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V
-
DOUTRINAS BBLICASUma introduo TeologiaV
-
DOUTRINAS BBLICASuma introduo Teologia
Autoria de
Raimundo Ferreira de Oliveira
Adaptado para curso pela equipe redatorial da EETAD
Escola de Educao Teolgica das Assembleias de DeusCaixa Postal
1031 Cam pinas-SP 13012-970
III
-
Livro autodidtico do Curso de Teologia da EETAD Nvel Bsico
Consultor TeolgicoPastor Antonio Gilberto, M. Teol.
Equipe EditorialDiagramao; Matheus dos Santos
Reviso de Textos: M artha Jalkauskas Reviso Geral: Miriam
Estevan
Superviso de ProduoMrcio M atta
Coordenao GeralPr. Josu de Campos
IlustraesAs ilustraes das pginas 111, 112, 114, 115, 117, 1 2 0
e 146 foram publicadas com a devida
permisso da Cook International Ministries - Colorado Springs, C
O (EUA).As ilustraes das pginas 170, 175, 176, 177, 178, 188 e 189
foram publicadas com a devida
permisso da Rev. Clarence Larkin - Glenside, PA (EUA).Todos os
Direitos Reservados.
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (Cmara
Brasileira do Livro, SP - Brasil)
Oliveira, Raimundo Ferreira deDoutrinas bblicas: uma introduo
teologia / autoria de Raimundo Ferreira
de Oliveira; adaptado para curso pela equipe redatorial da
EETAD. 2- ed. - Cam- pinas, SP: Escola de Educao Teolgica das
Assembleias de Deus, 2008.
Bibliografia.
ISBN 85-87860-37-2 (brochura)
1. Bblia - Crtica e interpretao 2. Bblia - Doutrinas 3. Bblia -
Estudo e ensino 4. Bblia - Leitura I. Ttulo.
06-6435 CD D 220.07
ndices para catlogo sistemtico1. Bblia: Estudo 220.07
S y FiliaoV A ETA L - Associao Evanglica de Educao Teolgica na
Am rica Latina
editores j cristos A SE C - Associao de Editores Cristos
Copyright 2006 2- Edio 2008 Reimpresso 2010 Todos os direitos
reservados. Proibida a reproduo total ou parcial.
Impresso no Brasil Printed in Brazil Impreso en Brasil
IV
-
COMO ESTUDAR ESTE LIVRO
s vezes, estudamos muito e aprendemos ou retemos pouco ou nada.
Isto, em parte, acontece pelo fato de estudarmos sem ordem nem
mtodo. Embora sucintas, as orientaes a seguir lhe sero muito
teis.
1. Busque ajuda divina
Ore a Deus dando-Lhe graas e suplicando direo e iluminao do
alto. Deus pode vitalizar e capacitar nossas faculdades mentais
quanto ao estudo da Sua santa Palavra, bem como assuntos afins e
legtimos. Nunca execute qualquer tarefa de estu- do e trabalhos
desta matria, sem primeiro orar.
2. Tenha mo materiais auxiliares
Alm da matria a ser estudada neste livro-texto, tenha mo as
seguintes fontes de consulta e referncia:
a) Bblia. Tenha mais de uma verso para leitura e meditao para
que fundamente sua f na Palavra de Deus; A EETAD utiliza a verso
ARA (Almeida Revista e Atualizada), publicada pela Sociedade Bblica
do Brasil. Na eventualidade de alguns versculos citados serem de
outra verso, esta citada entre parnteses.
b) Dicionrios Bblico e Teolgico. Para a devida compreenso de
termosinerentes;
c) Dicionrio da Lngua Portuguesa. Para a compreenso do
significado de algumas palavras utilizadas esporadicamente;
d) Atlas Bblico. Para situar os fatos bblicos no espao
geogrfico.
e) Concordncia Bblica. Para a rpida localizao de referncias
bblicas;
f) Livros de apoio. Faa uso de bons livros de referncia,
publicados pelas principais editoras evanglicas. Veja, na
Bibliografia Indicada, no final deste livro, os ttulos mais
indicados para lhe auxiliarem no estudo desta matria.
g) Livro ou caderno de apontamentos individuais. Habitue-se a
sempre tomar notas durante suas aulas, estudos e meditaes, a partir
da Bblia, de tudo que venha a ser til no avano do seu conhecimento
teolgico e no desempenho do seu ministrio.
V
-
3. Seja organizado ao estudar
a) Ao primeiro contato com a matria, procure obter uma viso
global da mesma, isto , como um todo. Nessa fase do estudo, no
sublinhe nada. No faa apontamentos. No procure referncias na Bblia.
Procure, sim, descobrir o propsito da matria em estudo, isto , o
que ela visa comunicar-lhe.
b) Passe ento ao estudo minucioso de cada Lio, observando a
seqncia dos Textos que a compem. Agora, sim, medida que for
estudando, sublinhe palavras, frases e trechos-chaves. Faa anotaes
no caderno a isso destinado. Se essas anotaes forem desorganizadas,
nenhum benefcio voc ter.
c) Ao final de cada Texto, feche o livro e procure recompor de
memria suas divises principais. Caso tenha alguma dificuldade,
volte ao Texto. O aprendizado um processo metdico e gradual. No
algo automtico como apertar um boto da mquina para funcionar.
Pergunte aos que sabem, como foi que aprenderam.
d) Ao trmino de cada Lio, responda os exerccios do Questionrio
da Lio sem consultar os Textos correspondentes. Em seguida volte
aos Textos, comparando suas respostas. Tanto as perguntas que
ficaram em branco como aquelas com respostas erradas, s devero ser
completadas ou corrigidas aps sanadas as dvidas pelo estudo
paciente e completo dos Textos correspondentes.
e) Reexamine a Lio estudada, bem como seus exerccios.
f) Passe para a Lio seguinte.
g) Ao final do livro, reexamine toda a matria estudada;
detenha-se nos pontos que lhe foram mais difceis, ou que falaram
mais profundo ao seu corao.
Observando sempre todas estas orientaes, voc chegar a um
resultado satisfatrio em seu estudo, tanto no aprendizado quanto no
crescimento espiritual.
VI
-
INTRODUO
Escrito em linguagem de fcil compreenso, o presente livro
apresenta um resumo das doutrinas cardeais da f crist, visando a
oferecer ao aluno e ao obreiro que militam pela causa do Senhor uma
viso da grandeza e da importncia dos elementos essenciais dessa f,
que so as doutrinas bblicas.
O que se destaca mais na Bblia o seu contedo doutrinrio. Suas
doutrinas so enfticas na condenao dos falsos ensinos, como, nas
passagens que advertem contra: a ... tradio dos homens... (Cl 2.8);
contra a ... doutrina dos fariseus... (Mt 16.12); contra os ...
ensinos de demnios... (lT m 4.1); contra os que ensinam "...
doutrinas que so preceitos de homens. (Mc 7.7); contra os que so
levados ao redor por todo vento de doutrina... (Ef 4.14).
Entretanto, se por um lado a Bblia condena o falso, por outro
admoesta com veemncia aquisio do conhecimento sobre a prtica da s
doutrina.7oda a Escritura ... til para o ensino ... (2Tm 3.16).
Portanto, segundo as Escrituras, a doutrina boa (lT m 4 .6 ); s (lT
m 1.10); segundo a piedade (lT m 6 .3 ); de Deus (Tt 2.10); e de
Cristo (2Jo v. 9).
mister que, na qualidade de guardies da verdade, ensinemos ao
rebanho do Senhor todo o conselho de Deus (At 20.27 - ARC), em
especial pela poca em que nos encontramos, marcada pela crescente
proliferao de doutrinas herticas, que confundem at mesmo um grande
nmero de pessoas salvas.
Evitamos aqui realar exageradamente alguns aspectos da doutrina
crist e, de igual modo, subestimar outros. Toda Escritura boa e til
para o ensino e para a educao dos santos. O conhecimento que a
Igreja adquire da vontade de Deus para a sua vida como um todo, ou
para os seus membros em particular, depende do ensino constante,
abundante e equilibrado da doutrina crist como a temos na
Bblia.
No tocante Trindade Santa, este livro apresenta: a Doutrina de
Deus, definindo Sua natureza e seus principais atributos naturais e
morais; a Doutrina de Cristo, Sua humanidade, humilhao, obra e
glorificao, com nfase em Sua pessoa face o contexto geral da
doutrina crist; a Doutrina do Esprito Santo, nos dias do Antigo e
do Novo Testamento, como tambm nos dias de hoje, com especial
enfoque ao batismo no Esprito Santo, aos dons e ao fruto do
Esprito.
VII
-
O presente estudo inclui uma abordagem Doutrina dos Anjos, o
papel que desempenham na obra do Senhor e a relevncia que exercero
na consumao dos sculos; Doutrina do Homem, enfatizando-se os
elementos de sua natureza e as consequncias resultantes de sua
queda no den; Doutrina do Pecado, diferenciando- -se o pecado
original do pecado praticado e suas decorrncias sobre a vida do
homem.
Quanto Doutrina da Salvao, so destacados os principais elementos
nela operantes, lanando luz sobre a controversa questo da
predestinao e da possibilidade de o crente perder a salvao por no
perseverar na f em Cristo at o fim; a Doutrina da Igreja e o papel
que exerce no plano da salvao; e, finalmente, a Doutrina das ltimas
Coisas, como elemento catalisador de esperana e bnos para a Igreja
de Cristo, em sua condio de peregrina na terra.
Que o Esprito Santo nos acompanhe ao longo das pginas deste
estudo, revelando-nos as verdades bblicas que nos tornam aptos para
o desempenho da responsabilidade de sermos sal da terra e luz do
mundo.
VIII
-
NDICE
LI O TEXTO PG.
1. TEO LO G IA - A D O U T R IN A DE D EU S 01
A Existncia de D eu
s....................................................................................
1 03A Revelao de D
eus....................................................................................
2 05A Natureza de Deus e seus
Atributos...................................................... 3
08A Natureza de Deus e seus Atributos (C on
t.)....................................... 4 12A Santidade de D eu
s..................................................................................
5 17A Trindade D
ivina.........................................................................................
6 19As Obras de D eu
s..........................................................................................
7 24
2. C R ISTO LO G IA - A D O U T R IN A DE C R IST O 27
Cristo no Antigo
Testamento......................................................................
1 29A Divindade de C risto
..................................................................................
2 32A Humanidade de C risto
.............................................................................
3 34A Morte de C
risto..........................................................................................
4 37A Ressurreio de
Cristo..............................................................................
5 39O Sacerdcio de C risto
................................................................................
6 41
3. PNEUMATOLOGIA - A D O U TR IN A D O E SPR IT O SA N TO 45
A Natureza do Esprito S a n to
.....................................................................
1 47O Esprito Santo no Antigo
Testamento................................................ 2 49O
Esprito Santo no Novo
Testamento.................................................... 3
51O Esprito Santo no C ren te
........................................................................
4 55O Batismo no Esprito San to
.......................................................................
5 57Os Dons do Esprito San to
..........................................................................
6 58
4. AN GELOLOGIA - A D O U T R IN A D O S A N JO S 63
A Natureza dos A n
jos...................................................................................
1 65Os Anjos Como Agentes de D
eus............................................................. 2
67Origem, Rebeldia e Queda de
Lcifer...................................................... 3
69Satans, o Agente da
Tentao..................................................................
4 71Satans na Consumao dos
Sculos....................................................... 5
74
5. A N TRO PO LO G IA - A D O U T R IN A D O H OM EM 79
A Origem e a Criao do H om em
............................................................ 1 81A
Natureza do H om em
................................................................................
2 83O Homem - Imagem e Semelhana de D
eus........................................ 3 86O Destino do Hom em
...................................................................................
4 88Provao e Queda do H om em
...................................................................
5 91
IX
-
6. H A M A RTIO LO G IA - A D O U T R IN A D O PECA D O 95
A Origem do
Pecado..................................................................................
1 97A Natureza do Primeiro Pecado do H om em
....................................... 2 99A Descrio Bblica do
Pecado...............................................................
3 101O Pecado Original e o Pecado
Praticado............................................. 4 103O
Pecado e o C ren te
..................................................................................
