona os assuntos que sero divulgados para cada cliente. Dentre seus principais focos
esto:
- Fornecimento de informaes sumarizadas para seus diversos pblicos cidados, gestores
pblicos, instituies pblicas, organismos internacionais, organizaes no-governamentais,
etc.;
- Elaborao de estatsticas descritiva;
- Elaborao de informaes gerais sobre tendncias criminais;
- Comparaes com perodos similares passados; e
- Comparaes com outras cidades similares.
Seu principal objetivo trabalhar as estatsticas criminais de forma descritiva.
Neste mdulo so apresentados exerccios de fixao para auxiliar a compreenso do contedo. O objetivo destes exerccios complementar as informaes apresentadas nas pginas anteriores.
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1. Qual a definio da anlise criminal?
( ) constituda pelo uso de uma coleo de mtodos para planejar aes e polticas de
segurana pblica, obter dados, organiz-los, analis-los, interpret-los e deles extrair
concluses.
( ) constituda pelo uso de uma coleo de mtodos para traar grficos, tabelas e mapas.
( ) constituda pelo uso de uma coleo de mtodos para executar aes e polticas de
segurana pblica.
Resposta correta:
constituda pelo uso de uma coleo de mtodos para planejar aes e polticas de
segurana pblica, obter dados, organiz-los, analis-los, interpret-los e deles extrair
concluses.
2. A anlise criminal se enquadra na perspectiva da segurana pblica: ( ) Reativa
( ) Preventiva
3. A produo do conhecimento de gesto em segurana pblica pode ser classificada segundo trs vertentes Anlise criminal estratgica (ACE), Anlise criminal ttica (ACT) e Anlise criminal administrativa (ACA). De acordo com essa classificao, marque as alternativas corretas (podem ser marcadas mais de uma alternativa): ( ) A ACE trata da atividade de produo do conhecimento voltada para o estudo dos
fenmenos e suas influncias no mdio prazo.
( ) A ACT trata da atividade de produo do conhecimento voltada para o estudo dos
fenmenos e suas influncias no longo prazo.
( ) A ACA trata da atividade de produo do conhecimento voltada para o pblico alvo.
( ) A ACT tem como principal objetivo trabalhar na identificao de padres das atividades
criminais.
( ) A ACA tem como principal objetivo trabalhar na identificao de padres das atividades
criminais.
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Gabarito
1. constituda pelo uso de uma coleo de mtodos para planejar aes e polticas de segurana pblica, obter dados, organiz-los, analis-los, interpret-los e deles extrair
concluses.
2. Preventiva
3. A ACA trata da atividade de produo do conhecimento voltada para o pblico alvo, e A ACT tem como principal objetivo trabalhar na identificao de padres das atividades
criminais.
Este o final do mdulo 1 Por que fazer anlise criminal? Anexo Recorte 1: A anlise criminal contribuindo para mudanas na poltica nacional
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Grfico 1: Projeo das taxas de homicdios (2004 a 2006)1 j ( )
13,714,6 14,6
16,9
18,7 18,619,4
20,220,9
24,6 24,2 23,7
22,423,2
24,0
25,7
27,0 27,4
29,0 28,8 29,129,6
30,5 30,2
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Taxa
s po
r 100
mil
hab.
2004 - 2005 - 2006
Estratgia 1 mesma renda per capita, desigualdade e gasto em segurana pblicaEstratgia 2 diminuio da desigualdade socialEstratgia 3 aumento da renda per capitaEstratgia 4 aumento das despesas com segurana pblicaEstratgia 5 estratgias 2,3 e 4 conjuntas
Fonte: IPEA
PROJEO
Pautado por essas constataes empricas, nos contextos nacional e internacional, que
expressam a necessidade de repensar a segurana pblica, deixando de lado abordagens centradas
apenas na ao tradicional de polcia e passando a adotar amplas aes de policiamento com aes
sociais, o Governo Federal est empreendendo esforos para promover essa mudana. Exemplos
pioneiros dessa mudana foram as aes realizadas, em 2006 e 2007, para garantir a segurana
durante os Jogos Pan-Americanos. Alm da execuo de aes tpicas de polcia, foram executadas
aes de formao dos guias cvicos e brigadas socorristas, realizadas as Olimpadas Cariocas e a
execuo de aes envolvendo a promoo de espaos urbanos seguros, formao de policiais em
Policiamento Comunitrio, criao dos Centros Integrados de Cidadania e a promoo de aes visando
ateno e proteo de crianas e famlias em situao social precria.
Dando continuidade a esse processo, o Governo Federal lanou, em 2007, o Programa Nacional
de Segurana com Cidadania PRONASCI. Fundamentado em uma perspectiva de policiamento
orientado para problemas, o programa envolve a execuo de 94 aes que podem ser unidas a aes
tpicas de polcia e a aes sociais. Um dos fundamentos do sucesso da ao do PRONASCI a
valorizao da gesto local e, conseqentemente, a existncia de equipes de gesto bem formadas nas
reas de atuao do programa.
1 Explicao do grfico: Na parte amarela do grfico esto os dados reais da taxa de homicdios por cem mil habitantes de 1980 a 2003. A parte relativa a 2004, 2005 e 2006 so projees da taxa de homicdios por cem mil habitantes, dado algumas possveis estratgias de poltica pblicas, ou seja, o que aconteceria com a taxa de homicdio. Na estratgia 1, o gestor no faz nada, ele deixa a renda per capita, a desigualdade social e o gasto em segurana pblica nos nveis de 2003, a taxa de homicdio continuou crescendo, como se pode ver na linha cinza. Na estratgia 2, a desigualdade social diminuda e a taxa de homicdio cai. Na estratgia 3, o gestor aumenta a renda per capita e deixa a desigualdade social e o gasto em segurana pblica constantes, mas o homicdio continua crescendo. Na estratgia 4, o gestor aumenta apenas o gasto em segurana pblica e a taxa de homicdio continua aumentando, porm, a uma taxa menor que as estratgias 1 e 3. Na estratgia 5, a renda per capita e os gastos em segurana pblica aumentam e a desigualdade de renda diminui, o resultado a maior queda na taxa de homicdio.
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Para cada rea preciso identificar os problemas a serem abordados, suas causas e possveis
solues. Cada contexto trar respostas diferentes s intervenes empreendidas e, por essa razo, que
geraro distintas modificaes e aperfeioamentos das aes executadas. O sucesso do PRONASCI, no
que diz respeito ao alcance de reais impactos sobre a situao da segurana, tem como um de seus
pontos fundamentais a valorizao dos analistas criminais como principais conselheiros no planejamento
e na gesto das aes.
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Anlise Criminal
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Mdulo 2 Coleta de informaes
Neste mdulo, voc estudar alguns dos mtodos de abordagem dos fenmenos sociais que
podem ser utilizados para a elaborao de diagnsticos da situao da segurana pblica e
monitoramento de resultados das aes e polticas. Cabe destacar que um mtodo no
exclui o outro. Muitas vezes preciso combin-los, pois cada um possui vantagens e
limitaes; a combinao possibilita que se complementem.
Ao final do mdulo, voc dever ser capaz de: - Descrever os mtodos de abordagem;
- Enumerar os aspectos que devem ser observados na construo de um questionrio; e
- Identificar as fontes de dados e informaes de segurana pblica.
O contedo deste mdulo est dividido em 3 aulas:
Aula 1 Mtodos de abordagem
Aula 2 Construo de um questionrio
Aula 3 Fontes de dados e informaes de segurana pblica
Aula 1 Mtodos de abordagem
A compreenso dos fenmenos sociais pode ser feita a partir de trs abordagens. Para cada
uma das abordagens h algumas tcnicas de anlise especficas, veja:
Mtodos de abordagem Tcnicas de anlise
Observar o comportamento que ocorre
naturalmente no mbito real.
