MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA DE TRANSPORTES FLÁVIA GOMES PINTO ESTUDO DO COMPORTAMENTO À TRAÇÃO DE MALHAS DE AÇO UTILIZADAS NA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES PARA INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES Rio de Janeiro 2015
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DISSERTAÇÃO FLÁVIA_Final.pdf - Exército Brasileiro
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MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA DE TRANSPORTES
FLÁVIA GOMES PINTO
ESTUDO DO COMPORTAMENTO À TRAÇÃO DE MALHAS DE
AÇO UTILIZADAS NA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES PARA
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES
Rio de Janeiro
2015
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
FLÁVIA GOMES PINTO
ESTUDO DO COMPORTAMENTO À TRAÇÃO DE MALHAS DE
AÇO UTILIZADAS NA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES PARA
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES
Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia de Transportes do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia de Transportes. Orientadores: Profª. Maria Esther Soares Marques – D.Sc. Prof. Luiz Augusto C. Moniz de Aragão Filho – D.Sc.
Rio de Janeiro
2015
c2015
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
Praça General Tibúrcio, 80 – Praia Vermelha
Rio de Janeiro – RJ CEP: 22290-270 Este exemplar é de propriedade do Instituto Militar de Engenharia, que poderá incluí-lo em
base de dados, armazenar em computador, microfilmar ou adotar qualquer forma de
arquivamento.
É permitida a menção, reprodução parcial ou integral e a transmissão entre bibliotecas deste
trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que esteja ou venha a ser fixado,
para pesquisa acadêmica, comentários e citações, desde que sem finalidade comercial e que seja
feita a referência bibliográfica completa.
Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade da autora e dos orientadores.
629.04
Gomes Pinto, Flávia
P659e Estudo do comportamento à tração de malhas de aço utilizadas na estabilização de taludes para infraestrutura de transportes / Flavia Gomes Pinto, orientada por Maria Esther Soares Marques e Luiz Augusto C. Moniz de Aragão Filho – Rio de Janeiro: Instituto Militar de Engenharia, 2015. 193 p.: il. Dissertação (Mestrado) – Instituto Militar de Engenharia, Rio de Janeiro, 2015. 1. Curso de Engenharia de Transportes – teses e dissertações. 2. Ensaios de tração. 3. Malhas de aço. I. Marques, Maria Esther Soares. II. Aragão Filho, Luiz Augusto C. Moniz de. III. Título. IV. Instituto Militar de Engenharia.
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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
FLÁVIA GOMES PINTO
ESTUDO DO COMPORTAMENTO À TRAÇÃO DE MALHAS DE
AÇO UTILIZADAS NA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES PARA
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES
Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia de Transportes do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia de Transportes.
Orientadores: Profª. Maria Esther Soares Marques – D.Sc. Prof. Luiz Augusto Cavalcante Moniz de Aragão Filho – D.Sc. Aprovada em 17 de julho de 2015 pela seguinte Banca Examinadora:
Prof. Luiz Augusto Cavalcante Moniz de Aragão Filho – D.Sc. do IME – Presidente
Profa. Maria Esther Soares Marques – D.Sc. do IME
Prof. Luiz Antônio Vieira Carneiro – D.Sc. do IME
Prof. Marcos Barreto de Mendonça – D.Sc. da UFRJ
Prof. Felipe Gobbi Silveira – D.Sc. da UNISINOS
Rio de Janeiro
2015
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Dedico este trabalho à minha mãe por me ouvir,
aconselhar, apoiar e principalmente confiar nas minhas
escolhas, algumas vezes mais que eu mesma.
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AGRADECIMENTOS
Antes de tudo, agradeço a Deus e a todas as forças do bem, por me direcionarem sempre
para o melhor caminho.
Agradeço também a toda minha família pelo carinho e torcida, em especial a minha mãe,
Anete, pelo exemplo, cuidado, paciência, suporte, compreensão e amor; ao meu pai, Beline,
pelo amor e atenção; ao meu irmão, Filipe, pela amizade e à minha Tia Fátima pelo apoio de
sempre.
Ao Rafael pelo amor, companheirismo e por entender as dificuldades e ausências durante
o período de dissertação, sempre me motivando com belas palavras.
Gostaria de agradecer a todos os amigos que contribuíram nesta jornada, com carinho
especial às queridas Ana Paula, Bianca, Virlene, Symone e Bárbara e também ao Cap. Marcos
Soares e Victor Dornelles.
Aos funcionários da PGT e SE2, em especial ao Sgt Oazem.
Aos companheiros de ensaios no laboratório, Sgt Gonçalves, Sgt Melo e Sd Fonseca pela
colaboração. À Maj Ana Maria e ao TC Carneiro por ceder o espaço e os equipamentos
essenciais para execução do trabalho.
Ao Al Araújo pela contribuição, dedicação e interesse no trabalho.
Aos professores da Pós-graduação em Transportes do IME, em especial ao Cel. Lopes e ao
Cel. Silveira Lopes.
À minha orientadora Prof. Esther, pela paciência, carinho, conselhos e pela companhia no
laboratório quando eu precisava ficar até mais tarde.
Ao meu orientador TC Moniz de Aragão pela confiança, ensinamentos, e pelo suporte.
À Geobrugg pela contribuição prestada na reforma da prensa e pela doação das amostras.
Ao Johann pela assistência e boa vontade nos momentos de dificuldade com o
equipamento.
À CAPES e ao ITL pelo apoio financeiro.
Ao Instituto Militar de Engenharia pela oportunidade e ensino de qualidade.
Finalmente, agradeço aos membros da banca examinadora pela disponibilidade e atenção.
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“Não siga a multidão apenas pelo medo de ser diferente.
Decida você mesmo o que deseja realizar. ”
Margaret Thatcher.
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SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ................................................................................................... 10
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................ 17
LISTA DE SÍMBOLOS .......................................................................................................... 19
LISTA DE EQUAÇÕES .......................................................................................................... 21
LISTA DE SIGLAS ................................................................................................................. 19
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
EER Extensômetro Elétrico de Resistência
EM European Standards
EUA Estados Unidos da América
FBG Fiber Bragg Grating
FC Fator de Correção
FOSM First Order Second Moment
FS Fator de Segurança
GASBOL Gasoduto Bolívia-Brasil
GEO-RIO Fundação Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro
IME Instituto Militar de Engenharia
MEV Microscópio Eletrônico de Varredura
N.A. Nível d’água
NBR Norma Brasileira Regulamentadora
ONU Organização das Nações Unidas
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
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RESUMO
De forma a atender à crescente utilização de sistemas de transporte, o investimento em obras de infraestrutura como estradas, ferrovias e hidrovias tem aumentado com o tempo. Essas obras comumente interferem na estabilidade dos taludes nas áreas de interferência.
São inúmeras as incidências de movimentos de massa nas estradas do país e do mundo, o que pode ocasionar grandes impactos socioeconômicos, já que além das vidas perdidas em um desastre, importantes rotas podem ser interditadas gerando prejuízos econômicos que ultrapassam as barreiras físicas dos eventos.
Existem diversas soluções para o tratamento geotécnico das obras de infraestrutura de transporte, dentre elas o objeto deste trabalho, a aplicação de sistemas flexíveis de malhas de aço.
Devido à ampla utilização desse material de estabilização geotécnica, é de suma importância que exista uma regulamentação para o uso do mesmo. Porém, não existe atualmente nenhuma norma brasileira que estabeleça padrões de avaliação da qualidade desse material de acordo com sua utilização.
Neste trabalho foram realizados ensaios de tração com malhas de aço de alta resistência, verificando a resistência à tração, deslocamento e deformação até a ruptura do material.
Os resultados obtidos permitem um melhor entendimento do comportamento das malhas de aço sob tração. A análise da deformação durante todo o ensaio permitiu avaliar que a distribuição das tensões na malha ocorre de forma heterogênea. Concluiu-se que a ruptura dos fios sempre ocorre nos nós e verificou-se a necessidade de estudar esse fenômeno mais detalhadamente.
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ABSTRACT
In order to meet the demand of the population and commerce for the use of the transportation systems, investments in infrastructure projects such as roads, railways and waterways have increased over time. These works often affect the stability of slopes in the area.
There are countless incidences of mass movements on the roads in Brazil and around the world, which can cause great socioeconomic impact. In addition to the lives lost in a disaster, important routes can be interdicted generating economic losses that exceed the physical barriers of these events.
There are several solutions for the geotechnical treatment of transportation infrastructure works, among which the application of flexible steel mesh systems, object of this dissertation. Due to the wide use of these geotechnical materials, it is very important to provide a regulation for its use. However, at this moment there is no Brazilian or international technical standard to establish quality assessment of this material according to their use.
The results from these tests allow a better understanding of the behavior of the steel mesh under tension. Analysis of the strain data lead to the conclusion that the stress distribution on the mesh is heterogeneous. Furthermore, it was concluded that the rupture of the mesh always occurs in the interception between two wires, therefore it is necessary the more detailed study of this phenomenon.
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1 INTRODUÇÃO
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Com o objetivo de incentivar o desenvolvimento do Brasil, vários investimentos têm sido
aplicados em obras de implantação e recuperação de estruturas de transporte em todo país. No
entanto, nesses trabalhos de infraestrutura são necessárias escavações, que interferem na
estabilidade dos taludes da região, o que constitui um relevante problema nas obras de
infraestrutura de transportes.