5 105
7. SO TER IO LO G IA - A D O U T R IN A D A SALVAO 109
A Providncia
Salvadora..........................................................................
1 111Quatro Aspectos da Proviso de Cristo Quanto Salvao 2 113O Lado
Divino da Converso do
Pecador............................................ 3 116A
Participao do Homem na
Converso............................................ 4 120A
Justificao...............................................................................................
5 124
8. SO TERIO LO G IA - A D O U T R IN A D A SALVAO (CONT.)
131
A
Regenerao.............................................................................................
1 133A A doo.................................. 2 136A Santificao
..............................................................................
3 138Advertncias e
Promessas.........................................................................
4 144A
Glorificao..............................................................................................
5 149
9. ECLESIO LO GIA - A D O U T R IN A D A IG R E JA 153
A Origem da
Igreja......................................................................................
1 155O Que a Igreja
.........................................................................................
2 157O Fundamento da
Igreja...........................................................................
3 159Formao e Administrao da Igreja
.................................................... 4 161A Misso
da
Igreja......................................................................................
5 163
10. ESC A TO LO G IA BBLICA - A D. B B . DAS LT. C O ISA S
167
O Arrebatamento da
Igreja......................................................................
1 169Aps o Arrebatamento da
Igreja.............................................................
2 172A Grande
Tribulao.................................................................................
3 175A Volta de Jesu
s...........................................................................................
4 180O M
ilnio.......................................................................................................
5 182Eventos
Finais..............................................................................................
6 187
Gabarito - Questionrio das L i
es...............................................................
193Bibliografia
Indicada............................................................................................
194Referncias
Bibliogrficas.................................................................................
196Currculo do Curso de Teologia - Nvel B s ic o
......................................... 197Currculo do Curso de
Teologia - Nvel M d io .........................................
198
x
-
TEOLOGIA" A DOUTRINA DE DEUS
No obstante ser um livro que trate essencialmente sobre Deus e o
Seu relacionamento com o homem, a Bblia no assume como objetivo
maior provar a existncia de Deus. A existncia de Deus fato
indiscutvel, e, portanto pacfico, no decorrer de toda a narrativa
bblica.
Assim como a Bblia, a s teologia no se prope a dissecar o Ser de
Deus, mas a apresentdO ao nvel da compreenso do homem.
Evidentemente, como Ser eterno, onisciente, onipresente e santo,
Deus no pode ser aquilatado em Sua plenitude pelo homem, cuja
capacidade limitadssima em si mesma.
Se a prpria Bblia diz que nem os cus, nem o cu dos cus podem
conter Deus (lRs 8.27), como a nossa nfima compreenso seria capaz
de aquilat-lO? Comece onde comear, a nossa jornada na pesquisa
sobre Deus ser consumada quando nos virmos diante da declarao de
Jesus mulher samaritana: Deus Esprito... (Jo4.24).
Diante desta declarao de Jesus Cristo, conclumos quo magnfico e
ilimitado Deus, e quo insignificante e resumida a nossa capacidade
no que tange explic--O.
ESBOO DA LIO
1. A Existncia de Deus2. A Revelao de Deus3. A Natureza de Deus
e seus Atributos4. A Natureza de Deus e seus Atributos (Cont.)5. A
Santidade de Deus6. A Trindade Divina7. As Obras de Deus
1
-
2 DOUTRINAS BBLICAS
OBJETIVOS DA LIO
Ao concluir o estudo desta Lio, voc dever ser capaz de:
1. Listar duas formas de negao da existncia de Deus;
2. Citar como Deus se revela por meio da natureza;
3. Dizer o que a Bblia ensina sobre a personalidade de Deus;
4. Enumerar os atributos divinos;
5. Explicar a santidade de Deus revelada na Lei Moral;
6. Mencionar trs conceitos falsos sobre a Trindade;
7. Discorrer sobre as caractersticas do Decreto Divino.
-
LICO 1: TEOLOGIA - A DOUTRINA DE DEUS 3
TEXTO 1
A E X IS T N C IA D E D E U S
Formas de negao da existncia de Deus
Ao fazer um estudo comparativo entre as religies, podemos
afirmar que existem aqueles que no creem em Deus como um Ser
Supremo e pessoal, e h os que no creem nEle como a Bblia ensina.
Vejamos as formas de negao da existncia de Deus:
1. Atesmo: os atestas negam a existncia de Deus e esto
subdivididos em duas classes: o ateu prtico e o ateu terico.
2. Agnosticismo: palavra de origem grega que significa no saber.
Os agnsticos alegam crer unicamente no que se pode ver e
apalpar.
3. Desmo: admite que Deus existe, contudo, rejeita por completo
a Sua revelao humanidade.
4. Materialismo: afirma que os diferentes comportamentos fsicos
e psquicos humanos so simplesmente movimentos da matria.
5. Pantesmo: ensina que, no Universo, Deus tudo e tudo Deus.
Deus no apenas parte do Universo, mas o prprio Universo.
Provas bblicas da existncia de Deus
Na Bblia, em sua primeira pgina, encontramos a inequvoca
declarao: No princpio... D eus... (G n l.l) . Ainda que tenha a
existncia de Deus como fato plenamente razovel, independente da f,
a s teologia no se prope a demonstr-la por meio de argumentos
humanamente lgicos. A pessoa que, para provar a existncia de Deus,
vai alm do que a Bblia diz e do que a criao testifica, pode levar o
inquiridor a resultados inteis ou desnecessrios.
F na revelao bblica
O cristo que teme a Deus atravs da f, aceita a verdade da Sua
existncia segundo a revelao contida na Bblia, pois ela no s revela
Deus como Criador de tudo, mas tambm como e como Dirigente. A Bblia
mostra esta revelao como a base da f em Sua existncia.
-
4 DOUTRINAS BBLICAS
Deus estava em Cristo
Inspirado pelo Esprito Santo, o apstolo Paulo escreveu que Deus
estava em Cristo... (2Co 5.19). Desta forma, temos na Pessoa de
Jesus Cristo a maior expresso da existncia de Deus; a maior revelao
que o prprio Deus poderia fazer ser de Si mesmo ao homem (Jo
1.1,14).
Cristo, a expresso humana de Deus
Sendo, pois, a pessoa de Jesus Cristo a maior revelao de Deus ao
homem, no Novo Testamento, e principalmente no Evangelho Segundo
Joo, Ele declara ser igual ao Pai quanto Sua essncia, natureza e
eternidade.
A Bblia e o prprio Jesus identificam-nO como Deus nas
passagens:Eu e o Pai somos um. (Jo 10.30). Em diversos lugares da
Bblia, Cristo identificado como:
- Deus (Hb 1.8);-F ilh o de Deus (Mt 16.16,17);- Primeiro e
ltimo - Alfa e mega (Is 41-4; Ap 1.8);- Santo (At 3.14; Os 11.9);-
Senhor (At 9.17);- Perdoador de pecados (Mc 2.5,10);- Doador da
vida imortal e da ressurreio (Fp 3.21) e- Juiz dos vivos e dos
mortos (2Tm 4.1).
Evidncias racionais da existncia de Deus
Filsofos e pensadores tm buscado na filosofia argumentos
racionais sobre a existncia de Deus. Alguns desses aspectos provm
de Plato e de Aristteles. Vejamos:
1. Argumento Ontolgico: diz que o homem tem imanente em si a
ideia de um ser absolutamente perfeito e, por conseguinte, deve
existir um Ser absolutamente perfeito.
2. Argumento Cosmolgico: em geral, encerra a ideia de que tudo o
que existe no mundo deve ter uma causa primria ou uma razo de
ser.
3. Argumento Teolgico: mostra que o mundo, ao ser considerado
sob qualquer aspecto, revela inteligncia, ordem e propsito,
denotando a existncia de um Ser sbio.
4. Argumento Moral: parte do raciocnio que deduz a existncia de
um Supremo Legislador e Juiz, com absoluto direito de governar e
corrigir o homem.
-
LICO 1: TEOLOGIA - A DOUTRINA DE DEUS 5
5. Argumento Histrico: a exposio principal a que sustenta que,
entre todos os povos e tribos da terra, comum a evidncia de que o
homem um ser religioso em potencial.
O testemunho do Esprito Santo no crente
Para o crente difcil entender como as pessoas no creem na
existncia de Deus e como elas aceitam a mentira em detrimento da
verdade e, com isso, cumprem as palavras de Romanos 1.22,28; 1
Timteo 4.1; e 2 Tessalonicenses 2.10-12.
Como provar a realidade de Deus? No se pode provar a existncia
de Deus por meios naturais, mas sim, por meio da f.
O Esprito Santo a chave da revelao de Deus. A Palavra
apresenta-O como o ... Esprito da verdade... (Jo 16.13). Notemos
aqui que a declarao do Esprito verdadeira.
TEXTO 2
A R E V E L A O D E D E U S
Deus Se revela atravs da natureza
Em Salmos 19.1-6, o rei Davi descreve a natureza como o primeiro
embaixador divino, mostrando que os cus narram a glria de Deus.
A Natureza o espelho de Deus. A criao toda revela o Criador.
Gnesis 1 e Salmos 104 mostram que Deus fez cada coisa para um fim
determinado, colocando cada uma tambm em seu devido lugar.
A Bblia apresenta tambm o perigo da rejeio desta revelao. Em
Romanos, temos a denncia divina contra os que, tendo contemplado as
maravilhas da Sua criao no O glorificaram como Deus, mas
consideraram-se sbios ante seus prprios olhos (Rm 1.18-21).
-
6 DOUTRINAS BBLICAS
Ainda em Romanos 1.23-28, vemos uma lista dos pecados cometidos
por esses sbios infiis, que altiva e atrevidamente prosseguem
desviados de Deus. Os versculos mencionados dizem que:
a) Eles mudaram a glria de Deus, incorruptvel, em semelhana da
imagem de homem corruptvel, bem como de animais;
b) Eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e
servindo criatura, em lugar do Criador;
c) Por causa das suas perverses, tais homens foram abandonados
por Deus e entregues s paixes vis;
d) Deus os entregou a uma disposio mental reprovvel para
praticarem coisas inconvenientes.
Deus Se revela a Israel
Deus fez do povo de Israel o centro de revelao para, atravs
dele, abenoar toda a humanidade.
A revelao de Deus na histria de Israel constante e patente. Deus
atesta o favor divino, bem como Sua proviso para com o povo que Ele
escolheu para Si.
A base da atitude religiosa de Israel foi a,aliana que Deus
estabeleceu entre Si e a descendncia de Abrao. Aliana com a qual
Deus se comprometeu perante a descendncia de Abrao de ser o Seu
Deus, dispondo-a a invoc-lO como o Senhor Todo-Poderoso. Em Gnesis
15, vemos as bases estabelecidas atravs de Seu ancestral Abrao. A
principal nfase da revelao de Deus a Israel recai sobre a Sua
fidelidade aliana feita com o patriarca, Sua pacincia e
misericrdia, e Sua lealdade aos Seus prprios propsitos (Hb
6.13,14).
Deus Se revela aos profetas
O homem pode conhecer a Deus por meio de Sua expressa revelao,
manifesta atravs do auxlio dos seguintes termos: Deus Se revela (Gn
37.7,13); Deus Se deixa ver (Gn 12.7); Deus torna conhecida a Sua
vontade; Deus tambm fala, fato atestado pela to conhecida expresso
bblica: Assim diz o Senhor.
Deus d ao homem a liberdade de conhec-lO, com o objetivo de
revelar-Se como bem lhe apraz atravs da criao.
Deus se revela para os que so Seus escolhidos, que O buscam, que
O servem e
-
LICO 1: TEOLOGIA - A DOUTRINA DE DEUS 7
andam em comunho com Ele. Ams escreveu que ... o S e n h o r
Deus no far coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos
seus servos, os profetas (Am 3.7). Deus manifestou seus segredos no
s pelo que lhes deu a ver, mas tambm pelas palavras que lhes fora
dita.
Deus Se revela aos apstolos
Foram os apstolos os primeiros a receber o impacto da revelao
divina em pessoa - a pessoa de Cristo. O apstolo Paulo foi quem
recebeu de Deus profundas revelaes (Cl 1.26,27; G1 1.11,12).
