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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – UFRGS
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS – IFCH
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Dionysius Dias de Mattos
A INFAME ACADEMIA:
A HISTÓRIA DA ESCOLA DAS AMÉRICAS SOB A DOUTRINA DE SEGURANÇA
NACIONAL NA AMÉRICA LATINA. (195919!9"
Porto Alegre2013
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – UFRGS
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS – IFCH
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
A Infame Academia:
A história da Escola das Américas so a Doutrina de !eguran"a #acional na América $atina%&1'(')1'*'+
,raalho de conclus-o de .urso a/resentado como
reuisito /arcial /ara a oten"-o do ttulo de
$icenciatura em istória /elo curso de istória da
4ni5ersidade 6ederal do 7io 8rande do !ul
&4678!+%
9rientador: Enriue !erra Padrós
Porto Alegre
2013
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Dionysius Dias de Mattos
A Infame Academia:A história da Escola das Américas so a Doutrina de !eguran"a #acional na América $atina%
&1'(')1'*'+
,raalho de conclus-o de .urso a/resentado como
reuisito /arcial /ara a oten"-o do ttulo de
$icenciatura em istória /elo curso de istória da
4ni5ersidade 6ederal do 7io 8rande do !ul
&4678!+%
A/ro5ado em 12 de Deemro de 2013%
;A#.A E
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>
E assim prosseguimos, botes contra a corrente,impelidos incessamente para o passado.
F. S#$%% F&%')*+,-
E, por falar em pessimismo, naquela aindaindecisa mas já histórica manhã de 2 de abril de 196,
ou!i, no "argo dos #edeiros, um !elho di$er a outro%&' coisa não pode estar boa( 'nda muita gente de cara alegre...)
M*&$ /0&%++ – H&2%3*&+
IN4FA4ME
1. /0) $ %)6 7$+ 8+6+.. /0) *+%+ &8;6&+2.
)%$= %$*).
*e !oc+ capa$ de tremer de indigna-ão a cada !e$ que se comete uma injusti-a no mundo,então somos companheiros.
C?)
or !oc+s, at aqui.
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(
AGRADECIMENTOS
!e n-o hou5esse o /assado n-o lemraria% !e n-o hou5esse a lemran"a minhaconce/"-o seria um ato ualuer% !e n-o hou5esse um ato n-o /oderia te chamar de m-e
nem de /ai% !e n-o ti5esse chamado 5oc?s assim n-o teria 5oc?s minhas irm-s% !e meus /ais
n-o ti5essem lutado n-o estaria aui%
Esti5esse alienado do mundo e n-o 5eria as suas engendra"@es% #-o 5eria a luta
n-o /erceeria os traalhadores mantendo as institui"@es em ue estudei%
Esti5esse alienado muito menos teria os milh@es de ara"os doces a/ertados e
necessrios de /rofessores% $utadores% !onhadores% ;atalhadores%Buisera o acaso em algum lugar ou lugar nenhum ue esti5esse hoCe no caminho da
luta /ela educa"-o% $uta% Em meu af- 5eCo a Prof% 7ita e o Prof% #ilo com as m-os em meus
omros o tem/o todo diendo: 5ai% !into o tem/o todo o amor de minha famlia /edindo:
lute% A 5oc?s agrade"o%
.omo agrade"o ao acaso Acaso ue me deu a /ossiilidade de di5idir o mundo com
/essoas sonhadoras e amigas% Essa /ala5ra% Deri5ada da amiade% ,-o ligada ao com/leo
amor sem ele n-o teria tais amigos e amigas% A 5oc?s agrade"o% Em es/ecial Fueles uesaem cada detalhe de minha 5ida cada eco e lairinto% #essa hora 5oc?s s-o meu facho de
lu% Minha insist?ncia em lutar% Em n-o esuecer%
,amém fieram acontecer essa caminhada% Agrade"o e nem uero /ensar no Gse
n-o hou5esseH% Prefiro /ensar nas m-os amigas de meu séuito 5ora o .anh-o Arafat% Aro
meu cora"-o ao /ensar nos !ócios% !ociedade dos !ócios% iro com a alegre com/anhia de
meu raro irm-o o 8igante% ,eimo em uerer 5er 5oc?s felies Ana .arol Micha e $éo%
Agrade"o /rinci/almente a confian"a e esfor"o hercJleo de um /rofessor ue
aceitou a terr5el tarefa de me orientar% Professor Padrós muito origado% oc? re/resenta a
conclus-o dessa eta/a de minha 5ida origado /or n-o deiar arrefecer minha 5ontade de ser
/rofessor e com/reender o /assado%
Aos meus heróis e heronas Fs minhas caras lutadoras e aos meus caros lutadores
em es/ecial a mais lutadora de todas auela ue escolhera n-o deiar Camais eu falhar comigo
mesmo Gse n-o hou5esseH 5oc? minha Preta 5ai saer onde estaria%%%
.om amor a todas e todos%
Dionysius Dias de Mattos
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K
RESUMO
Este traalho tem /or oCeti5o analisar a rela"-o entre a história da Escola das
Américas institui"-o criada /ara o treinamento de militares e ci5is latinos americanos na
Lona do .anal do Panam &território estadunidense+ no conteto imediatamente anterior e
simultneo de ditaduras ue adotaram a Doutrina de !eguran"a #acional% 9 recorte tem/oral
/ri5ilegia a mudan"a do /erfil da Escola a/ós a 7e5olu"-o .uana ue reconfigurou os
interesses dos E4A /ara a América $atina e com/reende ainda o /erodo ue 5ai até 1'*'
ano ue se encerra as Jltimas ditaduras militares latino)americanas e tamém ano do inicio de
cam/anhas /elo fechamento em definiti5o da Escola das Américas% A traCetória desta oscura
institui"-o é recu/erada atra5és dos manuais de aula ue 5ieram a /Jlico em 1''K atra5és
dos uais mostrara)se o conteJdo ue ali era ministrado aos militares latino)americanos%
Entender a história da G4%!% Army !chool of ,he AméricasH é retirar do anonimato uma
academia ue treinou mais de K0 mil /essoas em toda sua eist?ncia onde muitas ser5iram ao
im/erialismo norte)americano e esti5eram ser5indo nas 6or"as Armadas de ditaduras ue em
mutos casos im/lantaram ditaduras e /romo5eram crimes de lesa)humanidade atra5és de
/olticas de terrorismo de Estado%
P+,+@*+2)#?+@): Escola das Américas N Doutrina de !eguran"a #acional N
.ontrainsurg?ncia N América $atina N Im/erialismo N Anticomunismo N 8uerra 6ria N
Estado 4nidos
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O
!4M7I9
I%*$-0$..........................................................................................................................
1. A I8+6) A#+-)6&+ $ C+6&?$ -+ S)0*++ N+#&$+,..........................................
1%1 N A origem da Escola e o conteto /ós)!egunda 8uerra Mundial%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
1%1%1 N A ona do canal a Doutrina Monroe o Panam% 9 Bue ha5ia antes da EscolaQ%%%%%
1%2 N 7e5olu"-o .uana e a mudan"a de estratégia estadunidenses /ara o continente%%
1%3 N A .onsolida"-o do ProCeto Anticomunista atra5és da Doutrina de !eguran"a #acional%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
. A E2#$,+ -+2 A6*+2 ) $ &6)*&+,&26$ )2%+-0&-)2).............................................
2%1 N 9 im/erialismo a ualuer custo As /rticas /ara louear insurg?ncias%%%%%%%%%%%%%%%%
2%2 N A G/entagonia"-oH das for"as armadas na América $atina%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
2%3 N A Doutrina de !eguran"a #acional e a Escola das Américas%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
N GInterrogaciónH e GmaneCo de fuentesH%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
C$#,02$............................................................................................................................
F$%)2 P)20&2+-+2.............................................................................................................
B&7,&$*+8&+..........................................................................................................................
ANEO 1 N Documentos oficiais%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
ANEO N .a/as dos manuais analisados%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%
9
19
20
20
2(
2*
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*
INTRODUÇO
9 fim da maior guerra de todos os tem/os esta5a /róimo e o mundo come"a5a a se
redesenhar% Antes os inimigos em confronto eram os Aliados e o Eio% A /artir do
enfrauecimento da Alemanha naista o /laneta 5iu duas su/er/ot?ncias di5idir o mundo
redesenhar sua geo/oltica e configurar o ue se denominou 8uerra 6ria%
#este conteto 5rias ases militares foram instaladas /elos E4A em 5rias /artes
do gloo /ara Custificar uma /retensa defesa do hemisfério do /erigo 5ermelho% Essas
treinaram soldados estadunidenses latinos americanos e de outras regi@es do mundo /ara as
mais di5ersas formas de a"-o élicas em inJmeras situa"@es e condi"@es naturais%
A/ro5eitando o território ue os Estados 4nidos domina5am desde o inicio do século
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'
considerados fundamentais /ara alinhar a dissemina"-o da ideologia comunista de acordo
com o !ecretrio da Defesa do go5erno Sennedy% Assim foram idealiadas di5ersas formas
de GatualiarH o oficialato latino)americano /ara diferentes /rticas militares desen5ol5idas no
ideal de manter a !eguran"a #acional dos /ases aliados do continente est5el%
Este traalho /ortanto tem /or oCeti5o traer a lu da história rasileira o ue
re/resentou o /a/el da Escola das Américas no /erodo ue se iniciou a modifica"-o da
estratégia dos Estados 4nidos /erante o G/erigo 5ermelhoH e conseuentemente surgimento
dos /ases ade/tos F Doutrina de !eguran"a #acional colocando como um /onto de
intersec"-o os métodos adotados /elas na"@es ue adotaram a /ostura de coo/era"-o ao ideal
estadunidense de desen5ol5imento das 6or"as Armadas%
Assim essa monografia /retende n-o só tra"ar a história da !9A mas tamém
a5aliar o ue re/resentou Fs traCetórias históricas de /ases latino)americanos como o ;rasil
/rinci/almente ue foram go5ernados /or ditaduras castrenses &mas tamém com interface
ci5il+ e tamém a5aliar a /artici/a"-o desta institui"-o no treinamento de milhares militares &o
clculo a/roimado é de mais de K0%>2* mil /essoas até o ano de 2000%1
!ore o recorte tem/oral escolhido /ara a /esuisa histórica ir se considerar o
inter5alo entre 1'(' a 1'*'% A /rimeira data est ligada a 7e5olu"-o .uana /onto
ne5rlgico da mudan"a estratégica dos E4A em rela"-o ao continente latino)americano
for"ando auele /as a di5ersas a"@es /ara im/edir ue seu /oder de influ?ncia econTmica
/oltica cultural e militar enfrauecesse% $ogo a !9A entra nesse /ro/ósito modificando as
conce/"@es de seu currculo% A segunda data é relacionada ao encerramento das Jltimas
ditaduras no cone sul .hile e Paraguay como tamém marca o inicio das contesta"@es a
Escola das Américas fruto de grandes /ress@es de mo5imentos sociais e entidades
/rogressistas ue gerou criticas /Jlicas /or /olticos no .ongresso estadunidense traendoa /Jlico as 5iola"@es ue a !9A aCudeou a disseminar% Porém a escola n-o fechou e
