Page 1
ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA – EBRAMEC
CURSO DE FORMAÇÃO EM ACUPUNTURA
MARINA MARTINHO
DIVERSIDADE DE RECURSOS TERAPÊUTICOS PARA
ATENDIMENTO PEDIÁTRICO NA MEDICINA CHINESA
ESTUDO DE CASO: DERMATITE ATÓPICA INFANTIL
DIVERSITY OF THERAPEUTICS RESOURCES FOR
PEDIATRIC SERVICES IN CHINESE MEDICINE
CASE STUDY: CHILD ATOPIC DERMATITES
SÃO PAULO
2016
Page 2
MARINA MARTINHO
DIVERSIDADE DE RECURSOS TERAPÊUTICOS PARA
ATENDIMENTO PEDIÁTRICO NA MEDICINA CHINESA
ESTUDO DE CASO: DERMATITE ATÓPICA INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso de Formação
Em Acupuntura Apresentado à EBRAMEC –
Escola Brasileira de Medicina Chinesa, sob
orientação do Prof. João Carlos Felix e Co-
Orientação do Dr. Reginaldo de Carvalho Silva Filho.
SÃO PAULO
2016
Page 3
MARINA MARTINHO
DIVERSIDADE DE RECURSOS TERAPÊUTICOS PARA
ATENDIMENTO PEDIÁTRICO NA MEDICINA CHINESA
ESTUDO DE CASO: DERMATITE ATÓPICA INFANTIL
BANCA EXAMINADORA
___________________________________
___________________________________
___________________________________
João Carlos Felix
Orientador
Reginaldo de Carvalho Silva Filho
Co-Orientador
Marina Martinho
São Paulo, ____ de _____________de ___
Page 4
Dedicatória
Dedico este trabalho, não o seu conteúdo, mas o prazer em tê-lo realizado, para os meus
amados, que são meu Qi e que estão sempre comigo, me mostrando como a caminhada da vida é
um aprendizado feliz e constante: Henrique, Maurício e Fernanda.
Page 5
Agradecimentos
Neste momento, tudo que sou dentro da Medicina Chinesa, devo aos dedicados
professores da Ebramec a quem sou imensamente grata, porém, todo entusiasmo que desenvolvi por
esta área devo aos meus queridíssimos Mestres João Carlos Felix, que com toda paciência deste
mundo me conduziu no ambulatório para o mundo das práticas de amor e cura da acupuntura, e
Elaine Cristina, uma apaixonada pelas terapias complementares e pela vida, que me mostrou como
“ser humana” para com o irmão que nos procura pedindo ajuda. Minha eterna gratidão.
Page 6
Para não deixar de citar meu ídolo e Mestre
“Que este ajude a ajudar”.
Page 7
Resumo
Introdução: Dermatite atópica ou eczema é uma doença crônica, hereditária, de inflamação da pele
cuja causa muitas vezes não é definida. As primeiras manifestações ocorrem por volta do primeiro
ano de vida das crianças. Por ser uma doença caracterizada pelo surgimento de lesões avermelhadas
na pele que causam coceira, além de desconforto físico, a dermatite atópica impõe um impacto
psicossocial negativo para o portador da doença, uma vez que as lesões ocorrem principalmente na
face, nas dobras do cotovelo, joelho, pernas e braços, causando constrangimento. Objetivo: O
presente estudo tem por objetivo sugerir recursos alternativos para o atendimento infantil, onde
muitas vezes a utilização da acupuntura com agulhas não é agradável para a criança e colaborar,
através das técnicas da Medicina Chinesa, com o tratamento e diminuição dos sintomas da
dermatite atópica, principalmente na fase infantil. Método: Paciente de 6 anos, apresentou-se ao
ambulatório acompanhada da mãe, porém, recusou tratamento de acupuntura com agulhas, sendo a
alternativa proposta a utilização de apong nos pontos de acupuntura, gua shá terapia, auriculoterapia
e técnicas de moxabustão. Resultados: Com relação à doença propriamente dita, foram satisfatórios
os resultados, diante das técnicas utilizadas e a gravidade do quadro da paciente. Após estabilizada
a crise, a paciente conseguiu superar os aspectos emocionais e alcançar relativo equilíbrio.
Conclusão: Todos os recursos utilizados tiveram boa recepção pela paciente, o que reforça a
necessidade do profissional voltado ao atendimento pediátrico ter versatilidade e conhecimento,
tanto das técnicas da Medicina Chinesa, quanto noções psicopedagógicas da fase infantil. Com
relação ao tratamento da Dermatite atópica, as técnicas atingiram bom resultado, ainda que tenha
sido preciso persistência.
Palavras-chave: Dermatite atópica; Eczema; Pediatria; Recursos complementares; Recursos
Terapêuticos da Medicina Chinesa; Apong; Criança; Atendimento infantil
Page 8
Abstract
Introduction: Atopic dermatitis or eczema is a chronic, hereditary skin inflammation whose cause
is often not defined. The first manifestations occur around the first year of life of children. Because
it is a disease characterized by the development of reddish skin lesions that cause itching, and
physical discomfort, atopic dermatitis imposes a negative psychosocial impact to the carrier of the
disease, since the lesions occur mostly on the face, elbow folds, knee, legs and arms, causing
embarrassment. Objective: This study aims to suggest alternative resources for child care, where
often the use of acupuncture with needles is not pleasant for the child and collaborate, through the
techniques of Chinese medicine, with treatment and decrease the symptoms of dermatitis atopic,
especially in the infant stage. Method: Patient 6 years, was presented to the clinic accompanied by
her mother, however, refused acupuncture treatment with needles, and the alternative proposal to
use Apong the acupuncture points, gua sha therapy, auricular and moxibustion techniques. Results:
Regarding the disease itself, the results were satisfactory, given the techniques used and the severity
of the patient's chart. After stabilized the crisis, the patient was able to overcome the emotional
aspects and achieve relative balance. Conclusion: All the resources used were well received by the
patient, which reinforces the need for professional geared to pediatric care versatility and
knowledge, both of the techniques of Chinese medicine, as psycho-pedagogical notions of infant
stage. Regarding the treatment of atopic dermatitis, techniques achieved good results, even if it took
persistence.
Keywords: Atopic dermatitis; Eczema; Pediatrics; Additional resources; Therapeutic Resources of
Chinese Medicine; Apong; Child; child care
Page 9
Sumário
1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 1
1.1 – DEFINIÇÃO DE DERMATITE ATÓPICA NA VISÃO DA
MEDICINA OCIDENTAL .................................................................................................... 1
1.2 – ETIOPATOGENIA ....................................................................................................... 1
1.3 – MANIFESTAÇÃO DA DOENÇA ................................................................................ 2
1.4 – TRATAMENTO ............................................................................................................ 2
2 – A DERMATITE ATÓPICA NO CONTEXTO DA MEDICINA CHINESA ............................. 3
2.1 – CONTEXTUALIZANDO A DERMATITE ATÓPICA NA
MEDICINA CHINESA .......................................................................................................... 3
3 – OBJETIVO ................................................................................................................................... 4
4 – MATERIAIS UTILIZADOS ........................................................................................................ 4
5 – METODOLOGIA ......................................................................................................................... 5
6 – BREVE DESCRIÇÃO SOBRE AS TÉCNICAS ......................................................................... 5
1) ACUPUNTURA ................................................................................................................. 5
2) GUA SHÁ .......................................................................................................................... 5
3) AURICULOTERAPIA ...................................................................................................... 6
4) MOXABUSTÃO ................................................................................................................ 6
4.1) SOBRE A ARTEMÍSIA ................................................................................................. 6
7 – APRESENTAÇÃO DO CASO .................................................................................................... 7
8 – SELEÇÃO DE PONTOS PARA TRATAMENTO ..................................................................... 8
9 – INDICAÇÃO DOS PONTOS DE ACUPUNTURA ................................................................... 9
10 – INDICAÇÃO DOS PONTOS DE AURICULOTERAPIA ..................................................... 25
11 – EVOLUÇÃO ............................................................................................................................ 28
12 – GRÁFICOS DOS RESULTADOS .......................................................................................... 39
12.1 – FASES DA CICATRIZAÇÃO .................................................................................. 40
13 – DISCUSSÃO ............................................................................................................................ 46
13.1 – DE ACORDO COM OS CLÁSSICOS DA MEDICINA CHINESA ....................... 46
13.2 – DE ACORDO COM A MEDICINA CHINESA ....................................................... 47
13.3 – DE ACORDO COM A PSICOLOGIA NA MEDICINA CHINESA ....................... 48
13.4 – DE ACORDO COM A MEDICINA OCIDENTAL ................................................. 52
13.5 – DE ACORDO COM A PSICOLOGIA NA MEDICINA OCIDENTAL .................. 52
13.6 – DE ACORDO COM MINHA EXPERIÊNCIA PESSOAL ...................................... 55
Page 10
14 – CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 56
15 – ANEXOS .................................................................................................................................. 57
16 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .............................................. 70
17 – BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 71
18 – GLOSSÁRIO ............................................................................................................................ 74
19 – EXTRAS ................................................................................................................................... 77
19.1 – AMBIENTALIZAÇÃO DOS ATENDIMENTOS ................................................... 77
19.2 – DEPOIMENTO DA MÃE ......................................................................................... 77
Page 11
Lista de Figuras
Figura 1 Apong ........................................................................................................................ 57
Figura 2 Gua Shá ..................................................................................................................... 57
Figura 3 Pasta d’água e espátula ............................................................................................. 57
Figura 4 Semente de cousa ...................................................................................................... 57
Figura 5 Moxa cone e bastão, gaze e sal grosso ...................................................................... 57
Figura 6 Paciente em 15/01/2016 ............................................................................................ 58
Figura 6A Paciente em 15/01/2016 ............................................................................................ 58
Figura 6B Paciente em 15/01/2016 ............................................................................................ 58
Figura 6C Paciente em 15/01/2016 ............................................................................................ 58
Figura 7 Ficha de anamnese frente .......................................................................................... 59
Figura 7A Ficha de anamnese verso .......................................................................................... 60
Figura 7B Ficha de evolução ..................................................................................................... 61
Figura 8 Mapa auricular / Representação do microssistema ................................................... 62
Figura 9 Artemísia ................................................................................................................... 62
Figura 10 Sentido da aplicação da técnica de Gua Shá ............................................................. 62
Figura 11 Paciente na 1ª. Sessão – 15/01/2016 ......................................................................... 62
Figura 12 Paciente na 8ª. Sessão – 12/02/2016 ......................................................................... 63
Figura 12A Paciente na 8ª. Sessão – 12/02/2016 ......................................................................... 63
Figura 12B Paciente na 8ª. Sessão – 12/02/2016 ......................................................................... 63
Figura 12C Paciente na 8ª. Sessão – 12/02/2016 ......................................................................... 63
Figura 13 Paciente na 11ª. Sessão – 27/02/2016 ....................................................................... 64
Figura 13A Paciente na 11ª. Sessão – 27/02/2016 ....................................................................... 64
Figura 13B Paciente na 11ª. Sessão – 27/02/2016 ....................................................................... 64
Figura 13C Paciente na 11ª. Sessão – 27/02/2016 ....................................................................... 64
Figura 13D Paciente na 11ª. Sessão – 27/02/2016 ....................................................................... 64
Figura 14 Paciente na 17ª. Sessão – 22/03/2016 ....................................................................... 65
Figura 14A Paciente na 17ª. Sessão – 22/03/2016 ....................................................................... 65
Figura 14B Paciente na 17ª. Sessão – 22/03/2016 ....................................................................... 65
Figura 14C Paciente na 17ª. Sessão – 22/03/2016 ....................................................................... 65
Figura 14D Paciente na 17ª. Sessão – 22/03/2016 ....................................................................... 65
Figura 15 Paciente na 19ª. Sessão – 08/04/2016 ....................................................................... 66
Figura 15A Paciente na 19ª. Sessão – 08/04/2016 ....................................................................... 66
Figura 15B Paciente na 19ª. Sessão – 08/04/2016 ....................................................................... 66
Page 12
Figura 15C Paciente na 19ª. Sessão – 08/04/2016 ....................................................................... 66
Figura 15D Paciente na 19ª. Sessão – 08/04/2016 ....................................................................... 66
Figura 15E Paciente na 19ª. Sessão – 08/04/2016 ....................................................................... 66
Figura 16 Paciente na 23ª. Sessão – 27/04/2016 ....................................................................... 67
Figura 16A Paciente na 23ª. Sessão – 27/04/2016 ....................................................................... 67
Figura 16B Paciente na 23ª. Sessão – 27/04/2016 ....................................................................... 67
Figura 16C Paciente na 23ª. Sessão – 27/04/2016 ....................................................................... 67
Figura 17 Paciente na 26ª. Sessão – 31/05/2016 ....................................................................... 68
Figura 17A Paciente na 26ª. Sessão – 31/05/2016 ....................................................................... 68
Figura 17B Paciente na 26ª. Sessão – 31/05/2016 ....................................................................... 68
Figura 17C Paciente na 26ª. Sessão – 31/05/2016 ....................................................................... 68
Figura 18 Ambientalização dos atendimentos ........................................................................... 69
Figura 18A Ambientalização dos atendimentos ........................................................................... 69
Figura 18B Ambientalização dos atendimentos ........................................................................... 69
Figura 18C Ambientalização dos atendimentos ........................................................................... 69
Page 13
Lista de Gráficos
Gráfico 1 Regressão do prurido ................................................................................................ 39
Gráfico 2 Evolução da cicatrização das lesões ......................................................................... 40
Gráfico 3 Invasão de fatores patogênicos durante o tratamento ............................................... 42
Gráfico 4 Regulação do sono .................................................................................................... 43
Gráfico 5 Episódios de enurese ................................................................................................. 44
Gráfico 6 Melhoria dos aspectos emocionais e sociais ............................................................. 45
Page 14
1
1 – Introdução
1.1 – Definição de Dermatite atópica na visão da Medicina Ocidental
A dermatite atópica ou eczema atópico é uma inflamação crônica da pele que se manifesta
principalmente em crianças a partir do primeiro ano de vida. Sua evolução é cíclica com períodos
de remissão e exacerbação, recidivante, de caráter hereditário e etiologia desconhecida, não
contagiosa.
A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) define como “...uma dermatose inflamatória crônica de
etiologia multifatorial, caracterizada por prurido intenso e xerose cutânea. As lesões apresentam
morfologia e distribuição típicas, acometendo principalmente crianças com antecedentes pessoais
ou familiares de atopia. É uma erupção eczematosa pruriginosa recorrente, que geralmente se inicia
nos primeiros anos de vida”. (Dermatite Atópica - Atualização publicada no site www.sbp.com.br
em 07/02/2015).
Ainda segundo artigo da SBP (DERMATITE ATÓPICA - O QUE O PEDIATRA DEVE SABER,
22/06/2015, Dra. Kerstin Taniguchi Abagge – Pediatra e Dermatologista, Presidente do
Departamento de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria), não obstante os fatores de
saúde propriamente ditos, a dermatite atópica se desdobra em fatores psicossociais: “O prurido
constante e de difícil controle leva a alterações do sono, as infecções de repetição (pela maior
colonização por estáfilo) contribuem para as faltas escolares e a Dermatite Atópica promove
alterações psicológicas importantes”.
1.2 – Etiopatogenia
Em artigo publicado, Dr. Hélio Miguel Simão, do Departamento de Alergia e Imunologia da SPB,
afirma que “ocorrem duas alterações significativas na dermatite atópica, que são as disfunções da
barreira epidérmica e a imunológica.” (Dermatite Atópica - Atualização publicada no site
www.sbp.com.br em 07/02/2015) e em outro artigo também publicado pela SBP, a Dra. Kerstin
Taniguchi Abagge acrescenta anormalidades farmacofisiológicas. (DERMATITE ATÓPICA - O
QUE O PEDIATRA DEVE SABER, 22/06/2015).
