Top Banner
Distúrbios Hidroeletrolíticos e Hidratação Venosa Hospital Regional da Asa Sul- Brasília -DF Internato Pediatria /ESCS/SES/DF Interno: Thiago Viegas Coordenação: Elisa de Carvalho, Paulo R. Margotto
51

Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Dec 26, 2015

Download

Documents

britomlins
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Distúrbios Hidroeletrolíticos e

Hidratação Venosa

Hospital Regional da Asa Sul- Brasília -DFInternato Pediatria /ESCS/SES/DFInterno: Thiago ViegasCoordenação: Elisa de Carvalho, Paulo R. Margotto

Page 2: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Caso Clínico. Identificação:K.R.S, ♂,1a 3m ,nat. e proc. de Bom Jesus da Lapa- BA.. Q.P.: “ Vômitos e Diarréia há 5 dias”

Data Internação: 04/05/06

. H.D. A.: Há 5 dias apresentou diarréia líquida sem sangue ou mucovômitos e febre. Procurou serviço médico na cidade de origem e permaneceu internado em HV por 3 dias. Evoluiu com distensão abdominal sendo então trazido para BSB (HRP) onde chegou em 02/05 desidratada, em choque ( séptico ?, hipovolêmico ?) e feito expansões (quantas ? ) e iniciado Oxacilina + Ceftriaxona na data. Exames em anexo. No dia 04/05/06 apresentou 3 episódios de diarréia.

Veio encaminhado para este serviço para avaliação da cirurgia pediátrica pois pela manhã apresentou piora da distensão abdominal e sinais de irritação peritoneal. Foi solicitado parecer da Cirurgia Pediátrica que pediu a realização de Ecografia abdominal.

Page 3: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

ECO abdominal: Rim E não visualizado (agenesia ou atrofia renal E?) Criança foi colocada em dieta 0, sob sonda nasogástrica aberta, Rocefin 700 mg , EV 12/12 e cabeceira elevada.

Revisão de SistemasTosse seca há 1 semana ( remitiu).

Antec. Fisiol: Tia ignora antec. gestacionais. Parto normal a termoNAN até 5º mês. A partir do 5º mês NINHODieta Atual: 4 mamadeiras ( ninho)/dia + frutas. Almoço e jantar ( cardápio

familiar)Vacinação completa pelo cartão.

Antecedentes Patológicos e Familiares1ª internação. Nega comorbidades, cirurgias, hemotransfusões e alergiasPneumonia há 2 mesesMãe 19 anos, saudável. Pai apendicectomia há 3anos

Page 4: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Condições de Moradia

Mora em casa de 5 cômodos com 7 pessoas e 2 cachorros e tem fossa séptica a 3 metros da casa. Usa água filtrada.

Ex. Físico:

R-BEG, hipocorado (1-2+/4+), DESIDRATADO ++/4+, afebril, taquidispnéico, dormindo.

ACV: FC 130 bpm, PA: 90/60 mmHg RCR em 2T sem sopros.

AR: MV+, roncos de transmissão, discretos creptos à D, FR 36 c TSC leve-mod + tiragem fúrcula esternal

ABD: Tenso, distendido (2+/4+) timpânico, RH+, doloroso difusamente à palpação.

EXT: PERFUNDIDAS , PULSOS CHEIOS.

SNC: dormindo, irritado quando acordado, sem sinais meníngeos, contactando com o meio.

Page 5: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Exames Laboratoriais

Datas02/05 02/05 03/05 04/05

Na+ 137 139 132 128

K+ 2,3 3,1 3,5 3,7

Cl + 102 106 101 101

Ca++ 8,35 8,34 8,37 9,27

Ur 22,5 210,9 1,54

Cr 0,48 0,47 0,43

Glicemia 60 65 104

TGO 35 10 33 17

TGP 11 30 11 10

Page 6: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Água Total do Organismo:

• ↑ Idade → ↓ H2O

• Feto: 90% Peso

• RN termo : 70% Peso

• Adultos: 50 a 60% do peso Corporal– ↓ Mulheres e Obesos : + gordura– ↑ Homens e Magros: menos gordura

• O RN prematuro- excesso de LEC e água corporal total.