atualmente est /resente dentro do Estado da 8eórgia nos E4A% 9 es/a"o in5estigado é a
/ró/ria Escola das Américas como C citado no 6ort 8ulicR na Lona do .anal &território dos
Estados 4nidos+ e a rela"-o dessa institui"-o com militares ue /assaram /or ela e
incor/oraram a Doutrina de !eguran"a #acional nas ditaduras latino)americanas%
9 grande nJmero de traalhos no ;rasil sore o conteto do /ós)guerra
1 69< Ur% .arl ,%G,he 4%!% Army !chool of the Americas and 4%! #ational Interests in the 20th .enturyH%,hesis for the degree of Master of istory 6aculty of irginia Polytechnic and !ate 4ni5ersity% ;lacRsurgirginia% 2001%
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/rinci/almente no ue se refere F uest-o das ditaduras na América $atina é reconhecidoV
entretanto chamou aten"-o a constante /resen"a da GEscola das AméricasH em di5ersos
traalhos /ulicados%
9 interesse /elo tema surgiu em meio a um uestionamento /essoal do /oru? da
aus?ncia de um traalho eclusi5amente sore essa institui"-o militar% Isso ocorreu no
/rimeiro semestre de 2012 na disci/lina de istória da América I ministrada /ela
Professora .laudia Wassermann% A /ro/osta da disci/lina era ter um re5e /anorama das
e/eri?ncias de mo5imentos sociais de esuerda na América $atina a /artir da 7e5olu"-o
.uanaV cada estudante de5ia criar uma aula sore algum tema relacionado% Ent-o as
uest@es sore o GesuecimentoH da Escola das Américas tornaram)se ainda maiores sendo
encoraCado /ela /rofessora a le5ar mais afundo tal uestionamento e desen5ol5er uma aula
sore a história da !9A% Ao faer a /esuisa /ela internet foi encontrada uma 9#8
estadunidense &!9A WA,.+ ue atua /elo fechamento da Escola das Américas e ue
dis/oniiliara em formato digital di5ersos manuais de aula lierados em 1''K fruto da
/reocu/a"-o /or /arte do go5erno .linton com as 5iola"@es dos direitos humanos /resentes
nos documentos%2
Michael PollacR no famoso artigo sore história memória e esuecimento afere ue
eistem 5erdadeiras atalhas /elo /assado ha5endo memórias em dis/uta% A Gmemória
oficialH sore a !9A montada a /artir de documentos di/lomticos e acontecimentos
noticiados /or meios de comunica"-o n-o re5elam nada mais ue uma sim/les institui"-o ue
coo/era5a com o treinamento de milhares de militares e ci5is3% Porém a Gmemória
suterrneaH se mant?m aafada escondida /or con5eni?ncia ideológica> est sem/re a
/onto de 5ir F tona /or meio de lutas como a do Padre 7oy ;urgeous( ue fe de tudo /ara
denunciar a !9A% !e a memória da escola tende a ser enuadrada /elos meios oficiais num /rocesso seleti5o de fatosK cae o historiador uscar inter/retar essa luta entre história
esuecimento e memóriaV /ossiilitar /ontos de 5istas diferentes e garantir ue os registros
n-o se /ercam% Porém no caso das /olticas de memória ue en5ol5em ditaduras o
historiador em rela"-o ao direito a memória enfrenta a seguinte uest-o: ao elucidar a
2 Aneo 1 N er aneos3 P9$$AS Michael% Memória esuecimento sil?ncio% 7e5ista Estudos istóricos 7U 5% 2 n% 3 1'*'% /% >> Idem% /% ' 1'*'( Padre 7oy ;urgeous foi o res/ons5el /elo inicio da 9#8 !9A WA,. e tamém /ela luta /elo
fechamento da Escola das Américas desde o ano de 1'*'% Para saer mais encontra)se mais informa"@essore o /adre dis/on5el em: Xhtt/:YYZZZ%soaZ%orgY[ Acesso em 10Y10Y2013
K Idem% /%10% 1'*'
http://www.soaw.org/http://www.soaw.org/
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/artici/a"-o do Estado em a"@es ue afrontaram os direitos humanos /ode)se contriuir na
re5indica"-o do reconhecimento /Jlico de crimes na re5indica"-o de Custi"a e no
im/edimento ue continue a 5igorar no /assado o sil?ncio de atrocidades cometidasQ O ;uscar
entender o /a/el da !9A é traer aos /rofcuos estudos sore ditadura no ;rasil no5as
/ers/ecti5as e /rotagonismos antes desconhecidos da /o/ula"-o ue /ossam ser5ir aos
interesses da esfera /Jlica%
.om os conhecimentos C acumulados sore as formas de /rocedimento de
interrogatório e de contrainforma"-o aduiridos no transcorrer do .urso de istória o
cruamento destes documentos com a lógica da ditadura ci5il militar rasileira foi uest-o de
tem/o% A confirma"-o da aus?ncia de traalhos sore a !9A moti5ou ainda mais a iniciati5a
/or esta /ro/osta% Assim considera)se faer a rela"-o entre as a"@es desta institui"-o e as
/rticas adotadas /ara a contrainsurg?ncia /elos regimes militares gol/istas ade/tos dos
/receitos da Doutrina de !eguran"a #acional%
A demanda intrnseca ao traalho é traer mais e5id?ncias sore o /a/el da !9A
mas ela acom/anha uma desagrad5el sur/resa% #-o h em /ortugu?s traalhos sore a
Escola das Américas tendo esta institui"-o sem/re um tratamento tangencial e muito
su/erficial uando lemrada o ue gerou a necessidade do autor faer tradu"@es de tetos em
ingl?s /ara o /ortugu?s% A /rimeira estratégia /ara 5iailiar a /esuisa foi cercar o assunto
com a literatura em /ortugu?s dis/on5el e encaiar em traalhos conceituais sore
im/erialismo Doutrina de !eguran"a #acional militarismo entre outros% Esses assuntos
encontraram 5asta /rodu"-o acad?mica e intelectual no cenrio rasileiro% A segunda
alternati5a ue n-o ecluiu a outra foi recorrer Fs oras em lngua estrangeira e aui hou5e
outra sur/resa: a/arentemente o assunto te5e /oucos traalhos tamém no eterior%
Dos Estados 4nidos h tr?s traalhos eclusi5amente 5oltados a decifrar o /a/elhistórico da !9A os uais auiliaram e aCudaram com dados coletados nos E4A e
/ossiilitaram uma com/reens-o geral do cenrio em ue a escola esta5a localiada% 9
/rimeiro traalho é o de um historiador da 4ni5ersidade do Estado de irgnia .alr ,% 6o
UuniorV no mesmo a traCetória da Escola das Américas é a/resentada como uma re/resenta"-o
dos interesses da /oltica eterna dos Estados 4nidos na América $atina% #o traalho
intitulado G/he 0.*. 'rm *chool of the 'mericas and 0.*. ational 3nterests in the 24th
O ;A4E7 = .aroline !il5eira% 9 /a/el dos historiadores nas garantias dos direitos F memória F 5erdade e F Custi"a% 7e5ista AED9! 5% ( n% 12 2013% Dis/on5el em: Xhtt/:YYseer%ufrgs%rYaedosYarticleY5ieZY>0*3O[Acesso em 1*Y11Y2013
http://seer.ufrgs.br/aedos/article/view/40837http://seer.ufrgs.br/aedos/article/view/40837
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5enturH 6o crua dados e acontecimentos das administra"@es de /residentes
estadunidenses entre as décadas de >0 a '0% !eu traalho se constitui de tr?s /artes no ual a
/rimeira é relacionada a g?nese da escola como os conceitos de GDefesa do emisférioH% A
segunda /arte eamina mais atentamente as uest@es sore a rela"-o entre contrainsurg?ncia e
o go5erno Sennedy /rinci/almente atra5és de memorandos /residenciais% Esta /arte foi de
grande 5alia /ara o traalho /ois fornece im/ortantes informa"@es sore in5estimentos
financeiros e /resen"a de alunos na escola% 6inalmente a terceira /arte e/lora mais as
uest@es sore o deslocamento da sede da escola /ara o Estado da 8eórgia nos E4A a /artir
dos anos *0% Essa ora se a/oia es/ecialmente nas considera"@es de Martha uggins no li5ro
GPolcia e PolticaH* na rela"-o eistente entre o treinamento ue os Estados 4nidos
ministraram Fs 6or"as Armadas e /oliciais latino)americanos &desde a /artici/a"-o na II
8uerra Mundial+ configurada a /artir da ótica da doutrina"-o /oltica e ideológica 5isando
garantir s seguran"a dos in5estimentos econTmicos estadunidenses na regi-o% A /artir dessas
/remissas 6o desen5ol5e a ideia ue a escola era o Gcora"-oH das o/era"@es de
contrainsurg?ncia desen5ol5ida /ela cae"a os E4A'%
9utra ora ue tornou /oss5el a localia"-o de mais dados históricos sore a Escola
das Américas G/he 0.*. 'rm *chool of the 'mericas% #ission and olic during the 5old
ar H traalho do tamém historiador Da5id Marcus $auderacR da 4ni5ersidade do ,eas
da cidade de Austin% !ua ora /ossiilitou um maior contato com outros dados da traCetória da
!9A% $auderacR reconhece a aus?ncia de traalhos sore a !9A considerando ue G '
Escola das 'mricas, infeli$mente, recebeu apenas tratamento tangencial na literatura de
história diplomática e militar.H10% Ele segue um caminho semelhante ao /ro/osto neste
traalho se utilia de 5rias oras sore as rela"@es im/erialistas dos E4A com a América
$atina &diferente de 6o ue n-o usa a /ala5ra Gim/erialismoH /referindo sem/re ae/ress-o G/oltica eternaH+% $auderacR utilia)se do conceito de hegemonia de AntTnio
8ramsci /ara eem/lificar como a ideologia de !eguran"a #acional tomou conta das rela"@es
militares entre E4A e América $atina% Em rela"-o aos anos K0 o traalho a/resenta um
deate muito crtico sore o /a/el im/erialista dos E4A na regi-o as décadas de (0 K0 e O0
s-o o recorte tem/oral de sua anlise%
* 488I#! Martha Snisely% Polcia e /oltica: rela"@es Estados 4nidosYAmérica $atina% !-o Paulo .orteEditora 1''*%
' 69< Ur% .arl 9/% .it% /% 3010 ers-o 9riginal: G,he !chool of the Americas unfortunately has recei5ed only tangential treatment in the
di/lomatic and military history literature%H $A4DE7;A.S Da5id MarcusV ,he 4! Army !chool of theAmericas \electronic resource]: mission and /olicy during the .old War% 200>% /% 2(
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Por Jltimo em rela"-o aos traalhos de lngua estrangeira h a contriui"-o da
antro/óloga $esley 8ill ue atra5és de entre5istas com /rotagonistas da história da !9A
conseguiu demarcar o /a/el dessa escola na história e memória de 5iola"@es aos direitos
humanos em /ases como onduras El !al5ador ;ol5ia e Panam% A /esuisadora no li5ro
GEscuela de las Américas: entrenamiento militar 5iolencia /oltica e im/unidad en las
AméricasH de 1''' fa em seu li5ro uma crtica da /ró/ria memória coleti5a estadunidense
sore o /a/el do /as na manuten"-o de seu im/erialismo o ue resultou em terr5eis
conseu?ncias% A em/reitada de $esley 8ill se d atra5és da memória de /essoas ue ti5eram
suas 5idas mudadas /ela sanha inter5encionista norte americana no continente% A antro/óloga
tra a uest-o: G7or qu nos odian8. Esta ingenua pregunta sugiere que nunca eistió una
pasada agresión de EE 00, o que si la hubo, no fue intencional. "a pregunta apunta tambim
la incapacidad de muchos estadounidenses de mo!erse más allá de las irremediables ideas
pro!incianas que informan su !isión de los pueblos del mundoH11% Dentro desta /ro/osta de
reconhecer o /a/el dos E4A na América $atina esta ora /rolematia o micro e o macro
/artindo do conceito de im/erialismo norte)americano e o mal ue causou atra5és da !9A%