Embora não seja possível precisar a causa da dermatite atópica, alguns fatores são enumerados
como responsáveis por desencadear a doença. Em seu site de utilidade pública, Dr. Dráuzio Varella
menciona os seguintes (artigo de 19/04/2011):
Page 15
2
1 – alimentos: têm papel controverso; os mais implicados são ovos, leite, trigo, soja, peixe,
amendoim;
2 – alérgenos aéreos: exposição aos ácaros da poeira domiciliar;
3 – contato da pele com certas bactérias ou fungos;
4 – dermatite de contato: níquel e outros metais, derivados da borracha, conservantes, amaciantes,
detergentes, produtos de limpeza, roupas de lã e tecidos sintéticos;
5 – frio intenso e ambientes secos;
6 – calor e transpiração;
7 – estresse emocional.
1.3 – Manifestação da doença
A dermatite atópica é caracterizada pelo surgimento de prurido de intensidade variável e o sinal
clássico são as lesões eczematosas.
O prurido apresenta um ritmo diário, mínimo ao meio-dia e máximo à noite, acarretando inversão do
sono.
Como complicação ao quadro, não é raro os pacientes de dermatite atópica apresentarem infecções do
tipo bacteriano, viral ou fúngico.
(Dermatite Atópica - Atualização publicada no site www.sbp.com.br em 07/02/2015)
1.4 – Tratamento
O conjunto de medidas empregadas no controle da dermatite atópica consiste basicamente em ações
que visam manter a hidratação da pele, diminuir o prurido e manejar a inflamação.
Nesse sentido, torna-se imprescindível a orientação aos pais e ao paciente para:
a) afastamento de fatores irritantes e desencadeantes: detergentes, sabões, amaciantes, roupas
sintéticas, etiquetas, materiais abrasivos, poluentes, produtos químicos e condições extremas de
temperatura e umidade. As recomendações incluem: utilizar sabão de glicerina neutro para roupa
em geral; roupas novas devem ser lavadas previamente ao uso para reduzir a concentração de
formaldeído e outros irritantes; o vestuário, de preferência, deve ser de tecido de algodão a 100%;
sabonetes e xampus a base de aveia e sem perfume; banho rápido com temperatura amena e não são
recomendados banhos de imersão;
Page 16
3
b) hidratação adequada e continuada da pele: essa é uma das partes mais importantes do tratamento,
visto que a quebra da barreira e as alterações no conteúdo de ceramidas parece ser relevante para o
início do processo inflamatório e a perpetuação do prurido. Banhos freqüentes com a adição de
óleos emulsificantes por 5 a 10 minutos auxiliam na hidratação da pele. O óleo auxilia na
diminuição da perda transepidérmica de água. Desta forma, fazer do banho a “hora do pesadelo”
não é o mais indicado e a hidratação deve seguir um algoritmo passível de ser seguido e, sobretudo,
deve ser prazeroso para a criança. A utilização de emolientes como a vaselina ou cold cream são
muito úteis e são alternativas baratas para promover a hidratação. (DERMATITE ATÓPICA - O
QUE O PEDIATRA DEVE SABER; Dra. Kerstin Taniguchi Abagge);
c) controle da inflamação e prurido com medicamentos: o tratamento em ocasiões de crise inclui a
prescrição de corticóides tópicos em associação com a hidratação, de imunomoduladores tópicos,
antibióticos para controle nos casos de infecção, probióticos, fototerapia UV-A e UV-B.
2 – A Dermatite atópica no contexto da Medicina Chinesa
2.1 – Contextualizando a Dermatite atópica na Medicina Chinesa
Transportando as características da dermatite atópica para a visão da Medicina Chinesa, podemos
considerar que:
a) há um comprometimento da regulação da pele pelo Pulmão (Fei) uma vez que dentre as
funções deste órgão estão: governar e harmonizar o Qi, controlar a dispersão e
descendência, controlar o exterior. “As cinco vísceras são reguladas do seguinte modo: o
coração regula o pulso; os pulmões regulam a pele; o fígado regula os músculos e os
tendões, o baço regula a carne, e os rins regulam os ossos. Isto explica as cinco regulações.”
– Trecho do Imperador Amarelo, Nei Jing.
b) há um comprometimento das características yin do Rim (Shen), origem do Yin e Yang e
responsável por armazenar a essência pré-celestial (herdada) que tem implicações diretas no
caso da Dermatite Atópica uma vez que esta é uma doença hereditária e a essência pré-
celestial armazenada no Rim (Shen) participa da formação de sangue (Xue) e dos Qi
nutritivo (Ying Qi) e defensivo (Wei Qi) sendo este último encarregado por aquecer e nutrir
tecidos e órgãos e defender a superfície do corpo;
c) há um comprometimento de Qi e Sangue (Xue) pelos motivos já citados e também devido à
cronicidade e tempo prolongado da doença que acabam por exigir mais destes, levando à
exaustão.
Page 17
4
3 - Objetivo
O presente estudo teve como objetivo oferecer tratamento complementar à questão da Dermatite
atópica, procurando minimizar a utilização da medicação e tentando manter as atividades diárias de
vida mais simples e prazerosas para a criança, como:
• manter as lesões sem secreção, cicatrizadas e/ou sem prurido para proporcionar um momento de
banho sem dor e para evitar invasão de outros agentes patogênicos;
• melhorar a qualidade do sono para que a criança pudesse ter uma atividade mais participativa
durante o dia;
• colaborar para o fortalecimento do sangue e Qi;
• fortalecer os aspectos emocionais para dar suporte ao enfrentamento das questões psicossociais.
Além disso, apresentar dentro da Medicina Chinesa, alternativas ao terapeuta pediátrico para
conduzir o atendimento com eficácia quando acupuntura é recusada, na maioria das vezes, pela
criança, dificultando o atendimento pediátrico.
4 – Materiais utilizados
Os materiais disponibilizados para este tratamento foram:
a) Apong – Fig. 1
Consiste na utilização de pequenas estruturas de alumínio com uma leve ponta, recoberta de
adesivo, para fixação sobre os acupontos, em substituição às agulhas, visando o estímulo de
pontos específicos;
b) Gua shá – Fig. 2
c) Pasta d´água e espátula – Fig. 3
Meio deslizante escolhido para técnica de gua shá.
d) Semente de cousa – Fig. 4
No presente estudo, foram utilizadas as sementes de cousa fixadas a esparadrapo para estímulo
na Auriculoterapia;
e) Moxa cone e bastão, gaze e sal grosso (Artemísia) – Fig. 5
Page 18
5
5 – Metodologia
A paciente do estudo em questão é do sexo feminino, com idade de 6 anos e compareceu
acompanhada de sua mãe que buscava tratamento alternativo para o grave quadro de dermatite
atópica que tentavam combater desde os 3 anos de idade da paciente. (Fig. 6, 6A, 6B, 6C).
A criança era tímida e bastante medrosa e de imediato recusou a utilização de agulhas.
Diante disso, o caminho alternativo escolhido foi: apong nos pontos de acupuntura, gua shá terapia,
auriculoterapia e técnicas de moxabustão.
Após avaliação física, avaliação de pulsologia, avaliação de língua e preenchimento da ficha de
anamnese (Fig. 7, 7A), estabeleceu-se que os atendimentos ocorreriam em duas sessões semanais,
tendo início em 15/01/2016, mesmo dia da avaliação, sem determinação para o atendimento final.
6 – Breve descrição sobre as técnicas
1) Acupuntura: A acupuntura (do latim acus - agulha e punctura - colocação) é um ramo
da medicina tradicional chinesa (MTC) e, de acordo com a nova terminologia da OMS -
Organização Mundial da Saúde, um método de tratamento complementar. O tratamento
acupunterápico consiste no diagnóstico (igualmente baseado em ensinamentos clássicos
da Medicina Tradicional Chinesa) e na aplicação de agulhas em pontos definidos do corpo.
Chamados de "Pontos de Acupuntura" ou "Acupontos" que se distribuem principalmente
sobre linhas chamadas "meridianos chineses" e "canais", para obter diferentes efeitos
terapêuticos conforme o caso tratado. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Acupuntura -
30/08/2016).
2) Gua shá Terapia: Utilizando o instrumento de gua shá, os meridianos ou regiões
selecionados são estimulados a fim de promover a vaso dilatação, liberando o fluxo
sanguíneo e segundo a Medicina Chinesa, mobilizando a energia estagnada. Com isso,
ocorre também o relaxamento da musculatura, favorecendo a eliminação de toxinas e
fortalecendo o sistema imunológico.
Podendo ser fabricado em diversos formatos e diferentes materiais, o mais comumente
utilizado é o gua shá de pedra de jade;
Page 19
6
3) Auriculoterapia: A auriculoterapia é um método de tratamento da acupuntura que se utiliza
de pontos específicos localizados no pavilhão auricular. O uso dos pontos auriculares como
método terapêutico data dos tempos remotos da história da China e está registrado no Huang
Di Nei Jing, o primeiro livro da Medicina Tradicional Chinesa. A acupuntura auricular tem
suas origens no Oriente, vinda através da observação comparativa de que o pavilhão
auricular tem o formato de um feto em posição de parto que apresenta o formato dos rins
(morada do Qi ancestral) que, por sua vez, tem o formato de uma semente, origem da vida.
(Enomóto, Jóji – Auriculoterapia Oriental: método Enomóto, 1ª. Ed. – São Paulo: Ícone,
2015) – (Fig. 8)
4) Moxabustão: Método de aplicação de estímulo de calor no corpo pela queima de partículas
de folhas secas e peneiradas da planta Artemísia sobre ou próximo da pele, com o objetivo
de liberar o Qi e o Sangue, direcionar o Qi, dispersar o Frio, eliminar Umidade e aquecer o
Yang”. Efeitos a longo prazo: melhorar a imunidade do corpo e preservar a saúde; tonificar
o Qi e promover o Sangue (Xue); auxiliar no tratamento de fraturas; empurrar o Qi e
remover distensões; recuperação funcional pós operatória; estimular o cérebro e clarear a
mente; desintoxicar. (Moxabustão Chinesa, Reginaldo Filho, 2015).
Ainda citando Reginaldo Filho em Moxabustão Chinesa, 2015, uma importante passagem se
aplica com perfeição para este estudo de caso:
“Promover a saúde e prevenir doenças – Há milhares de anos os chineses perceberam que a
prática da moxabustão é uma grande aliada para a manutenção e promoção da boa saúde,
sendo indicada também para a prevenção de doenças, visto que o corpo pode manter um
nível de imunidade aumentado...”
4.1) Sobre a Artemísia: “Sob a ótica ocidental a Artemísia vulgaris possui as seguintes
indicações: afecções biliares e hepáticas, afecção gástrica (atonia, gastrite, hipoclorídia, etc),
afecções uterinas, amenorreia, anemia, anorexia, ansiedade, câimbra, cólicas intestinais,
constipação, contusões, convulsões, coreia, corrimentos, debilidade, diarreia crônica,
problemas digestivos, dismenorreia, enterites, epilepsia, espasmo brônquico, feridas,
fraqueza, flatulência, hidropsia, histeria, icterícia, inapetência, intoxicações, malária,
mucosidade, nevralgias, nervosismo, dificuldades no parto, menstruação desregulada,
alterações reumáticas, tosse, transtornos menstruais, verminose. (Moxabustão Chinesa,
Reginaldo Filho, 2015). (Fig. 9)
Page 20
7
7 – Apresentação do caso
Y.M.S., 6 anos, estudante, acompanhada de sua mãe, procurou tratamento junto à Medicina Chinesa
como tentativa de amenizar seu quadro de dermatite atópica que já não respondia bem à medicação
ministrada pela Medicina Ocidental.
Para que não houvesse equívoco, foi esclarecido para a responsável, que o tratamento junto ä
Medicina Chinesa seria complementar e não alternativo, e que todas as orientações médicas
deveriam ser mantidas, assim como a medicação, caso estivesse prescrita.
Informações adicionais:
Parto cesárea.
Amamentada até 1 ano de idade.
Mãe teve depressão pós parto.
Mãe observou que lesões aumentam em quantidade quando a criança sofre contrariedade ou
irritabilidade ou estresse emocional.
Fora as atividades escolares (horário da escola: 13h00 às 17h00), Y.M.S praticava judô, 1 vez por
semana, quando o quadro de lesões permitia.
Ingeria pouca água e apesar disso, muito frequentemente havia episódio de enurese noturna.
Insônia de manutenção devido à coceira intensa.
Timidez e dificuldade em relacionamentos sociais por vergonha das lesões e das frequentes
discriminações que sofria.
Baixo rendimento escolar.
Exame físico:
• Pálida
• Lábios pálidos
• Cabelos levemente ressecados
• Bom tônus vocal
• Prurido
• Lesões severas com secreção nos braços e antebraços, pernas, barriga, pescoço e nádegas.
Page 21
8
8 – Seleção de pontos para tratamento
Após análise dos dados coletados, a estratégia de tratamento foi baseada conforme especificações a
seguir:
• Iniciar a sessão com guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) de cima para baixo e
Vaso Governador (VG 3 à VG 14 aproximadamente) de baixo para cima (Fig. 10); ambos com
pressão leve com a finalidade de apenas estimular estes canais, liberando fluxo de sangue e Qi para
a região e pontos específicos para tonificação, conforme indicação do The Big “Little” Gua Sha
Book, Leta Herman and Jaye McElroy, EUA, 2015: “Different strokes for different folks! The Gua
Sha technique I use (and teach) has three levels of pressure:
1. Light – Use very light pressure to release the energy. This technique is used most often with
children and elderly. You should also use this pressure with anyone who is very ill or weak.
With light pressure, you’re not trying to get a lot of Sha (redness) out. You’re simply trying
to release a small amount of energy. Start with light, small, and quick strokes simply to
stimulate the skin, energy, and blood in the area. If the person does well with very light
pressure, you can increase the pressure slightly until a small amount of the Sha comes out.
Make sure the person is not experiencing any discomfort.” *
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian; bilateralmente, para os pontos onde havia
bilateralidade.
• Auriculoterapia: Ápice da orelha, Hélix 6 – Yang do Fígado, Pulmão, Fígado, Coração,
Ansiedade, Shenmen.
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em VC8
*"Diferentes maneiras para diferentes pessoas! A técnica de Gua Sha que eu utilizo (e ensino) tem três níveis de
pressão: 1. Leve - Usa pressão muito leve para liberar a energia. Esta técnica é usada na maioria das vezes com
crianças e idosos. Também deve ser usada com pessoas que estão muito doentes ou fracas. Com uma leve pressão,
não se está tentando obter um Sha (vermelhidão) forte. Tenta-se apenas liberar uma pequena quantidade de energia.
Começa com pequenos trechos, de forma rápida e pressão leve, simplesmente para estimular a pele, energia e
sangue na área. Se a pessoa sentir-se bem com a pressão muito leve, pode-se aumentar ligeiramente até que uma
pequena quantidade de Sha surja. Certificando que a pessoa não está enfrentando qualquer desconforto. "
(traduzido pela autora da monografia).
Page 22
9
9 – Indicação dos Pontos de Acupuntura
PONTO
FONTE: Guia prático de
acupuntura, Claudia Focks /
Ulrich März, Manole, 2008
FONTE: Pontos de acupuntura –
Guia ilustrado de referência,
Ednéa Iara S. Martins / Ernesto
G. Garcia, 2003
B13 (Feishu)
Ponto Shu do Pulmão
• fortalece, distribui e diminui o Qi
do pulmão, nutre o Yin do pulmão:
doenças das vias respiratórias,
predisposição a infecções, estados
de fraqueza;
• filtra o calor do pulmão: repleção
do pulmão;
• libera a superfície: resfriado
agudo, aversão a calafrio e frio após
infecções;
• trajeto do canal de energia:
problemas na região da nuca, das
costas e do ombro;
• ponto principal para o tratamento
de todas as doenças pulmonares.
• nutre o yin;
• harmoniza o Qi do Jiao superior;
• recupera a perda por esforços;
• dispersa o vento, o vento-frio, o
vento-calor e o frio perverso;
• regula os níveis nutritivos (ying
Qi) e defensivos (wei Qi);
• cessa a tosse;
• dispersa o calor;
• baixa a febre.
