DITS ET ÉCRITS Seminário sobre o texto de Michel Foucault Disciplina: Comunicação, mídia e poder Prof. Dra. Liliane Machado Mestranda em Comunicação: Nathália Kneipp (tradução, edição e diagramação) Outubro de 2009, Universidade Católica de Brasília (UCB)
Seminário sobre o texto "Dits et écrits" de Michel Foucault, a ser apresentado no dia 26 de outubro no Curso de Mestrado em Comunicação da Universidade Católica de Brasília
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DITS ET ÉCRITS
Seminário sobre o texto de Michel Foucault
Disciplina: Comunicação, mídia e poder
Prof. Dra. Liliane Machado
Mestranda em Comunicação: Nathália Kneipp (tradução, edição e diagramação)
Outubro de 2009, Universidade Católica de Brasília (UCB)
As malhas do poder Conferência de Michel Foucault na UFBA em 1976
Os poderes específicos, regionais, não têm função proibitiva (“você não deve”);
são produtores de eficiência, de uma aptidão, produtores de produtos. Pág. 188
Ex: aparecimento do fuzil, faz com que o exército não possa mais ser composto de
pequenas unidades isoladas.
Inconvenientes da monarquia
O poder político como se
exercia no corpo social
apresentava
descontinuidades;
Pirataria: ilegalidade
como condição para
sobreviver
Oneroso: poder de
arrecadar ou predar algo
(impostos) pág. 190
Fazer a história das técnicas industriais e também das técnicas políticas
Invenções de tecnologias políticas, visando disciplina e dominação
• Técnica de individualização do poder
• Mecanismo que controla o corpo social até os elementosmais tênues, átomos sociais, osindivíduos.
Tecnologiada Disciplina
Anátomo-política
• Tratará de questõesrelacionadas à moradia, condições de vida nas cidades, higiene pública, incentivo a maiores taxas de crescimentopopulacional, como gerir fluxosmigratórios, etc.
Tecnologiadas
populações
Biopolítica
Os
dois
capítul
os
sugeridos
por
Fouc
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t 1
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Escrutínio total
S
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X
O
É colocado como o ponto de articulação entre as disciplinas individuais do
corpo e o controle da população. Sexo = instrumento de
“disciplinarização”, de política para fazer da sociedade uma máquina de
produção. Pág. 194
O sujeito e o poder University of Chicago Press, 1982
Por que estudar o poder? A questão do sujeito
•Idéias tratadas não se referem a teoria nem a metodologia; busca contar qual foi o objetivo
do seu trabalho nos últimos 20 anos.
•Não se tratou de analisar os fenômenos do poder nem de lançar as bases para uma análise
desse tipo;
•Procurou produzir uma história dos diferentes modos de subjetivação do ser humano na nossa
cultura.
•Sob essa ótica, abordou três modos de objetivação que transformam os seres humanos em
sujeitos:
• em gramática geral, filologia e linguísticaObjetivação do sujeito que
fala
• em economia e ao analisar as riquezasObjetivação do sujeitoprodutivo, que trabalha
• na história natural e na biologia pág 223Objetivação do fato de
estar na vida
Segunda parte de seu trabalho foi dedicada a
estudar a objetivação do sujeito nas práticas
“divisoras” (o sujeito está dividido seja no seu
interior ou separado dos outros. Esse processo o
torna um objeto)
louco
enfermo
criminoso
homem são
indivíduo com boa saúde
bom moço
Se o sujeito humano se encontra em relações de produção e relações de sentido, ele está
igualmente envolvido em relações de poder de grande complexidade.
História e teoria daeconomia
Instrumentos adequadospara estudar
Relações de produção
Linguística e semióticaInstrumentos adequados
para estudarRelações de sentido
PoderQuais instrumentos são
adequados para estudá-lo? Relações de poder
Modelos jurídicos (o que legitima o poder)
Modelos institucionais (o que é Estado)
•É necessário ampliar as dimensões de uma
definição de poder se nós quisermos utilizar essa
definição para estudar a objetivação do sujeito.
Novo modo de investigação consiste em pegar as formas de resistência aos diferentes tipos
de poder como ponto de partida (pág. 225)
Analisar as relações de poder por meio do afrontamento das estratégias
Ponto de partida oposições dos últimos anos
Homens Mulheres
Pais Filhos
Psiquiatria Doentes mentais
Medicina População
Administração Modo como as
pessoas vivem
Não é suficiente dizer que essas são
lutas contra a autoridade, é preciso
definir melhor o que têm em comum:
1. São lutas transversais não
se limitam a um país em
particular, não são restritas a
um só tipo de governo político
e econômico;
2. O objetivo dessas lutas são
os efeitos do poder como
tais. A reprovação em relação à
profissão médica não é a de ser
um empreendimento com fins
lucrativos e sim de exercer, sem
controle, um poder sobre o corpo,
a saúde dos indivíduos, sua vida e
sua morte.