Porém cae ressaltar ue nenhum desses traalhos /artiu de uma anlise eclusi5a
sore os manuaisV todos os autores reconheceram a eist?ncia desses documentos /orém
o/taram traalhar com outras fontes% 9s manuais analisados neste traalho: G:uerra
re!olucionaria guerrillera e ideolog;a comunista), G5ontrainteligenciaH e os Manuais de
GInterrogaciónH e G #anejo de
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etc%+% .ontudo os manuais da !9A /o/ulariados em 5rios traalhos s-o de acesso /Jlico%
A ideia neste traalho é faer um GcruamentoH entre as fontes13 e a carga teórica
sore a D!# e o Im/erialismo dos Estados 4nidos /ara acrescentar no5as /ers/ecti5as ao
deate da influ?ncia estadunindense nos /ases da América $atina% Por ser um traalho de
história do tem/o /resente de5e)se considerar ue ainda h narrati5as e memória em dis/uta
/or isso /artir de documentos como os manuais concede ao traalho a /ossiilidade de traer
a /ers/ecti5a de uem /ensa5a a re/ress-o uem receia tais conhecimentos e de ue forma
era 5isto Go outroH nos manuais%
.ontanto como relacionar tais manuais com a história da Escola das AméricasQ Para
resol5er tal /rolema se escolheu alguns conceitos ue /oderiam ser achados em uma anlise
ualitati5a desses manuais% Encontra)se /ontos ue se cruam naturalmente na história do
continente no /erodo estudado com o conteJdo desses documentos como a Doutrina de
!eguran"a #acional e as /rticas im/erialistas da su/er/ot?ncia ca/italista% ,amém foram
utiliados alguns conceitos como o de G/entagonia"-oH /ara e/licar como os oCeti5os de
um /as hegemTnico se disseminaram na regi-o e interferiram nas 6or"as Armadas de outras
na"@es%1> Estas rela"@es en5ol5em os treinamentos de ci5is e militares /or /ases
im/erialistas como um método de garantir sumiss-o das 6or"as Armadas aos interesses do
/as ue concede o treinamento e doutrina%
!ore a Doutrina de !eguran"a #acional &D!#+ o/tou)se /or utiliar autores de
maties diferente e tamém de recortes tem/orais di5ersificados% 9s tr?s /rimeiros autores
/ulicaram seus li5ros nos anos O0 e de certa forma aCudaram a definir os entendimentos
sore a D!#% 4m autor e/licitamente althusseriano em sua anlise critica Eliéer 7io
9li5eiraV um ideólogo da ditadura Uosé Amaral 8urgel &ue tenta Custificar a D!# so um
/onto de 5ista mais acad?mico+V um autor cnone no assunto Uoseh .omlin refer?nciasore os estudos dessa doutrina e ue a/onta como foi estruturada e ada/tada em cada
situa"-o concreta% es/a"o tamém /ara dois autores mais atuais Enriue Padrós e #ilson
;orges ue rea5aliam o /a/el da doutrina nos regimes ditatoriais /rinci/almente 4ruguai
Argentina e ;rasil% ue lemrar ue o maior ideólogo e ade/to da D!# no ;rasil foi o
8eneral 8olery do .outo e !il5a1(%
13 6E7#A#DE! Ananda !im@es% Buando o inimigo ultra/assa a fronteira: as cone@es re/ressi5as entre aditadura ci5il)militar rasileira e o 4ruguai &1'K>)1'O3+% Disserta"-o &Mestrado em istória+% Porto Alegre:
4678! 200'%1> PAD7_! enriue !erra Padrós% As escolas militares dos Estados 4nidos e a /entagonia"-o das for"as
armadas da América $atina% 7e5ista 9utros ,em/os 5% 1 200O% /% 1O%1( 6E7#A#DE! Ananda !im@es% A reformula"-o da Doutrina de !eguran"a #acional /ela Escola !u/erior de
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1(
Para o tema do Im/erialismo dos E4A é im/ortante lemrar ue é um deate
astante com/leo /or causa da di5ersidade de autores e anlises% Desde as /rimeiras
incurs@es de $?nin sore o Im/erialismo h uma grande tradi"-o da esuerda ligada ao
marismo em teoriar a e/ans-o ca/italista dos /ases com altos n5eis de industrialia"-o%
A Escola das Américas sustancialmente tamém fa /arte desta condi"-o
im/erialista estadunidense C ue est aseada em um território de a5an"ada economia e
militar dos E4A sore a regi-o &e/ress-o concreta da e/ans-o desse /as na América
$atina+% Para estas uest@es en5ol5endo a dinmica do im/erialismo dos E4A h dois autores
essenciais neste traalho% 9 /rimeiro é arry Magdoff ue associa o conceito de
im/erialismo com o de militarismo o ue ser5e /ara faer a cone-o entre Escola das
Américas e im/erialismo% Para Magdoff:
9 salto dado no /ós)guerra na constru"-o do im/ério e a transi"-o da sociedadeamericana /ara o militarismo franco e declarado est-o associados a dois fenTmenos:1+ o deseCo de o/or)se Fs na"@es socialistas re/rimi)las e derrotar os mo5imentosnacionais ue ti5essem /or oCeti5o liertar /ases sudesen5ol5idos da de/end?nciada rede im/erialistaV e 2+ a am/lia"-o do /oder nacional /ara /reencher G5cuosdeiados /elo declnio da influ?ncia euro/eia ocidental e ni/Tnica na sia eAmérica $atinaH%1K
Magdoff caracteria o im/erialismo do século /% *31)*(K200'%
1K MA8D966 arry% A era do im/erialismo: a economia da /oltica eterna dos Estados 4nidos% !-o Paulo%ucitec 1'O*% /% 1K'
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na América $atinaH /ulicado em 1'O> li5ro em di5ersas /artes fica e5idente o otimismo do
autor /ara com as /ossiilidades do go5erno de Allende &o li5ro fora desen5ol5ido antes do
gol/e de 1'O3+ contanto 5isualia5a as inten"@es dos E4A em garantir ainda mais sua
hegemonia no continente1O% 9s a/ontamentos de Ianni aCudaram entender o /oru? da !9A ter
um /a/el fundamental no im/erialismo estadunidense no hemisférico ocidental%
9utro conceito)cha5e /ara a5aliar a rela"-o da !9A com a realidade histórica ue se
a/resentou no continente latino)americano é o de G/entagonia"-oH /rinci/almente nas
considera"@es de Enriue !erra Padrós ual é mostrado a e5olu"-o deste conceito até a ideia
de /adronia"-o das 6or"as Armadas na América $atina aos moldes ue os Estados 4nidos
/laneCa5am% Este conceito /ossiilitou relacionar as /rticas e estratégias da !9A com a
realidade /oltica estratégia dos E4A /ara com os /ases da regi-o ue en5iaram ci5is e
militares Fuela institui"-o%
Para organia"-o do traalho se di5idiu em tr?s ca/tulos% #o /rimeiro é recu/erado
a traCetória da !9A desde sua cria"-o nos anos >0 a rela"-o dela com a 5is-o de defesa
hemisférica dos E4A nauele /erodo% Por ser um tema no5o necessitou)se faer um ca/tulo
de contetualia"-o /elo fato de n-o ha5er nenhum traalho sore a !9A /or isso fatos
históricos ue ti5eram im/acto na escola como a uest-o do canal do Panam uest@es
/olticas estadunidenses ou a 7e5olu"-o .uana &elemento central ue ocasiona uma
mudan"a /aradigmtica na história da !9A+ s-o re5isitados /ara entender como auela
institui"-o tomou forma% Ainda em seu fim é a/reciada uma re5is-o teórica sore a Doutrina
de !eguran"a #acional% Esta defini"-o foi im/ortante /ara se ter uma delimita"-o teórica do
ue se /oderia encontrar nos manuais%
#o segundo ca/tulo s-o colocados em uest-o a/recia"@es sore o im/erialismo
norte)americano do século
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1O
se relaciona com a D!# e a Gres/osta fle5el%H
#o terceiro ca/tulo s-o feitas anlises sore os manuais C citados uscando traer
todo a/orte teórico acumulado desde o inicio do traalho /ara etrair a rela"-o entre !9A e a
D!# na América $atina% !-o uatro manuais analisados cada um com sua caracterstica% 9
manual G:uerra re!olucionaria guerrillera e ideolog;a comunista) tra formula"@es sore
uem é o inimigo a ser comatidoV o segundo G5ontra=inteligenciaH além de traer mais
informa"@es &de forte /ers/ecti5a ideológica da D!#+ sore o inimigo sintetia o
/ensamento as moti5a"@es ideológicas dos GinsurgentesH &as correntes de /ensamento
oriundas do marismo s-o os al5os /rinci/ais+V /or Jltimo o/tou)se /or traalhar com dois
manuais ao mesmo tem/o G #anuais de InterrogaciónH e G #anejo de
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1*
1. A INFAME ACADEMIA NO CAMINHO DA SEGURANÇA
NACIONAL.
Em 1'>K na surdina da II 8uerra Mundial surgia a !9A &de agora em diante+
dentro da ideia ue se desen5ol5eu nos Estados 4nidos sore a defesa da sociedade ca/italista
dos interesses do G/erigo comunistaH% Porém /ara ue se /ossa chegar na cria"-o da !9A é
/reciso faer um tra"ado da influ?ncia im/erialista da su/er/ot?ncia da América do #orte na
América .entral no Panam /ara ser mais eato ue data do século
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1'
1%1 N A 97I8EM DA E!.9$A E 9 .9#,E
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Dentro do es/rito de defesa do hemisfério cada 5e mais /resente na lógica dos
E4A na II 8uerra Mundial militares de /ases aliados aos E4A /assaram a ser con5idados
/ara /artici/ar dos treinamentos de guerra na sel5a no Panam sendo os /rimeiros militares
/anamenhos e militares da 8uatamela22% Aos /oucos outros /ases como o ;rasil foramcon5idados a en5iar militares ao treinamento militar na Lona do .anal /ara um e5entual
ataue do Eio Fuela regi-o%
A coo/era"-o militar entre os /ases aliados latino)americanos e os Estados 4nidos
tomou contornos oficiais com a Uunta Interamericana de Defesa em 1'>2% ,al Uunta o
oCeti5ou uma rela"-o mais estreita entre os militares de todo o continente dis/ostos a
coo/erarem na defesa do hemisfério de acordo com os interesses dos E4A é claro%
Até 1'>3 os treinamentos /rocura5am dar uma e/eri?ncia militar no Panam% A
22 $A4DE7;A.S Da5id Marcus% 9/% cit% /% KK%
M++ 1 : D&@&2)2 -+2 *)+2 6&,&%+*)2 -$2 EUA )%*) $2 +$2 -) 19 ) 195
6onte: ada/tado de: 69< Ur% .arl ,%G,he 4%!% Army !chool of the Americas and 4%! #ationalInterests in the 20th .enturyH% ,hesis for the degree of Master of istory 6aculty of irginia
Polytechnic and !ate 4ni5ersity% ;lacRsurg irginia% 2001%
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chegada do general ;rett consolidou o entendimento do De/artamento de Defesa dos E4A de
5er como enéfico o treinamento de oficiais latino)americanos no G.ariean Defense
.ommandH e na GAir !chool of 6ort AlrooRH &Escola Aérea do 6orte AlrooR+23%
9 general ;rett /ode ser considerado o res/ons5el /ela ideia de arir uma escola
militar 5oltada /ara militares e ci5is latino)americanos /ois desde 1'>3 encae"a5a um
grande loy Cunto com outros generais /ara ue o Pentgono corisse as des/esas do
treinamento% ACuda ue em 1'>K o G$atin American ,raining .enterH &.entro de ,reinamento
$atino Americano+ ariu suas /ortas oficialmente no 6ort Amador /ois ha5ia uma
necessidade de se/arar os treinamentos dados Fs for"as aéreas e Fs for"as terrestres%
A grande /arte dos treinamentos dados as for"as tarefas esta5a dentro da lógica de
um grande comate /or isso a grande maioria dos treinamentos eram /ara a hailita"-o
