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INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROF. FERNANDO FIGUEIRA-IMIP
MESTRADO EM SAÚDE MATERNO INFANTIL
DOADORES DE SANGUE DE HEMOCENTRO PÚBLICO DO RECIFE:
PERCEPÇÃO DA DOAÇÃO E COMPORTAMENTO DE RETORNO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Materno Infantil do Instituto
de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira,
como parte dos requisitos para obtenção do grau
de Mestre.
Aluna: Fábia Michelle Rodrigues de Araújo
Orientadora: Katia Virginia de Oliveira Feliciano
Co-orientadora: Marina Ferreira de Medeiros Mendes
RECIFE, DEZEMBRO, 2008
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INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROF. FERNANDO FIGUEIRA-IMIP
MESTRADO EM SAÚDE MATERNO INFANTIL
DOADORES DE SANGUE DE HEMOCENTRO PÚBLICO DO RECIFE:
PERCEPÇÃO DA DOAÇÃO E COMPORTAMENTO DE RETORNO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Materno Infantil do Instituto
de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira,
como parte dos requisitos para obtenção do grau
de Mestre.
Aluna: Fábia Michelle Rodrigues de Araújo
Orientadora: Katia Virginia de Oliveira Feliciano
Co-orientadora: Marina Ferreira de Medeiros Mendes
RECIFE, DEZEMBRO, 2008
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F i c h a c a t a l o g r á f i c a
Preparada pela Biblioteca do Instituto de Medicina Integral Profº Fernando Figueira - IMIP
Araújo, Fábia Michelle Rodrigues de Doadores de sangue de hemocentro público do Recife: percepção da doação e comportamento de retorno / Fábia Michelle Rodrigues de Araújo. - Recife, 2008. 92 -- f. :Il.(tab.graf. il.) Dissertação (mestrado) - Instituto de Medicina Integral Profº Fernando Figueira – IMIP, 2008. Linha de pesquisa: Avaliação de programas e serviços de saúde. Orientador: Kátia Virgínia de Oliveira Feliciano Co-orientadora: Marina Ferreira de Medeiros Mendes
1. Doadores de sangue. 2. Satisfação dos consumidores. 3. Qualidade da assistência à saúde. 4. Bancos de sangue. 5. Avaliação de programas e projetos de saúde. I. Feliciano, Kátia Virgínia de Oliveira, orientadora. II. Mendes, Marina Ferreira de Medeiros, co-orientadora. III. Título. NLM WH
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LINHA DE PESQUISA: Avaliação de Programas e Serviços de Saúde
MESTRANDA: Fábia Michelle Rodrigues de Araújo
Médica Pediatra da Emergência Pediátrica
Hematologista da Agencia Transfusional do Instituto de Medicina Integral Professor
Fernando Figueira - IMIP
Telefone: (81) 9952-9355
[email protected]
ORIENTADORA: Katia Virginia de Oliveira Feliciano
Pesquisadora e Docente do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira -
IMIP/ Diretoria de Pesquisa/ Grupo de Estudos de Avaliação em Saúde
Telefone: (81) 2122-4147
[email protected]
CO-ORIENTADORA: Marina Ferreira de Medeiros Mendes
Pesquisadora do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - IMIP/
Diretoria de Pesquisa/ Grupo de Estudos de Avaliação em Saúde
Telefone: (81) 2122-4147
[email protected]
INSTITUIÇÃO: Hemocentro Recife, Fundação de Hematologia e Hemoterapia de
Pernambuco (Hemope).
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AGRADECIMENTOS
À Santíssima Trindade e a Virgem Maria, força invisível, que nos sustenta quando
pensamos já estarmos vencidos.
Aos meus pais e irmãs, porto seguro e apoio incondicional em todos os momentos da
minha vida.
A André, pelo apoio, compressão e momentos descontraídos.
À minha querida, orientadora, Kátia, por todo o ensinamento, paciência, amizade,
acolhimento, incentivo, confiança, dedicação, apoio e segurança em todos os momentos
desse trabalho.
À minha querida, co-orientadora, Marina, que em todos os momentos difíceis do
trabalho ou da vida pessoal, sempre foi disponível para me ajudar com alegria.
Ao IMIP, pelo apoio institucional oferecido para a realização do mestrado.
Ao Hemope, por todo o suporte fornecido para a realização da pesquisa.
Aos professores do curso, pelo compromisso demonstrado diante de todos os alunos.
À Profa. Isabella Samico, pela atitude de escuta e contribuições dadas ao trabalho.
Ao Prof. José Natal Figueiroa, pela disponibilidade, carinho e auxílio na análise
estatística dos dados.
Aos doadores, pela atenção e disponibilidade em participar da pesquisa.
Aos funcionários do curso e do IMIP, sempre dispostos ao atendimento.
Aos meus colegas de trabalho, pela compreensão das minhas faltas, atrasos e todo o
apoio nesses dois anos de curso.
Aos chefes e funcionários do banco de sangue do Hemope, pelo acolhimento,
incentivo e amizade.
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LISTA DE ABREVIATURAS
HEMOPE - Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco
IMIP - Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira
IPPS - Instrumento Padrão de Pesquisa de Satisfação
OMS - Organização Mundial de Saúde
PNDVS - Programa Nacional de Doação Voluntária de Sangue
PRÓ-SANGUE - Programa Nacional do Sangue
SC - Sala de Coleta
SIDA - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
SINASAN - Sistema Nacional de Sangue
SBS - Sistema de Banco de Sangue
SUS - Sistema Único de Saúde
TE - Triagem de Enfermagem
TM - Triagem Médica
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RESUMO
Objetivos: conhecer aceitabilidade de doadores de sangue relacionada à doação atual e
sua história de doações em hemocentro público do Recife. Métodos: estudo descritivo
com abordagens transversal e longitudinal. Corte transversal foi realizado entre janeiro e
maio de 2008, numa amostra de 527 doadores (estimativa de 10% de avaliações
negativas da doação, nível de confiança de 95% e erro de 2,5%) na qual o décimo nono
era convidado a responder questionário. Para estudo longitudinal, em junho de 2008, os
históricos de doação neste serviço foram coletados junto ao Sistema de Banco de
Sangue (SBS). Analisaram-se: para amostra total, opiniões sobre tratamento,
comunicação, confiança no atendimento, mediana de doações por sexo, idade e
escolaridade; para 363 doadores (excluídos 164 com histórico anterior ao SBS) período
da primeira doação e 261 (excluídos 100 doadores de primeira vez e 2 por imprecisão
da data do retorno) o comportamento de retorno. Utilizou-se qui-quadrado com nível de
confiança de 95%. Respeitaram-se princípios éticos da pesquisa. Resultados: eram
homens (81,4%), 35,1% tinham entre 25 e 34 anos, 46,5% com segundo grau completo,
19,0% faziam primeira doação e 56,4% espontaneamente. Metade demonstrou
insatisfação com tempo gasto na doação e 36,4% encontraram dificuldade para chegar à
unidade. Houve forte aceitabilidade do acolhimento, sobretudo informação (entre 96,2%
e 99,2% “muito satisfeito”/“satisfeito” nas distintas etapas) e tratamento (93,5% a
96,4% “ótimo”/“bom”). A confiança decorreu principalmente da competência
profissional e educação/cordialidade. As mulheres solicitaram mais esclarecimentos. A
sala de coleta foi setor melhor avaliado. Apesar disso, houve pontos frágeis:
impessoalidade, informação pouco clara, falta de perguntas/informações apropriadas,
persistência de dúvidas e rapidez da entrevista médica. A participação feminina cresceu
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no período atual em comparação a 1998-2000, mas percentual elevado dos doadores de
primeira vez eram homens. Para proporção maior daqueles que doaram ≥5 vezes,
primeiro retorno ocorreu em até 6 meses (43,8%) e apenas 32,7% não retornaram até 12
meses. Prevaleceu sexo masculino entre doadores de repetição. Conclusões: apesar da
elevada aceitabilidade é necessário desenvolver processo de educação continuada que
contemple formação técnica e humanitária dos profissionais. Ademais, é fundamental
priorizar doadores de repetição, potencialmente mais receptivos, para aumentar
efetividade do recrutamento.
Palavras-chave: Doadores de Sangue, Satisfação do Usuário, Qualidade, Acolhimento,
Avaliação de Serviços de Saúde, Avaliação em Saúde.
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ABSTRACT
Objectives: To understand blood donors’ acceptability of current and previous
donations given at the public hemocentre in Recife. Methods: A longitudinal and
transversal approach descriptive study. A transversal cut was carried out between
January and May 2008 of a sample of 527 donors (10% gave negative evaluations of
donations, 95% had a level of confidence, error 2.5%). A questionnaire was given to the
nineteenth donor. For the June 2008 longitudinal study, donation background at this
hemocentre was collected from the Blood Bank System (BBS). Analysis: For the total
sample, opinions concerning treatment, communication, confidence in attendance,
median donations by gender, age and school level. For 363 donors the first donation
period, 164 were excluded because of anterior donations to BBS. Of the remaining 261
(100 first time donors and 2 donors for imprecise date return were excluded) the return
behaviour was analysed. Chi-square of 95% confidence was used. The researches
ethical principles were respected. Results: 81.4% were men, 35.1% aged between 25
and 34 years, 46.5% had concluded high school, 19.0% were first time donors and
56.4% came spontaneously. 50% demonstrated insatisfaction with the time spent
donating and 36.4% had difficulties reaching the hemocentre. There was a high level of
acceptability concerning reception, mainly regarding information (between 96.2% and
99.2% “satisfied” / “very satisfied” for the distinct stages) and treatment (93.5% to
96.4% “good” / “excellent”). Their confidence was mainly due to professional
competence, education and politeness. Women asked for more explanations. The
collection room received the best evaluation. However there were weak aspects:
impersonality, unclear information, lack of appropriate questions/information, residual
doubts and rapidity of doctors interviews. In the present period, female participation
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increased in comparison to 1998-2000, but the higher percentage of first time donors
were men. The greater proportion of those who donated ≥5 times, first return occurred
within 6 months (43.8%) and only 32.7% did not return within 12 months. Male donors
have prevailed amongst repeating donors. Conclusions: Inspite of the high acceptability
the development of a continuous education process aiming at professionals’ technical
and humanitarian training is required. In addition, it is fundamental to prioritize
repeating donors who are potentially more receptive in order to increase recruitment
effectiveness.
Key words: Blood donors, Users’ satisfaction, Quality, Reception, Health Services
Evaluation, Health evaluation.
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SUMÁRIO
RESUMO
I. INTRODUÇÃO 1
II. OBJETIVOS 4
2.1. Objetivo geral 4
2.2. Objetivos específicos 4
III. MÉTODOS 5
3.1 Desenho do estudo 5
3.2 Local do estudo 5
3.3 População do estudo 6
3.4 Corte transversal 6
3.4.1. Período do estudo 6
3.4.2. Amostra 6
3.4.2.1 Amostragem 6
3.4.2.2 Tamanho da Amostra 8
3.4.3 Critérios de elegibilidade 8
3.4.4 Definição e operacionalização de variáveis 8
3.4.5 Estudo piloto 14
3.4.6 Coleta de dados 15
3.4.7 Instrumento para coleta de dados 16
3.4.8 Processamento e análise de dados 16
3.5 Estudo longitudinal 17
3.5.1 Período do estudo 17
3.5.2 Critérios de elegibilidade 17
3.5.3 Amostra 18
3.5.3.1 Amostragem 18
3.5.3.2 Tamanho da amostra 18
3.5.4 Definição e operacionalização das variáveis 19
3.5.5 Coleta de dados 20
3.5.6 Instrumento para coleta de dados 20
3.5.7 Processamento e análise de dados 20
3.6 Aspectos éticos 21
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IV. RESULTADOS 23
4.1 Artigo1: Aceitabilidade de doadores de sangue no hemocentro público do Recife, Brasil.
24
4.2 Artigo2: Doadores de sangue de primeira vez e comportamento de retorno no hemocentro público do Recife
47
V. CONCLUSÕES 69
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 71
APÊNDICES 74
APÊNDICE 1: Amostragem – Listagem dos doadores 75
APÊNDICE 2: Instrumento de coleta de dados – estudo transversal 76
APÊNDICE 3: Instrumento de coleta de dados – estudo longitudinal 89
APÊNDICE 4: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 91
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LISTA DE TABELAS
ARTIGO 1
TABELA 1: Percepção dos doadores sobre o tratamento recebido em distintas etapas da doação de sangue.
42
TABELA 2: Percepção dos doadores acerca da inteligibilidade da informação recebida dos profissionais em distintas etapas da doação de sangue.
43
TABELA 3: Percepção dos doadores acerca da informação recebida em distintas etapas da doação de sangue.
44
TABELA 4: Percepção dos doadores sobre a disponibilidade para esclarecer dúvidas em distintas etapas da doação de sangue.
45
TABELA 5: Motivos referidos pelos doadores, segundo o grau de confiança no atendimento em distintas etapas da doação de sangue.
46
ARTIGO 2
TABELA 1: Sexo, idade a primeira doação e fator Rh, segundo o período da primeira doação de sangue.
66
TABELA 2: Intervalo do primeiro retorno, por número total de doações, sexo, idade a primeira doação, fator Rh e padrão de doação de doadores com no mínimo duas doações.
67
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1. Curva de sobrevivência dos doadores de repetição. 68
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1
I. INTRODUÇÃO
A doação de sangue é um tema relevante no mundo inteiro que requer
compromisso dos governos, tendo em vista o desenvolvimento de estratégias para
melhorar a qualidade e assegurar a quantidade de sangue capaz de atender a demanda
transfusional crescente1. A partir de 1980 no Brasil a criação do Programa Nacional do
Sangue (PRÓ-SANGUE) inicia uma série de mudanças na área de sangue e
hemoderivados, preconizando a doação de sangue voluntária, não remunerada e a
instalação de uma rede de Centros de Hematologia e Hemoterapia2. Ainda na década de
80, o aparecimento da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA) aumentou a
preocupação com a qualidade dos produtos a serem transfundidos3.
Em um contexto de carência crônica de sangue no país, com o propósito de elevar
o número de doações de sangue e avançar na garantia da segurança do sangue
transfundido, o Governo Federal, em novembro de 1998, por intermédio do Ministério
da Saúde instituiu o Programa Nacional de Doação Voluntária de Sangue (PNDVS).
Este estabeleceu como uma de suas metas a promoção da coleta de um número de
bolsas de sangue correspondentes a 3% da população brasileira, das quais 80% devem
ser oriundas de doações espontâneas. Segundo Gonçalez et al4, a Organização Mundial
de Saúde (OMS) estima que o estoque adequado para um país possa ser alcançado
quando os doadores representam entre 3 e 5% da população.
A Política Nacional de Sangue, para o Brasil, desde 2001, cujas diretrizes devem
ser efetivadas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Sistema
Nacional de Sangue (SINASAN), regulamenta a captação, coleta, processamento,
estocagem, distribuição e transfusão do sangue5-7. Estão entre seus objetivos: promover
o desenvolvimento institucional e a capacitação gerencial e técnica da rede de unidades
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2
hemoterápicas públicas e integrar as ações do poder público em todos os níveis de
governo. Busca-se assegurar a auto-suficiência do país nesse setor e garantir o acesso
universal a sangue com qualidade e em quantidade suficiente7.
Os hemocentros têm uma importância médico-social muito grande, pois sem o seu
papel de captar doadores, realizar coleta com testes imunohematológicos, armazenar e
distribuir de maneira adequada os produtos hemoterápicos, muitos pacientes que
necessitassem utilizá-los em procedimentos clínicos ou cirúrgicos morreriam8. Apesar
disso, os hemocentros, incluindo o Hemocentro Recife, não estão conseguindo um
estoque de sangue suficiente. Na busca do doador voluntário e de repetição, a
propaganda institucional tem se voltado para a conscientização da população sobre a
importância de doar sangue de forma repetida (retorno pelo menos uma vez a cada treze
meses, considerando a data de sua última doação no mesmo serviço de hemoterapia)9,10.
Os grandes desafios são aumentar a captação de doadores e transformar a primeira
doação voluntária em doação contínua, ao mesmo tempo, ampliando o atendimento à
demanda crescente por sangue, a garantia de bolsas de sangue com maior segurança
para o receptor e a redução do custo da coleta: os doadores de repetição com maior
freqüência atenderiam aos critérios exigidos, assim, menos exames sorológicos seriam
desprezados nos retestes9. Moura et al.11 afirmam que a cultura brasileira tem se
mostrado adversa à doação voluntária, habitual e espontânea de sangue em decorrência
de preconceitos e tabus. Estes autores sugerem a priorização do processo educativo
voltado aos doadores habituais, estimulando a solidariedade e o compromisso social.
