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Differences between American and British English Só a educação liberta. Epicteto 1 IESDE Brasil S. A. A segunda metade do século XVIII e início do século XIX foram marcados por acontecimentos e processos que modificaram a vida das sociedades modernas. As revoluções agrícola, comercial, social, política e demográfica, observadas nesse período, criaram as estruturas das atuais sociedades do mun- do ocidental. Dentre as revoluções citadas, destaco a Revolução Industrial como a mais importante desse período, por representar uma ruptura no sistema de trocas da sociedade feudal: a produção arte- sanal passa para a produção manufatureira. A Inglaterra, que dispunha dos recursos naturais e técnicos, se impôs como potência econômica, colocando o país um século à frente em termos de progresso e desenvolvimento dos demais países europeus. Quanto à expansão da língua inglesa, costuma-se dizer que passou por três momentos: o pri- meiro ocorreu no século XVII, com a imigração dos ingleses para Austrália e Nova Zelândia; o segundo ocorreu nos séculos XVIII e XIX com o estabelecimento das colônias, principalmente por parte da Grã- 1 Epicteto (35 – 135 a.C) filósofo grego, da escola estóica. Viveu a maior parte de sua vida como escravo em Roma.
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Differences between American and British English · Differences between American and British English Só a educação liberta. Epicteto1 IESDE Brasil S. A. A segunda metade do século

Sep 18, 2019

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Differences between American and British English

Só a educação liberta.

Epicteto1

IESD

E Br

asil

S. A

.

A segunda metade do século XVIII e início do século XIX foram marcados por acontecimentos e processos que modificaram a vida das sociedades modernas. As revoluções agrícola, comercial, social, política e demográfica, observadas nesse período, criaram as estruturas das atuais sociedades do mun-do ocidental. Dentre as revoluções citadas, destaco a Revolução Industrial como a mais importante desse período, por representar uma ruptura no sistema de trocas da sociedade feudal: a produção arte-sanal passa para a produção manufatureira. A Inglaterra, que dispunha dos recursos naturais e técnicos, se impôs como potência econômica, colocando o país um século à frente em termos de progresso e desenvolvimento dos demais países europeus.

Quanto à expansão da língua inglesa, costuma-se dizer que passou por três momentos: o pri-meiro ocorreu no século XVII, com a imigração dos ingleses para Austrália e Nova Zelândia; o segundo ocorreu nos séculos XVIII e XIX com o estabelecimento das colônias, principalmente por parte da Grã-

1 Epicteto (35 – 135 a.C) filósofo grego, da escola estóica. Viveu a maior parte de sua vida como escravo em Roma.

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142 | Compreensão Oral em Língua Inglesa

Bretanha na África, no Oriente Médio, na Ásia e na Oceania. O terceiro momento teve início com o fim da Segunda Grande Guerra, em 1945, e o conseqüente fortalecimento dos EUA com o poderio econômico-técnico-científico.

Existe, todavia, um quarto momento, que deve ser considerado numa reflexão sobre a consolida-ção do inglês como língua internacional neste início de novo milênio. Com a independência das dife-rentes colônias na África e na Ásia, a partir dos anos 1960, foram institucionalizadas outras variedades de inglês, cada uma com a sua norma, sua cultura, seus romancistas, poetas e seus próprios dicionários. É importante lembrar que o inglês, desde muito tempo, deixou de ser propriedade exclusiva de uma nação; o referido idioma é oficial ou semi-oficial em 60 diferentes países e tem uma posição de proe-minência em outros 20. Por esse motivo, pode-se falar de “inglês americano”, “inglês australiano”, “inglês indiano”, “inglês dos países da África”, “inglês caribenho”, entre outos. Observe os seguintes dados:

Número de falantes (aproximadamente): primeira língua – 400 milhões, língua oficial – 1,4 ::::bilhões.

Primeira língua/língua oficial em 53 países independentes.::::

As áreas marcadas em verde mostram as nações que utilizam o inglês como a primeira língua ou como língua oficial.

30º 60º 120º 150º90º30º 0º60º90º120º150º

0º Equador

30º23º 27’ 30” Trópico de Capricórnio

66º 32’ 30” Círculo Polar Antártico60º

30º

60º66º 32’ 30” Círculo Polar Ártico

23º 27’ 30" Trópico de Câncer

Gre

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OceanoPacífico

OceanoPacífico

OceanoÍndico

OceanoAtlântico

2 658 km0

S

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Mar

ilu S

ouza

.