As rodovias e ferrovias que precisam ser recuperadas, muitas vezes foram construídas sem
grandes preocupações com a estabilidade dos taludes. Segundo QUEIROZ E GAIOTO (1993),
os problemas de estabilidade de taludes são decorrentes principalmente do fato de que os taludes
não constituem a obra principal, para a qual se concentram as atenções do projeto.
Ainda de acordo com os mesmos autores, enquanto que, para o projeto e a construção das
obras principais são elaborados estudos detalhados, os cortes, na maioria dos casos, são
realizados obedecendo regras empíricas e tradicionais, adotando-se taludes padronizados, por
exemplo, 1:1, 1:1,5, 1:2, sem levar em conta desníveis, características geotécnicas do maciço,
posição do lençol freático, etc.
Como os cortes são executados nos pés da encosta, a instabilidade gerada não é local, ou
seja, toda encosta é afetada e movimentos de massa em diversos pontos da mesma podem ser
desencadeados. A situação se agrava quando existe a ocorrência de rastejo (creep) na área.
Outras vezes, a interferência se dá em áreas onde já ocorrem movimentos de massa, esses por
sua vez podem causar impactos na região onde as obras foram realizadas e devem ser
controlados.
Movimentos de massa também podem ocorrer nas áreas lindeiras à faixa de domínio da
estrada por resultado de uma intervenção antrópica desfavorável ou por fatores naturais como
condições atípicas de pluviometria, podendo ainda ocorrer pela ação conjunta desses fatores.
Uma encosta natural pode apresentar o coeficiente de segurança próximo ao valor mínimo que
garante sua estabilidade (FS = 1). Isso ocorre porque ao longo da evolução geomorfológica
desses maciços a conformação que o mesmo se encontra foi aquela em que foi estabelecido o
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equilíbrio para o conjunto de esforços ao qual ele esteve submetido até aquele momento. Assim,
sob uma condição pluviométrica atípica ou alguma intervenção antrópica desfavorável, pode
ocorrer um processo de instabilização.
A ONU (2012) estima que 366 mil pessoas sejam afetadas todos os anos por movimentos
de massa. Segundo BRASIL (2012), no ano de 2011 a quantidade de óbitos decorrentes a
desastres foi de 1.094, sendo que 43,14% dessas mortes foram ocasionados movimentos de
massa (muito em função dos deslizamentos ocorridos na Região Serrana do Rio de Janeiro
naquele ano).
SASIHARAN et al. (2006) cita que os movimentos de massa, como por exemplo as quedas
de rocha são um perigo comum para as estruturas de transportes, sendo que fatores geológicos
e climáticos são os principais mecanismos causadores desses fenômenos.
São inúmeras as incidências de movimentos de massa nas estradas do país e do mundo, o
que pode ocasionar grandes impactos socioeconômicos, já que além das vidas perdidas em um
desastre, importantes rotas podem ser interditadas gerando prejuízos econômicos que
ultrapassam as barreiras físicas dos eventos.
O estudo aprofundado da estabilidade de taludes, atentando para a caracterização dos
maciços e para o comportamento dos mesmos quando submetidos a uma ação externa, é de
grande relevância para mitigar os impactos socioeconômicos decorrentes de um desastre. A
partir desse estudo torna-se possível determinar as melhores soluções para garantir a
estabilidade dos taludes. Dentre essas soluções destaca-se o objeto de estudo do presente
trabalho, os sistemas flexíveis de estabilização de taludes constituídos por malhas de aço e
malhas de cabo de aço, mais precisamente as malhas de aço de alta resistência.
Sistemas flexíveis de estabilização de taludes constituídos por malhas de aço e malhas de
cabo de aço têm sido utilizados desde a década de 1950 para controlar a queda de rochas em
taludes e são soluções comuns para estabilização de estruturas em estradas e rodovias
(SASIHARAN et al., 2006).
1.2 JUSTIFICATIVA
O estudo de materiais de construção utilizados na estabilização de taludes, problema
constante para obras de infraestrutura de transportes, é de extrema importância. O entendimento
do comportamento do material permite o melhor dimensionamento das estruturas de forma que
a mesma preze pela segurança sem ser superdimensionada, evitando-se custos desnecessários.
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As malhas de aço de alta resistência, objeto desse estudo são utilizadas desde a década de
1980 como elementos de estabilização superficial de taludes. Ensaios de tração com essas
estruturas ainda não haviam sido realizados no Brasil, principalmente com a aplicação de
extensômetros diretamente no fio de aço da amostra de forma a monitorar o comportamento do
sistema até a ruptura.
Finalmente, destaca-se que apesar de serem amplamente utilizados, não existe uma norma,
nacional ou internacional, que trate detalhadamente desse tipo de material, especificando suas
características físicas, mecânicas, procedimentos de ensaio e de fabricação, como ocorre para
os geossintéticos em geral.
1.3 OBJETIVO
Esta dissertação tem como objetivo estudar o comportamento à tração de malhas de aço
empregadas na estabilização de taludes, verificando a resistência a tração, deslocamento,
deformação e o comportamento até a ruptura do material, visando contribuir de forma teórica e
prática com fundamentos que possam auxiliar no entendimento do comportamento deste
material e posterior normatização.
Visando atingir o objetivo geral foram realizadas as seguintes atividades:
• Pesquisa na literatura sobre estabilidade de taludes e seu impacto em obras de
infraestrutura de transporte;
• Levantamento do referencial teórico e dados técnicos pertinentes sobre as malhas
de aço empregadas na estabilização de taludes;
• Pesquisa e execução de adaptação da prensa para realização dos ensaios nas malhas
de aço, de forma a identificar possíveis melhorias e verificar seu desempenho na
realização dos ensaios de tração com malhas de aço de alta resistência;
• Avaliação dos métodos de ensaios propostos na literatura;
• Realização de ensaios de tração com as malhas de aço;
• Análise dos resultados dos ensaios de tração, relacionando os dados de
carregamento com os deslocamentos totais e as deformações no fio de aço;
• Comparação dos resultados obtidos neste trabalho com resultados de outros ensaios
em material similar, com valores de modelos matemáticos e com as especificações
do fabricante da malha;
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• Verificação da aplicabilidade dos extensômetros ópticos como instrumentos
eficazes para monitoramento da deformação do material.
1.4 ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO
Esta dissertação é composta por oito capítulos, sendo que o primeiro, do qual este item faz
parte é uma introdução ao trabalho e consta de justificativa e objetivos do estudo.
No segundo capítulo é feita uma abordagem acerca da estabilização de taludes, detalhando
os movimentos de massa e o impacto dos mesmos em obras de infraestrutura de transportes.
O Capítulo 3, também de revisão bibliográfica, apresenta o referencial teórico referente aos
sistemas flexíveis de estabilização de taludes, do qual o material ensaiado faz parte.
A descrição do programa experimental é exibida no quarto capítulo, onde são detalhados
os materiais e equipamentos utilizados e também o procedimento de preparação e execução do
ensaio.
No Capítulo 5 são apresentados os resultados dos ensaios e as discussões pertinentes aos
mesmos.
As conclusões do estudo e as recomendações para trabalhos futuros são explicitadas no
capítulo seis. E, na sequência tem-se as referências bibliográficas.
Finalmente, nos anexos, são apresentados o projeto da moldura, as especificações dos
materiais ensaiados, procedimentos realizados nos ensaios, assim como os resultados
individuais dos mesmos com fotografia das amostras após a ruptura.
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2 ESTABILIDADE DE TALUDES
Neste capítulo serão descritos os movimentos de massa, assim como as possíveis causas de
ocorrência dos mesmos e como é feita a análise de estabilidade de um talude.
2.1 MOVIMENTOS DE MASSA
Movimentos de massa em taludes naturais e de escavação constituem um problema
geotécnico relevante, que envolve uma variedade de contextos geológicos e climáticos,
podendo causar impactos socioeconômicos consideráveis em muitas comunidades.
Segundo GUIDICINI E NIEBLE (1984), o movimento de massa é o deslocamento de solo
e/ou material rochoso, que ocorre como resultado de movimentos múltiplos ou complexos no
maciço devido a ação de diversos agentes, simultâneos ou sucessivos, afetando a estabilidade
do mesmo.
Os movimentos de massa podem ser diferenciados de acordo com a velocidade e forma de
ruptura. Porém, não existe um consenso sobre a classificação dos mesmos e muitos métodos
para essa classificação são propostos de acordo com os diferentes tipos de instabilidade. Os
fenômenos envolvidos em um movimento de massa são os mais diversos, e de cada aspecto
considerado pode-se resultar em uma classificação diferente.
LEROUEIL (2001) considera as classificações geomorfológicas sugeridas por VARNES
(1978), SASSA (1985), VARGAS (1985) para solos residuais, HUTCHINSON (1988) e
CRUDEN E VARNES (1996). De acordo com o autor, essas classificações relacionam as
características geológicas do talude com a possível movimentação do mesmo.
Além das classificações mencionadas, a GEO-RIO (2013) destaca ainda outros trabalhos
que também abordam de forma completa a evolução, os critérios, as restrições e outros aspectos
relevantes aos sistemas de classificação, como GUIDICINI E NIEBLE (1984), AUGUSTO
FILHO (1992) e TURNER E SCHUSTER (1996).
Considerando as classificações de VARNES (1978) e de AUGUSTO FILHO (1992), a
GEO-RIO (2013) propôs a TAB. 2.1.
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TAB. 2.1 Características dos principais grandes grupos de escorregamento.