Dois aspectos adquirem enorme importância quando se trata de manter um
relacionamento fiel com os doadores de sangue: a percepção do atendimento no
processo de doação9,12-14 e os padrões de doação de primeira vez15,16 e de retorno16-18. A
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3
percepção pelo doador das múltiplas dimensões da qualidade do atendimento no serviço
de hemoterapia influencia a disponibilidade ou indisponibilidade para doar sangue outra
vez, afetando o retorno. Não se pode prescindir da opinião dos doadores para responder
às suas necessidades e expectativas quanto à qualidade do atendimento. A satisfação dos
usuários é um dos aspectos indicativos da qualidade dos serviços de saúde19-24.
Por outro lado, também é fundamental conhecer as características dos doadores de
sangue conforme o período da primeira doação e o comportamento de retorno para
identificar aqueles potencialmente mais receptivos, visando aumentar a efetividade do
recrutamento17,18. Daí a importância deste estudo, com o qual se pretende contribuir
para a reorientação das práticas de atendimento e retenção de doadores.
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4
II. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Estudar a percepção de doadores de sangue sobre componentes da aceitabilidade
relacionados à doação atual e a sua história de doações em hemocentro público da
cidade do Recife.
2.2 Objetivos específicos
2.2.1 Conhecer a percepção dos doadores sobre o acesso geográfico ao hemocentro, o
tempo gasto na doação, bem como a forma de tratamento, a competência comunicativa,
a atitude de escuta e a confiança no atendimento nas distintas etapas do processo de
doação de sangue.
2.2.2 Avaliar os doadores de sangue segundo o período da primeira doação e o
comportamento de retorno, relacionando-os com características sócio-demográficas e
tipo sangüíneo.
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5
III. MÉTODOS
3.1 Desenho do estudo
Estudo descritivo desenvolvido em duas etapas, na primeira foi realizado um corte
transversal e na segunda um estudo longitudinal.
3.2 Local do estudo
Este foi realizado no Hemocentro Recife, unidade hemoterápica da rede de
serviços da Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope),
instituição vinculada à Secretária de Saúde do Estado de Pernambuco que responde pelo
desenvolvimento de ações na área de hematologia e hemoterapia. Esta unidade tem
grande relevância social, pois é o único hemocentro público da 1ª Gerência Regional de
Saúde, a qual compreende a cidade do Recife e os municípios da Região Metropolitana,
realizando atendimento mensal de aproximadamente 5.500 doadores de sangue. De
acordo com o princípio de universalidade do acesso fornece suporte à rede pública e
privada de serviços de saúde.
Conforme a legislação vigente o fluxo do processo de doação é o seguinte: (a)
recepção, onde os potenciais doadores entregam documento com foto e informam seus
dados pessoais; (b) triagem de enfermagem, setor em que os sinais vitais, o peso e a
altura são aferidos, assim como é feita contagem da hemoglobina; (c) triagem médica,
onde é realizada a entrevista padronizada que permite, juntamente com os resultados da
etapa anterior, definir a elegibilidade do candidato à doação; (d) lanchonete, para
alimentar-se antes da doação; (e) sala de coleta, nesse setor realiza-se punção venosa
com retirada do sangue do doador mediante o uso de material descartável e (f)
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6
lanchonete, onde é oferecido outro lanche após a doação. O doador de sangue precisa
gozar de boa saúde, ter idade entre 18 e 65 anos e peso acima de 50 quilos.
3.3 População do estudo
As pessoas que doaram sangue no Hemocentro Recife no período da coleta de
dados. Na Região Metropolitana do Recife, segundo pesquisa realizada em 2007, na
Fundação Hemope, 67% dos doadores de sangue eram do sexo masculino, 88% da faixa
etária entre 20 e 49 anos, 48% eram solteiros, 48% de etnia parda e 45% haviam
completado o ensino médio14.
3.4 Corte transversal
3.4.1 Período do estudo
A coleta de dados foi realizada entre 21 de janeiro e 30 de maio de 2008.
3.4.2 Amostra
3.4.2.1 Amostragem
A amostragem de conveniência foi selecionada de forma sistemática, sendo
iniciada com o primeiro doador que finalizou a coleta de sangue após o começo de cada
turno de coleta de dados, os demais foram selecionados com base em um intervalo fixo
que correspondeu à “fração da amostra”. Desse modo, foi selecionado um doador de
cada 19 da listagem nominal construída em cada turno da coleta (Apêndice 1). Este
intervalo foi calculado considerando a estimativa de entrevistar 6 doadores em cada
turno.
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7
Quando ocorreu recusa foi escolhido o próximo doador, com o intervalo previsto
para a “fração da amostra” sendo contado a partir daquele que recusou. Foram
registradas 44 recusas (não desejava participar, não tinha tempo, alguém estava
esperando) e 13 perdas quando aceitaram participar da pesquisa, mas não foram
encontrados no serviço após finalizarem o processo de doação.
Figura 1: Fluxograma para captação dos participantes
Doadores na sala de coleta
Pesquisadora
Aplicação dos critérios de inclusão
Aceitaram (n=540)
Recusaram (n=44)
Sala de entrevistas (n=527)
Lanchonete
Excluídos (n=2)
Perdas (n=13)
Aplicação do questionário
Termo de Consentimento
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8
3.4.2.2 Tamanho da amostra
O tamanho da amostra foi calculado com uma estimativa de 10% de avaliações
negativas em relação ao processo de doação de sangue, com nível de confiança de 95%
e uma margem de erro de 2,5%, totalizando 553 doadores. A prevalência máxima
esperada correspondia ao maior percentual de insatisfação encontrada entre doadores
em estudo realizado, em 2007, no Hemocentro Recife14. A amostra obtida constou de
527 doadores.
3.4.3 Critérios de elegibilidade
Foram incluídas as pessoas que doaram sangue. Houve duas exclusões (problema
cognitivo visível e dispensa da bolsa por inadequação clínica). Embora não tenha
ocorrido, estava prevista a exclusão daqueles doadores de sangue que já haviam
participado do estudo piloto ou que tinham sido selecionados para esta pesquisa em um
contato anterior com o hemocentro.
3.4.4 Definição e operacionalização das variáveis
• Sexo: características que distinguem homens e mulheres; variável categórica,
nominal, dicotômica: masculino ou feminino.
• Idade: número de anos completos vividos desde o nascimento até o momento da
entrevista; variável numérica, contínua, pós-codificada.
• Local de residência: município em que está localizada a moradia do doador de
sangue; variável categórica, nominal, policotômica: Recife, Olinda, Jaboatão, outro.
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9
• Estado civil: modo como o doador de sangue está situado em relação à vida
conjugal; variável categórica, nominal, policotômica: solteiro, casado, união
consensual, viúvo, divorciado, outro.
• Escolaridade: número de anos completados no sistema formal de educação; variável
numérica, contínua, pós-codificada.
• Pós-graduação: informa sobre a realização de curso de pós-graduação; variável
categórica, nominal, policotômica: não cursou, incompleto, completo.
• Ocupação: principal atividade desenvolvida pelo doador de sangue; variável
categórica, nominal, policotômica, pós-codificada.
• Absenteísmo no trabalho: faltou ao emprego para efetuar a doação de sangue;
variável categórica, nominal, dicotômica: sim, não.
• Meio de locomoção utilizado: transporte utilizado pelo doador de sangue no seu
deslocamento até o hemocentro; variável categórica, nominal, policotômica: veículo
próprio, transporte público coletivo, transporte alternativo, motocicleta, bicicleta,
deslocamento a pé, táxi.
• Local de partida: lugar de onde o doador saiu para realizar a doação atual; variável
categórica, nominal, policotômica: residência, serviço de saúde, escola, trabalho,
outro.
• Tempo gasto no deslocamento: tempo que o doador de sangue levou do local de
partida até o hemocentro; variável numérica, contínua, pós-codificada.
• Percepção da dificuldade do acesso geográfico: grau de dificuldade percebido pelo
doador de sangue em relação ao deslocamento feito até o hemocentro; variável
categórica, ordinal: muito grande, grande, regular, pequena, nenhuma.
Page 24
10
• Número de doações anteriores: quantitativo de doações de sangue realizadas antes
da doação atual; variável numérica, discreta, pós-codificada: 0-n.
• Tempo de doador: tempo transcorrido desde a primeira doação até o momento da
entrevista; variável numérica, contínua, pós-codificada: 0-n.
• Antecedentes de doação de sangue na família e/ou amigos: história de doação de
sangue por familiares e/ou amigos; variável categórica, nominal, dicotômica: sim ou
não.
• Familiares que doaram sangue: quais foram os familiares que já doaram sangue;
variável categórica, nominal, policotômica: pai/mãe, esposo/a, tio/a, irmão/ã,
primo/a, filho/a, outro.
• Antecedentes de transfusão na família e/ou amigos: história de familiares e/ou
amigos que foram receptores de sangue; variável categórica, nominal, dicotômica:
sim ou não.
• Familiares que receberam transfusão de sangue: quais foram os familiares que já
receberam doação de sangue; variável categórica, nominal, policotômica: pai/mãe,
esposo/a, tio/a, irmão/ã, primo/a, filho/a, outro.
• Tipo de doação: caracteriza a doação atual; variável categórica, nominal,
policotômica: espontânea, reposição, autóloga ou convocação.
• Motivo da doação atual: maneira pela qual o doador de sangue foi captado para
fazer a doação atual; variável categórica, nominal, policotômica: serviço de saúde,
familiares, amigos, outra.
• Percepção da forma de tratamento: opinião do doador de sangue sobre o tratamento
recebido em todas as etapas do processo (recepção, triagem de enfermagem, triagem
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11
médica, sala de coleta e lanchonete); variável categórica, ordinal: ótimo, bom,
regular, ruim, péssimo.
• Motivos para avaliação da forma de tratamento: justificativa apresentada pelo
doador para o julgamento feito em relação o tratamento recebido em todas as etapas
do processo (recepção, triagem de enfermagem, triagem médica, sala de coleta e
lanchonete); variável categórica, nominal, policotômica, pós-codificada.
• Recebimento de informação: o doador recebeu alguma informação nas seguintes
etapas do processo: recepção, triagem de enfermagem, triagem médica e sala de
coleta; variável categórica, nominal, dicotômica: sim, não.
• Quem informou na recepção: identifica o profissional que deu informação na
recepção; variável categórica, nominal, policotômica: recepcionista, assistente
social, outra.
• Percepção da competência comunicativa: opinião do doador sobre o cuidado de
funcionários e profissionais de saúde para tornar compreensível as informações
fornecidas nas seguintes etapas do processo: recepção, triagem de enfermagem,
triagem médica e sala de coleta; variável categórica, ordinal: muito grande, grande,
regular, pequena, nenhuma.
• Motivos para avaliação da competência comunicativa: justificativa apresentada pelo
doador para o julgamento feito em relação ao cuidado de funcionários e
profissionais de saúde para tornar compreensível as informações fornecidas em
todas as etapas do processo (recepção, triagem de enfermagem, triagem médica e
sala de coleta); variável categórica, nominal, policotômica, pós-codificada.
• Percepção das informações recebidas: opinião do doador de sangue sobre o
recebimento de informações nas seguintes etapas do processo: recepção, triagem de
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12
enfermagem, triagem médica e sala de coleta; variável categórica, ordinal: muito
satisfatória, satisfatória, pouco satisfatória, insatisfatória, muito insatisfatória.
• Motivos para avaliação das informações recebidas: justificativa apresentada pelo
doador para o julgamento feito em relação ao recebimento de informações nas
seguintes etapas do processo: recepção, triagem de enfermagem, triagem médica e
sala de coleta; variável categórica, nominal, policotômica, pós-codificada.
• Tentou esclarecer dúvidas: o doador tentou esclarecer alguma dúvida nas seguintes
etapas do processo: recepção, triagem de enfermagem, triagem médica e sala de
coleta; variável categórica, nominal, dicotômica: sim, não.
• Quem esclareceu dúvidas na recepção: identifica o profissional que esclareceu
dúvidas na recepção; variável categórica, nominal, policotômica: recepcionista,
assistente social, outra.
• Percepção da atitude de escuta: opinião do doador sobre a disponibilidade de
funcionários e profissionais de saúde para esclarecer as suas dúvidas nas seguintes
etapas do processo: recepção, triagem de enfermagem, triagem médica e sala de
coleta; variável categórica, ordinal: muito grande, grande, regular, pequena,
nenhuma.
• Motivos para avaliação da atitude de escuta: justificativa apresentada pelo doador
para o julgamento feito em relação à disponibilidade de funcionários e profissionais
de saúde para esclarecer as suas dúvidas nas seguintes etapas do processo: recepção,
triagem de enfermagem, triagem médica e sala de coleta; variável categórica,
nominal, policotômica, pós-codificada.
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13
• Confiança no atendimento: opinião dos doadores de sangue sobre a confiança no
atendimento (enfermagem, médico e coleta); variável categórica, ordinal: muito
grande, grande, regular, pequeno, nenhum.
• Motivos para avaliação da confiança no atendimento: justificativa apresentada pelos
doadores de sangue para o julgamento feito em relação à confiança no atendimento
(enfermagem, médico e coleta); variável categórica, nominal, pós-codificada.
• Confiança no material utilizado na coleta: opinião dos doadores de sangue sobre a
confiança quanto ao uso de material descartável na coleta: variável categórica,
ordinal: muito grande, grande, regular, pequena, nenhuma.
• Motivos para confiança no material utilizado na coleta: justificativa apresentada
pelos doadores de sangue para o julgamento feito em relação à confiança no
material utilizado na coleta; variável categórica, nominal, pós-codificada.
• Tempo gasto para finalizar doação: tempo em minutos que o doador de sangue
dispensou desde a sua chegada na recepção até a finalização da coleta; variável
numérica, contínua, pós-codificada.
• Etapa da doação com maior tempo de espera: etapa do processo de doação em que
foi maior o tempo de espera; variável categórica, nominal, policotômica: entre a
chegada e o atendimento de enfermagem, entre o atendimento de enfermagem e o
atendimento médico, entre o atendimento médico e a coleta de sangue, em todas as
etapas, em nenhuma etapa.
• Percepção do tempo gasto no processo de doação: opinião do doador de sangue
sobre o tempo total gasto no processo de doação; variável categórica, ordinal: muito
grande, grande, regular, pequeno, nenhum.
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14
• Pontos positivos da doação: percepção dos doadores sobre os aspectos positivos da
experiência global de doação de sangue; variável categórica, nominal, pós-
codificada.
• Pontos negativos da doação: percepção dos doadores sobre os aspectos negativos da
experiência global de doação de sangue; variável categórica, nominal, pós-
codificada.
• Percepção da experiência global da doação: avaliação positiva ou negativa do
doador sobre a experiência da doação; variável categórica, ordinal: muito
satisfatória, satisfatória, pouco satisfatória, insatisfatória, muito insatisfatória.
• Sugestões de doadores de sangue para a doação: opiniões dos doadores para
melhorar o processo de doação de sangue; variável categórica, nominal, pós-
codificada.
3.4.5 Estudo piloto
No período entre 17 de dezembro de 2007 e 7 de janeiro de 2008 foi realizado
estudo piloto. Este possibilitou detectar que o fluxo intenso de doadores, principalmente
no turno da manhã, aumentaria a probabilidade de recusas e perdas. Por isso, visando
ajustar o processo de amostragem à dinâmica funcional do serviço, foi tomada a decisão
de colocar uma pessoa de apoio para preencher a listagem dos doadores e identificar o
doador da fração da amostra, enquanto a pesquisadora realizava as entrevistas.
Aplicou-se uma versão preliminar do questionário junto a 50 doadores de sangue,
os quais assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, para realizar, mediante
utilização de algumas questões abertas, uma primeira aproximação a categorias de
respostas relacionadas aos motivos alegados para justificar as percepções do doador
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15
sobre a doação. A busca para conhecer os julgamentos emitidos decorreu da
necessidade de aumentar a capacidade da avaliação para contribuir com a melhoria da
qualidade do serviço prestado. De inicio, havia se optado por solicitar justificativa
apenas quando o julgamento emitido indicasse uma percepção regular ou negativa. No
estudo piloto ficou claro que as justificativas para todos os tipos de percepção deveriam
ser consideradas, tendo em vista à possibilidade do doador emitir opiniões positivas,
exclusivamente, para evitar as respostas explicativas.
Na versão final do instrumento foram feitas pequenas adequações na linguagem
utilizada e as questões abertas foram transformadas em semi-abertas, contemplando as
categorias de respostas encontradas com maior freqüência e a alternativa “outras”. A
pergunta sobre a justificativa passou a ser utilizada independentemente do caráter
positivo ou negativo da percepção. Para garantir a qualidade do registro das questões
abertas foi utilizado gravador, o qual foi ligado desde o início da entrevista para que não
houvesse interferência na interação entre entrevistador e entrevistado. As respostas
foram transcritas na íntegra.
3.4.6 Coleta de dados
A coleta foi realizada pela própria mestranda, em cinco dos seis dias de
funcionamento do Hemocentro Recife (de segunda a sexta-feira), em sala reservada
localizada nas proximidades do local onde é finalizado o processo de doação de sangue.
