Disciplina de Mercado Informação anual - Exercício 2015 (número 15.º do Aviso do Banco de Portugal nº10/2007) Relatório de divulgação pública de informação, numa ótica predominantemente prudencial conforme Aviso do Banco de Portugal nº 10/2007, referente ao exercício de 2015 do Banco Primus, S.A.
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Disciplina de Mercado - BANCO PRIMUS · Disciplina de Mercado Informação anual - Exercício 2015 ... crédito resolvido em contencioso no balanço da atividade global. Adicionalmente,
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Disciplina de Mercado Informação anual - Exercício 2015
(número 15.º do Aviso do Banco de Portugal nº10/2007)
Relatório de divulgação pública de informação, numa ótica predominantemente prudencial conforme Aviso do Banco de Portugal nº 10/2007, referente ao exercício de 2015 do Banco Primus, S.A.
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Índice
ANEXO I – DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE ......................................................................................................... 3
0. Enquadramento / Nota Introdutória .................................................................................................................... 3
1. Declaração de responsabilidade .......................................................................................................................... 4
ANEXO II – Âmbito de Aplicação e Políticas de Gestão de Risco .................................................................................. 5
1. Âmbito de Aplicação ............................................................................................................................................ 5
2. Conglomerados financeiros / Grupo Financeiro que a instituição integra ........................................................... 6
3. Objetivos e Políticas de Gestão de Risco .............................................................................................................. 7
ANEXO III - Adequação de Capitais ............................................................................................................................. 24
1. Secção A - Informação Qualitativa ..................................................................................................................... 24
2. Secção B - Informação Quantitativa / Modelos ................................................................................................. 28
ANEXO IV - Risco de Crédito de Contraparte .............................................................................................................. 30
ANEXO V-A - Risco de Crédito ..................................................................................................................................... 30
1. Secção A - Informação Qualitativa ..................................................................................................................... 30
2. Secção B - Informação Quantitativa / Modelos ................................................................................................. 35
ANEXO V-C - Risco de Crédito - Método das Notações internas ................................................................................. 38
ANEXO VI - Técnicas de redução do risco de crédito .................................................................................................. 38
ANEXO VII – Operações de Titularização .................................................................................................................... 38
ANEXO VIII – Risco de Posição, de Crédito de Contraparte e de Liquidação da Carteira de Negociação ................... 38
ANEXO IX - Risco Cambial ............................................................................................................................................ 38
ANEXO X – Posições em Risco sobre Ações da Carteira Bancária ............................................................................... 39
ANEXO XI - Risco Operacional ..................................................................................................................................... 39
ANEXO XII – Análise de Sensibilidade dos Requisitos de Capital ................................................................................ 40
1. Risco de Taxa de Juro da Carteira Bancária ........................................................................................................ 40
2. Testes de Esforço................................................................................................................................................ 41
3. Modelo “ Risco de Taxa de Juro (Carteira Bancária) ” ........................................................................................ 42
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ANEXO I – DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE
0. Enquadramento / Nota Introdutória
Com o objetivo de contribuir para a estabilidade e solidez do sistema financeiro português, e conforme previsto no
Aviso nº 10/2007 do Banco de Portugal, o presente relatório procede à atualização da divulgação de informação
sobre a situação financeira e de solvabilidade do Banco Primus S.A. (doravante referido como Banco Primus, Banco
ou Instituição).
Este documento é produzido enquanto transposição do enquadramento normativo do Pilar III do Acordo Basileia II,
pretendendo-se consagrar um especial enfoque na divulgação pública relativa ao Sistema de Gestão de Risco (SGR)
do Banco Primus, como componente de relevância do Sistema de Controlo Interno (SCI), reforçando assim a
disciplina de mercado.
O detalhe dos resultados apresentados pretende divulgar de forma fidedigna a atividade global do Banco e os
respetivos riscos, destacando-se os considerados materialmente relevantes, de acordo com a dimensão e
características da atividade desenvolvida no exercício em apreço, bem como todas as alterações que tenham
ocorrido posteriormente, mas que sejam consideradas como relevantes para o propósito deste documento.
A descrição de políticas internas dos diferentes riscos e os respetivos processos de gestão serão apresentados ao
longo do presente documento, cujo conteúdo foi elaborado num perímetro predominantemente prudencial, uma
vez que se pretende disponibilizar o mais abrangente volume de informação, permitindo aos agentes económicos
interessados uma avaliação eficaz e eficiente, sem colocar em causa a vantagem concorrencial do Banco nem a perda
do valor económico dos seus investimentos.
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1. Declaração de responsabilidade
O Conselho de Administração do Banco Primus, S.A., com sede na Rua da Quinta do Quintã, nº4, Edifício D. João I –
1 A, 2770 - 192 Paço de Arcos, Portugal, com capital social de 99.000.000 euros, sob o número único de matrícula e
de pessoa coletiva 506 178 129, declara nos termos e para os efeitos presentes no Aviso nº 10/2007 do Banco de
Portugal, o seguinte:
Certifica que foram desenvolvidos todos os procedimentos considerados necessários e que, tanto quanto
é do seu conhecimento, toda a informação divulgada é verdadeira e fidedigna;
Assegura a qualidade de toda a informação divulgada, incluindo a referente ou com origem em entidades
englobadas no mesmo grupo económico onde se insere o Banco Primus, S.A.;
Compromete-se a divulgar, tempestivamente, quaisquer alterações significativas no decorrer do exercício
subsequente àquele a que o presente documento se refere;
Não se verificou a ocorrência de eventos julgados relevantes que não sejam expressamente referidos, entre
o termo do exercício a que o presente relatório se refere e a data da sua publicação;
O relatório elaborado pelo Banco Primus, S.A. é do conhecimento e obtém a aprovação do Conselho de
Administração;
O Banco Primus, S.A. fará prova do cumprimento das obrigações de publicação do presente documento no
sítio da internet da instituição, tal como previsto no nº 21 do Aviso nº 10/2007 do Banco de Portugal.
Para os efeitos julgados necessários atesta-se que o acima declarado corresponde à verdade.
Paço de Arcos, 29 de Abril de 2016
________________________________
A Administração
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ANEXO II – Âmbito de Aplicação e Políticas de Gestão de Risco
1. Âmbito de Aplicação
1.1. Designação e perímetro de consolidação
O presente documento refere-se ao relatório de Disciplina de Mercado conforme os objetivos e normas gerais
constantes no Aviso nº 10/2007 do Banco de Portugal, e engloba a atividade do Banco Primus em Portugal bem
como as atividades desenvolvidas pelas sucursais internacionais em Espanha (Banco Primus, S.A. Sucursal en España)
e na Hungria (Banco Primus Fióktelep Magyarország).
O Banco Primus foi constituído em 2005, na área do crédito com garantia hipotecária, fornecendo soluções nos
mercados de reestruturação de dívidas e levantamento de capital. Em 2008 lançou a atividade de financiamento
automóvel. O Banco expandiu a sua atividade para mercados estrangeiros, através da abertura de sucursais em
Espanha durante 2007, para oferecer soluções de reestruturação de dívida com garantia hipotecária, e na Hungria
em 2008, para oferecer soluções de financiamento automóvel.
No segmento do crédito com garantia hipotecária, a atividade centrou-se em soluções de consolidação de crédito
com garantias hipotecárias e em crédito hipotecário puro, disponibilizadas através de intermediários financeiros ou
por angariação direta via canal interno do Banco. No segmento do financiamento automóvel, promove-se a relação
com uma rede externa de prescritores de negócio – parceiros comerciais, no sector da comercialização de
automóveis, novos ou usados, contribuindo para tal uma série de aspetos financeiros eficientes e de elevada
qualidade ao nível das tecnologias de informação que suportam a prescrição e gestão dos negócios e carteira ativa
de operações, com impacto direto nos níveis de serviço que o Banco oferece quer aos parceiros comerciais, quer
aos clientes finais.
Em Novembro de 2011 o Conselho de Administração do Banco Primus, no âmbito da evolução do contexto
económico internacional, nomeadamente devido às restrições de liquidez dos mercados financeiros internacionais
e à degradação dos mercados hipotecários na Península Ibérica, decidiu cessar a concessão de novos créditos em
três (3) das suas quatro (4) unidades de negócio, a saber, Produto Hipotecário em Espanha, Produto Automóvel na
Hungria e Produto Hipotecário em Portugal. Desta forma, a estratégia do negócio, a partir de 2012, assenta na
continuação do desenvolvimento da atividade de concessão de financiamento automóvel em Portugal e na gestão
das carteiras em balanço nas restantes unidades de negócio.
Durante os anos de 2014 e 2015, no âmbito do alargamento da oferta de produtos financeiros a atuais clientes, o
Banco Primus lançou campanhas de crédito pessoal com montantes pré-aprovados aos seus melhores clientes da
carteira de financiamento automóvel em Portugal.
No prolongamento da implementação das novas orientações estratégicas do Banco implementadas desde
novembro de 2011, o Banco Primus tem estado atento à evolução dos mercados e ao apetite dos investidores
interessados na aquisição de carteiras de créditos, em particular naqueles segmentos de produto que Conselho de
Administração decidiu descontinuar. No último trimestre de 2015, o Banco Primus detetou um interesse crescente
dos investidores no segmento dos créditos non performing com garantias hipotecárias em Portugal e após realizar
um processo de consulta ao mercado, celebrou um contrato de cessão de créditos non-performing em Portugal,
originalmente com garantia hipotecária, tendo como referência a cut off date de 31 de outubro de 2015. A carteira
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cedida representava, nesta última data, um valor bruto em balanço de 50,85 milhões de euros, ou seja, 45,70% do
crédito resolvido em contencioso no balanço da atividade global.