A revelao transformadora foi a que fez com que os apstolos se
tornassem diferentes, humildes, fervorosos, destemidos e
vitoriosos. De posse de tal revelao, pregaram o Antigo Testamento,
escreveram, viveram e morreram pelo Novo Testa- mento. Pela viso
que tiveram de Deus, de frgeis se tornaram valentes bandeirantes da
f, com a deciso de mudar o mundo.
f
Deus Se revela igreja
Quanto revelao de Deus nos ltimos dias Igreja, a Epstola aos
Hebreus diz: Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de
muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes ltimos dias, nos
falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas,
pelo qual tambm fez o universo. (Hb 1.1,2)
Ao precisar Se ausentar fisicamente, Jesus disse que Sua ausncia
seria ocupada por um Agente revelador de Deus Igreja (Jo
14.16,17).
Se grandiosa foi a revelao dada por Deus a Israel atravs da Lei,
por intermdio de Moiss, maior a revelao de Deus atravs de Cristo,
comunicada pelo Esprito Santo Igreja, para nos dar provas da
grandeza de Deus, no apenas aos homens, mas aos principados e
potestades que pertencem aos lugares celestiais.
-
8 DOUTRINAS BBLICAS
TEXTO 3
A N A T U R E Z A D E D E U S E SE U S A T R IB U T O S
A vida de Deus J q f J q j I G
A expresso EU SOU (x 3.14) j seria suficiente para atestar a
vida de Deus. Porm, inmeras outras passagens bblicas reiteram Sua
existncia, como em Hebreus11.6, que diz que necessrio que aquele
que se aproxima de Deus creia que ele existe....
Deus a prpria vida (Jo 5.26): dEle, nEle, por Ele e para Ele
emana tudo e todos os seres criados, animados e inanimados. Todos
ns dependemos de pelo menos duas pessoas para existir - nossos
pais. Deus no, Ele existe por si mesmo. Eis porque Ele pode, com
autossuficincia, dizer de si prprio: Eu sou o que sou. Apesar de
ser uma realidade espiritual, Deus pode assumir qualquer forma
visvel, entretanto homem algum jamais viu sua face (x 33.20; Mt
1.23; 11:27; Jo 1.18).
A Bblia apresenta Deus como um Ser supremo, vivo e Todo-Poderoso
que faz com que as coisas aconteam de acordo com a Sua vontade (Jr
10.10-16).
No Antigo Testamento, era comum os profetas falarem da existncia
de Deus comparando-a com a de os deuses pagos. Exemplos:
1. Moiss disse que o Deus vivo falou do meio do fogo (Dt
5.26);
2. Davi disse que Golias estava afrontando os exrcitos do Deus
vivo (ISm17.36);
3. Ezequias disse que Rabsaqu, mensageiro do rei da Assria, fora
enviado para afrontar o Deus vivo (2Rs 19.4).
Quanto vida de Deus no Novo Testamento, encontramos os seguintes
registros:
a) Pedro declarou ser ...Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt
16.16);b) Paulo exortou os habitantes de Listra a se converterem ao
Deus vivo
(At 14.15);c) Paulo declarou que os cristos de Tessalnica haviam
deixado os dolos,
convertendo-se ao Deus vivo (lTs 1.9);d) Paulo chama a Igreja de
propriedade do Deus vivo (lTm 3.15);e) Paulo diz termos postos a
nossa esperana no Deus vivo (lTm 4.10).
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LICO 1: TEOLOGIA - A DOUTRINA DE DEUS 9
A espiritualidade de Deus
Deus Esprito: possui personalidade plena, podendo ter uma
comunho direta com Suas criaturas, feitas Sua imagem. No est
sujeito a limitaes, como os seres humanos. No composto de nenhum
elemento material, no pode ser visto com os olhos naturais e nem
aprendido pelos sentidos naturais. Isso se ope ao falso ensino do
Materialismo, pois Deus no pode ser entendido pela lgica
humana.
Aparies Teofnicas: Ningum jamais viu aD eus... (Jo 1.18) declara
o apstolo Joo em seu Evangelho. O que ele quer dizer que nenhum
homem viu a Deus como Ele , isto , Sua essncia. Deus pode
manifestar-se em forma corprea, o que chamamos de Teofania. No
Antigo Testamento, Deus apareceu em forma de anjo - anjo do S e n h
o r (Gn 16.9); Anjo da Sua presena (x 32.34; 33.14); o anjo da
Aliana (Ml 3.1).
A personalidade de Deus
O ensino de que Deus um Ser pessoal se ope ao Pantesmo, doutrina
filosfica que defende que Deus tudo e tudo Deus, que Deus o
Universo e o Universo Deus, que Ele no existe separado daquilo que
se alega ser Sua criao.
Personalidade o conjunto das caractersticas que define a
individualidade de uma pessoa, ela abarca aspectos visveis que
distinguem uma pessoa de outra, a identidade pessoal. Em relao a
Deus, a revelao da Sua personalidade se deu j pelos vrios nomes e
ttulos dados a Ele que muito revelam Seu carter, Suas aes e relaes
pessoais e governo. Um dos nomes que Deus Se faz conhecer Jeov.
Vejamos outros ttulos pelos quais Deus conhecido:
a) Eu Sou (x 3.14);b) Jeov-Jir = O Senhor prover (Gn
22.13,14);c) Jeov-Nissi = O Senhor minha bandeira (x 17.15);d)
Jeov-Raf = O Senhor que sara (x 15.26);e) Jeov-Shalom = O Senhor
nossa paz (Jz 6.24);f) Jeov-Raa = O Senhor meu pastor (SI 23.1);g)
Jeov-Tisidiqunu = Senhor, Justia Nossa (Jr 23.6);h) Jeov-Sabaot = O
Senhor dos Exrcitos (ISm 1.3);i) Jeov-Sam = O Senhor est presente
(Ez 48.35);j) Jeov-Elion = O Senhor Altssimo (SI 97.9);1)
Jeov-Mikadiskim = O Senhor que vos santifica (x 31.13).
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10 DOUTRINAS BBLICAS
A personalidade de Deus pode ser reconhecida atravs dos
seguintes aspectos:
1. Pelos pronomes pessoais empregados para distingui-lO: Tu e Te
(Jo 17.3) e E le e lO (SI 116.1,2).
2. Pelas caractersticas e propriedades de personalidade que Lhe
so atribudas: tristeza (Gn6.6); ira (lRs 11.9); zelo (Dt6.15); amor
(Ap3.19); e dio (Pv6.16).
3. Pelo relacionamento que mantm com o Universo e com os homens:
como Criador de tudo (Gn 1.1); como Preservador de tudo (Hb 1.3);
como Benfeitor de todas as vidas (Mt 10.29,30); como Governador e
Dominador das atividades humanas (Rm 8.28) e como Pai de Seus
filhos espirituais (G1 3.26).
A autoexistncia de Deus
Sabemos que Deus existe por Si mesmo. Estudos errneos em tomo
desse ensino, como, por exemplo, o de Lactncio (apologista africano
do sculo III), que afirma que antes de todas as coisas, Deus foi
procriado de Si mesmo. Um erro parte de que a existncia de Deus
deve ser explicada, pois tudo parte de um princpio, isto , tudo tem
uma causa, um porqu.
Observamos que Deus independente de tudo fora de Si mesmo. Para
Pendleton, as causas da existncia de Deus esto nEle mesmo, e que
nEle h vida inerente. Diferente da vida das criaturas, a vida de
Deus no provm de fontes externas. Se no universo no existissem
criaturas, essa no-existncia em nada afetaria a existncia de Deus.
A Bblia afirma que antes que existisse vida em qualquer outro
lugar, Ele ... tem vida em si mesmo (Jo 5.26). A existncia das
criaturas depende do Criador. A razo de Sua existncia encontra-se
nEle e no pode se encontrar o mistrio de Sua existncia.
A eternidade de Deus
Do princpio ao fim, a Bblia nos mostra que Deus no tem princpio
nem fim de dias: um Deus eterno (Gn 1.1; Dt 33.27).
A Bblia descreve a eternidade de Deus de maneira que Sua durao
corresponde a idades sem fim (SI 90.2; Ef 3.21). Eternidade, no
sentido estrito da palavra, aplica-se ao que transcende a todas as
limitaes temporais. A eternidade de Deus diferente do tempo
cronolgico. Ele o EU SOU. Podemos definir a Sua eternidade como a
perfeio divina pela qual Ele se eleva sobre as limitaes
temporais.
Nas Sagradas Escrituras, a palavra eternidade usada em trs
sentidos diferentes: o figurado, o limitado e o literal. O tempo
cronolgico tem passado, presente e futuro. Deus no assim. Para Ele,
o passado e futuro se fazem no eterno presente.
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LICO 1: TEOLOGIA - A DOUTRINA DE DEUS 11
A imutabilidade de Deus
O fato de Deus existir por si mesmo, bem como Sua eternidade, so
argumentos legtimos em abono de Sua imutabilidade. Na qualidade de
um Ser infinito, absolu- tamente independente e eterno, Deus no est
sujeito mudana (Ml 3.6).
Imutabilidade a perfeio atravs da qual Deus no est sujeito a
qualquer mudana no Seu Ser, Sua natureza, Sua essncia, Sua perfeio,
Seus propsitos e promessas (Tg 1.17).
Deus imutvel, isto , Deus no muda. Mas, ento, o que nos diz
Gnesis 6.6? ento, se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na
terra, e isso lhe pesou no corao. Aqui, o termo arrepender-se
significa mudana de atitude de Deus em consequncia do
arrependimento do homem. O homem arrepende-se daquilo que cometeu,
enquanto Deus se arrepende no sentido de suspender uma ao que para
abenoar os pecadores.
Portanto, cumpre o que a Bblia diz: Deus no homem para que
minta; nem filho do homem para que se arrependa. (Nm 23.19).
A oniscincia de Deus
A Bblia afirma que Deus perfeito em todo o conhecimento e
sabedoria (Is40.28). Seu conhecimento imensurvel (SI 147.5; Mt
10.29,30).
A palavra oniscincia deriva de duas palavras latinas, omnis e
scientia, e significa conhecimento de tudo, isto , Deus tem o
conhecimento sobre todas as coisas.
A oniscincia de Deus inclui tudo, desde a eternidade, o plano
total dos sculos, o que acontece em todos os lugares, tanto o bem
como o mal e conhece os filhos dos homens, seus caminhos e suas
obras. Pela Sua capacidade de saber de todas as coisas, Deus
conhece a natureza e tudo o que se refere s atitudes dos seres
humanos. No h nada em que os olhos de Deus no estejam
presentes.
A onipotncia de Deus
A palavra onipotncia provm de dois termos latinos: omnis e
potentia, que, juntos, significam todo poder. A Bblia declara: "Bem
sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. (J
42.2).
A onipotncia de Deus no significa o exerccio de Seu poder para
fazer aquilo que incoerente aos Seus atributos e natureza das
coisas, como, por exemplo, fazer com que um acontecimento histrico
passado volte a acontecer.
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12 DOUTRINAS BBLICAS
Podemos ver a onipotncia de Deus aplicada no domnio da natureza;
no domnio da experincia humana; nos domnio das coisas celestiais e
no domnio dos espritos malignos.
A onipresena de Deus
O atributo da onipresena significa que Deus est em todos os
lugares ao mesmo tempo. Ele v todas as nossas aes e atitudes no
importa o lugar onde ns estejamos (SI 139.7-12). No entanto, Deus
no est presente em vrios lugares com um mesmo sentido e
propsito.
A onipresena de Deus aplicada vida e experincias humanas tem a
ver com a verdade que consola os coraes dos crentes. A Sua infalvel
presena constituda em gloriosa poro e possesso. tambm uma verdade
sondadora (Hb 4.13; SI 139).
TEXTO 4
A N A T U R E Z A D E D E U S E SE U S A T R IB U T O
S(CONT.)
A veracidade de Deus
Ao longo da narrativa bblica so manifestas Sua veracidade, que
transparecer a verdade, e a fidelidade de Deus (SI 31.5).