Cada entrevista durou, em média, 25 minutos. O cronograma do trabalho de campo
alternou o turno de coleta de dados, tendo sido realizada coleta em 43 turnos da manhã e
37 turnos da tarde. Ao cobrir os dois turnos de trabalho visou-se garantir a
representatividade da amostra.
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16
3.4.7 Instrumento para coleta de dados
Para a coleta de dados foi utilizado um questionário composto por perguntas
fechadas dicotômicas e policotômicas, bem como de perguntas semi-abertas com a
alternativa “outras” (Apêndice 2). Quatro componentes da aceitabilidade foram
incluídos: facilidade para chegar ao hemocentro, tempo gasto na doação, acolhimento
(forma de tratamento, escuta ativa e competência comunicativa) e confiança no
atendimento, os dois últimos relacionados às etapas da doação de sangue (recepção,
triagem de enfermagem, triagem médica e sala de coleta). As informações sobre as
percepções dos doadores foram obtidas por intermédio de perguntas fechadas
classificadas por Marconi e Lakatos25 como de estimação ou avaliação, as quais
permitiram emitir um julgamento por intermédio de uma escala que, para cada item,
indicava um grau de intensidade decrescente.
Na aplicação do questionário, com o propósito de propiciar condições de maior
espontaneidade às respostas do doador, o entrevistador não ofereceu as possibilidades
de respostas já contempladas nas questões semi-abertas relacionadas com as
justificativas para as percepções acerca da doação. O gravador também foi utilizado,
tendo sido tomado os mesmos cuidados técnicos e éticos mencionados no estudo piloto.
As respostas foram transcritas na íntegra.
3.4.8 Processamento e análise de dados
As respostas às questões abertas foram organizadas e estudadas para mapear os
sentidos emergentes26. Já as respostas para as perguntas pré-codificadas com a opção
“outras” foram listadas e receberam um código específico. Os temas que convergiram
para um significado comum, com base nos critérios de homogeneidade interna, foram
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17
classificados em uma mesma categoria; ao mesmo tempo se buscou que as diferenças
entre as categorias fossem nítidas e claras, garantindo a heterogeneidade externa.
A digitação do banco de dados foi realizada, utilizando o programa estatístico de
domínio público Epi-Info 6.04. A matriz foi revisada para corrigir os eventuais erros de
amplitude, de consistência e de omissão cometidos durante a digitação, consultando os
questionários correspondentes quando necessário. De acordo com o andamento da
análise, algumas variáveis foram recodificadas.
Na análise, inicialmente, foi obtida uma listagem de distribuição de freqüência das
variáveis. Para as variáveis numéricas foram utilizadas medidas de tendência central e
de dispersão e para as variáveis categóricas e ordinais foi utilizada a proporção. As
percepções da doação foram analisadas segundo a etapa da doação, o turno de trabalho,
o sexo, o antecedente de doação e a escolaridade. A existência de diferenças
significativas foi avaliada usando o qui-quadrado ou o teste exato de Fisher, quando
pertinente. O termo “tendências” foi usado para resultados em que se esboçam
diferenças sem significância estatística. Utilizou-se um nível de confiança de 95%.
3.5 Estudo longitudinal
3.5.1 Período do estudo
A coleta de dados secundários foi realizada no período entre 2 e 13 de junho de
2008.
3.5.2 Critérios de elegibilidade
Foi realizada cuidadosa revisão dos formulários utilizados na coleta para
identificar entre os doadores participantes da primeira etapa desta pesquisa (corte
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18
transversal): (1) aqueles cujo histórico de doações no Hemocentro Recife havia sido
iniciado antes da implantação do SBS, ocorrida, em nível nacional, desde 13 de
dezembro de 1997, uma vez que, para estes doadores, a única informação disponível é o
número total de doações realizadas por cada doador antes da implantação do sistema;
(2) aqueles que efetuaram a sua primeira doação durante esta etapa e que já haviam
retornado para realizar uma outra doação de sangue.
3.5.3 Amostra
3.5.3.1 Amostragem
Os dados foram coletados no Sistema de Banco de Sangue (SBS). Dos 527
doadores que compunham a amostra da primeira etapa da pesquisa (corte transversal),
foram excluídos 164 doadores com histórico de doação nessa unidade hemoterápica
anterior ao SBS, restando 363 (análise da primeira doação). Destes, foram excluídos os
100 doadores de primeira vez que não haviam retornado para outra doação de sangue
quando foi feito o levantamento dos dados secundários, perfazendo 263. Dentre estes,
foram excluídos dois doadores por existirem dúvidas em relação às datas precisas dos
retornos, restando 261 (análise do comportamento de retorno).
3.5.3.2 Tamanho da amostra
No primeiro momento a amostra correspondeu a 363 doadores de sangue e no
segundo a 261.
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19
3.5.4 Definição e operacionalização das variáveis
• Tempo entre primeira e segunda doação: tempo transcorrido em dias entre a
primeira e a segunda doação realizadas no Hemocentro Recife após a implantação
do SBS; variável numérica, contínua, pós-codificada.
• Tempo de doador: tempo transcorrido desde a primeira doação até a doação que
constava do SBS no momento da coleta dos dados secundários; variável numérica,
contínua, pós-codificada.
• Número de retornos: número de retornos para doações realizadas no Hemocentro
Recife; variável numérica, discreta, pós-codificada.
• Tipo de doador: classificação do doador quanto ao antecedente de doação na
unidade hemoterápica, segundo a Resolução Nº149/2001 do Sistema Nacional de
Informação da Produção Hemoterápica (HEMOPROD)10; variável categórica,
nominal, policotômica: doador de primeira vez, doador de repetição, doador
esporádico.
• Doador de primeira vez: aquele doador que fez a primeira doação no Hemocentro
Recife no momento da entrevista; variável categórica, nominal, dicotômica: sim,
não.
• Doador de repetição: aquele doador cujo intervalo de tempo entre as duas últimas
doações no Hemocentro Recife foi igual ou inferior a 13 meses; variável categórica,
nominal, dicotômica: sim, não.
• Doador esporádico: aquele doador que doou eventualmente num intervalo superior a
13 meses; variável categórica, nominal, dicotômica: sim, não.
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20
• Doador foi de repetição: aquele doador que em algum momento de sua história
esteve no estado de doador de repetição no Hemocentro Recife; variável categórica,
nominal, dicotômica: sim, não.
• Grupo sanguíneo: característica genética do doador classificada de acordo com o
fator ABO e RH; variável categórica, nominal, policotômica: A+, B+, AB+, O+, A-,
B-, AB-, O-.
3.5.5 Coleta de dados
Os dados secundários foram obtidos a partir dos registros disponíveis no Sistema
de Banco de Sangue.
3.5.6 Instrumento para coleta de dados
Foi utilizado um formulário específico para registrar, manualmente, a partir do
número do código do doador, as datas das doações realizadas desde a implantação do
SBS e o grupo sanguíneo (Apêndice3).
3.5.7 Processamento e análise de dados
A digitação do banco de dados foi realizada pela mestranda, utilizando o
programa estatístico de domínio público Epi-Info 6.04 e posteriormente a matriz foi
exportada para o Microsoft Office Excel 2003. A matriz foi revisada para corrigir os
eventuais erros de consistência e de omissão cometidos durante a digitação, consultando
os formulários correspondentes quando necessário. De acordo com o andamento da
análise, algumas variáveis foram recodificadas.
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21
A análise dos padrões de doação obedeceu as seguintes etapas: (a) para o total da
amostra, 527 doadores, o número de doações foi relacionado com sexo, idade e
escolaridade; (b) para 363 (excluindo-se os 164 com histórico de doação anterior ao
SBS), avaliou-se a associação entre período da primeira doação e o sexo, idade à
primeira doação e fator Rh; (c) para 261 (excluindo-se 100 doadores de primeira vez
que não retornaram até o término da coleta de dados secundários e dois por existirem
dúvidas acerca da data do retorno), estudou-se a associação entre o intervalo do
primeiro retorno, número total de doações, sexo, idade à primeira doação, fator Rh e
tipo de doador; (d) para os 155 doadores de repetição, o intervalo de tempo entre a
primeira e a última doação foi analisado por meio da curva de sobrevivência.
A existência de diferenças significativas foi avaliada, com um nível de confiança
de 95%, entre: (a) as medianas com análise de variância de Kruskal-Wallis; e (b) as
proporções com qui-quadrado. Montou-se uma coorte retrospectiva de doadores de
repetição disponíveis seguidos até a finalização da coleta de dados secundários,
realizando análise de sobrevivência pelo método de Kaplan−Meier27. Utilizou-se o
aplicativo estatístico Stata 9.2.
3.6 Aspectos éticos
Este projeto foi submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa do
Hemocentro de Pernambuco (Hemope), sendo realizado o estudo piloto e a coleta de
dados após sua aprovação. Os doadores foram devidamente informados da importância
e dos objetivos da pesquisa, bem como de que teriam a sua identidade preservada,
participando apenas quando assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Apêndice 4). A coleta de dados primários foi realizada mediante a aplicação do
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22
questionário, sendo os dados secundários obtidos no Sistema de Banco de Sangue, sem
acarretar danos aos doadores de sangue pesquisados. Não existiram conflitos de
interesses. Desse modo, foram atendidos os postulados da declaração de Helsinque
(emendada em Hong-Kong) e a resolução 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde.
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23
IV. RESULTADOS
4.1 Aceitabilidade de doadores de sangue no hemocentro público do Recife, Brasil.
4.2 Doadores de sangue de primeira vez e comportamento de retorno no hemocentro
público do Recife.
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24
4.1 Aceitabilidade de doadores de sangue no hemocentro público do
Recife, Brasil
Fábia Michelle Rodrigues de Araújo, Agência Transfusional, Instituto de Medicina
Integral Prof. Fernando Figueira – IMIP.
Katia Virginia de Oliveira Feliciano, Grupo de Estudos em Avaliação e Gestão em
Saúde, Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira – IMIP.
Marina Ferreira de Medeiros Mendes, Grupo de Estudos em Avaliação e Gestão em
Saúde, Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira – IMIP.
Endereço para correspondência:
Fábia Michelle Rodrigues de Araújo
Rua do Futuro, 1150/ apto 206, Jaqueira, Recife - Pernambuco.
CEP: 52050-010.
Telefone: (081) 99529355
E-mail: [email protected]
Page 39
25
Resumo
Objetivo: analisar aceitabilidade de doadores relacionada às etapas da doação de
sangue (recepção, triagens de enfermagem e médica, coleta) em hemocentro público,
ressaltando elementos do acolhimento. Métodos: estudo transversal realizado no Recife,
Brasil, entre janeiro e maio de 2008, em amostra de 527 doadores obtida de forma
sistemática: em cada 19 pessoas que sequencialmente doaram sangue, a décima nona
era convidada a responder o questionário. Buscou-se conhecer justificativas para
julgamentos emitidos mediante escalas de estimação sobre forma de tratamento,
comunicação e confiança no atendimento. Na análise utilizou-se o qui-quadrado com
um nível de confiança de 95%. Resultados: sexo masculino (81,4%), com medianas de
idade e escolaridade de, respectivamente, 32 e 11 anos; quase metade demonstrou
insatisfação com tempo gasto na doação e 36,4% encontraram dificuldade no
deslocamento até unidade. Houve forte aceitabilidade do acolhimento, destacando-se
informação (entre 96,2% e 99,2% “muito satisfeito”/“satisfeito” nas distintas etapas) e
tratamento (93,5% a 96,4% “ótimo”/“bom”). A confiança no atendimento decorreu
principalmente da competência profissional, educação/ cordialidade e credibilidade
institucional. As mulheres solicitaram mais esclarecimentos. A sala de coleta foi o setor
melhor avaliado. Apesar disso, foram pontos frágeis: impessoalidade, informação pouco
clara, falta de perguntas/ informações apropriadas, persistência de dúvidas e rapidez da
entrevista médica. Conclusões: a atenção centrada no doador de sangue é um dos
aspectos fundamentais para qualidade do atendimento, requerendo um processo de
educação continuada que também contemple a formação humanitária e ética dos
profissionais.
Palavras-chave: Doadores de sangue, Satisfação do Usuário, Qualidade. Acolhimento,
Avaliação de Serviços de Saúde, Avaliação em Saúde.
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26
Introdução
A doação de sangue, ato indispensável pela abrangência da medicina
transfusional, depende do doador voluntário (1). No Brasil, numa situação de demanda
crescente por sangue e hemoderivados, a tendência estacionária das doações, cujo
percentual tem correspondido à aproximadamente 1,70% da população brasileira (2),
acentua a insuficiência dos estoques, também encontrada em outros paises em
desenvolvimento (3). Nos últimos anos, estudos sobre percepção dos doadores de
sangue pretendem aproximar as unidades hemoterápicas aos seus contextos
socioculturais, fornecendo recomendações para enfrentamento dos desafios de aumentar
a captação de doadores e transformar a primeira doação voluntária em doação regular
(4-7).
A percepção do usuário na avaliação das políticas públicas governamentais
difundiu-se, no Brasil, a partir dos anos 90, mas adquiriu importância como instrumento
de gestão, desde 2002, quando o Sistema Nacional de Avaliação da Satisfação dos
Usuários dos Serviços Públicos elaborou o Instrumento Padrão de Pesquisa de
Satisfação (IPPS) para apoiar a institucionalização da pesquisa avaliativa de satisfação.
Os indicadores do IPPS combinam elementos de metodologias de medição da qualidade
do serviço em que a satisfação do usuário é função da diferença entre expectativa e
desempenho (8). Na busca continuada de melhoria, hemocentros brasileiros utilizam o
IPPS para monitorar o nível de satisfação dos doadores (7).
A visão dos doadores permite conhecer suas necessidades e a qualidade percebida
do atendimento, possibilitando avaliar a adequação entre a atenção oferecida pelos
hemocentros e a desejada pelos doadores (4,5,9). Para Donabedian (10) a qualidade diz
respeito aos atributos desejáveis para os serviços de saúde e a aceitabilidade é um de
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27
seus componentes, traduzindo a conformidade da oferta aos valores e expectativas dos
usuários. O conceito de aceitabilidade é multifacetado e pressupõe a influência dos
padrões culturais nas apreciações individuais, sobretudo, acerca da competência técnica,
acesso a cuidado, relações interpessoais, comunicação e características do local de
prestação do serviço. As distintas concepções ou a ênfase diferenciada nos elementos
constituintes da melhor qualidade condicionam os parâmetros e critérios que serão
utilizados na avaliação (11-13).
No âmbito da consolidação de uma política de humanização para o País, as
relações interpessoais e a comunicação têm merecido cuidado diferenciado (14), com o
acolhimento de profissionais e funcionários representando elemento central quando
usuários avaliam a qualidade da atenção (4-7,11-13). O acolhimento é uma maneira
dialógica de interação que deve ser praticada em todas as conversações desenvolvidas
num serviço de saúde, significando abertura de espaço para o outro (15). Constitui-se,
portanto, num dispositivo indispensável para construir uma aproximação consciente e
direcionada à satisfação das necessidades de uma perspectiva centrada na pessoa
(15,16). A qualidade humana do serviço prestado pelos hemocentros é um direito da
cidadania que, certamente, repercute na disponibilidade de retorno do doador (4-6).
A produção científica brasileira e internacional é ainda modesta no tocante às
apreciações dos doadores sobre aspectos que mostram o respeito e consideração
presentes no atendimento (4-6). Este estudo visa analisar a aceitabilidade de doadores
relacionada às etapas da doação de sangue, no hemocentro público da cidade do Recife,
destacando elementos do acolhimento. Neste, na pretensão de aumentar a capacidade da
avaliação e contribuir para um atendimento cada vez mais próximo das necessidades e
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28
expectativas dos doadores, buscou-se conhecer as justificativas para julgamentos
emitidos (17).
Materiais e métodos
Estudo com desenho transversal realizado entre 21 de janeiro e 30 de maio de
2008, numa amostra de 527 doadores de sangue do Hemocentro Recife da Fundação de
Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope), única unidade hemoterápica
pública de apoio à rede de serviços de saúde do Recife e Região Metropolitana. O
projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hemope em 31/10/2007.
Definiu-se como universo do estudo o total de pessoas que doou sangue durante coleta
de dados. O tamanho da amostra foi calculado estimando 10% de avaliações negativas
do processo de doação de sangue, segundo pesquisa efetuada na instituição em 2007,
nível de confiança de 95% e erro de 2,5%.
Com base numa listagem nominal construída em cada turno da coleta de dados, a
amostragem de conveniência foi iniciada com o primeiro doador que finalizou a doação
de sangue no começo do turno, depois, de acordo com intervalo fixo, a décima nona
pessoa era convidada a responder o questionário. Houve 44 recusas (não desejava
participar, não tinha tempo) e duas exclusões (problema cognitivo visível e dispensa da
bolsa por inadequação clínica). Nesses casos, o intervalo previsto para a “fração da
amostra” foi contado a partir do doador que recusou ou foi excluído. Ocorreram 13
perdas (aceitaram participar, mas não foram localizados após doação).