Anlise de contedo, o estudo de caso e
anlise de dados secundrios.
Criar situaes artificiais e observar o
comportamento antes das tarefas definidas
para as situaes.
Avaliao de impacto (laboratrios).
Perguntar s pessoas sobre o que fazem
(fizeram) e pensam (pensaram).
Survey e estudo de caso.
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Veja na pgina seguinte, as caractersticas, vantagens e limitaes de cada uma das tcnicas.
Anlise de contedo
Alguns tpicos de pesquisa so suscetveis ao exame sistemtico de documentos, como
romances, poemas, publicaes governamentais, msicas, boletins de ocorrncias, etc. As
informaes trazidas pelos documentos so sistematizadas buscando a existncia de
semelhanas.
As principais desvantagens do mtodo so:
- O tipo de documento selecionado para o exame pode no ser a medida mais apropriada da
questo ou fenmeno a ser estudado; e
- A anlise dos documentos sempre envolve um espao de arbitrariedade.
Estudo de caso
O estudo de caso envolve a descrio e explicao abrangente dos muitos componentes de
uma determinada situao social.
Num estudo de caso, voc busca coletar e examinar o mximo de informaes possveis sobre o tema. Se o estudo sobre a comunidade, voc aborda a sua histria, seus aspectos religiosos, polticos, econmicos, geogrficos, composio racial, etc. Em
resumo, voc procura a descrio mais abrangente e tenta determinar as inter-relaes
lgicas dos seus vrios componentes.
Enquanto a maioria das pesquisas busca diretamente o conhecimento generalizado, o estudo de caso busca o conhecimento abrangente de um s caso. Dessa forma, o conhecimento produzido no necessariamente generalizvel.
Se o estudo de caso realizado pelo pesquisador que participante no evento ou grupo
social estudado este denominado de Estudo de Caso com Observao Participante.
Na prtica, como observador participante, o pesquisador pode ou no se revelar como tal.
Essa deciso tem importantes implicaes metodolgicas e ticas. O pesquisador admitir
que est realizando um estudo, pode afetar diretamente o fenmeno que pretende estudar.
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Por outro lado, a no identificao do pesquisador pode ter implicaes ticas relativas ao
engano. Como estudo de caso, a observao participante busca colher informaes muito detalhadas.
A grande desvantagem desse mtodo que o pesquisador dificilmente consegue manter
procedimentos sistemticos de pesquisa.
Anlise de dados secundrios
A realizao de pesquisas cientficas no envolve, necessariamente, a coleta e anlise de
dados originais (pesquisa de campo). Alguns tpicos de pesquisa podem ser estudados
analisando dados j coletados e compilados.
A anlise dos dados secundrios tem a grande vantagem da economia. O pesquisador no
precisa arcar com os custos de amostragens, entrevistas, codificaes, recrutamento de
sujeitos experimentais, etc. A principal desvantagem do mtodo que o pesquisador fica
limitado a dados j coletados e compilados por outros, que podem no representar
adequadamente a questo que lhe interessa.
Estes vrios mtodos de abordagem dos fenmenos sociais tm aplicaes distintas quanto
ao tipo de pesquisa que se pretende realizar e tipo de informaes a ser coletada. Eles
tambm podem ser utilizados de forma complementar quando necessrio. Veja alguns
exemplos:
Exemplo 1 Pesquisas com grandes grupos Quando se precisa de informaes representativas da situao de grandes grupos sociais
com menor gasto de recursos e de forma mais rpida, utiliza-se surveys e tambm
informaes secundrias, sistematizadas continuamente por rgos de estatstica oficial.
Essas informaes se agregam no conjunto denominado de informaes quantitativas e se caracterizam por buscar mensurar a questo estudada em nmeros ou categorias. A
grande limitao dos dados quantitativos na realizao de pesquisas que eles reduzem a
realidade a algumas categorias, deixando de lado muita informao que seria til para uma
melhor compreenso do fenmeno estudado.
Exemplo 2 Pesquisas com informaes mais detalhadas
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Quando se verifica a necessidade de trabalhar com informaes mais detalhadas, partimos
para um outro conjunto de informaes denominado por informaes qualitativas. As pesquisas envolvendo a coleta dessas informaes anlise de contedo e estudo de caso
so normalmente mais difceis e mais caras de serem realizadas. Ao mesmo tempo em
que se conhece a realidade de modo mais detalhado, perde-se capacidade de generalizao
dos conhecimentos produzidos.
Exemplo 3 Pesquisas na rea de segurana pblica Como exemplo de pesquisas na rea de segurana pblica, possvel citar: as pesquisas
que analisam informaes trazidas de bases de ocorrncias registradas pelas polcias so
do tipo anlises de dados secundrios; as pesquisas de vitimizao so do tipo survey;
pesquisas que buscam avaliar de forma mais detalhada a criminalidade, envolvendo
entrevistas com moradores, so do tipo estudo de caso. Caso a pesquisa mais detalhada
seja realizada por algum que passe a conviver com a comunidade, ela passa a ser do tipo
estudo.
Avaliao de impacto A avaliao de impacto procura determinar os resultados das aes e polticas. Para mensurar esses resultados no basta olhar o objeto de anlise e ver o que aconteceu com
ele depois da aplicao da poltica.
Como os fenmenos sociais apresentam vrios determinantes pode ser que o resultado observado no seja conseqncia da ao e sim, de outro fator que incidiu na populao na mesma poca. Isso significa que a melhora na situao da segurana pblica em uma regio pode ser resultado, no da ao da polcia, mas da melhora na situao socioeconmica da populao.
Para garantir que as mudanas observadas so resultantes da poltica empreendida,
preciso comparar o grupo em que ela foi implementada (chamado de tratado) com um grupo similar que no a experimentou (chamado de controle). Tratado = Grupo em que foi implementada a poltica. Controle = Grupo similar em que no foi implementada a poltica.
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Avaliao de impacto
Quando se est trabalhando com experimento aleatrio, tambm chamado de experimento puro, bastante simples medir o impacto.
Os experimentos aleatrios so aqueles em que os tratados e controles so escolhidos de forma aleatria na populao. Esse tipo de estudo muito usado na medicina para testes de remdios. Das pessoas escritas para o teste, so selecionados dois grupos de forma aleatria, por
sorteio. Para um grupo distribudo o placebo (grupo controle) e para o outro grupo dado o
remdio (grupo tratado). Depois do tratamento, compara-se a condio de sade dos dois
grupos.
Se o grupo tratado apresenta melhor condio de sade de que o grupo controle, o remdio
tem resultado positivo. Caso contrrio, o remdio no tem resultado.
Avaliao de impacto
Na prtica, quase impossvel implementar experimentos aleatrios no caso de polticas
pblicas. Existe um problema tico e moral. Sendo o objetivo fazer uma poltica de
preveno criminalidade em reas de alta periculosidade da cidade, como escolher uma
rea que no vai receber essa poltica?
Isto justo com a populao desse local?
Normalmente, as aes e polticas tm desenhos no aleatrios e as avaliaes devem
buscar desenhos no experimentais, denominados por avaliaes de estudos observacionais ou quase-experimentais.
A implicao do desenho no experimental para a avaliao do impacto que o controle
no pode ser comparado diretamente com o tratado, pois os atributos de ambos no so,
necessariamente, equivalentes. Para fazer essa comparao necessrio que se apliquem
tcnicas estatsticas que tornam o controle equivalente ao tratado*.