Tipo de Movimento Material Predominante Cinética e Geometria
Quedas
Lascas de rocha, blocos de rocha fraturada ou solo em margens de corpos d'água.
Queda livre com ou sem repique em planos inclinados.
Tombamentos Lascas de rocha com fraturamento subvertical.
Basculamento e posterior queda de lascas de rocha.
Rolamentos Blocos de rocha e/ou matacões
Rolamento de blocos/matacões aflorantes em taludes de solo.
Escorregamentos
Rotacionais
Rochas muito fraturadas ou solos espessos sem anisotropia relevante ou resíduos sólidos urbanos (lixo).
Movimentos rápidos ou lentos ao longo de superfícies aproximadamente conchoidais e cilíndricas.
Translacionais ou planares
Blocos de rocha ao longo das foliações ou descontinuidades, solos rasos sobre rocha ou camada resistente, resíduos sólidos urbanos sobre material mais resistente.
Movimentos rápidos ou lentos ao longo de superfícies aproximadamente planas.
Em cunha Blocos de rocha.
Ocorre quando há dois planos de descontinuidade cuja intercessão é uma linha de orientação desfavorável, na direção do movimento.
Fluxos (ou escoamentos)
Corridas
Detritos (misturas de solo com blocos de rocha, vegetação, etc.) ou lama.
Movimento semelhante ao de um líquido viscoso, desenvolvimento ao longo dos fundos de vale. Velocidades altas (>20 km/h). Extenso alcance.
Rastejos ou fluências (creep)
Solos coluvionares ou massa de tálus.
Velocidades muito baixas (mm a cm/ano). Movimentos constantes, sazonais ou intermitentes, com nível d'água do lençol freático próximo à superfície. O movimento obedece a elevação do lençol d'água. Superfície de escorregamento aproximadamente paralela à superfície do terreno.
Complexos Materiais diversos. Combinação de dois ou mais dos principais tipos de movimento.
Fonte: GEO-RIO (2013).
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Adicionalmente, é importante classificar os movimentos de massa de acordo com sua
velocidade, pois é comum a abordagem qualitativa da mesma. A TAB. 2.2 apresenta a
classificação qualitativa da velocidade em relação a um intervalo de tempo baseada na “Escala
de Varnes”.
TAB. 2.2 Classificação dos movimentos de massa em função da velocidade. Classificação Velocidade
Extremamente rápido maior que 3 m/s Muito rápido de 0,3 m/min a 3 m/s Rápido de 1,5 m/dia a 0,3 m/min Moderado de 1,5 m/mês a 1,5 m/dia Lento de 1,5 m/ano a 1,5 m/mês Muito lento de 0,3 m/5 anos a 1,5 m/ano Extremamente lento menor que 0,3 m/5 anos
Fonte: Adaptado de CAPUTO (2008).
A estabilidade de um talude depende de várias circunstâncias que podem ser denominadas
fatores ou agentes deflagradores dos movimentos de massa. Quando esses fatores variam de
forma desfavorável à estabilidade, tem-se a causa de um movimento de massa. Ou seja, as
causas dos movimentos de massa são o modo de atuação de um determinado agente. E um
mesmo agente pode se expressar por meio de uma ou mais causas (GUIDICINI E NIEBLE,
1984).
Ainda segundo GUIDICINI E NIEBLE (1984) os fatores subdividem-se em:
• Fatores predisponentes: trata-se do conjunto de condições geológicas, geométricas
e ambientais em que o movimento de massa ocorre em função apenas de condições
naturais, não atuando a ação do homem.
• Fatores efetivos: conjunto de elementos responsáveis pelo desencadeamento do
movimento de massa, incluindo a ação antrópica.
De acordo com FERNANDES E AMARAL (1996), várias feições geológicas e
geomorfológicas podem atuar como fatores condicionantes de escorregamentos, determinando
a localização espacial e temporal dos movimentos de massa nas condições de campo. Destacam-
se, segundo esses autores, as seguintes feições:
• Fraturas;
• Falhas;
• Foliação e bandeamento composicional;
• Descontinuidades no solo;
30
• Morfologia da encosta;
• Depósitos de encosta.
Segundo VARNES (1978) apud GEO-RIO (2000), os fatores deflagradores dos
movimentos de massa podem ser resumidos conforme a TAB. 2.5.
TAB. 2.3 Fatores deflagradores dos movimentos de massa. Ação Fatores Fenômenos Geológicos/Antrópicos
Aumento da solicitação
Remoção de massa (lateral ou da base)
Erosão, escorregamentos Escavações
Sobrecarga
Peso da água de chuva, neve, granizo, etc. Acúmulo natural de material (depósitos) Peso da vegetação Construção de estruturas, aterros, etc.
Solicitações dinâmicas Terremotos, ondas, vulcões, etc. Explosões, tráfego, sismos induzidos
Pressões laterais Água em trincas, congelamento, material expansivo
Redução da Resistência
Características inerentes ao material (geometria, estruturas, etc.)
Características geomecânicas do material, tensões
Mudanças ou fatores variáveis
Intemperismo - redução da coesão, ângulo de atrito Elevações do N.A.
Fonte: VARNES (1978) apud GEO-RIO (2000).
AUGUSTO FILHO (1992) apud GEO-RIO (2000) descreveu que a remoção da cobertura
vegetal, vazamento na rede de abastecimento, esgoto e presença de fossas, execução de cortes
com geometria incorreta, execução deficiente de aterros e lançamento de lixos nas encostas são
as principais modificações oriundas das interferências antrópicas indutoras de movimentos de
massa.
De acordo com GUIDICINI E NIEBLE (1984), as causas dos movimentos de massa podem
ser agrupadas, dependendo de sua posição em relação ao talude em:
• Causas Internas: Levam ao colapso sem que se verifique qualquer mudança nas
condições geométricas do talude como resultado de uma diminuição da resistência
interna do material. Exemplos: efeito de oscilações térmicas, diminuição da
resistência de cisalhamento por saturação e diminuição dos parâmetros de
resistência por intemperismo.
31
• Causas Externas: Provocam um aumento das tensões de cisalhamento sem que
ocorra diminuição da resistência do material. Exemplos: mudança da geometria do
sistema e efeito de vibrações.
• Causas Intermediárias: resultam de efeitos causados por agentes externos, no
interior do talude. Exemplos: elevação do nível piezométrico em massas
homogêneas, elevação da coluna de água em descontinuidades, e rebaixamento
rápido do lençol freático.
FAY et al. (2012) afirmam que técnicas de construção e seleção de equipamentos
inadequadas são causas comuns de instabilidade de taludes em obras de infraestrutura de
transportes.
Devido às características climáticas dos países tropicais como o Brasil, que apresentam
condições de alta pluviosidade e concentração de chuvas em determinadas estações do ano, o
processo erosivo contribui de forma relevante na ocorrência de movimentos de massa, já que
dentre os agentes erosivos (água, vento, neve, gelo, vegetação, animais e o homem), a água
exerce maior influência (NACINOVIC, 2009).
FUTAI et al. (2005) em seu trabalho sobre a evolução de uma voçoroca por
escorregamentos retrogressivos em solo não saturado, descrevem que o processo de evolução
da voçoroca pode provocar escorregamentos sucessivos, ocorrendo conforme as seguintes
fases:
• A infiltração de água reduz a sucção no talude onde ocorre a voçoroca, e
dependendo da duração e intensidade da chuva pode ocorrer um escorregamento;
• Após o período chuvoso, a saturação do solo diminuiu e o mesmo ganha resistência;
• O material coluvionar resultante do escorregamento é levado pelo próprio
escoamento superficial das chuvas que causaram o escorregamento e
principalmente pela exfiltração contínua no pé da voçoroca;
• Novas chuvas poderão causar novos escorregamentos.
De forma natural e ao longo de eras, a camada superficial do solo é continuamente
removida e transportada num percurso descendente, depositando-se em leito de rios e planícies
fluviais. Isto sempre ocorreu, modelando a superfície terrestre de forma equilibrada e
naturalmente regenerativa. Porém, a ação antrópica tem sido o fator condicionante na
deflagração dos processos erosivos nas suas várias formas de atuação, como desmatamento e
construção de vias de acesso, sem atenção às condições ambientais naturais (GOMES, 2003).
32
2.2 ANÁLISE DA ESTABILIDADE DE TALUDES
Uma das tarefas de um Engenheiro Geotécnico é verificar, frequentemente, a segurança
dos taludes naturais e de escavação, assim como de aterros compactados, onde determinará a
tensão de cisalhamento desenvolvida ao longo da superfície de ruptura mais provável e a
comparação dessa força com a resistência ao cisalhamento do maciço, processo denominado
análise da estabilidade de taludes (DAS, 2007).
GEO-RIO (2013), cita que o principal objetivo de uma análise de estabilidade é a
verificação das condições de segurança dos taludes existentes, permitindo a ação de medidas
preventivas ou corretivas em caso de situações críticas e, nos casos de taludes em projeto,
permitindo a definição da geometria mais adequada considerando as condições de solicitação e
fatores econômicos.
A estabilidade de um talude é definida, geralmente, por um fator de segurança (FS), que
representa a razão entre a resultante das forças resistentes à ruptura e a resultante das forças
solicitantes ou a razão entre momentos resistentes e momentos solicitantes, onde a condição de
equilíbrio-limite corresponde a um fator de segurança unitário (GUIDICINI E NIEBLE, 1984).
Segundo DAS (2007), a superfície de ruptura mais provável é a superfície crítica que tem o
fator de segurança mínimo.