Uma versão preliminar do questionário, com algumas questões abertas, foi
aplicada junto a 50 doadores, visando uma primeira aproximação às justificativas para
as respostas das perguntas de estimação que mediante uma escala indicavam, para cada
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29
item, um grau de intensidade decrescente (17). Os participantes assinaram o termo de
consentimento livre e esclarecido. Utilizou-se gravador para registrar as respostas às
questões abertas que foram transcritas na íntegra. Este foi ligado desde o início da
entrevista para não interferir na interação entrevistador-entrevistado. Na versão final as
perguntas abertas foram transformadas em semi-abertas, contemplando as categorias de
respostas mais freqüentes e a alternativa “outras”.
Contando com uma pessoa de suporte na amostragem, uma das autoras realizou a
coleta de dados, após o término da doação, em cinco dos seis dias de funcionamento do
serviço, numa sala cedida, cobrindo 43 turnos da manhã e 37 da tarde para obter
amostra representativa. Constaram do questionário: características sócio-demográficas,
antecedentes de doação, acesso ao hemocentro, tempo gasto na doação, forma de
tratamento, comunicação e confiança no atendimento. Os três últimos conforme as
etapas da doação: recepção, triagens de enfermagem e médica, coleta. Para estimular
respostas espontâneas, não foram oferecidas ao doador as alternativas já contempladas
nas perguntas semi-abertas relacionadas às justificativas das percepções. Foram
tomados os mesmos cuidados do estudo piloto acerca dos princípios éticos, gravação e
transcrição das respostas.
As respostas para perguntas pré-codificadas com opção “outras” foram listadas e
codificadas. Construiu-se matriz com programa Epi-Info 6.04, procedendo-se cuidadosa
limpeza dos dados. Para cada componente avaliado, as percepções foram agrupadas em
três categorias: “ótimo/ bom”, “regular” e “ruim/ péssimo” para tratamento recebido;
“muito grande/ grande”, “regular” e “pequena/ nenhuma” para inteligibilidade,
esclarecimento de dúvidas e confiança; “muito satisfeito/ satisfeito”, “pouco satisfeito”
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30
e “insatisfeito/ muito insatisfeito” quanto à informação fornecida, sendo analisadas por
etapa da doação, turno de trabalho, sexo, antecedentes de doação e escolaridade.
Utilizou-se o qui-quadrado ou o teste exato de Fisher, quando pertinente para
avaliar a existência de diferenças significativas, com um nível de confiança de 95%. O
termo “tendências” foi usado para resultados em que se esboçam diferenças sem
significância estatística. Merece destaque a possibilidade de ocorrência de flutuações
atribuíveis ao pequeno número de doadores em algumas subcategorias de respostas.
Apesar do tamanho da amostra permitir a obtenção de dados importantes sobre o
processo avaliado, não foi suficiente para o estudo de subcategorias de respostas que
apresentaram prevalência muito baixa.
Resultados
Ao redor de 81,4% dos entrevistados eram homens, com mediana de idade de 32
anos (amplitude de 18 a 61 anos); a mediana de escolaridade era de 11 anos
(distribuição entre 0 e 16 anos), sendo que 0,8% nunca estudaram e 9,5% concluíram
curso superior. Aproximadamente 38,9% eram solteiros e 75,9% integravam população
economicamente ativa. Metade residia no Recife, 57,3% utilizaram transporte público
coletivo, com mediana de tempo gasto para chegar ao hemocentro de 30 minutos (um
mínimo de 2 e máximo de 180 minutos). O deslocamento apresentou dificuldade para
36,4%, sendo “regular” e “grande” para, respectivamente, 18,8% e 4,7%. Apenas 19,0%
eram doadores de primeira vez e 56,4% doaram de forma espontânea. Para 14,1% o
tempo gasto na doação foi “muito grande/ grande”, tendo sido “regular” para 35,6%.
Entre 93,5% e 96,4% dos doadores receberam tratamento “ótimo” ou “bom” nas
etapas da doação, estando o conceito “ótimo” mais relacionado à sala de coleta (SC) e
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31
menos à triagem de enfermagem (TE). As opiniões predominantes sobre qualidade do
tratamento foram: educação/cordialidade do profissional, mais freqüente na SC e menos
na triagem médica (TM), e bom atendimento, maior na recepção. O atendimento
rotineiro foi importante na TE e TM, sendo o cuidado valorizado, particularmente, na
TM e SC. Outros aspectos positivos foram: sentir-se bem e atendimento rápido na SC e
ausência de burocracia na recepção. As principais características negativas: faltou
cordialidade na TE e rapidez da entrevista médica (Tabela1). A menção ao tratamento
“ótimo” na TE foi significativamente maior entre os homens (p=0,049), existindo
tendência na TM para ser mais citado pelos doadores de primeira vez (p=0,088).
O tratamento foi “regular”, sobretudo, na TE e TM. Prevaleceu a percepção de
desatenção/falta de cordialidade dos profissionais, seguida de atendimento rotineiro.
(Tabela 1). A compreensão de que faltou educação/cordialidade foi generalizada entre
os poucos doadores que sentiram o tratamento recebido como “ruim/péssimo”.
Percentual maior de doadores recebeu informação na recepção (35,1%) e menor
na TE (17,8%). Entre 88,6% na recepção e 96,3% na TM tiveram uma compreensão
“muito grande” ou “grande” dessa informação, sendo a apreciação “muito grande” mais
comum na SC. Em todos os setores a clareza da informação foi o principal motivo da
inteligibilidade. Também detalharam informação na recepção, esclareceram dúvidas na
TM e TE, além de reforçarem conhecimento na SC. Dentre outros aspectos positivos
enfatizaram a correção das informações na TE e SC. A inteligibilidade foi “regular”,
particularmente, na recepção onde faltou clareza ao informar, embora em todos os
setores alguém continuasse com dúvida. Outras características negativas na recepção:
informações incorretas e rotineiras (Tabela 2). Identificou-se diferença estatisticamente
significativa na recepção com o recebimento de informação sendo superior pela manhã
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32
(p=0,009), quando a assistente social esteve mais presente. Na TM a inteligibilidade da
informação “muito grande” foi mais citada pelos homens (p=0,019).
Praticamente não houve insatisfação com informação fornecida, estando a maior
concentração de “muito satisfeito” na SC e a menor na TE. A justificativa mais comum
da satisfação na recepção e TE foi informação apropriada. Destacaram-se, na TM,
esclarecimento de dúvidas e atitude de cuidado, sendo esta última mais associada à SC,
em relação à qual os doadores ainda revelaram-se satisfeitos pela aquisição de
conhecimento. Outras opiniões positivas foram: sentir-se bem na recepção, satisfação
profissional na TE e o simples fato de informar na SC. Alguns doadores ficaram “pouco
satisfeitos” ou “insatisfeitos”, especialmente na recepção: informação incompleta,
incorreta e falta de atenção/cordialidade (Tabela 3).
Proporção maior tentou esclarecer dúvida na SC (27,5%) e menor na TM (15,9%).
A disponibilidade “muito grande” ou “grande” para prestar esclarecimento variou de
77,2% na TE a 94,5% na SC, sendo “muito grande” principalmente na SC e TM. Em
todos os setores a educação/cordialidade, maior na TM e recepção, foi um indicativo da
disponibilidade do profissional; seguida pela presteza para responder as perguntas.
Destacaram-se a clareza da informação na TE e recepção e o esclarecimento de dúvidas
na TM e SC. A competência profissional ressaltada na TM e SC foi outro aspecto
positivo, enquanto o negativo apontou a desatenção. TE e recepção apresentaram os
maiores níveis de disponibilidade “regular”, sobretudo, porque profissionais não foram
educados/cordiais e atendimento foi rotineiro (Tabela 4). Os poucos doadores que
consideraram “pequena/ nenhuma” a disponibilidade para esclarecer dúvida se referiram
à falta de atenção/cordialidade. Observou-se diferença estatisticamente significativa na
TE (p=0,009) e SC (p=0,044) e tendência na recepção (p=0,091) para as mulheres, bem
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33
como na recepção (p=0,002), TM (p=0,023) e SC (p=0.017) para os doadores com
maior nível de escolaridade, solicitarem mais esclarecimento de dúvidas.
Entre 85,8% e 88,6% dos doadores manifestaram uma confiança “muito grande”
ou “grande” no atendimento, estando o conceito “muito grande” mais associado à SC.
Os principais motivos da confiança foram: competência profissional, principalmente na
TE; educação/cordialidade, maior na SC e menor na TM, e confiança na instituição,
mais citada na TE. A compreensão da vivência do doador, aspecto mais valorizado na
SC, sendo referida exclusivamente neste setor. Também foram positivos: experiência
prévia na SC e TE, confiança no material utilizado na SC e esclarecimento de dúvidas
na TM (Tabela 5).
A confiança “regular” foi um pouco mais comum na TE. A falta de
educação/cordialidade representou a razão mais importante desse sentimento na TE e
TM. Também faltou informação apropriada ao doador na TE e houve descontentamento
com a rapidez da entrevista na TM. O temor diante da situação foi marcante na SC,
sendo mencionado apenas neste setor. Ainda foram negativos: falta de
atenção/cordialidade na TE e TM, falta de informação na TE e rapidez da entrevista
médica (Tabela 5). O pequeno percentual de doadores com confiança “pequena/
nenhuma” no atendimento, embora com variações na freqüência, apresentou um
repertório de respostas semelhantes àqueles com confiança “regular”.
Discussão
Os resultados mostraram uma forte aceitabilidade dos doadores acerca dos
elementos do acolhimento investigados, estando uma maior percepção positiva
relacionada ao tratamento e às características da informação. Gomes et al. (18)
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34
consideram que a ótica dos usuários sobre a qualidade da assistência é um dos
indicadores centrais para avaliar a adesão aos serviços. No entanto, chamam atenção
que tendo como base a experiência e a subjetividade, a avaliação positiva tanto pode se
referir realmente à boa qualidade do atendimento prestado, como traduzir as baixas
expectativas quanto aos serviços públicos.
A compreensão de que o doador realiza uma ação que pode ser auto-avaliada
como altruísta e benéfica à sociedade demarca a diferença na sua relação com a unidade
de hemoterapia, em comparação àquela existente entre paciente e serviço de saúde. Para
Borges et al. (4), tal diferença permite supor que a avaliação da satisfação do doador é
menos afetada pelo fenômeno da alta satisfação conhecido como viés de gratidão que
decorreria, sobretudo nos países em desenvolvimento e nos serviços públicos, da
relutância em expressar opiniões negativas (19). Sem temor de perder o direito ao
serviço o doador estaria mais propenso a verbalizar as deficiências do acesso e
atendimento, contribuindo de forma mais efetiva para correção de rumos (4,5).
As relações interpessoais, a comunicação e a qualidade técnica do atendimento
foram mais satisfatórias durante o processo de trabalho desenvolvido na SC, com os
menores níveis de satisfação nos setores técnicos, apesar da boa avaliação, estando
relacionado com a TE. Muito embora tenha sido feita uma diferenciação na avaliação
dos doadores, à parte o turno de trabalho, sexo, antecedentes de doação e escolaridade,
são os mesmos técnicos que atuam em regime de rodízio nos dois setores. Essa
dessemelhança nos leva a interrogar sobre o grau de identificação com as tarefas
realizadas na TE e recomenda iniciativas institucionais favoráveis à satisfação dos
profissionais envolvidos e, por conseqüência, à maior aceitabilidade dos doadores.
Page 49
35
Apesar das controvérsias acerca das relações entre gênero e satisfação dos
usuários (12,13), neste estudo, de acordo com aqueles que apontam a maior capacidade
crítica das mulheres, nas avaliações influenciadas pelo gênero os homens revelaram
uma percepção ainda mais positiva das etapas da doação. A opinião sobre a
disponibilidade dos profissionais para esclarecer dúvidas foi similar, todavia, as
mulheres solicitaram mais esclarecimentos, estimulando um olhar diferenciado sobre
suas necessidades individuais. A maior percepção feminina acerca da centralidade do
indivíduo nos processos de trabalho demanda particular atenção, já que existe a
pretensão de ampliar a doação de sangue e torná-la de repetição entre as mulheres (6).
Os doadores ressaltaram o fato dos profissionais terem sido educados e cordiais,
mostrando presteza ao responder às perguntas, numa atitude receptiva. É justamente a
maneira agradável e atenciosa de tratar que demarca a diferença das idéias sobre o
atendimento rotineiro, citado principalmente na TE e TM. De um lado, essa resposta
justificou percepções positivas do tratamento recebido, remetendo ao desenvolvimento
sistemático de procedimentos e atitudes que qualificam a atenção. De outro, explicou
avaliações negativas decorrentes da percepção de que os profissionais restringiam suas
ações a atitudes mecânicas. Nesses dois setores, a desatenção e a falta de cordialidade
reduziram a confiança no atendimento.
Para Filgueiras e Deslandes (16), o acolhimento implica em receptividade, escuta
ativa e comunicação competente. Por meio da escuta ativa o profissional propicia
espaço ao doador para expressar o que sabe, pensa e sente, adquirindo um maior
conhecimento das suas necessidades e de como satisfazê-las. Foi principalmente nos
setores técnicos que a opinião positiva decorreu da capacidade de escuta do profissional.
A solicitação para esclarecer dúvidas foi maior na SC, etapa em que o temor
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36
relacionado aos procedimentos que envolvem sangue tornou-se mais premente. Não
obstante na SC a confiança no atendimento tenha decorrido, sobretudo, da compreensão
da vivência do doador, o sentimento de medo que afetou essa confiança, em 7,2% dos
entrevistados, indicaria a necessidade de ampliar a escuta, de criar condições para que
falassem desses temores, proporcionando maior apoio emocional.
Teixeira (15) considera que a conversa é um dispositivo indispensável ao bom
desempenho das atividades de saúde, já que nunca se cessa de negociar as necessidades
que podem vir a ser satisfeitas pelo serviço. A comunicação competente não se atém a
conteúdos de interesse dos profissionais, para obter informações que possibilitem
avaliar a adequação clínica do doador ou fornecer orientações como parte do protocolo
organizacional (15,16,20). Os doadores tiveram uma percepção abrangente da
competência comunicativa, dizendo-se satisfeitos quando as informações fornecidas ou
as perguntas efetuadas levaram em conta suas necessidades e expectativas. Aspecto que
despertou, inclusive, o sentimento de estar sendo cuidado. A clareza e detalhamento
permitiram a aquisição ou reforço de conhecimentos.
A competência profissional foi um forte motivo para a confiança no atendimento.
Contudo, em determinadas circunstâncias, a relação que se estabeleceu não foi entre
profissional e doador, mas sim entre o doador e a credibilidade institucional. A
confiança depositada pelo doador de sangue no hemocentro é fundamental, mas cabe
refletir sobre o que motivou esse deslocamento de uma relação interpessoal capaz de
acolher a singularidade para uma relação em que se é “todo aquele” que recebe
atendimento. Essa perspectiva predominou na TE onde o desempenho foi menos
satisfatório. A relação também pode se estabelecer entre o doador e a categoria
profissional, como ocorreu na credibilidade referida ao médico.
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37
Apesar das diferenças teórico-metodológicas, a avaliação realizada em 2007, no
Hemocentro Recife, utilizando o IPPS, também encontrou uma grande satisfação, com
destaque positivo para o atendimento prestado, a capacidade dos funcionários e o
tratamento atencioso e respeitoso recebido pelo doador. Identificaram-se como aspectos
negativos a falta de clareza e simplicidade das explicações, o fornecimento de
informações incorretas e incompletas, além de encontrarem dificuldades para conseguir
o atendimento (7). No estudo atual, como em outros, a confiança na unidade, a
competência, a velocidade de atendimento, a credibilidade e o acesso foram elementos
importantes para a percepção do serviço (4-6).
O acesso geográfico que pode ser avaliado pela caracterização da forma e do
tempo de deslocamento e o acesso organizacional pelo tempo de espera no serviço têm
representado um dos principais motivos de insatisfação para doadores de sangue (4-6).
Ao redor de 23,5% dos participantes demonstraram algum grau de insatisfação devido à
dificuldade para chegar ao Hemocentro Recife. Apenas metade teve uma percepção
positiva do tempo gasto no processo de doação, traduzindo o confronto entre as
expectativas do doador de ser acolhido e o tempo de espera na unidade. Sugere-se rever
a adequação dos recursos ao volume da demanda e prestar esclarecimentos de forma
sistemática ao doador acerca dos esforços empreendidos para reduzir o tempo total da
doação, garantindo o respeito às necessidades individuais.