Existem vrias tcnicas, as mais usadas so pareamento com escore de propenso e
diferenas em diferenas. Neste curso no sero tratadas essas tcnicas, pois exigem um
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conhecimento avanado em estatstica. Para mais detalhes, veja Ravallion (2001; 2005) e
Heckman et al. (1998).
Survey
Um survey realizado quando se pretende construir enunciados sobre uma populao, isto , descobrir a distribuio de certos traos e atributos, avaliar o impacto de alguma poltica ou ao, etc. Para viabiliz-la em termos tcnicos e econmicos, a pesquisa realizada em uma amostra
cientificamente selecionada da populao, de forma a ser representativa da mesma. Essa
seleo cientfica da amostra permite a extrapolao dos resultados encontrados para a
populao, ou seja, se a amostra composta por 50% de homens, pode-se extrapolar o
resultado dizendo que nossa populao composta de 50% de homens.
A coleta de informaes envolve sempre a aplicao de um questionrio, que deve priorizar a construo de questes com respostas fechadas, retirando ao mximo a possibilidade de respostas abertas em formato de texto. Assim, esses instrumentos de coleta de informao favorecem o uso de tcnicas quantitativas para anlise dos dados.
Aula 2 Construo de um questionrio
Um questionrio pode ser definido como um conjunto de perguntas sobre um determinado tpico que no testa a habilidade do respondente, mas mede sua opinio, seus interesses, aspectos de personalidade e informao biogrfica. (Yaremko et al., 1986).
O objetivo de uma pesquisa determina a forma do questionrio e a maneira da sua
aplicao por meio dos conceitos e da populao alvo.
Definio e a relao com a pesquisa
possvel verificar a seguinte interdependncia entre a elaborao de um instrumento e a
estratgia de sua aplicao:
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- O grau de complexidade dos conceitos determina o nmero de perguntas e sua forma de
apresentao;
- Existe relao recproca entre caractersticas da populao alvo e complexidade dos
conceitos a serem investigados, pois ambos determinam a maneira de transformao dos
conceitos em perguntas e sua administrao;
- O tamanho da amostra determina o formato do questionrio em relao ao tipo de
entrevistas e ao tamanho do seu contedo; e
- O tamanho da amostra determinado pelos recursos disponveis (tempo, dinheiro e
recursos humanos).
Elaborao de um questionrio Na elaborao de um questionrio, o analista criminal deve estar atento tambm aos
seguintes fatores:
- Contexto social da sua aplicao; - Perguntas; - Estrutura lgica na organizao dessas perguntas; e - Diferentes formas de coleta de informao.
No que diz respeito administrao do questionrio, sendo ele observado como um
instrumento de coleta de informaes importante apontar que esse processo envolve
sempre uma interao entre pesquisador e respondente. A interao pode ocorrer no mbito de uma entrevista presencial, onde os dois atores so
colocados frente a frente numa relao de entrevistador e entrevistado, ou no mbito da
resposta a um questionrio encaminhado, por exemplo, via e-mail ou correio, onde ocorre
uma interao entre os dois atores, pela apresentao do questionrio, a maneira como as
questes foram escritas, o agradecimento pela disponibilidade de responder ao questionrio,
dentre outros fatores. Ou seja, mesmo no preenchimento de um questionrio est ocorrendo
uma entrevista, mas a relao entre entrevistado e entrevistador est sendo mediada pelo
questionrio.
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Contexto social da aplicao do questionrio
A disposio do respondente em revelar algo sobre si mesmo, permitindo o pesquisador
obter as informaes desejadas, varia conforme a situao. O pesquisador no tem poder sobre o respondente e precisa convenc-lo de que vale a pena participar da pesquisa. Alguns aspectos do contexto social e cultural na interao entre entrevistado e entrevistador
devem ser observados, como por exemplo:
- Criar e manter um ambiente de cortesia durante a entrevista;
- Levar a interao o mais srio possvel, favorecendo a obteno de respostas autnticas;
- Criar boa impresso sobre a imagem do pesquisador e da organizao a qual ele
representa;
- Ressaltar a relevncia do assunto da pesquisa para o entrevistado;
- Promover uma aproximao do entrevistado e do entrevistador em termos culturais; e
- Realizar a pesquisa em um ambiente fsico adequado para o alcance dos melhores
resultados na realizao da pesquisa.
Estrutura lgica do questionrio
Segundo Dillman (1978), trs coisas devem ser feitas para maximizar as respostas a um
questionrio: minimizar o custo para o respondente, maximizar as recompensas para o
respondente e estabelecer uma confiana de que a recompensa ser concedida. Lembre
das seguintes recomendaes para o estabelecimento da estrutura lgica do questionrio:
- A primeira tarefa estabelecer contato com o respondente em potencial e assegurar sua cooperao. Para estabelecer confiana o entrevistador deve se apresentar e indicar com e para quem trabalha. A seguir, precisa capturar o interesse do respondente pelo tema
e para isso, sugere-se ressaltar o quanto opinies e experincias do respondente so
importantes. So os primeiros momentos da entrevista que importam para a disposio do
respondente em cooperar. Nesse momento, o questionrio e sua importncia devem ser
apresentados da forma mais completa
- Como o respondente pode desistir da pesquisa a qualquer momento, persiste a necessidade de continuar a manter seu interesse durante a realizao da entrevista. Alguns pontos merecem especial ateno para evitar a desistncia no meio do processo da
entrevista: a tarefa deve parecer ser breve, preciso reduzir ao mximo o esforo mental e
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fsico requerido, eliminar as possibilidades de embarao, qualquer implicao de
subordinao e custo financeiro.
- O mnimo de cortesia na despedida consiste em um agradecimento pela valiosa colaborao do respondente, seja de maneira verbalizada no fim da entrevista, seja de maneira escrita no fim do questionrio. Muitas pessoas participam de pesquisa por se sentirem importantes em ter sua opinio valorizada ou por poder falar e ser ouvido.
Comunicar resultados e/ou facilitar o acesso a eles outra forma importante de recompensar
os respondentes.
A estrutura do questionrio Uma estrutura bem pensada contribui para reduzir o esforo fsico e mental do respondente. Alm disso, assegura que todos os temas de interesse do pesquisador sejam tratados numa ordem objetiva, mantendo o interesse do respondente em continuar.
preciso saber com preciso por que se est incluindo cada pergunta no questionrio. - O primeiro princpio de estruturao sempre direcionar do geral para o especfico e do menos delicado e impessoal para o mais delicado e pessoal. - Um segundo princpio de estruturao que a disposio das perguntas deve obedecer a uma lgica de aproximao. Ao se pesquisar a situao de insegurana, primeiro se pergunta sobre a cidade, depois sobre o bairro e ento sobre a rua e casa onde o respondente reside.
- O terceiro princpio garantir que as perguntas referentes a uma mesma temtica permaneam sempre juntas e recebam uma introduo que ajude o respondente a concentrar-se nela.
As perguntas As perguntas iniciais servem para estabelecer um relacionamento de confiana entre respondente e pesquisador. Nunca se deve comear o questionrio por perguntas burocrticas (nome, sexo, idade, renda familiar, etc.), pois essas questes s tero
respostas autnticas quando o respondente desenvolver certo grau de confiana no
entrevistador.