A veracidade um dos mltiplos aspectos da perfeio divina, pois
Deus ao mesmo tempo veraz e perfeito. A mentira no faz parte da
natureza de Deus, pois ao tratarmos com Ele estamos tratando com um
Ser verdadeiro e que est disposto a cumprir com todas as Suas
santas e boas palavras (Jr 1.12).
Fidelidade outro aspecto da veracidade divina. Deus fiel, pois
nEle se cumprem todas as Suas promessas feitas ao Seu povo (SL
117.2).
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LICO 1: TEOLOGIA" - A DOUTRINA DE DEUS 13
O conselho de Deus
O conselho de Deus eterno em relao ao mundo material e
espiritual que abrange todos os Seus eternos propsitos e decretos,
inclusive a criao e a redeno, levando em considerao o livre arbtrio
do homem (Ef 1.11).
A abrangncia do conselho divino limitada compreenso do homem,
mas Deus, ainda que em parte, aprouve revelar ao homem o Seu
plano.
O conselho divino aplicado a todas as coisas em geral (Is
14.26,27) e tambm s coisas em particular, que esto subdivididas em
naturais e espirituais.
Redeno um dos propsitos do conselho de Deus, que diz respeito
salvao do homem. Ler Efsios 1.3-5.0 propsito de Deus para com o
homem inclui os seguintes elementos:
a) Criar o homem;b) Prover a salvao em Cristo, suficiente para
todos;c) garantir a salvao a todos aqueles que O aceitarem livre e
espontaneamente;d) julgar aqueles que livre e voluntariamente
rejeitarem a graa salvadora
de Deus em Cristo, por meio do Evangelho.
Ao surgir a Reforma Protestante, vrias doutrinas foram
reexaminadas e colocadas em confisses de f. Dentre elas podemos
destacar a predestinao, que foi difundida por Joo Calvino. Mas este
ensino foi questionado e discordado pelo telogo holands Jacob
Arminius que, segundo ele, a salvao um ato soberano do conselho de
Deus que o homem pode aceitar ou rejeitar, pois o homem dotado do
livre arbtrio.
Jacob Arminius teve em John Wesley a maior expresso do seu
pensamento e doutrina quanto predestinao, como parte do conselho de
Deus.
A sabedoria de Deus
Podemos considerar a sabedoria de Deus como aspecto particular
do Seu perfeito conhecimento. Faz-se necessrio saber que a
sabedoria e o conhecimento so distintos. Conhecimento adquirido
atravs do estudo, enquanto que a sabedoria o resultado do
conhecimento adquirido pela prtica da vida e pela intuio. Isso
imperfeito no homem, mas em Deus se caracteriza por Sua absoluta
perfeio. Ler J 12.13.
A sabedoria de Deus estabelece uma relao com a Sua inteligncia;
aquela perfeio de Deus por meio da qual Ele aplica o Seu
conhecimento para alcanar Seus fins, conforme a maneira que Lhe
glorifica.
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14 DOUTRINAS BBLICAS
Podemos encontrar a Sua manifestao na obra de Criao (SI 19.1-4),
na providncia (SI 33.10,11) e na redeno (Rm 11.33).
A soberania de Deus
A soberania de Deus a soma de alguns dos Seus atributos, dentre
os quais se destacam: a onipotncia, oniscincia e onipresena. O
Criador e Sua vontade so apresentados como a causa de todas as
coisas. soberania de Deus submetem-setodos os exrcitos dos cus e os
habitantes da terra (Is 33.22).
A soberana vontade de Deus aquela perfeio do Ser divino, da qual
por um simples ato, deleita-se em Si mesmo como Deus.
O soberano poder de Deus no s encontra expresso na vontade
divina, mas no Seu poder de executar a Sua vontade.
A vontade de Deus
Como um ser existente em Si mesmo, dominador e sustentador do
Universo que criou pelo seu poder, Deus soberano e dotado de
vontade prpria. Sua vontade e seu querer independem de motivao
exterior (SI 135.6).
O querer divino envolve fatos como os seguintes:
- a criao dos anjos (Ne 9.6; Cl. 1.16);- a criao dos cus e da
terra (G n l.l);- a recriao do planeta Terra (Gn 1.2-23);- a formao
do homem (Gn 1.26);- a formao da mulher (Gn 2.18,21-25);- a
sustentao do Universo; e- a renovao dos cus e da terra na consumao
dos sculos (2Pe 3.13;
Ap 21.1).
A vontade de Deus concernente a Israel envolve os seguintes
elementos: a chamada de Abro para sair da sua terra; a promessa de
um filho e o nascimento miraculoso de Isaque; a eleio de Jac como
cabea da famlia e como pai dos doze patriarcas; a eleio de Jos ao
elevado posto de governador do Egito, a libertao de Israel do
Egito; a conduo de Israel durante quarenta anos pelo deserto, at
sua monumentosa entrada em Cana, a Terra Prometida, e a preservao
histrica de Israel, (apesar de rejeitar Jesus como o Messias) para
faz-la nao prspera na consumao do sculo.
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LIO 1: TEOLOGIA - A DOUTRINA DE DEUS 15
A justia de Deus
Alguns telogos conceituam que a justia de Deus como uma forma de
Sua santidade ou santidade transitiva, termos que costumamos chamar
de justia relativa ou absoluta. A ideia principal de justia est
ligada da Lei. Lei qual Deus no est sujeito, mas que entre os
homens ela deve ser seguida e obedecida.
A justia divina, antes de qualquer outra coisa, governativa de
Deus. Ela tem a ver com aqueles que Deus usa como governante dos
bons ou dos maus. Por causa dessa virtude, Deus tem institudo um
governo moral no mundo e imposto uma lei justa ao homem, com
recompensa para aqueles que so obedientes e castigo para os que so
transgressores (Rm 6.23). Relacionadas justia governativa de Deus
encontram-se as justias:
a) distributiva (se relaciona com a distribuio das recompensas e
dos castigos - Is 3.10; Rm 2.6 e IPe 1.17);
b) remunerativa (recompensa aos homens e aos anjos - Dt
7.9,12,13; 2Cr 6.15; SI 58.11; Mq 7.20; Mt 25.21,34; Rm 2.7; Hb
11.26);
c) retributiva (aplicao de castigo da Sua parte. uma manifestao
da ira d iv ina-R m 1.32; 2.9; 12.19; 2Ts 1.8).
Bondade de Deus
luz das Escrituras, a bondade de Deus tratada de duas formas:
genrica e especfica. Portanto, a Sua bondade se manifesta em
diversos nveis, abrangendo os santos anjos, os filhos de Israel, a
Igreja, etc.
A bondade de Deus no deve ser confundida com Sua ternura. A
ideia principal que Ele, em todo o sentido, corresponde
perfeitamente ao ideal expresso na Sua Palavra. A bondade, no
sentido transcendente da palavra, mostra absoluta perfeio e
perfeita felicidade em Si mesmo.
A bondade de Deus para com as Suas criaturas pode ser definida
como a perfeio que O leva a manter o cuidado com as Suas criaturas
(SI 145.9,15,16).
A bondade de Deus, quando manifestada, assume o mais elevado
carter de amor, amor que distingue aos quais se destina. Podemos
definir o amor divino como a perfeio de Deus pela qual Ele
impulsionado a comunicar-se com as Suas criaturas. Deus
absolutamente bom em Si mesmo, Ele ama o homem mesmo quando ele est
fraco (Jo 3.16).
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16 DOUTRINAS BBLICAS
A graa de Deus
A palavra graa uma traduo do hebraico hessed, do grego charis e
do latim gratia. No geral, pode-se dizer que graa ddiva gratuita da
generosidade para com algum que no tem o direito de reclam-la.
A graa de Deus o manancial de bnos espirituais concedidas aos
pecadores. (Ef 1.6,7; 2.7-9; Tt2.11; 3.4-7). No entanto, a Bblia
com frequncia fala da graa de Deus como salvadora, e outras vezes
ela aparece com um sentido mais amplo (Is 26.10; Jr 16.13).
A misericrdia de Deus
A misericrdia de Deus definida como bondade ou amor de Deus para
com aqueles que precisam de uma ajuda espiritual. Tratando de
misericrdia, Deus Se revela compassivo e piedoso para aqueles que
esto em situao de misria espiritual e precisando de um socorro (Dt
5.10; SI 57.10, 86.15; 103.13).
A longanimidade de Deus
Longanimidade indicada pela expresso erek aph, significando
literalmente grande rosto e tambm lento para ira. Na Sua
longanimidade Deus contempla o pecador em seu estado de pecado,
apesar das admoestaes, chamando-o ao arrependimento (x 34.6).
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LICO 1: TEOLOGIA" - A DOUTRINA DE DEUS 17
TEXTO 5
A S A N T ID A D E D E D E U S
Deus santo
A palavra hebraica kadosh traduzida por santo, e, de acordo com
os dicionrios teolgicos, denota apartar-se ou separar-se do mal e
dedicar-se ao servio divino.
A santidade de Deus significa Sua pureza moral, isto , Ele no
pode pecar nem tolerar o pecado. Uma vez que a palavra santo
separado, isto quer nos mostrar separados quanto ao espao; Ele est
no cu, e o homem na terra. Ele est separado quanto natureza e
carter. Ele perfeito e o homem, imperfeito; Ele divino, o homem
humano e carnal; Ele moralmente perfeito, o homem pecaminoso.
Deus santo em Si mesmo. S Deus possui em Si mesmo a santidade.
Quando a palavra santo aplicada a pessoas e objetos um termo que
expressa relacionamento com Jeov, pelo fato de estarem separados
para o Seu servio. E quando separados devem viver em consagrao e de
acordo com a lei da santidade divina.
A natureza da santidade de Deus
A santidade de Deus um dos atributos transcendentais e falada,
algumas vezes, como uma perfeio central e suprema.
A Bblia enfatiza a santidade de Deus. No associemos a santidade
de Deus com os outros aspectos: amor, graa, misericrdia, etc.
Podemos cham-la de a majestosa santidade de Deus (ISm 2.2).
Reconhece-se que a santidade de Deus parte daquilo que est fora
do alcance da razo humana, absoluta impossibilidade de aproximao.
Santidade que faz com que o homem reconhea a sua inferioridade
perante a majestade do altssimo.
A santidade de Deus e os Dez Mandamentos
Ao libertar Israel do Egito, no Sinai, Deus outorgou-lhe leis e
fez com a nao uma aliana de proteo que tinha como base a Sua
santidade. Proteo que acompanharia o povo e, a partir disso, Israel
seria tratado de acordo com a ateno que desse aos mandamentos de
Deus.
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18 DOUTRINAS BBLICAS
Resumo dos Dez Mandamentos (x 20):
1. No ters outros deuses diante de mim (v. 3);2. No fars para ti
imagem de escultura... (v. 4);3. No tomars o nome do Senhor, teu
Deus, em vo... (v. 7);4- Lembra-te do dia de sbado, para o
santificar (v. 8);5. Honra teu pai e tua m e... (v. 12);6. No
matars (v. 13);7. No adulterars (v. 14);8. No furtars (v. 15);9. No
dirs falso testemunho contra o teu prximo (v. 16);10. No cobiars a
casa do teu prximo... (v. 17).
A santidade de Deus estabelecida em moldes compreensveis e o
interesse em Deus revelado em comunicar uma partcula desse Seu
atributo queles que Ele escolhe como povo Seu e propriedade Sua. Os
trs primeiros mandamentos expressam o santo zelo; o quarto lembra
Israel da guarda do sbado e dia do descanso e o quinto uma ordem
para os filhos em relao aos pais.
A manifestao da santidade de Deus
O homem, ao reagir perante a santidade de Deus, tomado de pasmo
e sentimento de insignificncia, sentindo, assim, seu pecado. Um
exemplo est em Isaas 6. 1-7.
Mediante a um Deus tremendamente Santo, o homem em seu estado de
profano, no digno de estar na presena dEle, pois a indignidade do
homem poderia manchar a santidade de Deus.
Revelada na lei moral manifesta nas conscincias, a santidade de
Deus ela gravada por Deus nos coraes e revelada atravs da Sua
Palavra.
A mais sublime revelao da santidade de Deus est em Jesus Cristo,
a quem a Bblia apresenta como O Santo e o Justo (At 3.14). Vemos
tambm a santidade de Deus atravs do corpo vivo de Cristo, revelada
na Igreja.