Page 7: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Compartimentos Hídricos

• Líquido Intracelular: 40% peso – Principais Cátions: K+ Ca+2, e Mg+2

– Principais Ânions: Fosfatos e Proteínas

• Líquido Extracelular: 20% peso– Principal Cátion: Na+

– Principais Ânions: Cl- e HCO3-

• Equilíbrio da osmolaridade (LIC=LEC)– Membrana Plasmática Semipermeável

Page 8: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Perda Peso Fisiológica após nascimento:

• LIC H2O LEC → diurese até o 3º a 4º dia de vida.

• Perda 10% - RN termo– RN pré termo: Maior Sup. Corpórea em relação

ao peso total , com maior fluxo sanguíneo, pele fina, maior freq. respiratória → Maior perda Insensível H2O

• Perda até 20% - RN pré-termo.

• Importante: ajustar ofertar hídrica e calórica nos 1ºs dias de vida

Page 9: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Controle da Osmolaridade

• Centro da Sede: ↑ Sede– ↑ Osmolaridade– ↓ Volume Sanguíneo ou ↓ PA: Barorrecptores– Resecamento Boca, faringe, esôfago

• ADH

Page 10: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Controle da Sede

Centro da SedeOsmorreceptores

Núcleo Supra-Óptico

Núcleo Paraventricular

Área Ventrolateral do 3o Ventrículo↑ Osmolaridade

> 290 mEq/ L

↑ ADH

↑ AbsorçãoH2O

Urina Concentrada

Page 11: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Ilustração

Voltar

Page 12: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Desidratação

• Conceito: – ↓ H2O Corporal Total com hipo,iso ou hiperosmolaridade dos

fluidos orgânicos

• Etiologia: História Clínica– Perdas gastrintestinais: vômitos, diarréia, aspiração gástrica– Perdas Geniturinárias: DM, poliúria, Doença de Addison,

diuréticos etc)– Perdas pela pele: sudorese abundante, queimaduras etc– Ingestão insuficiente

Page 13: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Sinais e Sintomas• Sede:

– sintoma mais precoce da desidratação– Início 2% de perda hídrica – Osmolaridade > 290 mOsm/L.

• Os sinais mais precoces de desidratação – mucosas secas, pele intertriginosa seca, perda da elasticidade da

pele e oligúria) só iniciam-se após 5% de perda hídrica do peso corporal.

• Os sinais tardios :– taquicardia, hipotensão postural pulso fraco, obnubilação, febre e

coma.

• Morte- perda acima de 15% do peso corporal.

• ATENÇÃO: Sinais Clínicos de desidratação só a partir de 5% perda de peso. A etapa rápida deve contemplar essa perda líquida insensível.

Page 14: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Classificação da desidratação: Intensidade e Tipos

• Intensidade– 1º Grau ou leve – 3 a 5% perda de peso ( sinais leves)

• Até 50 ml/Kg : sede + mucosas secas

– 2º Grau ou Moderada – 5 a 10% perda peso (sinais moderados)• 50 a100 ml/Kg• 6 a 7% - sede, mucosas secas, ↓ turgor, consciente mas irritada.• 9 a 10% - apatia, mucosas secas, olhos encovados (“olheira”), fontanela

deprimida, muita sede, irritabilidade. “Sinal da chupeta” +

– 3º Grau ou Grave – 10 a 12% (sinais muito evidentes)• 100 a 150 ml/Kg• Muita apatia, alteração sensorial, não resposta a estímulos, criança já

não tem sede, certa acidose que pode provocar gemência.