/rinci/almente de manuseio de arsenal /esado como tanues e armas antiaéreas%
.om o fim da II 8uerra Mundial e a 8uerra 6ria iniciando)se os E4A tomaram a
dianteira em assegurar tratados ue lhe assegurassem a alian"a de /ases da América $atina
como tamém ue lhe dessem /ri5ilégios na dis/uta /elo domnio econTmico dos /ases do
continente% Primeiramente com a .onfer?ncia de .ha/ulte/ec no Méico onde foram
/rogramados mais outros encontros ue deram origem ao ,ratado Interamericano de
Assist?ncia 7ec/roca &,IA7+ em 1'>O e a 9rgania"-o dos Estados Americanos &9EA+ em
1'>*% 9 ,IA7 mais conhecido /or Pacto do 7io &/or ter sido assinado na cidade do 7io de
Uaneiro em 1'>O+ N na .onfer?ncia Interamericana /ara Manuten"-o da Pa e da !eguran"a
.ontinental N garantiu condi"@es muito enéficas /ara os Estados 4nidos% 9 tratado coloca5a
como im/erati5o ue ualuer agress-o aos /ases do acordo seria /erceido como uma
agress-o contra todos os outros% Mas se o mesmo fosse entre dois /ases do continente os
Estados 4nidos /oderiam inter5ir de acordo com seus interesses com o a/orte logstico emilitar de outros /ases% Era a /oltica im/erialista estadunidense fortalecendo seus la"os de
domnio sore os /ases americanos2>%
#o dia 1^ de no5emro de 1'>O o nome do .omando de Defesa do .arie muda5a
/ara G4%!% Army .ariean .ommandH &.omando do .arie do Eército dos Estados
4nidos+ retirando a /ala5ra GDefendH &defesa+ mostrando ue a antiga forma de organia"-o
era inadeuada /ara a guerra ue se a/roima5a com a 4%7%!%!%%
Em fe5ereiro de 1'>' todos os ser5i"os de treinamento militar /ara estrangeiros na23 8I$$ $esley% 9/% .it% / >>2> 69< Ur% .arl ,% 9/% .it% /% 2(%
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Lona do .anal /assaram a se localiar no 6orte 8ullicR antiga ase antiaérea ue fica na
/arte do canal ue se encontra com o 9ceano Atlntico% 9 6orte 8ullicR arangia uma
estrutura /arecida com uma cidade militar /ois mantinha hos/itais e ases militares ue se
interliga5am% Em 1'>' contanto o nJmero de militares de /ases do sucontinente latino)
americano ue seriam treinados ainda era inferior aos de estadunidenses% 6oram um total de
O>3 norte)americanos /ara 1'( latino)americanos:
A escola ser5iu muito mais h alguns /ases ue outros% Argentina ;rasil Méicotomaram /arte do treinamento dado na Escola da 4%!% Army .ariean .ommand&.omando do .arie do Eército dos Estados 4nidos+% Eles n-o faiam com muita
freu?ncia% Argentina ;rasil e Meico com 4ruguai .hile e o Peru todos tinhamres/eitadas academias e colégios militares% 9s militares dessas na"@es foramagraciados com miss@es militares dos Estados 4nidos em seus /ases como /essoaldas 6or"as Armadas estadunidenses% E os $atinos)Americanos 5aloria5am muitomais outras institui"@es como a Escola de 8uerra #a5al a5al War .ollege+ aEscola de 8uerra do Eército&Army War .ollege+ e a Escola Maior de 8enerais e de.omando &.ommand and 8eneral !taff .ollege+% 2(
Até 1'(K os cursos dados /ara os militares na 4!A7.A7I; &4%!% Army .ariean
.ommand+ eram focada em treinamentos /ara a guerra de defesa do hemisfério ainda ue de
acordo com Da5is $auderacR eram os seguintes: GGZheel 5ehicle mechanicH GengineerHGinfantryH GZea/onsH Gcommunications officer and chiefH Gradio maintenanceH GtacticsH
and Gmilitary /oliceHH &mecnica de 5eculos engenharia infantaria artilharia comunica"-o
/ara oficiais manuten"-o de rdios tticas e /olcia militar+%2K ,endo um detalhe muito
interessante até esse ano o ingl?s ainda era a lngua /redominante do curso% A ideia do curso
ainda era mais uma uest-o de di/lomacia de oa 5iinhan"a do ue um treinamento 5oltado
/ara alguma doutrina em es/ecial%
6oi neste /erodo da Escola ue algumas mudan"as significati5as foram colocadasem /rtica le5adas em frente /elo coronel ,aylor% A lngua oficial do curso tornara)se o
Es/anhol e alguns dos militares da 4!A7.A7I; demonstra5am a mudan"a no /ensamento
sore os treinamentos dados /ara os latino)americanos como a fala do 8eneral W% S%
2( ,eto 9riginal: ;ut the school ser5ed some countries much more só than others% Argentina ;rail andMeico did taRe /art in training at the 4!A7.A7I; !chool% ,hey Cust did not do so 5ery often% Argentina;rail and Meico along Zith 4ruguay .hile and Peru all had res/ected military academies and colleges%,he military from these nations Zelcomed 4%!% military missions to their countries and 4%!% armed forces
/ersonnel as instructors at their ser5ice schools% $atin Americans /ried slots at the im/ortant 4%!% ser5ice
institutions such as the #a5al War .ollege the Army War .ollege the .ommand and 8eneral !taff.ollege% &$A4DE7;A.S Da5id MarcusV ,he 4! Army !chool of the Americas \electronic resource]:mission and /olicy during the .old War% 200> /% KK+
2K Idem% /% '>
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arrison :
Em na"@es latino)americanas a estailidade do go5erno é determinada em grande /arte /ela lealdade efici?ncia e orienta"-o das 6or"as Armadas% Essa condi"-oa/onta /ara a necessidade urgente de forma"-o adeuada do /essoal selecionados a
/artir dos G,ri)!er5i"esH de cada /as nos /rinc/ios de intelig?ncia e contra)intelig?ncia /ara garantir a mima /oss5el /rote"-o contra a infiltra"-o decomunistas e outros elementos su5ersi5os%2O
Assim o carter da Escola da5a sinais de mudan"as /rogramticas em rela"-o a
suas fun"@es dos anos anteriores% Porém suas fun"@es /rinci/ais era a forma"-o de oficiais
5oltadas /ara armamento /esado e manuten"-o de eui/amentos% #a década de (0 além
desse 5iés os treinamentos de infantaria fora am/liado na escola% .omo as escolas militares
ue fica5am nos E4A eigiam o conhecimento de ingl?s /ara faer o curso a 4!A7.A7I;
era uma o/"-o ao militar ue souesse a lngua es/anhola e assim /udesse cum/rir a
demanda% Enuanto isso a uantidade de militares de /ases latino)americanos 5ai
aumentando em grande uantidade no final dos anos (0%
Assim estas ati5idades entram nos /ontos ue Uo-o 7oerto Martisn 6ilho tra
sore o sistema de aCuda militar da é/oca:
1+ miss@es militares americanas em deoito /ases com uinhentos e cinuenta eoito assessores das tr?s for"as2*V 2+ cerca de oitocentos oficiais americanos naAmérica $atina &sem contar os militares estacionados no Panam+V 3+ intensotreinamento de oficiais do !ul em ases no Panam e nos E4AV >+ am/las 5endas dematerial militar a 5ista ou a créditoV (+ 5isitas regulares aos E4A /or /arte deoficiais latino)americanosV e K+ um comando unificado americano /ara a América$atina estaelecido na Lona do .anal: o !94,.9M%2'
.om o en5ol5imento dos E4A em conflitos /elo gloo na dis/uta da hegemonia
sore o /laneta com a 47!! antes da metade da década de (0 muito /ouco era oin5estimento na Escola como tamém em armamentos aos /ases da América $atina% A
/rinci/al inten"-o era Gduas tarefas centrais: a contriui"-o F defesa eterna do hemisfério e a
2O ,eto 9riginal:GIn $atin American nations go5ernment staility is determined largely y the loyaltyefficiency and orientation of the armed forces% ,his condition /oints to the urgent need for /ro/er trainingof selected /ersonnel from the ,ri)!er5ices of each country in the /rinci/les of intelligence andcounterintelligence to insure maimum /ossile /rotection from the infiltration of .ommunists and othersu5ersi5e elements%H &$A4DE7;A.S Da5id MarcusV ,he 4! Army !chool of the Americas \electronicresource]: mission and /olicy during the .old War% 200> //% 10()10K+
2* 9 Eército tinha miss@es em todos os /ases da regi-o eceto Argentina e aitiV a Marinha em todas as
na"@es com uma for"a na5alV a 6or"a Aérea a/enas n-o tinha assessores na .osta 7ica e 7e/JlicaDominicana%
2' MA7,I#! 6I$9 Uo-o 7oerto% 9s Estados 4nidos a 7e5olu"-o .uana e a contra)insurrei"-o% 7e5istade sociologia e /oltica da 4ni5ersidade 6ederal do Paran% .uritia 5% 12 n% 12 /% KO)*2 1'''% /% K'%
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2>
manuten"-o da ordem interna de modo a /re5enir situa"@es ue /udessem des5iar os Estados
4nidos de suas reas de interesse estratégico /rioritrio%H30% Porém a contrainsurg?ncia e o
anticomunismo eram /ala5ras ue iriam ser incor/orados ao discurso estadunidenseV e com a
7e5olu"-o .uana a situa"-o modificou)se radicalmente nas uest@es militares do .arie% 9
inimigo chegara /erto demaisV era a hora de estratégias diferentes /ara comater o
comunismo ue agora esta5a demasiadamente /róimo%
1%2 N 7E9$4`9 .4;A#A E A M4DA#`A DE E!,7A,7b8IA E!,AD4#I#DE!E!
PA7A 9 .9#,I#E#,E%
A re5olu"-o cuana transcende a .ua e ao .arie: ela colocou as Américas no /ró/rio circuito de forma"-o difus-o e e/ans-o de um no5o ti/o de ci5ilia"-o%7e/resenta /ara todas as Américas a conuista de um /atamar histórico)culturalue /arecia neuloso ou im/ro55el e /ara a América $atina em /articular ae5id?ncia de ue eistem alternati5as socialistas /ara a constru"-o de uma sociedadeno5a no #o5o Mundo%31
1'(' é um ano emlemtico /ara a história do século
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2(
caminhos mais radicais atacou a /ro/riedade /ri5ada e o ca/ital estrangeiro33 onde causaria
a a/reens-o de 5rios go5ernos da América $atina% Para se faer um com/ara"-o no ;rasil o
haitianismo3> ainda ecoa5a no imaginrio das elites e /or isso a mudan"a rusca na ilha do
carie des/erta5a desconforto em 5rios setores da sociedade rasileira como o caso dos
militares% A situa"-o fica5a cada 5e mais tensa no continente /ois /ara os Estados 4nidos a
ilha era um /erigoso eem/lo de rom/imento com o /oder im/erialista e como fora feito com
o go5erno de Uaco ren na 8uatemala em 1'(> ao tentar realiar uma reforma agrria ue
atingiria a infame 0nited 9 haitianismo é uma e/ress-o adotada /ara Custificar o medo ue as elites de /ases da América $atina
tinham ainda no século na 8uatemala &ue culminou num8ol/e de Estado+ como tamém em .ua em 1'(' ao ser e/ro/riada /or 6idel .astro% Em 1'K' foracom/rada /or 8eorge W% ;ush &o /ai+ e mudou sua ra-o social /ara 5huquita @rands nome ue mantématé os dias de hoCe% Para saer mais 5er em: GMA7B4E,,9 !téfano 7ahmeier% 4nited 6ruit .om/any:
/oder e influ?ncia na América $atina% 2010%H Dis/on5el em:Xhtt/:YYZZZ%lume%ufrgs%rYitstreamYhandleY101*3Y2*3O*Y000OO0**>%/dfQseuence1[ Acesso em1(Y10Y2013
3K AVILA .arlos 6ederico Domngue% 8uerra 6ria na América $atina: 9lhares rasileiros sore a ueda deUacoo Aren e a contrarre5olu"-o na 8uatemala &1'(>+% 7io de Uaneiro %7e5ista .ontem/ornea ) Dossi?