Adicionalmente, o Banco Primus S.A. prosseguiu a política ativa de alienação dos imóveis adquiridos em reembolso
de crédito próprio com o intuito de reduzir o tempo médio de permanência dos mesmos em balanço.
1.2. Diferenças de base de consolidação para efeitos contabilísticos e efeitos prudenciais
Esta situação não é aplicável ao Banco Primus.
1.3. Impedimentos significativos relativos a transferência rápida de fundos próprios ou pronto
reembolso de passivos entre empresa-mãe e filiais
Esta situação não é aplicável ao Banco Primus.
1.4. Informação relativa às filiais não incluídas no perímetro de consolidação, cujos fundos
próprios se situem abaixo do nível mínimo requerido
Esta situação não é aplicável ao Banco Primus.
1.5. Informação relativa às filiais incluídas no perímetro de consolidação para fins prudenciais,
indicando as circunstâncias para a não aplicação das obrigações relativas ao nível mínimo
de fundos próprios e aos limites aos grandes riscos
Esta situação não é aplicável ao Banco Primus.
2. Conglomerados financeiros / Grupo Financeiro que a instituição integra
O Crédit Foncier de France, doravante referido como CFF, é acionista do Banco Primus desde 2005. Desde então, o
CFF tem vindo a consolidar a sua participação no capital social do Banco Primus, tendo-se tornado, durante o ano
de 2013, o seu único acionista na sequência da aquisição, em 17 de Abril de 2013, da participação do até então
acionista minoritário (4,55%). Em consequência da referida operação, o capital social do Banco Primus, S.A, no
montante de 99.000.000€, passou a ser totalmente detido pelo Crédit Foncier de France - CFF (100%).
O CFF é uma referência histórica no mercado de crédito hipotecário em França com mais de 160 anos de existência,
sendo detido a 100% pelo Órgão Central do Grupo BPCE – Grupo Banque Populaire Caisse d’Epargne. Este Grupo foi
formalmente constituído em 2009 com origem no Grupo Caisse d’Epargne e no Grupo Banque Populaire, originando
um dos maiores grupos bancários comerciais em França. Tanto o CFF como o Grupo BPCE integram a lista de
entidades sujeitas a supervisão direta pelo Banco Central Europeu, na qual também figura o Banco Primus.
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3. Objetivos e Políticas de Gestão de Risco
3.0. Enquadramento
Neste capítulo abordar-se-ão as estratégias e processos de gestão de risco, a estrutura e organização dessa função,
as políticas de cobertura do risco e monitorização da sua eficácia e o sistema de informação de risco.
O Sistema de Gestão de Risco, doravante referido como SGR, constitui no Banco Primus uma matéria de primordial
relevância, contribuindo ativamente para apoiar a estruturação do seu planeamento estratégico e para difundir uma
cultura de prevenção e de controlo dos riscos na organização, de acordo com o Perfil de Risco definido pelo acionista
e tem evoluído em configuração, formalismo e sofisticação, de forma proporcional à evolução do Banco.
Pretende-se que o SGR se desenvolva como uma ferramenta de gestão abrangente dos riscos, sustentando a
otimização de dois dos vetores essenciais à criação de valor para o acionista: o binómio relativo de Pricing/Custo do
risco e o binómio de volume em risco/custo de gestão operacional do risco.
O processo de gestão de risco compõe-se pela identificação, avaliação, acompanhamento, mitigação e controlo do
risco inerente à atividade do Banco, de acordo com o Perfil de Risco definido pelo Conselho de Administração.
Pretende assegurar-se que os objetivos definidos são atingidos, que existe mensuração da situação a cada momento
e que são implementadas as medidas necessárias e adequadas para gerir os riscos tomados como relevantes.
O Perfil de Risco suporta-se pelas componentes de estratégia global de Apetite ao Risco e orientações concretas de
Tolerância ao Risco por tipo de produto financeiro, mercado e tipologia dos riscos materiais.
As duas componentes anteriores são compreendidas formal e diretamente pelo conjunto de procedimentos de
avaliação, controlo, fatores de concentração de risco, limites e exclusões, que podem ser observados nos
regulamentos internos e na atividade de acompanhamento da evolução dos fatores de risco e negócio onde a
atividade se insere.
No que respeita ao Apetite ao Risco, estão definidos Níveis de Aceitabilidade e de Tolerância ao Risco tendo em
consideração o perfil do negócio a as expectativas quanto à evolução do mesmo.
O Apetite ao Risco é refletido nas decisões do Conselho de Administração do Banco Primus e decorre da visão
estratégica que emana do conhecimento dos mercados onde a atividade se insere ou se poderá vir a desenvolver,
do próprio negócio e da sua provável evolução de médio e longo prazo.
O Apetite e a Tolerância ao Risco estão presentes nas decisões de negócio. As unidades operacionais estão aptas a
refletir globalmente o Perfil de Risco do Banco nas suas ações diárias de gestão, sendo transmitido por meio de
indicações claras, sob a forma de normas Internas, procedimentos, limites e regras operacionais.
Ao nível de governo interno, é importante referir que a Politica de Risco, o Apetite ao Risco e as Políticas de
Planeamento e Controlo de Capital e de Gestão de Risco encontram-se formalmente definidas e aprovadas pelo
Conselho de Administração.
A Política de Risco é o documento base que descreve a organização, a estrutura, as funções, as tarefas, os principais
conceitos e os procedimentos do Banco em termos de gestão de risco.
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No âmbito das práticas de negócio e de uma gestão corrente do risco, o Banco impõe e monitoriza regularmente
Limites de Exposição Internos (LEI). Estes limites são parte integrante da estrutura de Perfil de Risco do Banco Primus,
na medida em que transcrevem para a prática corrente o grau de Tolerância de Risco relativamente à concentração
do risco de crédito, e permitem gerir exposições máximas em determinadas características de mercado, tipo de
operações e clientes.
3.1. Estratégias e Processos de Gestão de Riscos
A estratégia do Banco, de forma a proporcionar a criação de valor adequado aos objetivos do acionista, atuando de
acordo com o estrito cumprimento das orientações e normas da entidade de Supervisão bancária, assenta numa
forte gestão do risco como o pilar basilar a toda a sua atuação.
Como estratégia de gestão do risco, a atuação da instituição passa nomeadamente por desenvolver os seguintes
pilares de atuação:
Promover uma cultura transversal de gestão e de prevenção do risco;
Garantir a identificação de todos os riscos significativos;
Avaliação os riscos considerados materiais;
Providenciar uma visão agregada dos riscos identificados;
Orientar a evolução da gestão dos riscos no sentido da adoção das melhores práticas no setor e de acordo
com a visão para o Perfil de Risco do Banco;
Promover a eficiência e a eficácia da gestão de riscos, pela interpretação dos fatores de risco monitorizados
e introdução de controlos adequados, em novos regulamentos, regras ou recomendações;
Prosseguir a mitigação e/ou incorporação dos riscos nos processos de decisão;
Desenvolver, avaliar e controlar os instrumentos e metodologias de gestão dos riscos;
Assegurar o conhecimento dos processos e normativos de risco por toda a instituição;
Transpor e envolver, direta e indiretamente, a noção do risco para a estrutura comercial do Banco.
A gestão do risco pretende-se adequada à natureza e complexidade da oferta bancária e dimensão do Banco em
cada momento da sua evolução, como entidade bancária especializada na concessão e gestão de carteiras de
financiamento na área do crédito ao consumo e do crédito com garantia hipotecária. O Perfil de risco do Banco é
moderado e prudencial e a Tolerância ao risco é compreendida de acordo com a natureza inerente a cada produto
específico e sua maturidade no Banco.
O Conselho de Administração do Banco fomenta o aperfeiçoamento de métodos e processos para a adequação dos
preços – pricing – ao conjunto de riscos significativos, e cálculo da cobertura prudencial de eventuais perdas, tal
como a adequação das regras e exclusões a praticar, dependendo do produto e país e de acordo com o ciclo
económico.
Produtos financeiros em carteira:
Consolidação de Créditos, com garantia hipotecária;
Crédito à Habitação;
Financiamento Automóvel (Crédito, locação financeira e aluguer de longa duração);
Financiamento à atividade dos Parceiros Comerciais (Instrumentos de fidelização: Credit Stock e Cash
Advance);
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Crédito Pessoal (produto iniciado em 2014, dirigido a uma seleção de clientes da carteira de financiamento
automóvel em Portugal, com experiência de crédito comprovada).
Tendo em conta a natureza da principal atividade do Banco Primus, os tipos de risco que a instituição está mais
exposta são:
Risco de Crédito;
Risco Imobiliário;
Risco de Liquidez;
Risco de Taxa de Juro;
Risco de Taxa de Câmbio;
Risco Operacional (engloba os riscos Operacionais, de Sistemas de Informação, de Compliance e,
indiretamente, de Estratégia e Reputação).
Risco de Crédito
O risco de crédito é o risco mais representativo do Banco, estando a sua gestão e monitorização centralizadas na
Direção de Risco.
O capital interno para risco de crédito é medido usando o Método Padrão indicado no Pilar I de Basileia II, avaliando-
se os ativos ponderados pelo risco para todas as carteiras – RWA (Risk Weighted Assets), em todos os países nos
quais o Banco desenvolve o seu projeto ou gere carteiras de crédito.
Acresce ao referido que, relativamente à carteira de Crédito Pessoal (automóvel) em Portugal – no que respeita ao
financiamento de particulares e empresários em nome individual (ENIs), tendo sido atingido um histórico mínimo
exigido de 5 anos, o Banco desenvolveu modelos internos avançados (de acordo com as regras de Internal Rating
Approach (IRB)) para medição do risco de crédito, nomeadamente:
Modelo de Admissão (para aplicação às operações com até 6 meses de vida);
Modelo de Acompanhamento;
Modelo de Loss Given Default (LGDs).