– Choque hipovolêmico – acima 12% (> 150ml/Kg)• Hipotensão, taquicardia, necessitando de rápida reposição volêmica sob

risco de IRA, edema citotóxico e óbito.

– Morte – acima de 15%

Page 15: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Sinais e Sintomas

• A sensação de sede é o sintoma mais precoce da desidratação e inicia-se com 2% de perda hídrica do peso corporal e osmolaridade acima de 290 mOsm/L. Os sinais mais precoces de desidratação ( mucosas secas, pele intertriginosa seca, perda da elasticidade da pele e oligúria) só iniciam-se após 5% de perda hídrica do peso corporal.

• Os sinais tardios são taquicardia, hipotensão postural pulso fraco, obnubilação, febre e coma.

• Morte - perda acima de 15% do peso corporal.

Page 16: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Desidratação Isotônica• Mais comum (70-90%)• Etiologia Principal: diarréia e vômitos (perda proporcional água e

eletrólitos)• 1. Na: 130 a 150 mEq/L

2. Osmolaridade 280 a 310 mOsm/L3. LEC sem modificação pOsmótica4. Nenhuma alteração do LIC

• Quadro Clínico: varia com intensidade perdas hídricas– Sinais Espoliação Líquido Intersticial

– Perda Peso– Depressão fontanela– Olhos Encovados– Mucosas secas– Diminuição da elasticidade Cutânea, turgor e tônus muscular

– Sinais de Espoliação do Líquido Vascular– Alteração do Estado Geral– Inquietude– Ansiedade, Prostração– Palidez– Extremidade frias e cianóticas– Pulso rápido e fino– Oligúra e anúria

Page 17: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Desidratação Hipotônica

• Forma mais grave – 8 a 20% dos casos• Perda Eletrólitos > Perda H2O• Principais Causas: Diarréia, Vômitos, Reposição com

solução hipotônica e perdas excessivas de suco gástrico• Achados

– Na < 130 mEq/L– Osm. Plasma < 280 mOsm/L– ↓ Na LEC: Entrada H2O para o LIC

• Edema Citotóxico (agitação, convulsão, coma)• Sinais nítidos espoliação líquido vascular (choque oligúria) + sinais

espoliação líquido instersticial ( turgor pastoso).

• Atenção!!! : Ausência de sede, mucosas úmidas, sinais neurológicos ( edema celular)

Page 18: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Desidratação Hipertônica• 2 a 10% casos• Perda H2O > Eletrólitos• Principais Causas: reposição com soluções

hipertônicas, diabetes insípido e diuréticos osmóticos

• TTO: esquema especial• Principais Achados

– Na > 150– Osm plasmática > 310– Saída de H2O do LIC → Desidratação Intracelular:

• febre alta, sede intensa, irritabilidade, meningismo, convulsões e coma.

Page 19: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Hidratação

• TRO : – 1. Reidratação

• Diarréia sem desidratação ou com desidratação 1º Grau ( leve) – SRO

• Quantidade dependerá da sede da criança devendo receber 50 a 100 ml/Kg de reidratação oral com solução de 90 mEq/L ( OMS) no período máximo de 4 a 6 horas.

• Lactentes = Leite materno + SRO• Se paciente Vomitar- ↓ Volume oferecido ↑ Freqüência

administração• Se após o volume inicial administrado, persistir desidratação,

prescreva volume adicional.

– A febre causada pela desidratação cede a medida que a criança se reidrata devendo-se evitar anti-termicos nessa fase.

Page 20: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Hidratação (continuação)

• 2. Manutenção– Terminada a reidratação a criança deve receber

alta.– Os familiares devem ser informados sobre o

caráter autolimitado da diarréia que pode durar ainda alguns dias. Forneça 2 envelopes de SRO em caso de impossibilidade orientar a oferta de líquidos adicionais.