B14 (Jueyinshu)
Ponto Shu do
Pericárdio
• regula e fortalece o coração:
palpitações, distúrbios do ritmo
cardíaco;
• relaxa o tórax, regula o Qi: dores
na região do tórax, coluna torácica e
costelas, angina de peito, tosse,
soluço;
• tranquiliza o shen: ansiedade,
problemas psicovegetativos.
• regula a função Qi do pulmão,
coração e estômago para tratar
vômitos;
• harmoniza, tranquiliza e tonifica o
Qi do coração;
• acalma o shen;
• harmoniza o Qi do corpo;
• ativa a circulação do sangue.
B15 (Xinshu)
Ponto Shu do
Coração
• fortalece e nutre o coração, regula
o Qi do coração, libera o tórax,
elimina a estase de sangue,
tranquiliza o shen, filtra calor e o
fogo: doenças cardíacas, dores e
• harmoniza o Qi e o sangue;
• harmoniza e tonifica o Qi do
coração;
• nutre e acalma o shen;
• fortalece e clareia a mente;
Page 23
10
sensação de pressão no tórax,
distúrbios psíquicos;
• local/trajeto do canal de energia:
problemas na região intercostal e na
coluna torácica.
• estimula o cérebro;
• elimina calor.
B16 (Dushu)
Ponto Shu do Vaso
Governador
• elimina bloqueios e excessos no
Vaso Governador: doenças da pele,
dores no tórax e na região da coluna
torácica; relaxa o tórax e o Qi: dores
na região do tórax, coluna torácica e
costelas, angina de peito, arritmia
cardíaca, soluço.
• harmoniza o Qi do tórax;
• promove a circulação de sangue;
• fortalece o diafragma;
• refresca o calor no sangue;
• regula o Qi e a função do coração.
B17 (Geshu)
Ponto Shu do
Diafragma (Ponto de
influência hui do
sangue)
• resfria o calor no sangue, estanca
hemorragias, elimina a estase
sanguínea, nutre e harmoniza o
sangue (e o yin): todas as doenças
do sangue (causadas pelo calor no
sangue, estase sanguínea ou
anemia), doenças da pele;
• regula o diafragma, diminui o Qi
de contrafluxo: distúrbios do
diafragma;
• local/trajeto do canal de energia:
problemas locais (região da coluna
torácica, miogeloses, neuralgia
intercostal).
• nutre, revigora, harmoniza e regula
a circulação e refresca o calor do
sangue, recuperando as deficiências
do fluxo do Qi;
• harmoniza o Qi do tórax;
• fortalece o diafragma;
• harmoniza o Qi do estômago e do
baço;
• fortalece do yin Qi;
• facilita a formação de Jinye;
• elimina a umidade e promove
ressucitação.
B18 (Ganshu)
Ponto Shu do Fígado
• distribui o Qi do fígado, resfria o
fogo, filtra a umidade e o calor,
regula e nutre o sangue do fígado,
acalma o vento (interno): em
distúrbios causados por estagnação
do Qi do fígado e/ou umidade
quente, como sensação de tensão e
dores no tórax, epigástrio e região
das costelas, distúrbios do fígado e
• regula o Qi e afasta a umidade do
fígado e da vesícula biliar;
• pacifica o estômago;
• alivia a depressão mental;
• refresca o calor do sangue,
acalmando a mente;
• clareia e fortalece a visão;
• elimina o vento interno.
Page 24
11
da vesícula biliar, distúrbios da
menstruação, distúrbios psíquicos;
• beneficia os olhos: problemas de
visão;
• beneficia os tendões: cãibras
musculares, contraturas de tendão.
B19 (Danshu)
Ponto Shu da
Vesícula biliar
• filtra a umidade e o calor do fígado
e da vesícula biliar: doenças do
fígado e da vesícula biliar;
• elimina os fatores patogênicos do
shaoyang: síndrome shaoyang;
• fortalece e regula o Qi da vesícula
biliar: ansiedade, medo;
• relaxa o tórax e o trajeto do canal
de energia: problemas ao longo do
canal de energia.
• harmoniza o Qi, refresca e faz a
limpeza do fogo do fígado e da
vesícula biliar;
• pacifica e harmoniza o Qi do
estômago;
• relaxa o diafragma;
• regula a função do jiao médio;
• alivia a sensação de peso no tórax;
• clareia a visão;
• reduz o calor;
• remove a umidade.
B20 (Pishu)
Ponto Shu do Baço
• fortalece o Qi e o Yang do baço,
regula o Qi do meio, aumenta o Qi:
problemas no trato gastrointestinal,
estados (crônicos) de esgotamento
físico / espiritual, atrofia muscular,
visceroptose;
• transforma a umidade: “síndrome
da umidade”, como edema,
inchaços, sensação de peso no
corpo;
• mantém e nutre o sangue: anemia,
hemorragias; ponto principal para
fortalecimento do meio,
principalmente em síndromes de
insuficiência do baço.
• harmoniza o Qi do baço, do fígado,
do estômago e do jiao médio;
• harmoniza e nutre o Qi, o sangue e
o yong Qi;
• drena a umidade e a água em
excesso;
• ascende o Qi para a cabeça;
• beneficia a visão e a palpitação;
• promove a digestão.
B21 (Weishu)
Ponto Shu do
Estômago
• regula o estômago, diminui o Qi
de inversão, harmoniza o triplo
aquecedor médio, elimina a
• harmoniza e fortalece o Qi do
estômago e do jiao médio;
• drena a umidade e a mucosidade;
Page 25
12
umidade e a estagnação (alimentar):
distúrbios do trato gastrintestinal,
edema; torna permeável o canal de
energia: problemas na região das
colunas torácica e lombar,
miogeloses, neuralgia intercostal;
• ponto principal para a regulação de
distúrbios funcionais do estômago
de qualquer gênese.
• alivia a retenção de alimentos;
• harmoniza a inversão do Qi do
estômago.
B22 (Sanjiaoshu)
Ponto Shu do Triplo
aquecedor
• regula o triplo aquecedor:
sensação de tensão abdominal,
problemas digestivos, edema;
• torna permeáveis os caminhos das
águas: retenção de urina, doenças
das vias urinárias e dos rins;
• atua sobre o shaoyang: estados
alternados de calor/frio e dores
difusas nas costas.
• harmoniza o sanjiao e a via das
águas;
• regulariza a transformação dos
fluídos do jiao inferior;
• tonifica os rins;
• afasta a umidade;
• regula a função de transformação
do Qi;
• clareia e regula os 3 jiaos.
B23 (Shenshu)
Ponto shu do Rim
• fortalece os rins, o Qi e o Yang
dos rins, beneficia o jing, nutre o yin
dos rins: esgotamento crônico,
distúrbios da memória, tontura,
problemas respiratórios;
• regula o triplo aquecedor inferior,
beneficia o útero: distúrbios
crônicos na área urogenital;
• beneficia os ossos e a medula:
osteoporose, osteomalacia;
• beneficia os olhos e os ouvidos:
doenças (crônicas) oculares e nos
ouvidos;
• beneficia a região lombar das
costas: fraqueza/problemas crônicos
da região lombar e dos membros
inferiores;
• fortalece a recepção do Qi dos rins;
• tonifica a essência e o yuan Qi;
• aumenta a energia dos rins;
• reforça a lombar e os joelhos;
• tonifica os ossos e a medula;
• fortalece o Qi do cérebro;
• melhora a acuidade visual e
auditiva;
• resolve a umidade;
• harmoniza a via das águas;
• nutre o yin e o sangue;
• beneficia o pulmão;
• com moxa tonifica o yang dos rins.
Page 26
13
• ponto principal para
fortalecimento dos rins.
B43 (Gaohuang)
Membrana Grossa
• nutre o pulmão, o coração, os rins,
o estômago e o baço: síndrome de
insuficiência;
• fortalece o yin, filtra o calor: por
exemplo, doença de vapor do osso;
• tranquiliza o shen: distúrbios do
sono, irritabilidade, estados de
confusão mental;
• fortalece o yuan Qi: estados de
fraqueza e esgotamento;
• remove o muco: “distúrbios do
muco”, por exemplo, com
desenvolvimento crônico de doença;
• ponto importante para tratamento
de síndromes de insuficiência
(indicação clássica).
• fortalece a função do pulmão e do
baço;
• harmoniza o Qi e nutre o yin do
pulmão;
• harmoniza e tonifica o Qi e o
sangue;
• nutre o yin Qi;
• fortalece a deficiência;
• umedece a secura;
• afasta a mucosidade;
• tonifica o rim;
• nutre a essência;
• acalma o shen;
• revigora a mente;
• cessa a tosse e acalma a asma.
VG3
(Yaoyangguan)
Passagem do yang na
região lombar
• expulsa o vento, o frio e a
umidade: síndrome bi (costas /
membros inferiores), disúria;
• regula o Qi do triplo aquecedor
inferior, fortalece o Qi do Yuan:
dismenorreia, leucorreia,
impotência;
• experimental: convalescença após
trauma da coluna espinal;
• importante ponto local para o
tratamento de dores combinadas nas
costas e nos membros inferiores.
• harmoniza, regula, fortalece e
mantém o Qi dos rins;
• tonifica o yang;
• beneficia a região lombar, joelhos e
genitais;
• elimina a umidade e o vento
patogênico;
• dispersa o frio-umidade do jiao
inferior;
• fortalece as pernas.
VG4 (Mingmen)
Portão da vida
• fortalece o yang dos rins
(sobretudo com moxabustão),
aquece o mingmen, regula o vaso
governador, beneficia a região
lombar: estados crônicos de
• tonifica, nutre, beneficia e fortalece
a energia essencial;
• reforça o yang dos rins;
• expele o frio;
• dispersa a umidade e a umidade-
Page 27
14
fraqueza causados por deficiência
do yang ou da essência jing (dos
rins), distúrbios do trato urogenital,
distúrbios sexuais funcionais,
prolapso retal, hemorroidas,
problemas crônicos da coluna
lombar com fraqueza da
extremidade inferior; tranquiliza o
vento no vaso governador: dores na
cabeça, epilepsia; ponto principal
para fortalecimento, sobretudo do
yang dos rins.
frio;
• harmoniza o Qi, o sangue e a via
das águas;
• fortalece a lombar e os joelhos.
VG5 (Xuanshu)
Ponto Shu pendente
• torna permeável o canal de
energia: rigidez e dor na região da
coluna lombar; regula o Qi no triplo
aquecedor inferior: diarreia,
componentes não digeridos do
alimento nas fezes, posição elevada
dos testículos.
• harmoniza o Qi do baço e
estômago;
• tonifica a função dos rins;
• trata os intestinos para interromper
a diarreia;
• alivia a prostração;
• fortalece a coluna vertebral.
VG6 (Jizhong)
Meio da coluna
vertebral
• tonifica o baço e sua função, para
transformar a umidade: sensação
abdominal de repleção, “massas
abdominais”, icterícia, diarreia,
hemorroidas, prolapso retal;
• beneficia a coluna vertebral:
rigidez na região da coluna lombar;
• cientificamente descrito: anestesia
por acupuntura para a realização de
histerectomia.
• tonifica, fortalece e aquece o Qi do
baço e do rim;
• remove a umidade;
• trata a convulsão e alivia a
prostração;
• dispersa o vento.
VG7 (Zhongshu)
Ponto Shu do meio
• tonifica o triplo aquecedor médio:
sensação de repleção abdominal,
icterícia, inapetência, amenorreia;
• beneficia a coluna vertebral: dores
nas costas.
• harmoniza o Qi do baço e regula a
função do estômago;
• alivia a dor;
• tonifica a função dos rins;
• fortalece a coluna espinal.
Page 28
15
VG8 (Jinsuo)
Ponto de hipotrofia
• acalma o fígado: icterícia, raiva
reprimida, dor estomacal;
• conduz o vento para fora:
espasmos, medo, meningismo,
angina de peito;
• tranquiliza o shen: epilepsia,
estados maníacos;
• experimental: epilepsia (causada
por liberação de melatonina), ataque
de apoplexia (volume de infarto
reduzido por liberação de taurina e
diminuição de aspartame).
• acalma a palpitação e elimina o
vento interior;
• desobstrui o Qi do fígado;
• relaxa os músculos e tendões,
alivia espasmos e acaba com a dor;
• ativa os colaterais e refresca a
mente.
VG9 (Zhiyang)
Alcance do Yang
• tonifica o baço, elimina a
umidade: sensação epigástrica de
repleção ou frio, inapetência,
fraqueza geral;
• conduz o calor e a umidade do
triplo aquecedor médio para fora:
hepatite, icterícia;
• harmoniza o triplo aquecedor
superior: angina de peito, sensação
de opressão no tórax, tosse,
dispneia;
• experimental: suave dilatação das
artérias coronárias;
• cientificamente descrito: angina de
peito.
• harmoniza, regula as funções e
move o Qi;
• harmoniza o Qi do fígado e da
vesícula biliar, transforma a
umidade-calor e limpa o fogo e o
calor;
• faz circular o yang Qi do fígado;
• regulariza a bexiga;
• facilita o fluxo do Qi do pulmão e
trata a tosse;
• expande o tórax e o diafragma e
alivia a sensação de sufocação
torácica;
• reduz a febre.
VG10 (Lingtai)
Pavilhão espiritual
• harmoniza o triplo aquecedor
superior: falta de ar, asma, tosse
crônica;
• conduz o calor e o calor tóxico
para fora: antraz / furúnculo,
doenças purulentas.
• reduz a febre, ativa os colaterais e
alivia a tosse e a asma;
• descongestiona a energia do tórax.
Page 29
16
VG11 (Shendao)
Passagem espiritual
• tonifica o coração e o pulmão:
medo, asma, palpitações, confusão
mental, memória fraca, tristeza
exagerada;
• tranquiliza o shen: epilepsia,
medo, espasmos;
• conduz o vento e o calor para fora:
febre intermitente com dores na
cabeça, tosse;
• experimental: defesa contra a
hiperemia de reperfusão e liberação
de glutamato após isquemia
cerebral.
• harmoniza e tranquiliza o Qi do
coração;
• acalma o shen, tranquiliza a mente
e acalma o excesso de excitação;
• elimina o vento e a mucosidade;
• reduz a febre;
• controla o vento.
VG12 (Shenzhu)
Pilar do corpo
• conduz o vento interior e exterior
para fora: epilepsia, convulsão por
febre, hemorragias nasais,
apoplexia;
• tranquiliza o shen: agitação;
• tonifica o pulmão: tosse, dispneia;
• cientificamente descrito: aumenta
o fluxo sanguíneo cerebral e espinal.
• regulariza a circulação do Qi;
• harmoniza, tonifica, facilita o fluxo
e difunde o Qi do pulmão;
• interrompe a tosse;
• alivia a asma;
• fortalece o corpo;
• clareia o fogo do coração;
• tranquiliza e acalma o excesso de
excitação;
• acalma o shen e a mente;
• elimina o vento interior;
• relaxa tendões e músculos e acalma
espasmos.
VG13 (Taodao)
Caminho do
transporte
• conduz os fatores patogênicos para
fora: febre, diferentes síndromes de
calor;
• torna permeáveis o canal de
energia e os vasos luo: dores nas
costas e no meio da cabeça;
• ponto de cruzamento com o canal
de energia da bexiga.
• refresca e faz limpeza do calor;
• controla o vento interno;
• fortalece e difunde o Qi do pulmão;
• libera o Qi patogênico da
superfície e faz circular o Qi
antipatogênico; • acalma o shen;
• regulariza o shaoyang;
• nutre o yin para restaurar o yang;
• trata malária e reduz a febre.
Page 30
17
VG14 (Dazhui)
Grande vértebra
• filtra o vento, fortalece e regula a
superfície, conduz os fatores
patogênicos para fora: resfriados
com febre, um ponto principal para
regulação da transpiração;
• filtra o calor: estados de calor,
doenças da pele causadas pelo calor
e pelo vento;
• tranquiliza o vento (interior) e o
shen: estados de inquietação,
epilepsia;
• fortalece o Qi e o yang nos estados
de insuficiência: estados de
esgotamento;
• beneficia a coluna (sobretudo
coluna cervical): síndrome da
coluna cervical, problemas na nuca;
• ponto de cruzamento com todos os
canais de energia Yang e ponto Mar
do Qi.