O desenvolvimento dos referidos Modelos reflete os esforços e investimentos do Banco na melhoria contínua das
ferramentas de apoio à gestão de risco, com o intuito de promover um desenvolvimento sustentado da atividade.
Estes modelos, cujo desenvolvimento foi concluído no final do primeiro trimestre de 2014, foram desde então alvo
de backtestings e revisões regulares. Não obstante os referidos Modelos de Admissão e Acompanhamento estejam
implementados e sejam aplicados na gestão regular do risco de crédito do Banco, sendo o Modelo de Admissão uma
ferramenta importante no âmbito da tomada de decisão em novas operações de crédito, o Banco ainda não utiliza
os referidos modelos para efeitos de cálculo do capital interno considerando que ainda deve consolidar a sua curva
de experiencia neste tipo de utilização dos modelos.
Importa também explicitar que o Banco considera que os seus Modelos de Imparidade refletem a perda
esperada/projetada, incorporando critérios adequados à tipologia de carteira de crédito do Banco. Os Modelos de
Imparidade são alvo de atualização periódica dos parâmetros de risco, garantindo uma contínua atualização dos
mesmos face à evolução do comportamento histórico recente do risco dos clientes, seja este condicionado por
variáveis específicas ou por variáveis macroeconómicas, que podem afetar o rendimento disponível dos clientes e,
consequentemente, a sua capacidade de fazer face ao serviço da divida. Estes Modelos acomodam ainda os critérios
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de referência relevantes em termos de mensuração de imparidade da carteira de crédito, divulgados pelo Banco de
Portugal através da Carta Circular nº 2/2014/DSP e são alvo de auditoria externa regular e reportados ao Banco de
Portugal no âmbito da Instrução nº 5/2013.
Ainda no âmbito dos riscos esperados, e sendo a concessão de crédito a atividade principal da Instituição, o Conselho
de Administração fomenta fortemente a procura sistemática do aperfeiçoamento de métodos para a adequação do
preço – Risk based pricing - aos riscos de crédito incorridos, ao cálculo da cobertura prudencial de eventuais perdas
esperadas e à limitação da concentração do risco de crédito. Estes incluem a adequação das regras, limites e
exclusões a praticar no mercado, dependendo do produto e país e de acordo com o ciclo económico em cada
momento e a introdução, refletida diretamente no pricing, da melhor estimativa para a estrutura de custos da
Instituição, incluindo as perdas relacionadas com o risco de crédito.
Existe no Banco o princípio base da cobertura das perdas projetadas para cada produto financeiro diretamente nos
preços praticados, de acordo com as segmentações de produto aplicáveis em cada mercado, bem como a
disponibilização, aos decisores de crédito, de ferramentas necessárias à avaliação global dos riscos envolvidos na
assunção de novos créditos e, à função da contratação, os instrumentos eficientes de forma a verificarem a
qualidade dos elementos que suportaram as decisões de crédito.
Este objetivo estratégico reflete-se no contínuo desenvolvimento interno de aplicativos e modelos que suportem:
Decisões de concessão de financiamento;
Decisões de gestão do crédito em carteira;
Controlo interno da qualidade de informação, com o objetivo de assegurar a fiabilidade das informações
que suportam a avaliação e acompanhamento do risco de crédito, as decisões de gestão e a construção de
modelos de avaliação do risco (incluindo-se a prevenção de fraude);
A segurança dos fluxos monetários envolvidos nos processos de pagamento e cobrança dos financiamentos;
Cálculo da imparidade e de requisitos de capital das carteiras de crédito.
O risco de crédito é acompanhado no Comité de Risco Master, com participantes do Banco Primus e do acionista
(CFF), que aborda especificamente e entre outros assuntos, os seguintes:
Evolução da qualidade do risco das carteiras financiadas;
Adequação dos modelos de Scoring e Rating dos clientes e Brokers;
Acompanhamento de alertas relativos a operações individualmente significativas e/ou em Watch List;
Acompanhamento de alertas relativos aos Limites de Exposição Interna - LEI - em exposição;
Acompanhamento de alertas relativos aos Limites de Exposição a OIC;
Evolução da imparidade e do custo do risco;
Comparação do custo do risco com o projetado em orçamento anual;
Adequação da qualidade dos instrumentos de cálculo de perdas económicas esperadas que estão na base
do cálculo da Imparidade;
Adequação e evolução dos normativos e regulamentos do Banco referentes ao risco de crédito;
Identificação de oportunidades de melhoria e resposta a ineficiências encontradas.
No âmbito da gestão do risco de crédito, para além do Comité de Risco Master com a participação do CFF, têm lugar
regularmente os seguintes comités de decisão e operacionais:
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Comité de Risco Portugal: Seguimento da qualidade da carteira de crédito e instrumentos de avaliação de
risco.
Comité de Pré-Provisionamento (com participação do acionista);
Comités com as Sucursais (Steering Commitees e Branch Review);
Comité de Brokers;
Comité de Crédito Stock;
Comité de Assuntos Sensíveis;
Comité de Crédito.
O Banco tem uma política de gestão de risco de crédito e operacional culturalmente disseminada por toda a
organização, sendo materializada internamente em regulamentos, manuais, políticas, procedimentos e normas
acessíveis a todas as áreas operacionais do negócio.
As operações de financiamento são avaliadas pelo conjunto formado pelas três principais componentes de cada
operação:
O perfil de risco e capacidade creditícia do(s) proponente(s) e avalista(s) da operação;
A adequação e avaliação do bem objeto do financiamento ou apresentado como garantia;
A qualidade da origem comercial da operação.
Como controlo da exposição global ao risco, estão definidos limites de concentração e de exposição ao risco de
crédito.
A competência de análise baseada na experiência e na capacidade de análise crítica de um conjunto de informações
disponibilizadas é parte integrante do processo de tomada de decisão de crédito e avaliada como extremamente
relevante.
O processo de decisão é integralmente registado e acompanhado nos sistemas de informação do Banco, sendo a
informação resultante analisada e vertida nos modelos de suporte à decisão.
As equipas operacionais responsáveis pela análise e decisão de crédito e pela gestão da carteira são acompanhadas
e informadas relativamente à evolução da qualidade das carteiras de crédito, globalmente, por ano de contratação,
por Delegação Regional e especificamente por Parceiro Comercial, de forma a aumentarem a eficácia da intervenção
no processo de decisão.
Para suporte das decisões de concessão de financiamento, é aplicado um modelo de classificação de perfis de risco
– Scoring de Admissão, que atribui uma classe de risco à operação de financiamento conforme a qualidade creditícia
esperada para a operação.
A qualidade creditícia relativa da operação é suportada através de um conjunto de informações internas e externas,
averiguadas à data de entrada da operação, nomeadamente:
Capacidade de endividamento dos intervenientes;
Manutenção da capacidade de pagamento dos intervenientes;
Situação dos intervenientes em centrais de riscos externas;
Relação entre a avaliação do valor do bem/garantia e o montante do financiamento;
Rating de avaliação do perfil económico-financeiro, para o segmento clientes-empresa;
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Avaliação do perfil creditício direto ou indireto dos proponentes no Banco Primus.
Risco de Imobiliário
O risco imobiliário a que o Banco está sujeito deriva de dois fatores: (i) da desvalorização dos colaterais hipotecários
associados à sua carteira de crédito; (ii) da desvalorização dos imóveis adquiridos em reembolso do crédito em
balanço.
No que respeita à desvalorização dos colaterais, o Banco Primus tem adotado uma abordagem de ajustamento do
valor a considerar impondo na sua metodologia de cálculo de imparidade uma série de haircuts específicos sobre os
valores de avaliação dos colaterais, não obstante a antiguidade e qualidade das avaliações. Estes haircuts vão além
dos definidos pelo Banco de Portugal na Instrução nº 2/2014/DSP pois incorporam, para além de um haircut de
atualização do valor de avaliação à data de referência, haircuts complementares associados ao nível de liquidez dos
imóveis, considerando os mercados em que se encontram e as suas características.
No que respeita aos imóveis em balanço adquiridos em reembolso do crédito, o Banco encontra-se exposto
diretamente a variações dos preços no mercado imobiliário, sendo que, também neste caso, o cálculo da imparidade
associada a estes contratos (para os imóveis expostos ao mercado Espanhol, que representam 93% do total dos
imóveis em balanço a 31 de dezembro de 2015) também considera um haircut sobre o valor de avaliação.
Risco de Liquidez
O risco de liquidez está associado à incapacidade do Banco cumprir com as suas obrigações em condições aceitáveis
– disponibilidade e preço da liquidez - para a manutenção da sua rentabilidade e solvabilidade. À semelhança dos
riscos de taxa de juro e cambial, também o risco de liquidez é gerido centralmente pela Área Financeira do Banco.
No Comité Ativos e Passivos - ALCO são analisadas e definidas as estratégias e medidas para mitigação do risco de
liquidez.
Dada a especificidade da sua estrutura de funding, maioritariamente concedido pelo acionista (Crédit Foncier de
France – entidade que beneficia de um alto padrão de solvabilidade e integra, a 100%, um dos maiores grupos
bancário francês - o Grupo BPCE), o risco de liquidez do Banco é avaliado pelo Conselho de Administração como
reduzido – sendo significativo, mas não material. No entanto, a gestão da liquidez assume um papel chave no modelo
de rentabilidade do Banco, pelo facto de uma das principais componentes do seu ativo ser a carteira de crédito
hipotecário cuja vida média residual é de larga duração.
A gestão do risco de liquidez do Banco Primus tem como principal objetivo manter níveis de liquidez adequados à
atividade e rentabilidade esperada através da renovação periódica das linhas de crédito irrevogáveis concedidas
pelo CFF, ajustadas às projeções anuais de desenvolvimento da atividade, de amortização das carteiras de crédito e
de recuperação das garantias.