Língua oficial.::::

Nações Unidas – Organização internacional formada por 192 países independentes.

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143|Differences between American and Britsh English

União Européia – bloco político e econômico formado por 27 países independentes, situados na Europa.

Nações pertencentes ao Commonwealth – (também conhecido como British Commonwealth). Associação voluntária de 53 estados independentes, a maioria ex-colônias inglesas (exceto Grã-Bretanha e Moçambique).

Diante desses dados, não é de se estranhar que a língua inglesa apresente tantas variações lingüísticas, em termos de gramática, vocabulário, ortografia e pronúncia. Nesta aula, proponho um estudo sobre as diferenças entre o inglês americano e o inglês britânico. No entanto, é importante lembrar que a língua não é um sistema estanque e, portanto, irá apresentar diversas variações em termos de stress, pronúncia e sotaque, para citar as diferenças mais evidentes. Por exemplo, o inglês falado nos Estados Unidos não é o mesmo em todo o território. Os americanos que vivem no norte do país têm pronúncia, sotaque e uso de vocabulário que diferem daqueles que vivem na região sul, na região oeste, na região leste e na região central dos Estados Unidos.

Essas diferenças também se relacionam com a escolaridade dos indivíduos, com o grupo social a que pertencem, à faixa etária em que se encontram, só para citar alguns fatores que determinam as diferenças lingüísticas observadas no inglês americano. Da mesma forma, observa-se as diferenças no inglês britânico, que além das diferenças regionais, dos grupos sociais, da escolarização dos indivíduos, a língua apresenta mais uma variação: o RP (Received Pronunciation2). Esse é o inglês falado pela rainha, pela família real, pelos nobres e pela elite britânica, e cuja variante lingüística e pronúncia diferenciam-se das demais formas. Temos, ainda, dialetos londrinos, como o cockney.

Por isso, para efeito de análise vamos considerar apenas duas formas: o inglês americano padrão (AE standard) e o inglês britânico, entendido como RP (Received Pronunciation)3. De acordo com o The American Heritage® Dictionary of the English Language (2000), RP refere-se à pronúncia do inglês britâni-co baseado na fala da elite inglesa (upper class) e que é o padrão ensinado nas escolas públicas, particu-lares e também utilizado pelos meios de comunicação.

2 RP–Received Pronunciation é apenas uma variante de pronúncia. Não devemos traduzir literalmente por Pronúncia Recebida. 3 Doravante AE refere-se ao inglês americano e RP ao inglês britânico.

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144 | Compreensão Oral em Língua Inglesa

Em termos de pronúncia, as maiores diferenças existentes entre AE e RP referem-se ao stress (toni-cidade) das palavras e à articulação de fonemas. De uma maneira bem simples, entende-se por fonemas as unidades sonoras da língua, como as vogais e consoantes. O stress se relaciona às sílabas que formam uma palavra e quão “fortes” ou “proeminentes” elas são quando comparadas às outras sílabas. O stress é mais facilmente identificado em palavras longas. Observe o seguinte exemplo:

Palavra AE RP

address (endereço)

garage (garagem)

Outra diferença, que é percebida nitidamente, refere-se ao som produzido pelo fonema r. De ma-neira geral, os americanos evidenciam o fonema r e os ingleses o pronunciam de maneira bem discreta. Veja os seguintes exemplos:

Palavra AE RP

card (cartão)

forecast (previsão)

A nasalização, qualidade dos sons vocálicos quando precedidos de consoante (principalmente m, n) é uma forte característica encontrada no AE. Alguns exemplos:

Palavra AE RP

ranch (rancho)

dance (dançar)

As diferenças são inúmeras e as que foram apontadas no decorrer do texto são as que podem ser detectadas de maneira auditiva. É importante lembrar que tais diferenças dependem da sensibilidade dos ouvintes para serem detectadas. Além disso, há temas que são muito recorrentes para iniciar-se uma conversação em inglês. Falantes norte-americanos e britânicos costumam iniciar um bate-papo com um tema muito culturalmente marcado para eles: o clima. Talvez pelo excesso de chuva caracterís-tico da Grã-Bretanha e pelo frio rigoroso, tanto na América do Norte quanto na Grã-Bretanha, os falantes de inglês gostam de iniciar conversas (até mesmo em salas de bate-papo na internet) perguntando e descrevendo o “tempo”. Na TV a cabo desses países há canais que transmitem as condições climáticas 24 horas por dia. Por isso, escolhi o tópico “tempo” (aspectos climáticos) para observar como um americano e um inglês pronunciam as mesmas frases.