3. São lutas “imediatas”, por duas razões: as
pessoas criticam as instâncias de poder que são as
mais próximas das suas realidades, aquelas que
exercem uma ação sobre os indivíduos. Não procuram
o inimigo número 1 e sim o inimigo imediato. Não
consideram que a solução do seu problema possa
residir em um futuro qualquer (em uma promessa de
liberação, de revolução, no fim do conflito de classes).
Em relação a uma escala teórica de explicação ou à
ordem revolucionária que polarisa o historiador, são
lutas anárquicas.
Pág. 226
4. São lutas que colocam em questão o
estado atual (statu) do indivíduo. Por um
lado, elas afirmam o direito à diferença e
destacam tudo que pode tornar os indivíduos
verdadeiramente individuais. Por outro lado, elas
se ocupam de tudo que possa isolar o indivíduo,
cortar as relações que o mesmo mantém com os
outros, cingir a vida comunitária, forçar o
indivíduo a se dobrar sobre si mesmo e se apegar
à própria identidade. Essas lutas não são contra o
indivíduo, mas se opõem ao “governo por
individualização”.
5. Opõem uma resistência aos efeitos de
poder que estão relacionados ao saber, à
competência e à qualificação. Elas lutam
contra os privilégios do saber e também se
opõem ao mistério, à deformação e a tudo que
possa haver de mistificador nas representações
que se impõem às pessoas. Coloca-se em
questão o “regime do saber”.
6. Todas as lutas atuais giram em
torno de uma mesma questão:
quem somos? Elas são uma
recusa dessas abstrações, uma
recusa da violência exercida pelo
Estado econômico e ideológico que
ignora quem nós somos
individualmente e, também, uma
recusa da inquisição científica e
administrativa que determina nossa
identidade.
Em resumo, o principal objetivo
dessas lutas não é tanto de
atacar tal ou tal instituição de
poder, ou grupo, ou classe, ou
elite, e sim a uma técnica em
particular, uma forma de
poder…
Pág. 227
essa forma de poder… se exerce sobre a vida quotidiana imediata, que classifica os
indivíduos em categorias, os designa por sua própria individualidade, os prende a sua
identidade, impõe-lhes uma lei da verdade que eles têm que reconhecer e que os outros
devem reconhecer neles. É uma forma de poder que transforma os indivíduos em sujeitos.
Existem dois sentidos para a palavra sujeito:
Sujeito submetido ao
outro pelo controle e
dependência
Sujeito preso a sua
própria identidade pela
consciência ou conhecimento
de si.
forma de poder
que subjuga e
sujeita
3 tipos de luta
1 aquelas que se opõem
às formas de dominação
étnico-sociais e religiosas.
Ex: sociedades feudais 2 aquelas que denunciam
formas de exploração que
separam o indivíduo daquilo
que ele produz.
Ex: séc. 19, luta contra
exploração veio para o 1o
plano.
3 aquelas que combatem tudo
aquilo que liga o indivíduo a si
mesmo e asseguram, assim, a
submissão aos outros (lutas
contra o assujeitamento,
contra as diversas formas de
submissão da subjetividade).
Ex: luta contra “não poder ser”.
A que predomina
P O D E R P A S T O R A L
Técnica de poder originária do cristianismo
1. Objetivo final assegurar a salvação dos indivíduos em outro mundo.
2. Não é simplesmente uma forma de poder que ordene; ele deve estar preparado a se
sacrificar pela vida e salvação do rebanho. Nisso se distingue do poder soberano que exige um
sacrifício da parte dos seus sujeitos a fim de salvar o trono.
3. .É uma forma de poder que não se preocupa somente com o conjunto da comunidade. Preocupa-
se com cada indivíduo em particular, durante toda a sua vida.
4. Essa forma de poder não pode ser exercida sem que se conheça o que se passa
na cabeça das pessoas; sem explorar suas almas, sem que se conheça os seus segredos
mais íntimos. Ela implica em um conhecimento da consciência e uma aptidão a conduzi-la,
ligada à produção da verdade, aquela do próprio indivíduo.
Institucionalização eclesiástica perde vigor a partir do século 18 Pág. 229
Estado moderno novas formas de P O D E R P A S T O R A L
1. Objetivo final, no transcorrer de sua evolução, muda
Salvação no outro mundo BEM-ESTAR NO PLANO TERRESTRE, saúde, bem-viver, segurança, proteção contra
acidentes, enfim, qualidade de vida.
2. Assiste-se a um reforço na administração do poder pastoral. Às vezes explicitada pelo
aparelho de Estado ou por uma instituição pública como a polícia, e também a família.
3. A multiplicação dos objetivos e dos agentes do poder pastoral permite concentrar o