No âmbito da atividade de gestão do risco de liquidez são elaborados mapas que permitem a análise dos prazos
residuais dos ativos e passivos. Para cada intervalo definido, procede-se ao cálculo da diferença, em montante, entre
cash inflows e cash outflows, ou seja, o Gap de liquidez. A avaliação do risco de liquidez do Banco Primus é efetuada
através dos referidos indicadores internos relativamente aos quais o CFF e o Grupo BPCE definiram níveis de
referência para monitorização do GAP de liquidez.
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O Banco mantém uma gestão ativa do risco de liquidez, recorrendo a mitigadores de risco, tais como, (i) existência
de linhas adicionais de crédito revogáveis, fornecidas por instituições financeiras nacionais, (ii) existência de um
plano de contingência de liquidez que incorpora a definição de cenários e planos de ação para a sua concretização
e (iii) uma gestão de tesouraria ativa que tem como objetivo assegurar níveis de liquidez adequados para fazer face
às suas necessidades de curto e médio prazo.
Risco de Taxa de Juro
O risco de taxa de juro existe sempre que, no desenvolvimento da sua atividade, o Banco contrata operações com
fluxos financeiros futuros sensíveis a variações da taxa de juro. O risco de taxa de juro implica a perda potencial em
ativos financeiros, decorrente de evoluções desfavoráveis de taxas de juro de mercado.
A gestão e controlo do risco de taxa de juro estão atribuídos ao Comité ALCO, de acordo com a estratégia definida
pelo Conselho de Administração. O ALCO é constituído pelo CEO, pela Direção Executiva, pelos responsáveis dos
Departamentos de Contabilidade e Tesouraria e do Departamento de Controlo de Gestão, pelo Diretor de Risco,
pelo controller ALM, pelo supervisor de Tesouraria e por membros da equipa de Asset Liability Management (ALM)
do CFF e da Direção de Risco do CFF.
Tendo presente as principais diretrizes estratégicas estabelecidas pelo Conselho de Administração para a atividade
do Banco Primus, foi definida uma política de reduzida sensibilidade do risco de taxa de juro sobre a margem
financeira.
Nesse sentido, no Banco Primus, no âmbito da sua gestão de ALM, o Risco de Taxa de Juro é medido mensalmente
pelo modelo de repricing gap sobre os ativos e passivos em balanço. Em linhas gerais, o modelo consiste no
agrupamento de ativos e passivos por datas de maturidade e, no caso dos elementos sensíveis, por datas de repricing
(datas de alteração da taxa de juro) em intervalos fixos de tempo, a partir dos quais se pode estimar os “gaps” do
balanço relativos às posições sensíveis.
Para além do modelo interno acima descrito, elaborado mensalmente de acordo com as regras e convenções
estabelecidos pelo CFF/BPCE, o Risco de Taxa de Juro também é avaliado no âmbito do reporte regulamentar exigido
pelo Banco de Portugal por força da Instrução nº 19/2005.
A mensuração efetuada para efeitos do reporte em apreço tem como base os mapas de cash flows das posições
ativas, passivas e extrapatrimoniais sensíveis à taxa de juro. Estes mapas são definidos através do enquadramento
dos cash flows dos vários instrumentos em intervalos temporais, e pressupõe uma descida paralela de 200 pontos
base na estrutura temporal de taxas de juro.
É relevante sublinhar que o Banco nunca teve, e não prevê ter no futuro, uma presença ativa nos mercados de
capitais. O Banco não intervém nos mercados financeiros internacionais e não possui carteira de investimento ou de
negociação em ativos financeiros ou derivados. Apenas utiliza, em ocasiões pontuais, instrumentos financeiros de
coberturas, privilegiando soluções de financiamento adequadas ao perfil da carteira de crédito em balanço para
gerir eficazmente os GAP de taxa de juros.
Na linha de negócio do crédito hipotecário a maioria dos créditos em carteira são indexados, com revisão semestral
de taxa. No negócio de crédito automóvel em Portugal, a maioria dos créditos têm taxa fixa. Os instrumentos de
dívida destinados a financiar a atividade comercial do Banco, são contratados consoante as necessidades e
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caraterísticas de cada linha de negócio, de modo a reduzir o mismatch entre o regime de taxa de juro no ativo e no
passivo e as datas de reprincing dos ativos e passivos, e manter uma reduzida exposição do Banco a este risco.
Risco de Taxa de Câmbio
O risco cambial do Banco Primus advém da Sucursal na Hungria, Banco Primus Fióktelep Magyarország, que iniciou
a sua atividade em 2008 e que, tal como referido, viu a sua atividade de concessão de novos financiamentos
suspensa no final de 2011.
O risco cambial é gerido centralmente pela Área Financeira do Banco, em coordenação com o Departamento
Financeiro da Sucursal Húngara. A exposição cambial do Banco é monitorizada mensalmente e as estratégias para o
hedging e a mitigação do risco são discutidas e definidas pelo Comité ALCO e aprovadas pelo Conselho de
Administração.
A estratégia de cobertura de exposição cambial das posições de balanço consiste em manter um equilíbrio entre a
estrutura de funding por moeda e as posições em balanço. Nesse sentido, para além de linhas de funding em moeda
local, a Sucursal Húngara dispõe de linhas de funding em CHF e em EUR, não obstante a parcela da carteira
denominada nestas moedas seja diminuta em resultado da conversão para HUF da quase totalidade das exposições
em moeda estrangeira. Desse modo, o Banco gere ativamente as posições passivas em moeda não local, tendo em
conta o comportamento dos respetivos ativos.
Risco Operacional
Entende-se por risco operacional as perdas definitivas ou altamente previsíveis (provisões), resultantes da
inadaptação ou insuficiência de processos, de pessoas, de sistemas internos ou resultantes de eventos exteriores.
No Banco Primus, o capital interno para cobertura do risco operacional é medido usando o Método do Indicador
Básico descrito no Aviso nº 9/2007 do Banco de Portugal.
A responsabilidade específica para a gestão deste risco está atribuída à Área de Controlo Permanente e Risco
Operacional, que reúne, trata e acompanha os eventos de risco. Os riscos de Compliance, Reputacional, de Sistemas
de Informação e de Estratégia são considerados nesta fase como parte integrante do Risco Operacional, sendo os
eventos reportados e avaliados no âmbito da gestão corrente desse risco.
Atualmente, o Banco utiliza uma rede de correspondentes de risco operacional (CRO), em cada área funcional em
Portugal e em cada sucursal internacional, de forma a recolher mensalmente os eventos de risco operacional.
Posteriormente reporta esses eventos de risco ao polo de risco operacional do seu acionista (CFF), de acordo com
as orientações deste. Este reporte é mensal, tendo de ser efetuado no prazo de 48 horas no caso de corresponder a
riscos qualificados como significativos considerando as normas interna do Grupo BPCE, ou seja, nos casos em que o
impacto é superior a 0,5% do fundos próprios, a 150.000 euros ou com importante impacto reputacional sobre o
Banco ou o Grupo.
A Área de Controlo Permanente e Risco Operacional do Banco, em articulação com o Departamento de Organização,
levaram a cabo um projeto de mapeamento dos processos críticos do Banco, pelo que a gestão do risco operacional
continuará a evoluir no sentido da identificação e catalogação dos eventos de risco operacional de acordo com os
processos do Banco, atualizados a cada momento, com recurso a procedimentos de RSA (risk-self-assessement). A
dezembro de 2015 encontravam-se mapeados 156 processos (entre os quais 47 correspondem a processos da
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sucursal espanhola que foram mapeados, pela primeira vez em 2015, seguindo os procedimentos desenvolvidos em
Portugal) e desse total foram alvo de revisão 109 processos de Portugal, esperando-se que no final de 2016 o total
de processos mapeados e revistos ultrapasse 160.
O processo de completa caracterização de um evento de risco operacional inclui, para além da respetiva causa-
efeito, a sua valorização e, quando aplicável, a descrição da ação corretiva para sanar a situação detetada e a
formulação e implementação de ações preventivas para mitigar situações futuras (a partir da análise da causa da
perda).
a) Risco de sistemas de informação
Este risco é conceptualmente incluído na abordagem ao Risco Operacional, na medida em que se define pela
probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou nos fundos próprios, em resultado da
inadaptação dos sistemas de informação a novas necessidades, da sua incapacidade de impedir acessos não
autorizados, para garantir a integridade dos dados ou para assegurar a continuidade do negócio em casos de falha,
bem como devido ao prosseguimento de uma estratégia desajustada nesta área. Neste âmbito existe e é gerido
regularmente o Plano de continuidade do negócio.
No Banco Primus, a gestão do risco de sistemas de informação é assegurada pela Direção de Sistemas de Informação
e Logística.
b) Risco estratégico:
O Risco de Estratégia é tido em consideração pelo Banco e é incorporado no seu Business Plan, sendo considerado
como significativo e material para efeitos do presente ICAAP. Tendo presente os princípios de controlo interno –
alinhados com as políticas, diretrizes e procedimentos orientados para a confiança da gestão na tomada de decisão
–, e com o intuito de atingir objetivos de controlo aos níveis operacional e de Compliance, o Banco gere o Risco de
Estratégia na perspetiva de garantir a consistência da definição e monitorização do planeamento estratégico. Ainda
assim, o Business Plan é avaliado e revisto sempre que esteja planeada uma decisão estratégica de negócio - ou o
lançamento de um novo produto – com influência nos requisitos mínimos de capital ou tenha impacto nos rácios de
solvabilidade do Banco no período em análise.