Page 21: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Hidratação Venosa• Objetivo: Normalizar volumes e [ ] de eletrólitos• Indicações precisas:

– Desde o Início• Vômitos incoercíveis• Diarréia alto débito ( mais 10 ml/Kg)• Septicemia ou infecção sistêmica• Choque hipovolêmico

– Na vigência da TRO• Vômitos incoercíveis• Distensão Abdominal Acentuada• Diarréia maior que a ingesta tolerada• Piora após de TRO bem conduzida.

Page 22: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Hidratação Venosa: 2 FASES

• 1ª Fase ( Fase Expansão, Reparação, Rápida):– Total de Líquido (50 ml/ Kg de peso) divido em partes iguais

de SF 0,9% e SG a 5% administrados em 2 horas. Se após essa etapa a criança permanecer desidratada administre 25 a 50ml/kg de peso em 2 horas.

• Desidratação 3º Grau e Choque– Total Líquido 100 a 150 ml/Kg

– Importante: acesso venoso adequado ( agulhas calibrosas) para garantir infusão de líquidos no máximo em 4 horas.

– Criança reidratada = osm. plasma normalizada = 2 micções urina clara = fim da 1ª etapa

Page 23: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

2ª Fase ( Fase de Manutenção) • Objetivo: cobrir perdas normais ( necessidades diárias ) e

perdas anormais ( diarréia , vômitos).• Necessidade hídrica é calculada a partir da necessidade

calórica do paciente que é proporcional ao peso.• Necessidade Calórica Total: Para cada 1 cal/Kg/ 24horas é

necessário 1ml/Kg/24 horas.– Até 10 kg = 100 cal/Kg = 100 ml /Kg Na 3 mEq/Kg – 10 a 20 Kg = 50 cal/Kg = 50 ml/Kg Na1,5 mEq/ Kg– Acima 20 Kg= 20 ml /Kg Na 0,8 mEq/Kg

• Necessidades Diárias de Eletrólitos– K+= 2 a 3 mEq/Kg/dia [K+ ] = 2 a 3% na soluçãoCa++= 0,5 a 1 mEq/Kg/dia

• Note que [Na+] na manutenção sempre 3 mEq/100 ml= 3%, podendo chegar a 3,5/ 4%

• Corticóide ↑ Excreção Renal de K+ = .Empiricamente ↑ K+ em 10%.

Page 24: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

• 1 ml NaCl 20% = 3,4 mEq/l• 1 ml SF 0,9 % = 0,154 mEq/l• 1 ml KCl 10% = 1,3 mEq/l• 1 ml Gluconto de Cálcio 10% = 0,5 mEq

• Lembrando:– 1ml = 20 gotas– 1 gota= 3 mcgotas

• Cálculo do tempo:– Gotas/ min ou mcg/min

Total Gotas = V ml x 20 = V Total Minutos T (hs) x 60 T. 3

• Gotejamento : – mcgotas /min : V/T– Gotas/min V/3T

Informações Úteis

mcg x 3

Page 25: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Distúrbios Hidroeletrolíticos• Distúrbios do Sódio

– Na+ sérico ( natremia) – principal determinante da osmolaridade plasmática

– Normal : Na = 135 a 145 mEq/L• Membrana plasmática = semipermeável • Tendência natural do Equilíbrio das Pressões Osmóticas• Outros solutos importantes para Osm Plamática = Cl, HCO3 ,

Gicose e Uréia.• Osm efetiva: inclui apenas solutos que não passam pela

membrana plasmática e por isso exlcui a uréia do cálculo.– Osm. plasm.= 2x Na + Glicose/18 + Ur/6– A natremia é multiplicada por 2 para contar os ânios livres Cl- e HCO3.– Osm efetiva = 2Na + G/18

• Alterações na osm efetiva provocam alterações no LIC prejudicando a função do neurônio, que não tolera variações.