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As perguntas burocrticas devem ser inseridas sempre no final do questionrio. Cabe destacar tambm que perguntar o nome no incio da entrevista contradiz qualquer
afirmao sobre o carter confidencial da entrevista. As perguntas
Uma boa pergunta aquela que gera respostas fidedignas e vlidas e, por essa razo, devem apresentar algumas caractersticas bsicas: - A pergunta precisa ser compreendida e comunicada consistentemente;
- As expectativas quanto s respostas precisam ser explicitadas para os respondentes;
- Os respondentes devem ter todas as informaes necessrias para a resposta; e
- Os respondentes precisam estar dispostos a responder.
Aspectos a serem observados Os principais aspectos a serem observados devem ser a linguagem e a tipologia:
Linguagem Quanto linguagem usada na formulao das perguntas preciso atentar para a sua compreenso pela populao alvo da pesquisa. Abreviaes, grias ou termos regionais, termos especiais ou sofisticados que estejam acima da compreenso da populao alvo devem ser evitados.
H dois problemas nos questionrios relacionados linguagem.
- A ambigidade, ou seja, o questionrio permite mais de uma interpretao da pergunta.
- As perguntas podem direcionar as respostas, ento preciso atentar para a escolha das
palavras.
Uma vez elaborada as questes pergunte-se:
O respondente est entendendo o que o entrevistador est perguntando?
O enunciado da pergunta est induzindo a resposta?
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Tipologia Quanto ao tipo de perguntas, possvel elaborar perguntas abertas e fechadas.
- As perguntas abertas so indicadas quando no se conhece a abrangncia e variabilidade das possveis respostas. Esse tipo de perguntas estabelece no incio da entrevista um clima receptivo entre pesquisador e respondente e, no final, captura as
opinies no cobertas pelas perguntas fechadas.
As perguntas abertas tambm servem para reforar ao respondente o real interesse nas suas opinies.
- As perguntas fechadas so aquelas em que so oferecidas opes para o respondente escolher como resposta. Devem ser utilizadas quando se conhece os tpicos que sero informados pelos respondentes.
Alm disso, esse tipo de pergunta deve ser usado quando existem muitos respondentes e pouco tempo para a pesquisa.
Problemas que devem ser evitados
A forma com que as perguntas so formuladas e ordenadas no questionrio podem gerar
alguns problemas. Ao formular as perguntas preciso verificar se elas no constituem
ameaa ao respondente.
Caso existam razes para supor que o respondente sensvel ao tema, preciso verificar maneiras de encontrar a informao sem provocar constrangimento.
Outro problema diz respeito ao entrevistado fornecer respostas falsas s perguntas. Um dos motivos que o respondente pode ter algo a esconder ou no saber como
responder. Por fim, se o respondente no lembrar de uma resposta, o entrevistador no
deve deix-lo constrangido. preciso frisar que as perguntas no constituem em um teste e
que natural no ter respostas para todas as perguntas.
Escalas de respostas
Para tornar mais fcil a classificao das respostas s perguntas necessrio que se pense
nas escalas de respostas. As escalas podem ser classificadas em escala nominal, ordinal ou intervalar.
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- Escala nominal Utiliza smbolos ou nmeros somente para identificar as pessoas, objetos ou categorias. Por exemplo, o gnero, estado civil ou atributos como cor de cabelo,
uso de bengala e existncia de tatuagem.
Mesmo para as medies em escala nominal preciso se preocupar em estabelecer um
bom relacionamento com o respondente.
Ex.: A frase Qual o estado civil de V. S.a ? soa melhor do que solicitar simplesmente
Estado civil.
Dependendo da populao alvo e do objetivo da pesquisa, um maior ou menor nmero de
alternativas apropriado.
Exemplo: A raa pode ter como categoria apenas a)brancos e b) no brancos ou a) brancos, b) negros, c) pardos, d) indgenas, e) asiticos e f) outros.
Qual o estado civil de V.Sa? 1. Casado (a)
2. Solteiro (a)
3. Desquitado (a)
4. Vivo (a)
5. Outros
Voc registrou o crime na polcia? 1. Sim
2. No
O importante que as opes sejam mutuamente exclusivas e cubram todas as alternativas.
- Escala ordinal Alm de identificarem as pessoas, objetos ou categorias, ocorre uma ordenao desses elementos. Por exemplo, a hierarquizao da percepo de nveis de
violncia entre diferentes locais de uma cidade, status social ou ordem de chegada em uma
competio.
Uma tcnica de mensurao muito utilizada nas cincias sociais para levantar atitudes,
opinies e avaliaes a construo de escalas likert. Nela, o respondente avalia um
fenmeno numa escala de geralmente cinco alternativas. :
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_de_Likert
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O contedo das alternativas varia de acordo com o tema abordado na pergunta. Um ponto interessante na utilizao de escalas a deciso quanto ao uso de nmero par ou mpar de alternativas, pois o uso de um nmero mpar de alternativas indica que se criou um ponto neutro no meio da escala, ou seja, foi aberto espao para o entrevistado expor uma posio neutra sobre o tema abordado.
Independentemente do nmero de alternativas, importante que as opes estejam
balanceadas, isto , as direes opostas de respostas devem possuir o mesmo nmero de
opes.
Exemplo:
Em termos gerais, o quo satisfeito voc
est com as suas condies de trabalho?
1. Bastante satisfeito
2. Muito satisfeito
3. Pouco satisfeito
4. Nada satisfeito
O quo seguro, voc se sente ao andar
sozinho pelas ruas na regio onde reside ao
anoitecer?
1. Muito seguro
2. Razoavelmente seguro
3. Nada seguro
Escala Interval
Na escala intervalar, as caractersticas so ordenadas conforme uma dimenso subjacente e os intervalos entre as alternativas tm tamanho conhecido e podem ser comparados.
Por exemplo, o tamanho da populao, o nmero de crimes registrados, o nmero de
inquritos concludos, etc.
Exemplo:
Quantas bicicletas existem na sua casa?__________
Voc foi vtima de quantos roubos no ano
passado?________
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Aula 3 Fontes de dados
O uso cientfico das informaes de segurana pblica e justia criminal para a gesto de
polticas, envolve, no apenas informaes especficas dessa rea, mas tambm
informaes socioeconmicas e urbanas necessrias para se contextualizar a sua situao.
Essa contextualizao permite, por exemplo, identificar as causas sociais dos fenmenos de
segurana pblica e tambm aperfeioar a viso sobre o resultado alcanado. Possibilita
tambm verificar se as mudanas que ocorrem na segurana pblica tm tambm outras
condies alm da atuao dos rgos dessa rea.
Do ponto de vista da pesquisa social, h um consenso de que apenas as informaes
administrativas de agncias de segurana pblica e justia criminal no so suficientes para
a compreenso dos fenmenos relacionados incidncia criminal ou violncia.
Para uma viso efetivamente compreensiva dos fenmenos relacionados a tal problemtica,
como enfatiza Kahn (2002), necessrio atentar para as condies gerais de vida da
populao.
Fontes de dados
Em seu artigo sobre a importncia dos indicadores como instrumento auxiliar a preveno
municipal da criminalidade, Kahn (2002) observa que o nvel socioeconmico um fator
explicativo para o predomnio de eventos criminais especficos em determinadas localidades,
muito embora a explicao da sua distribuio seja bastante complexa.
Citando uma pesquisa realizada em diversos bairros da cidade de So Paulo, Kahn (2002)
percebe que a distribuio espacial dos homicdios encontra uma forte associao com o
reduzido nvel socioeconmico local. Observou, tambm, que acontecem mais crimes contra
o patrimnio em bairros cujos moradores apresentam uma renda mdia bastante elevada.
Dessa forma, desejvel, tanto quanto possvel, que aos bancos de dados sobre criminalidade geralmente compostos por dados administrativos policiais, como registros de ocorrncias , estejam agregados com as informaes socioeconmicas das populaes locais e da infra-estrutura urbana.