Via de regra, os pontos frágeis do atendimento diziam respeito à ausência ou
insuficiência dos elementos que proporcionaram uma visão positiva como, por exemplo,
impessoalidade do tratamento, falta de clareza ao informar, falta de perguntas e
informações apropriadas, persistência de dúvidas e rapidez da entrevista médica. Para
Kloetzel et al. (21), é importante corrigir as deficiências apontadas pelos usuários,
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38
reconhecendo necessidades que poderiam ser julgadas secundárias, mas que teriam
repercussões nada desprezíveis sobre a adesão aos serviços. Convém se atentar para a
necessidade de construir um relacionamento fiel com o doador, de maneira que o
mesmo retorne voluntariamente em outras ocasiões.
Para caminhar nessa direção, um dos aspectos fundamentais é o aprimoramento da
atenção centrada no doador, na troca de informações e saberes, na escuta de
expectativas e necessidades e no apoio emocional (15,16,20), a qual requer um processo
de educação continuada que articule a formação técnica e humanitária dos profissionais.
Por outro lado, não se deveria prescindir da busca de um maior conhecimento sobre as
relações dos profissionais com o seu trabalho, visando simultaneamente favorecer a
qualidade do atendimento e a satisfação de agentes do trabalho e doadores (22).
Page 53
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42
Tabela 1: Percepção dos doadores sobre o tratamento recebido em distintas etapas da doação de sangue. Hemocentro Recife, Brasil, 2008
Recepção Triagem de
Enfermagem Triagem Médica
Sala de Coleta
Tratamento nº % nº % nº % nº %
Tratamento recebido Ótimo 322 61,1 286 54,2 326 61,8 366 69,5 Bom 186 35,3 207 39,3 168 31,9 142 26,9 Regular 17 3,2 31 5,9 29 5,5 17 3,2 Ruim 1 0,2 2 0,4 4 0,8 1 0,2 Péssimo 1 0,2 1 0,2 0 0,0 1 0,2 Ótimo/bom n=508 n=493 n=494 n=508 Bom atendimento 262 51,6 182 36,9 96 19,4 142 27,9
Educado/cordial 177 33,6 208 42,2 143 28,9 268 52,7 Perguntas/informações necessárias
7 1,4 18 3,6 182 36,8 5 1,0
Atitude de cuidado 0 0,0 20 4,1 70 14,2 61 12,0 Atitude de escuta 3 0,6 15 3,0 13 2,6 28 5,5 Atendimento rotineiro 10 2,0 107 21,7 78 15,8 17 3,3 Profissional competente 23 4,5 59 12,0 21 4,2 125 24,6 Procedimento indolor/ pouco doloroso 0 0,0 5 1,0 0 0,0 55 10,8 Atendeu logo 172 33,9 51 10,3 0 0,0 0 0,0 Outros aspectos positivos 53 10,4 23 4,7 33 6,7 66 13,0 Aspectos negativos 18 3,5 38 7,7 27 5,5 8 1,6
Regular n=17 n=31 n=29 n=17 Não foi educado/cordial 12 70,6 21 67,7 19 65,5 11 64,7 Demorou a atender 3 17,6 1 3,2 0 0,0 0 0,0 Atendimento lento 1 5,9 0 0,0 0 0,0 2 11,7 Insuficiência de profissionais 2 11,7 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Atendimento rotineiro 0 0,0 9 29,0 4 13,8 7 41,2 Não realizou atendimento rotineiro
0 0,0 3 9,7 0 0,0 0 0,0
Não teve espaço de expressão 0 0,0 0 0,0 5 17,2 0 0,0 Não fez perguntas necessárias 0 0,0 0 0,0 3 10,3 0 0,0 Faltou habilidade 0 0,0 0 0,0 0 0,0 3 17,6
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43
Tabela 2: Percepção dos doadores acerca da inteligibilidade da informação recebida dos profissionais em distintas etapas da doação de sangue. Hemocentro Recife, Brasil, 2008
Recepção Triagem de Enfermagem
Triagem Médica
Sala de Coleta
Inteligibilidade
nº % nº % nº % nº %
Recebeu informação 185 35,1 94 17,8 107 20,3 122 23,1 Inteligibilidade da informação: Muito grande 42 22,7 25 26,6 38 35,5 49 40,2 Grande 122 65,9 63 67,0 65 60,8 65 53,3 Regular 19 10,3 6 6,4 4 3,7 8 6,5 Pequena 2 1,1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Nenhuma 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0
Muito grande/grande n=164 n=88 n=103 n=114 Clareza da informação 120 73,2 63 71,6 71 68,9 73 64,0 Detalhamento da informação 34 20,7 11 12,5 11 10,7 4 3,5 Informação apropriada ao doador 24 14,6 0 0,0 3 2,9 12 10,5
Esclareceu as dúvidas 22 13,4 18 20,4 32 31,1 12 10,5 Reforçou conhecimento 6 3,6 4 4,5 2 1,9 20 17,5 Outros aspectos positivos 10 6,1 15 14,0 7 6,8 14 12,3
Regular n=19 n=6 N=4 n=8 Faltou clareza ao informar 9 47,4 0 0,0 1 25,0 2 25,0 Faltou informação apropriada ao doador
1 5,3 0 0,0 1 25,0 2 25,0
Continuou com dúvidas 3 15,8 3 50,0 2 50,0 2 25,0 Não foi educado/cordial 3 15,8 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Não acrescentou nada 0 0,0 2 33,3 2 50,0 2 25,0 Outros aspectos negativos 5 26,3 0 0,0 0 0,0 0 0,0
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44
Tabela 3: Percepção dos doadores acerca da informação recebida em distintas etapas da doação de sangue. Hemocentro Recife, Brasil, 2008
Recepção Triagem de Enfermagem
Triagem Médica
Sala de Coleta
Grau de satisfação nº % nº % nº % nº %
Informação deixou doador: Muito satisfeito 70 37,8 30 31,9 46 43,0 62 50,8 Satisfeito 108 58,4 63 67,0 61 57,0 59 48,4 Pouco satisfeito 4 2,2 1 1,1 0 0,0 1 0,8 Insatisfeito 3 1,6 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Muito insatisfeito 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0
Muito satisfeito/satisfeito n=178 n=93 n=107 n=121 Informação apropriada ao doador
87 48,9 46 49,5 23 21,5 19 15,7 Adequação técnica da informação
27 15,2 6 6,4 16 14,9 7 5,8
Clareza da informação 13 7,3 12 12,9 5 4,7 7 5,8 Reforçou conhecimentos 25 14,0 10 10,7 8 7,5 14 11,6 Adquiriu conhecimentos 11 6,2 11 11,8 18 16,8 29 24,0 Esclareceu dúvidas 29 16,3 11 11,8 30 28,0 13 10,7 Educado/cordial 10 5,6 13 14,0 8 7,5 6 5,0 Atitude de cuidado 1 0,6 0 0,0 25 23,4 34 28,1 Outros aspectos positivos 17 9,5 13 14,0 3 0,3 19 15,7
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45
Tabela 4: Percepção dos doadores sobre a disponibilidade para esclarecer dúvidas em distintas etapas da doação de sangue. Hemocentro Recife, Brasil, 2008
Recepção Triagem de Enfermagem
Triagem Médica
Sala de Coleta
Disponibilidade para esclarecer dúvidas
nº % nº % nº % nº %
Tentou esclarecer dúvidas 88 16,7 92 17,4 84 15,9 145 27,5 Disponibilidade para esclarecer dúvidas:
Muito grande 23 26,1 20 21,7 33 39,3 61 42,1 Grande 48 54,6 51 55,5 42 50,0 76 52,4 Regular 16 18,2 19 20,6 6 7,1 7 4,8 Pequena 1 1,1 1 1,1 1 1,2 1 0,7 Nenhuma 0 0,0 1 1,1 2 2,4 0 0,0
Muito grande/grande n=71 n=71 n=75 n=137 Educado/cordial 32 45,1 24 33,8 40 53,3 50 36,5 Respondeu com presteza 15 21,1 18 25,3 16 21,3 24 17,1 Clareza da informação 16 22,5 17 23,9 11 14,7 16 11,7 Adequação técnica da informação 9 12,7 5 7,0 6 8,0 24 17,1
Esclareceu às dúvidas 11 15,5 8 11,3 16 21,3 34 24,8 Outros aspectos da comunicação competente 9 12,7 11 15,5 5 6,7 14 10,2
Outros aspectos positivos 4 5,6 11 15,5 8 10,7 18 13,1 Aspectos negativos 1 1,4 2 2,8 0 0,0 0 0,0
Regular n=16 n=19 n=6 n=7 Não foi educado/cordial 5 31,2 8 42,1 1 16,7 2 28.6 Atendimento de rotina 5 31,2 9 47,4 0 0,0 1 14,2 Profissional incompetente 3 18,7 0 0,0 1 16,7 2 28,6
Esclarecimento parcial das Dúvidas
3 18,7 1 5,3 3 50,0 2 28,6
Outros aspectos 1 6,2 3 15,8 1 16,7 0 0,0
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46
Tabela 5: Motivos referidos pelos doadores, segundo o grau de confiança no atendimento em distintas etapas da doação de sangue. Hemocentro Recife, Brasil, 2008
Triagem de
Enfermagem Triagem Médica
Sala de Coleta
Confiança no atendimento
nº % nº % nº %
Confiança sentida: N=527 N=527 n=527 Muito grande 131 24,9 139 26,4 215 40,8 Grande 321 60,9 328 62,2 251 47,6 Regular 63 12,0 49 9,3 47 8,9 Pequena 6 1,1 7 1,3 11 2,1 Nenhuma 6 1,1 4 0,8 3 0,6
Muito grande/grande N=452 N= 467 n=466 Profissional competente 239 52,9 152 32,5 160 34,3 Educado/cordial 83 18,4 63 13,5 96 20,6 Confiança na instituição 82 18,1 67 14,3 35 7,5 Atendimento rotineiro 39 8,6 60 12,8 10 2,1 Perguntas/informações apropriadas ao doador 26 5,7 51 10,9 7 1,5 Outros aspectos da comunicação competente 14 3,1 42 9,0 0 0,0
Bom atendimento 28 6,2 39 8,3 0 0,0 Atitude de cuidado 33 7,3 17 3,6 35 7,5 Confiança na categoria profissional 0 0,0 43 9,2 0 0,0 Compreensão da vivência do doador 0 0,0 0 0,0 170 36,5 Ambiente físico 0 0,0 0 0,0 55 11,8 Outros aspectos positivos 64 14,1 54 11,5 63 13,5 Aspectos negativos 7 1,5 7 1,5 0 0,0
Regular N=63 n=50 n=47 Não foi educado/cordial 21 33,3 17 34,0 2 4,2 Faltou pergunta/informação apropriada ao doador
13 20,6 4 8,0 0 0,0
Não gostou da rapidez do atendimento 0 0,0 17 34,0 0 0,0 Não efetuou atendimento rotineiro 9 14,3 0 0,0 0 0,0 Atendimento de rotina 0 0,0 6 12,0 4 8,5 Profissional competente 7 11,1 0 0,0 3 6,4 Profissional incompetente 6 9,5 0 0,0 0 0,0 Temor diante da situação 0 0,0 0 0,0 27 57,4 Outros aspectos negativos 6 9,5 8 16,0 9 19,1 Outros aspectos positivos 3 4,8 0 0,0 5 10,6
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47
4.2 Doadores de sangue de primeira vez e comportamento de retorno
no hemocentro público do Recife
First time blood donors and behavior on returning to the Public Hemocentre of
Recife
Fábia Michelle Rodrigues de Araújo1
Katia Virginia de Oliveira Feliciano2
Marina Ferreira de Medeiros Mendes3 1,2,3 Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira – IMIP.
Instituição onde foi realizado o trabalho:
Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope)
Rua: Joaquim Nabuco, 171, Graças. Recife, Pernambuco.
Carta de apresentação:
Prezado Editor,
Gostaríamos de informar que: a) o artigo é original; b) nunca foi publicado e, caso
venha a ser aceito pela RAMB, não será publicado em outra revista; c) não foi enviado a
outra revista e não o será enquanto sua publicação estiver sendo considerada pela
RAMB; d) todos os autores participaram da concepção do trabalho, da análise e
interpretação dos dados e de sua redação ou revisão crítica; e) todos os autores leram e
aprovaram a versão final; f) não há conflito de interesses; g) todos reconhecem que a
RAMB passa a ter os direitos autorais, caso o artigo venha a ser publicado; h) o projeto
foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hemope em 31/10/2007.
Responsável pela correspondência:
Fábia Michelle Rodrigues de Araújo
Rua do Futuro, 1150/ apto 206, Jaqueira, Recife - Pernambuco.
CEP: 52050-010.
Telefone: (081) 99529355
E-mail: [email protected]
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Resumo
Objetivo: analisar perfil dos doadores de sangue conforme o período da primeira
doação e comportamento de retorno no hemocentro público do Recife. Métodos: com
base numa amostra de 527 doadores de sangue obtida de forma sistemática em
abordagem transversal, desenvolvida entre janeiro e maio de 2008, foi realizado estudo
longitudinal, coletando no Sistema de Banco de Sangue (SBS) dados sobre histórico de
doação neste serviço. Na análise para 527 doadores avaliaram-se a mediana de doações
por sexo, idade e escolaridade; 363 (excluídos 164 com histórico anterior ao SBS) o
período da primeira doação e para 261 (excluídos 100 doadores de primeira vez e 2 por
imprecisão da data do retorno) o comportamento de retorno. Resultados: eram homens
(81,4%), 35,1% entre 25-34 anos de idade, 46,5% com segundo grau completo e 56,4%
doou espontaneamente. A mediana do número de doações foi maior entre os homens
(p=0,000) mais velhos (p=0,000). A participação feminina cresceu no período atual em
comparação a 1998-2000, mas percentual elevado dos doadores de primeira vez eram
homens (p=0,003). Para proporção significativamente maior (p=0,011) daqueles que
doaram ≥5 vezes, o primeiro retorno ocorreu em até 6 meses (43,8%) e apenas 32,7%
deste grupo não retornaram até 12 meses. Prevaleceu o sexo masculino entre doadores
de repetição (p=0,011). Conclusões: a grande maioria dos doadores de repetição ainda
não está próximo do seu limite de doação. É fundamental concentrar a atenção neste
grupo potencialmente mais receptivo para aumentar efetividade do recrutamento.
Palavras-chave: Doadores de sangue, Banco de sangue, Sangue.
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Abstract
Objective: To analyse blood donors’ profile during their first donation period and
their behaviour upon returning to the Public Hemocentre of Recife. Methods: A
longitudinal study was made based on a sample of 527 blood donors obtained by a
systematic transversal approach developed from January to May 2008 based on Blood
Bank System (SBS) donation data. In analysis 527 donor averages were examined based
on gender, age and education. Another 363 donors (164 excluded with background prior
to SBS) first donation period was studied and 261 donors’ behavior (100 first time
donors excluded and 2 due to imprecise date of return) was studied upon returning to
the Hemocentre. Results: were men (81,4%), 35,1% aged between 25 and 34 years,
46,5% had completed high school and 56,4% donated spontaneously. The donation
medium number was greater amongst older (p=0,000) men (p=0,000). In comparison
with 1998-2000, female participation has increased, however first time males had a
greater increase (p=0,003). For a significant proportion (p=0,011) of those who donated
≥5 times, the first return occurred within 6 months (43,8%) and only 32,7% from these
group did not return within 12 months. The greatest number of repeat donors are
masculine (p=0,011). Conclusions: The great majority of repetition donors are not close
to their donation limit yet. It is fundamental to concentrate attention on this group which
is potentially more receptive in order to increase recruitment effectiveness.
Key words: Blood donators, Blood bank, Blood.
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Introdução
As mudanças no perfil epidemiológico da população, destacando-se o crescimento
da violência, associadas aos importantes avanços tecnológicos que possibilitam a
realização de procedimentos terapêuticos cada vez mais complexos, provocaram o
aumento da necessidade de sangue e de produtos hemoterápicos. As transfusões
sangüíneas salvam milhões de vidas a cada ano1. Segundo Dorlhiac-Llacer2, para a
Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de doações de sangue adequado para
um país estaria entre 3 e 5% da população, quantitativo já alcançado nos países
europeus. No Brasil, observa-se uma tendência estacionária das doações que
representam 1,70% da população3. O conhecimento dos padrões de doação é de enorme
importância para a obtenção de produtos hemoterápicos em quantidade e qualidade
adequadas.
De acordo com Gonçalez et al.4, até a década de 80, no Brasil, a coleta de sangue
era realizada, principalmente, por bancos privados e os doadores eram remunerados.
Com o advento da síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA), a preocupação com
a qualidade do sangue adquiriu relevância no âmbito das políticas governamentais,
sendo criados bancos de sangue públicos e as doações passaram a ser voluntárias. Em
1998, o Programa Nacional de Doação Voluntária de Sangue (PNDVS), do Ministério
da Saúde, definiu o conjunto de diretrizes e metas para a hemoterapia brasileira, dentre
as quais: coletar um número de bolsas de sangue correspondentes a 3% da população,
sendo 80% oriundas de doações espontâneas e obter 60% de doações de repetição5.