Page 26: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Hiponatremia

Na < 135 mEq/L Estado Hiposmolar < 280 mOsm/L ( Na principal íon do plasma)

• Sintomático: Na < 120 . Sintomas devidos à edema cerebral ( letargia, cefaléia, fraqueza e convulsões)

• Coma: Na< 110 mEq/L• Quando a hiponatremia s instala de forma lenta os neurônios conseguem se

proteger do edema eliminando solutos ( inicialmente Na+ e K+, seguido de inositol e aminoácidos), de modo a reduzir sua osmolaridade. Isso explica porque alguns pacientes com hiponatremia grave ( Na=101 mEq/L) são completamente assintomáticos.

• Portanto os efeitos da hiponatremia sobre o SNC dependem da velocidade de sua instalação.

• Nesses pacientes é perigoso a correção abrupta da hiponatremia, sob o risco de óbito ou lesão encefálica , já que os neurônios estão hipoosmolares devido à eliminação de soluto. Se a hiposmolaridade for corrigida rapidamente o LEC ficará hiperosmolar em relação ao neurônio provocando crenação ou desidratação neuronal levando à lesão neuronal muitas vezes fatal ou irreversível ( síndrome osmótica desmielinizante). As manifestações clínicas são: distúrbios da consciência, coma, tetraparesia, disartria e disfagia.

• Os neurônios mais sensíveis à essa variação rápida da osmolaridade são os da ponte, sofrendo uma lesão patológica chamada mielinólise pontina.

Page 27: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Hiponatremia (continuação)• Na+ < 135 mEq/L → Hiposmol < 280 mEq/L (Na+

principal íon plasma)

• Hiponatremia hipotônica –– Única hiponatremia com repercussão clínica: ex.

azotemia na IR e intoxicação etanol– Osm Efetiva Baixa embora osm total possa estar normal

• Hiponatremia não- hipotônica ou transicional:• hiperglicemia acentuada

• Hiponatremia Isotônica: • administração manitol ( RTP)

• A hiponatremia é quase sempre dilucional (excesso H2O no corpo)

Page 28: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Causas de Hiponatremia• 1. Hiponatremia Hipotônica• ↓ Excreção Renal de H2O Livre• HV com SG e quantidade insuficiente de NaCl• ICC, → Líquido represado nas veias – congestão→ líquido represado nas veias →↓ Vol.

Circulante Efetivo → ↑ ADH → ↑ Retenção Líquida• Cirrose hepática: ↓ metabolismo hepático NO → ↑ NO vasodilação→ ↓ Volemia • → ↑ ADH → ↑ Retenção Líquida• Diuréticos Tiazídicos• Causas Endócrinas:

– Insuficiência da Supra-Renal: ↓ aldosterona ↓ cortisol → secreção ↑ ADH

– Hipotoreoidismo – causa clássica de hiponatremia ( etiologia?)– ↑ ADH – SIADH

• Hiponatremia com ADH normal• Insuficiência Renal→ - Néfrons para eliminar H2O livre• Desnutrição/Alcoolismo: a eliminação de excesso de H2O livre exige a excreção mínima

de soluto (proteínas e solutos plasmáticos ) que estão diminuídos na desnutrição e no alcoolismo

• Administração Excessiva de H2O livre:• Polidipsia: distúrbios psiquiátricos

Page 29: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

• 2. Hiponatremia Não- Hipotônica– Hiperglicemia hiperosmolar (DM) :

• ↑Glicemia → “Puxa” H2O de dentro das células → Diluição Na+

» ↑100 mg glicose → ↓ 1,6 mEq/L Na+

– Cálculo do Sódio Corrigido– Cálculo da Osm efetiva= 2Na + Glic/18

• Diagnóstico Etiológico Hiponatremias• Bioquímica Urinária:

– Sódio Urinário:» Baixo ( < 20 mEq/L) na Hipovolemia» Alto ( > 40 mEq/L) na SIADH

Page 30: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Manifestações Clínicas• Hiponatremia sintomática quando Na+ cai

em alguma horas

• Na< 125 mEql/L

• H2O do LIC para o LEC → edema neuronal (citotóxico) → sinais neurológicos

• Se hiponatremia se instala lentamente – pte totalmente assintomático

Page 31: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Tratamento

• Hiponatremia Hipovolêmica– Solução de Preferenciasl: SF 0,9% → Correção Volemia → ↓ Secreção ADH

(↓diluição).