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145|Differences between American and Britsh English

Describing the weather – (descrevendo o tempo) Vocabulary (vocabulário)

Useful sentences (frases úteis)

Using verbs to describe the weather (verbos utilizados para descrever o tempo)

IESD

E Br

asil

S. A

.

The sun is shining.

(O sol está brilhando)

IESD

E Br

asil

S. A

.

It’s drizzling.

(Está garoando)

IESD

E Br

asil

S. A

.

The wind is blowing.

(Está ventando)

IESD

E Br

asil

S. A

.

It’s raining.

(Está chovendo)

IESD

E Br

asil

S. A

.

It’s hailing.

(Chuva de granizo)

IESD

E Br

asil

S. A

.

It’s pouring. (Está caindo

uma tempestade)

IESD

E Br

asil

S. A

.

It’s snowing.

(Está nevando)

IESD

E Br

asil

S. A

.

It’s thundering.

(Está trovejando)

Using adjectives to describe the weather(adjetivos utilizados para descrever o tempo)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Sweltering

It’s a sweltering day.

(Dia de calor escaldante)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Freezing

It’s a freezing day.

(Dia de frio congelante)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Clear

It’s a clear day.

(Céu claro, sem nuvens)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Stormy

It’s a stormy day.

(Dia com chuva e trovoadas)

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146 | Compreensão Oral em Língua Inglesa

Using adjectives to describe the weather(adjetivos utilizados para descrever o tempo)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Warm

It’s a warm day.

(Dia quente)IE

SDE

Bras

il S.

A.

Cold

It’s a cold day.

(Dia frio)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Misty

It’s a misty day.

(Dia com névoa)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Foggy

It’s a foggy day.

(Dia com neblina)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Sunny

It’s a sunny day.

(Dia ensolarado)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Cloudy

It’s a cloudy day.

(Dia nublado)

IESD

E Br

asil

S. A

.Breezy

It’s a breezy day.

(Dia com brisa)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Windy

It’s a windy day.

(Dia com vento)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Showery

It’s a showery day.

(Dia com chuvas rápidas)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Rainy

It’s a rainy day.

(Dia chuvoso)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Snowy

It’s a snowy day.

(Dia com neve)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Drizzly

It’s a drizzly day.

(Dia com garoa)

Other events associated with the weather(outros eventos associados ao tempo)

IESD

E Br

asil

S. A

.

The weather forecast

(A previsão do tempo)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Flood

(Enchente)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Drought

(Seca)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Tidal wave (Ondas gigantes que

atingem as cidades – Tsunami)

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147|Differences between American and Britsh English

Other events associated with the weather(outros eventos associados ao tempo)

IESD

E Br

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S. A

.

Twister

(Tornado)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Hurricane

(Furacão)

IESD

E Br

asil

S. A

.

Earthquake

(Terremoto)

How to ask about the weather(American English accent) Jane is on the phone, talking to her friend Tom. (Inglês ameri-cano) Jane está ao telefone, falando com seu amigo Tom.

Dialog 1

Jane:: Hello, Tom. How are you?

Tom:: Hi, Jane. I’m fine. What have you been up to?

Jane:: Same old. Listen, I’m thinking of travelling to New York. What’s the weather like this time of the year?

Tom:: Well, it’s summer so it’s been very hot. The sun is shining, and there’s no sign of rain.

Jane:: Great. I’ll call you when I come back. Bye.

Tom:: Bye. Have a safe trip.

Jane:: Oi, Tom. Tudo bom?

Tom:: Oi, Jane. Vou bem. O que você tem feito?

Jane:: O de sempre. Escute, estou pensando em ir para Nova Iorque. Como está o tempo?

Tom:: Bem, é verão. Então, os dias têm sido bem quentes. O sol está brilhando e não há sinal de chuva.

Jane:: Muito bom. Te ligo quando voltar. Tchau.

Tom:: Tchau. Faça uma boa viagem.

Dialog 2

(British English accent) Neil is talking to his friend John. (Inglês britânico) Neil está con-versando com seu amigo John.

Neil:: John, the weather is terrible today.

John:: Do you think so?

Neil:: Yes. It’s been pouring since Sunday. Days are windy and stormy since the beginning of the month. On top of everything, I think I’m coming down with a cold.

John:: You really sound terrible. Go home and have a good rest.

Neil:: John, hoje o tempo está horrível.

John:: Você acha?

