0 Research Sectorial DIETA MEDITERRÂNICA Valor Económico e Perspetivas de Sustentabilidade Data Maio 2014
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Research Sectorial
DIETA MEDITERRÂNICAValor Económico e Perspetivas de Sustentabilidade
Data
Maio 2014
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Dieta Mediterrânica
“Dietas sustentáveis são dietas com baixo impacto sobre o meio ambiente, que contribuem para a segurança alimentar e nutricional, bem como para
uma vida saudável das gerações atuais e futuras.
Dietas sustentáveis contribuem para a proteção e respeito da biodiversidade e dos ecossistemas, são culturalmente aceitáveis, economicamente justas e acessíveis; adequadas, seguras e saudáveis do ponto de vista nutricional e,
ao mesmo tempo, otimizam os recursos naturais e humanos.”
FAO and Biodiversity International, 2010
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Dieta Mediterrânica
1. Sumário executivo 3
2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade 8
i. Caracterização da Dieta Mediterrânica e sociais
iii. Dietas sustentáveis
iv. Saúde, nutrição e a Dieta Mediterrânica
4.
414. Notas Finais 63
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal 26
i. Fileiras identificadas e variáveis a considerar
iii. Valor de cada fileira produtivaiv. Mercados abastecedores, turismo e gastronomiav. Balança Alimentar Portuguesa
Índice
ii. Candidatura Portuguesa à UNESCO
ii. Macro-indicadores da agricultura portuguesa
5. Anexos 65
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1. Sumário Executivo (i)O padrão alimentar mediterrânico, que se convencionou designar por Dieta Mediterrânica, tem sido objetode estudo por diferentes áreas do saber desde meados do século XX. O primeiro destes estudos, designadopor estudo dos Sete Países, é da autoria do americano Ancel Keys e foi realizado em finais dos anos 50 emItália, Grécia, ex-Jugoslávia, Holanda, Finlândia, Estados Unidos e Japão. Nele se estabelece a associaçãoentre, por um lado, uma dieta baixa em produtos animais e gorduras saturadas e, por outro, baixos níveisséricos de colesterol e uma baixa incidência de mortalidade por cardiopatia isquémica. O mesmo estudodemonstrou também a forte relação inversa entre a ingestão de ácidos gordos monoinsaturados (a principalfonte de gordura do azeite) e a mortalidade total e específica por cardiopatia isquémica e cancro. Desdeaquela data, a investigação nutricional tem insistido nos benefícios da dieta mediterrânica em geral e dosseus ingredientes em particular, existindo variados resultados que apontam para o facto deste padrão diáriode alimentação estar associado a maior longevidade no geral e à proteção face a doenças como o cancro,diabetes tipo 2, hipertensão arterial, doença cardiovascular, obesidade e doenças neurodegenerativas comoa doença de Parkinson ou de Alzheimer. Não existindo conhecimento total sobre os mecanismos exatos queconduzem aos fenómenos descritos, sabe-se existirem nos alimentos, e concretamente nos frutos ehortícolas, dezenas de substâncias químicas com eventual capacidade de proteção das células contraagressões externas como a oxidativa.
A Fundação Dieta Mediterrânica define esta dieta como sendo “um estilo de vida que a ciência moderna nosconvida a adotar em benefício da nossa saúde, fazendo dela um excelente modelo de vida saudável”. Adieta mediterrânica é uma valiosa herança cultural, que a partir da simplicidade e da variedade deu origema uma combinação equilibrada e completa dos alimentos, baseada, tanto quanto possível, em produtosfrescos, locais e de época. Tem sido transmitida de geração em geração desde há muitos séculos e estáintimamente ligada ao estilo de vida dos povos mediterrânicos ao longo da sua história.
Enquanto padrão alimentar, a dieta mediterrânica é caracterizada pela frugalidade, preponderância deprodutos vegetais sazonais (pão, massa, arroz, verduras, hortaliças, frutas e frutos secos), o uso do azeitecomo gordura central, um consumo moderado de peixe, marisco, aves domésticas, produtos lácteos(iogurte e queijo) e ovos, consumo de pequenas quantidades de carnes vermelhas e a ingestão diária devinho, geralmente às refeições.
Fontes: Fundácion Dieta Mediterranica, Euro-Mediterranean Network on Research and Innovation for Food Security, ES Research - Research Sectorial.
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1. Sumário Executivo (ii)
Do ponto de vista culinário, a cozinha mediterrânica é uma cozinha simples quanto aos ingredientes mascomplexa quanto aos saberes que lhe dão forma. Só assim é possível explicar a sua variedade, apesar daescassez frequente de ingredientes. Tem na sua base as sopas, os cozidos, os ensopados, as caldeiradas,onde se incorporam os produtos hortícolas e as leguminosas, com quantidades modestas de carne e queusa como condimentos a cebola, o alho e as ervas aromáticas para enriquecer os seus sabores e aromas.