• tonificação geral;
• fortalece o wei Qi, regulariza o Qi
defensivo e o Qi nutritivo;
• regula o fluxo de Qi;
• faz circular e tonifica o yang Qi do
corpo;
• acalma o shen e restaura a
consciência;
• libera o calor patogênico de todos
os canais yang;
• faz limpeza do fogo e do calor-
perverso;
• reduz a febre;
• alivia o estresse mental e
espasmos;
• desobstrui e clareia o cérebro.
R1 (Yongquan)
Fonte borbulhante
• reconstrói o yang em colapsos:
desmaio, perda de consciência,
choque;
• elimina o excesso, o calor e o
vento da região da cabeça e diminui
o yang: forte dor na cabeça (ápice),
crise de enxaqueca, crise
hipertônica, ataque convulsivo,
apoplexia;
• tranquiliza o shen: forte
preocupação, agitação;
• ponto poço jing, ponto madeira,
ponto de sedação.
• tonifica o Qi do rim e a essência;
• restaura o colapso do yang Qi;
• limpa o calor perverso e o fogo;
• dispersa a umidade-calor;
• domina o vento;
• acalma o shen;
• clareia a mente, recupera a lucidez
e restaura a consciência.
Page 31
18
R3 (Taixi)
Grande desfiladeiro
• nutre o yin dos rins e filtra o calor
insuficiente, fortalece o yang dos
rins, estabiliza o Qi dos rins e o
pulmão (função de recepção do Qi
dos rins), regula a menstruação:
estado de fraqueza crônico,
dificuldades na audição, zumbido,
tontura, distúrbios do sono, doenças
crônicas das vias respiratórias
(sobretudo asma brônquica),
obstipação (causada por
insuficiência do yin), doenças
crônicas urogenitais, como
distúrbios de diurese, distúrbios
menstruais, problemas do
climatério, distúrbios de fertilidade,
distúrbios sexuais funcionais como
impotência;
• fortalece a região lombar:
problemas crônicos na coluna
lombar e joelho, problemas na
região da articulação do tornozelo;
• ponto Yuan, ponto corrente shu,
ponto terra. Importante ponto para
fortalecimento dos rins (sobretudo o
yin dos rins).
• tonifica o Qi do rim;
• nutre e sangue e a essência;
• nutre o yin para reduzir o calor
patogênico;
• fortalece o cérebro;
• tonifica os ossos e a medula;
• aquece o frio;
• acalma o feto e restaura o Qi do
útero;
• reforça articulações dos membros
inferiores;
• fortalece a lombar e o joelho;
• promove e regulariza a função do
sanjiao, harmonizando a via das
águas.
R7 (Fuliu)
Regresso do fluxo
• regula os caminhos das águas e
elimina edema, fortalece o rim
(sobretudo o yang do rim), afasta a
umidade e umidade quente: edema,
doenças urológicas-andrológicas,
como distúrbios na micção,
infecções nas vias urinárias,
espermatorreia, doenças intestinais
(no caso de calor úmido): diarreia,
• acalma a mente;
• harmoniza o Qi da bexiga, orienta
sua circulação;
• harmoniza a via das águas;
• dispersa a umidade e reduz o calor;
• umedece a secura;
• elimina edema;
• reforça a lombar e os membros
inferiores;
Page 32
19
doenças intestinais inflamatórias;
• regula a secreção do suor: para a
regulçao de suor;
• fortalece a região lombar: dores
lombares (no caso de estagnação da
energia Qi e fraqueza dos rins);
• ponto de tonificação.
• regula a sudorese;
• tonifica o wei Qi;
• consolida o yang do rim.
BA6 (Sanyinjiao)
Ponto de encontro
dos três yin
• fortalece o baço e o estômago,
elimina umidade: distúrbios do trato
gastrintestinal;
• nutre o sangue e o yin, regula a
menstruação, estimula o trabalho de
parto: estados de fraqueza, ponto
principal nos distúrbios
ginecológicos e obstétricos;
• regula a micção, beneficia as
genitálias, harmoniza o triplo
aquecedor inferior: distúrbios
urológicos e andrológicos, sexuais e
genitais;
• tranquiliza o shen: distúrbios
psíquicos, distúrbios do sono;
• ponto de encontro dos três canais
de energia yin do pé; ponto Luo de
grupo.
• harmoniza, fortalece e tonifica o Qi
do baço;
• tonifica o Qi dos rins e a essência;
• promove o Qi do fígado;
• fortalece o Qi dos 3 canais yin do
pé; harmoniza e tonifica a circulação
do Qi e do sangue;
• elimina estase;
• esfria o sangue;
• harmoniza o Qi do estômago e dos
jiao médio e inferior;
• transforma a umidade;
• harmoniza a via das águas;
• harmoniza o Qi do útero e da
próstata;
• regula a menstruação;
• acalma a mente;
• cessa a dor;
• beneficia a micção;
• regula o útero e menstruação;
• nutre o yin.
BA10 (Xuehai)
Mar de sangue
• fortalece o sangue, elimina a
estase sanguínea, resfria o sangue,
estanca hemorragias, regula a
menstruação, beneficia a pele:
emprego em todos os tratamentos
distúrbios do sangue, distúrbios
ginecológicos (causados por calor
• regula o fluxo do Qi e a circulação
do sangue, removendo a estase;
• esfria o sangue;
• harmoniza o Qi do baço;
Page 33
20
no sangue ou estase sanguínea),
doenças da pele (causadas por calor
no sangue ou estase sanguínea,
anemia). Importante ponto para a
regulação do sangue.
• regula a função do jiao inferior;
• elimina o vento; regulariza a
menstruação; fortalece o ying Qi.
Baichongwo
Ninho de insetos
• filtra o calor do sangue, elimina o
vento, conduz a umidade para fora:
doenças da pele, prurido (dermatite,
urticária, fenômenos alérgicos).
Importante ponto para o tratamento
de prurido na pele.
-------------------------------------------
E36 (Zusanli)
Três distâncias no pé
• regula o estômago, fortalece o
baço, transforma a umidade:
distúrbios do trato gastrintestinal;
• fortalece o Qi e o yang, nutre o
sangue e o yin: em geral para
imunoestimulação e tonificação do
Qi, por exemplo, em estados de
fraqueza, tontura, alergias;
• tranquiliza o shen: estados de
inquietação;
• torna permeável o canal de
energia: problemas ao longo do
trajeto do canal de energia;
• ponto mar He, terra, ponto bem,
ponto mar inferior xiahe do
estômago, ponto de comando Gao
wu (ponto mestre) para o tratamento
de doenças do abdome; ponto
estrela do céu, ponto mar do
alimento. Ponto principal em
estados de fraqueza, pois fortalece o
Qi e o sangue.
• regulariza, harmoniza e firtalece o
Qi mediano (baço e estômago);
• tonifica, faz circular o Qi e o
sangue; é um dos quatro pontos
gerais de tonificação;
• fortalece as condições deficientes e
as fraquezas;
• tonifica o wei Qi, restaura o yang
Qi e forma os líquidos corporais,
restaurando a função do corpo;
• redireciona o Qi do estômago;
• aumenta a função de contração do
estômago para espasmo e
relaxamento do piloro;
• regula a secreção gástrica;
• transforma a umidade e a umidade-
calor; dispersa o vento e o frio;
• regulariza e umedece os intestinos;
• harmoniza e tonifica o Qi do
pulmão; aumenta a energia
essencial; estimula a contração da
vesícula biliar; resolve edemas;
• ascende o Qi límpido para a
cabeça; • beneficia o joelho.
Page 34
21
VC17 (Danzhong)
Centro aberto
• regula e beneficia o Qi, libera o
tórax, diminui o Qi de contrafluxo
do pulmão e do estômago: doenças
das vias respiratórias, neuralgia
intercostal;
• beneficia as mamas: distúrbios de
lactação, mastite;
• ponto de cruzamento com os
canais de energia do baço, rim,
intestino delgado e triplo aquecedor;
ponto hui de influência do Qi, Mar
do Qi;
• importante ponto para tratamento
de doenças das vias respiratórias.
• tonifica, aquece o Qi e harmoniza
sua circulação;
• harmoniza o Qi do pulmão e do
jiao superior;
• desbloqueia a plenitude do Qi;
• faz a limpeza da mucosidade do
tórax, aliviando a sensação de
plenitude e opressão torácica;
• acalma o coração;
• redireciona o Qi invertido;
• dispersa a mucosidade, a umidade-
frio e a umidade-calor;
• beneficia e alivia a dor do
diafragma;
• beneficia as mamas e promove a
lactação;
• alivia a tosse e a asma.
IG4 (Hegu)
Ligação de Vale
• libera a superfície(ponto
principal): resfriados com febre;
• regula a face e a cabeça:
problemas na região da cabeça e,
entre outras, da face;
• regula o wei Qi de defesa e a
transpiração: para a regulação da
transpiração;
• torna permeáveis o canal de
energia e os vasos luo e alivia dores:
ponto mais importante de analgesia,
problemas da extremidade superior;
• estimula o trabalho de parto: para
a facilitação do parto;
• ponto Yuan, ponto de comando
Gao wu (ponto mestre) para regiões
da face e da boca, ponto estrela do
céu;
• facilita o trânsito e a descida do
estômago para os intestinos;
• tonifica o Qi;
• libera o calor perverso interno para
a superfície do corpo;
• dispersa vento, calor e transforma
fleuma;
• reduz a febre;
• dispersa excesso de Qi do coração;
• atua no cérebro e acalma a mente;
• desobstrui o Qi estagnado dos
canais energéticos;
• harmoniza a ascendência e a
descendência;
• estimula a função dispersora do
pulmão;
• ativa a circulação do Qi e do
sangue nos vasos sanguíneos;
Page 35
22
• ponto mais importante para
analgesia.
• suprime a dor;
• clareia olhos e abre o orifício do
nariz;
• interrompe convulsões;
• reanima estado de inconsciência;
• tonifica o wei Qi;
• beneficia o útero e promove o
trabalho de parto.
F2 (Xingjian)
Intervalo do
movimento
• filtra o fogo do fígado, distribui o
Qi e acalma o vento (interno) do
fígado, também filtra o calor e o
calor do sangue e estanca
hemorragias, beneficia o triplo
aquecedor inferior: estados de
excesso na região da cabeça como
na epilepsia, ataque convulsivo
infantil, dores na cabeça (sobretudo
na região do ápice da cabeça),
enxaqueca, hipertonia, tontura,
zumbido, mania, estados de
inquietação, distúrbios do sono,
doenças oculares; distúrbios
urogenitais como infecções nas vias
urinárias, distúrbios da menstruação
(por exemplo, hipermenorreia).
• problemas na região genital
externa (por exemplo, prurido,
dores), corrimento vaginal,
“doenças de shan”.
• ponto ying, ponto fogo, ponto de
sedação. Um ponto principal no
caso de padrões de repleção do
fígado (sobretudo fogo do fígado).
• harmoniza o Qi do sangue;
• alivia o fígado e melhora a
acuidade visual;
• dispersa o yang excessivo do
fígado e o calor do sangue;
• drena o fogo do fígado;
• domina o vento interior;
• clareia o Qi do jiao inferior;
• faz circular o Qi estagnado;
• acalma o shen;
• dispersa a umidade-calor;
• regula a menstruação, reforça o
Chong mai.
Page 36
23
F3 (Taichong)
Ponto de aplicação
mais alto
• distribui o Qi do fígado, age na
cabeça, abre os olhos, nutre o
sangue e o yin do fígado, acalma os
espasmos, alivia dores, regula a
menstruação e o triplo aquecedor
inferior: na “estagnação do Qi do
fígado” com sensações de tensão e
dores nas diversas regiões do corpo
(cabeça, olhos, pescço, tórax,
coração, trato gastrintestinal, trato
urogenital), distúrbios
psicovegetativos, espasmos e
tensões musculares;
• elimina o vento (interno), acalma o
yang do fígado: por exemplo, dores
na cabeça, tontura, epilepsia;
• ponto Yuan, ponto corrente shu,
ponto terra, ponto estrela do céu;
• ponto principal para
movimentação do Qi do fígado.
• harmoniza e tonifica o Qi do fígado
e do sangue;
• abre os canais energéticos;
• harmoniza o Qi da vesícula biliar;
• redireciona o Qi invertido;
• dispersa a umidade-calor;
• faz a limpeza do fogo do fígado e
do calor;
• refresca o sangue;
• domina o yang do fígado e nutre o
yin;
• relaxa os tendões e músculos;
• controla o vento interno;
• alivia espasmos;
• regulariza o fluxo menstrual;
• acalma a mente;
• atua na área da cabeça, epigástrio,
hipocôndrio e abdome.
F8 (Ququan)
Fonte arqueada
• filtra e elimina a umidade e o calor
úmido do triplo aquecedor inferior
(efeito principal), beneficia as
genitálias e o útero: distúrbios
urogenitais, dores, inchaço ou
prurido na região genital externa,
distúrbios sexuais funcionais;
• nutre o sangue e o yin: dores na
cabeça, tontura, distúrbios da
menstruação;
• ponto mar, ponto água, ponto de
tonificação.
• harmoniza e tonifica o Qi do fígado
e o sangue;
• tonifica a função dos rins;
• relaxa os tendões e os músculos e
promove a função dos luo;
• fortalece o Qi do joelho;
• dispersa o yang excessivo do
fígado;
• tonifica e circula o Qi da bexiga;
• circula o Qi do jiao inferior;
• dispersa a umidade, reduz o calor.
Page 37
24
Anmian
Sono tranquilo
• tranquiliza o shen: dores na
cabeça, distúrbios do sono, estados
de inquietação, hipertônus;
• importante ponto de sono e
tranquilização (ponto extra,
classificado fora da OMS).
• acalma o espírito e clareia a mente.
VC8 (Shenque)
Palácio do Espírito
• aquece e estabiliza o yang e o
intestino: problemas abdominais e
diarreia por frio e vazio, dor
periumbilical, desmaio causado por
colapso do yang.
• tonifica o Qi original;
• tonifica, fortalece o Qi do baço e
do estômago;
• aquece, estabiliza o yang Qi do
organismo; tonifica o yang Qi do
rim; resgata o yang;
• regula o fluxo do Qi e a função do
rim; reforça o yang do baço e do rim
e interrompe a diarreia;
• harmoniza a via das águas;
harmoniza os intestinos; alivia a
prostração;
• dispersa a umidade e a umidade-
frio; recupera o yang colapsado e
restaura a consciência.
Obs.: Beishus: são pontos que reúnem reservatório extra de Qi e Xue e estão ligados diretamente ao
órgão ou víscera correspondente. Atuam nas deficiências e harmonizam excessos, restabelecendo o
equilíbrio. Os demais pontos estão descritos porque também foram trabalhados, independente da
indicação.
Page 38
25
10 – Indicação dos Pontos de Auriculoterapia
PONTO
FONTE: Manual prático de
auriculoterapia, Marcos Lisboa
Neves, 2014
FONTE: Pontos de acupuntura – Guia
ilustrado de referência, Ednéa Iara S.
Martins / Ernesto G. Garcia, 2003
Ápice do orelha
Importante ação anti-inflamatória,
antialérgica, antipirética, dispersa o
calor, acalma a dor e a mente, clareia
a visão e abaixa a pressão.
Anti-inflamatória, antipirética,
hipotensora, antialérgica, soluciona a
mente e clareia a visão.
Hélix 6
Hélix 1 a 6: anti-inflamatória e
analgésica, como ápice da orelha,
porém direcionada para a área
correspondente que lhes é mais
próxima.
Trata a ascensão do yang do fígado e
hepatites
Pulmão
Disfunções respiratórias e de pele,
tosse, opressão no peito com suspiros
e edemas. Melancolia e apego ao
passado.