Neil:: Claro. Tem chovido torrencialmente desde domingo. Os dias têm sido de muita ventania e trovoadas desde o começo do mês. Sem contar que acho que vou pegar um resfriado.

John:: De fato, você não parece bem. Vá para casa descansar.

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Weather forecast Previsão to tempo(American English accent) In Seattle,

it will be rainy and windy tomorrow morning with rain falling until late in the afternoon. On the east side of the mountains in Spokane, the sun will shine and temperatures will reach 30 degrees Celsius. In the evening, the weather will become windy and cloudy. In the mountains, you can expect snow above 2 000 meters.

(Inglês americano) Em Seattle, a parte da manhã será chuvosa com ventos e chuva até o fim da tarde. No lado leste das montanhas em Spokane, o sol irá brilhar com temperaturas que deverão atingir 30° C. No fim da tarde, o tempo ficará nublado, com vento. Nas monta-nhas, pode-se esperar neve, que deve atingir 2 000 metros de altura.

Weather forecast Previsão to tempo(British English accent) And now here’s

the weather forecast for the next 24 hours. In the North of England, it will be a showery day. In the South of England, it will be mainly sunny and dry, with temperatures around 7° C. It should stay hot all day, but there’ll be quite a wind, so wrap up warm.

(Inglês britânico) E agora, a previsão do tempo para as próximas 24 horas. No norte da Inglaterra, a previsão é de dia com chuvas espar-sas. Já no sul da Inglaterra, o dia será ensolarado e seco, com temperatura em torno de 7° C. Deve permanecer quente o dia todo, mas há a possibili-dade de ventos, então mantenha-se aquecido.

Cantinho culturalComo você notou nesta lição, saber falar e compreender certas frases

fixas ou semi-fixas sobre o clima pode ser a porta de entrada para a sua co-municação em inglês. Mas, qual seria a razão para isso? Podemos pensar que, por exemplo, a cidade de Londres é muito conhecida pelo seu “fog” (neblina) e pela chuva constantes. Muitos londrinos não saem de casa sem consultar a previsão do tempo! E, não importa qual a estação, o tempo instável e o frio londrino fazem parte da vida de quem mora por lá.

Se você olhar no mapa-múndi verá quão próximo do extremo nor-te localiza-se a Grã-Bretanha. E, por ser um conjunto de ilhas separado do continente europeu pelo oceano, o clima britânico é bem distinto. Isso, talvez afete muitos hábitos britânicos, como, por exemplo: alimen-

tos e bebidas fortes para aquecerem-se; hábitos de leitura por ficarem muito tempo dentro de casa; e certa euforia nos raros dias de sol.

Já nos países de língua inglesa na América do Norte, devido à grande extensão territorial do Canadá e dos Estados Unidos, temos desde invernos rigorosos (-63º C em Yukun, um dos 3 terri-

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tórios canadenses e -62º C no Alasca, um dos 50 estados americanos) até verões muito quentes e úmidos (40º C na Flórida, estado americano ao sul). Contudo, devido à constituição geográfica da América do Norte, suas praias têm extensões de areia bem menores que as brasileiras e muitas delas apresentam apenas extensões rochosas que impossibilitam seu acesso.

Assim, o inverno é uma estação muito apreciada pelos norte-americanos para praticar es-portes outdoors (prática ao ar livre): esqui alpino, esqui cross-country, esqui livre, salto de esqui, snowboard e bobsleigh); e indoors (prática em local fechado): hóquei no gelo, patinação no gelo artística e de velocidade.

Culturalmente, o clima atua como fator determinante para as práticas sociais dos países do hemisfério norte em geral. Como você sabe, aqui no Brasil temos o verão como estação principal e característica de nossas práticas sociais (freqüentar praias, passeios ao ar livre, entre outros). Isso tudo afeta a língua e muitas vezes compreendemos as palavras, as frases da língua inglesa, mas não fazemos uma correlação direta com os nossos hábitos. Enfim, para entender a língua precisamos entender que nem sempre os hábitos são semelhantes e, como vimos nessa lição, até o clima carac-teriza uma língua, seus falantes e sua cultura.

Finalmente, é bom lembrarmos que nos Estados Unidos usa-se como medida de tempe-ratura o Fahrenheit (F). Para converter a temperatura de Fahrenheit para Célsius, subtraia 32 do valor em graus Fahrenheit, multiplique por 5 e divida por 9. Por exemplo, em Célsius 77º F é igual a 25º C (77-32x5/9).