Segundo GEO-RIO (2013), os principais dados de entrada para uma análise de estabilidade
são:
• Topografia;
• Geologia;
• Parâmetros do material;
• Condições de fluxo e infiltração;
• Carregamentos externos.
A presença de água representa um dos fatores atuantes no desencadeamento de processos
de instabilidade. Segundo BORDA GOMES (1996) a água pode agir instabilizando o maciço
das seguintes maneiras:
• Ação das forças de percolação, caso o sentido do fluxo instabilize o talude;
• Acréscimo das tensões cisalhantes pelo aumento de peso da massa de solo devido
à saturação;
• Decréscimo das tensões efetivas devido ao aumento das poropressões;
33
• Diminuição dos parâmetros de resistência do solo, principalmente a "coesão
aparente" quando se trata de solos não saturados;
• Erosão superficial e erosão subterrânea retrogressiva interna;
• Decréscimo dos parâmetros de resistência do solo pela alteração química.
Ainda segundo BORDA GOMES (1996), uma das formas de ocorrer o fluxo subterrâneo
é através da infiltração de água das chuvas pelos caminhos preferenciais de percolação,
formados por descontinuidades em geral.
De acordo com FREITAS (2004) muitas tentativas têm sido feitas para correlacionar uma
precipitação mínima para desencadear escorregamentos, porém essa é uma tarefa difícil já que
os fatores determinantes para essa comparação são locais. É importante, ainda segundo
FREITAS (2004), considerar também outros aspectos como as propriedades dos solos
envolvidos, geometrias do talude ou uso do solo.
Devido às incertezas sobre os dados de entradas para o cálculo do fator de segurança,
HOEK E BRAY (1974) afirmam que o fator de segurança pode não ser confiável para utilização
em projetos de engenharia. A norma brasileira NBR 11682 – Estabilidade de encostas (ABNT,
2009), estabelece um direcionamento generalizado para determinação do fator de segurança
mínimo para um talude, conforme apresentado na TAB. 2.4.
TAB. 2.4 Recomendação para determinação do fator de segurança em taludes.
Fator de Segurança Mínimo Nível de Segurança contra danos a
vidas humanas Alto Médio Baixo
Nível de segurança contra danos materiais e ambientais
As telas foram fixadas em uma moldura projetada e confeccionada especialmente para os
ensaios de tração realizados na Prensa de 25tf do IME, de forma a se encaixar na prensa e
garantir a distribuição uniforme da carga aplicada pela mesma. O projeto da moldura utilizada
nos ensaios é apresentado na FIG. 4.10, e também foi planejado e executado pela empresa de
engenharia Martins Campelo, paralelamente às adaptações da prensa.
As características físicas do aparato são descritas na TAB. 4.8.
TAB. 4.8 Características físicas da moldura.
Peso 217 kg
Dimensões Altura 1457 mm Largura 1300 mm Profundidade 300 mm
Dimensões máximas da amostra Altura 1150 mm Largura 760 mm
73
FIG. 4.10 Projeto da moldura.
O dispositivo é constituído pelos seguintes elementos:
• Barra (trave) rígida de tração sustentada por cabos de aço;
• Base e colunas laterais fixas com estrutura de contraventamento (sistema de reação
cruzado);
• Acoplador giratório para conexão do sistema de tração à célula de carga (FIG.
4.11C);
• Garras ajustáveis para fixação lateral da malha;
• Garras para fixação superior e inferior da malha.
O processo de montagem da moldura na prensa é detalhado na FIG. 4.11.
O sistema de tração da moldura compreende a barra (trave) rígida de tração, os cabos de
aço, os dispositivos de fixação dos cabos e o acoplador giratório que conecta o aparato à célula
de carga da prensa. O projeto do sistema de tração é demonstrado na FIG. 4.12.
74
FIG. 4.11 Montagem da moldura na prensa (A) Fixação da barra inferior (B) Disposição das
garras inferiores (C) Fixação do cabo de aço no acoplador (D) Moldura montada.
FIG. 4.12 Projeto do sistema de tração da moldura.
75
A barra rígida que aplica o esforço de tração na amostra tem liberdade de movimento em
todas as direções, inclusive de rotação. E é através dessa barra rígida que o esforço de tração é
transmitido, uniformemente, para amostra conectada na moldura.
Os cabos de aço têm capacidade para sustentar 15tf cada, porém no sistema em questão, a
capacidade de carga é menor, já que estão angulados. Quando a prensa reformada foi entregue
para o IME, o sistema de tração era composto por apenas um cabo de aço, preso diretamente ao
acoplador giratório e essa foi a configuração no início do programa de ensaios, quando foram
ensaiadas 5 amostras de 2 mm e 5 amostras de 3 mm. Naquele momento ainda se considerava
o programa de ensaios descrito na TAB. 4.3. Sendo assim, as próximas amostras ensaiadas
seriam as com fio de aço de 4 mm de diâmetro.
O ensaio com a amostra de 4 mm foi realizado e no final do mesmo, a tela manteve-se
íntegra e o cabo de aço do equipamento havia rompido, conforme ilustrado na FIG. 4.13.
FIG. 4.13 Cabo de aço rompido (A) Cabo de aço rompido com amostra intacta (B) Detalhe
do cabo de aço rompido.
A moldura foi enviada para manutenção e houve a alteração em seu projeto, que incorporou
dois cabos de aço e um sistema de roldanas para fixação do mesmo no acoplador giratório.
Pode-se comparar o projeto inicial e o final na FIG. 4.14.
76
FIG. 4.14 Configurações da moldura (A) Configuração inicial com um cabo de aço (B)
Configuração final com dois cabos de aço.
A estrutura da moldura é composta pela base, pelas colunas laterais e por uma estrutura de
contraventamento, conforme demonstrado no desenho esquemático da FIG. 4.10.
O contraventamento é afastado em 100mm da amostra e tem a finalidade de evitar o
deslocamento lateral das colunas quando as telas são submetidas aos esforços de tração.
A barra inferior é fixada junto à prensa por um conjunto de parafusos robustos que
garantem a fixação da barra principalmente quando os ensaios estão em andamento (FIG.
4.11A).
As garras de fixação das amostras podem ser divididas em dois tipos distintos:
• Garras de fixação superior e inferior, sendo 8 unidades em cada extremidade;
• Garras de fixação lateral, sendo 4 unidades em cada coluna lateral.
As garras de fixação nos bordos superior e inferior da moldura são responsáveis pelo
encaixe das amostras no sentido onde vai ocorrer o esforço de tração. Desse modo, é importante
que as mesmas sejam robustas, transmitindo o esforço de tração sem se deformar.
As garras inferiores encontram-se encaixadas na barra inferior do equipamento, e foram
inseridas no momento da montagem do equipamento (FIG. 4.11B). Essas garras podem
movimentar-se horizontalmente, porém não podem ser retiradas sem a desmontagem do
equipamento.
Fixadas na barra de tração, as garras superiores podem se movimentar livremente no
sentido horizontal.
77
As garras de fixação lateral têm função de prender a amostra nas colunas laterais. Os
ensaios podem ser executados utilizando ou não essas garras. Ou seja, pode-se optar por não
travar as amostras lateralmente, o que não é o caso dos ensaios executados nesta pesquisa, onde
todas as amostras foram fixadas nas quatro extremidades da moldura.
As garras laterais têm movimento vertical livre no encaixe com as colunas verticais e
também livre movimento de rotação em torno do seu eixo. O atrito entre as garras e as colunas
verticais deve ser o mínimo possível, de forma a não oferecer resistência ao material que será
tracionado.
As garras de fixação lateral podem ser reguladas conforme o tamanho da amostra,
ajustando-se à montagem e se adaptando a amostras com larguras variáveis entre 680mm e 760
mm. Na FIG. 4.15A verifica-se a garra de fixação com ajuste diferente do apresentado na FIG.
4.15C.
FIG. 4.15 Garras de fixação lateral (A) Modelo sem a peça de adaptação para espessura da
amostra (B) Peça de adaptação para espessura da amostra (C) Modelo sem a peça de adaptação para espessura da amostra.
Assim como os cabos de aço, o projeto das garras de fixação foi revisado à medida que os
ensaios foram executados. Essas adequações eram previstas, tendo em vista que a moldura foi
especialmente projetada para os ensaios, que até então não haviam sido realizados. Sendo assim,
ao passo que foi adquirida uma experiência em relação ao processo, as necessidades de
melhorias foram percebidas e solicitadas à empresa de engenharia.
No caso das garras, a alteração ocorreu pelos seguintes motivos:
• O parafuso da garra de fixação superior se deformou em conjunto com a tela (FIG.
78
4.16). No entanto, todo o sistema da moldura precisa ser rígido, de forma que os
dados de deformação e deslocamento observados se referiram exclusivamente ao
comportamento da amostra.
• Tanto as garras superiores e inferiores quanto as laterais não permitiam a correta
fixação das telas dado o pequeno comprimento dos parafusos (FIG. 4.17).
FIG. 4.16 Parafuso Deformado (A) Perspectiva superior (B) Perspectiva lateral.
FIG. 4.17 Encaixe das garras subdimensionado para a espessura da amostra.
Com base nos problemas citados, foram confeccionadas novas peças para as garras
superiores e inferiores, com parafuso e porca mais compridas e de maior diâmetro,
possibilitando que as telas fossem fixadas sem serem pressionadas. A comparação entre as
garras do projeto inicial e final é demonstrada na FIG 4.18.