Fortalece as funções do pulmão de
controlar a energia, comandar a
respiração e determinar a descendência e
a dispersão. Canaliza ou comunica o
sangue nos vasos. Elimina a dispneia.
Transforma fleuma. Acalma a tosse.
Regula a via dos líquidos. Controla a
pele e os pelos. Elimina o vento
patogênico instalado na superfície.
Regula a abertura e fechamento dos
poros. Beneficia a garganta e o nariz.
Dispersa o excesso de calor no intestino
grosso. Drena a umidade e elimina a
estagnação do intestino grosso.
Bronquite, asma bronquial, pneumonias,
estados edematosos, resfriado, rinites,
algias musculares, dermatites, alopecias e
os transtornos da sudação, faringites,
sinusites, afonia, perda do sentido do
paladar, constipação, íleo paralítico,
divertículo e pólipos do cólon, etc.
Page 39
26
Fígado
Disfunções osteomioarticulares,
ginecológicas, oftalmológicas e
digestivas, hipertensão e cefaleia.
Irritabilidade e depressão.
Favorece a atividade funcional do fígado
e a drenagem da vesícula biliar. Fortalece
a função do baço e do estômago.
Controla a região intercostal. Controla a
drenagem e dispersão do fígado e regula
sua energia. Desobstrui os canais e
acalma a dor. Controla a drenagem e a
dispersão. Armazena o sangue. Controla
ligamentos e tendões. Controla o vento
interno. Elimina fleumas. Beneficia os
olhos. Ativa a circulação do sangue e
tonifica a energia.
Coração
Hipertensão, taquicardia, bradicardia
e disfunções circulatórias.
Ansiedade, depressão, angústia,
agitação mental e insônia.
Fortalece a atividade funcional do
coração. Regula a pressão arterial.
Pacifica o coração. Acalma o espírito.
Dispersa o fogo do coração. Controla o
sangue e os vasos. Desobstrui os vasos e
os canais, ativando a circulação do
sangue. Elimina dor. Armazena a
atividade espiritual do homem. Trata
enfermidades do sistema nervoso.
Controla a transpiração. Beneficia a
língua e a garganta. Beneficia a face.
Cardiopatias e transtornos da condução
elétrica do coração, neurastenia,
transtornos do sono, neuroses, palidez e
cianose facial.
Ansiedade ou
neurastenia Controla a ansiedade e a depressão.
Neurastenia: para tratamento dos estados
de neurastenia e transtornos do sono tais
como: sono leve de curto tempo de
duração que, uma vez alcançado, o
paciente desperta com facilidade, não
conseguindo voltar a dormir; pesadelos e
sonhos excessivos; transtornos do sono e
sonhos excessivos.
Page 40
27
Shenmen
Ponto sedante e analgésico. Relaxa a
mente. Trata a dor e a inflamação
quando combinado com a área
correspondente. Indicado para todos
os casos de excesso.
Analgésico, sedante, hipotensor, acalma
o espírito, anti-inflamatório. Acalmar a
dor, a tosse, a dispneia, prurido, diarreia,
leucorreia e vertigem, hipertensão,
enfermidades do sistema nervoso,
cardiovascular, respiratório e digestório,
enfermidades inflamatórias.
Page 41
28
11 - Evolução
1ª. sessão (Apresentação e avaliação) – 15/01/2016 – Fig. 11
Língua: vermelha, saburra fina e branca, úmida, ponta vermelha, petéquias pelo corpo, estagnação
sublingual.
Pulso: Profundidade – média; Força – normal; Ritmo – rápido; Frequência: não foi possível coletar.
Sinais e sintomas: conforme avaliação e apresentação do estudo.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
• Auriculoterapia: Ápice da orelha, Hélix 6 - Yang do Fígado, Pulmão, Fígado, Coração, Ansiedade,
Shenmen.
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em tonificação em VC8.
2ª. sessão – 19/01/2016
Língua: vermelha, saburra fina e branca, úmida, ponta vermelha, petéquias pelo corpo, estagnação
sublingual.
Pulso: Profundidade – superficial; Força – forte; Ritmo – rápido; Frequência: não foi possível
coletar.
Sinais e sintomas: Mãe relata que a paciente coçou-se menos vezes e acordou menos vezes durante
a noite, mas no dia anterior à sessão piorou após exposição à situação de estresse. Não houve
alteração do quadro geral: lesões com secreção, prurido, pálida, lábios pálidos, cansada, aparência
triste.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Manutenção dos apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4,
F2, F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
• Auriculoterapia: retirada dos pontos de auriculoterapia (intervalo de descanso).
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em VC8.
3ª. sessão – 22/01/2016
Língua: vermelha, saburra fina e branca, pouco úmida, ponta vermelha, petéquias pelo corpo,
estagnação sublingual.
Pulso: Profundidade – médio; Força – forte; Ritmo – rápido; Frequência: não foi possível coletar.
Page 42
29
Sinais e sintomas: Houve melhora na qualidade do sono. Coceira menos intensa. Mãe relata que a
paciente ficou mais atenta quanto ao hábito de coçar, tentando controlar-se. Não houve alteração do
quadro geral: lesões com secreção, pálida, lábios pálidos, cansada, aparência triste. Paciente foi
orientada a iniciar melhoria no hábito de ingestão de líquidos, preferencialmente água.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Retirada dos apongs dos acupontos: intervalo de descanso.
• Auriculoterapia: Ápice da orelha, Hélix 6 - Yang do Fígado, Pulmão, Fígado, Coração, Ansiedade,
Shenmen.
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em VC8.
4ª. sessão – 26/01/2016
Língua: paciente recusou a inspeção.
Pulso: paciente recusou a inspeção.
Sinais e sintomas: Criança estava sonolenta e irritada. Mãe relata ter havido episódio de
constrangimento com amigos na escola. Sono agitado. Lesões sem secreção, prurido. Pálida, lábios
pálidos.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
• Auriculoterapia: retirada dos pontos (intervalo de descanso).
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em tonificação em VC8.
5ª. sessão – 29/01/2016
Língua: vermelha, seca, petéquias pelo corpo, saburra branca, laterais vermelhas, estagnação
sublingual.
Pulso: Profundidade – superficial; Força – forte; Ritmo – rápido; Frequência: não foi possível
coletar.
Sinais e sintomas: Não houve nenhuma alteração da sessão anterior.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Manutenção dos apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4,
F2, F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
Page 43
30
• Auriculoterapia: Ápice da orelha, Hélix 6 - Yang do Fígado, Pulmão, Fígado, Coração, Ansiedade,
Shenmen.
• Moxabustão: a criança pediu para que não fosse feito.
6ª. sessão – 02/02/2016
Língua: vermelha, ponta vermelha, saburra fina, leve estagnação sublingual.
Pulso: Profundidade – superficial; Força – forte; Ritmo – rápido; Frequência: não foi possível
coletar.
Sinais e sintomas: Mãe relata melhora na qualidade do sono, melhora no apetite. Não acordou à
noite para urinar. Mãe relatou que a criança esteve menos agitada. As lesões estão sem secreção,
cicatrizando, prurido moderado.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
• Auriculoterapia: retirada dos pontos (intervalo de descanso).
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1.
7ª. sessão – 05/02/2016
Língua: vermelha, petéquias brancas no corpo, ponta vermelha.
Pulso: Profundidade – superficial; Força – forte; Ritmo – rápido; Frequência: não foi possível
coletar.
Sinais e sintomas: Paciente chegou muito quieta e com aparência triste. Não quis conversar. Pálida,
lábios pálidos. Mãe não acompanhou a sessão. Estado geral mantido conforme sessão anterior.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
• Auriculoterapia: (intervalo de descanso).
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em tonificação em VC8.
8ª. sessão – 12/02/2016 – Figura 12, 12A, 12B, 12C
Língua: ponta vermelha, ligeiramente arroxeada, seca, estagnação sublingual.
Pulso: Profundidade – profundo; Força – forte; Ritmo – rápido.
Page 44
31
Sinais e sintomas: Mãe relata que houve episódio de estresse emocional, contudo paciente teve
sono regular e tranquilo. Bom apetite. Várias novas formações de lesões surgiram pelo corpo,
especialmente nas pernas e braços.
Mãe e paciente foram orientadas para estabelecer rotina para os horários das refeições e descanso.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F3,
F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian; (não foi possível fixação no acuponto F2 em nenhum
lado por haver lesão).
• Auriculoterapia: Ápice da orelha, Hélix 6 - Yang do Fígado, Pulmão, Fígado, Coração, Ansiedade,
Shenmen.
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em tonificação em VC8.
9ª. sessão – 19/02/2016
Língua: vermelha, ponta vermelha, saburra fina, leve estagnação sublingual.
Pulso: Profundidade – superficial; Força – médio; Ritmo – médio; Frequência: não foi possível
coletar.
Sinais e sintomas: Lesões tiveram melhora no aspecto das secreções, prurido menos intenso. Mãe
relatou que o sono melhorou em qualidade e que a criança quase não acordou com coceira, somente
para ir ao banheiro, porém não teve medo do escuro. Ligeiramente resfriada.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
• Auriculoterapia: Ápice da orelha, Hélix 6 - Yang do Fígado, Pulmão, Fígado, Coração, Ansiedade,
Shenmen.
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em tonificação em VC8.
Obs.: A pedido da paciente, por curiosidade, foi acrescentado neste dia, puntura com agulha de
koryo, os acupontos IG4 e yintang (salão decorado): tranquiliza o shen; beneficia o nariz; elimina o
vento (interno); torna permeável o canal de energia, alivia dores. Focks, Claudia. Guia prático de
acupuntura: localização de pontos e técnicas de punção.
Page 45
32
10ª. sessão – 24/02/2016
Língua: vermelha, ponta vermelha, saburra fina, estagnação sublingual bem diminuída.
Pulso: Profundidade – profundo; Força – forte; Ritmo – rápido; Frequência: não foi possível
coletar.
Sinais e sintomas: Mãe relata que não houve interrupção de sono em nenhuma noite desde a última
sessão; houve melhora na questão alimentar e apetite, aumentando a preferência por outras
variedades de alimento antes rejeitadas como legumes por exemplo. Lesões quase secas. Paciente
está com leve tosse. Informou que irá participar do teatro da escola e que também brigou e foi para
a diretoria, demonstrando muita coragem (estava alegre e sorridente).
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
• Auriculoterapia: retirada dos pontos (intervalo de descanso).
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em tonificação em VC8.
11ª. sessão – 27/02/2016 – Fig. 13, 13ª, 13B, 13C, 13D
Língua: paciente chegou muito cansada da escola e não quis que fosse feita a inspeção.
Pulso: paciente recusou a inspeção.
Sinais e sintomas: Criança estava bastante cansada pois havia brincado muito no parquinho da
escola. Dormiu na maca. Face corada, lábios vermelhos claros. Mãe informou que não sabe com
precisão, mas não houve mais episódio de enurese noturno. Lesões sem alteração.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17;
• Auriculoterapia: Ápice da orelha, Hélix 6 - Yang do Fígado, Pulmão, Fígado, Coração, Ansiedade,
Shenmen.
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em tonificação em VC8.
Obs.: retirado o acuponto Anmian cuja principal função é regular a insônia.
12ª. sessão – 02/03/2016
Língua: vermelha, ponta vermelha, saburra fina.
Pulso: Profundidade – profundo; Força – forte; Ritmo – rápido; Frequência: não foi possível
coletar.
Page 46
33
Sinais e sintomas: Mãe relata que a família está passando por processo de separação e a criança
está sob influência de estresse e ansiedade. Novos pontos de lesão surgindo, anteriores continuam
secos e diminuindo. Criança estava dispersa e ansiosa. Técnica de gua shá foi feita por menos
tempo.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
• Auriculoterapia: retirada dos pontos (intervalo de descanso).
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1
Obs.: Novamente foi acrescido o acuponto yintang com agulha de koryo.
13ª. sessão – 09/03/2016
Língua: vermelha, ponta vermelha, saburra fina e branca, petéquias em BA / E, leve estagnação
sublingual.
Pulso: Profundidade – médio; Força – regular; Ritmo – regular; Frequência: não foi possível
coletar.
Sinais e sintomas: Novas pequeníssimas lesões em formação no antebraço e tornozelos; sono
interrompido; sonolência. Alimentação e apetite regulares.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6 (somente esquerdo por haver lesão na direita),
BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2, F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
• Auriculoterapia: Ápice da orelha, Hélix 6 - Yang do Fígado, Pulmão, Fígado, Coração, Ansiedade,
Shenmen.
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em tonificação em VC8.
14ª. sessão – 11/03/2016
Língua: vermelha, ponta vermelha, saburra fina e branca, petéquias em BA / E, leve estagnação
sublingual.
Pulso: Profundidade – médio; Força – regular; Ritmo – regular;
Sinais e sintomas: Paciente chegou bastante agitada e irritada. Mal humorada, não quis conversar.
Mãe não acompanhou a sessão. Todas as lesões seguem inalteradas, boa cicatrização. Pequenas
novas lesões que haviam surgido, estacionaram.
Tratamento empregado: • Manutenção do tratamento anterior.
Page 47
34
15ª. sessão – 16/03/2016
Língua: vermelha, ponta vermelha, saburra branca, úmida, leve estagnação sublingual.
Pulso: Profundidade – médio; Força – regular; Ritmo – rápido.
Sinais e sintomas: Paciente estava ligeiramente febril, com tosse e acordou várias vezes naquela
madrugada por coceira. Lesões estão iguais em aspecto e quantidade.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
• Auriculoterapia: retirada dos pontos (intervalo de descanso).
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em tonificação em VC8.
16ª. sessão – 18/03/2016
Língua: vermelha, ponta vermelha, saburra fina e branca.
Pulso: Profundidade – médio; Força – regular; Ritmo – rápido.
Sinais e sintomas: Houve melhora no aspecto das lesões. Paciente ligeiramente febril, resfriada.
Muito agitada e falante, porém participativa.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
• Auriculoterapia: intervalo de descanso.
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em tonificação em VC8.
17ª. sessão – 22/03/2016 – Fig. 14, 14A, 14B, 14C, 14D
Língua: vermelha, ponta vermelha, seca.
Pulso: Profundidade – profundo; Força – forte; Ritmo – rápido.
Sinais e sintomas: Lesões regrediram em tamanho e quantidade. Sono mais tranquilo. Alimentação
regular, porém pouca hidratação. Mãe relata melhora no relacionamento com os colegas e melhora
no desempenho escolar e participação das atividades. Sem enurese noturno.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
Page 48
35
• Auriculoterapia: Ápice da orelha, Hélix 6 - Yang do Fígado, Pulmão, Fígado, Coração, Ansiedade,
Shenmen.
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em tonificação em VC8.
18ª. sessão – 05/04/2016
Língua: vermelho claro, saburra fina.
Pulso: Profundidade – médio; Força – regular; Ritmo – rápido.
Sinais e sintomas: Houve melhora significativa no aspecto das lesões estando quase todas
cicatrizadas. Paciente se alimentando de forma regular, bom apetite. Sono tranquilo e regular. Sem
enurese. Bem humorada, bom relacionamento afetivo.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
• Auriculoterapia: Ápice da orelha, Hélix 6 - Yang do Fígado, Pulmão, Fígado, Coração, Ansiedade,
Shenmen.
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1
19ª. sessão – 08/04/2016 – Fig. 15, 15ª, 15B, 15C, 15D, 15E
Língua: vermelho claro, saburra fina.
Pulso: Profundidade – médio, longo; Força – regular; Ritmo – rápido.
Sinais e sintomas: Todas as lesões estão regredindo, sem prurido, quase completamente
cicatrizadas. Paciente sem palidez, lábios rosados.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
• Auriculoterapia: retirada dos pontos (intervalo de descanso).
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em tonificação em VC8.
20ª. sessão – 13/04/2016
Língua: vermelho claro, saburra fina.
Pulso: Profundidade – médio, longo; Força – regular; Ritmo – rápido.