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LIO 1: TEOLOGIA - A DOUTRINA DE DEUS 19
TEXTO 6
A T R IN D A D E D IV IN A
Falsos conceitos sobre a Trindade
O falso e o verdadeiro andam sempre em posio paralela. Durante
sculos, as verdades doutrinrias sempre tiveram quem fossem contra.
Da mesma forma, a doutrina da Trindade tambm sempre teve inimigos
para combat-la.
1. O Conceito Ariano. Por volta dos idos de 320 d.C., Ario, um
dos presbteros da Igreja de Alexandria, na frica, combateu a
Trindade inicialmente negando a eternidade e a divindade de Cristo.
Esse ponto de vista o colocou em choque com Alexandre, que cria na
Trindade constituda pelo Pai, Filho e Esprito Santo, como trs
pessoas igualmente incriadas e eternas.
2. O Conclio de Niceia. Este embate entre Ario e Alexandre
alcanou propores to exacerbadas que foi necessrio o Conclio de
Niceia para combater a opinio de Ario, que negava a divindade de
Cristo.
3. As Testemunhas de Jeov e a Trindade. Diversos pensamentos tm
sido expressos em oposio Trindade, dentre eles podemos destacar os
Russellitas, que chamam a si mesmos de Testemunhas de Jeov, as
quais negam a divindade de Cristo e a pessoa do Esprito Santo.
O que a bblia nos ensina sobre a Trindade
Depois de trazer existncia a todas as coisas atravs de um
simples e poderoso HAJA, quis Deus formar o homem, quando disse:
...FAAMOS o homem NOSSA imagem, conforme a NOSSA semelhana... (Gn
1.26). A respeito do homem aps a queda, disse Deus: ... Eis que o
homem se tomou como um de NOS... (Gn 3.22). No relato bblico da
confuso das lnguas em Babel, lemos ainda Deus dizendo: Vinde,
DESAMOS E CONFUNDAMOS ali a sua linguagem... (Gn 11.7). Na viso de
Isaas, quando de seu chamado, lemos que Deus perguntou: ... A quem
enviarei, e quem h de ir por NOS?... (Is 6 .8 ).
Foi a propsito que pusemos em DESTAQUE os verbos e pronomes
pessoais e possessivos, tais como: FAAMOS, NOSSA, NS, DESAMOS E
CONFUNDAMOS, para mostrar que em todos os casos bblicos citados,
mais de uma pessoa,
-
20 DOUTRINAS BBLICAS
portanto a Trindade, fizeram-Se presentes em ao. Alm dos casos
citados, no Novo Testamento que encontramos o maior nmero de provas
que ratificam o ensino bblico sobre a Trindade, como: Mateus
3.16,17; 28.19; 1 Corntios 12.4-6; 2 Corntios 13.13; Efsios 4.4-6;
1 Pedro 1.2; Judas 20,21; Apocalipse 1.4,5.
A Trindade Definida
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, ttulos divinos so
atribudos, distintamente, s trs pessoas da Trindade.
1. A respeito do Pai: Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da
terra do Egito, da casa da servido. (Ex 20.2).
2. A respeito do Filho: Respondeu-lhe Tom: Senhor meu e Deus
meu! (Jo20.28).
3. A respeito do Esprito Santo: Ento, disse Pedro: Ananias, por
que encheu Satans teu corao, para que mentisses ao Esprito Santo,
reservando parte do valor do campo?... No mentiste aos homens, mas
a Deus. (At 5.3,4).
Cada pessoa da Trindade descrita na Bblia como sendo:
Descrio 0 Pai O Filho O Esprito SantoOnipresente Jr 23.24 Mt
18.20 Si 139.7Onipotente Gn 17.1 Ap 1.8 Rm 15.19Onisciente At 1518
Jo 21.17 1Co 2.10Criador Gn 1.1 Jo 1.3 J 33.4Eterno Rm 16.26 Ap
22.13 Hb 9.14Santo Ap 4.8 At 3.14 1Jo 2.20Santificador Jo 10.36 Hb
2.11 1Pe 1.2Fonte da Vida Eterna Rm 6.23 Jo 10.28 Gl
6-8Ressuscitador 1Co 6.14 Jo 2.19 1Pe 3.18Inspirador dos Profetas
Hb 1.1 2Co 13.3 Mc 13.11Supridor de Ministros Sua Igreja Jr 3.15 Ef
4.11 At 20.28Salvador 2Ts 2.13 Tt 3.4-6 1Pe 1.2
-
LIO 1: TEOLOGIA - A DOUTRINA DE DEUS 21
Na C o n f i s s o d e F P r e s b i t e r i a n a , encontra-se
o consenso geral do Cristianismo a respeito da Trindade: Na unidade
da divindade h trs Pessoas de uma mesma substncia, poder e
eternidade - Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Esprito Santo. O Pai
no de ningum; o Filho eternamente gerado do Pai; o Esprito Santo
eternamente procedente do Filho.
Deus-Pai
O ttulo Pai nem sempre dado a Deus, nas Escrituras, com o mesmo
sentido. Vejamos.
1. Deus - o Pai de toda a criao: aplica-se primeira pessoa da
Trindade a quem, de maneira especial, a revelao divina atribui a
obra da criao (ICo 8.6).
2. Deus o Pai de Israel: aplica-se a Deus para expressar a relao
teocrtica, na qual Ele permanece com Israel, Seu povo do Antigo
Testamento (Dt 32.6).
3. Deus - o Pai dos Crentes: no Novo Testamento, Pai, referente
a Deus, assume uma dimenso completamente nova, quando fala da
paternidade de Deus para aqueles que nasceram da Palavra e do
Esprito (Mt 5.45).
4- Deus - o Pai de Jesus Cristo: num sentimento diferente, Pai
se aplica primeira pessoa da Trindade em relao segunda pessoa, isto
, Cristo (Mt 3.17).
Deus-Filho
Das trs pessoas da Trindade, o Senhor Jesus Cristo foi a segunda
a ser revelada corporalmente aos homens.
Os atributos inerentes a Deus-Pai relacionam-se harmoniosamente
com Cristo, provando a Sua divindade; por isso, a Bblia O apresenta
como sendo:
01. O Primeiro e o ltimo (Is 41.4; Cl 1.15,18; Ap 1.17;
21.6);02. O Senhor dos senhores (Ap 17.14);03. O Senhor de todos e
Senhor da glria (At 10.36; ICo 2.8);04. O Criador (Jo 1.3; Cl 1.16;
Hb 1.2,10; Ap 3.14);05. O Rei dos reis (Is 6.1-5; Jo 12.41; lTm
6.15; Ap 1.5; 17.14);06. O Juiz (Mt 16.27; 25.31,32; 2Tm 4.1; At
17.31);07. O Pastor (Is 40.10,11; SI 23.1; Jo 10.11,12);08. O Cabea
da Igreja (Ef 1.22);09. A Verdadeira Luz (Lc 1.78,79; Jo 1.4,9);10.
O Fundamento da Igreja (Is 28.16; Mt 16.18);11. O Caminho (J 14.6;
Hb 10.19,20);
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22 DOUTRINAS BBLICAS
12. A Vida (Jo 11.25; Cl 3.4; ljo 5.11,12);13. O Perdoador de
pecados (SI 103.3; Mc 2.5; Lc 7.48-50);14- O Preservador de tudo
(Hb 1.3; Cl 1.17);15. O Doador do Esprito Santo (Mt3.11; Mc 1.8; Lc
3.16; Jo 1.33; At 1.5);16. O Eterno (lTm 1.17; Ap 22.13);17. O
Santo (At 3.14);18. O Verdadeiro (Ap 3.7);19. O Onipresente (Ef
1.20-23);20. O Onipotente (At 1.8);21. O Onisciente (Jo 21.17);22.
O Santificador (Hb 2.11);23. O Mestre (Lc 21.15; G1 1.12);24- O
Ressuscitador de Si mesmo (Jo 2.19);25. O Inspirador dos profetas
(IPe 1.11);26. O Supridor de ministros Sua Igreja (Ef 4.11);27. O
Salvador (Tt 3.4-6).
O Filho como mediador entre Deus e os homens
Como enviado do Pai e mediador entre Deus e o homem:
1. O Filho dependia do Pai (Jo 5.19,36; 6.57);2. O Filho foi
enviado pelo Pai (Jo 6.29; 9.29);3. O Filho estava sob a autoridade
do Pai (Jo 10.18);4- O Filho recebeu autoridade delegada pelo Pai
(Jo 10.18);5. O Filho recebeu do Pai a Sua mensagem (Jo 17.8;
8.26,40);6. O Reino do Filho foi estabelecido pelo Pai (Lc
22.29);7. O Filho entregar o Seu reino ao Pai (ICo 15.24);8. O
Filho, como enviado do Pai, lhe est sujeito (ICo 11.3;
15.27,28)
Deus-Esprito Santo
A Bblia apresenta a pessoa do Esprito Santo, quando diz que:
01. Ele cria e d vida (J 33.4);02. Ele nomeia e comissiona
ministros (Is 48.16; At 13.2; 20.28);03. Ele aponta o lugar onde os
ministros devem pregar (At 16.6,7);04- Ele instrui sobre o que os
ministros devem pregar (ICo 2.13);05. Ele falou atravs dos profetas
(At 1.16; IPe 1.11,12; 2Pe 1.21);06. Ele contende com os pecados
(Gn 6.3);
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LICO 1: TEOLOGIA - A DOUTRINA DE DEUS 23
07. Ele reprova (Jo 16.8);08. Ele consola (At 9.31);09. Ele nos
ajuda em nossas fraquezas (Rm 8.26);10. Ele ensina (Jo 14.26; ICo
12.3);11. Ele guia (Jo 16.13);12. Ele santifica (Rm 15.16; ICo
6.11);13. Ele testifica de Cristo (Jo 15.26);14- Ele glorifica a
Cristo (Jo 16.14);15. Ele tem poder prprio (Rm 15.13);16. Ele tudo
sonda (Rm 11.33,34; ICo 2.10,11);17. Ele age segundo a Sua vontade
(ICo 12.11);18. Ele habita com os santos (Jo 14-17);19. Ele pode
ser entristecido (Ef 4-30);20. Ele pode ser envergonhado (Is
63.10);21. Ele pode sofrer resistncia (At 7.51);22. Ele pode ser
tentado (At 5.9).
Por toda a Bblia, atributos divinos conferidos ao Pai e ao Filho
so tambm conferidos ao Esprito Santo, entre os quais se
destacam:
1. Eternidade (Hb 9.14);2. Onipresena (SI 139.7-10);3.
Onipotncia (Lc 1.35);4. Oniscincia (ICo 2.10).
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24 DOUTRINAS BBLICAS
TEXTO 7
A S O B R A S D E D E U S
Os decretos divinos em geral
No plano divino, existem obras que envolvem o prprio Deus e a
Ele exclusivamente pertencem. Mas tambm h aquelas que envolvem as
Suas criaturas.
O C a t e c i s m o M e n o r d e W e s t m i n s t e r faz uma
definio concernente ao decreto de Deus, como: Seu propsito eterno,
segundo o conselho de sua prpria vontade, em virtude da qual tem
preordenado para sua prpria glria tudo o que sucede. Desse modo,
devemos entender que: o decreto divino nico: est relacionado com o
conhecimento de Deus; est relacionado a Deus e ao homem, e tem a
ver com a capacidade de Deus operar.
Para entendermos o decreto divino, devemos caracteriz-lo
como:
1. fundado na sabedoria de Deus;2. eterno;3. eficaz;4.
imutvel;5. incondicional;6. absoluto;7. universal.
A criao em geral
A f da Igreja em relao criao expressa no primeiro artigo do
Credo dos Apstolos.
A palavra criao pode ser definida como aquele que ato livre de
Deus, por meio do qual, segundo o conselho de Sua soberana vontade
para Sua prpria glria, no princpio produziu todo o Universo, visvel
e invisvel, sem o uso de matria preexistente e assim lhe deu
existncia distinta da Sua prpria existncia. Segundo as Escrituras,
a criao foi um Ato do Deus Trino, um Ato Livre de Deus e um Ato
Temporal de Deus.