79
FIG. 4.18 Garras superiores e inferiores (A) Perspectiva frontal da versão inicial da peça
(B) Perspectiva lateral da versão inicial da peça (C) Perspectiva frontal da versão final da peça (D) Perspectiva lateral da versão final da peça.
Não foi necessária a confecção de novas garras de fixação lateral, sendo que uma adaptação
(FIG. 4.15B) a ser encaixada no parafuso da garra existente solucionou a questão da regulagem
e espessura da amostra, conforme pode ser verificado na FIG 4.15C.
O projeto da moldura e demais fotografias do aparato estão no ANEXO 4.
4.4 MEDIÇÕES DE DESLOCAMENTO E DEFORMAÇÃO
O propósito da instrumentação das amostras é a verificação do comportamento do material
até a ruptura através de medições de carga, deslocamento e deformação local.
É possível também a aferição dos deslocamentos fornecidos pelo resolver do servo-
acionamento da prensa, comparando os dados aquisitados no sistema do equipamento com os
dados fornecidos por transdutores de deslocamento linear, fixados nas colunas laterais.
O transdutor de deslocamento utilizado foi o flexímetro DTH-A-50 (FIG. 4.19), fabricado
pela Kyowa, com deslocamento nominal de 50mm.
80
FIG. 4.19 Flexímetro DTH-A-50.
Fonte: KYOWA (2015a)
A extensometria pode ser definida como o processo de mensurar as deformações
superficiais dos corpos onde os extensômetros foram fixados, através da variação de alguma
propriedade física do sensor (BALBINOT e BRUSAMARELLO, 2011), usualmente
denominado extensômetro.
No presente trabalho utilizou-se dois tipos de extensômetros:
• Extensômetros elétricos de resistência;
• Extensômetros de fibra óptica.
4.4.1 EXTENSÔMETROS ELÉTRICOS DE RESISTÊNCIA
Os extensômetros elétricos de resistência, também denominados strain gages são
dispositivos de medição de deformação amplamente utilizados desde a Segunda Guerra
Mundial (BALBINOT e BRUSAMARELLO, 2011). Seu princípio de medição se baseia na
variação da resistência elétrica de um condutor ou semi-condutor quando submetido a uma
tensão mecânica, relacionando essa variação com a deformação relativa da peça no regime
elástico (BALBINOT e BRUSAMARELLO, 2011).
Nos ensaios do presente trabalho, foram utilizados strain gages uniaxiais de uso geral do
fabricante Kyowa, conforme ilustrado na FIG. 4.20.
FIG. 4.20 Modelo de strain gage utilizado nos ensaios de tração (A) Strain gage e cabo
acoplado (B) Detalhe do strain gage.
81
Optou-se pela aquisição de strain gages já com cabo de 1m acoplado de fábrica, porém
também foram utilizados strain gages simples (sem cabo) para complementação dos ensaios.
Desconsiderando-se o cabo, ambos têm praticamente as mesmas características físicas,
conforme é descrito na TAB. 4.9.
TAB. 4.9 Especificação dos strain gages.
Modelo KFG-5-120-C1-11L1M2R KFG-5-120-C1-11 Gage Factor 2,10 ± 1,0% 2,09 ± 1,0% Gage Length 5 mm 5 mm Gage Width 1,4 mm 1,4 mm Base Length 9,4 mm 9,4 mm Base Width 2,8 mm 2,8 mm Resistência 120,4 ± 0,4 Ω 119,8 ± 0,2 Ω Comprimento do cabo 1m -
Mesmo sendo utilizados ao longo de décadas como mecanismo padrão para medir
fenômenos físicos e mecânicos, extensômetros elétricos de resistência tem limitações como a
perda de transmissão de sinal e suscetibilidade à interferência eletromagnética (ruído) que
tornam o seu uso complicado ou impraticável em muitas aplicações (NATIONAL
INSTRUMENTS, 2015), principalmente em monitoramentos de longo prazo. Uma solução para
atender alguns desses desafios é a utilização de extensômetros de fibra óptica, que serão
detalhados no próximo tópico.
4.4.2 EXTENSÔMETROS DE FIBRA ÓPTICA
O objetivo da aplicação dos extensômetros ópticos neste trabalho foi adquirir
conhecimento sobre esse tipo de instrumentação, assim como verificar seu desempenho nas
malhas de aço, e, desse modo, inferir se é possível ou não a utilização dessa técnica de
extensometria para um monitoramento a longo prazo em campo. A relevância da
instrumentação em campo é que ao monitorar a integridade da malha, é possível inferir sobre a
estabilidade do talude, admitindo-se que a principal razão de ruptura dessa estrutura de
estabilização seria a movimentação do talude.
Em anos recentes, vários pesquisadores têm utilizado tecnologias baseadas em sensores de
fibra óptica para diferentes medições de engenharia, especialmente no monitoramento de
estruturas. Por serem duráveis, estáveis e imunes as perturbações elétricas e eletromagnéticas,
82
os extensômetros ópticos são particularmente interessantes para o monitoramento da
integridade estrutural a longo prazo (INAUDI, 2003). São exemplos de princípios físicos de
tecnologia óptica aplicada para extensometria: redes de Bragg (Fiber Bragg Grating - FBG),
interferômetros Fabry-Perot, interferometria de baixa coerência e o espectro de Brillouin.
Numerosas aplicações utilizando sensores baseados em Redes de Bragg (FBG) vêm sendo
realizadas em geotecnia, com os mais diversos objetivos, como é citado a seguir:
• Sistema de alerta integrado à geotêxtil reforçado em ferrovia: BRIANÇON et al.
(2006);
• Monitoramentos de movimentos de massa: BRUNNER et al. (2007),
WOLSCHITZ E BRUNNER (2008), HO et al. (2006), MOORE et al. (2010) e
HUAFU et al. (2011).
• Monitoramento de diques: ARTIÈRES et al. (2010);
• Instrumentação de ensaio triaxial: LEE et al. (2011);
• Monitoramento de frente de umedecimento e análise da variação do grau de
saturação em solos arenosos: ROCHA (2011);
• Monitoramento de adensamento de aterros em solo compressível: MELLO (2013).
O princípio básico de funcionamento de um sensor baseado em redes de Bragg consiste no
monitoramento da variação do comprimento de onda da luz refletida, devida às alterações na
grandeza mensurada (KERSEY et al.,1997). A rede de Bragg opera, portanto, como um filtro
óptico reflexivo com altíssima seletividade espectral, refletindo um comprimento de onda de
uma banda larga luminosa. Segundo MELLO (2013) o comprimento de onda dos sensores FBG
estão situados na faixa do espectro do infravermelho e compreendidos entre 1510 nm e 1590
nm.
A FIG. 4.21 ilustra o princípio de operação de um sensor de rede de Bragg em uma fibra
ótica, destacando o comprimento de onda de Bragg (λB) refletido pelos anéis com periodicidade
espacial obtida pela modulação do índice de refração no núcleo da fibra (Λ).
O comprimento de onda (refletido) de Bragg (λB) está relacionado com a periodicidade
espacial das redes de anéis reflexivos Λ, e com o índice de refração efetivo do núcleo, nef ,
através da EQ. 4.1:
Λ= efB n2λ EQ. 4.1
83
A EQ. 4.1 é conhecida como Equação de Bragg e foi apresentada pela primeira vez por
Willian Henry Bragg e Willian Lawrence Bragg, ganhadores do prêmio Nobel de Física de
1915 pelos estudos de estruturas cristalinas utilizando difração de raios X (CARVALHO,
2010).
FIG. 4.21 Princípio de operação de um sensor de rede de Bragg em fibra óptica.
Fonte: Adaptado de YIN et al. (2008) apud GOMES (2011).
A FIG. 4.22 representa os efeitos de tração e compressão sobre uma rede de Bragg que
atua como sensor. É possível visualizar na figura o deslocamento no comprimento de onda de
Bragg quando a fibra esta é submetida à tração ou compressão.
FIG. 4.22 Esquema do deslocamento espectral de uma rede de Bragg submetida à tração e
compressão. Fonte: Adaptado de QUINTERO (2006).
84
Quando ocorre tração, uma variação positiva do comprimento de onda será obtida devido
ao aumento na periodicidade espacial dos anéis da rede de Bragg. Quando a rede é submetida
à compressão, a variação do comprimento de onda será negativa, em consequência da
diminuição no período de Bragg.
Quando a rede de Bragg sofre uma tensão mecânica, há também uma alteração do índice
de refração pelo efeito fotoelástico. Caso essa tensão mecânica ocorra a uma temperatura
constante, observa-se uma variação do comprimento de onda refletido devido à alteração da
periodicidade da rede e do índice de refração pelo efeito fotoelástico (HILL E MELTZ, 1997,
apud XU E BORANA, 2013), dado pela EQ. 4.2.
ελλ )1( eB p−=∆ EQ. 4.2
Na equação, pe representa a constante fotoelástica da fibra, cujo valor adotado neste
trabalho (para a fibra de silício) foi 0,22 (LEIDERMAN et al.,1999) e ε é a deformação
específica longitudinal.
O equipamento que processa o sinal óptico dos sensores, o interrogador óptico, identifica
o valor do comprimento de Bragg de um sensor no tempo (Δλ). O valor do comprimento de
onda (refletido) de Bragg (λB) é uma especificação de fábrica do sensor e o valor da constante
fotoelástica da fibra (pe), como foi descrito, é uma característica do material.