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Os dados freqentemente trabalhados em sistemas de segurana pblica e justia criminal
referem-se ao uso de dados policiais, do Ministrio Pblico, da Justia e do sistema prisional
para fins de administrao dos procedimentos de rotina. Em geral, essas informaes no
so utilizadas na rea de gesto, pois somente os dados das polcias esto organizados em
banco de dados, os demais, na maioria das vezes, no esto informatizados ou constituem
arquivos de formulrios.
Esses dados, geralmente, no contm as informaes necessrias para a avaliao de
polticas pblicas de segurana ou programas particulares, porque faltam informaes como
as sociodemogrficas dos infratores ou demandantes dos servios de justia criminal, dentre
outras. Em funo disso, preciso pensar criativamente na utilizao de outras possveis
fontes para complementar ou checar as informaes fornecidas pelas bases de dados
oficiais.
Caractersticas e limitaes dos registros das polcias militares e das polcias civis
- Os registros da Polcia Militar incluem crimes e ocorrncias diversas, mas no abrangem o conjunto total de crimes e, portanto, no podem ser usados como base exclusiva de um sistema de informao criminal. O grande problema dessa base de dados est relacionado subnotificao dos crimes, ou seja, muitos indivduos no reportam polcia os crimes sofridos.
- A Polcia Civil praticamente s registra crimes, mas deixa de registrar uma ampla gama de incidentes que perturbam a segurana pblica e no chegam a constituir crime. Um dos grandes problemas dessa base de dados tambm a subnotificao dos crimes.
Por causa das caractersticas dos dados gerados pelas polcias e suas limitaes, muitas
vezes so necessrias fontes alternativas de informaes. Veja nas prximas pginas quais so estas fontes.
Fontes alternativas de informao Na maior parte dos crimes, a nica fonte alternativa possvel so as pesquisas de vitimizao, que permitem no apenas estimar a incidncia real do fenmeno, mas tambm o tamanho e o perfil da subnotificao. Infelizmente, no Brasil, s foi realizada uma pesquisa
de vitimizao, de mbito nacional, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE)
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no suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclio (PNAD) de 1988 e, desde
aquele momento, s existem algumas pesquisas eventuais por instituies privadas em
alguns estados, insuficientes para estabelecer qualquer srie temporal.
No caso de roubos e furtos de carros, os dados das seguradoras so importantes para comprovar tendncias. Entretanto, como nem todos os carros esto segurados, as
informaes das seguradoras devem conter menos registros que as das polcias.
No caso dos homicdios, os dados do Datasus/Ministrio da Sade so geralmente de uma confiabilidade superior aos da polcia, pela prpria natureza de sua produo e por estarem
submetidos a uma crtica mais detalhada. Mas, eles tambm apresentam problemas, como a
existncia de uma categoria de mortes violentas de intencionalidade desconhecida, que
incluiria homicdios, suicdios e mortes acidentais. Para chegar a uma estimativa mais
precisa, necessrio submeter essa categoria a uma estimativa que reclassifica uma parte
dela como homicdio. Alm disso, a dificuldade maior para utilizar esses dados como
indicadores de segurana pblica a demora na sua divulgao, justamente devido ao
tempo dedicado crtica dos dados. De qualquer forma, muito importante que, mesmo
com certo atraso, tais registros sejam comparados com os da polcia, para testar a validade
dos ltimos.
Existem inmeras instituies pblicas e privadas que compilam informaes que podem ser
relevantes para a anlise de crimes, criminosos ou vtimas especficas. Dentre outras, esto
as agncias de regulao dos produtos controlados, como armas, lcool ou drogas,
agncias reguladoras que fiscalizam instituies bancrias ou de segurana, autoridades
fiscais e alfandegrias, departamentos de segurana de instituies privadas, etc.
A pgina do Ministrio da Justia vem se institucionalizando nos ltimos anos como referncia nacional em relao s informaes de segurana pblica. Destacam-se como
exemplos de relatrios disponveis nessa pgina:
(http://www.mj.gov.br/data/Pages/MJCF2BAE97ITEMIDC5C3828943404A54BF47608963F4
3DA7PTBRIE.htm
- Ocorrncias registradas pelas polcias civis (2001/2005);
- Perfil das vtimas e agressores nas ocorrncias registradas pelas polcias civis (2004/2005);
- Perfil das organizaes de segurana pblica (2003/2005/2006);
- Efetivo das organizaes estaduais de segurana pblica (2001/2005/2006); e
- Custos da violncia e criminalidade no Brasil (1999).
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Outras fontes de informao
Uma das fontes de informaes sobre segurana pblica so os portais das Secretarias Estaduais de Segurana Pblica, da Polcia Civil e da Polcia Militar. Quando as informaes estatsticas no esto disponibilizadas no portal preciso fazer um contato
telefnico ou por e-mail com os gestores dessas instituies solicitando-as.
Outras fontes importantes de informaes de segurana pblica so os grupos de pesquisa
e portais acadmicos relacionados a essa questo. Veja no anexo 1 Endereos de pginas como contatar com essas organizaes de mbito nacional.
Antes de prosseguir, leia o anexo 2 Pesquisas de vitimizao.
Fontes de dados de informaes socioeconmicas e urbanas
Uma das fontes de dados mais importantes para complementar as bases de segurana
pblica e justia criminal o censo demogrfico realizado pelo IBGE a cada dez de anos. Dentre outras informaes, o censo fornece o dado populacional, sem o qual seria
impossvel calcular as taxas de crimes por 100 mil habitantes, fazer comparaes entre
diferentes unidades administrativas e acompanhar tendncias temporais. Do mesmo modo,
informaes como a composio etria e racial da populao, as taxas de urbanizao, de
desemprego, de migrao, os indicadores de desigualdade na distribuio de renda, as
taxas de evaso escolar ou a composio das famlias, e outros fatores, so cruciais para a
interpretao precisa do significado das estatsticas criminais.
No anexo 3, Portais na internet voc pode obter informaes importantes para contextualizao da situao de segurana pblica.
Neste mdulo so apresentados exerccios de fixao para auxiliar a compreenso do contedo. O objetivo destes exerccios complementar as informaes apresentadas nas pginas anteriores.
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1. O mtodo de pesquisa de avaliao de impacto inclui: ( ) Sistematizao das informaes trazidas pelos documentos, buscando a existncia de
semelhanas.
( ) Determinao dos resultados das aes e polticas de segurana pblica.
( ) Descrio e explicao abrangente dos muitos componentes de uma determinada
situao social.
2. Qual a principal vantagem da coleta de informao por dados secundrios? ( ) O pesquisador no fica limitado a dados j coletados e compilados.
( ) O pesquisador tem que selecionar a amostra de forma cientfica.
( ) O pesquisador no precisa arcar com os custos de amostragens, entrevistas e
codificaes.
3. Em relao s perguntas contidas no questionrio, assinale a afirmativa FALSA:
( ) As perguntas devem apresentar cinco caractersticas bsicas: a pergunta precisa ser
compreendida e comunicada consistentemente; as expectativas quanto s respostas
precisam ser explicitadas para o respondente; os respondentes devem ter todas as
informaes necessrias para a resposta e os respondentes precisam estar dispostos a
responder.
( X ) Quanto linguagem usada na formulao das perguntas, preciso atentar para a sua
compreenso pela populao alvo da pesquisa. Abreviaes, grias ou termos regionais,
termos especiais ou sofisticados devem ser utilizados para facilitar a compreenso do
entrevistado.