#uestra Améria 466% Ano2% n^2% 2012% Dis/on5el em:Xhtt/:YYZZZ%historia%uff%rYnecYsitesYdefaultYfilesY0O%.arlos=Domingue%/df [ Acesso em 1(Y10Y2013
http://www.escravidaoeliberdade.com.br/site/images/Textos4/alainelyoussef.pdfhttp://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/28378/000770884.pdf?sequence=1http://www.historia.uff.br/nec/sites/default/files/07.Carlos_Dominguez.pdfhttp://www.escravidaoeliberdade.com.br/site/images/Textos4/alainelyoussef.pdfhttp://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/28378/000770884.pdf?sequence=1http://www.historia.uff.br/nec/sites/default/files/07.Carlos_Dominguez.pdf
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sociais ue /oderiam destailiar as economias de /ases aliados ao loco ca/italista% Era
necessrio um /lano de a"-o /ara cada regi-o do gloo em ue os Estados 4nidos ti5essem
in5estimentos e interesse estratégico%
A assinatura de acordos comerciais em 1'K0 entre a 47!! e .ua &/or causa do
emargo econTmico+ a ilha era o limite toler5el /ara os Estados 4nidos em rela"-o ao
reconhecimento do ue esta entedia ser /ro5oca"-o e amea"a cuana% Alguma atitude tinha
ue ser tomada% 9 e/isódio da ;ahia dos Porcos foi a res/osta dos estadunidenses F
7e5olu"-o .uana e aos acordos com MoscouV /orém a tentati5a de in5as-o e gol/e dera
totalmente errado gerando desgaste /oltico e le5antando uestionamentos sore os gastos
militares do /as com o/era"@es deste ti/o de inter5en"-o militar direta% ou5e certo desgaste
na administra"-o de Sennedy ocasionado /elo fracasso da o/era"-o &lemrando ue a
o/era"-o era /ensada desde EisenhoZer+ entretanto /ara os E4A era necessrio intensificar
o comate ao comunismo na regi-o /ois o inimigo esta5a /enetrando na regi-o
A Escola das Américas e sua história conectam)se a esse momento de uma forma
muito mais intensa e /ode)se colocar como um di5isor de guas a 7e5olu"-o .uana /ois a
/artir desse momento foram modificados os oCeti5os da !9A Cuntamente da /oltica eterna
norte)americana% 4m fato interessante é a com/ara"-o dos in5estimentos militares realiados
em cada continente no /ós)II 8uerra Mundial: entre os anos de 1'(0 a 1'(' a Euro/a
receera (0V o Etremo 9riente 23V o 9riente Próimo !ul da sia e frica 1>V e a
América $atina 1% A /artir de 1'(O os gastos com a sia soem até atingir O0 em 1'K23O%
Até a 7e5olu"-o .uana a América $atina era considerada uma regi-o muito /eriférica e
secundria e /or isso seu mercado era aastecido com eui/amentos élicos ultra/assados
sucata da grande guerra como forma de se li5rar dos armamentos usados na II 8uerra
Mundial%Enuanto Sennedy articula5a no congresso no5as estratégias /ara comater os
/ontos ue considera5a crticos /ara a manuten"-o do /oder norte)americano um de seus
Gdisc/ulosH o /rofessor uni5ersitrio Walt 7ostoZ chefe do escritório de /laneCamento do
De/artamento de Estado alerta5a /ara a estratégia do go5erno de #iRita Srusche5 na 47!!
ue a/osta5a nas guerras de lierta"-o nacional como no5o fator da dinmica internacional3*%
Era necessrio uma mudan"a na forma de enfrentar as instailidades internas dos /ases
/eriféricos do loco ca/italista% A contrainsurg?ncia come"a5a a dar os /rimeiros sinais mais3O MA7,I#! 6I$9 Uo-o 7oerto% 9/% .it% /% O2%3* Idem% /% O>%
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ntidos%
#este /rocesso de rea5alia"-o da situa"-o latino)americana come"a a mudar o /erfil
dos a/etrechos militares en5iados F regi-o como constara Martins 6ilho% !egundo ele
enormes tanues na5ios de guerra e aerona5es de alto desem/enho /assa)se F oferta de
caminh@es lindados le5es e material /ara /atrulha3'% 9s armamentos acom/anharam as
mudan"as de formas de treinamento como o caso de /oliciamento ostensi5o e tamém os
atalh@es 5oltadas /ara conten"-o de distJrios:
G9 custo total de uma com/anhia de controle de tumultos com duentos e 5inte ecinco homens totalmente eui/ada com mochilas /essoais gs lacrimog?neocassetetes armas de m-o e um carro)tanue /ara dis/ersar multid@es com tintaindelé5el chega a a/enas 4! cinuenta e oito mil dólaresH>0
,oda modifica"-o no /lano militar era acom/anhada de /rogramas econTmicos
associados aos meios de comunica"-o e F utilia"-o de /ro/aganda nos anos K0 desen5ol5ida
/elos Estados 4nidos /ara conuistar Gcora"@es e mentesH na dis/uta /oltica e ideológica
com a 47!!%>1 .ada continente do /laneta receeu aten"-o de algum /rograma estadunidense
ue en5ol5ia altas uantidades de dólaresV tudo ue a administra"-o Senedy ueria era faer
com ue os /ases /eriféricos do ;loco .a/italista interagissem com esses /rogramas ee5itassem o contato com os so5iéticos% 9 G8rande ProCetoH na Euro/a /ara reconstru)la o
/rograma G#o5a fricaH a continua"-o do /roCeto de refortalecimento do Ua/-o no /acfico
&/ara ser o contra/onto da .hina+ e a GAlian"a /ara o ProgressoH /ara o continente americano
foram eem/los disso%>2
Assim /ode)se chegar a conclus-o de ue neste /erodo a mudan"a de /rioridades
e estratégias dos Estados 4nidos /ara manter a estailidade dos /ases da América $atina
toma outro rumo com a 7e5olu"-o .uana /ois o inimigo come"a a se manifestar /róimodemais e est GinfiltradoH no território de aliados do continente% A difus-o da D!# e a/oio
militar dado aos go5ernos aliados latino)americanos com o oCeti5o de /Tr em /rtica a
Gcontra)insurrei"-oH ser-o a res/ostas escolhidas%
3' Idem% /% O(%>0 7A;E !% 1'**% EisenhoZer $atin America: ,he 6oreign Policy of Anti).ommunism%.ha/el ill ,he
4ni5ersity of #orth .arolina Press% //% 11* A/ud MA7,I#! 6I$9 Uo-o 7oerto% 9s Estados 4nidos a7e5olu"-o .uana e a contra)insurrei"-o% 7e5ista de sociologia e /oltica da 4ni5ersidade 6ederal do
Paran% .uritia 5% 12 n% 12 /% KO)*2 1'''%>1 SA,.A,479% S% A% A e/ans-o ideológica dos E4A na América $atina: doutrinas formas e métodos
da /ro/aganda dos E4A% 7io de Uaneiro% .i5ilia"-o ;rasileira 1'*0% /% 2K>2 MA7,I#! 6$9% 9/% .it% Pg% KO%
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2*
1%3 – A .9#!9$IDA`9 D9 P79UE,9 A#,I.9M4#I!,A A,7Ab! DA D94,7I#ADE !E847A#`A #A.I9#A$%
A 7e5olu"-o .uana e a 8uerra 6ria em curso modificaram todo o /anorama
/oltico do continente americanoV encae"ado /elo lder Estado 4nidos as transforma"@es
ue ocorrerem no emate entre o GMundo $i5reH e o G.omunismoH tornam)se a tTnica de
discursos e /olticas de enfrentamento do lado 9cidental diante da amea"a de sule5a"@es em
nas regi@es /eriféricas do ;loco .a/italista%
#a origem das ditaduras latino)americanos de !eguran"a #acional &!#+ situam)se
dois fatores geradores de inJmeros desdoramentos e ue nas suas /ossiilidades decomina"-o constituem elementos elucidati5os /ara a com/reens-o dessase/eri?ncias% De um lado o fator re/ressi5o de tais sistemas decorreu da /ress-oeercida /elo .a/ital internacional e /elas elites locais /ara a im/osi"-o de umno5o modelo de acumula"-o% Por outro os regimes de !eguran"a #acionalresultaram da radicalia"-o das contradi"@es de classe e do a5an"o de /roCetosreformistas ou re5olucionrios /rinci/almente a /artir da 5itória da 7e5olu"-o.uana%>3
A Escola das Américas antes um instrumento ue auilia5a as 6or"as Armadas dos
/ases aliados do ;loco .a/italista /ara um comate internacional /ela sore5i5?ncia da
cultura 9cidental>>
modifica)se com o ue Uose/h .omlin chamar de Ginternalia"-oH docomate contra o comunismo em detrimento da /ro/osta anterior de uma guerra eterna e
direta>(%
#este conteto &entre os anos (0 e K0 do século 3 PAD7_! Enriue !erra% .omo el 4ruguay no hay ,error de Estado e !eguran"a #acional% 4ruguai&1'K*)1'*(+: do Pachecato F ditadura ci5il)militar% *O( f% 2 5% Porto Alegre: 4678! 200(% 200(% ,ese deDoutoradoNPrograma de Pós)8radua"-o em istória Instituto de 6ilosofia e .i?ncias umanas
4ni5ersidade 6ederal do 7io 8rande do !ul Porto Alegre% /g% (2>> !I$A 8olery do .outo e% PlaneCamento estratégico% ;raslia: Editora 4ni5ersidade de ;raslia 1'*1%>( .9M;$I# Uose/h% A ideologia da seguran"a nacional: o /oder militar na América $atina% 7io de Uaneiro:
Ed% .i5ilia"-o ;rasilieria 1'O*
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2'
re/ressi5as de alguns /ases como o ;rasil N desen5ol5e uma a5alia"-o /anormica% A sua
inter/reta"-o foi realiada durante um /erodo de grande re/ress-o no continente latino)
americano o ue certamente colocou algumas limita"@es nos casos /articulares% Mesmo
assim trata)se de um estudo /ioneiro ue n-o /ode ser menos/reado%
9utro autor ue se destaca é Uosé Amaral 8urgel um intelectual ue uscou a/ós o
/erodo mais teneroso da ditadura rasileira &os GAnos de .humoH+ definir o ue era a D!#
no intuito de dissemin)la e torn)la mais com/reens5el /ara outros setores da sociedade
como ele mesmo discorre na introdu"-o do li5ro G!eguran"a e Democracia: uma refle-o
/olticaH de 1'O(%
Ainda h mais autores ue contriuem /ara este suca/tulo% Primeiramente Elieer
de 9li5eira ue se utilia do conceito de GA/arelho Ideológico do EstadoH de $ouis Althusser
/ara analisar o /a/el da Escola !u/erior de 8uerra &E!8+ e a D!# no /erodo dos go5ernos
.astelo ;ranco &1'K> a 1'KO+ e .osta !il5a &1'KO a 1'K'+V este /esuisador escre5eu a ora
GAs 6or"as Armadas: /oltica e ideologia no ;rasil &1'K>)1'K'+H em 1'O* /erodo de
reaertura /oltica no ;rasil o ue lhe /ermitiu maior lierdade /ara realiar uma anlise
mais incisi5a sore os anos iniciais da ditadura e sore a doutrina%
#ilson ;orges tamém contriui no deate sore a doutrina% Interessa ressaltar a
ideia do autor sore a forma como a D!# 5? a legitima"-o do /oder do Estado e sua rela"-o
com a /o/ula"-o:
Para a Doutrina de !eguran"a #acional o inimigo e o ato de agress-o n-o s-oconsiderados como /ro5enientes do /o5o /ois o /o5o n-o é sim/lesmente formado
/ela /o/ula"-o do /asV ao contrrio ela fa /arte da /o/ula"-o ue tem uma no"-ocorreta da /rolemtica ue determina os oCeti5os nacionais% A oten"-o daconsci?ncia /oltica /ortanto de/ende do n5el /oltico e socioeconTmico do /o5ode sorte ue a sua /artici/a"-o no /oder de5e ser determinada /elo grau de cultura
/oltica% Da /or ue /ara a Doutrina a legitimidade do /oder n-o emana e n-ode/ende de uma elei"-o /o/ular% Assim a legitimidade aseada somente nalegalidade formal n-o é suficiente e nem assegura o /leno eerccio da autoridade%>K
$ogo se /ercee a forma como ser encarada a /artici/a"-o /o/ular em go5ernos
sore a égide da D!# e conclui:
9s fatores internos ad5ersos s-o considerados como for"as antagonistas ue de5emser eliminadas militarmente uando aduirem a forma de uma o/osi"-o ati5a aosatos do go5erno% 9ra n-o resta a menor dJ5ida de ue a Doutrina /@e em risco a
defesa do Direitos umanos /ois eclui os /rinc/ios mnimos da cidadania% \]