Sinais e sintomas: Mãe relata que criança está mais disposta, se alimentando adequadamente e com
rotina para refeições, descanso e sono. Não houve mais episódio de enurese. Sono tranquilo,
Page 49
36
raramente interrompido. Bom relacionamento afetivo e social, mais participativa nas atividades
escolares, capacidade de concentração. Consegue tomar banho sem sofrimento por ardência.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
• Auriculoterapia: Ápice da orelha, Hélix 6 - Yang do Fígado, Pulmão, Fígado, Coração, Ansiedade,
Shenmen.
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em tonificação em VC8.
21ª. sessão – 16/04/2016
Língua: vermelho claro, saburra fina.
Pulso: Profundidade – médio, longo; Força – regular; Ritmo – rápido.
Sinais e sintomas: Nenhuma alteração com relação à sessão anterior.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17, Anmian;
• Auriculoterapia: retirada dos pontos (intervalo de descanso).
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em tonificação em VC8.
22ª. sessão – 20/04/2016
Língua: vermelho claro, saburra fina.
Pulso: Profundidade – médio, longo; Força – regular; Ritmo – rápido
Sinais e sintomas: Nenhuma alteração com relação à sessão anterior
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17;
• Auriculoterapia: Ápice da orelha, Hélix 6 - Yang do Fígado, Pulmão, Fígado, Coração, Ansiedade,
Shenmen.
• Moxabustão: Moxa cone em tonificação em VC8.
Obs.: retirado o acuponto Anmian cuja principal função é regular a insônia.
Page 50
37
23ª. sessão – 27/04/2016 – Fig. 16, 16ª, 16B, 16C
Língua: vermelho claro, saburra fina.
Pulso: Profundidade – médio, longo; Força – regular; Ritmo – rápido
Sinais e sintomas: Nenhuma alteração com relação à sessão anterior
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17;
• Auriculoterapia: retirada dos pontos e suspensão do tratamento por auriculoterapia.
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1 e Moxa cone em tonificação em VC8.
24ª. sessão – 10/05/2016
Língua: vermelho claro, saburra fina.
Pulso: Profundidade – médio, longo; Força – regular; Ritmo – rápido
Sinais e sintomas: Nenhuma alteração com relação à sessão anterior.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17;
• Moxabustão: Moxa bastão em tonificação em R1
25ª. sessão – 17/05/2016
Língua: vermelho claro, saburra fina.
Pulso: Profundidade – médio, longo; Força – regular; Ritmo – rápido
Sinais e sintomas: Nenhuma alteração com relação à sessão anterior, exceto por ter havido episódio
isolado de enurese matinal.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17;
• Moxabustão: suspendido o tratamento por moxabustão.
26ª. sessão – 31/05/2016 – Fig. 17, 17ª, 17B, 17C
Língua: vermelho claro, saburra fina.
Pulso: Profundidade – médio, longo; Força – regular; Ritmo – rápido
Page 51
38
Sinais e sintomas: Nenhuma alteração com relação à sessão anterior.
Tratamento empregado: • guashá nos beishus (B13 à B23 aproximadamente) e Vaso Governador
(VG 3 à VG 14 aproximadamente);
• Fixação de apongs nos acupontos: R1, R3, R7, BA6, BA 10, Bainchongwo, E36, VC17, IG4, F2,
F3, F8, VG14, VG12, B13, B43, B17.
Page 52
39
12 – Gráficos dos resultados
Considerar a interpretação dos gráficos como 10 sendo o pico mais grave e 0 o desaparecimento do
sintoma.
Gráfico 1 – Regressão do prurido
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
15/1/16
19/1/16
22/1/16
26/1/16
29/1/16
2/2/16
5/2/16
12/2/16
19/2/16
24/2/16
27/2/16
2/3/16
9/3/16
11/3/16
16/3/16
18/3/16
22/3/16
5/4/16
8/4/16
13/4/16
16/4/16
20/4/16
27/4/16
10/5/16
17/5/16
31/5/16
Regressão do prurido
Page 53
40
Gráfico 2 – Evolução da cicatrização das lesões
Para melhor compreensão do processo de cicatrização de lesões, segue artigo didático, na íntegra,
publicado no Portal Educação em 10/12/2012:
12.1 - FASES DA CICATRIZAÇÃO
O processo de cicatrização pode ser didaticamente subdividido em três fases, porém muitas vezes,
estas fases se sobrepõem e ocorrem simultaneamente.
Fase inflamatória: fase exsudativa com duração entre um e quatro dias (a depender da extensão da
área a ser cicatrizada e da natureza da lesão), caracterizada por dois processos que buscam limitar a
lesão tecidual: a hemostasia e a resposta inflamatória aguda. Corresponde à ativação do sistema de
coagulação sanguínea e à liberação de mediadores químicos (fator de ativação de plaquetas, fator de
Page 54
41
crescimento, serotonina, adrenalina e fatores de complemento). Nesta fase a ferida pode apresentar
edema, vermelhidão e dor.
Fase proliferativa: fase regenerativa que pode durar entre cinco e vinte dias. É caracterizada pela
proliferação de fibroblastos, sob a ação de citocinas que dão origem a um processo denominado
fibroplasia. Ao mesmo tempo, ocorre a proliferação de células endoteliais, com formação de rica
vascularização (angiogênese) e infiltração densa de macrófagos, formando o tecido de granulação.
Fase de reparo: fase de maturação que inicia no 21º dia e pode durar meses. É a última fase do
processo de cicatrização. A densidade celular e a vascularização da ferida diminuem, enquanto há a
maturação das fibras colágenas. Ocorre uma remodelação do tecido cicatricial formado na fase
anterior. O alinhamento das fibras é reorganizado a fim de aumentar a resistência do tecido e
diminuir a espessura da cicatriz, reduzindo a deformidade. Durante esse período a cicatriz vai
progressivamente alterando sua tonalidade passando do vermelho escuro ao rosa claro.
Fatores que interferem na cicatrização: Existem fatores que podem interferir no processo de
cicatrização natural, retardando qualquer uma de suas fases. Esses fatores podem ser locais
(relacionados diretamente à ferida) ou sistêmicos (relacionados ao indivíduo). O retardo cicatricial
pode ocasionar complicações, causando prejuízos estéticos e funcionais.
Fatores locais:
Características da ferida: dimensão e profundidade da lesão. Presença de secreções, hematomas,
edemas e corpos estranhos.
Cuidados adotados: tipo de técnica cirúrgica utilizada, material e técnica de sutura, curativo.
Isquemia tecidual: a falta de oxigenação dificulta a chegada de células inflamatórias, à zona
lesada, logo vão existir menos fatores que estimulem a proliferação dos fibroblastos e a síntese de
colágeno.
Page 55
42
Gráfico 3 – Invasão de fatores patogênicos durante o tratamento
Page 56
43
Gráfico 4 – Regulação do sono
Page 57
44
Gráfico 5 – Episódios de enurese
Page 58
45
Gráfico 6 – Melhoria dos aspectos emocionais e sociais
Page 59
46
13 – Discussão
13.1 – De acordo com os Clássicos da Medicina Chinesa
“ Trigésima sétima Dificuldade
Assunto: Esclarecimento do conceito de que o Qi dos Cinco Órgãos passam através de orifícios,
dessa forma mantêm as funções desses orifícios. Também, há discussão adicional dos conceitos de
fechamento e resistência, referência aos conceitos de inversão e transbordamento.
O Qi dos 5 Órgãos, de onde vêm, por onde tem livre fluxo, isso pode ser sabido ou não?
É assim. Os 5 Órgãos são representados pelas passagens superiores dos 9 orifícios. Assim o Qi do
Pulmão tem livre fluxo para o nariz; com o nariz em harmonia pode-se conhecer a fragrância e os
odores. O Qi do Fígado tem livre fluxo para com os olhos; com os olhos em harmonia pode-se
conhecer o preto e o branco. O Qi do Baço tem livre fluxo com a boca; com a boca em harmonia
pode-se conhecer o sabor dos grãos. O Qi do Coração tem livre fluxo para a língua; com a língua
em harmonia pode-se conhecer os 5 sabores. O Qi do Rim tem livre fluxo para as orelhas; com as
orelhas em harmonia pode-se conhecer os 5 sons. Os 5 Órgãos sem harmonia não tem livre fluxo
para os nove orifícios. As 6 Vísceras sem harmonia, retenções e Ju (Agrupamento), causarão Yong
(abscesso). Com patogênico nas 6 Vísceras, os vasos Yang não ficam em harmonia. Com os vasos
Yang sem harmonia, o Qi vai se reter. Quando o Qi se retêm, os vasos Yang ficam abundantes.
Com patogênico nos 5 Órgãos, os vasos Yin não ficam em harmonia, o Sangue vai se reter; quando
o Sangue se retêm, os vasos Yin ficam abundantes. Com o Yin Qi em grande abundância, o Yang
Qi não poderá obter nutrição mútua, por esta razão se fala em resistência. Com o Yang Qi em
grande abundância, o Yin Qi não poderá obter nutrição mútua, por esta razão se fala em
fechamento. Yin e Yang ambos em abundância, não poderão obter nutrição mútua, por esta razão se
fala em fechamento e resistência. Com fechamento e resistência, o destino não será cumprido e
haverá morte.
O Clássico diz: O Qi se movimenta apenas pelos 5 Órgãos, mas não corre nas 6 Vísceras. Por que
isto ?
É assim. O movimento do Qi é como o fluir da água, nunca descansa. Assim os vasos Yin correm
para os 5 Órgãos, os vasos Yang correm para as 6 Vísceras, é como um anel sem fim, ninguém sabe
seu intervalo, termina e começa novamente. Assim se não tiver inversão ou transbordamento, o Qi
da pessoa aquecerá internamente os Órgãos e as Vísceras e umidificará externamente os
interstícios.”
(Filho, Reginaldo de Carvalho Silva. Clássico das Dificuldades. São Paulo : Editora Brasileira de
Medicina Chinesa, 2012).
Page 60
47
13.2 – De acordo com a Medicina Chinesa
“Doenças da Pele – Sintomas e Sinais, Capítulos 77, 89
Patologia e diagnóstico chineses
O nome moderno chinês para eczema é “Erupção de Umidade” (Shi Zhen), indicando claramente a
ideia de que a Umidade está presente no eczema.
O eczema agudo é caracterizado por prurido intenso, vesículas, eritema (vermelhidão), tumefação
da pele, formação de crostas, escamação, liquenificação (espessamento da pele com marcas da pele
exacerbadas), escoriação e erosão. O eczema crônico pode ser úmido ou seco: o eczema úmido
indica a predominância de Umidade e o eczema seco indica a predominância de Calor. Entretanto,
deve-se lembrar que no eczema há sempre certo grau de Umidade, já que sempre existem vesículas
cheais de fluído abaixo da epiderme (causando tumefação da pele); quando essas vesículas vêm até
a superfície, o eczema exsuda fluído. Além disso, na dermatite atópica, o estrato córneo superficial
da pele fica lesado de forma que a pele não consegue manter a umidade adequadamente; isso
significa que a pele se torna seca mais como consequência que como a causa do eczema.
O principal padrão observado no eczema atópico é Umidade-Calor com um ou outro fator
predominando (ver anteriormente). No eczema crônico em adultos, há também Umidade-Calor mas
a condição é caracterizada por condições de Vazio, bem como principalmente por uma deficiência
do Baço e uma deficiência do Sangue e Secura, com incapacidade do Sangue em nutrir a pele. O
prurido é causado pela Umidade ou, em casos crônicos, pelo Vento gerado pela deficiência de
Sangue.
O Vento também desempenha um papel no eczema crônico em combinação com a Umidade-Calor.
O Vento se manifesta com a localização da erupção na parte superior do corpo e com intenso
prurido. Se o eczema estiver concentrado na parte inferior do corpo, indica a prevalência de
Umidade. No eczema crônico, em adultos, o Vento também é gerado pela deficiência e pela Secura
do Sangue.
Se a pele secreta um fluido amarelo, indica a prevalência de Umidade-Calor, ao passo que, se
exsudar um fluído claro, indica Umidade em um terreno de deficiência do Baço. Se a pele exsudar
após o ato de coçar, também indica Umidade, se sangrar, indica Calor no Sangue. Se a pele exsudar
um fluído amarelo espesso e pegajoso, pode indicar a possibilidade de uma infecção cutânea por S.
aureus; isso é uma complicação comum do eczema. (...)
Page 61
48
O Quadro 21.9 resume os padrões de base do eczema.
Quadro 21.9 – Eczema
• Eczema úmido: Umidade-Calor com predominância de Umidade
• Eczema seco: Umidade-Calor com predominância de Calor
• Eczema crônico em adultos: Umidade-Calor com deficiência do Qi do Baço e deficiência de
Sangue
• Eczema pruriginoso: Umidade ou Vento gerado por deficiência de Sangue
• Eczema na parte superior do corpo: Umidade-Calor com Vento
• Eczema na parte inferior do corpo: Umidade-Calor com prevalência de Umidade
• Pele exsudando com fluído claro: Umidade com deficiência do Baço
• Exsudação com fluído amarelo: Umidade-Calor
• Exsudação com fluído amarelo espesso e pegajoso: possível infecção cutânea
• Exsudação de um fluído após o ato de coçar: Umidade
• Sangramento após o ato de coçar: Calor no Sangue
(Maciocia, Giovanni. Diagnóstico na medicina chinesa / Giovanni Maciocia; Introdução de Julian
Scott, [tradução Maria Inês Garbino Rodrigues]. – São Paulo : Roca, 2005).
13.3 – De acordo com Psicologia na Medicina Chinesa
“Por que a alteração de Qi afeta a mente ou o corpo ?
Na Medicina Chinesa, observa-se, por exemplo, que certas pessoas com baixa energia dos Rins têm
um desenvolvimento normal do aparelho psíquico, porém apresentam sérias doenças físicas, como
distrofia muscular, doença desmielinizante, etc. Outros são fisicamente saudáveis, trazendo,
contudo, distúrbios psíquicos graves. E muitos têm os dois problemas concomitantemente. Tudo
leva a crer que, em tal caso, a deficiência de energia renal pode expressar-se no polo psíquico, no
físico ou, se for muito intensa, em ambos e isso varia de indivíduo para indivíduo.
A partir do advento da abordagem psicossomática e das muitas terapias com enfoque corporal,
passou-se a acreditar que as doenças físicas como gastrite, dores articulares, cefaleias, doenças
intestinais e, até mesmo, o câncer teriam como base alterações emocionais. Até certo ponto, isso é
importante, para que se possa observar as doenças com novos olhos, talvez mais otimistas, uma vez
que o paciente tem importante papel a cumprir na profilaxia e no tratamento dos problemas, que
antes só o médico resolvia. Contudo, o exagero dessa visão pode levar a algumas colocações falsas:
“a pessoa tem gastrite porque é nervosa” ou “meu irmão tem câncer, pois está muito magoado”, etc.
Aquele que acredita nisso tende a crer que tudo se resolve com a cabeça. Ao ficar doente, a culpa
Page 62
49
será enorme, pois algo de muito errado estaria acontecendo em sua mente e seu coração. O fato é
que não é bem assim: pessoas muito bem resolvidas emocionalmente também têm câncer,
obesidade, gripe, dor, etc.
A visão que a Medicina Chinesa propõe é a do todo, dos vários fatores causadores de doença que
podem agir tanto em um corpo mais frágil, como em outro mais fortalecido. A saúde depende das
inúmeras interações possíveis entre o ambiente, as emoções, a alimentação, o estilo de vida e a
inevitável vulnerabilidade do ser, pois a condição humana inclui a doença e a morte.
Considerar que certos tipos de doentes têm apenas doenças mentais e outros somente doenças
físicas, cinde-se mais uma vez o corpo e a mente. Aqui, novamente, tudo indica que corpo e mente
são apenas dois aspectos de um mesmo organismo, que não podem ser divididos arbitrariamente.
Na MTC (Medicina Tradicional Chinesa), entende-se a palavra saúde como resultado do equilíbrio
entre o Yin e o Yang. Quando estes estão em desequilíbrio, observa-se o processo de adoecimento.