O Risco de Estratégia do Banco Primus deriva essencialmente da decisão tomada em novembro de 2011 de modificar
o seu perímetro de intervenção e de reduzir as linhas de negócios ativas à Business Unit de crédito automóvel em
Portugal, prosseguindo um processo de deleverage das restantes unidades de negócio. A supra referida cessão de
créditos non performing da carteira hipotecária em Portugal reflete a concretização faseada da referida estratégia.
Deste modo, o modelo de desenvolvimento da Banco está assente em 4 pilares:
1. O desenvolvimento sustentado, rentável e equilibrado do financiamento automóvel em Portugal;
2. A diversificação das fontes de rendimentos do Banco, mediante o desenvolvimento de atividade de cross sell e
up sell, ou seja, de dinamização da base de dados de clientes, essencialmente geradoras de produto bancário e
pouco consumidoras de fundos próprios;
3. A gestão administrativa das carteiras internacionais e hipotecária em Portugal, com o objetivo de cumprir as
obrigações regulamentares locais, manter um elevado nível de satisfação dos clientes e minimizar o impacto
financeiro sobre as demonstrações financeiras da atividade global;
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4. Alcançar resultados que permitam cobrir eventuais novas necessidades de fundos próprios em resultado do
crescimento da atividade comercial (sustentabilidade do crescimento orgânico).
O Conselho de Administração acompanha de maneira contínua e recorrente a correta implementação da estratégia
definida para o Banco no âmbito das suas reuniões periódicas, mas também mediante a sua representação nos
Comités de Auditoria, Risco CFF, Controlo Interno, ALCO.
c) Risco de Compliance
A gestão do Risco de Compliance encontra-se atribuída à função de Compliance. Esta função tem como missão o
cumprimento das finalidades indicadas no artigo 17º do Aviso nº 5/2008 do Banco de Portugal. Em particular é de
especial relevo zelar pelo cumprimento do normativo interno (código de conduta e demais normas internas
aplicáveis) e externo (leis, decretos-lei, regulamentos, diretivas ou outros) desde que aplicável à atividade do Banco
Primus. De particular relevo é ainda de mencionar que a gestão, implementação e definição das Políticas de
Prevenção ao Branqueamento de Capitais e ao Financiamento do Terrorismo (PBC-FT) são também integrantes do
escopo de atribuições da função de Compliance.
A gestão do Risco de Compliance visa a monitorização do cumprimento normativo, definindo e implementando
mecanismos de controlo que assegurem um nível de cumprimento aceitável pela Instituição, de modo a mitigar
prejuízos de ordem financeira, reputacional ou de índole diversa.
d) Risco de reputação
Considerando que o risco reputacional é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos
resultados ou no capital, decorrentes de uma perceção negativa da imagem pública da Instituição pelos seus
stakeholders, o Banco Primus concedeu-lhe relevância, tratando-o ao nível do risco operacional ou do risco de
Compliance.
Não sendo um risco de quantificação intuitiva – considera-se um risco do tipo operacional, porém não quantificável
- a sua abordagem é vista na ótica da mitigação, através da emissão e implementação de políticas e procedimentos.
Deste modo, institucionalizou-se a responsabilidade de conhecimento e cumprimento das normas internas e de
conduta, encontrando-se formalmente definida na contratação dos colaboradores, implementando desde o
primeiro instante um comportamento ético e homogéneo em toda a instituição.
Existe uma política de transparência de mercado, quer no relacionamento com Clientes, quer com outras entidades
e contrapartes, procurando constantemente as best practices utilizadas pelo mercado, que se traduz, em particular,
na melhoria do acompanhamento e resolução de situações que coloquem em causa a transparência e disciplina de
operação do Banco Primus no mercado financeiro (e.g. reclamações de clientes, diligência no reporte à Supervisão,
prestação de informação a outras entidades). Nesse sentido, essa política está materializada na constituição de uma
função de Provedoria do Cliente, no domínio do Departamento Jurídico e de Compliance.
3.2. Estrutura e Organização da função de gestão de risco
A Função de gestão do risco no Banco Primus é assegurada pela Direção de Risco – DRI, que responde organicamente
ao Administrador Executivo com o Pelouro do Risco, sendo exercida com uma visão global da atividade, mas com
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autonomia face às restantes Direções, Departamentos e Áreas do Banco, conforme pretendido pelos princípios de
governação da sociedade.
A Função de gestão do risco está estruturada de acordo com o modelo de Governance do Banco, assente em
Comités, existindo desta forma um controlo permanente da atividade da DRI do Banco Primus, pelo Pólo de Riscos
e Conformidade do CFF, doravante referido como DRI-CFF.
Dada a natureza do Core Business do Banco, a gestão do risco de crédito, do risco operacional e dos riscos financeiros
são atividades transversais a várias áreas da organização.
O acompanhamento dos riscos inerentes à atividade é assegurado por um total de 19 comités, e que se dividem em
quatro categorias:
Governance;
Comités Master;
Comités de Decisão;
Comités Operacionais.
Os Comités estão organizados de acordo o esquema seguinte:
A composição dos comités incorpora, de acordo com as respetivas áreas e categorias, membros do acionista, do
Conselho de Administração, das Direções e Departamentos da Instituição, garantindo assim uma tomada de decisão
abrangente e partilhada, refletindo os princípios do Sistema de Controlo Interno na gestão corrente e diária da
atividade e possibilitando uma partilha de conhecimento e das melhores práticas pela instituição.
A Direção de Risco agrega as seguintes competências específicas por áreas chave:
Comités (13):
o Responsável (“owner”) pelos Comités de Risco CFF, Risco Portugal, Pré-Provisionamento CFF e
Brokers;
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o Participação nos Comités de Direção, de Crédito, ALCO, Controlo Interno, Auditoria, Assuntos
Sensíveis, Tarifário (pricing), Crédito Stock e Sucursais (Steering Committees) e nos Comités Ad Hoc
de novos produtos;
Modelos de suporte à decisão:
o Scoring (operação, cliente, bem);
o Rating (clientes Empresa);
o Dealer Risk (ponto de venda);
o Centrais de Risco externas (historial de crédito);
o Framework de prevenção de risco;
Modelos de imparidade:
o Atualização de modelos de imparidade (Matrizes de Transição, PD, LGD);
o Orçamento anual do Custo do risco;
o Cálculo mensal da imparidade;
o Controlo da cobertura da exposição pelas provisões;
Acompanhamento e avaliação de riscos de crédito:
o Controlo da evolução das carteiras de crédito;
o Controlo de sinais de risco de curto prazo;
o Controlo de limites internos de concentração em exposição – LEI;
o Controlo de limites de exposição a OIC;
o Seguimento individual da exposição direta e indireta de listas ou grupos de clientes – Watch List
Acompanhamento e avaliação global de riscos:
o Testes de esforço;
o Assessment do Apetite ao Risco;
Avaliação económico-financeira de clientes empresariais:
o Clientes;
o Pontos de Venda (Produtos de fidelização a Parceiros comerciais do Banco),
Regulamentos de financiamento;
Custo do risco – Risk Based Pricing;
Gestão da fraude.
Risco de Crédito: a DRI é responsável pela elaboração e condução do Comité de Risco CFF, com representação ao
mais alto nível da estrutura diretiva do acionista (CFF) e do Banco Primus. Este comité representa a reunião formal
periódica entre a área de gestão de risco do Banco Primus e do CFF, tida com o objetivo de garantir o processo de
gestão de risco, nomeadamente no acompanhamento da evolução dos riscos, da expectativa da perda económica e
das alterações aos regulamentos de risco avaliados como eficazes para um correto controlo e mitigação dos riscos
da instituição no conjunto das suas atividades e sucursais.
Riscos financeiros: os riscos financeiros a que o Banco se encontra exposto são alvo de análise e acompanhamento
mensal e discutidos trimestralmente no Comité de Ativos e Passivos (ALCO). As análises efetuadas são sujeitas a
controlos de segundo nível realizados pela Direção de Risco.
Risco operacional: a responsabilidade específica para a gestão deste risco está atribuída à Área de Controlo
Permanente e Risco Operacional, que reúne, trata e acompanha os eventos de risco. Para além do acompanhamento
regular, o risco operacional é trimestralmente discutido em Comité de Controlo Interno (CCI).
As principais responsabilidades da Área de Controlo Permanente e Risco Operacional são:
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Elaboração e gestão do dispositivo de matriz de riscos transversais aos processos de negócio do Banco. Este
dispositivo permite identificar e tipificar, de acordo com as principais categorias, os vários riscos dos
processos de negócio de modo a que sejam efetuados controlos que garantam a sua mitigação. O conjunto
de matrizes de risco e controlos associados são a base da framework do sistema de controlo interno
implementado;
Operacionalização das funções de controlo – identificação de imposições internas e externas, verificação
do cumprimento e follow-up das abordagens desenvolvidas;
Alinhamento da Organização e colaboradores com os regulamentos internos e das entidades reguladoras;
Conceptualização da estrutura do controlo interno da Instituição - na ótica de identificação de riscos e
definição/implementação de abordagens de controlos, estabelecendo uma relação direta com o Conselho
de Administração. Relativamente às Sucursais internacionais, existe um reporte funcional direto à Sede no
que respeita a matérias de planeamento das tarefas e execução dos planos de trabalho.
3.3. Âmbito e natureza dos sistemas de informação e de medição do risco
O Sistema de medição de Risco do Banco Primus assenta em processos definidos especificamente para cada classe
de risco, onde se adequa a importância relativa das mesmas na atividade da instituição, medida pela dimensão dos
impactos e pela possibilidade da sua ocorrência, à complexidade dos instrumentos que permitem acompanhar e
controlar esses riscos.
A gestão do risco de sistemas de Informação é assegurada pela Direção de Sistemas de Informação e Logística:
a) Avaliando constantemente a adaptação dos sistemas de informação existentes a novas necessidades e/ou
oportunidades;
b) Garantindo a integridade dos dados, impedindo por exemplo acessos não autorizados;
c) Assegurando a continuidade do negócio em casos de falha. Neste âmbito existe e é gerido regularmente o
Plano de continuidade do negócio.