• Hiponatremia Hipervolêmica ou Normovolêmica– ICC, Cirrose com ascite, IR, SIADH:– Restrição hídrica 800 a 1000 ml/dia correção paulatina da hiponatremia– Se não suficiente: Furosemida 20 mg→ ↑ Excreção H2O livre → ↓ Diluição

• Hiponatremia Aguda Sintomática– Reposição Calculada de Sódio: solução hipertônica 3%– ↑ Na+ 3 mEq/L em 3h e em seguida ↑ Na 0,5 mEq/l por horas nas próximas

24 horas. Respeitar ↑ máx. Na+ 8 a 12 mEq/L/24 hs.

Page 32: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Fórmula de Correção da Natremia:

• Homem– Déficit Sódio(mEq) = 0,6. Peso. ( varianção

desejada de Na+)

• Mulher – Déficit Sódio ( mEq)= 0,5. Peso. (varianção

desejada de Na+)• Vol. Sol. NaCl 3% = ( Déficit Sódio x100 ) : 51

– 1ª Infusão ( variação 3 mEq/L) – 3 horas– 2ª Infusão ( variação 12 mEq/L)- 24 horas

Page 33: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Hipernatremia

• Na> 145 mEq/L → ↑ Osm efetiva> 300 mOsm/L• Toda hipernatremia é hipertônica, por falta de H2O

no organismo• Causas• Perdas cutâneas• Diarréia Osmótica• Poliúria Osmótica (DI, DM)• Diuréticos de Alça• Hiperaldosteronismo Primário• Síndrome de Cushing (↑ mineralocorticoides)

Page 34: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Diagnótico Etiológico

• Pte oligúrico- perda água não urinária• Pte Poliúrico – perda H2O urinária• Bioq Urinária: d< 1.010 DI

• Achados Clínicos– Hipernatremia aguda→ desidratação neuronal

(Encefalopatia hiperosmolar) → sinais neurológicos → ↓consciência, fraqueza muscular, coma, convulsões (mais comum durante a reidratação).

– Hipernatremia de instalação lenta – pte assintomático• Reposição Rápida de Líquidos Hipotônicos –

edema cerebral

Page 35: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Tratamento• Reposição H2O livre: SG 5% ou NaCl 0,2 %(9AD:1 SF) a

0,45% (1AD: 1 SF)• Baixar natremia 0,5 mEq/h ( 12 mEq/24 horas)

• Cálculo da Solução Hipotônica– Homem

• Déficit H2O= 0,5x Peso x [ ( Na Pte/ Na Desejado) -1]

– Mulher= 0,4x...

Vol. NaCl 0,2%= Déficit H2O x 1,33Vol. NaCl 0,45%= Déficit H2O x 2

• Adicionar 1500 ml das perdas insensíveis.

Page 36: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Aspectos Fisiológicos• Principal determinante da osmolaridade do LIC• Potássio Corporal : 40 a 50 mEq/Kg

– 98% no LIC ( 150 mEq/L) e 2% no LEC ( média 4 mEq/L)

– Maior reservatório – célula muscular esquelética• A quantidade de K+ no plasma é mínima mas deve ser

finamente controlada dentro de uma faixa normal: 3,5 a 4,5 mEq /L

• Canais de K+ - alta permeabilidade das células. O K+ sai constantemente de dentro das células por difusão simples devido a diferença de concentração desse íon entre o LIC e o LEC. Essa diferença é reestabelecida pela Na+K+ ATPase que bombeia K+ pra dentro da célula mantendo o gradiente transmembrana ( 150 / 4).