( ) As perguntas abertas so indicadas quando no se conhece a abrangncia e
variabilidade das possveis respostas. Esse tipo de pergunta estabelece no incio da
entrevista, um clima receptivo entre pesquisador e respondente, e no final captura as
opinies no cobertas pelas perguntas fechadas.
( ) Perguntas em escala nominal utilizam smbolos ou nmeros somente para identificar as
pessoas, objetos ou categorias.
( ) Nas perguntas em escala intervalar, as caractersticas so ordenadas conforme uma
dimenso subjacente e os intervalos entre as alternativas tm tamanho conhecido e podem
ser comparados.
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Gabarito
1. Determinao dos resultados das aes e polticas de segurana pblica.
2. O pesquisador no precisa arcar com os custos de amostragens, entrevistas e codificaes.
3. Quanto linguagem usada na formulao das perguntas, preciso atentar para a sua compreenso pela populao alvo da pesquisa. Abreviaes, grias ou termos regionais,
termos especiais ou sofisticados devem ser utilizados para facilitar a compreenso do
entrevistado.
Este o final do mdulo 2 Coleta de informaes Anexos Anexo 1 - Endereos de pginas
ACRE SSP: www.ac.gov.br/sejusp
Polcia Militar: www.pm.ac.gov.br
Polcia Civil: www.ac.gov.br/policiacivil
Corpo de Bombeiros Militar: www.bombeiros.ac.gov.br
ALAGOAS SSP: www.ssp.al.gov.br
Polcia Militar: www.pm.al.gov.br
Polcia Civil: www.pc.al.gov.br/
Corpo de Bombeiros Militar: www.cbm.al.gov.br
AMAZONAS SSP: www.ssp.am.gov.br
Polcia Militar: www.pm.am.gov.br
Polcia Civil: www.policiacivil.am.gov.br
Corpo de Bombeiros Militar: www.cbm.am.gov.br
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AMAP SSP: www.sejusp.ac.gov.br
Corpo de Bombeiros Militar: www.cbmap.hpg.ig.br
BAHIA SSP: www.ssp.ba.gov.br
Polcia Militar: www.pm.ba.gov.br
Polcia Civil: www.ssp.ba.gov.br/policiacivil.asp
CEAR SSP: www.seguranca.ce.gov.br
Polcia Militar: www.pm.ce.gov.br
Polcia Civil: www.policiacivil.ce.gov.br
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DISTRITO FEDERAL SSP: www.ssp.df.gov.br
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Polcia Civil: www.pcdf.df.gov.br
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ESPRITO SANTO SSP: www.sesp.es.gov.br
Polcia Militar: www.pm.es.gov.br
Polcia Civil: www.pc.es.gov.br
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GOIS SSP: www.sspj.go.gov.br
Polcia Militar: www.pm.go.gov.br
Polcia Civil: www.policiacivil.goias.gov.br
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MARANHO SSP: www.sesec.ma.gov.br
Polcia Militar: www.pm.ma.gov.br
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Corpo de Bombeiros Militar: www.cbm.ma.gov.br
MATO GROSSO DO SUL SSP: www.sejusp.ms.gov.br
Polcia Militar: www.pm.ms.gov.br
Polcia Civil: www.pc.ms.gov.br/
Corpo de Bombeiros Militar: www.bombeiros.ms.gov.br/
MINAS GERAIS SSP: www.sesp.mg.gov.br/
Polcia Militar: www.pmmg.mg.gov.br
Polcia Civil: www.sesp.mg.gov.br/
Corpo de Bombeiros Militar: www.bombeiros.mg.gov.br
PAR SSP: www.segup.pa.gov.br/
Polcia Militar: www.pm.pa.gov.br
Polcia Civil: www.policiacivil.pa.gov.br/
Corpo de Bombeiros Militar: www.bombeiros.pa.gov.br
PARAN SSP: www.pr.gov.br/sesp/
Polcia Militar: www.pmpr.pr.gov.br
Polcia Civil: www.policiacivil.pr.gov.br
Corpo de Bombeiros Militar: www.bombeiros.pr.gov.br
PARABA SSP: www.ssp.pb.gov.br
Polcia Militar: www.pm.pb.gov.br
Polcia Civil: www.ssp.pb.gov.br
PERNAMBUCO SSP: www.sds.pe.gov.br/
Polcia Militar: www.pm.pe.gov.br
Polcia Civil: www.policiacivil.pe.gov.br
Corpo de Bombeiros Militar: ww2.sds.pe.gov.br/cbmpe/
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PIAU SSP: www.ssp.pi.gov.br/
Polcia Militar: www.pm.pi.gov.br
Polcia Civil: www.policiacivil.pi.gov.br
RIO DE JANEIRO SSP: www.seguranca.rj.gov.br/
Polcia Militar: www.policiamilitar.rj.gov.br
Polcia Civil: www.policiacivil.rj.gov.br
Corpo de Bombeiros Militar: www.cbmerj.rj.gov.br/
RIO GRANDE DO NORTE SSP: www.defesasocial.rn.gov.br/
Polcia Militar: www.pm.rn.gov.br/
Polcia Civil: www.defesasocial.rn.gov.br/policiacivil.asp
Corpo de Bombeiros Militar: www.cbm.rn.gov.br
RIO GRANDE DO SUL SSP: www.sjs.rs.gov.br
Polcia Militar: www.brigadamilitar.rs.gov.br
Polcia Civil: www.pc.rs.gov.br
Corpo de Bombeiros Militar: www.brigadamilitar.rs.gov.br/bombeiros
RONDNIA SSP: www.rondonia.ro.gov.br/orgaos.asp?id=23
Polcia Militar: www.pm.ro.gov.br
Polcia Civil: www.policiacivil.ro.gov.br
Corpo de Bombeiros Militar: www.cbm.ro.gov.br
SANTA CATARINA SSP: www.ssp.sc.gov.br/
Polcia Militar: www.pm.sc.gov.br
Polcia Civil: www.policiacivil.sc.gov.br
Corpo de Bombeiros Militar: www.cb.sc.gov.br
SO PAULO SSP: www.ssp.sp.gov.br
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Polcia Militar: www.polmil.sp.gov.br
Polcia Civil: www.policia-civ.sp.gov.br/
Corpo de Bombeiros Militar: www.polmil.sp.gov.br/ccb
SERGIPE SSP: www.ssp.se.gov.br
Polcia Militar: www.pm.se.gov.br
Corpo de Bombeiros Militar: www.cbm.se.gov.br
TOCATINS SSP: www.to.gov.br/ssp/
Polcia Militar: www.pm.to.gov.br
Polcia Civil: www.to.gov.br/ssp/conteudo.php?id=40
Corpo de Bombeiros Militar: www.bombeiros.to.gov.br
RORAIMA SSP: www.rr.gov.br/governo.php?area=secretarias
Polcia Militar: www.pm.rr.gov.br
Corpo de Bombeiros Militar: www.bombeiros.rr.gov.br
Quadro: Grupos de pesquisa e portais acadmicos em segurana pblica
INSTITUIO ENDEREO
CIS Consrcio de Informaes Sociais www.nadd.prp.usp.br
CRISP Centro de Estudos de Criminalidade e Segurana Pblica www.crisp.ufmg.br
ILANUD Instituto Latino Americano da ONU para a Preveno do Delito e o
Tratamento do Delinqente www.ilanud.org.br
Instituto Brasileiro de Cincias Criminais www.ibccrim.com.br
CESeC Centro de Estudos de Segurana e Cidadania www.cesec.ucam.br
NECVU Ncleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violncia Urbana (UFRJ) www.necvu.ifcs.ufrj.br
NEV Ncleo de Estudos de Violncia da USP www.nev.prp.usp.br
NUPEVI Ncleo de Estudos das Violncias www.ims.uerj.br/nupevi
SEADE Fundao Sistema Estadual de Anlise de Dados www.seade.gov.br
ISER: Instituto Superior de Estudos Religiosos www.iser.org.br
CLAVES Centro Latino Americano de Estudos de Violncia e Sade Jorge Careli www.claves.fiocruz.br
Ncleo de Estudo em Segurana Pblica da Fundao Joo Pinheiro www.fjp.gov.br/produtos/c
ees/nesp
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Ncleo de Pesquisa em Justia Criminal e Segurana Pblica do Instituto de
Segurana Pblica do Rio de Janeiro
www.institutodeseguranca
.rj.gov.br
Fonte: Elaborao do prprio conteudista.