No âmbito do plano de melhorias relativas aos sistemas de informação do Banco, durante o exercício 2015, foi
prosseguida a estratégia de desenvolvimento de soluções atinentes a incrementar os níveis de uniformização e
automatização de processos e procedimentos com os consequentes ganhos de eficácia e eficiência mas, igualmente,
dos níveis de serviços, a parceiros e clientes, que se traduz num incremento do valor percecionado para a marca. De
igual modo, estes desenvolvimentos constituem importantes fatores de mitigação dos eventos de risco operacional
e do impacto destes.
Os riscos são geridos tendo em conta a informação constante no depósito central de dados - Data Warehouse - nos
aplicativos operacionais, nas aplicações informáticas disponíveis a cada área funcional do Banco e em documentação
associada aos processos, contratos e clientes.
O processo de avaliação e controlo do risco é suportado entre outros, pelos seguintes instrumentos e/ou
metodologias:
ICAAP: Autoavaliação da adequação dos capitais interno aos riscos representativos da instituição, de acordo
com os princípios do Pilar II de Basileia II, assumindo-se o carácter prospetivo do exercício por inclusão do
Plano de negócios/Orçamento;
Capital Regulamentar: Considera as alterações impostas pelo quadro regulamentar prudencial de Basileia
III, cujos princípios estão definidos no Regulamento (EU) nº 575/2013 do Parlamento Europeu e do
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Conselho, de 26 de junho e a Decision establishing prudential requirements enviada pelo Banco Central
Europeu (BCE) ao Grupo BPCE, com data de 5 de dezembro de 2015, que estabelece o Common Equity Tier
1 capital ratio de 8,75% a observar por parte do Banco Primus a partir de 01/01/2016. Para apurar as
posições em risco nas carteiras de retalho e hipotecária, recorre-se ao método padrão para o risco de
crédito. Relativamente ao risco operacional, usa-se o método do indicador básico;
Os Planos de Financiamento e de Capital: requeridos periodicamente pelo Banco de Portugal
(trimestralmente até 2014 e anualmente em 2015);
Risk Appetite: Definição e monitorização de limites operacionais e de tolerância para cada tipologia de risco
significativo, que permite o acompanhamento periódico da posição real do risco do Banco face aos limites
estabelecidos e define os procedimentos a realizar em caso de não cumprimento dos limites, de modo a
garantir a promoção de ações corretivas;
Reporting de risco: Acompanhamento e evolução dos riscos, nomeadamente da qualidade do crédito global
e por segmentos de risco, de concentração e de exposição direta e indireta, em sede de Conselho de
Administração do Banco, nos Comités entre Direções e na gestão corrente do risco da atividade;
Perda Económica: Metodologia de cálculo da imparidade, constituído pelas estimativas de PD –
Probabilidade de ocorrência de default - e LGD – Perda dado o incumprimento, para cada unidade de
negócio;
Taxa de Juro: Acompanhamento regular dos mismatches de taxa de juro, através do método Repricing GAP,
de modo a assegurar o cumprimento dos limites de risco impostos pelo Grupo;
Liquidez: O risco de liquidez é medido através da análise mensal dos prazos residuais dos ativos e passivos
bem como através da elaboração de mapas de tesouraria a partir dos quais é possível gerir as necessidades
de financiamento de curto prazo;
Câmbio: O apuramento das posições de balanço por moeda permite medir o nível de exposição do Banco
em cada momento, o qual se encontra limitado a um nível máximo imposto pelo Grupo.
3.4. Políticas de cobertura e de redução do risco (incluindo estratégias e processos de
monitorização de eficácia – pontos 3.4 e 3.5 do aviso)
Risco de Crédito:
O Banco Primus não recorre a técnicas de compensação patrimonial e extrapatrimonial para redução do risco de
crédito, de acordo com o disposto no artigo 2º do Decreto-Lei nº 104/2007.
Existem mitigantes usados para o risco de crédito que, não constituindo técnicas elegíveis para redução do capital
interno, são extremamente relevantes no processo de avaliação de risco de crédito.
A mitigação das perdas e da possibilidade da ocorrência de incidentes de crédito é realizada com o recurso a diversos
instrumentos:
Garantias reais – nos produtos de base hipotecária;
Reservas de propriedade ou hipotecas no caso dos créditos de base automóvel;
Garantias pessoais – avales;
Outros: Seguros de vida ou Seguros de proteção ao crédito (que cobrem, entre outras, situações de
desemprego).
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As garantias reais, hipotecas sobre imóveis, são usadas nos cálculos necessários ao apuramento da exposição
ajustada, não por redução da exposição, mas na redução do ponderador da exposição.
O Banco Primus recorre a entidades especializadas na avaliação dos colaterais no momento da análise do
financiamento, e posteriormente, de acordo com as regras estabelecidas pelas Entidades de Supervisão e regras
internas ou sempre que existir uma alteração significativa da envolvente de mercado ou do cliente relacionado com
a garantia.
O Banco Primus promove ainda a aquisição, por partes dos clientes, de seguros de vida e seguros de proteção de
pagamentos que asseguram o reembolso das suas obrigações creditícias durante um período de tempo determinado
e de acordo com pressupostos pré-estabelecidos e condições contratualizadas.
O risco de crédito é igualmente avaliado em situações extremas, recorrendo-se a metodologias de Stress Testing e
Reverse Stress Testing. São assim elaboradas semestralmente análises de sensibilidade e anualmente os cenários
baseados em hipóteses excecionais, cujo objetivo é o de mensurar os impactos resultantes de alterações de fatores
nos riscos considerados como mais relevantes na instituição.
Permite-se assim avaliar impactos potenciais na adequação dos fundos próprios e resultados do Banco. Estes
impactos são avaliados de acordo com as rubricas contabilísticas que seriam afetadas pelos cenários/análises de
sensibilidade consideradas.
A gestão da concentração de risco de crédito é também usada como um mitigante pró-ativo de redução de risco de
crédito.
Risco de Liquidez:
O Plano de Contingência de Liquidez, aprovado pelo Conselho de Administração do Banco e parte integrante do
Plano de Continuidade do Negócio, tem como principal objetivo apresentar o plano de ação a seguir em eventuais
contextos de contingência financeira que o Banco Primus possa enfrentar no desenvolvimento da sua atividade.
Este plano é entendido como um processo de sistematização de procedimentos que terão de ser seguidos ou
ativados em resposta a uma situação de crise, com o objetivo de garantir o contínuo funcionamento do Banco e de
assim evitar interrupções da atividade - incapacidade a conceder novas operações de financiamento - bem como de
minorar os impactos no modelo de rentabilidade do Banco.
O documento refere especificamente os seguintes aspetos:
Descrição detalhada dos órgãos internos e respetivas responsabilidades a assumir em situações de crise de
liquidez, nomeadamente:
o Conselho de Administração;
o Comité de Ativos e Passivos (ALCO);
o CEO;
o Equipa de Gestão de Crises.
Definição de cenários / contextos de mercado que possam provocar eventuais crises de liquidez para o
Banco Primus e respetivo plano de ação a ser seguido para cada uma dessas situações, nomeadamente uma
divisão em 3 níveis de impacto:
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o Prudente: Situação que, embora provoque um reduzido impacto no modelo de rentabilidade do
Banco a curto prazo, evidencia sinais de possíveis fraquezas de liquidez a médio prazo;
o Grave: Situação com impacto elevado no modelo de rentabilidade do Banco ou que condiciona o
plano de crescimento futuro;
o Crítico: Situação de rutura de liquidez ou que coloque em causa a continuidade do negócio do
Banco.
Avaliação e quantificação do impacto de cada um dos cenários no modelo de rentabilidade do Banco.
Risco de Taxa de Juro:
As técnicas utilizadas para mitigação do risco de taxa de juro consistem na avaliação mensal dos ativos e passivos
sensíveis à taxa de juro. Os Gaps calculados conforme descrito acima são acompanhados pela equipa de ALM e
discutidos internamente com o CEO, sendo aplicadas as medidas corretivas adequadas, após aprovação em ALCO,
sempre que necessário. O Banco está sujeito a limites internos de Gaps impostos pelo acionista, sendo que com uma
periodicidade trimestral são realizadas reuniões – designadas ALCO – nas quais são analisados os Gaps e as análises
de sensibilidade.
Risco de Taxa de Câmbio:
As técnicas utilizadas para mitigação do risco cambial consistem no apuramento mensal do balanço da Sucursal na
Hungria nas diferentes moedas e na monitorização dos eventuais Gaps existentes, os quais são minimizados através
de prossecução de uma política de cobertura que consiste na constituição de responsabilidades em montante e
moeda equivalentes àquela em que se encontra denominado o respetivo ativo, quer através da
contratação/amortização de linhas de funding na moeda desejada, quer através da contratação de derivados
financeiros, swaps cambiais, sempre que tal não seja possível.
Risco Operacional:
O controlo dos riscos de base operacional é uma preocupação que tem merecido um especial enfoque de todos os
colaboradores do Banco, tendo já sido desenvolvidos e colocados em prática um conjunto alargado de sistemas de
controlo que permitem mitigar os riscos mais relevantes relacionados com a atividade principal do Banco.