Distúrbios do Potássio

Page 37: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Efeitos da Hiper ou Hipocalemia

– Alteração da eletrofisiologia células cardíacas• Modificação potencial de repouso ( célula

despolarizada)• Velocidade condução• Refratariedade das fibras ao estímulo sinual

Taquiarritmias

Bradiarritmias

Distúrbios da condução

Page 38: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Hipocalemia

K+ < 3,5 mEq/L• Distúrbio eletrolítico mais comum na prática médica

(20% ptes hosp)• Hipocalemia grave (K+< 3,0 mEq/L) = 5% casos• Causas: geralmente multifatorial

– Alcalose metab. : célula joga seu H+ pra fora e pega K+– Vômitos / Diarréia– Baixa ingesta– Perda urinária ( ex. diuréticos tiazídicos e corticóides)– Influxo para dentro das células: insulina na cetoacidose

diabética,↑ súbito de adrenalina durante o estresse cirúrgico, uso abusivo de agentes broncodilatodores B2-agonistas e dobutamina.

• Pesquisar fator etiológico – eficácia do tratamento.

Page 39: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Achados Comuns

• Fraqueza muscular• Fadiga, intolerância ao exercício• Palpitações (extrassistolia e arritmias)• Dispnéia ( fraqueza músculos respiratórios)• Parestesias, câimbras musculares, hiporreflexia• Constipação Abdominal• Hipomagnesemia: 40% dos casos pois a maioria das

condições que espoliam K+ espoliam Mg2+ .• Efeito Caliurético do Mg2+ : depleção Mg2+ persistência hipocalemia

• Alcalose Metabólica Intracelular :• Célula joga o K+ para fora e deixa entrar o H+• Células Tubulos Renais : ↑ NH3 (principal carreador de H+ urinário)• ↑ NH3 excessivo num cirrótico → metab. Hepático deficiente

→ encefalopatia

Page 40: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

K+ < 3,0 mEq/L

• Se Aguda → Altera Eletrofisiol. das células– Miócitos cardíacos: arritmias e distúrbios da

condução• Alterações ECG

» Achatamento e ↑ Duração onda T» ↑ Onda U» Onda P apiculada e alta

– Cel. Musc. Esqueléticas: paralisia hipocalêmica– Cel. Musculares Lisas: íleo metabólico– Nervos Periféricos: parestesias e hiporreflexias.

Hipocalemia grave

Page 41: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Diagnóstico• Causas Evidentes:

– poliúria, diarréia, vômitos, insulina, medicamentos • Causas “Ocultas”-

– laxativos, hipomagnesemia, hipoaldosteronismo primário

• Dúvida sobre etiologia da hipocalemia: – Dosar K+ Urinário

• < 20 mEq/L → perda extrarenal: diarréia , baixa ingestão• > 30 mEq/L → perda renal

• Limitações:– Poliúria: Urina Diluída → K+ falsamente baixo– Oligúria → K+ falsamente alto

• Nesses casos: medir K+ de 24 h– Valor < 30 mEq/L sugere perda extra-renal.

Page 42: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Tratamento

• S/ Hipofosfatemia: KCl• Com Hipofosfatemia: Fosfato de Ácido Sódico

(KH2PO4)

• Necess. Diária: 0,5 a 1,5 mEq/Kg/dia• Estimativa Perda K+ não por influxo celular

– ↓ 1 mEq/L = perda corporal 300 mEq

• Reposição: ND + adicional (estimativa)– Pte ingere: Xarope KCl 6% VO 15-30 ml/dia– Não consegue ingerir:KCl 10%,EV,20 mEq/h. 8/12h

Page 43: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

• Indicações da Via Venosa– Intolerância GI– Perdas gatro-intestinais importantes– Hipocalemia Grave

• Limitações da Reposição Venosa– Vel Infusão não > 40mEq/h → complicações cardíacas– [KCl] solução NÃO > 40mEq/L (HARRISON) → flebite– Hipocalemia Grave (K+ < 2,8 mEq/L) NÃO repor em SG

• Melhor Solução para repor:– Salina hipotônica (0,45%) + KCL, pois com o SF →

solução hiperosmolar

Page 44: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Controle da Reposição

• Dosar K+

• Quando K+ atingir 3mEq/L:– Manutenção 40 a 80 mEq/L

• Se após manutenção K+ não elevar:– Suspeitar de ↓ Mg2+:repor Mg2+ 2-3 g/dia.