Anexo 2 - Pesquisas de vitimizao
Pesquisas de vitimizao
Marcelo Durante1
A realizao regular e em mbito nacional de pesquisas de vitimizao constitui uma
fonte indispensvel de informaes para o planejamento, monitoramento e avaliao de
polticas de segurana pblica implementadas em mbito local e regional, especialmente
aquelas direcionadas para a preveno da violncia e criminalidade. Seu impacto sobre as
polticas pblicas est relacionado, por exemplo, oportunidade da coleta continuada de
informaes sobre os eventos criminais no relatados s polcias e s percepes da
populao acerca da sua exposio ao risco e da sua interao com os rgos de segurana
pblica. Essas informaes complementam as estatsticas oficiais construdas a partir dos
relatos dos cidados s polcias. Os aspectos metodolgicos ligados realizao desse tipo de
pesquisa fazem com que ela seja complexa e, por isso, relativamente mais cara do que outras
pesquisas na rea de segurana pblica, voltadas para a produo de bases de dados
criminais.
As pesquisas de vitimizao surgiram nos Estados Unidos na dcada de 60, como uma
tentativa de estimar a quantidade de crimes sofridos pela populao e no comunicados aos
rgos governamentais. Hoje em dia, em diversos pases do mundo, governos ou institutos
independentes realizam, com intervalos regulares de tempo, pesquisas de vitimizao com
amostras da populao. Aparentemente, seria mais simples e econmico consultar as
estatsticas oficiais para conhecer a quantidade de crimes a que est sujeita a sociedade. No
entanto, os dados oficiais nem sempre refletem a real dimenso da violncia e da
criminalidade, e suas caractersticas. Isso porque as estatsticas oficiais tanto nos pases com
sistemas de segurana pblica mais avanados, quanto nos menos avanados, refletem
apenas os fatos criminosos e violentos que os cidados decidem relatar s autoridades
policiais. A disposio das vtimas de notificar os crimes sofridos polcia depende de uma
srie de fatores relacionados, por exemplo, com o estigma social associado a determinados
1 Coordenador geral de anlise da informao do Ministrio da Justia. Tem experincia na rea de Sociologia, com nfase em Segurana Pblica.
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tipos de crime, caractersticas do incidente e, at mesmo, a percepo da vtima sobre a
eficincia do sistema policial.
A primeira pesquisa de vitimizao norte-americana, de 1966, descobriu que o volume
de vitimizaes era quase o triplo da quantidade de eventos criminais relatados polcia
(Paixo, p. 47). O British Crime Survey calculou no comeo dos anos 90 que ocorrem na
Inglaterra quatro vezes mais crimes do que so registrados pela polcia. Ainda que o volume do
subregistro varie de crime para crime e de pas para pas, esse um fenmeno generalizado.
Entre os 20 pases pesquisados pelo UNICRI (Instituto Europeu de Criminologia da ONU), no
perodo de 1988 e 1992, foi identificada uma taxa de subnotificao da ordem de 51% para um
conjunto de 10 crimes diferentes. No caso brasileiro, recente pesquisa desenvolvida pelo
PIAPS (Plano de Integrao e Acompanhamento de Programas Sociais/MJ), em 2001, mostrou
que apenas 10% das vtimas de furto ou agresso sexual e 25% das vtimas de agresso fsica
ou roubo registraram os delitos na polcia.
preciso deixar claro que as pesquisas de vitimizao no substituem os
levantamentos oficiais. Elas constituem um instrumento complementar de coleta de dados que
tem como objetivo dar conta de uma realidade que no est presente nas estatsticas oficiais.
Seu objetivo principal mensurar os crimes no registrados polcia e as motivaes que
produzem o subregistro. Essas pesquisas podem, ainda, fornecer um conjunto detalhado de
informaes essenciais para a criao de polticas de segurana pblica:
a) O perfil das vtimas dos delitos;
b) O perfil dos agressores;
c) O relacionamento entre vtimas e agressores;
d) As circunstncias nas quais os incidentes ocorreram;
e) A experincia das vtimas com os agentes do sistema de segurana pblica e justia
criminal;
f) As medidas tomadas pelos indivduos objetivando a preveno de delitos;
g) Os custos diretos e indiretos do crime para suas vtimas, em particular, e para a sociedade
de um modo geral;
h) Os nveis de eficcia das organizaes policiais no controle da criminalidade;
i) O grau de exposio de diferentes grupos sociais criminalidade;
j) As percepes coletivas sobre o crime; e
k) A percepo do pblico a respeito da atuao do Estado na rea de segurana pblica.
Tabela 1 Subregistro das estatsticas oficiais de criminalidade no Brasil (2001)
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Fonte: PIAPS/MJ
.
No Brasil, a primeira pesquisa de vitimizao de que se tem notcia foi o suplemento
includo na Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (PNAD) do IBGE, de 1988. A maior
parte das pesquisas de vitimizao que foi realizada no Brasil ocorreu na dcada de noventa e,
em razo do seu custo, limitaram-se a algumas capitais, em particular na regio sudeste do
pas. Como exemplos de pesquisas de vitimizao realizadas nos anos 90, existem os estudos
do Banco Mundial realizados entre os anos de 1988 e 1999, nas cidades do Rio de Janeiro e
So Paulo; a pesquisa de vitimizao de Belo Horizonte 2002 realizada pelo Crisp/UFMG
(Centro de Estudos de Criminalidade e Segurana Pblica); a pesquisa de vitimizao
realizada na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1996, pelo ISER Instituto de Estudos da
Religio em parceria com a Fundao Getlio Vargas e, mais recentemente, a pesquisa de
vitimizao 2002 e avaliao do PIAPS, realizada simultaneamente em quatro grandes cidades
brasileiras So Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Vitria pelo Gabinete de Segurana
Institucional da Presidncia da Repblica, em parceria com o Ilanud e a FIA-USP.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Percentual de notificao
Roubo e furto de veculo
Roubo
Agresso fsica
Furto
Agresso sexual
Notificao por tipo de delito
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Anexo 3 - Portais na internet Informaes sobre segurana pblica Instituto de Pesquisas Econmicas Aplicadas (www.ipeadata.gov.br)
Esse portal rene dados macroeconmicos e regionais provenientes de vrias fontes. Para a
maioria deles est disponvel a srie histrica, ou seja, o dado para vrios perodos de
tempo. Alm disso, o IPEA disponibiliza vrios indicadores, que so estatsticas com
metodologia de clculo desenvolvida pelo instituto em seus estudos e pesquisas.
Os dados so divididos por temas: agropecuria, balano de pagamentos, cmbio, comrcio
exterior, consumo e vendas, contas nacionais, demografia, economia internacional,
educao, eleio, emprego, estoque de capital, finanas pblicas, financeiras, geogrfico,
habitao, IDH, indicadores sociais, mercado de trabalho, moeda e crdito, populao,
preos, produo, projees, salrio e renda, sade, segurana pblica, sinopse
macroeconmica e transporte.