>K ;978E! #ilson% A Doutrina de !eguran"a #acional e os go5ernos militares% 9 tem/o da ditadura: regimemilitar e mo5imentos sociais em fins do século
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,odos os cidad-os s-o sus/eitos e considerados cul/ados até ue /ro5arem suainoc?ncia%>O
Por Jltimo a contriui"-o de Enriue !erra Padrós ue se deru"ou sore as
situa"@es autoritrias de 5rios /ases latino)americanos no /erodo de 1'(0 a 1'K0 e as
cone@es re/ressoras ue transcendiam fronteiras /ara ser mais es/ecfico: a 9/era"-o
.ondor% 9u seCa a Doutrina é um assunto constantemente /resente em suas /esuisas%
7esumidamente /ode)se traer sua colaora"-o nas discuss@es sore o carter de concilia"-o
de classes ue a D!# toma e5itando energar a sociedade atra5és da luta de classes e seus
antagonismos>*% #esta inter/reta"-o de mundo Ga sociedade se dilui numa a-ãoH>' e tudo
ue h nela &território Estado e comunidade+ se torna al5o de defesa do interesses nacionais%
#o conteto de 8uerra 6ria o inimigo /ossui Gideologias estranhasH(0 ue amea"am a
Gintegra-ão da a-ãoH e o G rest;gio internacional da a-ãoH &leia)se rela"-o com entre
/ases do ;loco .a/italista+V tudo ue conteste algum status uo do ca/italismo /oderia ser
ligado ao comate ao comunismo%(1
A/ós esta re5e re5is-o iliogrfica de alguns autores ue aordam a Doutrina
/ode)se /assar as anlises% Para entender a D!# é necessrio ir aos alicerces ue lhe d-o
consist?ncia enuanto ideologia% Para Uose/h .omlin essa doutrina est assegurada em
alguns conceitos sicos no ual dois se destacam: a geo/oltica e a i/olaridade%
A geo/oltica est intimamente ligado ao conceito /ois os intelectuais da D!#
sem/re tentaram relacionar a doutrina com a categoria cientfica ue a 8eo/oltica usufrua
entre os crculos militaresV alguns elaoradores da D!# na América $atina eram geo/olticos
como 8olery .outo e !il5a e general Augusto Pinochet(2% As ideias ligadas ao es/a"o
geogrfico e o Estado é o ue d su/orte a 8eo/oltica% Para o general 8olery ue chegou a
/ensar estratégias /ara a geo/oltica rasileira a definia como:
Arte ue se filia F Poltica e em /articular F Estratégia ou Poltica de !eguran"a #acional uscando orient)las F lu da geografia dos es/a"os /oliticamenteorganiados e diferenciados /elo omem% !eus fundamentos se radicam /ois na8eografia Poltica mas seus /ro/ósitos se /roCetam dinamicamente /ara o futuro&+ A 8eo/oltica adota sem/re um /onto de 5ista Jnico e /ri5ati5o N o do es/a"ofsico ue este de5e ser o elemento n-o eclusi5o /or certo mas sim dominante da
/aisagem ue ela /rocura inter/retar com a finalidade /rtica de a discernir a
>O Idem% /% 1(>* PAD7_! Enriue !erra% 9/% .it% /g% (3>' Idem% /% (3(0 Idem% /% (>%(1 Idem% /% (3%(2 .9M;$I# Uose/h% 9/% .it% Pg% 2>%
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margem de /ossiilidades a a/ro5eitar na constru"-o de maior grandea do /rocesso crescente e da seguran"a interna e eterna do Estado eneficiando)se das5antagens /ositi5as ue a terra oferece e neutraliando na medida do /oss5el osas/ectos negati5os ue ela re/resenta%(3
Para .omlin a geo/oltica ser a Gci+ncia dos projetos nacionais baseados na
geografiaH(> e /ara o ;rasil seu /roCeto est ligado a im/osi"-o sore os /ases América
$atina /róima as suas fronteiras o ue 7uy Mauro Marini definiu tais /ro/ósitos como
suim/erialismo((%
As elucida"@es de Elieer de 9li5eira em seu traalho sore as 6or"as Armadas do
;rasil /ermitem relacionar tamém alguns elementos da 8eo/oltica no ;rasil como:
1+ 9 es/a"o /oltico ue com/reende as caractersticas gerais do território &etens-oVformaV regi@es fsicas demogrficas e econTmicasV fronteirasV regi@es culturaisétnicas e lingusticas etc%%%+ 2+ A /osi"-o do ;rasil situada F margem das /rinci/aisrotas do comércio mundial e das geodésias Gsegundo as uais as tens@es mais fortese /erigosas se t?m manifestado até hoCe \] as tens@es mais fortes e /erigosas dosantagonismos internacionaisH 3+9s locos continentais de /oder ue definem as
/roailidades de ocorr?ncia de conflitos com o ;rasil definidas nas hi/óteses deguerra%(K
7etomando a discuss-o sore a D!# a geo/oltica redimensionaria Fs uest@esregionais /ara um /atamar /lanetrio /or causa da dis/uta da 8uerra 6ria% b aui ue se
encontra e entrecrua com o conceito de i/olaridade%
Este segundo alicerce a i/olaridade &entre E4A e 47!!%+ ser5ir /ara os militares
de 5rios /ases Custificarem a ades-o e incor/ora"-o da D!#% Uose/h .omlin afirma ue os
/ases latino)americanos aderem /or causa de sua /osi"-o geogrfica e /ressu/ostos culturais
como a uest-o religiosa &crist-+ ao 9cidente% 9s /ases n-o /oderiam ficar neutros ao
confronto ue se/ara o mundo% A maioria dos /ases latino)americanos C ha5iam acordado
uma alian"a com os E4A desde a assinatura do ,IA7 e a .onfer?ncia Interamericana /ara
Manuten"-o da Pa e da !eguran"a .ontinental &1'>O+% !eria /ortanto uma uest-o de
em/regar a ideologia ensinada nas escolas militares norte)americanas%
Além desses dois alicerces a geo/oltica e a i/olaridade a D!# se sustenta
tamém atra5és da ideia de uma G8uerra ,otalH% #-o mais a guerra clssica dos confrontos da(3 D9 .94,9 E !I$A 8olery% 8eo/oltica do ;rasil% 7io de Uaneiro% Uosé 9lym/io 1'KO(> .9M;$I# Uose/h% 9/% .it%% Pg% 2O(( $4.E Mathias !eiel% A teoria do suim/erialismo em 7uy Mauro Marini: contradi"@es do ca/italismo
de/endente ea uest-o do /adr-o de re/rodu"-o do ca/ital: a história de uma categoria% ,ese &Doutorado emistória+ ) Programa de Pós)gradua"-o em istória da 4ni5ersidade 6ederal do 7io 8rande do !ul PortoAlegre: 2011%
(K DE 9$IEI7A 9/% .it% /% 31
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II 8uerra Mundial uando as na"@es tinham ue fornecer tudo /ara sore/uCar militarmente a
outra mas sim uma guerra onde a atalha é /ermanente e interna e o ue est em Cogo é a
seguran"a da na"-o a ualuer custo dos /erigos internos ue o GcomunismoH troue aos
/ases do 9cidente%
#-o eiste mais uma guerra declarada nem interessa Fs duas su/er/ot?ncias &medo
da etin"-o nuclear+% Eiste um ti/o diferente de guerra ue se dar no interior de 5arios
/ases do /laneta /rinci/almente nas regi@es mais frgeis do ca/italismo nas /eriferias% A
inter5en"-o direta deiara de ser considerada uma o/"-o /elos E4A como ocorrera na .oreia
a /artir de 1'(0 /elo medo a retalha"-o nuclear so5iético% 9 ideal seria fortalecer os aliados
do 9cidente nesses /ases /ara im/edir e aniuilar o a5an"o do GcomunismoH o ue general
8olley do .outo e !il5a chamou de G pol;tica de conten-ãoH(O%
,oda essa modifica"-o esta ligado ao conceito de G8uerra 7e5olucionriaH onde os
meios utiliados /elas 6or"as Armadas ade/tas da D!# ser-o o contra5eneno das inten"@es
de mo5imentos sociais ou indi5duos ue contestem a lógica do sistema ca/italista tendo ou
n-o contato com a ideologia maristaV tudo ue conteste a ordem 5igente ser tratado como
Ginfiltra"-o comunistaH ue 5isa destruir a sociedade 9cidental% 9 termo G8uerra
7e5olucionriaH é al5o de um manual inteiro de aula da Escola das Américas ue circular
em outras escolas militares /ela América $atina(*% 9riundo do estudo de materiais ligados a
lderes como Mao ,sé),ung .he 8ue5ara o .hi)minh etc o manual Custifica a
necessidade de no5as formas de comater e ualuer sule5a"-o é chamada de su5ers-o da
ordem assim defende)se o esfor"o /ara entender as estratégias do GcomunismoH ue amea"a
a ci5ilia"-o crist- Gde dentro /ara foraH%
oltando a citar Amaral 8urgel este coloca a guerra re5olucionria como uma luta
/elas mentes onde o comunismo se a/ro5eita da instailidade eistente nos /ases /eriféricosdo ca/italismo /ara usar suas tticas /sicossociais e deseuilirar as rela"@es de for"a em /rol
do im/erialismo so5iético('% Ainda /ara ele a /rinci/al caracterstica desse ti/o de guerra é:
Go en5ol5imento da /o/ula"-o do /as)al5o numa a"-o lenta /rogressi5a e /ertina5isando F conuista das GmentesH e arangendo desde a e/lora"-o dosdescontentamentos eistentes com o acirramento de nimos contras as autoridadesconstitudas até a organia"-o de Gonas dominadasH com o recurso F guerrilha aoterrorismo e a outras tticas irregulares onde o /ró/rio nacional do res/ecti5o /as)
(O Idem% /% 2O e 2*%(* .9M;$I# Uose/h% 9/% .it% Pg% >>(' 8478E$ Uosé Alfredo Amaral% !eguran"a e democracia: uma refle-o /oltica% 7io de Uaneiro: $i5raria
Uosé 9lym/io 1'O(% /% 1>0
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al5o é utiliado como comatente% b de conce/"-o marista)leninistaHK0
Assim a Doutrina de !eguran"a #acional foi /roCetada /ara ser um lastro ideológico
das elites dos /ases ca/italistas /eriféricos% Uose/h .omlin de forma didtica e direta
esmiJ"a seus com/onentes% Para o intelectual e teólogo /ara eistir a !eguran"a #acional é
necessrio delimitar os 9Ceti5os #acionais ue s-o a Gintegridade territorial, a integridade
nacional, a Bemocracia, rogresso, a$ *ocial e *oberaniaHK1%
A/ós os oCeti5os da #a"-o serem definidos o termo G!eguran"a #acionalH ser
ligado a defesa daueles de acordo com .omlin:
\!eguran"a #acional] é a ca/acidade ue o Estado d F #a"-o /ara im/or seusoCeti5os a todas as o/onentes% Essa ca/acidade é naturalmente uma for"a% ,rata)se /ortanto da for"a do Estado ca/a de derrotar todas as for"as ad5ersas e de faertriunfar os 9Ceti5os #acionais%\%%%] A seguran"a nacional é a for"a do Estado
/resente em todos os lugares ue haCa sus/eita do fantasma do comunismo%K2
6alar em defesa da G!eguran"a #acionalH na América $atina a/ós a 7e5olu"-o
.uana é estar falando sore defender o 9cidenteK3 do comunismo e e/uls)lo% 9u seCa a
defesa de uma coes-o social atra5és dos oCeti5os nacionais tra"ados /elas elites ade/tas da
doutrina% 9 custo /ara tanto /ode ser até a retirada dos direitos /olticos sociais econTmicos
da /o/ula"-o &o ue de fato aconteceu em 5rios /ases+ mas isso é sacrificado /ara defender
os interesses das elites dos /ases /eriféricos alinhadas ao GAmerican Way of $ifeH K>% 9
autoritarismo ue a D!# contém é 5isto como indis/ens5el /ara o desen5ol5imento
ca/italista disci/linando a m-o de ora eliminando os focos de tens-o resguardando o
ca/ital e a /ro/riedade /ri5adaV tudo Custificada com o discurso de G!eguran"a da #a"-oH%
K0 Idem% /%1>1K1 .9M;$I# Uose/h% 9/% .it% Pg% (0K2 Idem% /% (> e ((%K3 9 8eneral 8olery afirma5a ue o G9cidenteH de5eria ser um GidealH no ual o autor define como: G) A
.i?ncia N como instrumento de a"-oV N a Democracia N como fórmula de organia"-o /olticaV ) 9
.ristianismo N como su/remo /adr-o ético de con5i5?ncia socialH In DE 9$IEI7A Eliéer 7io% 9/%
.it% /% 33K> ,radu"-o do autor: 9 modo americano de 5ida%
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3>
. A ESCOLA DAS AMÉRICAS E O IMPERIALISMO
ESTADUNIDENSE.
