Doença Hepática na Doença Renal Crônica – Como e Quando Tratar Stela Scaglioni Marini Profa Gastroenterologia Universidade Caxias do Sul (UCS) Gastroenterologista Equipe do Transplante Hepático Hospital Geral Preceptora Gastroenterologia Hospital Pompéia Caxias do Sul Mestranda do Programa de Pós Graduação Gastroenterologia e Hepatologia UFRGS
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Doença Hepática na Doença Renal Crônica – Como e Quando Tratar Stela Scaglioni Marini Profa Gastroenterologia Universidade Caxias do Sul (UCS) Gastroenterologista.
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Doença Hepática na Doença Renal Crônica – Como e Quando Tratar
Stela Scaglioni MariniProfa Gastroenterologia Universidade Caxias do Sul (UCS)
Gastroenterologista Equipe do Transplante Hepático Hospital Geral Preceptora Gastroenterologia Hospital Pompéia Caxias do Sul
Mestranda do Programa de Pós Graduação Gastroenterologia e Hepatologia UFRGS
• Elevada prevalência e incidência de hepatite crônica B ou C em pacientes em hemodiálise
• Hepatite crônica fator de risco independente para óbito de pacientes em HD (RR=1.34)
• HCV+ em HD=> maior mortalidade por doença cardiovascular , risco independente para DAC- RR=1.8(1.1-2.9)
• Transplantados renais HCV+=> menor sobrevida, perda do enxerto, risco de desenvolver DM pós Tx
Chacko et al, Postgrad Med J 2010;86:486-92
Hepatopatia na Doença Renal Crônica – Importância na Prática Clínica
Maheshwari A et al. Lancet 2008;372 : 321-32
História Natural Hepatite C
• Forma de Contágio? Via parenteral=> transfusão, uso de drogas injetáveis, tatuagem,
instrumentos infectados, raramente via sexual e perinatal
• Quando suspeitar? Icterícia, elevação ALT/AST (2 a 20 x limite superior), soroconversão Anti
HCV+
• Como confirmar? Soroconversão recente associada elevação de transaminases , exposição
ao vírus, PCR positivo
Maheshwari A et al. Lancet 2008;372 : 321-32
Hepatite Aguda Vírus C
Hepatite Aguda Vírus C
• Quando Tratar hepatite C aguda? - PCR persistentemente positivo após 16 semanas do
diagnóstico- clearance espontâneo?
- Solicitar genótipo e carga viral pré-tratamento do HCV
• Como tratar? - Peg- Interferon - Interferon convencional
Liu CH, Kao JH. Journal of Gastroenterol and Hepatology 2011;26: 228-39
• Interferon: - Endógeno: sistema imunológico inespecífico, mecanismo de
defesa importante logo após infecção
-Estimula a exposição dos antígenos virais na superfície das células infectadas sinalizando a destruição destas células.
- Clearance do inteferon reduzido em portadores de IRC -Para-efeitos: leucopenia (20% pacientes neutrófilos ≤ 750),
plaquetopenia, depressão
Tratamento HCV
Ghany MG, Strader DB, Thomas DL, Seeff LD. AASLD Practice Guideline, Hepatology 49 (4):1335-74
Tratamento Hepatite C Aguda em Portadores de IRC
Liu CH, Kao JH. Journal of Gastroenterol and Hepatology 2011;26: 228-39
• Como monitorar pacientes sob risco de contaminação HCV?
- Transaminases mensalmente=> se alteradas solicitar marcadores para descartar hepatite viral
- Anti HCV 6/6 meses
Tratamento Hepatite C Aguda em Portadores de IRC
Marin P, Fabrizi F. Journal of Hepatolgy, 2008, 49: 613-24
• Discreta elevação de transaminases associada a anti HCV + PCR +
• Pacientes em diálise não costumam apresentar elevação de transaminases
Motivo? nutrição inadequada, deficiência de vitamina B, efeito inibitório da uremia
Sugere-se que limite superior da normalidade seja de 27 para pacientes em hemodiálise como indicador de provável hepatopatia
Hepatite Crônica portadores de IRC- Diagnóstico
Espinosa E, Martin-Malo A, Alvarez de Lara MA, Soriano S. Clin Nephrol 2000; 54: 151-56
Hepatite Crônica Vírus C na DRC
• Como avaliar o grau de fibrose? Exame físico Métodos não invasivos- fibroscan e fibroteste indicados para
avaliar graus avançados de fibrose. Não substitui biópsia Biópsia Hepática- estabelecer gravidade
• Biópsia hepática em portadores de hepatite crônica pelo vírus C – Quando indicar?