Para PACHECO (2007), a rede de Bragg tem uma resposta bastante linear em relação à
deformação aplicada, em contraste com muitos sensores elétricos, além disso, possuem outras
vantagens tais como a imunidade a interferência eletromagnética, baixo peso, estabilidade,
pequenas dimensões, facilidade de multiplexação, além de permitir leituras remotas, reduzindo
o custo de campanhas e a frequência de medições in situ em áreas de difícil acesso, evitando
perdas de material por furto ou vandalismo. HUAFU et al. (2011) destaca que as principais
vantagens dos sistemas FBG são a alta exatidão de medição, possibilidade de monitoramento
remoto e a confiabilidade. MOORE et al. (2010) cita que um dos ganhos com a utilização de
sensores de FBG é a alta resolução do sistema, capaz de medir deslocamentos menores que
1µm, e taxa de amostragem rápida (100 Hz ou superior). Como desvantagem, MOORE et al.
(2010) indicam o custo do sistema de instrumentação por fibra óptica e o elevado consumo de
energia do mesmo em relação à outras técnicas.
A utilização de extensômetros ópticos em medições de engenharia constituiu a quebra de
um paradigma, já que a sua capacidade de multiplexação, e a possibilidade de aplicação de
85
vários extensômetros de diferentes comprimentos de onda em um mesmo cabo permitem a
análise do comportamento de vários pontos das estruturas. Assim, em um único canal, podem-
se obter várias medições discretas que permitem inferir sobre o comportamento global da
estrutura. O mesmo não é possível com uso de extensômetros elétricos, que demandam um
canal para leitura de cada extensômetro, não permitindo a análise do comportamento distribuído
da estrutura, apenas de cada ponto onde o sensor foi instalado.
Entendido o princípio de funcionamento dos sensores ópticos, pode-se afirmar que à
medida que uma estrutura instrumentada com extensômetros FBG é tensionada, é possível se
estimar a forma que a mesma adquire quando sofre deformação. Essa técnica é conhecida por
FBG 3D Shape Sensing e tem um amplo campo de aplicações, como na medicina, onde pode
ser utilizada em procedimentos como o cateterismo para o posicionamento do cateter no
organismo (DUNCAN E RAUM, 2006). As principais aplicações se dão no campo da
engenharia como, por exemplo, o monitoramento da forma e da força aplicada pelo vento nas
turbinas de geração de energia eólica, o monitoramento em tempo real da deformação das asas
dos aviões, garantindo maior segurança nos voos (LALLY et al., 2012).
4.5 PROCEDIMENTO DOS ENSAIOS
Para facilitar a apresentação dos resultados, os ensaios de tração foram classificados em
dois grupos:
• Ensaios sem instrumentação direta na amostra;
• Ensaios com instrumentação direta na amostra.
Em todos os ensaios o deslocamento linear das barras rígidas foi monitorado com o uso de
flexímetros.
Dois ensaios teste foram realizados com o objetivo de verificar o funcionamento do
equipamento. O primeiro antes do início da execução do programa de ensaios, e o segundo após
o retorno da prensa da manutenção.
Assim como a instrumentação com os flexímetros, o procedimento para aplicação da tração
é comum a todos os ensaios realizados. Desse modo, serão descritos primeiramente os
procedimentos comuns aos dois tipos de ensaios, e em seguida o método para instalação dos
extensômetros nas amostras, que foi realizado em 6 dos 18 ensaios desta pesquisa.
86
4.5.1 PROCEDIMENTO PARA ENSAIO DE TRAÇÃO
Seguindo o método proposto por RODUNER (2011), primeiramente a amostra foi fixada
nas quatro extremidades da moldura. A fixação lateral da amostra mantém o perfil da malha na
direção transversal, assegurando assim a distribuição uniforme da carga aplicada pela barra
móvel de tração.
Conforme ilustrado na FIG. 4.23, a carga foi aplicada no sentido longitudinal da malha.
De forma a permitir o deslocamento longitudinal contínuo da amostra nas colunas laterais,
o atrito entre as garras de fixação e essas colunas deve ser o menor possível. As garras de
fixação também devem rotacionar livremente em torno do eixo ortogonal ao plano da malha,
possibilitando a acomodação da tela na moldura.
FIG. 4.23 Representação do ensaio de tração.
Fonte: Adaptado de RODUNER (2011).
Após a fixação da amostra na moldura, configurou-se o roteiro de ensaio (script) no
software da prensa. O detalhamento da configuração do script é apresentado no ANEXO 3.
O roteiro de ensaio contempla as seguintes etapas:
• Pré-carregamento: carregou-se a amostra até uma carga de 4kN permitindo que os
fios se acomodem e esticando a tela.
87
• Carregamento: após o pré-carregamento a prensa inicia automaticamente a fase de
carregamento, conforme a configuração do script. Nessa etapa uma carga P foi
aplicada a uma taxa uniforme de deslocamento de 15 mm/minuto até que a primeira
ruptura de um fio metálico ou qualquer outro dano ao sistema ocorresse, momento
em que o ensaio era paralisado.
No roteiro proposto por RODUNER (2011), o carregamento deveria ocorrer a uma taxa
uniforme de deslocamento entre 80 a 90 mm/minuto. Porém, o motor da prensa não é capaz de
aplicar cargas elevadas a altas taxas de deslocamento, desarmando-se quando é aplicada a taxa
proposta pelo autor. Segundo as especificações da equipe que reformou a prensa, a maior taxa
possível para os níveis de carga aplicados no ensaio, para que o mesmo fosse executado sem
riscos de desarmar o equipamento era de 15 mm/minuto. Dessa maneira, foi questionado à
equipe técnica da Geobrugg na Suíça sobre a relevância desse fator no resultado dos ensaios.
Recebeu-se a resposta que a redução da taxa não afetaria significantemente os resultados. Sendo
assim, padronizou-se a taxa de deslocamento na etapa de carregamento em 15 mm/minuto.
De acordo com RODUNER (2011), com vistas à obtenção de uma boa reprodutibilidade
nos ensaios, as seguintes condições de contorno sempre devem ser consideradas:
• Carga aplicada de forma mais homogênea possível;
• Não deve haver concentração de tensões;
• A amostra deve ser fixada lateralmente, do contrário pode ocorrer contração da
mesma, o que causa uma distribuição não linear de tensões;
• As garras de fixação lateral devem se mover com menor atrito possível,
possibilitando uma distribuição adequada da carga na tela;
• A forma das malhas deve se manter praticamente constante durante o ensaio;
Ao final de cada ensaio, o software da prensa emite relatórios com dados sobre a carga de
ruptura, a variação da carga no tempo, o deslocamento final da prensa, a variação de carga
relacionada à variação do deslocamento. Além do relatório gerado, o software permite a
exportação dos dados como planilha de texto. O tratamento e apresentação dos dados se deu
tanto pelo software Excel® quanto pelo software MATLAB®.
4.5.2 INSTALAÇÃO E AQUISIÇÃO DE SINAIS DOS FLEXÍMETROS
É possível obter dados de deslocamento pelo sistema da prensa. Porém, essa medição não
é direta como em transdutores de deslocamento linear. Os valores do deslocamento são
88
fornecidos através do resolver do servo-acionamento, que possui uma resolução de 24 bits. Ou
seja, o sistema coleta a informação do ângulo de giro do servo-motor e o multiplica pelo valor
da redução mecânica. A precisão do deslocamento é de 0,01 mm, definida pelo fabricante. No
entanto, o deslocamento em questão é referente à movimentação da barra central da prensa,
limitado pelo cursor ilustrado na FIG. 4.8. Abaixo desse aparato tem-se todo o sistema de tração
da prensa, que inclui os cabos de aço. Como esses cabos de aço podem sofrer relaxação à
medida que é aplicado o esforço de tração, entendeu-se em um primeiro momento que havia
necessidade do monitoramento do deslocamento diretamente na barra de tração. Dessa forma,
foram instalados dois transdutores de deslocamento nas laterais da moldura. Esse processo
ocorreu em todos os 18 ensaios realizados.
O procedimento consistiu na fixação de dois flexímetros nas colunas laterais da moldura
com a haste posicionada abaixo da barra móvel de tração (FIG. 4.24). Desse modo, à medida
que a barra era suspensa durante o ensaio, a haste do aparato se deslocava, registrando o
movimento da barra. A fixação dos transdutores na prensa foi feita por bases magnéticas.
FIG. 4.24 Instalação do flexímetro
Os cabos dos flexímetros foram conectados ao equipamento de aquisição de sinais
ADS2002 da Lynx (FIG. 4.25) e os dados processados pelo programa Lynx AqDados.
Posteriormente foi feito o tratamento desses dados, comparando-os com os valores de
deslocamento fornecidos pela prensa.
89
FIG. 4.25 Equipamento de aquisição de sinais ADS2002 de fabricação Lynx.
A FIG. 4.26 ilustra o detalhe da haste do flexímetro durante um ensaio. Foi inserida uma
caneta como escala na imagem.
FIG. 4.26 Haste do flexímetro durante ensaio em andamento.
4.5.3 INSTALAÇÃO E AQUISIÇÃO DE SINAIS DE EXTENSOMETRIA
O material disponibilizado para os ensaios com instrumentação direta nas amostras é
listado a seguir:
• 70 strain gages com cabo de 1m;
• 16 strain gages sem cabo;
• 2 arrays (fio de fibra óptica com sensores de FBG distribuídos em seu
comprimento), cada um com 5 sensores FBG;
Desses strain gages, 5 foram utilizados no ensaio teste, que foi o primeiro ensaio realizado.