Os 27 hemocentros coordenadores em atividade adotam estratégias diversificadas
(conscientização da população mediante campanhas de comunicação de massa, coleta
móvel e solicitações diretas aos hospitais conveniados) no intuito de captar mais
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doadores, na busca de construir um relacionamento fiel, de maneira a transformar a
primeira doação voluntária em doação contínua6. Uma maior freqüência de doações dos
doadores de retorno possibilitaria, ao mesmo tempo, a ampliação do atendimento à
demanda crescente por sangue, a garantia de bolsas de sangue com maior segurança
para o receptor e a redução do custo da coleta: os doadores de repetição atenderiam
mais aos critérios exigidos, diminuindo o número de exames sorológicos desprezados
nos retestes7.
Segundo Suárez et al.8, os poucos estudos publicados sobre doadores regulares
identificam um pequeno número de doadores de repetição, em comparação com aqueles
que não retornam. A doação de sangue é um tema de alta relevância no mundo inteiro
que requer a realização de pesquisas9, sendo a probabilidade de tornar-se um doador
regular um dos aspectos que tem despertado o interesse de pesquisadores. Nesse
sentido, a análise da freqüência de doação pode ser usada como preditora da
probabilidade de que o doador venha a se tornar de repetição a longo prazo. O intervalo
de tempo entre a primeira e a segunda doação está associado ao número total de
doações. O gênero e a idade estão fortemente relacionados ao tipo de doador10-14.
Em um contexto onde é exigido o incremento de doações e convivem as
limitações no processo de captação e as dificuldades para aumentar o número dos
doadores de repetição, a necessidade de uma maior qualidade dos produtos sangüíneos
compromete de forma significativa a disponibilidade de sangue. O monitoramento das
características dos doadores de primeira vez e do padrão de retorno é fundamental para
o ajustamento das estratégias voltadas para o recrutamento e o estímulo da regularidade
das doações, logo, para a manutenção de um estoque de sangue estável, seguro e
adequado. O objetivo deste estudo é analisar o perfil dos doadores de sangue segundo o
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período da primeira doação e o comportamento de retorno no hemocentro público da
cidade do Recife.
Métodos
Estudo descritivo desenvolvido com abordagens transversal e longitudinal. A
partir do estudo transversal realizado entre 21 de janeiro e 30 de maio de 2008, para
conhecer a aceitabilidade relacionada às etapas da doação, numa amostra de 527
doadores de sangue do Hemocentro Recife da Fundação de Hematologia e Hemoterapia
de Pernambuco (Hemope), foi efetuado estudo longitudinal, com coleta dos dados
secundários no período entre 2 e 13 de junho de 2008. O Hemocentro Recife é o único
serviço de hemoterapia público de apoio à rede de serviços de saúde do Recife e Região
Metropolitana. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hemope
em 31/10/2007.
Para cálculo do tamanho da amostra no desenho transversal estimou-se 10% de
avaliações negativas da doação de sangue, conforme pesquisa efetuada no hemocentro
em 2007, nível de confiança de 95% e erro de 2,5%. Na amostragem, em cada turno,
utilizou-se listagem organizada seqüencialmente, sendo a décima nona convidada a
responder o questionário aplicado por umas das autoras, numa sala do serviço, após
finalizar procedimento. Os participantes assinaram o termo de consentimento livre e
esclarecido. Cobriram-se 43 turnos da manhã e 37 da tarde para obter amostra
representativa. Houve 44 recusas, duas exclusões (problema cognitivo visível e dispensa
da bolsa por inadequação clínica) e 13 perdas (aceitaram participar, mas não foram
localizados após doação).
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Para a coleta de dados secundários foi utilizado formulário próprio no qual se
registrou o tipo sangüíneo e as datas das doações realizadas no Hemocentro Recife que
constavam do Sistema de Banco de Sangue (SBS), implantado no território nacional em
dezembro de 1997. No estudo longitudinal, no primeiro momento, dos 527 doadores,
foram excluídos 164 doadores com histórico de doação nessa unidade hemoterápica
anterior ao SBS, pois, para estes, a única informação disponível era o número total de
doações que cada doador realizara antes da implantação do Sistema, restando 363. No
segundo momento, ademais, foram excluídos os 100 doadores de primeira vez que não
haviam retornado para outra doação de sangue até finalizar o levantamento dos dados
secundários e dois por imprecisão da data do retorno, restando 261 doadores.
A análise obedeceu as seguintes etapas: (1) para 527 doadores, o número de
doações foi associado ao sexo, idade e escolaridade; (2) para 363, avaliou-se a
associação entre período da primeira doação e o sexo, idade à primeira doação e fator
Rh; (3) para 261, estudou-se a associação entre o intervalo do primeiro retorno, número
total de doações, sexo, idade à primeira doação, fator Rh e tipo de doador; (4) para os
155 doadores de repetição, o intervalo de tempo entre a primeira e a última doação foi
analisado por meio da curva de sobrevivência.
Adotou-se a definição da Resolução Nº149/2001, do Sistema Nacional de
Informação da Produção Hemoterápica15 quanto ao tipo de doador, classificando-se
como de repetição aquele doador cujo intervalo de tempo entre as duas últimas doações
no Hemocentro Recife foi igual ou inferior a 13 meses e como esporádico aquele que
doou eventualmente num intervalo superior a 13 meses. Além disso, definiu-se como
doador que já foi de repetição, aquele doador que em algum momento de sua história de
doação no referido serviço esteve no estado de doador de repetição.
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A existência de diferenças significativas foi avaliada, com um nível de confiança
de 95%, entre: (a) as medianas com análise de variância de Kruskal-Wallis; e (b) as
proporções com qui-quadrado. Montou-se uma coorte retrospectiva de doadores de
repetição disponíveis seguidos até a finalização da coleta de dados secundários,
realizando análise de sobrevivência pelo método de Kaplan−Meier16. Utilizou-se o
aplicativo estatístico Stata 9.2.
Resultados
No total da amostra observou-se diferença estatisticamente significativa entre o
número de doações e o sexo (p=0,000) e a idade (p=0,000). A mediana para o sexo
masculino foi de seis doações (distribuição entre uma e 52). Já o sexo feminino teve
mediana de duas doações (amplitude entre uma e 26 doações). A freqüência de doações
aumentou com a idade, sendo aqueles entre 35 e 44 anos que apresentaram os maiores
valores: mediana de cinco doações (um mínimo de uma e máximo de 52 doações).
Embora sem significância estatística o número de doações cresceu com a escolaridade,
constatando-se a maior mediana, seis doações (distribuição de uma a 52), entre os
doadores que tinham de 5 a 8 anos de educação formal.
Afora um percentual menor de solteiros, os 527 doadores apresentaram perfil
sócio-demográfico, experiência de familiares e amigos com doação, caráter espontâneo
e motivos para doação atual semelhantes aos 363 do estudo longitudinal, cujas
características prevalentes foram: sexo masculino (77,1%), residência na cidade do
Recife (53,7%), distribuição etária concentrada entre 25 e 34 anos de idade (40,5%),
com medianas de idades diferentes (p=0,023) para homens (28 anos) e mulheres (31
anos). Acerca da educação formal, 47,7% tinham o segundo grau completo, 0,8% nunca
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estudaram e 7,7% concluíram curso superior. Aproximadamente 48,0% eram casados
ou tinham uma relação estável e 71,4% integravam a população economicamente ativa,
dos quais 35,4% declararam ter faltado ao trabalho para doar sangue.
Os familiares de 62,3% já doaram sangue e de quase duas quintas partes se
submeteram à transfusão sangüínea, enquanto amigos de 79,1% haviam doado sangue.
Para 54,0% a doação foi espontânea, sendo de convocação em apenas 3,6% dos casos
(69,2% dos quais tinham o fator Rh negativo). Os principais motivos da doação atual
foram: solicitação de amigos e familiares (41,0%), tempo de retorno (33,3%),
solidariedade (12,1%) e campanhas de comunicação de massa (7,4%).
Quando se levou em conta a primeira doação e comparou-se o período de 1998-
2000 com o período atual, segundo a Tabela 1, a participação das mulheres apresentou
um grande crescimento, mas uma proporção significativamente maior dos doadores de
primeira vez pertencia ao sexo masculino (p=0,003). No período estudado, a freqüência
de doadores com idade entre 18 e 34 anos a primeira doação manteve-se ao redor de
78,2%, com a distribuição etária concentrada entre 18 e 24 anos (48,4%). Entre 2001 e
2003 ocorreu declínio, sem significância estatística, na proporção de doadores de
primeira vez com fator Rh negativo, o qual permaneceu até o período atual.
Na Tabela 2 é possível observar que ao redor de uma terça parte dos doadores
com no mínimo duas doações realizou o seu primeiro retorno em um período igual ou
menor do que 6 meses. Para uma proporção significativamente maior (p=0,011)
daqueles que doaram cinco ou mais vezes, o primeiro retorno ocorreu em até 6 meses
(43,8%) e apenas 32,7% deste grupo não haviam retornado até 12 meses. Dentre aqueles
que doaram duas vezes, verificou-se um elevado retorno em períodos iguais ou maiores
do que 19 meses (47,3%). O sexo não afetou significativamente o tempo do primeiro
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retorno, embora mais homens (35,2%) em comparação com as mulheres (25,5%)
tenham retornado em até 6 meses.
A Tabela 2 ainda mostra que o tempo do primeiro retorno também não estava
relacionado com a idade à primeira doação, tampouco com o fator Rh, embora um
percentual maior de doadores com fator Rh negativo tenha retornado em até 6 meses. O
tipo de doador foi significativamente diferente em relação ao período de tempo do
primeiro retorno (p=0,000). Para 43,9% dos doadores de repetição o primeiro retorno
ocorreu em até 6 meses, com apenas 28,4% deste grupo não retornando até 12 meses.
Todos os doadores esporádicos retornaram após 12 meses. Aqueles que já haviam sido
de repetição em algum momento da sua trajetória como doador tiveram um tempo de
retorno semelhante aos doadores de repetição.
Um percentual significativamente maior (p=0,011) dos homens (63,3%) quando
comparado com as mulheres (43,1%) era doador de repetição. A doação esporádica foi
duas vezes mais freqüente entre as mulheres (35,3%) do que para os homens (17,6%).
Ambos os sexos apresentaram comportamento semelhante no que diz respeito a ter sido,
em algum momento, doador de repetição. Não foi observada qualquer relação entre o
tipo de doador e o fator Rh.
No Gráfico 1, o eixo vertical representa o valor da função de sobrevivência, ou
seja, a probabilidade de um doador de repetição não retornar para sua última doação em
cada instante do tempo, medido em meses (eixo horizontal). Verificou-se que a
probabilidade de não haver retornado aos 6 meses é de 89,7%, caindo para 76,1%
quando se olha para 12 meses. Quando considerado um intervalo de 2 anos, encontrou-
se um grupo de aproximadamente 61,3% dos doadores que não haviam retornado. Do
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total de doadores pesquisados, 36,8% apresentaram uma janela de tempo de doação
superior a 60 meses. O intervalo de repetição máximo encontrado foi de 120 meses.
Discussão
Nestes resultados, encontrou-se um perfil de doador semelhante ao identificado
em estudos nacionais17 e locais18, incluindo aquele realizado, em 2007, no Hemocentro
Recife19: o doador voluntário, do sexo masculino, com idade entre 25 e 44 anos,
segundo grau completo, que doa de forma espontânea, motivado pelo pedido de um
amigo ou parente que esteja necessitando de sangue e solidariedade, merecendo
destaque o significativo índice de retorno. Parcela importante referiu a experiência de
familiares que necessitaram de sangue ou possuíam amigos e familiares que já doaram
sangue. A família e os amigos, na opinião de vários autores2,8,9,15,18, têm se revelado
fundamentais no convencimento das pessoas para realizarem a primeira doação e se
manterem doando.
Na descrição da história pregressa dos doadores incluídos no estudo, constatou-se
o aumento da participação feminina na doação de sangue e a persistência da
concentração da primeira doação no grupo populacional com idade entre 18 e 24 anos.
Apesar das limitações advindas do fato de se estar lidando com doadores disponíveis em
um dado momento do tempo, o comportamento revelado na amostra é semelhante à
tendência observada na literatura sobre o sexo e a idade a primeira doação10,12,13.
Certamente, avança-se no incremento do número de mulheres doadoras de sangue
conforme meta governamental definida em 19985.
Também foram reforçados os conhecimentos existentes acerca da relação entre a
idade do doador à primeira doação e a freqüência do retorno, com os mais velhos
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realizando maior número total de doações10,12. Segundo Sampaio20, a progressiva
mudança no perfil etário da população brasileira fará com que os mais velhos sejam
ainda mais importantes na manutenção dos estoques de sangue. Em dezembro de 2002,
inclusive, a idade máxima permitida para doação aumentou, no País, de 60 para 65
anos21.
Confrontando outros estudos10,12,13 neste o sexo não afetou o tempo do primeiro
retorno, apesar de que uma proporção maior de homens retornou mais precocemente.
Contudo, a relação entre o padrão de comportamento de retorno e o sexo dos doadores
reitera o já observado no tocante aos homens se tornarem doadores de repetição com
uma freqüência significativamente maior do que as mulheres, as quais adotam um
padrão de doações esporádicas10,13. O tipo de fator Rh também não se mostrou
associado à primeira doação, tampouco ao comportamento de retorno. É possível que o
recurso aos doadores disponíveis utilizado nesta pesquisa para analisar características do
comportamento de retorno, embora tenha permitido obter informações importantes
sobre o mesmo, tenha obscurecido diferenças de menor magnitude.
Nos Estados Unidos, atribui-se a freqüência significativamente maior de retorno
dos doadores Rh negativos em comparação com os Rh positivos ao forte trabalho de
recrutamento do grupo10. Aumentar o número de doadores Rh negativos, o mais raro, é
um desafio a ser vencido pelos bancos de sangue, já que esse tipo é encontrado em
apenas 15% da população brasileira22. O esforço feito na tentativa de manter o estoque
de bolsas de sangue mediante doação espontânea é diário, independentemente do fator
Rh, incluindo a convocação direta de doadores já cadastrados para atender necessidades
específicas. Na amostra estudada, uma proporção elevada do pequeno percentual de
doadores convocados a comparecer ao serviço tinha o fator Rh negativo.
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Convém chamar a atenção para a convergência com os resultados de investigações
internacionais que evidenciam que o retorno precoce para a segunda doação está
associado com o número total de retornos e, particularmente, com o status de doador
regular10,12,13. Ownby et al.10 ampliaram esses achados demonstrando que o tempo do
próximo retorno é fortemente condicionado pelo tempo médio dos retornos prévios.
Aspectos que, na opinião desses autores, indicam que os doadores deveriam ser
estimulados a retornar tão precocemente quanto fosse possível para atender aos critérios
de elegibilidade para ser doador de sangue. Sugestão particularmente valiosa para o
Brasil onde a exigência de uma contagem mais elevada de hemoglobina torna um
desafio ainda maior converter doadores potenciais em doadores de fato e garantir o
retorno de maneira regular23.
Apesar do importante percentual de retorno dos doadores a curva de sobrevivência
mostrou que podem ser grandes os intervalos de repetição, o que significa que a cada
ano é preciso captar novos doadores para atender adequadamente (quantidade e
qualidade) a demanda crescente por sangue. Pesquisa do Ministério da Saúde revelou
que, em 2004, no Brasil e na região Nordeste, respectivamente, 53,5% e 52,6% dos
doadores já tinha doado cinco ou mais vezes em suas vidas, indicando um alto índice de
retorno17. No estudo atual, ao redor de 45,6% doaram cinco ou mais vezes. Uma
proporção importante de doadores ou deixa de doar ou se transforma em um doador
esporádico10-14.
Autores diversos7,8,12,14, afirmam que os doadores de repetição possuem duas
vantagens sobre os doadores de primeira vez ou aqueles que fizeram apenas uma
doação: oferecem um suprimento de sangue estável e seguro, já que apresentam
consistentemente uma menor incidência de inaptidão sorológica, bem como contribuem
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para a redução de custos associados ao recrutamento de novos doadores. Embora seja
preciso empreender um esforço na captação daqueles sem antecedentes de doação,
observa-se uma ênfase no desenvolvimento sistemático de estratégias que estimulem os
doadores de retorno a doarem com mais regularidade8,10,12-14. Para tanto, é preciso
concentrar a atenção em subgrupos específicos porque existem diferenças nos
comportamentos de doadores de primeira vez, de primeiro retorno e regulares12.