São fatores mitigadores de risco os abaixo indicados:
Existência de uma equipa altamente especializada e com experiência comprovada, de conferência de
informações e documentos na Sede do Banco e em cada uma das Delegações Regionais;
Cobrança das prestações associadas aos contratos de crédito e cobrança de valores vencidos quase
exclusivamente por débito direto, o que introduz um elevado grau de controlo e mitigação de riscos associados
ao tratamento de valores em numerário;
Os pagamentos a fornecedores e a prescritores são verificados individualmente e autorizados por procuradores
do Banco;
Regulamentos e procedimentos internos existentes na rede informática interna do Banco –Intranet, que estão
disponíveis a todos os colaboradores;
Realização de auditorias internas;
Utilização de mecanismos de controlo de 1º e 2º nível sobre os processos críticos;
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Formação interna regular adequada à evolução das atividades e controlos de prevenção de fraude, e reuniões
regulares com as sucursais, onde as boas práticas são disseminadas pela Instituição, constituindo um forte
mitigador de Risco Operacional;
Existência, desde 2010, de uma função dedicada ao despiste de todas as situações que suscitem dúvidas no
processo de aprovação de crédito e conferência documental - Prevenção de Fraude - e estudo de situações
equivalentes em carteira, e que resultou na implementação e atualização de procedimentos de prevenção de
fraude com resultados efetivos nas carteiras de crédito subsequentes.
A consolidação do processo de identificação e catalogação de eventos de risco operacionais na instituição é
representada pelo seu adequado registo na base de dados ORSYS - Operational Risk System, sendo assegurada por
um processo de revisão realizado pela Área de Controlo Permanente e Risco Operacional do Banco, processo esse
que promove a disseminação de informação sobre a mitigação de eventos por todos os Departamentos, Delegações
e Sucursais do Banco.
O Perfil de Risco Operacional do Banco Primus representa o grau de tolerância face aos riscos de carácter operacional
em que incorre no decurso normal da sua atividade, de acordo com a severidade e recorrência destes.
Este fator de tolerância, relacionado também com a complexidade e sofisticação dos sistemas de controlo
implementados no Banco, resulta da análise entre o custo de tratamento de um evento identificado - recolha, análise
e mitigação por implementação de controlo ativo - e a perda esperada decorrente desse mesmo evento.
Nesse sentido, o Conselho de Administração do Banco Primus promove e assegura ainda que existem as ferramentas
e processos de controlo dos riscos avaliados como relevantes, nomeadamente nas seguintes áreas:
Mitigação ou controlo de todos os riscos de fraude externa, interna ou erros de carácter operacional
relativamente às operações de gestão que envolvam contrapartes e fornecedores;
Segregação de funções a todos os níveis do Banco, com destaque nas que resultam em movimentos monetários
associados à atividade de concessão de crédito, tomadas de decisão de crédito e escolha de fornecedores de
equipamento e serviços;
Reporte obrigatório da informação financeira ou outra, às autoridades externas de supervisão e aos acionistas;
Adequação das operações bancárias às normas legais e regulamentares, bem como às orientações e normativos
internos emanados da Administração;
Existência do Plano de Continuidade do Negócio e Disaster Recovery Plan, bem como a qualidade dos aplicativos
de gestão e dados armazenados nos sistemas de informação;
Gestão dos ativos do Banco, para que os colaboradores exerçam as suas atividades de forma coerente com os
objetivos traçados, bem como a constituição das provisões contabilísticas como forma de proporcionar-se uma
adequada substituição ou atualização desses ativos;
A prevenção de atividades de branqueamento de capitais e de financiamento a ilícitos ou terrorismo;
Manutenção de provisões relacionadas com eventos de risco de reputação, estratégia, de Compliance ou de
risco de sistemas de informação, sempre que seja avaliado como prudente a constituição destes valores.
Durante o ano de 2015, há a destacar os seguintes desenvolvimentos no âmbito da gestão do Risco Operacional:
Implementação de uma nova ferramenta denominada OR.Sys que visa realizar a gestão integrada dos riscos
operacionais tendo por base as necessidades outrora identificadas;
Implementação de um aplicativo interno de gestão de fraude de fraude externa;
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Realização de ações de formação para disseminar a cultura de risco operacional pelo Banco e com enfoques
específicos (Fraude) ou mais geral (Formação geral sobre Risco Operacional);
Implementação de Key Risk Indicators de Risco Operacional;
Realização de exercícios de RSA (risk-self-assessement) para os processos com maior antiguidade;
Desenvolvimento de iniciativas e primeiros contactos com o Banco de Portugal, visando preparar a adoção do
standardised approach (TSA), no que toca ao cálculo dos requisitos de fundos próprios.
ANEXO III - Adequação de Capitais
1. Secção A - Informação Qualitativa
1.1. Síntese das principais características das diferentes rubricas e componentes dos fundos
próprios
Os fundos próprios do Banco são apurados de acordo com o quadro normativo CRR/CRD IV (Regulamento EU nº
575/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho), incluindo as suas disposições transitórias.
Os principais elementos que constituem os fundos próprios de nível 1 do Banco Primus, a 31 de Dezembro de 2015,
são o capital próprio e as reservas elegíveis, aos quais são efetuadas as devidas deduções de acordo com as
respetivas disposições transitórias. À data de 31 de Dezembro de 2015, o Banco detinha fundos próprios totais de
49,4 M€, totalmente referentes a fundos próprios de nível 1 .
O nível de Fundos Próprios tem evoluído de acordo com a atividade do Banco Primus e de modo a permitir:
Manter num nível adequado os Capitais Próprios do Banco, afetados pela evolução do incumprimento de
produções de crédito hipotecário mais antigas;
Garantir o cumprimento dos níveis de rácios de capital/solvabilidade regulamentares;
Dotar o Banco Primus da estrutura financeira adequada ao seu plano de crescimento;
Cumprir com as referências determinadas pelo Conselho de Administração do Banco em matéria de Capital
Interno no âmbito do ICAAP.
1.2. Síntese do método utilizado pela instituição para a auto-avaliação da adequação do capital
interno
Principais pilares dos processos de gestão e acompanhamento do capital interno e dos riscos
O Conselho de Administração do Banco Primus acompanha regularmente a evolução do capital interno, bem como
dos cenários prospetivos por intermédio do seu Business Plan e Stress Tests e aprova as medidas que considera
pertinentes e adequadas para cumprir com os níveis mínimos regulamentares e com os níveis de capital interno.
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São exemplos deste acompanhamento o atual esquema de Comités internos do Banco Primus, entre o próprio Banco
Primus e a estrutura de gestão e decisão do CFF, onde especificamente são abordados os rácios de capital, a sua
evolução e a relação com o perspetivado no orçamento, bem como a evolução de todos os riscos do Banco.
Existe um processo formal de suporte ao planeamento das necessidades de capital da Instituição, que define os
objetivos em termos de rácios de capital regulamentar, o horizonte temporal usado para as estimativas efetuadas e
os instrumentos de capital a considerar. É igualmente efetuado um follow-up destes indicadores nas reuniões do
Conselho de Administração.
Adicionalmente, através dos processos de gestão de riscos (identificação, avaliação e monitorização), existe uma
vertente de gestão de Risco de Liquidez e Risco de Taxa de Juro que é acompanhada trimestralmente pelo Comité
de Gestão de Ativos e Passivos – ALCO, através dos relatórios de gestão produzidos e na preparação do Business
Plan da Instituição, onde é analisado o impacto em fundos próprios resultante do crescimento estimado da atividade
e evolução do incumprimento.
Assim sendo, o acompanhamento, controlo e avaliação de capital interno / fundos próprios regulamentares e a
gestão de riscos assentam essencialmente em 4 pilares temporais fundamentais, nomeadamente:
Definição e planeamento anual no Conselho de Administração:
Anualmente, o Conselho de Administração avalia e aprova o orçamento anual do Banco Primus no qual
estão refletidas as orientações de atividades e os meios disponibilizados (necessidades de financiamento e
de fundos próprios) para o próximo ano.
Avaliação do Capital Interno no âmbito dos Stress Test:
O método de avaliação dos níveis de capital interno integra a realização de testes de esforço no cenário
prospetivo para os dois anos subsequentes ao do relatório ICAAP, e tem como objetivo a mensuração do
impacto de cenários adversos sobre o consumo de capital da Instituição.
Os resultados dos referidos Stress Test são apresentados, avaliados e aprovados pelo Conselho de
Administração do Banco, que poderá desencadear ações de correção em caso de necessidade.
Avaliação Regular dos Funding and Capital Plans:
Os Planos de Financiamento e de Capital, requeridos periodicamente pelo Banco de Portugal, são
apresentados, avaliados e aprovados pelo CFF e pelo Conselho de Administração da Instituição.
Acompanhamento contínuo através da realização de reuniões do Conselho de Administração e de
Comités.
Procedimentos de governo interno que sustentam a autoavaliação do Capital Interno
A gestão de fundos próprios tem como finalidade ser convergente com os objetivos de alto nível, de forma a garantir
uma tomada de decisão estratégica que considera o perfil de negócio, de risco e de controlo do seu Conselho de
Administração, usando o Processo de Auto-avaliação da Adequação do Capital Interno (ICAAP), sobretudo em
termos de análise das exposições ao risco e impactos em capital atuais e prospetivos.
O relatório relativo ao ICAAP é formalmente aprovado em Conselho de Administração, que assim reconhece e aprova
o nível de capital interno da instituição, bem como a adequação dos processos de gestão do capital interno e da
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gestão dos riscos. É também dada relevância ao reporte de deficiências do ICAAP elaborado pelo Departamento de
Auditoria Interna.
Considerando os critérios de proporcionalidade e dimensionamento assumidos na conceção do Processo de ICAAP,
o Banco Primus tem como objetivo assegurar o controlo de capital interno, incidindo na análise das exposições ao
risco e respetivos consumos de fundos próprios, incluindo os exercícios de testes de esforço e análise de cenários.
Para sustentar qualitativa e quantitativamente a gestão de fundos próprios, nomeadamente no que concerne à
adequação dos princípios, pressupostos e metodologias, e bases informacionais implícitas, o processo está
alicerçado no seguinte workflow:
A política de gestão de capital interno é da responsabilidade do Conselho de Administração, que o avalia para efeitos
da realização do ICAAP.