O propósito era a ambientação com o equipamento e a análise preliminar do comportamento da
tela e da instrumentação para posterior definição da configuração final da colagem dos
extensômetros nas amostras dos futuros ensaios.
90
Apesar do primeiro ensaio ter sido instrumentado com extensômetros, definiu-se que os
demais ensaios com essa instrumentação só seriam realizados após os demais procedimentos.
Nesse momento, com maior conhecimento sobre o comportamento do material, seria possível
definir a melhor distribuição para colagem dos sensores.
Após realizados os ensaios sem a instrumentação, concluiu-se que não existia padrão na
região de ruptura das amostras, exceto que a maior parte das rupturas ocorriam na metade
superior das amostras, indiferente à posição nessa região. Sendo assim, ficou definido que
seriam utilizadas as malhas de 3 mm para os primeiros ensaios instrumentados, já que essas são
as mais utilizadas na estabilização de taludes. Foram instrumentados 16 strain gages em cada
amostra, distribuídos simetricamente em relação à direção vertical da amostra, conforme
configuração ilustrada na FIG. 4.27.
FIG. 4.27 Configuração da instalação com 16 strain gages.
É importante destacar que a escolha pela instalação de um número maior de sensores na
parte superior da amostra se deu pela razão que é a região mais próxima das garras onde o
esforço de tração é aplicado diretamente, e também, como já foi mencionado, pelo fato da maior
parte das rupturas ocorrem na metade superior das amostras.
O plano de ensaios instrumentados com extensômetros segue a descrição da TAB. 4.10.
91
TAB. 4.10 Distribuição da instrumentação por ensaio. Tipo de amostra 2 mm 3 mm Instrumentação Ensaio 6 Ensaio 7 Ensaio 8 Ensaio 6 Ensaio 7 Ensaio 8 Strain Gage (un) 08 08 16 16 16 16
FBG (array) - - 1 - - 1
Contemplou-se um maior número de strain gages nas amostras de 3 mm, porém uma das
amostras de 2 mm também foi ensaiada com 16 strain gages para que pelo menos uma amostra
desse tipo fosse ensaiada com maior densidade de instrumentação.
Para a definição do número de ensaios a serem realizados com amostras de cada diâmetro
diferente, além dos fatores já mencionados, também se considerou a sugestão de FRESNO
(2000), que define que o número mínimo de amostras para cada tipo de ensaio seja igual a três
(n=3). Outros fatores relevantes na decisão foram a limitação de tempo para realização dos
ensaios e de equipamentos disponíveis.
A distribuição dos strain gages nas amostras de 2 mm onde foram instalados 8
extensômetros é ilustrada na FIG. 4.28. É importante destacar ainda que a escolha do
posicionamento dos strain gages, visou repetir as posições já contempladas na configuração
com 16 extensômetros.
FIG. 4.28 Configuração da instalação com 8 strain gages.
92
A FIG. 4.29 ilustra um strain gage fixado na amostra. O procedimento de colagem é
detalhado no ANEXO 5.
FIG. 4.29 Strain gage fixado no fio da amostra.
Após a colagem, os fios dos extensômetros foram conectados a adaptadores ligados ao
equipamento de aquisição de sinais ADS2002 da Lynx e os dados processados pelo programa
Lynx AqDados, assim como nos flexímetros. A FIG. 4.30 ilustra a conexão dos cabos para
aquisição dos sinais.
FIG. 4.30 Conexões para aquisição de sinais (A) Configuração na moldura (B) Configuração
no equipamento de aquisição de sinais.
Em relação à instalação dos sensores FBG, é importante destacar que, conforme
mencionado anteriormente, o objetivo da aplicação dos extensômetros ópticos no trabalho não
é caracterização do comportamento pré-ruptura do material ensaiado, como é o caso dos strain
gages. Os dados obtidos através dos sensores de FBG serão apenas correlacionados com dados
dos extensômetros elétricos de resistência. O propósito dessa correlação é avaliar aplicabilidade
93
do dispositivo óptico no monitoramento da integridade estrutural das malhas de aço. Sendo
assim, foi necessário que os sensores de FBG fossem instalados em fios já instrumentados por
strain gages, em pontos diametralmente opostos, conforme ilustrado na FIG. 4.31.
FIG. 4.31 Fio de aço da amostra instrumentado com strain gage e FBG.
O detalhe da colagem do sensor de FBG no fio de aço da amostra é apresentado na FIG.
4.32.
FIG. 4.32 FBG fixado no fio de aço da amostra.
94
Cada array com 5 sensores foi aplicado em um ensaio diferente, um em uma amostra de 3
mm e o outro em uma amostra de 2 mm. A distribuição desses sensores é demonstrada na FIG.
4.33. Detalhes sobre a colagem dos sensores FBG nas amostras podem ser obtidos no ANEXO
5.
FIG. 4.33 Configuração da instalação com 16 strain gages e 5 FBG.
Finalmente, a fibra óptica com os sensores FBG foi conectada a um dos canais do
interrogador óptico sm230-800 do fabricante Micron Optics (FIG. 4.34), possibilitando a
aquisição e gravação dos sinais dos experimentos.
FIG. 4.34 Interrogador óptico sm230-800 da Micron Optics.
95
A FIG. 4.35 ilustra a montagem do ensaio de tração que contempla todos os procedimentos.
FIG. 4.35 Montagem do ensaio de tração.
A FIG. 4.36 apresenta a amostra instrumentada com os extensômetros elétricos e ópticos,
além dos flexímetros.
FIG. 4.36 Amostra instrumentada com extensômetros.
96
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
5.1 INTRODUÇÃO
Conforme descrito no capítulo anterior, foram realizados ensaios de tração em malhas de
aço TECCO® G65 que são aplicadas como elementos de estabilização de taludes. Ao todo,
dezoito ensaios foram realizados em amostras com fios de aço de diâmetro de 2 e 3 mm. Em
seis desses ensaios foram instalados strain gages, visando obter a deformação em pontos pré-
determinados no fio de aço da amostra. Para facilitar a apresentação dos resultados, os ensaios
realizados sem essa instrumentação são denominados Tipo I, e aqueles onde foram instalados
os extensômetros, Tipo II. Os resultados dos ensaios teste, realizados para verificação do
equipamento e materiais, são classificados como Tipo III, porém não serão apresentados
gráficos individuais dos ensaios teste, pois os mesmos serviram apenas para conhecimento do
processo. É importante destacar que em todos os experimentos foram instalados dois
flexímetros nas colunas laterais do equipamento para monitoramento do deslocamento da trave
rígida que aplica o esforço de tração na amostra.
A nomenclatura dos ensaios é apresentada na TAB. 5.1. Como exemplo, o segundo ensaio
realizado com uma amostra com fio de aço de 3 mm de diâmetro e sem instrumentação direta
na tela será denominado “Ensaio 2 – 3 mm – Tipo I”.
TAB. 5.1 Nomenclatura dos ensaios realizados.
Tipo de Ensaio Descrição Nome do Ensaio
2 mm 3 mm
Tipo I Ensaios simples, sem instrumentação direta na amostra
Desta forma, para utilização desses sensores em campo deve-se prever a utilização de fibras
com revestimento de proteção ao longo de sua extensão.
Uma possível instrumentação das malhas em campo poderia ser baseada na instalação de
sensores em pontos críticos da mesma, como a região onde são aplicados os chumbadores. Após
instalado, os sensores monitorariam a deformação dos fios, adotando-se um determinado valor
de deformação para a emissão de alarmes para risco de ruptura da tela. O monitoramento da
integridade estrutural da malha poderia também funcionar de forma indireta como um
dispositivo indicador de movimentos de massa, já que uma das causas da ruptura iminente do
material é a movimentação do maciço. A determinação desse patamar de deformação para o
alarme dependeria muito da densidade de instrumentação na malha em campo. No caso de uma
maior quantidade de sensores, esses valores poderiam tender à média das deformações
apresentadas nos ensaios com o material, conforme histogramas apresentados em FIG. 5.19 e
FIG. 5.20. Por outro lado, em caso de uma menor quantidade de sensores, agindo em favor da
segurança, a deformação mínima para indicativo de alarme deveria ser o menor valor
apresentado nos ensaios.
A referência aos valores de deformação encontrados neste trabalho serve apenas como
exemplo, pois para utilização dessa técnica em campo, estudos mais aprofundados devem ser
realizados de forma a validar sua eficácia e benefícios em relação à instrumentação
convencional já utilizada para monitoramento de movimentos de massa.
129
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
O trabalho apresentou um estudo sobre o comportamento à tração de malhas de aço
destinadas à estabilização de taludes. Devido ao grande impacto que as ocorrências de
movimentação de massa causam nas infraestruturas de transporte, pode-se afirmar que estudos
sobre materiais de construção que visam a proteção, controle e estabilização dos taludes nesses
sistemas são de grande relevância.
No Brasil, devido ao clima tropical, verificam-se altos índices pluviométricos, que
interferem diretamente na integridade dos taludes, especialmente no que diz respeito à
estabilidade superficial dos mesmos. Dessa forma, os sistemas flexíveis de estabilização de
taludes são de grande valia, pois esses atuam principalmente na estabilização superficial, seja
de maneira ativa ou passiva. As malhas de aço de alta resistência, objeto deste estudo,
constituem um sistema flexível de estabilização, que pode atuar tanto na estabilização passiva
do talude, no controle e proteção contra quedas de rocha, avalanches, fluxo de detritos ou como
sistemas ativos, na estabilização superficial de maciços, trabalhando em conjunto com
chumbadores.