Schreiber et al.12 consideram essencial focalizar o olhar nos doadores de repetição
com uma história de doações regulares, os quais seriam potencialmente mais receptivos,
aumentando a efetividade do recrutamento. Afirmam que a grande maioria dos doadores
de retorno realiza menos de duas doações por ano, quando é permitido um máximo de
quatro doações, para o sexo masculino. Também acreditam que um aumento substancial
nas doações seria alcançado com uma diminuição relativamente pequena do não
retorno. Nesse sentido, esses autores ainda apontam à necessidade de que seja estudada
a freqüência com que doadores de primeira vez com perfis sócio-demográficos distintos
retornam para doar, além de investigados os motivos pelos quais metade dos doadores
de primeira vez efetua uma única doação.
Não se deveria prescindir do conhecimento sobre os condicionantes da
regularidade da doação. O hábito e a experiência prévia são considerados como fatores
de impacto relevante sobre o comportamento de retorno dos doadores de sangue14,18,23.
Para Masser et al.24, o hábito é insuficiente para assegurar a regularidade da doação,
embora seja um passo essencial na transição do recém-doador para se tornar um doador
de repetição. Ainda merece ser destacada a importância da percepção dos doadores
sobre as unidades de hemoterapia. Ludwig e Rodrigues7 argumentam que a percepção é
influenciada pela confiança depositada no serviço, com a responsabilidade e
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competência dos profissionais, o acesso à unidade e ao atendimento, bem como a
comunicação, sendo componentes centrais da satisfação de doadores.
Em um contexto onde se pretende aumentar as doações de repetição entre as
mulheres5, não é conveniente perder de vista as diferenças de gênero. São controvertidas
as relações entre gênero e satisfação dos usuários, mas estudos constatam uma maior
capacidade crítica das mulheres25, o que pode afetar as avaliações da experiência de
doação. De outra perspectiva, Santos e Condeço26 lembram os papéis diferenciados de
acordo com o gênero no que diz respeito à divisão de responsabilidades e tarefas no
ambiente doméstico e as possíveis repercussões sobre a doação de sangue.
Note-se que as relações entre a aplicação de critérios de elegibilidade mais rígidos
e a tendência estacionária das doações podem provocar em curto prazo, semelhante aos
Estados Unidos12,13, um declínio do percentual da população de doadores. É preciso
lembrar que é crônico no Brasil o déficit no número de doadores de sangue para atender
à demanda de transfusões e que as estratégias adotadas na captação de doadores não
produzem os resultados desejados. A mudança desse quadro também implica em
dedicar atenção ao monitoramento do perfil sócio-demográfico e padrão de retorno dos
doadores, imprescindível para identificar os grupos de doadores com maiores
probabilidades de tornarem-se doadores de repetição e priorizar os aspectos que
requerem ação transformadora no cotidiano do trabalho de recrutamento, atendimento e
retenção de doadores.
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66
Tabela 1: Sexo, idade a primeira doação e fator Rh, segundo o período da primeira doação de sangue. Hemocentro Recife, Brasil, 2008
Período da primeira doação (anos) 1998-2000
(N=42) 2001-2003
(N=82) 2004-2006
(N=92) 2007-2008(*)
(N=147)
Variáveis (N=363)
nº % nº % nº % nº %
p
Sexo:
Masculino 40 95,2 67 81,7 71 77,2 102 69,4
0,003
Feminino
2 4,8
15 18,3 21 22,8 45 30,6
Idade (anos):
18-24 20 47,6 45 54,1 41 44,6 70 47,6
0,632
25-34 12 28,6 20 24,4 34 36,9 42 28,6
35-44 7 16,7 10 12,2 14 15,2 25 17,0
≥ 45 3 7,1 7 9,3 3 3,3 8 6,8
Fator Rh:
Positivo 34 80,9 72 87,8 81 88,0 131 89,1
0,564
Negativo 8 19,1 10 12,2 11 12,0 16 10,9
(*) até 13 de junho de 2008.
Page 81
67
Tabela 2: Intervalo do primeiro retorno, por número total de doações, sexo, idade a primeira doação, fator Rh e padrão de doação de doadores com no mínimo duas doações. Hemocentro do Recife, Brasil, 2008
Meses ≤ 6 7-12 13-18 ≥19
Variáveis (N=261*) nº % nº % nº % nº %
p
Número total de doações:
2 16 21,6 13 17,6 10 13,5 35 47,3 0,011
3 9 24,3 12 32,5 6 16,2 10 27,0
4 10 32,3 7 22,5 3 9,7 11 35,5
≥5 52 43,8 28 23,5 14 11,7 25 21,0
Sexo:
Masculino 74 35,2 43 20,5 26 12,4 67 31,9 0,218
Feminino 13 25,5 17 33,3 7 13,6 14 27,6
Idade (anos):
18-24 47 35,4 24 18,0 16 12,0 46 34,6 0,436
25-34 23 29,5 20 25,6 11 14,1 24 30,8
35-44 11 30,6 12 33,3 6 16,7 7 19,4
≥ 45 6 42,8 4 28,6 0 0,00 4 28,6
Fator Rh:
Positivo 70 30,7 55 24,1 30 13,2 73 32,0 0,127
Negativo 17 51,6 5 15,1 3 9,1 8 24,2
Tipo de doador:
Repetição 68 43,9 43 27,7 14 9,1 30 19,3 0,000
Esporádico 0 0,00 0 0,00 12 21,8 43 78,2
Foi de repetição 19 37,3 17 33,3 7 13,7 8 15,7
* Excluídos dois doadores por imprecisão da data do retorno.
Page 82
68
Gráfico 1: Análise de Kaplan-Meier da sobrevida dos doadores de repetição disponíveis. Hemocentro Recife, Brasil, 2008
6050403020100
100
80
60
40
20
0
Tempo até o último retorno (meses)
Perc
enta
gem
de
doad
ores
que
não
ret
orna
ram
Page 83
69
V. CONCLUSÕES
Constatou-se forte aceitabilidade do acolhimento no processo de doação de
sangue, destacando-se a informação e o tratamento recebidos. Também foi grande a
confiança no atendimento que decorreu principalmente da competência profissional,
educação/cordialidade e da credibilidade institucional. Os homens mostraram-se ainda
mais satisfeitos com o acolhimento e as mulheres solicitaram mais esclarecimentos
sobre a doação. A sala de coleta foi o setor melhor avaliado. Aspectos considerados
como negativos foram: impessoalidade, informação pouco clara, falta de
perguntas/informações apropriadas, persistência de dúvidas e rapidez da entrevista
médica. Houve insatisfação com tempo gasto na doação e quase uma terça parte
encontrou dificuldade no deslocamento até unidade.
Estes resultados indicam a necessidade de: rever a adequação dos recursos ao
volume da demanda e esclarecer de modo sistemático o doador sobre os esforços
empreendidos para reduzir o tempo total da doação, garantindo o respeito às
necessidades individuais; aprimorar a atenção centrada no doador, proporcionando
maior troca de informações e apoio emocional; promover um processo de educação
continuada que articule a formação técnica e humanitária dos profissionais e buscar um
maior conhecimento sobre as relações dos profissionais com o seu trabalho, para
desenvolver a qualidade do atendimento e a satisfação de profissionais e doadores.
A mediana do número de doações foi maior entre os homens com idade entre 35 e
44 anos, semelhante ao observado em outros estudos. A participação feminina cresceu
no período atual em comparação a 1998-2000, mas um percentual elevado dos doadores
de primeira vez continuou sendo do sexo masculino. Para proporção significativamente
maior daqueles que doaram cinco ou mais vezes, o primeiro retorno ocorreu em até 6
Page 84
70
meses e apenas, aproximadamente, uma terça parte deste grupo não retornou até 12
meses. Prevaleceu o sexo masculino entre os doadores de repetição, cuja grande maioria
ainda não está próximo do seu limite de doação (quatro vezes ao ano).
Os hemocentros necessitam utilizar os dados de rotina para monitorar o perfil
sócio-demográfico e o padrão de retorno dos doadores, identificando os grupos com
maior potencialidade de resposta frente ao trabalho de recrutamento desenvolvido.
Além disso, em um contexto onde se pretende aumentar as doações de repetição entre as
mulheres é preciso atentar-se para as diferenças de gênero. Seria oportuna a realização
de pesquisas que permitissem conhecer os motivos que levam uma grande parcela dos
doadores regulares a doarem abaixo do limite de doação.
Page 85
71
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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27. Bustamante-Teixeira. MT, Faerstein E, Latorre MR. Técnicas de análise de
sobrevida. Cad. Saúde Pública 2002; 18(3): 574-594.
Page 89
Doadores de sangue de hemocentro público do Recife: percepção da doação e comportamento de retorno APÊNDICE 1
AMOSTRAGEM - LISTAGEM DOS DOADORES
Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando FigueiraMestrado em Saúde Materno Infantil
Nº ORDEM
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
CÓDIGO DO DOADOR NOME DO DOADORSITUAÇÃO DOSELECIONADO
DATA:
PERÍODO:
DIA DA SEMANA:
2ª
TURNO:
Manhã Tarde21
4ª3ª 5ª 6ª
das: às:h h
1
2
Page 91
Doadores de sangue de hemocentro público do Recife: percepção da doação e comportamento de retorno
Questionário nº
Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando FigueiraMestrado em Saúde Materno Infantil
Nº CÓDIGO DO DOADOR:1. PRIMEIRO NOME:
DATA: HORÁRIO:DIA DA SEMANA:
2ª
TURNO:
Manhã Tarde21
4ª3ª 5ª 6ª das: h
hàs:
CARACTERÍSTICAS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS
2. SEXO:
6. ESTUDOU ATÉ QUE SÉRIE?
Se NÃO tiver curso universitário COMPLETO, vá para a questão 8
Se NÃO estiver INSERIDO no mercado de trabalho, vá para a questão 10
8. QUAL É A SUA OCUPAÇÃO?
3. QUAL É A SUA IDADE?
Masculino
Não estudou
Feminino
do 1º grau
2
2
1
1
(anos)
4. EM QUE CIDADE VOCÊ RESIDE/MORA?
5. QUAL É O SEU ESTADO CIVIL?
Recife
Solteiro/a
Paulista
Viúvo/a
Olinda
Casado/a
Camaragibe
Divorciado/a
6 Outra:
6 Outro:
Jaboatão dos Guararapes
Vive junto
do 2º grau Universidade
2
2
5
5
3
3
3 4
7. CURSOU PÓS-GRADUAÇÃO?
9. ESTÁ FALTANDO AO EMPREGO PARA FAZER DOAÇÃO DE SANGUE?
2
2
1
1
3Não cursou
Sim
CompletaIncompleta
Não
Não se aplica
Não se aplica
99
99
1
1
4
4
questão 10
Page 92
11.HOJE, DE ONDE VEIO PARA FAZER ESTA DOAÇÃO AQUI NO HEMOPE?
Residência Serviço de Saúde21Local de estudo(escola, universidade)
Local de trabalho3 4
10. QUAL FOI O TRANSPORTE QUE UTILIZOU PARA CHEGAR ATÉ AQUI? (permite múltiplas respostas)
Veículo próprio
Bicicleta
Transporte público coletivo
Deslocamento a pé
Transporte alternativo
Táxi
Motocicleta2
6
3
7
41
5
13. A DIFICULDADE QUE SENTIU PARA CHEGAR ATÉ O HEMOPE FOI:
14. ESTA É A SUA PRIMEIRA DOAÇÃO?
Muito grande NenhumaGrande Regular Pequena2 3 41 5
5 Outro:
12. QUANTO TEMPO GASTOU DO LOCAL DE PARTIDA ATÉ O HEMOPE?
horas minutos
ANTECEDENTES DE DOAÇÃO
DOAÇÃO ATUAL
15. ALGUMA PESSOA DA SUA FAMÍLIA:
16. ALGUM DOS SEUS AMIGOS:
DOOU SANGUE?
DOOU SANGUE?
NECESSITOU DE SANGUE?
NECESSITOU DE SANGUE?
Sim.
Sim
Sim.
Sim
Quem?
Quem?
1
1
1
1
Não
Não
Não
Não
Não sabe
Não sabe
Não sabe
Não sabe
2
2
Sim1 Não2
2
2
3
3
3
3
17. SUA DOAÇÃO HOJE FOI:
Espontânea Reposição Autóloga Convocação2 3 41
18. SUA DOAÇÃO HOJE FOI MOTIVADA POR: (permite múltiplas respostas)
Solicitação de serviço de saúde
Já estava no tempo de retorno
Familiares
Solidariedade
Amigos Panfleto2
6
3
7 Outro:
41
5
questão10
Page 93
Bom atendimento
Profissionais desatentos
Profissional competente/capacitado
Não foi simpático/agradável
Rapidez no atendimento
Demora no atendimento
Atendimentorotineiro/padrão
Profissional atencioso/educado
Número reduzidode profissionais
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Não se aplica
Foi simpático/agradável
Tumulto
2
2
6
6 Outro:
7 Outro:
3
3
99
99
99
99
4
4
1
1
5
5
PERCEPÇÃO DA RECEPÇÃO
19. O TRATAMENTO QUE RECEBEU NA RECEPÇÃO FOI:
21. RECEBEU ALGUMA INFORMAÇÃO NA RECEPÇÃO?
20. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Ótimo ou Bom»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Regular, Ruim ou Péssimo»
Ótimo Péssimo
Nenhuma
Bom Regular
Sim
Ruim
Pequena
Não Vá para a questão 27
2 3
1
4
4
2
1 5
5
Esclareceu as dúvidas
Continuou com dúvidas
Clareza da informação
Compreendeu parcialmente
Compreendeu a informação
Não foi simpático/agradável
Informação detalhada
Informações rotineiras/básicas
Não se aplica
Não se aplica
Utilizou linguagem simples
Reforçou informação conhecida
2
2
6 Outro:
6 Outro:
3
3
99
99
4
4
1
1
5
5
24. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Muito grande ou Grande»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Regular, Pequena ou Nenhuma»
22. QUEM LHE FORNECEU INFORMAÇÃO?
23. EM SUA OPINIÃO, O SEU ENTENDIMENTO DA INFORMAÇÃO DADA POR ESSA/S PESSOA/S FOI:
Recepcionista
Muito grande
Assistente social
Grande
Ambas
Regular
2
2
3
3
4 Outros:1
1
questão27
Page 94
27. TENTOU ESCLARECER ALGUMA DÚVIDA NA RECEPÇÃO?
Sim Não Vá para a questão 311 2
Não se aplica99
Muito insatisfeitoInsatisfeito4 5
Ensinou o que é permitido/não permitido
Recebeu informação incompleta
Esclareceu dúvidas
Estimulou o autocuidado
Continuou com dúvidas
Profissional atencioso/educado
Forneceu informação incorreta
Não se aplica
Não se aplica
Forneceu informações corretas
Não foi atencioso/educado
2
2
6 Outro:
5 Outro:
3
3
99
99
4
4
1
1
5
26. POR QUE FICOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Muito satisfeito ou Satisfeito»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = » Pouco satisfeito, Insatisfeito ou Muito insatisfeito
Orientações corretas
Não soube esclarecer
Clareza da informação
Desempenho adequado da função
Esclareceu parcialmente
Profissional atencioso/educado
Respondeu com irritação/rispidez
Não se aplica
Não se aplica
Esclareceu dúvidas
Foi objetivo/direto
2
2
6 Outro:
6 Outro:
3
3
99
99
4
4
1
1
5
30. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Muito grande ou Grande»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = » Regular, Pequena ou Nenhuma
Atendimento rotineiro/padrão5
25. A INFORMAÇÃO QUE RECEBEU NA RECEPÇÃO LHE DEIXOU:
Muito satisfeito SatisfeitoPouco satisfeito2 31
questão27
Não se aplica
Não se aplica
99
99
NenhumaPequena4 5
28. COM QUEM TENTOU ESCLARECER SUA(S) DÚVIDA(S)?
29. A DISPONIBILIDADE DESTA(S) PESSOA(S) PARA ESCLARECER SUA(S) DÚVIDA(S) FOI:
Recepcionista
Muito grande
Assistente social
Grande
Ambas
Regular
2
2
3
3
4 Outros:1
1
questão31
Page 95
34. EM SUA OPINIÃO, O SEU ENTENDIMENTO DA INFORMAÇÃO DADA POR ESSE/A FUNCIONÁRIO/A FOI:
Não se aplica99
NenhumaPequena4 5
Esclareceu as dúvidas
Não compreendeu a informação
Utilizou linguagem simples
Compreendeu a informação
Recebeu informação incompleta
Informações rotineiras/básicas
Não acrescentou nada
Não se aplica
Não se aplica
Clareza da informação
Continuou com dúvidas
2
2
5 Outro:
3
3
99
99
4
4
1
1
5
35. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Muito grande ou Grande»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Regular, Pequena ou Nenhuma»