O Conselho de Administração efetua um acompanhamento regular do capital regulamentar, providenciado pela
Área Financeira do Banco e analisados em sede própria. Pretende-se assegurar que são tomadas as medidas
necessárias para que os fundos próprios sejam adequados às necessidades atuais e prospetivas do Banco e aos níveis
regulamentares exigidos pelo Supervisor.
Nos últimos anos, a Direção de Risco foi o Órgão responsável pela elaboração e reporte do relatório anual ICAAP,
sendo este processo auditado internamente de forma independente pelo Departamento de Auditoria Interna do
Banco, que deteta eventuais insuficiências e possibilidades de melhoria do processo.
Definição dos pressupostos e metodologias relacionados com a avaliação de capital interno.
O método de autoavaliação da adequação do capital interno referente a 2015 integra o carácter prospetivo do
exercício de acordo com as orientações constantes no Pilar II do Acordo de Basileia II, ainda com a inclusão da
realização de testes de esforço – Stress Tests – no cenário prospetivo, tendo como objetivo a mensuração do impacto
de cenários adversos sobre o consumo de capital da instituição, refletindo os vários riscos considerados como
significativos pelo Banco Primus.
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O quadro abaixo sintetiza as metodologias aplicadas para cálculo dos montantes de posições em risco, associados a
cada risco anteriormente identificado, para efeitos do capital interno:
RISCOS PAÍS PRODUTOS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO / QUANTIFICAÇÃO
RISCO DE CRÉDITO
Portugal
Espanha
Hungria
Hipotecário/ Automóvel
Método Standard Basileia II Os montantes de posições em risco para risco de crédito são calculados em função dos riscos relevados no ativo do Banco e em elementos extrapatrimoniais, e mitigados em função dos colaterais apresentados, sendo utilizado o método padrão para o seu apuramento.
RISCO OPERACIONAL Hipotecário/ Automóvel
Método do Indicador Básico
RISCO IMOBILIÁRIO (Ativos em Balanço)
Hipotecário Dedução a Fundos Próprios do impacto no RL a 12 meses da desvalorização de 15% dos ativos
RISCO DE TAXA DE JURO Hipotecário/ Automóvel
Dedução a Fundos Próprios do impacto de +200 pb de deslocação paralela curva de taxa de juro (Resultado do exercício da Instrução 19/2005)
RISCO DE TAXA DE CÂMBIO
Hipotecário/ Automóvel
Método Standard Basileia II
RISCO DE LIQUIDEZ Hipotecário/ Automóvel
Não aplicável
RISCO DE MERCADO Hipotecário/ Automóvel
Não aplicável
Horizonte temporal considerado para os cálculos:
- Âmbito Business Plan do Banco Primus para o ano N: N, N+1 e N+2.
- Âmbito Stress Test realizado no ano N: N+1 e N+2;
Metodologia de agregação de riscos:
Para efeitos do exercício de agregação dos riscos no ICAAP, os modelos e técnicas atuais de medição do
capital interno não contemplam o efeito positivo de diversificação, sendo usado o método da adição
simples dos riscos.
O acompanhamento da evolução da adequabilidade dos fundos próprios e dos respetivos rácios de solvabilidade é
efetuado de uma forma regular ao longo do ano, através da identificação dos desvios face às projeções efetuadas e
transcritas no Orçamento, assegurando a cobertura das exigências regulamentares da atividade - nomeadamente
no que se refere aos rácios de solvabilidade - como também as necessidades estratégicas do crescimento suscetíveis
às alterações do mercado.
1.3. Método utilizado para apurar a adequação de fundos próprios ao nível do conglomerado
financeiro
Esta situação não é aplicável ao Banco Primus.
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2. Secção B - Informação Quantitativa / Modelos
2.1. Para efeitos de fundos próprios:
Valores em euros
2015 2014
Fundos Próprios 49 387 285 55 296 975
Fundos Próprios Principais de Nível 1 (CET1) 49 387 285 51 534 217
Fundos Próprios Principais de Nível 1 (antes das deduções regulamentares) 52 186 283 52 336 715
Instrumentos de capita l elegíveis 99 000 000 99 000 000
Capita l rea l izado 99 000 000 99 000 000
Resultados retidos (46 442 319) (46 322 718)
Resultados do úl timo exercício (46 442 319) (46 286 809)
Resultado elegível do exercício em curso - (35 909)
Outro rendimento integra l acumulado (446 447) (415 616)
Outras Reservas 75 049 75 049
Deduções aos Fundos Próprios Principais de Nível 1 (2 798 998) (802 499)
Ativos intangíveis (227 874) (152 290)
(762 630) -
(498 795) (41 048)
Deduções aos Fundos Próprios Adicionais de Nível 1 (FPA1) que excedem os FPA1 (1 309 699) (609 161)
Fundos Próprios Adicionais de Nível 1 (T1) - -
Fundos Próprios de Nível 2 - 3 762 758
Ajustamentos para risco de crédito - 4 535 712
Deduções exigidas pelas medidas nacionais sujei tas a remoção gradual - (772 954)
Ativos por impostos di feridos que dependem de rentabi l idade futura, não originados por
di ferenças temporárias (l íquido do respetivo imposto pass ivo)
Ativos por impostos di feridos que dependem de rentabi l idade futura, originados por di ferenças
temporárias (l íquido do respetivo imposto pass ivo)
Adequação de Capitais
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2.2. Para efeitos de requisitos de fundos próprios:
Valores em euros
Importa salientar a redução das “posições em risco garantidas por hipotecas sobre bens imóveis” e “em situação de
incumprimento” explicada sobretudo pela referida cessão de créditos non-performing com garantia hipotecária em
Portugal, realizada no final de 2015.Esta operação explica também o incremento dos “outros elementos”, uma vez
que o recebimento da venda só ocorreu em Janeiro de 2016.
2015 2014
Requisitos de Fundos Próprios 415 111 294 426 116 827
Para risco de crédito de contraparte, risco de redução dos valores a receber e risco de entrega 355 789 538 362 307 205
Método Padrão 355 789 538 362 307 205
Classes de risco no Método Padrão, excluindo pos ições de ti tularização 355 789 538 362 307 205
Pos ições em risco sobre admnistrações centra is ou bancos centra is - -
Pos ições em risco sobre admnistrações regionais ou autoridades loca is - -
Pos ições em risco sobre entidades do setor públ ico - -
Pos ições em risco sobre bancos mul i tlatera is de desenvolvimento - -
Pos ições em risco sobre organizações internacionais - -
Pos ições em risco sobre inti tuições 2 149 570 710 392
Pos ições em risco sobre empresas - -
Pos ições em risco sobre a carteira de reta lho 193 259 632 195 087 556
Pos ições em risco garantidas por hipotecas sobre bens imóveis 65 184 911 76 137 190
Pos ições em risco em s i tuação de incumprimento 37 430 502 56 376 473
Pos ições em riso associadas a ri scos particularmente elevados - -
Pos ições em risco sob a forma de obrigações cobertas - -
Elementos representativos de pos ições de ti tularização - -
Pos ições em risco sobre insti tuições e empresas com uma aval iação de crédito de CP - -
Pos ições em risco sob a forma de ações ou UPs em organismos de investimento coletivo (OIC) - -
Pos ições em risco sobre ações - -
Outros elementos 57 764 923 33 995 594
Para risco de líquidação - -
Para riscos de posição, riscos cambiais e riscos sobre mercadorias - -
Método Padrão - -
Instrumentos de dívida - -
Ti tulos de capita l - -
Riscos câmbia is - -
Riscos sobre mercadorias - -
Para risco operacional 59 321 755 63 809 622
Método do Indicador bás ico 59 321 755 63 809 622
Método Standard - -
Métodos de Medição avançada - -
Para despesas gerais fixas - -
Outros requisitos de fundos prórpios - -
Adequação de Capitais
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2.3. Para efeitos da adequação de capitais:
Valores em euros
ANEXO IV - Risco de Crédito de Contraparte
Esta situação não é aplicável ao Banco Primus.
ANEXO V-A - Risco de Crédito
O risco de crédito no Banco Primus é definido como a possibilidade de incumprimento das obrigações contratuais
das suas contrapartes nas operações financeiras.
A exposição ao risco de crédito da contraparte é especificamente limitada em grandes linhas pela política de risco
transcritas para os regulamentos de crédito, de concentração de risco de crédito e pela observação dos Limites
Internos de Exposição. Os limites são transpostos operacionalmente pelos regulamentos de crédito, especificamente
nas alçadas de decisão, regras, limites e exclusões, constando nas aplicações informáticas do Banco.
1. Secção A - Informação Qualitativa
1.1. Definições para efeitos contabilísticos:
Para efeitos contabilísticos e de cálculo de posições em risco, são consideradas as seguintes definições:
Crédito vencido e em overdue: São considerados como crédito vencido, para efeitos contabilísticos, todos os
montantes envolvidos em obrigações contratuais que registem qualquer atraso no pagamento face à sua normal
data de vencimento. Os juros de mora são contados desde o primeiro dia de atraso. Um crédito é considerado em
overdue se estiver vencido há mais de 30 dias.
Crédito em incumprimento (default): Definem-se por créditos em incumprimentos todos os contratos com crédito
vencido há mais de 90 dias, acrescido do crédito de cobrança duvidosa, apurado nos termos do Aviso nº 3/95 do
Banco de Portugal.
2015 2014
Rácio CET1 11,9% 12,1%
Excesso (+)/Insuficiência(-) de CET1 30 707 277 32 358 960
Rácio T1 11,9% 12,1%
Excesso (+)/Insuficiência(-) de T1 24 480 607 25 967 207