Dentre os sistemas flexíveis de estabilização de taludes, verificou-se que existem normas
técnicas relacionadas apenas aos geossintéticos, que não foram detalhados neste trabalho.
Apesar da norma europeia EN 14490:2010 fazer uma breve referência a esses sistemas, pode-
se afirmar que não há um documento técnico padrão que determine as especificações físicas e
geométricas para se fabricar, encomendar, fornecer, ensaiar e utilizar esses sistemas quando
constituídos por malhas metálicas, sejam com cabos ou arames de baixa ou alta resistência.
No caso das malhas hexagonais de dupla torção, existe a prática nacional e internacional
dos fabricantes de se basearem nas normas referentes às malhas de aço utilizadas na fabricação
de gabiões. Porém, apesar da semelhança física, o modo de funcionamento desses sistemas é
diferente, o que demanda uma normatização distinta. Assim, ressalta-se a necessidade da
criação de um documento técnico padrão que contemple os sistemas flexíveis de estabilização
de taludes constituídos por malhas de aço, dada a importância e a extensa utilização desses
materiais de construção como soluções geotécnicas.
Os ensaios deste trabalho foram realizados com amostras da malha TECCO® com
diâmetros de fio de aço de 2 e 3 mm. Essas telas são de alta resistência devido ao fio de aço que
130
constitui a malha apresentar resistência à tração, segundo o fabricante e ensaios verificados na
literatura, de 1770 N/mm².
Para realização dos ensaios de tração, uma prensa universal foi reformada e adaptada. Além
da reforma do equipamento, foi desenvolvida uma moldura para encaixe das amostras,
possibilitando a aplicação da tração uniforme nas mesmas. Esse equipamento mede além da
carga, o deslocamento do sistema através do resolver do servo-acionamento. Com o propósito
de verificar a representatividade dessas medições, foram realizadas medições com flexímetros,
cujos resultados permitiram afirmar que os valores de deslocamentos fornecidos pela prensa
são equivalentes aos deslocamentos reais ocorridos. Sendo assim, não é necessária a utilização
de uma instrumentação complementar para análise de deslocamento do sistema.
O procedimento do ensaio foi dividido em duas fases distintas, a primeira de pré-
carregamento e a segunda de carregamento até a ruptura. No entanto, os resultados foram
classificados em três etapas. Na primeira etapa os registros de carga foram nulos, e por isso a
mesma foi desconsiderada para efeitos de análise. A segunda e terceira etapas, contemplam as
fases de pré-carregamento e carregamento do sistema, respectivamente. Dessa forma, os dados
foram apresentados considerando os resultados do ensaio completo (Etapa II e Etapa III) e os
resultados apenas da Etapa III, com propósito de avaliar os efeitos da acomodação da malha no
início do carregamento, tanto para os ensaios controlados em laboratório, quanto para o
monitoramento em campo.
Foram fornecidos resultados de carregamento, deslocamento e deformação, que permitiram
análises sobre o comportamento até a ruptura, a distribuição de tensões e o modo de ruptura do
material amostrado.
Relacionando os valores de carregamento aos de deslocamento foi possível concluir que
existe uma boa reprodutibilidade dos resultados entre os ensaios quanto aos níveis de carga
suportadas e quanto ao comportamento geral das curvas “Carga x Deslocamento”. Esse último
também se mostrou compatível com resultados de ensaios realizados por outros autores.
Outra conclusão que pode se obter da relação “Carga x Deslocamento” é que o sistema
oferece menor resistência à tração no início do carregamento devido à redistribuição de esforços
que ocorre nessa etapa. Com o enrijecimento do sistema a resistência ao deslocamento aumenta,
como consequência da diminuição da redistribuição da carga. Devido às deformações ocorridas
nos nós, locais onde ocorre a ruptura, o sistema volta a desenvolver maiores deslocamentos
próximo ao momento da ruptura.
131
Os resultados de resistência à tração obtidos nos ensaios foram inferiores àqueles
especificados pelos fabricantes, 3% para a amostra de 2 mm e de 1,3% para a amostra de 3 mm.
É possível que o tamanho da amostra tenha influência direta nos resultados dos ensaios,
tendência que foi confirmada na literatura, com resultados de ensaios onde foram comparados
valores de resistência à tração e deslocamento para dois tamanhos de amostras diferentes.
Não foi possível verificar neste estudo a partir de qual dimensão de amostra não haverá
variação relevante de resultados, ou se essa variação se estabilizaria à medida que se têm
maiores dimensões de malha. Os valores menores encontrados para pequenas amostras não são
indicativos de uma menor resistência da malha, já que em amostras maiores foram observados
valores de resistência superiores. Sendo assim, em campo a tendência é que o sistema possua
resistência e ductilidade iguais ou superiores aos resultados de ensaios encontrados na literatura.
Quanto ao comportamento “Carga x Deformação”, percebeu-se que há um processo de
acomodação da amostra no início do carregamento, principalmente nas amostras de maior
diâmetro. Ressaltos verificados nos gráficos sugerem acomodações bruscas no decorrer do
ensaio. As deformações registradas nos momentos de ruptura variaram entre 3‰ e 7‰.
Dada a simetria do sistema e a uniformidade na aplicação do carregamento, considerou-se,
primeiramente, que a distribuição das tensões na extensão da amostra seria homogênea.
Entretanto, não foi o que se constatou na prática.
A ruptura ocorreu sempre nos nós, entretanto não necessariamente nos nós dos fios mais
solicitados. Acredita-se que a razão desse último se deve a fenômenos que possam ocorrer
nesses pontos, além da tração, como por exemplo, um possível atrito horizontal originado do
contato entre os fios.
O fato do colapso ocorrer sempre nos nós sugere que há ruptura por cisalhamento do fio
nesses pontos, possivelmente potencializado por microfissuras decorrentes do processo de
flexotorção plástica na fabricação das malhas.
A aplicação de extensômetros ópticos nos experimentos permitiu maior conhecimento
sobre o modo de funcionamento e as possibilidades de aplicação dos sensores FBG, uma técnica
relativamente recente, que se mostra promissora no monitoramento da integridade de estruturas
em campo e que se mostrou bastante compatível aos resultados da já consolidada técnica de
extensometria elétrica de resistência, com uma forte correlação linear entre os dados das
mesmas. Dessa forma, acredita-se que seja possível a utilização dos sensores FBG como
dispositivos de alarme em campo, apesar de serem necessários estudos mais aprofundados para
132
confirmar essa aplicação, como por exemplo, em ensaios em verdadeira grandeza utilizando
essa técnica.
No caso de uma aplicação em campo, sugere-se a utilização de fibras protegidas com
polímeros de alta resistência, pois as fibras nuas, como as utilizadas nos ensaios, são bastante
frágeis. Deve-se atentar também para não permitir que os cabos apresentem pequenas
curvaturas, pois há possibilidade de perda de sinal. Outro ponto importante é a especificação da
deformabilidade do sensor, que deve ser compatível com as solicitações esperadas. E por fim,
recomenda-se que nos ensaios de laboratório sejam utilizados um sensor para cada fibra, ou
arrays fabricados sob encomenda, permitindo a melhor utilização do espectro útil dos
interrogadores ópticos.
Em uma possível aplicação em campo, sugere-se que os extensômetros ópticos sejam
aplicados na malha no momento da instalação da mesma, antes da aplicação da pré-tensão nos
chumbadores. Uma vantagem dessa instalação inicial seria a possibilidade de monitorar o
processo executivo, verificando-se inclusive o pré-tensionamento do sistema.
Este trabalho não extingue a necessidade de se estudar o comportamento das malhas de aço
utilizadas na estabilização de taludes. Recomenda-se assim para estudos futuros:
• A análise da influência do tamanho da amostra nos resultados dos ensaios, com a
elaboração de uma tabela com os valores esperados de resistência à tração para cada
faixa de tamanho de amostra onde há alterações significativas de resultados até um
valor a partir do qual essas variações sejam desprezíveis;
• A realização de outros tipos de ensaios com instrumentação aplicada no fio de aço,
como ensaios de punção e em verdadeira grandeza (utilizando instrumentação
óptica);
• O aprofundamento do estudo dos sensores ópticos como elemento de
monitoramento da integridade do material, atentando para as recomendações
fornecidas neste trabalho, como por exemplo, a utilização de sensores com maior
deformabilidade e com a fibra revestida por materiais que conferem a mesma uma
maior proteção;
• A avaliação por microscopia eletrônica de varredura (MEV) das seções de ruptura
para melhor entendimento do fenômeno;
• A análise do processo de dobramento do fio de aço:
o Avaliando a influência das dobras na resistência do sistema, se possível,
quantificando a perda de resistência conferida pela deformação permanente;
133
o Verificando se durante o processo há formação de microfissuras no
material, e em caso positivo, avaliando se essas descontinuidades interferem
na resistência à corrosão do mesmo;
o Estudando se existem outras configurações possíveis para a dobra, de forma
a garantir maior resistência ao material;
• A adaptação do conjunto prensa/moldura para realização de ensaios com amostras
com fio de aço de 4 mm de diâmetro;
• A realização de ensaios com amostras de outros tipos de malha de aço,
desenvolvendo um procedimento que se aplique a esses materiais como um todo,
possibilitando a contribuição em um possível processo de normatização futuro.
134
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