G#-o h /as hoCe em dia ue /ossa efeti5amente /roteger sua /ró/ria seguran"ainternaHK(
Para os Estados 4nidos dos tem/os de 8uerra 6ria n-o ha5ia arreiras /ara manter o
/erigo do comunismo distante de seu território e sua hegemonia no ;loco .a/italista
/rinci/almente em suas reas /eriféricas% ,al /ostura se relaciona /or sua 5e com a
consolida"-o do desen5ol5imento de sua economia aumento da /rodu"-o e do lucro dos seus
grandes com/leos industriais e com a continuidade da e/ans-o do ca/italismo /elo /laneta%
Era o /erodo do G#eZ 6rontierHKK de uma fase onde o im/erialismo estadunidense se
rein5entar de 5rias formas%
A Escola das Américas foi astante remodelada na 5irada dos anos (0 /ara os K0 KO
com a centralidade dos /lanos de contrainsurg?ncia desen5ol5idos na administra"-o Sennedy%
Para os E4A a estailia"-o dos rumos do continente latino)americano /assa5a /ela irru/"-o
das 6or"as Armadas na /oltica e /ortanto no treinamento dado aos militares dos di5ersos
/ases da regi-o /ara ue ti5essem ser5issem no futuro como aliados no /rocesso de
e/ans-o e /rote"-o dos in5estimentos de suas em/resas tecnocratasK*%
,orna5a)se fundamental louear o a5an"o de for"as sociais ue contestassem o
status uo do ca/italismo destruir mo5imentos ue fossem contra go5ernos aliados &mesmo
ue 5iolassem os direitos humanos ou fossem corru/tos como grande /arte dos go5ernos da
América $atina+ e auiliar no /laneCamento de crises /olticas contra go5ernos /ouco
confi5eis aos seus interesses hemisféricos &geo/olticos e econTmicos+ N fosse financiando
a"@es de desestailia"-o atra5és de em/resas de meios de comunica"-oK' ou /or iniciati5a deK( E$ I#69M7 79.S6E$$E7%.uadernos de Marcha Monte5idéo n^ 33 enero 1'O0% AP4D PAD7_!
Enriue !erra% 9/% .it% /g% 11'%KK Uhon Sennedy em sua cam/anha /ara /residente conclama5a a /o/ula"-o dos Estados 4nidos /ara ue se
/re/ararem /ara uma Gno5a fronteiraH &neZ frontier+ a ser uerada /elo seu /as no sentido da /olticatecnologia e economia% Porém o termo GneZ frontierH tamém era as metas e /rogramas ue a gest-o deSennedy idealiara im/lantar em seu go5erno no mito interno% er mais em: SA7#A$ $eandro et% al%istória dos Estados 4nidos: das origens ao século
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3(
/olticos aliados locais% ;louear a insurg?ncia Gsal5arH o 9cidente do comunismo esse foi o
oCeti5o /rinci/al dos E4A% A Escola das Américas esta5a com/rometida com esse foco e
estratégia do im/erialismo estadunidense sendo um dos /rinci/ais centros militares de
dissemina"-o da D!#% .olocar as 6or"as Armadas nesse caminho era im/rescind5el% 6aer
com ue os interesses e métodos dos setores mais conser5adores do Pentgono esti5essem
introCetados nas 6or"as Armadas era uma das inten"@es do .onselho de !eguran"a #acional
&4nited !tates #ational !egurity .oncil+O0%
#este ca/tulo se traalhar a G/entagonia"-oH das 6or"as Armadas da América
$atina aseado nas conce/"@es de contrainsurg?ncia e /ara isso se dados e fontes oficiais do
go5erno estadunidense /ara encontrar os susdios em/ricos /ara ue torne /oss5el faer a
cone-o entre a escola e os interesses norte)americanos na América $atina regi-o
indiscuti5elmente estratégica /ara a regi-o e consolida"-o de sua hegemonia%
A su/er/ot?ncia recolocar so outras formas as diretries da 5elha /oltica do ;ig
!ticR agora no conteto de 8uerra 6ria% Atra5és da Escola das Américas e de outros
mecanismos foi se articulado uma conce/"-o de Estado /ara a regi-o &Estado de !eguran"a
#acional+ cuCa muina estatal re/ressi5a do Estado foi t-o com/lea e efeti5a ue ignorou
fronteirasO1 se tornou autTnoma no comate ao comunismo e Gal"ou 5oosH maiores 5isando a
am/liar o alcance dos fortes ra"os da re/ress-o como a 9/era"-o .ondor%
2%1 N 9 IMPE7IA$I!M9 A B4A$B4E7 .4!,9 A! P7,I.A! PA7A ;$9B4EA7I#!478#.IA!
$a /oltica histórica de Estados 4nidos hacia América $atina ha sido siem/re agrandes rasgos una /oltica a largo /lao de inter5ención eclusión hegemonacontención y euilirio de /oder orientada tanto a mantener la estailidad en laregión y aleCar a las /otencias etranCeras como a /roteger los interesesfundamentales norteamericanos%O2
200%O0 MA7,I#! 6I$9 Uo-o 7oerto% 9/% .it% /% O0O1 A!!4MP`9 Marla ;arosa% A fronteira gaJcha como es/a"o crtico de defesa da !eguran"a #acional:
re/ress-o e resist?ncia nas cidades geminadas de !antana do $i5ramento)7i5era &1'K>)1'K*+% ,raalho deconclus-o de curso% 4ni5ersidade 6ederal do 7io 8rande do !ul N 4678! Porto Alegre: 2011% /% O*
O2 .A7;9#E aleria $ourdes% .uando la 8uerra 6ra llegó a América $atina%%% $a Poltica Eterior #orteamericana hacia $atinoamérica durante las /residencias de EisenhoZer y Sennedy &1'(3)1'K3+%Argentine .enter of International !tudies% Programa istoria de las 7elaciones Internacionales% /%ODis/on5el em: Xhtt/:YYZZZ%academia%eduYdoZnloadY30**('K3Yhistoria0*%/df [ Acesso em 1OY11Y2013
http://www.academia.edu/download/30885963/historia08.pdfhttp://www.academia.edu/download/30885963/historia08.pdf
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9 im/erialismo assumiu di5ersas nuances em 5ariados traalhos ue tentaram
desanu5iar seus mecanismos causas e conseu?ncias% Desde os caminhos da segunda
7e5olu"-o Industrial o ca/italismo desen5ol5eu)se de tal forma ue /ara algumas na"@es o
domnio de mercados /ara seus /rodutos era 5ital no século !I$$I#8% oltaire 9/% .it%% Pg% 1>
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organiados e /ertencentes aos /ases ue re5indicassem uma ideologia o/osta O( ou onde
foram atingidos &ou /otencialmente amea"ados+V a no5idade esta5a em ue esta /erce/"-o
n-o fica5a restrita ao /ró/rio território nacional mas tamém fora dele% .ae ressaltar ue a
/artir dos anos >0 uma das conseu?ncias do domnio im/erialista estadunidense foi a
associa"-o e e/lora"-o dos seus a ideia de oCeti5os nacionais e sua defesa com os dos /ases
aliadosYassociados% 9u seCa esses oCeti5os /assaram a ser /erceido em seu território ou fora
dele% Dentro da /ers/ecti5a de Magdoff de G/oltica de Portas AertasH /ara seus interesses
militares engloados entraram todas as formas ue os E4A /rocura5am /ara garantir a
/resen"a dos seus interesses%
As e/orta"@es e des/esas militares eercem ntida influ?ncia na economia /oruefortalecem o centro estratégico da estrutura industrial eistente%\%%%] 9 a/oio dado
/elo en5ol5imento econTmico no eterior N tanto /ara artigos ci5is uanto militares N atua como diue a im/edir ue recess@es menores 5enham a transordar em crisesde ele5adas /ro/or"@es%OK
9s Estados 4nidos assumiram a /ers/ecti5a de GPortas AertasH mesmo ue /ara
tanto ti5essem ue esmagar di5ersas formas de resist?ncia com inter5en"@es diretas ou
indiretasV a manuten"-o dessa estratégia garantia a estailidade e rentailidade financeirain5estida no estrangeiro /or em/resas estadunidensesOO% 6oi neste conteto ue ases militares
e centros de forma"-o e treinamento /ara /ases aliados deram origem a Escola das Américas
e outras institui"@es semelhantes os uais foram im/lementadas /ara realiar a forma"-o de
militares e ci5is /ara ue aCudassem a manter as GPorta AertasH /ara os in5estimentos de
em/resas norte)americanas como tamém /roteger seus interesses em territórios além)
fronteiras%
rios e/isódios da história da América $atina corrooram a eist?ncia de um olhar5igilante dos E4A /ara as situa"@es internas de seus aliados ou de /ontos estratégicos desde
o fim da II 8uerra Mundial /rinci/almente a /artir dos tratados assinados na Ata de
.ha/ulte/ec em 1'>(%
Para encerrar esta re5e re5is-o sore o im/erialismo é necessrio traer ao deate
um intelectual da América $atina /ara demonstrar um /onto de 5ista elaorado em uma das
na"@es ue sofreram forte influ?ncia estadunidense% #este caso foi escolhido o sociólogo
9cta5io Ianni% !eu li5ro GIm/erialismo na América $atinaH tra interessante elaora"-o soreO( MA8D966 arry% 9/% .it% /% >3OK MA8D966= arry% 9/% .it% /% 133%OO Idem% /% '%
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as rela"@es im/erialistas no continente americano% Elaorado no conteto do inicio dos anos
O0 /erceesse nas suas refle@es um otimismo /ara a su/era"-o do im/erialismo /or 5ias
como a adotada no .hile do go5erno da 4nidade Po/ular ent-o 5igente &a ora fora concluda
em Caneiro de 1'O3 /ortanto meses antes do trgico 11 de !etemro latino)americano+%
Inde/endente de sua data"-o Ianni aferia ue a /artir do fim da !egunda 8uerra n-o
ha5ia /oltica eterna de ualuer /as da América $atina ue n-o ti5esse sofrido interfer?ncia
dos Estados 4nidos% #este conteto desenha)se o conceito de Di/lomacia ,otal ue /ara
Ianni era a e/ress-o da sntese entre a Di/lomacia do Bollar F e a Di/lomacia do @ig *ticG.