Guidelines AASLD 2009- biopsiar genótipo 1, não biopsiar genótipo 2 e 3 (RVS 80%) ou cirróticos
Ghany MG, Strader DB, Thomas DL, Seeff LD. AASLD Practice Guideline, Hepatology 49 (4):1335-74
Hepatite Crônica Vírus C- Função Renal Normal
Tratamento HCV
• Ribavirina: - Nucleosídeo sintético, atividade antiviral contra vírus RNA e DNA=> altera os agrupamentos de nucleotídeos e formação de RNA mensageiro normal- Tratamento de escolha hepatite crônica pelo vírus C não dialíticos associada ao Peg Interferon - Metabolismo renal, não removido pela hemodiálise- Para-efeitos: anemia hemolítica severa, hiperuricemia - Contra-indicada em pacientes renais crônicos
Ghany MG, Strader DB, Thomas DL, Seeff LD. AASLD Practice Guideline, Hepatology 49 (4):1335-74
Tratamento Hepatite Crônica Vírus C - IRC
Liu CH, Kao JH. Journal of Gastroenterol and Hepatology 2011;26: 228-39
Tratamento Hepatite Crônica Vírus C - IRC
Liu CH, Kao JH. Journal of Gastroenterol and Hepatology 2011;26: 228-39
Tratamento Hepatite Crônica Vírus C - IRC
Liu CH, Kao JH. Journal of Gastroenterol and Hepatology 2011;26: 228-39
- Tratamentos combinados com Interferon e Ribavirina mostraram resultados promissores em termos de eficácia, efetiviadade e segurança em pacientes dialíticos
-Necessários mais estudos
Tratamento Hepatite Crônica Vírus C – Metanálise
Fabrizi F. Journal Viral Hepatitis 2010 in press
Tratamento Hepatite Crônica Vírus C
•Tratamento recomendado Interferon convencional sem ribavirina em casos selecionados
•Não há evidência suficiente para indicar associação de Interferon + Ribavirina mesmo em baixas doses
•Tempo de Tratamento: 24 a 48 semanas dependendo de genótipo
Liu CH, Kao JH. Journal of Gastroenterol and Hepatology 2011;26: 228-39
Tratamento Hepatite Crônica Vírus C – Retratamento com Interferon + Ribavirina
Liu CH et al. GUT 2011;58:314-16
Hepatite Vírus B – História Natural
JD Harnett et al. Am J Kidney Dis 1988; 11:210-13Feitelson, Lab Invest 1994
80%
Portaria Ministério da Saúde, 2005
Hepatite B portadores de IRC- avaliação laboratorial
1) Fase Imunotolerância=> HBeAg-positivo; HBV DNA níveis elevados (> 105); ALT normal
2) Fase Imunoatividade=> HBeAg-positivo, HBV DNA (> 104); ALT elevada
3) Fase Não-Replicativa ou portador inativo=> HBeAg-negativo; HBV DNA baixo (< 104); ALT normal
4) Mutante Pré-Core=> HBeAg-negativo, HBV DNA elevado; ALT elevada
Fases Infecção Crônica pelo Vírus B
Lok AS et al, Gastroenterol 2001; 120:1828-53
1) Fase Imunotolerância=> HBeAg-positivo; HBV DNA níveis elevados (> 105); ALT normal
2) Fase Imunoatividade=> HBeAg-positivo, HBV DNA (> 104); ALT elevada
3) Fase Não-Replicativa ou portador inativo: HBeAg-negativo; HBV DNA baixo (< 104); ALT normal
4) Mutante Pré-Core: HBeAg-negativo, HBV DNA elevado; ALT elevada
Quando Tratar Hepatite Crônica Vírus B pacientes em HD
Edey M, Barraclough K, Johnson D. Nephrology 2010; 15: 137-145
Tratamento Hepatite Crônica Vírus B pacientes em HD
• Objetivo tratamento: soroconversão HbsAg para anti Hbs=> minoria dos pacientes
• HbeAg=> anti Hbe= supressão da replicação viral – reduz processo inflamatório
• Portador inativo=> não há indicação de realizar tratamento exceto se será submetido a imunossupressão
Edey M, Barraclough K, Johnson D. Nephrology 2010; 15: 137-145
• Evolução para cirrose mais agressiva em pacientes pós Tx Renal ou imunossuprimidos
• Risco de flair ( reagudização) da infecção viral podendo cursar com insuficiência hepática
• Carcinoma hepatocelular mesmo em não cirróticos
Fabrizi F, Messa P, Martin P. Seminars in Dialysis 2008; 21: 440-46
Hepatite Crônica Vírus B- Pré Tx Renal
Fabrizi F et al. Seminars in Dialysis. 2008; 21: 440-46
Hepatite Vírus B em portadores de IRC- Mensagem Final
• Evolução para hepatite crônica pelo vírus B é maior dentre pacientes em hemodiálise
• Indicado pacientes em fase imunoatividade ( HbeAg+ Carga viral e transaminases elevadas) com biópsia evidenciando fibrose (F2). Considerar sobrevida, comorbidades, indicação ou não de transplante renal
• Screening com ecografia abdome de carcinoma hepatocelular 6/6 meses
• Aguardamos estudos na literatura avaliem uso de novos antivirais (entecavir, tenofovir e adefovir) em portadores de IRC