Muito grande Grande Regular2 31
Bom atendimento
Foi desatento
Foi simpático/agradável
Faltou comunicação/interação
Profissional competente/capacitado
Não foi simpático/agradável
Rapidez do atendimento
Impessoalidade do atendimento
Não se aplica
Profissional atencioso/educado
Atendimento de rotina/padrão
2
2
6 Outro:
3
3
99
4
4
1
1
5
5
PERCEPÇÃO DA TRIAGEM DE ENFERMAGEM
36. A INFORMAÇÃO QUE RECEBEU DE QUEM O ATENDEU ANTES DA ENTREVISTA COM O/A MÉDICO/A DEIXOU VOCÊ:
Não se aplica99
Muito insatisfeitoInsatisfeito4 5Muito satisfeito Satisfeito
Pouco satisfeito2 31
31. O TRATAMENTO QUE RECEBEU DE QUEM O ATENDEU ANTES DA ENTREVISTA COM O MÉDICO/A FOI:
33. RECEBEU ALGUMA INFORMAÇÃO DE QUEM O ATENDEU ANTES DA ENTREVISTA COM O MÉDICO/A?
32. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Ótimo ou Bom»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Regular, Ruim ou Péssimo»
Ótimo PéssimoBom Regular
Sim
Ruim
Não Vá para a questão 38
2 3
1
4
2
1 5
6 Outro:
6 Outro:
Não se aplica99
questão38
questão31
Page 96
41. O SEU SENTIMENTO DE CONFIANÇA COM O ATENDIMENTO DESSE/A FUNCIONÁRIA FOI:
NenhumaPequena4 5Muito grande Grande Regular2 31
Profissional competente/capacitado
Duvidou da adequação do procedimento técnico
Foi bem atendido
Foi atencioso/educado
Não recebeu informações necessárias
Confiança na instituição
Profissional competente/capacitado
Não se aplica
Não se aplica
Atendimento de rotina/padrão
Atendimento de rotina/padrão2
2
6 Outro:
5 Outro:
3
3
99
99
4
4
1
1
5
42. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Muito grande ou Grande»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Regular, Pequena ou Nenhuma»
Esclareceu as dúvidas
Recebeu informação incompleta
Atendimento de rotina/padrão
Adquiriu novos conhecimentos
Forneceu informações necessárias
Não se aplica
Forneceu informações corretas2
6 Outro:
3
99
41
1
5
37. POR QUE FICOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Muito satisfeito ou Satisfeito»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = » Pouco satisfeito, Insatisfeito ou Muito insatisfeito
Não se aplica2 Outro: 99
39. A DISPONIBILIDADE DESSE/A FUNCIONÁRIO EM ESCLARECER SUA DÚVIDA ANTES DA ENTREVISTA COM O MÉDICO/A FOI:
Não se aplica99
NenhumaPequena4 5Muito grande Grande Regular2 31
38. TENTOU ESCLARECER ALGUMA DÚVIDA COM QUEM O ATENDEU ANTES DA ENTREVISTA COM O/A MÉDICO/A ?
Sim Não Vá para a questão 411 2
Orientações corretas
Não soube esclarecer
Atendimento de rotina/padrão
Foi atencioso/educado
Profissional competente/capacitado
Esclareceu parcialmente
Esclareceu as dúvidas
Encaminhou para outro
Não se aplica
Não se aplica
Clareza da informação
Foi desatento
2
2
6 Outro:
6 Outro:
3
3
99
99
4
4
1
1
5
5
40. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Muito grande ou Grande»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Regular, Pequena ou Nenhuma»
questão38
Page 97
46. EM SUA OPINIÃO, O SEU ENTENDIMENTO DA INFORMAÇÃO DADA NA ENTREVISTA MÉDICA FOI:
Não se aplica99
NenhumaPequena4 5
Esclareceu as dúvidas
Não compreendeu a informação
Utilizou linguagem simples
Compreendeu a informação
Recebeu informação incompleta
Informou de maneira atenciosa/ educada
Não acrescentou nada
Não se aplica
Não se aplica
Informações detalhadas
Continuou com dúvidas
2
2
6 Outro:
5 Outro:
3
3
99
99
4
4
1
1
5
47. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Muito grande ou Grande»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Regular, Pequena ou Nenhuma»
Muito grande Grande Regular2 31
Bom atendimento
Impessoalidade do atendimento
Foi simpático/agradável
Rapidez do atendimento
Fez as perguntas necessárias/importantes
Faltou uma dinâmica de conversa
Entrevista demonstra preocupação com saúde do doador
Atendimento de rotina/padrão
Não se aplica
Profissional atencioso/educado
Não fez perguntas necessárias
2
2
6 Outro:
3
3
99
4
4
1
1
5
5
PERCEPÇÃO DA TRIAGEM MÉDICA
48. A INFORMAÇÃO QUE RECEBEU DURANTE A ENTREVISTA MÉDICA DEIXOU VOCÊ:
Não se aplica99
Muito insatisfeitoInsatisfeito4 5Muito satisfeito Satisfeito
Pouco satisfeito2 31
43. O TRATAMENTO QUE RECEBEU NA ENTREVISTA MÉDICA FOI:
45. RECEBEU ALGUMA INFORMAÇÃO NA ENTREVISTA MÉDICA?
44. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Ótimo ou Bom»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Regular, Ruim ou Péssimo»
Ótimo PéssimoBom Regular
Sim
Ruim
Não Vá para a questão 50
2 3
1
4
2
1 5
Não se aplica6 Outro: 99
questão50
Page 98
53. O SEU SENTIMENTO DE CONFIANÇA EM RELAÇÃO AO/À MÉDICO/A FOI:
Nenhuma
Atendimento rotineiro/padrão
Pequeno4 5
5
Muito grande Grande Regular2 31
Foi um bom atendimento
Impessoalidade do profissional
Confiança na categoria profissional
Confiança na instituição
Atendimento rotineiro/padrão
Profissional competente/capacitado
Não fez perguntasnecessárias
Não se aplica
2
2
7 Outro:
3
3
99
41
1
6
54. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Muito grande ou Grande»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Regular, Pequena ou Nenhuma»
Esclareceu as dúvidas
Informou de maneira atenciosa/ educada
Adquiriu novos conhecimentos
Forneceu informação necessária/importante
Não se aplica
Demonstrou cuidado com saúde do doador2
6 Outro:
3
99
41
5
49. POR QUE FICOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Muito satisfeito ou Satisfeito»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = » Pouco satisfeito, Insatisfeito ou Muito insatisfeito
Não compreendeu a informação Informação incompleta Informação incorreta
Informações simplórias2
5 Outro:
3
Não se aplica99
41
51. A DISPONIBILIDADE DO MÉDICO EM ESCLARECER SUA DÚVIDA FOI:
Não se aplica99
NenhumaPequena4 5Muito grande Grande Regular2 31
50. TENTOU ESCLARECER ALGUMA DÚVIDA COM DURANTE A ENTREVISTA MÉDICA ?
Sim Não Vá para a questão 531 2
Orientações corretas
Esclareceu parcialmente
Não acrescentou nada
Respondeu com presteza
Profissional competente/capacitado
Rapidez da entrevista
Respondeu de maneira atenciosa/educada
Foi apressado/impaciente
Não se aplica
Não se aplica
Foi simpático/agradável
Inadequação da resposta
Foi atencioso/educado
2
2
6 Outro:
6 Outro:
3
3
99
99
4
4
1
1
5
5
52. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Muito grande ou Grande»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Regular, Pequena ou Nenhuma»
questão50
Não se aplica
4 Outro:
99
Page 99
58. EM SUA OPINIÃO, O SEU ENTENDIMENTO DA INFORMAÇÃO DADA NA SALA DE COLETA FOI:
Não se aplica99
NenhumaPequena4 5
Esclareceu as dúvidas
Não compreendeu a informação
Forneceu informações/orientações corretas
Compreendeu a informação
Forneceu informações rotineiras/básicas
Reforçou conhecimento prévio
Respondeu parcialmente
Não se aplica
Não se aplica
Recebeu informações necessárias/importantes
Continuou com dúvidas
2
2
6 Outro:
5 Outro:
3
3
99
99
4
4
1
1
5
59. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Muito grande ou Grande»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Regular, Pequena ou Nenhuma»
Muito grande Grande Regular2 31
60. A INFORMAÇÃO QUE RECEBEU NA SALA DE COLETA DEIXOU VOCÊ:
Não se aplica99
Muito insatisfeitoInsatisfeito4 5Muito satisfeito Satisfeito
Pouco satisfeito2 31
57. RECEBEU ALGUMA INFORMAÇÃO NA SALA DE COLETA ?
Sim Não Vá para a questão 621 2
questão62
Bom atendimento
Faltou habilidade ao realizar procedimentos
Foi simpático/agradável
Atendimento derotina/padrão
Profissional desatento
Procedimento indolor/pouco doloroso
Atendimento lento
Foi atencioso/educado
Não se aplica
Profissional competente/capacitado
Não foi simpático/ agradável
2
2
7 Outro:
3
3
99
4
4
1
1
6
5
PERCEPÇÃO DA COLETA
55. O TRATAMENTO QUE RECEBEU NA SALA DE COLETA FOI:
56. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Ótimo ou Bom»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Regular, Ruim ou Péssimo»
Ótimo Péssimo
Cuidado aorealizar oprocedimento
Bom Regular Ruim2 3 41 5
5
Não se aplica6 Outro: 99
Page 100
65. A SUA CONFIANÇA EM RELAÇÃO AO USO DE MATERIAL DESCARTÁVEL NA COLETA FOI:
Nenhuma
Observou o manuseio do material
Pequena4 5
4
Muito grande Grande Regular2 31
Viu o material chegando
Não utiliza luvas
Descartou material utilizado
Material lacrado/bem acondicionado
Mesma luva para mais de um doador
Confia na instituição
Entrega o material de coleta ao doador
Não se aplica
2
2
6 Outro:
3
3
99
1
1
5
66. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Muito grande ou Grande»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Regular, Pequena ou Nenhuma»
Esclareceu as dúvidasAdquiriu novos conhecimentos
Forneceu informação necessária/importante
Não se aplica
Demonstrou cuidado com saúde do doador2
5 Outro:
3
99
41
61. POR QUE FICOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Muito satisfeito ou Satisfeito»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = » Pouco satisfeito, Insatisfeito ou Muito insatisfeito
Informação incompleta Informação incorreta
Não se aplica
2 3 Outro:
99
1
63. A DISPONIBILIDADE DO PROFISSIONAL, NA SALA DE COLETA, EM ESCLARECER SUA DÚVIDA FOI:
Não se aplica99
NenhumaPequena4 5Muito grande Grande Regular2 31
62. TENTOU ESCLARECER ALGUMA DÚVIDA NA SALA DE COLETA ?
Sim Não Vá para a questão 651 2
Não soube esclarecerEsclareceu parcialmente
Mostrou-se desinteressado
Não se aplica
Foi atencioso/educado
2
5 Outro:
3
99
41
64. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Muito grande ou Grande»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Regular, Pequena ou Nenhuma»
Informação corretaRespondeu com presteza
Esclareceu as dúvidas
Não se aplica
Atendimento de rotina/padrão
2
5 Outro:
3
99
41
questão62
Não se aplica
4 Outro:
99
Page 101
67. O SEU SENTIMENTO DE TRANQÜILIDADE COM O ATENDIMENTO NA COLETA FOI:
71. EM SUA OPINIÃO, O TEMPO GASTO PARA REALIZAR A DOAÇÃO FOI:
Não se aplica99
Nenhuma
Nenhuma
Pequena
Pequena
Foi simpático/agradável
4
4
4
5
5
Compreensão da vivência do doador
Experiência prévia como doador
Profissional competente/capacitado
Não se aplica
Não se aplica
Demonstrou cuidado com o doador2
7 Outro:
Foi atencioso/educado 3
99
99
51
6
68. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Muito grande ou Grande»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Regular, Pequena ou Nenhuma»
Sentiu-se inseguro
Medo da agulha
Temor dos procedimentos com sangue
Muito grande
Muito grande
Grande
Grande
Regular
Regular
2
2
3
3
1
1
Não se aplica
Não sabe
Atendimento de rotina/padrão2
5 Outro:
3
99
77
41
69. QUANTO TEMPO GASTOU DESDE A CHEGADA NA RECEPÇÃO ATÉ TERMINAR A SUA DOAÇÃO?
horas minutos
70. EM QUE ETAPA DA DOAÇÃO FOI GRANDE O TEMPO DE ESPERA PARA SER ATENDIDO? (permite múltiplas respostas)
Entre a chegada na recepção e o atendimento na triagem de enfermagem
Entre a entrevista médica e a coleta de sangue
Em nenhuma etapa
Entre o atendimento na triagem de enfermagem e a entrevista médica
Em todas as etapas
Entre estacionamento/recepção
2
4
6
1
3
5
PERCEPÇÃO DO TEMPO GLOBAL
Page 102
Teve opção de escolha
Sem opção de escolha
Bom atendimento
Faltou componente do lanche
Bom atendimento no setor:
Insatisfação com quantidade do lanche
Impessoalidade do atendimento
Rapidez do atendimento
Não se aplica
Profissional competente/capacitado
Atendimento de rotina/padrão
2
2
6 Outro:
3
3
99
4
4
4
1
1
5
PERCEPÇÃO DA LANCHONETE
PERCEPÇÃO GLOBAL
72. O TRATAMENTO QUE RECEBEU NA LANCHONETE FOI:
73. POR QUE ACHOU «JULGAMENTO EMITIDO ? (permite múltiplas escolhas)»
A. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Ótimo ou Bom»
B. Se «JULGAMENTO EMITIDO = Regular, Ruim ou Péssimo»
Ótimo Péssimo
Atendimento de rotina/padrão
Bom Regular Ruim2 3 41 5
5
Não se aplica
Não sabe
6 Outro:
7 Outro:
99
77
Impessoalidade no atendimento no setor médico5 6 Outro:
74. QUAIS FORAM OS PONTOS POSITIVOS ? (permite múltiplas respostas)
Atenção/educaçãoRapidez do atendimento
Bom atendimento
Profissionais forneceram informações2
6
Profissionais competentes/capacitados31
5
4
75. QUAIS FORAM OS PONTOS NEGATIVOS ? (permite múltiplas respostas)
Não identifica pontos negativos
Fila em pé na pré-triagem
Tempo de espera antes da coleta2
Profissionais desatentos na recepção 31
Melhorar atendimento no setor:5 6 Outro:
4
77. QUAIS SÃO AS SUAS SUGESTÕES PARA MELHORAR O ATENDIMENTO AO DOADOR? (permite múltiplas respostas)
Não apresentou sugestões
Reduzir o tempo gasto na doação
Aumentar o número de profissionais2
Capacitação dos profissionais 31
76. EM SUA OPINIÃO, HOJE, COMO FOI O SEU ATENDIMENTO NO HEMOPE?
Muito insatisfatórioInsatisfatório4 5Muito satisfatório Satisfatório
Pouco satisfatório2 31
Page 104
Doadores de sangue de hemocentro público do Recife: percepção da doação e comportamento de retorno
DATAS DASDOAÇÕES
1. NÚMERO DO QUESTIONÁRIO
2. CÓDIGO DO DOADOR
Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando FigueiraMestrado em Saúde Materno Infantil
SIM NÃO
3. PRIMEIRA DOAÇÃO:
4. GRUPO SANGUÍNEO FATOR RH
5. NÚMERO TOTAL DE DOAÇÕES
DOAÇÃO
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
DATA DOAÇÃO
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
DATA DOAÇÃO
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
DATA
Page 106
Autora: Fábia Michelle Rodrigues de Araújo
Instituição de Origem: Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP)
Eu, _______________________________________________________________________,
concordo em participar, voluntariamente, da pesquisa intitulada ‘Doadores de sangue de hemocentro
público do Recife: percepção da doação e comportamento de retorno’, coordenada pelo Instituto de
Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), que tem a finalidade de conhecer a minha opinião
sobre a doação de sangue para ajudar na melhoria do serviço.
Fui informado sobre os objetivos e os benefícios do estudo, que a entrevista será gravada
para evitar a perda de informações e para diminuir o tempo gasto respondendo as perguntas. Tenho
direito a esclarecer minhas dúvidas por meio do telefone 3416-4600 (pesquisadora) e desistir em
qualquer momento da pesquisa, simplesmente retirando meu nome quando achar conveniente, sem
sofrer qualquer prejuízo na prestação de serviço.
Estou ciente também que a minha identidade será mantida em absoluto sigilo, que os
dados obtidos serão utilizados para atingir os objetivos desta pesquisa, assim como seus resultados
serão apresentados em publicações e reuniões científicas.
Após a obtenção dessas informações dou meu consentimento voluntário para participar da
entrevista.
Recife, ____ de _______________ de __________
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Assinatura do Participante Voluntário
Nome:
Endereço:
RG:
CPF:
Assinatura do Pesquisador Responsável
Nome: Fábia Araújo
Endereço: Avenida Joaquim Nabuco, 171
Graças - Recife-PE
RG: 91002222810
CPF: 491133643-91
Page 107
Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )
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Page 108
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