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LICO 1: TEOLOGIA - A DOUTRINA DE DEUS 25
A criao do mundo espiritual
H muitas indagaes a respeito dos anjos. Seriam eles seres reais?
Segundo a Bblia, eles foram criados por Deus como seres especiais e
com propsitos claramente mostrados ao longo das narrativas
bblicas.
Quanto natureza dos anjos, podemos considerar o seguinte: eles
so seres criados, espirituais, inteligentes, gloriosos e
poderosos.
A criao do mundo material
No princpio, criou Deus os cus e a terra." (Gnl. 1). Aqui, Moiss
faz um resumo da obra criadora de Deus que, ao longo da narrativa
bblica, observamos com mais detalhes. E o dogma fundamental da
verdadeira religio, que o oposto das falsas filosofias e
religies.
Semana da recriao
Ao observarmos o relato de Moiss, vemos que ele descreve as
variadas fases da ao divina, em um perodo de seis dias, nos quais
trs so dedicados formao dos espaos habitveis e trs, para o
povoamento. Vejamos um a um.
1Q. dia: a Luz (Gn 1.3);2. dia: o Firmamento (Gn 1.6-8);32. dia:
a Terra Firme (Gn 1.9-13);4 dia: o Sistema Solar (Gn 1.14-19);52.
dia: a Fauna Marinha(Gn 1.20-23);6g. dia: os Animais Terrestres (Gn
1.24,25).
A criao do homem
A Bblia nos d um duplo aspecto da origem do homem. Vejamos as
seguintes concluses:
a) A criao do homem foi precedida de um solene conselho
divino;b) A criao do homem um ato imediato de Deus;c) O homem foi
criado segundo um tipo divino;d) Os elementos da natureza humana se
distinguem;e) O homem foi criado coroa da criao.
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26 DOUTRINAS BBLICAS
Q U E S T IO N R IO D A L I A O
I. Assinale com X a alternativa correta.
1.01 Dentre as formas da negao da existncia de Deus, os
pantestas a) creem unicamente no que podem ver e apalpar.
tf b) ensinam que no Universo Deus tudo e tudo Deus. c) ensinam
que Deus existe, mas rejeitam a Sua revelao humanidade. d) Nenhuma
das alternativas est correta.
1.02 Estudiosos tm buscado na filosofia evidncias racionais
sobre a existncia de Deus e algumas delas vieram de a) Scrates e
Freud. y b) Plato e Aristteles. c) Freud e Plato. d) Scrates e
Aristteles.
1.03 Deus se revela para aquele que a) O busca. b) anda em
comunho com Ele. c) O serve. d) Todas as alternativas esto
corretas.
1.04 Os primeiros a receberem o impacto da revelao divina em
pessoa - a pessoa de Cristo, foram,X a) os apstolos. b) os povos
pagos.
c) os escribas. d) os profetas.
II. Marque C para certo e E para errado.
1.05 A Bblia relata Deus como um ser supremo que faz com que as
coisas aconteam de acordo com a vontade dEle.
^ 1.06 O ensino de que Deus um ser supremo est ligado ao
Pantesmo.
L.07 Um dos propsitos do conselho de Deus a Salvao.
1.08 A palavra hebraica kadosh traduzida por santo, e denota
apartarse ou separar- s e do mal e dedicar-se ao servio divino.
1.09 Nem sempre o ttulo de Pai dado a Deus, nas Sagradas
Escrituras, com o mesmo sentido.
1.10 Segundo a Bblia, os anjos foram criados por Deus como seres
espirituais, inteligentes, gloriosos e poderosos.
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"CRISTOLOGIA" A DOUTRINA DE CRISTO |
Toda a discusso cristolgica parte da resposta que se d pergunta:
Quem diz o povo ser o Filho do homem?, e crena na declarao: o Verbo
eraDeus. A esta pergunta Pedro respondeu solenemente: "... Tu s o
Cristo, o Filho do Deus vivo; ao que Cristo respondeu: ... no foi
carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai, que est nos cus. (Mt
16.16, 17).
A revelao de Cristo no ocorre por canais humanos e naturais, mas
produto da revelao divina atravs de vidas transformadas pelo
Esprito Santo.
Para Joo Batista, Cristo : ... o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo! (Jo 1.29). Para os samaritanos que O viram junto
ao poo de Jac, Ele ... verdadei- ramente o Salvador do mundo (Jo
4-42). Para Maria Madalena, Ele o meu Senhor (Jo 20.13). Para Tom,
Ele o Senhor meu e Deus meu! (Jo 20.28). Para o apstolo Paulo Ele
aquele no qual subsiste (Cl 1.17). Para o escritor da Epstola aos
Hebreus, Ele o sumo sacerdote ..., santo, inculpvel, sem mcula,
separado dos pecadores e feito mais alto do que os cus. (Hb 7.26).
Para Deus, o Pai, Ele o meu Filho amado, em quem me comprazo (Mt
3.17). Para os seres celestiais, Ele o Rei dos reis e Senhor dos
senhores (Ap 19.16). E para voc, o que Cristo ?
A encarnao de Deus na pessoa de Jesus Cristo , sem dvida, um dos
maiores mistrios da doutrina crist. Deus encarnou-se em Cristo para
que no Seu prprio corpo pudesse levar cruz as penalidades s quais
voc e eu estvamos sujeitos (Is 53).
A revelao do que Cristo foi, , fez e far brota sobrenaturalmente
de Deus, atravs de um corao convertido e de uma alma salva, que
mantm contato ininterrupto com Deus. Quanto maior a revelao que o
aluno tiver da pessoa e da obra de Cristo, mais til lhe ser para o
bem da Sua obra na terra.
27
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28 DOUTRINAS BBLICAS
ESBOO DA LIO
1. Cristo no Antigo Testamento2. A Divindade de Cristo3. A
Humanidade de Cristo4. A Morte de Cristo5. A Ressurreio de Cristo6.
O Sacerdcio de Cristo
OBJETIVOS DA LIO
Ao concluir o estudo desta Lio, voc dever ser capaz de:
1. M encionar as profecias do nascimento, vida, morte e
ressurreio de Cristo;
2. Citar as provas da divindade de Cristo;
3. Discorrer sobre a humanidade de Cristo em seus vrios
aspectos;
4- Destacar o que propiciou a cruz com a morte de Cristo
humanidade;
5. Apresentar fatos importantes sobre a ressurreio de
Cristo;
6. Explicar o sacerdcio de Cristo e sua superioridade em relao
ao de outros servos de Deus.
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LICO 2: CRISTOLOGIA - A DOUTRINA DE CRISTO 29
TEXTO 1
C R IS T O N O A N T IG O T E S T A M E N T O
Cristo revelado na tipologia
Tipologia refere-se a pessoas, eventos ou instituies do Antigo
Testamento que servem de sombra ou prefigurao de pessoas e eventos
do Novo Testamento. A representao inicial o tipo e a realizao o
anttipo (Hb 10.1).
Hebreus 5 nos mostra que tanto Aro como Melquisedeque foram
tipos de Cristo no que diz respeito ao sacerdcio. Um estudo mais
detalhado, no entanto, mostrar que Melquisedeque era to somente um
tipo.
Profecias do nascimento de Cristo
Ao longo do Antigo Testamento, h profecias que falam a respeito
do nascimento de Cristo. As primeiras profecias so veladas, mas, ao
se aproximar o momento determinado para o nascimento do Messias,
elas se tornam mais claras.
Em Miquias 5.2, h uma profecia referente ao nascimento de
Cristo, mostrando o Messias encarnado: E tu, Belm-Efrata, pequena
demais para figurar como grupo de milhares de Jud, de ti me sair o
que h de reinar em Israel, e cujas origens so desde os tempos
antigos, desde os dias da eternidade.
Para Daniel foi dada uma profecia referente ao tempo de vida
terrestre do Messias (Dn 9.24-27):
Profecias sobre a vida de Cristo
As profecias messinicas do Antigo Testamento manifestam as
muitas funes desempenhadas por Cristo aqui na terra como:
1. Profeta. Moiss (Dt 18.15) nos mostra o papel de Cristo como
profeta. Jesus Qo 5.46) confirma ser Ele mesmo o profeta prometido.
Portanto, o termo profeta aplicado a Jesus refere-se ao Seu
ministrio como Mensageiro de Deus. Outro sentido para profeta o de
predizer eventos futuros.
2. Sacerdote. Em 1 Samuel 2.35, lemos uma profecia sobre Samuel:
Ento suscitarei para mim um sacerdote fiel, que proceder segundo o
que tenho no corao e na
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30 DOUTRINAS BBLICAS
mente... e andar ele diante do meu ungido para sempre. . Desta
maneira, Samuel prefigura o sacerdote perfeito: Jesus, o Messias (o
Ungido). Hebreus 6.20 confirma o sacerdcio de Jesus: onde Jesus,
como precursor, entrou por ns, tendo-se tornado sumo sacerdote para
sempre....
3. Rei. Jeremias 23.5,6 vaticina o papel de Cristo como Rei: ...
levantarei a Davi um Renovo justo; e, rei que , reinar, e agir
sabiamente, e executar o juzo e a justia na terra... ser este o seu
nome, com que ser chamado: S e n h o r , Justia Nossa. Ele foi
chamado de Rei de Israel (Jo 12.13). Muitas referncias profticas a
Cristo como Rei da terra sero cumpridas ainda por ocasio da Sua
segunda vinda.
4. Alicerce. Isaas vaticina o papel de Cristo como alicerce e
pedra angular da revelao divina: ... Eis que eu assentei em Sio uma
pedra, pedra j provada, pedra preciosa, angular, solidamente
assentada..." (Is 28.16). Citando este trecho na sua primeira
epstola, captulo 2 e versculo 6, Pedro mostra-o como profecia j
cumprida em Cristo.
5. Servo. Isaas tambm se refere a Cristo como servo (Is 52.13),
papel por Ele desempenhado inmeras vezes por Ele, como na ocasio em
que lavou os ps de Seus discpulos (Jo 13).
6. Operador de Milagres. Isaas foi quem profetizou os milagres
de cura que seriam realizados por Cristo (Is 35.5,6).
Profecias sobre a morte e ressurreio de Cristo
O salmo 22 no se encaixa bem na experincia vital de Davi; embora
sofresse certos problemas na vida, evidente que, neste texto, ele
est se referindo a padecimentos mais severos. Tambm as primeiras
palavras do salmo: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? ...
so exatamente as palavras de Jesus na cruz do Calvrio (Mt
27.46).
Isaas 53 mostra-nos uma descrio do Messias sofredor, sublinhando
o sacrifcio de Cristo em substituio aos pecadores (vv.4,5,6). O
versculo 9 anuncia o sepultamento de Jesus no sepulcro de Jos de
Arimateia e o versculo 10 explica o motivo teolgico da morte do
Cristo.
Quanto ressurreio de Cristo, a profecia mais notvel no Antigo
Testamento se encontra em Salmos 16.10. J no Novo, tanto Pedro (At
2.25-31), como Paulo (At 13.34-37) referem-se a este versculo como
uma profecia da ressurreio de Jesus dentre os mortos.
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LICO 2: CRISTOLOGIA - A DOUTRINA DE CRISTO 31
Profecias da volta de Cristo
Vejamos a seguir que o Antigo Testamento contm muitas profecias
a serem cumpridas por ocasio da volta gloriosa de Cristo terra:
1. Jac diz que Ele descer de Jud e declara como o povo Lhe
obedecer e irs aps Ele (Gn 49.10-12).
2. Balao profetizou acerca do segundo advento de Cristo,
proclamado em Nmeros 24.17 .
3. J fala da volta de Cristo terra (J 19.25).
4- Salomo. Este salmista dedica o salmo 72 ao glorioso reinado
terrestre do Messias no futuro. Muitas das suas profecias so
confirmadas tambm pelos profetas Isaas e Zacarias.
5. Jeremias fala do futuro reinado do Messias (Jr 23.3-8). Suas
palavras enfocam especificamente a volta dos israelitas sua prpria
terra, durante o reinado do Messias, a quem o profeta chama Senhor
Justia nossa.