A doença não surge de uma hora para a outra: é fruto de uma sucessão de experiências estressantes
acompanhadas por uma fragilidade do mecanismo de proteção. Esse processo pode começar a
ocorrer no adolescente e só se manifestar na idade adulta ou na velhice. Muitos eventos ficam
internalizados e, em uma situação, podem ser reativados como um alarme, desencadeando uma
reação em cascata que culmina com a doença.
O equilíbrio existente entre o Yin e o Yang, entre o indivíduo e o meio e entre os Zang Fu (Órgãos
e Vísceras) não é estático, mas dinâmico como a própria natureza. Para que ocorra o adoecimento é
necessário que o corpo perca o seu poder de adaptabilidade ao meio externo. Isso pode ocorrer por:
- Diminuição da Energia Vital e do Qi correto, em que o corpo não possui resistência adequada para
defender-se.
- Excesso de agentes patogênicos (também chamados de Xie ou Energia Perversa).
Ou seja, o desequilíbrio levando à doença depende da interação entre o “correto” e o “perverso”. O
Qi correto, por sua vez, depende dos seguintes fatores:
- Alimentação
- Resistência adquirida por treinamento (exercícios)
- Constituição física (hereditariedade)
- Meio circunvizinho (estabilidade ambiental)
- Estado mental
O estado atual do paciente não é, muitas vezes, indicativo da origem da sua doença. Assim, uma
pessoa pode ter quadro de asma que não se desenvolveu necessariamente por alteração do Qi do
Pulmão, mas por deficiência crônica de Qi do Rim que, por fim, levou ao desequilíbrio do Pulmão.
Entender a raiz da doença possibilita tratar a verdadeira causa, seja ela psicológica, ou física.
Page 63
50
Nem sempre o que leva a uma doença psíquica é um fator psicológico, como, nem sempre, o que
leva a uma doença física é um fator externo. Um quadro de fadiga e obesidade pode desenvolver-se
após longo período de estudos para o vestibular. Um estado depressivo pode ter como origem
alimentação desregrada, hemorragias ou partos. Assim, torna-se necessário entender o processo de
adoecimento e suas causas para abordar corretamente o desequlíbrio atual. O tratamento, na
Medicina Chinesa, necessita, muitas vezes, de mudanças de hábitos de vida, que são cruciais para o
restabelecimento da saúde. Os fatores de adoecimento podem ser externos, internos ou nem internos
e nem externos. (...)
Fatores internos
Os sentimentos são intrínsecos à natureza humana e não podem ser considerados por si só agentes
patogênicos. Todavia, diante de uma situação que leve o paciente a emoções extremas como a raiva,
a alegria, a tristeza, o medo ou a preocupação, afetam o equilíbrio interno do paciente gerando
alteração no fluxo de Qi e Xue (energia e sangue) e ferindo diretamente os Zang Fu (órgãos e
vísceras). Portanto, todo médico deve estar sempre atento ao aspecto emocional de seu paciente,
que pode ser gerador de patologias internas ou perpetuador de doenças já existentes.
Medo
O medo é necessário como proteção em situações ameaçadoras. O medo ajuda o homem a
identificar os perigos e a adaptar-se corretamente ao ambiente e às situações externas. Ele tempera a
impulsividade, aumentando o tempo entre a intenção e a ação.
Contudo, quando em excesso, na situação de pavor ou pânico, o medo impede totalmente a ação,
paralisando e tirando a vontade de agir. Os sintomas comuns dessa situação incluem as
incontinências urinárias e fecal, resultado da liberação esfincteriana. O medo altera diretamente os
Rins e pode também afear o Coração e o Shen, causando desarmonia interior, fobias, auto-inibição e
queda da auto-estima. O medo é responsável pela alteração do fluxo de Qi, fazendo-o descer.
Alegria
A alegria pode ser sinônimo de satisfação e de felicidade, proporcionando equilíbrio do Shen e do
Coração. Todavia, quando em excesso, pode criar o estado de superexcitação que consome o Qi e
afeta o Coração. Como resultado, o Shen perde sua base e o paciente não consegue se concentrar,
podendo alternar estados de mania e depressão. A alegria é responsável pela dispersão do Qi.
Page 64
51
Tristeza e Pesar
A tristeza é uma emoção que possibilita entrar em contato com a limitada condição humana e
elaborar as perdas pessoais e as separações (de outras pessoas, de fases da vida e de objetos
conquistados). Ela permite a introversão e a aceitação das mudanças da vida e não deve ser
considerada anormal ou indesejável. Nos dias de hoje, em que só o sucesso e a ascensão são
considerados positivos, a tristeza é vista e medicada como doença. Na Medicina Chinesa, a tristeza
simboliza importante movimento para dentro, de recolhimento, devendo ser respeitada como tal.
Já a tristeza profunda e prolongada leva o indivíduo as estado depressivo. A incapacidade de
realizar-se pode causar a sensação de impotência e desânimo permanentes. O pesar e a mágoa
alteram o Pulmão e, consequentemente, o Zhong Qi (energia do tórax), resultando na diminuição da
respiração e da energia como um todo, que é a própria expressão da depressão. A tristeza profunda
é responsável pela diminuição do Qi.
Preocupação e Excesso de Pensamentos
Os pensamentos fixos levam à obsessão, às regras rígidas e à perda da flexibilidade. A preocupação
e o excesso de ideias fixas alteram diretamente o Baço que é o órgão responsável pelo transporte e
pela transformação de energia. Ocorre uma “indigestão mental” ou ruminação constante dos
pensamentos. Assim, por meio da preocupação e da obsessão o paciente estagna a circulação do Qi.
Raiva e Ira
A agressividade é outra emoção altamente necessária para a sobrevivência e adaptação do homem.
Não a agressividade destrutiva, mas sim aquela construtiva, a que permite ao ser humano derrubar
uma árvore para fazer uma casa: a agressividade que impulsiona as novas ideias e a vontade de
construir e crescer. O indivíduo incapaz de expressar agressividade não consegue conquistar seu
espaço pessoal e sucumbe perante a vontade dos outros e as adversidades da vida.
Naturalmente, sabe-se que a raiva e a ira são manifestações extremas da agressividade e que, em
vez de ajudar, levam ã desarmonia interna. A raiva explosiva gera alteração na função do Fígado e,
como consequência, impede o fluxo de Qi. Os sintomas associados a esse estado são irritação,
opressão torácica, distensão abdominal, síncopes. A ira é responsável pela ascensão de Qi e pode
formar o Qi contra-corrente.
As alterações dos Zang Fu também geram emoções ou padrões de comportamento alterados:
Qi do Rim
Vazio: gera o medo que leva à indecisão.
Plenitude: causa o autoritarismo e a extravagância.
Page 65
52
Qi do Pulmão
Vazio: gera a angústia e a depressão.
Plenitude: provoca a superexcitação.
Qi do Fígado
Vazio: produz a indecisão.
Plenitude: cria a raiva.
Qi do Coração
Vazio: leva ao choro.
Plenitude: gera a mania.
Qi do Baço
Vazio: gera a astenia mental.
Plenitude: leva à obsessão.”
(Campiglia, Helena. Psique e Medicina Tradicional Chinesa. São Paulo: Roca, 2004).
13.4 – De acordo com a Medicina Ocidental
“Na Medicina Ocidental, a Dermatite Atópica é definida como uma doença inflamatória cutânea, de
curso crônico e recidivante, que ocorre principalmente na infância. Vários estudos prospectivos
sugerem que a Dermatite Atópica é a primeira manifestação da marcha atópica, predispondo ao
desenvolvimento de rinite e de asma brônquica. (...)
No Brasil, sua prevalência varia em torno de 10% das crianças. As prevalências mais elevadas
(acima de 15%) são encontradas na Austrália e no norte da Europa”.
(Carneiro, Elisabete dos Reis. Acupuntura nas dermatites infantis. Guia de Acupuntura – série
Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da EPM-Unifesp. Barueri, SP: Manole, 2015).
13.5 – De acordo com a Psicologia Ocidental
“Desenvolvimento psicossocial
Os seres humanos possuem uma tendência para viver socialmente, fazendo parte de uma
comunidade organizada com leis, costumes, religiões, etc. Diríamos que cada um de nós se sente
Page 66
53
como que pertencendo a vários subgrupos sociais (família, grupo profissional, religioso, etc.) que se
organizam em culturas mais amplas (países, Ocidente, etc.).
No processo de formação da personalidade da criança vai-se desenvolver também aquele aspecto do
eu que nos dá a sensação de pertencermos a grupos, que faz com que nos sintamos ao mesmo tempo
iguais a todos os outros indivíduos do grupo e diferentes de todos eles. A este sentimento Erikson
denominou sentimento de integridade do eu ou sentimento de identidade pessoal.
Erikson consegue fazer uma notável associação entre a teoria de sexualidade infantil (tal qual
proposta por Freud) e o desenvolvimento físico e social da criança, do adolescente e do adulto.
Mostra que em cada fase do ciclo vital existe uma crise psicossocial (associada ao crescimento
orgânico na infância e às etapas de maturidade e envelhecimento na idade adulta), isto é, uma
necessidade de ajustamento pessoal às solicitações do ambiente social.
Neste particular, ousaríamos fazer uma associação desta colocação de Eriksson com as colocações
piagetianas de que, em cada fase da vida, o indivíduo consegue criar, em sua vida mental, condições
especiais de lidar com as solicitações do ambiente externo, físico e social (que seriam as várias
formas de equilíbrio, conceito fundamental para o entendimento das fases ou etapas de
desenvolvimento de Piaget). Só que algumas diferenças fundamentais existem entre os dois
posicionamentos. Uma delas seria que, para Piaget, na adolescência o indivíduo adquire sua forma
final de equilíbrio. Isto é, adquire estruturas mentais e leis de funcionamento destas estruturas que
permanecerão constantes durante toda a vida adulta. Erikson mostra que a idade adulta também
apresenta períodos bem definidos dentro do ciclo vital, que requerem novas adaptações, novas
definições pessoais, que implicam uma reorganização de vários aspectos do eu. Outra diferença
básica seria a de que Piaget se atém mais a processos cognitivos, embora aceite os processos
afetivos como fatores motivacionais para o desenvolvimento da inteligência, e o fator social,
principalmente a necessidade de integração e aceitação no grupo de pares e na família, como um
impulso básico para a procura de formas superiores de pensamento e, portanto, de equilíbrio.
Erikson, por seu turno, detém-se na análise dos conflitos internos relacionados ao desenvolvimento
psicossexual e na análise das oportunidades e exigências que o meio social faz ao sujeito em cada
fase de sua vida.
Em ambas as posições (Erikson e Piaget) e, como veremos a seguir, também na postura de
aprendizagem social, veremos a criança (e em Erikson também o adulto) criando dentro de si
mesmo, portanto, em sua vida mental, condições de ajustamento ao ambiente físico (pela
compreensão das leis naturais, pela aquisição das noções de espaço, tempo, casualidade, etc.) e
social. Se, para Piaget, a criança constrói estruturas mentais cada vez mais complexas e abstratas
para fazer frente à sua necessidade de adaptação, para Erikson ela desenvolverá um sentimento de
identidade, de eu, que “cria uma sucessão de potencialidades para a interação significativa com
Page 67
54
aquelas pessoas que a abordam e lhe respondem e aquelas instituições que estão a postos para ela”.
Portanto, pode-se dizer que a personalidade se desenvolve de acordo com uma escala pré-
determinada, na prontidão do organismo humano para ser impedido na direção de um círculo cada
vez mais amplo de indivíduos e instituições significantes, ao mesmo tempo em que está cônscio da
existência desse círculo e pronto para a interação com ele. (Erikson, 1976, pág. 92).
Neste sentido, consideramos oportuno apresentar, resumidamente, alguns aspectos da socialização,
tal qual são descritos por Erikson no início da vida.
Dos 3 aos 6 anos: o sentimento de iniciativa
Esta é uma fase em que a criança parece dotada de uma energia interminável, que é extravasada
principalmente através de atividades motoras (correr, pular, subir, descer, etc.) e exploratórias.
Começa a perceber o que é capaz de fazer e imaginar o que será capaz de fazer futuramente. A
partir da observação dos adultos no desempenho de seus papéis sociais, e da possibilidade de
desempenhá-los ela própria em seus jogos simbólicos, a criança estará também aprendendo como
funciona o mundo social e como ela funciona dentro dele: o tipo de atividade da criança que dá ao
adulto a impressão de que ela está em todos os lugares – quer saber tudo e participar de tudo (além
de receber e repetir as mensagens dos meios de comunicação de massa, notadamente a televisão) –
foi designado por Erikson como intrusão.
Este termo deriva da teoria de desenvolvimento da sexualidade de Freud e está relacionado às
fantasias de penetração associadas às vivências da fase fálica. Só que, para Erikson, este mesmo
tipo de atitude é observado em várias outras atividades (exploração do espaço, do desconhecido, das
outras pessoas).
Neste sentido, a contribuição desta fase para o desenvolvimento psicossocial será o sentimento de
poder confiar em sua própria capacidade de iniciativa no desempenho de suas tarefas na idade
adulta. O outro extremo da escala seria um sentimento de culpa (mais maduro do que a vergonha da
fase anterior, porque mais interiorizado): a criança fantasia muito, imagina-se cometendo muitas
falhas horríveis que podem levá-la a perder o amor dos pais, a nível de fantasia.
Vemos, portanto, que, ao mesmo tempo em que a criança elabora as suas vivências características
de cada fase do desenvolvimento psicossexual (oral, anal, fálica), ela está aprendendo a ser social.
Este aprendizado inclui sentimentos de auto-estima e auto-aceitação que darão as coordenadas do
relacionamento com as outras pessoas, inclusive na situação de trabalho produtivo.
Se as vivências de cada uma destas três fases penderem para os aspectos positivos, a criança terá
desenvolvido a capacidade para confiar em si mesma e nos seus provedores externos, sentir-se-á um
indivíduo íntegro e autônomo, digno de amar e ser amado, bem como com possibilidade de
realização plena de suas capacidades no desempenho de tarefas. Se algo falhar em qualquer destas
Page 68
55
fases, inúmeras dificuldades surgirão no decorrer da infância e idade adulta, podendo resultar
inclusive em diversos tipos de patologia.”
(Rappaport, Clara Regina. Psicologia do Desenvolvimento – São Paulo: EPU, 1981).
13.6 – De acordo com a minha experiência pessoal
Diante de todo exposto e considerando as mais diversas formas de abordagem deste paciente em
questão, nas diferentes áreas terapêuticas, e de acordo com as minhas observâncias ao longo deste
trabalho, finalizo com as seguintes considerações:
1 - O atendimento pediátrico em pacientes com doença crônica, seja na Medicina Ocidental, seja na
Medicina Chinesa, não pode deixar de considerar a fase psicológica da criança, sendo esta uma
aliada importante do terapeuta na condução da evolução do tratamento;
2 - É inegável dizer que a multidisciplinaridade nos atendimentos pediátricos de doenças crônicas
proporciona uma vantagem estrondosa para o paciente, fazendo com que a fase crítica seja
encurtada;
3 - Além dos aspectos físicos, a observação dos aspectos psicossociais (informações da rotina
familiar, escolares, sociais, etc.) ajudam o terapeuta pediátrico a entender a evolução, ou não, do seu
paciente;
4 – Apesar de sermos tendenciosos para nossas áreas de atuação, devemos ter sempre em mente que
o paciente não é o fragmento que está se mostrando naquele momento, mas um ser composto de
muitas partes e que tem uma história;
5 – Das muitas “utilidades” que o terapeuta pode ter, o início de tudo é identificar onde ele pode
atuar para organizar e, se possível estancar, a bagunça em cascata que determinadas doenças
impõem aos acometidos;
6 – Para bons resultados junto à área pediátrica é preciso ter em mente que o terapeuta deve
disponibilizar tempo suficiente, disposição e paciência, tanto com a criança, quanto com a
persistência da doença;
7 – Faltam campanhas de saúde pública para conscientização e esclarecimento da população o que
evitaria muitos constrangimentos a que são expostos os pacientes de doenças crônicos e mais
sofridamente, as crianças;
8 – E, por último, é preciso que o terapeuta pediátrico tenha sensibilidade para olhar além da ferida,
além do patológico, porque todas as atitudes direcionadas para aquela criança, refletirão por toda
sua vida e devolver “vida” é a nossa tarefa.