Texto complementarDo you speak...?

Brasileiros estudam inglês mais do que nunca, mas a maioria não consegue aprender

(FRANÇA, 2008)

“O inglês é uma batata quente na minha boca”... Estamos no teatro, num dos quadros da peça Cinco Vezes Comédia. É uma história engraçada de uma mulher, interpretada pela atriz Débora Bloch, atormentada pela dificuldade em aprender inglês. “Meu inglês é tão ruim — conta a personagem, no palco — que, uma vez, me perdi no Central Park e precisei pedir informações. Em vez de perguntar Where am I? (onde estou?), dizia Who am I? (quem sou eu?). As pessoas fugiam pensando que eu era louca.” Depois de experimentar, em vão, todo tipo de curso de inglês, ela resolve se dar a última chance. “The last one”, avisa à platéia. Começa um curso por correspondência chamado Sleeping Learning — aprender dormindo. Um sonho de método! O único esforço que exige do aluno é escutar lições de inglês enquanto dorme. A personagem de Débora Bloch passa a sonhar com personagens de livros didáticos: Peter, Paul, Mary, Bill e Joan, que a envolvem numa trama policial tipo Agatha Christie. Só na última lição, morta de medo — acusada de assassinato, ela é levada à cadeira elétrica —, a moça começa finalmente a dominar a língua. Só que tudo não passou de um sonho. Fora do palco, aprender inglês é um pesadelo que atormenta um número cada vez maior de

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brasileiros. Nunca, na História do país, tantas pessoas estudaram um idioma estrangeiro. Nunca os brasileiros viajaram tanto para o exterior nem tiveram tanto contato com palavras e expressões em inglês. Qualquer pessoa, com um mínimo de escolaridade, sabe da importância da língua inglesa para o futuro profissional. E, embora muitos adolescentes e mesmo crianças já tenham incorporado aquele jeito muito americano de expressar satisfação dizendo “Yéeeeees”, na realidade continuamos monoglotas. Há alguns meses, a empresa de comunicações americana AT&T fez uma pesquisa sobre o grau de conhecimento do inglês entre seu público potencial no Brasil, os 20% de maior poder aquisitivo. A pesquisa revelou que nessa faixa, em que quase todos possuem diploma universitário, só 7% são capazes de “se virar” em inglês. “Tivemos de lançar nossa home page na Internet em português, em vez de usar o inglês, como na maioria dos países”, diz Fernando Espuela, gerente de vendas da AT&T, em Miami.

GRAVADOR NO SONO — Vinte milhões de brasileiros estudam inglês atualmente, entre crian-ças, adolescentes e adultos. Há 3 345 escolas de inglês registradas no país. Isso não significa que todos esses cursos sejam capazes de oferecer um aprendizado eficaz. Um estudo realizado pelo professor Rajendra Rangi Singh, consultor de idiomas para grandes empresas, mostra que metade dos cursos oferecidos no Brasil é de má qualidade. Outros 35% oferecem um aprendizado mediano, e apenas 15% são classificados como bons. “Não faltam picaretagens como o Sleeping Learning”, diz Singh. O método de aprender dormindo existe mesmo. É um curso composto de treze fitas, que devem ser ouvidas todas as noites na segunda meia hora do sono. Um relógio dispara o gravador com a fita da lição de inglês. A propaganda promete que, depois de setenta noites, o aluno, de tanto sonhar com as lições, acordará falando inglês — tal como no teatro. “O aluno aprende mais dormindo porque a concentração durante o sono é maior”, garante Luís Carlos Arruda, diretor do Sleeping Learning. Aprender inglês é a típica decisão de Ano-Novo da maioria dos brasileiros. São poucos, con-tudo, os que ao final do ano conseguem ao menos somar algumas palavras novas àque-las que já conheciam. A falta de intimidade com as línguas estrangeiras começa com o en-sino deficiente das escolas. É o que mostram as estatísticas dos vestibulares. Todos os anos, cerca de 120 000 estudantes prestam o exame da Fuvest, em São Paulo. A média dos alunos na prova de inglês é 3,5, numa escala de 1 a 10 — uma nota baixíssima, ainda mais porque, se-gundo a avaliação de Alceu Gonçalves de Pinho, diretor da Fuvest, “o exame é muito fácil”. Em tempos de globalização, não falar inglês virou motivo de vergonha. Nos seminários de negó-cios, mesmo os executivos mais ignorantes recusam os fones com tradução simultânea. Preferem assistir às palestras dissimulando a ignorância com um inconfundível ar apalermado à confissão pública de que não sabem inglês. Nas empresas, quando se abrem vagas para executivos, dez em cada dez candidatos garantem o pleno domínio do idioma de Shakespeare. A verdade é bem dife-rente, informa Marcelo Santos, diretor de Recursos Humanos do Banco de Boston. “A certa altura da entrevista, perguntamos se é possível prosseguir a conversa em inglês”, conta. “Eles em geral se recusam, dizendo que estão com o inglês um tanto enferrujado, mas que com dois ou três meses de treino estará tudo o.k..” Pelo cálculo de Santos, apenas 10% dos candidatos a cargos de gerência ou direção têm um inglês fluente. Outros 45% “quebram o galho” e os 45% restantes não vão além do “the book is on the table” (o livro está sobre a mesa).