6. Outros. Ezequiel, Daniel, Osias, Joel, Ams, Obadias, Miquias,
Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias tambm vaticinaram sobre o
ministrio terreno de Cristo de inmeras formas e sob diversos
enfoques.
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32 DOUTRINAS BBLICAS
TEXTO 2
A D IV IN D A D E D E C R IS T O
Apresentaremos neste Texto algumas provas da divindade de
Cristo. Desejamos mostrar que, ao tornar-se homem, Cristo em nada
limitou a Sua divindade, mesmo ao deixar o esplendor da Sua glria
por algum tempo, para assumir a forma humana.
Nomes divinos atribudos a Cristo
A divindade de Cristo comprovada pelos nomes divinos a Ele
aplicados, conforme consta da Bblia Sagrada em diversas passagens.
Cristo chamado
1. Deus, em Joo 1.1; Hebreus 1.8; Joo 20.28.2. Senhor, em Atos
9.17; Atos 16.31.3. Filho de Deus, em Mateus 16.16.
Atributos divinos conferidos a Cristo
Um dos sinais dos tempos tem sido a negao feita por
pseudocristos quanto divindade de nosso Senhor Jesus Cristo. Para
os tais, tem sido irracional a afirmao da teologia neotestamentria
de que Cristo era verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Porm, acima
do que eles creem e pregam est o testemunho insofismvel das
Escrituras Sagradas, que apresentam Cristo nascido de carne como
todo homem e, ao mesmo tempo, dotado de atributos inerentes a Deus,
o Pai.
A Palavra de Deus declara que Cristo :
a) Eterno: Apocalipse 22.13; Hebreus 1.12;b) Onipotente: Mateus
28.18;c) Onisciente: Joo 16.30; 21.17; Apocalipse 2.2,19;
3.1,8,15;d) Onipresente: Mateus 28.20.
Testemunhas quanto deidade de Cristo
Desde cedo o judeu era instrudo a ouvir: Ouve, Israel, o Senhor,
nosso Deus, o nico Senhor. (Dt 6.4). Depois do cativeiro na
Babilnia, nunca mais a nao israelita se entregou idolatria. Ainda
que Israel como nao tivesse muitas falhas, quando Jesus comeou o
Seu ministrio terreno, a idolatria e o politesmo no se evidenciaram
entre elas.
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LIO 2: CRISTOLOGIA - A DOUTRINA DE CRISTO 33
Diante deste fato histrico, destaca-se a importncia do culto
divino que os judeus convertidos dedicavam a Cristo, o que no
fariam se tivessem dvida da Sua divindade, nos seguintes
mbitos:
a) No Incio: Hebreus 1.6; Mateus 2.11; Joo 1.34;b) Pelo Povo:
Joo 9.38; Mateus 8.2; 9.18; 15.25; Joo 11.27;c) Pelos Discpulos:
Mateus 14.33;d) Pelos Demnios e mpios: Mateus 27.54; Marcos 3.11;
5.7; Lucas 4.41; 8.28;e) Por Deus o Pai: Mateus 3.17; Marcos
9.7.
Ofcios divinos atribudos a Cristo
Vejamos agora cinco ofcios ou ministrios divinos desempenhados
por Cristo, cada um dos quais evidencia Sua divindade:
1. Criador: Colossenses 1.16;2. Sustentador de Todas as Coisas:
Colossenses 1.17; Hebreus 1.3;3. Perdoador: Mateus 9.2;4-
Ressuscitador: Joo 6.40;5. Juiz: Joo 5.22; 2 Timteo 4.1.
Cristo mesmo Se proclamou divino
Lucas 2.41-52 diz que Jesus Cristo, aos doze anos de idade, j
era ciente da Sua relao toda especial com Deus-Pai e da Sua misso
especfica aqui na terra.
Em Joo 8.58, vemos que Jesus afirma a Sua prpria preexistncia.
Temos ainda muitas outras palavras de Jesus, como: Eu e o Pai somos
um (Jo 10.30). Mais tarde esta afirmao de Jesus seria esclarecida
quando Ele disse: Sou Filho de Deus? (Jo10.36). Podemos ver ainda
outras referncias como Mateus 11.27, Marcos 14.61,62; Joo 10.37,38;
14.9; 17.5.
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34 DOUTRINAS BBLICAS
TEXTO 3
A H U M A N ID A D E D E C R IS T O
Ao falarmos da humanidade de Cristo, de modo algum diminumos a
Sua divindade. Jesus Cristo era Deus-Homem; a unio destas duas
naturezas numa s pessoa para a mente humana algo inexplicvel, porm
uma verdade indiscutvel.
Nestes ltimos dois mil anos, tm-se disseminado muitas doutrinas
falsas, formuladas por lderes religiosos que se recusam a aceitar a
humanidade-divindade de Cristo. Alguns religiosos acreditavam ser
uma simples iluso a Sua humanidade; outros, no queriam aceitar a
Sua eterna divindade. Inventaram absurdas explicaes, numa tentativa
de apelar para o raciocnio humano. Uma das tais teorias foi a de
que Cristo oscilava entre as duas naturezas, sendo, ora divino, ora
humano!
Cristo teve parentesco humano
J se tem falado muito acerca do nascimento de Jesus Cristo do
ventre da virgem Maria. Evidentemente, tal fato carece de explicao
natural, uma vez que foi um acontecimento sobrenatural. Aceitamos
pela f a Palavra de Deus, que diz simplesmente, ... Maria...
achou-se grvida pelo Esprito Santo. (Mt 1.18).
Por outro lado, no h base bblica para a suposio de que o
nascimento de Jesus fosse diferente do nascimento de qualquer outro
ser humano. Apesar de certas apresentaes artsticas bem
intencionadas, a Bblia no indica a presena de aurola ao redor da
cabea do menino Jesus. Foi por revelao divina, no por evidncias
fsicas, que os profetas Ana e Simeo reconheceram que o recm-nascido
era de fato o Messias prometido por Deus (Lc 2). O menino Jesus no
Se diferenciava fisicamente em nada das outras crianas da Sua
idade.
Os evangelistas Mateus e Lucas proporcionam genealogias bem
detalhadas no sentido de identificarem Cristo com a raa humana,
especificamente com Abrao e Davi. Mateus traa a linhagem de Jesus
atravs de Jos, esposo de Maria, mostrando que Jesus herdou o
direito legal de ser rei, por ser Jos descendente de Salomo e ter-
-se casado com Maria, pouco antes de Seu nascimento.
Lucas mostra tambm que Maria era descendente direta de Davi;
quando diz que Jos era filho de Heli (Lc 3.23), quer dizer, na
realidade, que era genro de Heli. Como no era costume incluir nome
de mulher nas genealogias, Lucas coloca o nome
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LIO 2: CRISTOLOGIA - A DOUTRINA DE CRISTO 35
de Jos em vez do de Maria. Alm disso, era comum entre os judeus
o genro ser chamado de filho, por afinidade.
Maria e Jos guardavam para si o segredo maravilhoso do
nascimento miraculoso de Jesus; por isso, os habitantes da Sua
cidade viam nele apenas o filho do carpinteiro Jos que, por sinal,
tinha outros filhos.
Cristo submeteu-se s leis do desenvolvimento humano
Dos quatro Evangelhos, somente o de Lucas d um resumo da infncia
de Jesus. Lucas 2.40 diz o seguinte: Crescia o menino e se
fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graa de Deus estava sobre
ele.. Em 2.52 acrescenta: E crescia Jesus em sabedoria, estatura e
graa, diante de Deus e dos homens..
Esses dois versculos mostram que Jesus era sujeito s leis
normativas do desenvolvimento humano. Face a eles, pode-se
perguntar, logicamente: Se Jesus divino e onisciente, como pode Ele
crescer em sabedoria?. A resposta encontra-se em Filipenses 2.7:
antes, a si mesmo se esvaziou,... tornando-se em semelhana de
homens...
Lucas 2.46 diz que quando os pais de Jesus voltaram a Jerusalm
em busca do filho, que julgavam perdido em meio multido, ... o
acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e
interrogando-os.. Este detalhe da adolescncia de Cristo indica que
Ele aprendeu muito das Sagradas Escrituras por meio da instruo
recebida na sinagoga, no templo e no lar de Seus pais terrenos. Sem
dvida, Jesus aprendeu a ler e a escrever como toda criana da Sua
idade. Cresceu em sabedoria, como consequncia de Seu estudo pessoal
das Escrituras e da Sua comunho com o Pai.
Com exceo de Sua natureza impecvel, parece que a infncia de
Jesus Cristo decorreu de forma normal. De fato, foram os moradores
da Sua prpria cidade, Nazar, os que mais custaram a acreditar que
esse menino, cuja infncia tinham observado, pudesse ser o Messias:
E no fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles. (Mt
13.58).
No h qualquer registro bblico de Jesus haver feito algum milagre
durante Sua infncia ou juventude. De fato, Joo 2.11 refere-se
transformao da gua em vinho nas bodas de Can, como sendo o primeiro
dos sinais por Ele manifestados.
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36 DOUTRINAS BBLICAS
Cristo apresentou aspectos humanos
As passagens a seguir evidenciam as caractersticas
essencialmente humanas de Jesus Cristo:
1. Aparncia de Homem. Hebreus 2.14-17 diz que Jesus tornou-Se
carne e sangue como seus irmos, em todos os aspectos (Mc 6).
2. Chamado Filho do Homem. Jesus referiu a Si mesmo como Filho
do Homem pelo menos oitenta vezes, identificando-Se com a raa
humana. Paulo declara haver um s mediador entre Deus e os homens,
...Cristo Jesus, homem. (lTm 2.5).
3. Sentiu-se Cansado. Em Joo 4, lemos que os discpulos
deixaram-nO junto fonte de Jac para descansar, aps intenso dia de
trabalho. Cansado, Cristo adormeceu no barco em que, junto com Seus
discpulos, atravessaram o mar da Galileia (Mt 8. 24,25).
4- Sentiu Tristeza. Jesus sentiu profundamente a dor humana,
pois, em pelo menos duas ocasies, Ele chorou publicamente (Lc
19.41; Jo 11.35).
Porque Cristo Fez-se homem
O estudo sobre a humanidade de Cristo seria incompleto se no nos
dirigssemos questo fundamental: Por que Ele fez-se homem?.
a) Para tornar-Se o sacrifcio perfeito para remisso do pecado
humano. Joo Batista chamou Jesus de ... o Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo! Qo 1.29). Jesus reconheceu esta Sua misso
em Marcos 10.45 como sendo Ele mesmo a realizao, o anttipo dos
sacrifcios transitrios do Antigo Testamento.
b) Para ser o perfeito mediador entre Deus e os homens. J j
desejava um tal mediador: N o h entre ns rbitro que ponha a mo
sobre ns... (J 9.33). Sendo Deus, Cristo pode interceder junto ao
Pai; sendo homem, pode sentir nossas fraquezas e enfermidades.
c) Para vencer a morte. A morte consequncia do pecado (Gn 2.17)
para toda a humanidade. S Cristo passou por esta vida sem pecado;
por isso, a morte no exerceu domnio permanente sobre o Seu
corpo.
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LIO 2: CRISTOLOGIA - A DOUTRINA DE CRISTO 37
TEXTO 4
A M O R T E D E C R IS T O
Lembremo-nos de que a principal misso de Cristo, ao tornar-Se
homem quando veio terra, no foi a de ensinar, nem de realizar
milagres. E verdade que Ele fez ambas as coisas, mas Deus poderia
ter ungido profetas, como no Antigo Testamento, para tais fins. A
principal misso de Cristo foi de morrer pelos pecados do mundo,
tarefa que nenhum profeta poderia cumprir.
Eis o motivo da encarnao de Jesus Cristo: a restaurao do homem
perfeita comunho com Deus Pai, atravs do perfeito sacrifcio do Seu
Filho. Cristo mesmo declarou: ... o prprio Filho do homem no veio
para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por
muitos. (Mc 10.45).
O que Cristo proclamou, da cruz
Muitas vezes, no decorrer do Seu ministrio, Jesus Cristo
vaticinou a prpria morte, especialmente quando previu que a Sua
hora se aproximava. Seus discpulos, porm, pareciam no compreender a
realidade, nem o significado da morte do Seu Mestre.