Figura 3: Portal do Ipeadata.
Fonte: www.ipeadata.gov.br
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Ministrio da Sade Banco de dados do Sistema nico de Sade (DATASUS) (www.datasus.gov.br)
O portal do Datasus traz informaes sobre mortalidade e sobrevivncia, chamadas de
estatsticas vitais. Informaes epidemiolgicas e morbidade e informaes sobre situao sanitria. Tambm concentra informaes sobre assistncia a sade da populao, os cadastros das redes hospitalares e ambulatoriais, o cadastro dos
estabelecimentos de sade, os recursos financeiros e informaes demogrficas e socioeconmicas. Esses dados esto disponveis para o Brasil, estados e municpios, regies metropolitanas, microregies e aglomerados urbanos. A base de dados do
Datasus/MS muito aplicada na rea de segurana pblica em trabalhos que utilizam os
homicdios registrados pelos atestados de bitos. O datasus/MS fornece os dados das
vtimas, segundo sexo, idade, raa, etc.
Figura 4: Portal do Datasus.
Fonte: www.datasus.gov.br
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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) (http://www.ibge.gov.br) Conjunto extenso de informaes socioeconmicas e urbanas disponveis para o Brasil,
estados e municpios. So disponibilizadas sries de dados divididas em indicadores,
populao, economia e geocincias.
Os indicadores so fornecidos para as reas de agropecuria, contas nacionais trimestrais,
trabalho e rendimento, indstria, pesquisa mensal de comrcio e preos.
Os dados de populao so divididos nas seguintes categorias:
Indicadores sociais; Censos demogrficos; Contagens da populao; Estatsticas do registro civil; Pesquisa de oramentos familiares (POFs); Pesquisa nacional de amostra por domiclio (PNAD); ] Tbuas completas de mortalidade; Projeo da populao; Estimativas de populao; Atlas de saneamento; Economia informal urbana; Assistncia mdico-sanitria; Saneamento bsico; Sindicatos; e Pesquisa de esporte.
Em relao economia, o IBGE disponibiliza informaes sobre a indstria, servios,
agropecuria, micro e pequenas empresas, cadastros e classificaes econmicas,
comrcio, contas nacionais, contas regionais, despesas pblicas por funes, economia do
turismo, produto interno bruto dos municpios, estatsticas do cadastro central de empresas,
finanas pblicas do Brasil, fundaes privadas e associaes sem fins lucrativos.
Os dados de geocincias so: rea territorial oficial, cartografia, geodsia, geografia e
recursos naturais.
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Figura 5: Portal do IBGE.
Fonte: www.ibge.gov.br
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Anlise Criminal
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Mdulo 3 Anlise estatstica criminal
Neste mdulo, voc estudar os conceitos bsicos relacionados ao estudo da estatstica para
compreender melhor as tcnicas utilizadas na anlise estatstica criminal.
Ao final do mdulo, voc dever ser capaz de:
- Definir os principais conceitos relacionados estatstica;
- Correlacionar as sries estatsticas aos fatores bsicos que a estruturam;
- Descrever as formas pelas quais as informaes podem ser apresentadas estatisticamente;
- Identificar as tcnicas utilizadas na estatstica descritiva; e
- Definir anlise de regresso.
O contedo deste mdulo est dividido em cinco aulas: Aula 1 Conceitos bsicos Aula 2 Sries estatsticas Aula 3 Apresentao dos dados Aula 4 Estatstica descritiva Aula 5 Anlise de regresso Aula 1 - Conceitos bsicos
O termo estatstica surgiu da expresso em latim statisticum collegium que significa
palestra sobre os assuntos do Estado. No sculo XVII, o termo Statistik foi utilizado designando
a anlise da dados sobre o Estado. Entretanto, somente no incio do sculo XIX o termo
adquiriu o significado de coleta e classificao de dados, que persiste at hoje. A anlise
estatstica criminal consiste na aplicao da anlise estatstica aos dados de criminalidade e
segurana pblica.
Clique nos termos abaixo para compreender melhor alguns conceitos bsicos utilizados em estatstica. - Populao: um conjunto de indivduos ou objetos que apresentam pelo menos uma
caracterstica em comum.
- Censo: uma coleo de dados relativos a todos os elementos de uma populao.
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- Amostra: uma coleo de dados relativos a uma parte da populao que a representa. usada, na maioria das vezes, por causa da impossibilidade e dos custos de coletar informaes
de todos os elementos da populao.
- Variveis: So objetos que servem para guardar informaes e permitem dar nomes a cada uma das partes da informao que se quer guardar. Por exemplo, tratando-se de vitimizao
dos indivduos, h como variveis distintas: quantos crimes o indivduo sofreu, sua
escolaridade, seu gnero, sua idade, etc.
- Fluxo de execuo da anlise estatstica: O trabalho de anlise estatstica resulta da execuo de quatro etapas dispostas conforme o diagrama abaixo: coleta, crtica,
apresentao e anlise dos dados.
A execuo do fluxo da anlise estatstica envolve sempre a possibilidade de se ter que
retornar primeira etapa da pesquisa referente coleta de dados. Tanto uma crtica dos dados
pode mostrar que a etapa de coleta no foi bem planejada ou executada, quanto s etapas de
apresentao e anlise dos dados podem evidenciar que os dados coletados so insuficientes
para garantir uma boa compreenso do fenmeno estudado. Figura 6: Fluxo da execuo da anlise estatstica
Coleta de Dados Aps a definio do problema a ser estudado e o estabelecimento do projeto de pesquisa (objetivo, a forma pela qual os dados sero coletados, cronograma das
Coleta de dados
Crtica de dados
Apresentao de dados
Elaborao de mapas
Elaborao de grficos
Elaborao de tabelas
Anlise
Elaborao do prprio conteudista.
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atividades, custos envolvidos, exame das informaes disponveis e delineamento da amostra),
o passo seguinte a coleta de dados, que consiste na busca ou compilao das informaes
em variveis, componentes do fenmeno a ser estudado.
Crtica dos dados A reviso crtica dos dados procede com a finalidade de identificar e suprimir os valores estranhos ao levantamento, os quais so capazes de provocar futuros
enganos. Esses valores podem ocorrer, principalmente, por problemas de preenchimento ou
digitao dos questionrios.
Apresentao dos dados Convm que sejam organizados em conjunto de dados de forma prtica e racional, para facilitar sua apresentao no formato de tabelas, grficos ou mapas. A
execuo dessa etapa ocorre de forma interligada prxima etapa referente anlise dos
dados, pois com o desenvolvimento da anlise possvel descobrir outras tabelas, grficos ou
mapas que sejam necessrios para uma melhor compreenso do fenmeno estudado.
Anlise Anlise das informaes produzidas a partir da leitura das tabelas, grficos e mapas, sistematizando as concluses em um relatrio.
Elaborao de tabelas / Elaborao de grficos / Elaborao de mapas - Estatstica descritiva: So tcnicas analticas utilizadas para resumir e apresentar os dados de uma pesquisa, visando descrev-la.
Estatstica Descritiva: so tcnicas analticas utilizadas para resumir e apresentar os dados
de uma pesquisa, visando descrev-la.
A execuo desse fluxo da anlise estatstica envolve sempre a possibilidade de se ter que
retornar primeira etapa da pesquisa referente coleta de dados. Tanto uma crtica dos dados
pode mostrar que a etapa de coleta no foi bem planejada ou e