ECONOMÊS — O Banco de Boston forma, todos os anos, um grupo de quinze a vinte funcioná-rios de alto escalão, que participam de um programa intensivo de aprendizado de inglês, o English Club. As aulas são voltadas para situações específicas do mundo dos negócios e o vocabulário se concentra no jargão da economia, o economês. “A língua para mim é um instrumento”, diz Pedro

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Milioni, de 41 anos, diretor do Banco de Boston, que participa do English Club. Fazia 25 anos que Milioni não estudava inglês. Hoje, ele tem aulas individuais dentro da empresa. Seu professor, o americano Douglas Gouveia, não se preocupa em “corrigir” o sotaque dos alunos. “Sotaque é uma coisa, pronúncia é outra. O sotaque é parte da personalidade de cada um. Devemos nos orgulhar dele, assim como nos orgulhamos de nossa aparência física.”

TREZENTAS HORAS — Separar uma boa escola de uma arapuca é simples: basta não acre-ditar em milagres. “Não existe método mágico de aprendizado”, informa Raymond Maddock, professor especialista em métodos de ensino. Trezentas horas de aula é a carga mínima de tem-po necessária para começar a falar a língua, segundo ele. Isso corresponde a quase dois anos, sem férias, com três horas de aula por semana, mais uma hora diária para o estudo em casa. Para quem tem tempo e recursos, uma opção cada vez mais usada é ir aprender inglês no exterior. Nos últimos dois anos, o número de brasileiros que embarcaram para os Estados Unidos com o propósito de estudar o idioma aumentou em média 60%. Só no ano passado, estima-se que 20 000 estudantes, de todas as idades, tenham saído do país para aprender inglês. Esse tipo de curso só é recomendado para quem já tem noções básicas do idioma antes de viajar. “Um aluno sem conhe-cimento da língua passa por tantas dificuldades que acaba traumatizado”, explica Irene Felman, da Associação Alumni, um centro de ensino e intercâmbio de inglês. Um caso exemplar é o de Arman-do Ambrosio, de 47 anos, gerente de vendas da Johnson & Johnson. Ele não falava quase nada de inglês. Por isso, a empresa resolveu mandá-lo para um curso de uma semana nos EUA. Terminadas as aulas, ele e a mulher foram para San Francisco. Ambrosio achava que já estava dominando a lín-gua. Atrapalhou-se no primeiro restaurante. Para fazer um pedido, ele precisou fazer mímicas e sons esquisitos que imitavam animais. “Foi um vexame!”, conta. Ambrosio queria comer camarão e não sabia a palavra equivalente em inglês (shrimp). Depois de ser ajudado por freqüentadores america-nos do restaurante, ele teve de comer a lagosta que lhe foi servida.

Atividades1. Defina AE e RP.

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152 | Compreensão Oral em Língua Inglesa

2. Ouça a previsão do tempo e preencha os espaços em branco.

And now the _____________ forecast for today. It is a sunny and _____________ day but you can expect _______ in the afternoon. ____________________ will be around 12° C. Up in the mountains, the temperatures will drop 16° C, so it’s going to a ___________day.

3. Ouça o diálogo e sublinhe as palavras relacionadas às condições climáticas: James: I am going to the stadium to watch a soccer game tonight.

Carol: So, you should take an umbrella.

James: Why? It’s clear.

Carol: No, it isn’t. It’s very cloudy. Listen! It’s thundering.

James: Oh! Let me check the weather forecast on the radio.

(20 minutes later)

Carol: So…

James: You’re right. It’s going to be rainy tonight. I think I’m not going to the game.

Carol: Well, that’s a wise decision.