Page 69
56
14 – Conclusão
1 – O conhecimento e domínio das diversas técnicas que compõem a Medicina Chinesa, bem como
afinidade com as etapas da fase infantil, são fundamentais para um eficiente acompanhamento nos
atendimentos pediátricos dentro da Medicina Chinesa devido às respostas da criança serem rápidas
e o comportamento inconstante;
2 – Conforme estudos anteriores já descreviam, a dermatite atópica interfere na vida social e
psicológica da criança e o desdobramento da doença afeta toda rotina familiar;
3 – O envolvimento da família no tratamento, a assiduidade às sessões e a observância quanto às
orientações de hidratação e alimentação deram suporte ao tratamento complementar na Medicina
Chinesa;
4 – O resultado com as técnicas aplicadas foi satisfatório diante da gravidade da doença;
5 – Percebeu-se que após a melhoria do aspecto das lesões e regulação do sono, a paciente
conseguiu transpor os aspectos emocionais que a impediam de reagir frente às diferentes situações e
pode participar efetivamente das atividades infantis;
6 – Com a regressão dos sintomas mais severos, a paciente conseguiu retomar as atividades diárias
comuns e melhorar o desempenho escolar;
7 – Não houve relação das lesões com a invasão de outros fatores patogênicos.
Page 72
59
Figura 7 – Ficha de anamnese frente
Page 73
60
Figura 7A – Ficha de anamnese verso
Page 83
70
16 – Termo de consentimento Livre e Esclarecido
Page 84
71
17 - Bibliografia
Campiglia, Helena. Psique e Medicina Tradicional Chinesa / Helena Campiglia – São Paulo : Roca,
2004
Castro APBM, Solé D e cols. Guia prático para o manejo da dermatite atópica: opinião conjunta de
especialistas em alergologia da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia e da Sociedade
Brasileira de Pediatria. Rev Bras Alergia Imunopatol. 2006; 29:268-82.
Definição da Educação terapêutica. Fondation Dermatite Atopique. <http://www.fondation-
dermatite-atopique.org/pt/espaco-para-profissionais-de-saude/educacao-terapeutica/definicao-da-
educacao-terapeutica> Acessado em 20/07/2016.
Dermatite Atópica (19/03/2014). Nicole da Silva. Serviço de Pediatria do Hospital de Braga.
<http://www.educare.pt/opiniao/artigo/ver/?id=11657> Acessado em 13/07/2016.
Dermatite Atópica. Dr. Hélio Miguel Lopes Simão. (07/02/2015). SBP - Sociedade Brasileira de
Pediatria. <http://www.sbp.com.br/departamentos-cientificos/alergia-e-
imunologia/attachment/daportalsbp-helio2014/ > Acessado em 15/06/2016.
Dermatite Atópica. Dra. Andréa Penha Rocha e Dra. Alessandra Miramontes Lima. Fundação José
Egydio Setúbal. Hospital Infantil Sabará. Instituto PENSI.
<http://www.hospitalinfantilsabara.org.br/saude-da-crianca/informacoes-sobre-doencas/abc-saude-
infantil/D/dermatite-atopica/> Acessado em 16/07/2016.
Dermatite atópica: o que o pediatra deve saber. Dra. Kerstin Taniguchi Abagge. (22/06/2015). SBP
– Sociedade Brasileira de Pediatria. <http://www.sbp.com.br/departamentos-
cientificos/dermatologia/attachment/dermatite-atopica-o-que-o-pediatra-deve-saber-2015-2/ >
Acessado em 12/08/2016.
Doença de pele. Dermatite atópica. Drauzio Varela. (28/03/2014). Site Drauzio Varella
<http://drauziovarella.com.br/drauzio/dermatite-atopica-2/> Acessado em 16/07/2016.
Enomóto, Jóji – Auriculoterapia Oriental: método Enomóto, 1ª. Ed. – São Paulo: Ícone, 2015).
Page 85
72
Faria, Fabrício Borges de. Acupuntura. Fabricio Borges de Faria – Goiânia : Kelps, 2015.
Fases da Cicatrização. Colunista – Portal Educação (10/12/2012)
<http://www.portaleducacao.com.br/fisioterapia/artigos/23530/fases-da-cicatrizacao> Acessado em
12/10/16.
Filho, Reginaldo. Moxabustão Chinesa / Reginaldo Filho – São Paulo: EBMC, 2015.
Focks, Claudia. Guia Prático de Acupuntura: localização de pontos e técnicas de punção / Claudia
Focks, Ulrich März; (tradução Reinaldo Guarany), Barueri, SP; Manole, 2008.
Guashá Terapia. . Material do XI Simpósio Brasileiro de Aperfeiçoamento em Acupuntura e
Terapias Orientais. EBRAMEC CIEFATO. Dr. Reginaldo de Carvalho Silva Filho e Eduardo
Vicente Jofre. (28/01/2015).
< http://www.ebramec.com.br/uploads/downloads/Guasha_Ciefato_2012.pdf> Acessado em
10/07/2016.
Guia de acupuntura. – Barueri/SP: Manole, 2015. – (Série guias de medicina ambulatorial e
hospitalar/coordenação deste guia Marcia Lika Yamamura, Ysao Yamamura).
Herman, Leta and McElroy, Jaye – The Big “Little” Gua Sha Book, Born Perfect, EUA, 2015.
Martins, Ednéa Iara Souza. Pontos de acupuntura: guia ilustrado de referência / Ednéa Iara Souza
Martins, Ernesto G. Garcia – São Paulo: Roca, 2003.
Maciocia, Giovanni. Diagnóstico na medicina chinesa / Giovanni Maciocia; Introdução de Julian
Scott, [tradução Maria Inês Garbino Rodrigues]. – São Paulo : Roca, 2005.
Princípios da Medicina interna do Imperador Amarelo, Bing Wang, 2001.
Neves, Marcos Lisboa. Diagnóstico em Acupuntura: avaliação e tratamento / Marcos Lisboa Neves
– 3ª. edição – Porto Alegre: Ed. Do Autor, 2014.
Neves, Marcos Lisboa. Manual Prático de Auriculoterapia / Marcos Lisboa Neves – 4ª. edição –
Porto Alegre: Ed. Do Autor, 2014.
Page 86
73
Pulsologia Chinesa: sensibilidade e entendimento. Isaac Guimarães Jr. Epoch Times em Saúde –
Medicina Tradicional Chinesa (18/04/2015). <https://www.epochtimes.com.br/pulsologia-chinesa-
sensibilidade-entendimento> Acessado em 15/10/16.
Porto AC, Simão HML. Dermatite Atópica. In: Lopez FA, Campos Jr. D. In:Tratado de Pediatria:
Sociedade Brasileira de Pediatria.-2.ed – Barueri, SP: Manole, 2010 PP 577-589
Rappaport, Clara Regina. Psicologia do Desenvolvimento / Clara Regina Rappaport ... (et al.);
coordenadora Clara Regina Rappaport – São Paulo: EPU, 1981
Roxo Jr. P. Dermatite atópica. In: Roxo Jr. P (Editor). Alergia e Imunodeficiências em Pediatria –
Abordagem Prática. 1ª edição, Ed. Tecmed (Ribeirão Preto, São Paulo), 2006. PP. 23-41.
<http://www.aulete.com.br/> Acessado em 15/10/2016
<https://dicionariodoaurelio.com/> Acessado em 15/10/2016
<http://www.dicionariomedico.com/> Acessado em 15/10/2016
<http://michaelis.uol.com.br/> Acessado em 15/10/2016
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Acupuntura> Acessado em 01/08/2016.
Page 87
74
18 – Glossário
Acuponto Denominação, em acupuntura, dos pontos precisos ao longo dos meridianos
corporais em que se insere a agulha
Alérgeno Agente que causa alergia
Astenia
É um termo empregado em medicina para designar uma fraqueza orgânica,
porém sem perda real da capacidade muscular. Caso ocorra perda muscular,
passa a ser chamado de miastenia.
Atópica
O conceito de atopia foi descrito pela primeira vez por Coca em 1923 para
descrever uma tendência familiar para produzir anticorpos da classe IgE contra
alérgenos ambientais, geralmente proteínas. O termo atopia não é sinônimo de
"alergia" pois descreve exclusivamente uma "predisposição". As doenças
atópicas são a asma, a rinite (ou rino-conjuntivite) alérgica, e a dermatite
atópica.
Beishu
Os pontos beishu são pontos localizados ao longo da região paravertebral,
dispostos no meridiano de energia principal da Bexiga; esses pontos são
responsáveis pela nutrição de jing a estrutura dos órgãos e vísceras internos.
Ceramida
A ceramida é um lípido composto pelo álcool insaturado de 18 carbonos
esfingosina e um ácido graxo de cadeia longa unido mediante
uma ligação amida. É a molécula base dos esfingolípidos, muito abundantes
na bicapa lipídica das membranas celulares.
Cônscio Que sabe bem o que faz ou o que deve fazer.
Desmielinizante Que desmieliniza, que remove ou destrói a bainha de mielina de nervo ou trato
nervoso.
Eczematosa Afecção cutânea aguda ou crônica que se caracteriza por reação alérgica
inflamatória, com formação de vesículas e crostas, causando prurido
Emoliente Que amolece, abranda.
Enurese Micção involuntária ou inconsciente.
Estáfilo Vacina bacteriana preparada com estafilococos.
Page 88
75
Etiopatogenia Estudo do que provoca uma doença, uma patologia. Análise especializada das
causas que ocasionam o desenvolvimento de certas doenças.
Exacerbação Ação ou resultado de exacerbar, intensificar, agravar algo;
Grande irritação, exasperação;
Aumento na intensidade dos sintomas de uma doença.
Exsudar Segregar ou sair em forma de gotas ou de suor.
Hélix Qualquer estrutura em forma de espiral.
Imunomodulador Que ou o que inibe ou estimula as reações imunológicas de um organismo (diz-
se de agente, como, p.ex., uma vacina).
Interstício Pequeno espaço entre as partes de um todo ou entre duas coisas contíguas.
Liquenificação Processo de alteração da pele, que toma aspecto semelhante ao de
certos liquens ('espécime'), geralmente de causa psicossomática.
Petéquias Mancha pequena e superficial, de coloração vermelha ou arroxeada, que surge
na pele ou nas mucosas
Probiótico
São micro-organismos vivos que podem conferir um benefício à saúde do
hospedeiro. A Organização Mundial de Saúde define probiótico como
“organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas,
conferem benefício à saúde do hospedeiro”
Profilaxia
Parte da medicina que estabelece medidas preventivas para a preservação da
saúde da população.
Utilização de procedimentos e recursos para prevenir e evitar doenças.
Prurido Irritação na pele ou na mucosa que leva a pessoa a se coçar; COÇEIRA;
COMICHÃO
Pulsologia
Exame do pulso é um dos principais métodos para conhecer a localização e a
natureza da enfermidade na medicina chinesa, sendo indissociável da prática da
acupuntura e fitoterapia.
Puntura Perfuração feita com punção ou outro objeto pontiagudo.
Recidivante Novo episódio de doença após a sua convalescência; reaparecimento tardio de
moléstia, após terminada a convalescência e estar o paciente em estado normal
de saúde.
Remissão Alívio, melhora dos sintomas de uma doença; REMITÊNCIA
Page 89
76
Transepidérmica Que passa através da pele.
Tumefação Ato ou efeito de tumefazer-se. Aumento de volume em algum tecido do corpo;
tumor, intumescência, inchação.
Xerose Ressecamento patológico da pele
Page 90
77
19 – Extras
19.1 – Ambientalização dos atendimentos – Fig. 18, 18A, 18B, 18C
No intuito de estabelecer um relacionamento de confiança com a criança e proporcionar um
momento de descontração, mesmo estando em tratamento, alguns materiais foram disponibilizados
para a paciente durante as sessões, bem como a interação com outras pacientes, o que possibilitou
uma melhor fluidez para a aplicação das técnicas.
19.2 – Depoimento da mãe
25/07/2016
“Minha pequena Y., como alguns sabem, desenvolveu por volta dos três anos, uma Dermatite
Atópica. É uma doença de pele crônica com sintomas como coceira e erupções, podendo gerar
graves inflamações. Estou incluindo o link para quem queira saber mais a respeito.
http://drauziovarella.com.br/drauzio/dermatite-atopica-2/
Nas fotos* é possível ver o grau a que chegou o problema. Não é uma doença grave, mas isso
afetava diretamente a todos que conviviam com ela. Dormir era um martírio, com noites inteiras
acordando para tentar conter a coceira. De manhã, TODAS AS MANHÃS, ela acordava com os
dedos sujos de sangue, assim como os lençóis, o pijama, o corpo todo sangrando.
Tentávamos de tudo para cessar a angústia em vê-la com tantas feridas em carne viva pelo corpo,
foram muitas idas ao Dermatologista que dizia sempre que era algo que não havia cura, apenas o
tratamento da inflamação na pele por conta das erupções, testes de contato, antibiótico, cremes,
pomadas... MUITA POMADA... Honestamente eu já não aguentava mais ouvir falar em pomada.
E tinha a escolinha, onde ela era tratada pelo alunos como uma menina que ia passar uma doença,
chegou a me dizer que podia morrer porque os amigos diziam a ela que era feia por causa das
feridas.
Pensa numa dor ouvir isso! Além dos palpites e julgamentos e cremes e melecas que as pessoas
insistiam em passar nela mesmo sendo orientadas de que isso poderia agravar o caso.
EU NÃO VIA SAÍDA! Me sentia uma porcaria de mãe por não conseguir mudar isso.
Mas aí....eu encontrei....
DEUS!
Eu orei tanto...taaaaaanto...pedia a Deus que tirasse essa tortura da minha filha e de todos nós...E
realmente eu tinha Fé de que Deus poderia mudar tudo... Que Deus me mostrasse um caminho...
Page 91
78
ELE MOSTROU!
Meu pai L. L. que fazia tratamento com acupuntura, nos levou à Ebramec, com a certeza de que lá
conseguiríamos melhorar o quadro. Ele estava certo!
Fizeram tratamento com cromoterapia, massagem com gua shá e diversas outras técnicas incluindo
a acupuntura com agulhas (o tanto quanto ela permitiu..rs)..Quero aproveitar a postagem para
agradecer o imenso carinho com que fomos tratados por todos na EBRAMEC, em especial à
Marina Martinho tão querida pela Y. e por mim, vou levá-los em meu coração. Muito obrigada!
Esse é o site deles. www.ebramec.com.br
Enfim, as fotos são para mostrar o quanto a Fé é poderosa, o quanto Deus trabalha e às vezes a
gente nem se dá conta.
A Y. hoje não tem mais nenhuma, NENHUMA feridinha sequer, ela tem uma pele linda e macia!
Dormimos em paz sabendo que não vamos acordar com sangue nos lençóis. Nada de cremes, nem
antibióticos, nem pomadas arrghhh!
Eu não tenho nenhuma, NENHUMA dúvida de que minhas orações foram ouvidas... Deus colocou
as pessoas certas para mostrar um caminho... as pessoas dispostas e capacitadas para ajudar... tirou
do caminho as situações que contribuíam para que ela piorasse ...ELE fez tudo na perfeição que eu
jamais seria capaz sozinha.
Na minha promessa com Deus, eu jurei que o dia em que minha filha estivesse curada, eu seria mais
uma voz a contar a vitória da Fé.
AQUI ESTOU EU.
Cura-me, Senhor, e serei curado; salva-me, e serei salvo, pois tu és aquele a quem eu louvo.
Jeremias 17:14
Toda a Honra e Glória ao Senhor!”
*As fotos não foram colocadas para preservar a privacidade da família.