Crucificado no Calvrio, Jesus declarou o propsito da Sua morte,
tanto para os discpulos, como para todos os ouvintes. Vejamos esse
propsitos em quatro destaques:
1. Perdo (Lc 23.34);2. Paraso (Lc 23.43);3. Deus No Pode
Suportar Pecado (Mt 27.46);4. Vitria (Jo 19.30; Lc 23.46).
A cruz trouxe expiao
Expiar implica cobrir as culpas mediante um sacrifcio exigido. A
palavra empregada 77 vezes no Antigo Testamento.
Antes mesmo do uso bblico da palavra expiao (Ex 29.33), o
conceito j aparece em Gnesis 3.21, onde temos o sacrifcio de
animais pelo prprio Deus, para vestir Ado e Eva com suas peles.
Isaas 53.6,7 prova que Cristo nossa expiao.
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38 DOUTRINAS BBLICAS
A cruz trouxe redeno
Redimir quer dizer comprar de volta, readquirir uma pessoa ou
coisa, mediante pagamento do preo exigido. Tal conceito de redeno,
ou resgate, com relao a escravos, foi decretado pela Lei Mosaica
(Lv 25.47,48).
A quem devido o preo da redeno? Evidentemente no a Satans. Ele
simplesmente escraviza aqueles que escolhem uma vida de pecado. O
preo do resgate devido santidade de Deus; a nossa dvida com Deus
mesmo. Foi Deus, no Satans, quem aceitou o pagamento mediante o
sacrifcio de Cristo. O resultado disso foi a derrota eterna de
Satans.
Jesus declarou-se Redentor da humanidade, quando disse que Sua
misso era a de ... dar a sua vida em resgate por muitos". (Mt
20.28). A passagem de 1 Timteo 2.6 fala-nos de Cristo, o qual a si
mesmo se deu em resgate por todos...". Vejamos ainda 1 Pedro
1.18,19 e Glatas 3.13.
A cruz trouxe reconciliao
Reconciliar significa harmonizar as relaes interrompidas entre
dois indivduos, promovendo o mtuo entendimento atravs da remoo de
barreiras e restaurando a comunicao entre ambos. O ato, ou processo
de reconciliao, geralmente abrange o ofensor, o ofendido e o
mediador.
No caso espiritual, o ofensor toda a humanidade. A Bblia afirma:
... todos pecaram e carecem da glria de Deus. (Rm 3.23). O ofendido
o Deus Santo, que, dado o estado pecaminoso de Ado e Eva,
expulsou-os do Jardim do den.
A natureza santa e justa de Deus no tolera a comunho com
pecadores impenitentes, cujo destino a morte, a separao eterna de
Deus (Rm 6.23), a menos que se arrependam e sigam a Cristo, nosso
Reconciliador, que veio reconciliar com Deus no os justos, mas os
pecadores!
A cruz trouxe propiciao
Lemos, em xodo 25.17-22, a respeito do propiciatrio construdo
por Moiss para cobrir a Arca da Aliana. A posio do propiciatrio
como cobertura da Arca ressalta o fato de, em Cristo, a misericrdia
de Deus sobrepor-se maldio da Lei. Cristo foi dado por Deus Pai
como propiciao pelos pecados daqueles que viessem a ter f no Seu
sangue derramado (Rm 3.24-26).
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LICO 2: CRISTOLOGIA - A DOUTRINA DE CRISTO 39
TEXTO 5
A R E S S U R R E I O D E C R IS T O
Neste Texto, veremos a importncia da ressurreio de Jesus Cristo.
Mas, qual a evidncia que comprova a sua autenticidade? Qual o real
significado da ressurreio? Qual a importncia desse evento para a
vida pessoal do crente?
Na era da cincia, muitos chamados cristos no aceitam a
ressurreio de Cristo como evento literal, por no ser ela
suficientemente popular ou racional no seu entender. A Igreja do
primeiro sculo, porm, pregava a ressurreio com convico e fervor,
sendo sempre esse o tema da sua pregao, pois viviam ainda
testemunhas oculares desse fato histrico e incomparvel! Tais
testemunhas preferiam o martrio a abjurarem sua prpria experincia
com o Cristo ressurreto!
O apstolo Paulo v a ressurreio corporal de Jesus como o
fundamento da pregao crist. Ele declara que, se a ressurreio de
Jesus no tivesse ocorrido, o Evangelho inteiro e sua pregao seriam
em vo.
A ressurreio de Cristo e sua importncia
De todas as religies existentes no mundo, o Cristianismo a nica
que tem seu fundador ressurreto. De fato, os primeiros apstolos
demonstravam a autenticidade do Cristianismo baseado na ressurreio
do Senhor Jesus Cristo. interessante notar que a maioria das
mensagens apresentadas no Livro de Atos enfatiza a morte, o
sepultamento e a ressurreio de Cristo (At 1.22; 4.33 e
17.18-31).
Em 1 Corntios, o apstolo Paulo mostra que, sem Cristo
ressurreto, no teramos Evangelho nenhum para anunciar! (ICo
15.14).
Cristo mesmo afirmou que Sua futura ressurreio seria o sinal
pedido pelos judeus. Em Joo 2.19, Ele responde a Seus ouvintes nos
seguintes termos: "... Destru este santurio, e em trs dias o
reconstruirei.. Os versculos seguintes esclarecem esta declarao
como sendo referncia Sua ressurreio corprea.
A contestao do relato da ressurreio
A recusa de muitos em admitir e confessar o fato da ressurreio
no novidade ainda no sculo XXI, pois tal atitude se manifestou logo
aps a ressurreio do Mestre!
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40 DOUTRINAS BBLICAS
Lemos em Mateus 28.12-15 que os guardas que fugiram do tmulo de
Jesus, aps verem o anjo que removera a pedra da porta do sepulcro,
foram contar aos chefes dos sacerdotes o que acontecera.
mais correto concluir que aqueles que no creem, nem aceitam a
ressurreio corporal do Senhor Jesus Cristo, adotam tal atitude
para, por meio dela, tentarem acalmar a sua conscincia e da
evitarem a responsabilidade de responder chamada pessoal e
insistente de Jesus Cristo em seus coraes, para que se arrependam,
abandonem as vis imaginaes humanas e recebam a salvao que Ele lhes
oferece graciosamente.
A veracidade do relato da ressurreio
Havendo examinado vrios argumentos contrrios ressurreio, as
evidncias que comprovam a veracidade desse fato histrico so:
1. O tmulo vazio.2. Os lenis deixados em ordem.3. O testemunho
dos soldados.4. Os discpulos como testemunhas.
Os resultados da ressurreio
A ressurreio serve como selo de Deus no ministrio e pessoa de
Cristo, conforme declara Romanos 1.4: ... foi designado Filho de
Deus com poder, segundo o esprito de santidade pela ressurreio dos
mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor.
Assim, dentre os muitos resultados da ressurreio de Cristo,
destacamos:
a) A obra de Cristo aceita pelo Pai;b) A certeza da
justificao;c) Sua presena no cu como nosso Sumo Sacerdote;d) Poder
ao crente para viver de forma vitoriosa;e) Garantia da nossa
ressurreio;) A certeza de um futuro Dia de Juzo.
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LIO 2: CRISTOLOGIA - A DOUTRINA DE CRISTO 41
TEXTO 6
O S A C E R D C IO D E C R IS T O
Ao considerarmos o ministrio de Cristo glorificado, vemos a
importncia do Seu ministrio sacerdotal a nosso favor. Nossa comunho
com Cristo no presente resulta do Seu ministrio como nosso sumo
sacerdote perante Deus Pai. Disso est escrito em Hebreus 7.25: ...
vivendo sempre (isto , Cristo) para interceder por eles..
Evidentemente, o conceito de sacerdcio remonta ao Livro de
Gnesis no Antigo Testamento, sendo comum ao Judasmo e ao
Cristianismo. Neste Texto, porm, visamos a estabelecer a unicidade
do sacerdcio de Jesus Cristo, que no somente diferente, como tambm
superior ao sacerdcio aarnico (ou aranico).
A superioridade do sacerdcio de Cristo o assunto principal da
Epstola aos Hebreus. Como preparo para o estudo deste Texto,
recomendvel lermos toda a Epstola aos Hebreus.
Cristo, sumo sacerdote qualificado
No Novo Testamento, a Epstola aos Hebreus trata profundamente do
sacerdcio de Jesus Cristo. Em Hebreus 5.1-4 encontram-se enumerados
os critrios para o exerccio do sacerdcio da ordem levtica:
Qualificaes:
1. Tomado dentre os homens.2. Chamado por Deus.
Funes primordiais:
1. Oferecer tanto dons como sacrifcios pelo pecado.2.
Compadecer-se dos ignorantes e dos errados
O sacrifcio expiador de Cristo
Para entendermos bem a Epstola aos Hebreus, devemos ler tambm o
Livro de Levtico, pois em Hebreus vemos plenamente realizado em
Cristo o tipo de sacerdcio levtico, prefigurado em seus mltiplos
aspectos no Antigo Testamento.
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42 DOUTRINAS BBLICAS
Em Levtico, o Dia da Expiao tem destaque especial, prefigurando
a obra da redeno por Cristo. Uma vez por ano, naquele solene dia, o
sumo sacerdote apresentava dois bodes no altar de Deus. Um deles
era imolado e ao outro se imputavam os pecados do povo; aps isso, o
segundo bode era conduzido do acampamento israelita para o deserto.
Esses dois bodes representavam dois aspectos da obra de Cristo em
lugar do pecador: o bode morto, a morte de Cristo em lugar do
transgressor; o bode vivo (o bode emissrio) uma figura da obra de
Cristo removendo para longe as nossas iniquidades, para que no
sejam mais lembradas por Deus (Hb 8.12). Por fim, o ato do sumo
sacerdote entrar no Lugar Santssimo tipifica a entrada de Jesus
Cristo no cu, levando o sacrifcio do Seu prprio sangue por ns (Hb
9.24).
A superioridade sacerdotal de Cristo
Vejamos agora como o sacerdcio de Cristo superior em todo
sentido ao sacerdcio levtico. A Epstola aos Hebreus mostra de
maneira magistral a superioridade da obra de Cristo como nosso Sumo
Sacerdote, ao revelar:
1. O carter de Cristo. Em primeiro lugar, o carter pessoal de
Jesus Cristo superior ao de qualquer todo sacerdote. S Cristo foi
Deus encarnado; s Ele levou uma vida humana sem pecado (Hb
7.26).
2. O perfeito sacrifcio de Cristo. Em segundo lugar, o sacrifcio
oferecido por Cristo foi incomparavelmente superior ao oferecido
por outro sacerdote. Todos os demais sacerdotes ofereciam
sacrifcios provisrios, que apenas prefiguravam o perfeito sacrifcio
que Cristo ofereceria de Si mesmo.
Cristo, isento de pecado, como est declarado em Hebreus 7.26,
nada precisava oferecer em sacrifcio por Si mesmo. Isto O
qualificou para ser o eterno anttipo do cordeiro repetidamente
sacrificado conforme o ritual judaico.
3. A nova aliana. Hebreus 9.13-15 confirma a superioridade do
sacrifcio de Cristo e mostra como Seu sacrifcio supremo e eterno O
qualificou para ser o divino mediador de uma nova e perfeita aliana
entre Deus e os homens.
4. O superior santurio de Cristo. Os sacerdotes levticos
desempenhavam suas responsabilidades no tabernculo levantado no
deserto, e, mais tarde, nos templos judaicos. Cristo, porm, no
somente ofereceu um sacrifcio, como tambm o ofereceu num santurio
superior (Hb 8.1,2).
5. O ministrio de intercesso de Cristo superior. Ao
considerarmos a superioridade do ministrio intercessor de Jesus
Cristo em nosso lugar, ficamos deslumbrados por seu alcance e
eficcia (Hb 4-16; 7.25). O ministrio intercessor de
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LICO 2: CRISTOLOGIA - A DOUTRINA DE CRISTO 43
Cristo superior porque somente Ele pode interceder por ns, face
a face com Deus Pai. Os sacerdotes levticos no podiam aproximar-se
de Deus face a f