9u seCa o go5erno estadunidense altera5a sua /oltica regional de acordo com as no5as
necessidade geradas /elo momento de /uCan"a econTmica /ós)guerra: G se adotou e
generali$ou a doutrina de contra=insurrei-ão. Ela foi um desen!ol!imento no!o e coerente
com o tipo de hegemonia eercida pelos E0' sobre os pa;ses da 'mrica "atinaHO'%
Esta5a claro ue seria /reciso con5encer os aliados e a /o/ula"-o em geral sore a
necessidade de enfrentar a amea"a comunista agora a /artir de um comate interno contra as
for"as su5ersi5as inimigas do Gdesen5ol5imentoH dos /ases aliados dos E4A% Ianni ressalta
ue dentro de tal esfor"o
Gos go5ernantes dos Estados 4nidos e/ortaram /ara os /ases da América $atina oRnoZ)hoZ como técnicos &assessores conselheiros e outros como o oCeti5o defortalecer o Estado .a/italista no hemisfério+ \]% 9s a/arelhos re/ressi5os \]ti5eram e continuaram a ter /rioridade nesses /rogramas de modernia"-o%H*0%
.om/reende)se ue dentro do uadro resultante dessa lógica assinalada /or 9tac5ioIanni se delineou o /a/el ue a !9A te5e no aulio indireto dos nos interessesestadunidenses constituindo)se em um instrumento cataliador do im/erialismo na América$atina e da militaria"-o do Estado e das rela"@es com as for"as ci5is%
2%2 N A GPE#,A89#ILA`9H DA! 697`A! A7MADA! #A AMb7I.A $A,I#A%
b ineg5el ue os Estados 4nidos conseguiram es/alhar a ideologia de !eguran"a
#acional /ela América $atina a/ro5eitando)se das rela"@es im/lementadas atra5és das
O* ,ermo ue 9ct5io Ianni utiliou no li5ro /ara e/ressar a outra forma ue os Estados 4nidos usa5am /ara
manter sua rela"-o com outros /ases atra5és de aulios financeiros como em/réstimos e /olticasassistencialistas%
O' IA##I% 9cta5io% 9/% .it% /% 1K*0 Idem% /% 1O
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escolas militares fosse dentro de seu território ou em /ases aliados% .ae salientar
entretanto ue essas n-o foram o Jnico meio de transmiss-o% Enriue Padrós introduiu no
meio acad?mico rasileiro um conceito muito interessante /ara se /oder com/reender a
ess?ncia dessas transforma"@es: a ideia de G/entagonia"-oH das 6or"as Armadas regionais% A
origem dessa e/ress-o /ode)se creditar ao e)/residente da 7e/Jlica Dominicana Uuan
;osch ue ao teoriar sore as rela"@es im/erialistas dos Estados 4nidos /ro/@e ue surge
uma no5a modalidade de hegemonia dauela su/er/ot?ncia ue ele denomina de
G/entagonismoH%*1 Para ;osch de/osto /or um gol/e tramado nas salas do De/artamento de
Defesa do Estado 4nidos o G/entagonismoH n-o só usca5a /ossiilitar a seguran"a /ara o
in5estimento do ca/ital da /ot?ncia ca/italista mas tamém uscar acesso aos recursos
econTmicos /ara manter e consolidar o com/leo industrial élico ue surgira durante II
8uerra MundialV 9 com/leo militar)industrial dos E4A se constitui como um fortssimo
conglomerado de interesses élicos financi5eis e indJstrias ue ganharam centralidade
dentro da estrutura de /oder da su/er/ot?ncia &E4A+ necessria /ara desen5ol5er um
mercado cati5o de armas e assim test)las no /as aliado%*2 9 fator militar atra5és de
dinmicas de comércio colaora"-o hieraruia"-o e uni-o de rela"@es entre os /ares
nacionais /assou a ser elemento fundamental nas no5as rela"@es ilaterais e regionais% Para
;osch o G/entagonismoH n-o e/ressaria só a 5ontade dos setores militares mas sim uma
categoria de ascens-o do ca/italismo como uma fase su/erior:
El sector lieral norteamericano cada 5e ms /euejo es ya una flor eótica /roducto de una sociedad liuidada% uedan algunos lierales ue sore5i5en /orraones iológicas deido a su edad a5anada% $a e/resión natural de una sociedadde masa en un régimen de lire com/etencia es el /entagonismo no el lieralismo%*3
outra contriui"-o ue dialoga com a G/entagonia"-oH de autoria de 8ariel
7amre% Ele contesta a /ro/osta de fase su/erior do im/erialismo de Uuan ;osch e coloca o
G/entagonismoH como um mecanismo da su/er/ot?ncia estadunidense /ara manter seu
com/leo militar industrial e assegurar sua hegemonia e ue /er/assa todos os setores da
sociedade seu oCeti5o é atrair as elites dos /ases /eriféricos da América $atina e do mundo
ca/italista aos oCeti5os e estratégias dos Estados 4nidos /erante a 8uerra 6ria% Pela forma
*1 PAD7_! Enriue !erra% 9/% .it% /% 12K*2 Idem% /% 1K>*3 ;9!. Uuan El /entagonismo sustituto del im/erialismo% !anto Domingo: Alfa y 9mega 2000 /% 12K%
A/ud% ;E7466 Uorge 7odrgue% Uuan ;osch y las 5isiones geo/olticas del .arie% Istor: re5ista de historiainternacional 5% 11 n% >1 /% 11')13O 2010%
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como 7amre e/@e o G/entagonismoY/entagonia"-oH como algo ue acom/anha o
im/erialismo*> um /rocesso concomitantemente com a e/ans-o im/erialista mas ue 5isa a
associa"-o suordinadas das 6or"as Armadas regionais% Preferiu)se o/tar /ela teoria de
7amre e/osta no traalho de Enriue Padrós /ois além de se encaiar melhor na forma
como a história da América $atina transcorre a /artir dos anos (0 do século
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GEsta foi uma mudan"a drstica na /oltica dos E4AV da defesa hemisférica aocomate da su5ers-o interna ue foi e/erimentada es/ecialmente na Escola do.arie &4%!% Army .ari !hool+% A uantidade de estudantes latino)americanosultra/assou os graduados dos E4A em nJmero /ela /rimeira 5e em 1'(* com*%01' estudantes dos E4A treinados e *%32> estudantes latino)americanos treinadosdesde a cria"-o da escola% A mudan"a é ainda mais e5idente a/enas um ano de/oiscom a/enas O1 militares norte)americanos treinados em com/ara"-o com otreinamento de O(3 latino)americanos% A mudan"a afetou os cursos ministrados naEscola do .arie e em 1'K1 os Estados 4nidos come"aram seu /rimeiro curso deo/era"@es de contra)insurg?ncia oficial na Escola .arie% #o entantoetraoficialmente militares norte)americanos C eram treinados em o/era"@es decontra)insurg?ncia com 6or"as Armadas latino)americanas na .olTmia desde1'(2%H*O
#a administra"-o Sennedy se continuou a mudan"a da Gdefesa do hemisférioH
/ara Gcontrainsurg?nciaH o ue acarretou tamém mudan"as nos /rinc/ios da !9A% E sem
dJ5ida conseuentemente a administra"-o Sennedy te5e um /a/el im/ortante na
dissemina"-o da D!# na regi-o se com/arado as décadas anteriores%
2%3 N A D94,7I#A DE !E847A#`A #A.I9#A$ E A E!.9$A DA! AMb7I.A!%
9 ue mudara na Escola das Américas com a necessidade im/osta /elo go5erno
Sennedy de ue a Escola teria ue ter um no5o /a/el de disseminar a Doutrina de !eguran"a
#acionalQ Primeiramente o nome% Antes de 1'K3 a !9A ainda mantinha seu nome atrelado
ao .omando do .arie &4%!% Army .ariean !chool+ e a modifica"-o de seu nome /ara
Escola das Américas &4%!% Army !chool of the Americas+ /arece uma sinalia"-o concreta
/ara o continente:
A administra"-o Sennedy tamém tentou en5iar uma mensagem /ara a América$atina uando eles renomearam a instala"-o militar de 6orte 8ulicR em 1^ de Culhode 1'K3 /ara: Escola das Américas% A 5isita do /rocurador)geral gerou areorgania"-o n-o só do treinamento e estratégia do 6orte 8ulicR mas todo ocomando do .arie% Para garantir ue o Eército a/reciasse essas mudan"as oPresidente Sennedy ordenou ue o De/artamento de Defesa re5esse toda a estrutura
*O ers-o 9riginal: G,his Zas a drastic shift in 4%!% /olicy from hemis/heric defense to comatinginternalsu5ersion that Zas e/erienced es/ecially at the .ariean !chool% $atin American /ersonnel outnumered4%!% graduates for the first time in 1'(* Zith *01' 4%!% trained and *32> $atin Americans trained since theschools creation% ,he shift is e5en more e5ident Cust a year later Zith only O1 4%!% military /ersonneltrained com/ared to the training of O(3 $atin American /ersonnel% ,he shift affected courses taught at the
.ariean !chool and y 1'K1 the 4nited !tates egan its first official counter)insurgency o/erationscourse at the .ariean !chool% 4nofficially hoZe5er 4%!% military /ersonnel trained in counter)insurgencyo/erations Zith $atin American militaries in neighoring .olomia since 1'(2%H &69< Ur% .arl ,%9/% .it% /%3*+
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de comando /ara a América $atina refletindo uma /ro/osta /ara todo o hemisfério%9 .omando do .arie receeu sua no5a designa"-o G.omando !ul dos E4AH&4!A7!9+% As res/onsailidades da 4!A7!9 era treinar os militares de /asessituados até o etremo da América do !ul longe da /rote"-o do .anal do Panam edas rotas de na5ega"-o do .arie%**
.onsiderando a a5alia"-o anterior de 9t5io Ianni sore a GDi/lomacia ,otalH /ode)
se afirmar ue iniciati5a estadunidense na dissemina"-o da ideia de um inimigo interno
ocorreu em di5ersos cam/os como com o /rograma Alian"a /ara o Progresso &A$P79+
anunciada em mar"o de 1'K1*' uma a"-o indireta ue tra5estida de aCuda econTmica
/rocura5a criar maiores condi"@es de influ?ncia na /oltica interna dos /ases GagraciadosH% A
A$P79 financia5a cam/anhas /ró)E4A em /ases da América $atina so a coertura deGaCuda humanitriaH atra5és de alimentos e in5estimentos em certas reas sociais%
Paralelamente as a"@es armadas mais diretas continua5am ocorrendo como demonstram os
acontecimentos e agress@es a .ua imediatamente a/ós a 5itória da 7e5olu"-o%
A Escola das Américas se insere dentro dessa /ers/ecti5a de GDi/lomacia ,otalH do
go5erno estadunidense a/ós a 7e5olu"-o .uanaV é fundamental ter essa com/reens-o /ara se
entender melhor como o /a/el da !9A se remodelou com a necessidade de /re/arar as elites
dos /ases aliados /ara uma Gres/osta fle5elH'0
% De fato ela atendeu aos dois /ro/ósitos /rimeiro como ase militar na Lona do .anal na América .entral e de/ois como centro de
treinamento e de a/oio dos E4A aos militares e ci5is de go5ernos aliados na regi-o na luta
contra o comunismo%
Para delinear conceitualmente a !9A /ode)se recorrer a uma anlise feita /or Uosé
Eliéer de !oua a /artir de seus estudos sore a D!# uando tenta caracteriar ual seria a
/osi"-o conceitual de uma escola militar atra5és da /ers/ecti5a althusseriana de A/arato
Ideológico do Estado% 9 G 'parelho 3deológico do Estado funciona mediante a ideologiaH
'1
enuanto o A/arelho do Estado seria o re/resentante do mono/ólio da 5iol?ncia do Estado ou** ers-o 9riginal: G,he Sennedy administration also tried to send a message to $atin America Zhen they
renamed the facility at 6t% 8ulicR on Uuly 1 1'K3: the 4%!% Army !chool of the Americas% ,he attorneygenerals 5isit s/aZned the reorganiation of not only training at 6t% 8ulicR ut the entire .ariean.ommand% ,o ensure that the army a//reciated its /riorities President Sennedy ordered the De/artment ofDefense to re5ise the command structure for $atin America to reflect a hemis/heric /ur/ose% ,he .ariean.ommand recei5ed its neZ designation the 4%!% !outhern .ommand% 4!A7!9s res/onsiilities etend tothe ti/ of !outh America a far cry from /rotection of the Panama .anal and the shi//ing lanes of the.ariean%)& $A4DE7;A.S Da5id MarcusV 9/% .it% /% 2((+
*' 69< Ur% .arl ,% 9/% .it% /% 3O%'0 7es/osta 6le5el é a forma como U%6% Sennedy em seu go5erno chamar as estratégias /ara comater a
guerra re5olucionria% Para saer mais: MA7,I#! 6I$9 Uo-o 7oerto% 9s Estados 4nidos a 7e5olu"-o.uana e a contra)insurrei"-o% 7e5ista de sociologia e /oltica da 4ni5ersidade 6ederal do /aran .uritia5% 12 n% 12 /% KO)*2 1'''%
'1 9$IEI7A Eliéer 7io% 9/% .it% /% 2(%
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seCa ue funciona Gmaci-amente com a repressão, como forma predominante, e só
secundariamente, com a ideologia. HIJ 'o passo que os 'paratos 3deológicos do Estado
funcionam com a ideologia de forma predominante.H'2 Porém Uosé Elieer caracteria a
escola militar ue ele estuda a N Escola !u/erior de 8uerra N como