Page 45: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Hipercalemia

K+ > 5,5 mEq/L• Causas comuns:

• Retenção K+: IR, acidose, IECA , AINE ,Doença Addison (↓ aldosterona), Penicilina Potássica , Diuréticos poupadores de K+

• Efluxo Extracelular: hipernatremia, hiperglicemia, Acidose metabólica, Rabdomiólise, sepse, hemólise maciça, intoxicação digitálica

• Defesa contra ↑ K+ → Na+K+ ATPase → influxo K+ intracelular

• Adrenalina e Insulina → Recep. B2 agonistas → influxo fisiológico K+

• Aldosterona → ↑ Excreção K+

Page 46: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Achados Clínicos e Laboratoriais• Tecidos afetados: Miócitos e Cel. Músc. Esqueléticas• K+ > 6,5 mEq/L → alterações fisiológicas importantes• ↑ rápido do K+> 8,0 mEq/L → paresia ou paralisia musc.

esquelética• Qto + rápido + intenso ↑ K+→ + Alterações ECG na

seguinte ordem:– ↓ Intervalo QT + ondas T altas e apiculadas– Achatamento onde P– Alargamento QRS– Desaparecimento onda P– Hipocondutividade do sistema condução atrial e ventricular bloqueios e

bradiarritmias

• Arritmias + Freqüentes:• FV• Bradicardias e Bloqueios• Assistolia

Page 47: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Diagnóstico

• Critérios:– K+> 5,5 mEq/L em 2 exames, afasta hemólise

do sangue colhido– Hipercalemia grave: K+> 7,5 mEq/L ou quando ↑

K+ altera ECG

Page 48: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Tratamento

• Hipercalemia grave = Urgência – Corrija rápido o K+ para níveis menos perigosos.

• Terapias Redutoras Agudas – 1ª Conduta: Proteger fibras cardíacas

• Reposição Rápida de Ca++ : – não ↓ K+ mas protege fibras cardíacas, aliviando os canais

de Ca++ inibidos pela hipercalemia. Gluconato de Ca++ 10 ml (1amp) EV, 2 a 3 min.

• Contra-Indicação da Reposição Ca++:– intoxicação digitálica, pois o Ca++ ↑ efeito tóxico dos

digitálicos sobre o miócito cardíaco

Page 49: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Tratamento ( continuação)

• 2ª Conduta: Baixar K+ Rápida e Eficaz– Glico-Insulinoterapia: Insulina Regular 10 U + SG 50%

100ml ,EV, 20 minutos– Se paciente hiperglicêmico: apenas 10U IR– Se pte hipoglicêmico: apenas 100 ml SG 50% ( pâncreas

produz insulina)

• 3ª Conduta: – 50 ml HCO3- a 8,4 % EV → Alcaliniza plasma → Saída

H+ e entrada K+– Droga de escolha para PCR por hipercalemia

– NBZ com B2→ Agonista: recep. B2 → influxo K – 10 gts Fenoterol ou Sabutamol

Page 50: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Tratamento (continução)

• Terapia de Manutenção– Restrição potássio ( dieta e oferta venosa)– Se pte urina- Diuréticos de Alça (furosemida)– Resina de Troca VO: ↑ secreção intestinal de K+

e absorção de outro cátion (Na ou Ca).

Page 51: Distúrbios Hidroeletrolíticos Dim

Obrigado !!!