Ao padrão alimentar associa-se uma outra vertente determinante oriunda da necessidade de realizarexercício físico, descansar adequadamente, privilegiar a biodiversidade e sazonalidade, estruturar asrefeições de forma a promover a convivialidade através da gastronomia e ingerir água ou infusões de ervasao longo do dia.
Do ponto de vista ambiental, a promoção da dieta mediterrânica representa também uma interessanteoportunidade para a promoção dos valores da preservação da natureza. A forma de comer mediterrânica,constituída por alimentos e diversas técnicas culinárias, favorece a utilização frequente e predominante deprodutos vegetais produzidos localmente, estimula a diversificação alimentar e consequentemente utiliza eenaltece a biodiversidade local e reduz tempo de transporte e a utilização excessiva de embalagens.
Este padrão alimentar, que está ainda na base de grande parte das nossas práticas alimentares atuais,começou a ser alterado com a crescente abertura, económica, social e política das sociedades meridionaisdurante a década de 70 do século passado. As alterações introduzidas com a modificação do tecidosociodemográfico, com a urbanização progressiva, com a entrada maciça da mulher no mundo do trabalhoe com a alteração do tecido comercial e da distribuição alimentar permitiram que a oferta alimentar semodificasse de uma forma relativamente rápida, apesar de se terem mantido determinados traços queainda nos diferenciam (do ponto de da ingestão alimentar) de outros países. Estes traços identificativosdetetam-se, por exemplo, no consumo elevado de pescado, na preferência pelas gorduras vegetais como oazeite ou na preferência por determinados tipos de preparados culinários, de que é exemplo a sopa. Sãohábitos alimentares que diferenciam estas comunidades mas que também as protegem, permitindo aingestão de substâncias protetoras e reguladoras, muitas vezes com reduzido valor energético.
Fontes: Fundácion Dieta Mediterranica, Euro-Mediterranean Network on Research and Innovation for Food Security, ES Research - Research Sectorial.
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1. Sumário Executivo (iii)Portugal apresentou, em Março de 2012, a candidatura da dieta mediterrânica a património imaterial daHumanidade, apresentando Tavira como comunidade representativa, sendo a candidatura portuguesaconstituída por um grande conjunto de iniciativas e de medidas tendo em vista a valorização e a promoção daDieta Mediterrânica à escala nacional. Associados a Portugal estavam também o Chipre e a Croácia, depois deem 2010 a distinção ter sido atribuída à Grécia, Espanha, Itália e Marrocos. A classificação como PatrimónioImaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)teve lugar em dezembro de 2013, em Baku, no Azerbaijão, uma decisão tomada durante a 8.ª Sessão doComité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO.
O cálculo do valor económico da dieta mediterrânica em Portugal é feito a partir da identificação das fileirasprodutivas apontadas na pirâmide alimentar, já que existe uma clara predominância dos produtosmediterrânicos na produção agrícola nacional. Assim, analisamos a produção agrícola nacional e suasprincipais fileiras - produção vegetal (frutos, hortícolas, leguminosas, batatas, cereais, azeite, vinho, plantasaromáticas e medicinais); produção animal (bovinos, suínos, aves de capoeira, ovinos e caprinos, leite, ovos),a produção da pesca, tanto ao nível de capturas como de aquacultura. Tendo Portugal uma razoável rede demercados abastecedores e retalhistas (municipais e locais), mostramos igualmente a importância destasinfraestruturas na manutenção e promoção da compra de proximidade, privilegiando a biodiversidade esazonalidade e os produtos locais e tradicionais. A vertente turística também é abordada, sobretudo atravésda dinâmica induzida pela gastronomia e pelo vinho, que se constitui atualmente como elemento promotor dopaís.
As fileiras produtivas integrantes da pirâmide da Dieta Mediterrânica, e para as quais Portugal tem ativosendógenos de qualidade e com potencial de crescimento, contribuem com 1.9 para o PIB, são responsáveispor quase 8% das exportações totais e por mais de 12% do emprego. Levando o turismo em consideraçãoaqueles valores sobem para 11.1%, 21.4% e 19.1% respetivamente.
Existem em Portugal mais de 46 mil empresas agrícolas com um volume de negócios de EUR 5.3 mil milhões.Estas empresas têm explorações maiores e mais eficientes do que a média nacional e são quem empregamais pessoas a tempo inteiro e remuneradas.
Fontes: Fundácion Dieta Mediterranica, Euro-Mediterranean Network on Research and Innovation for Food Security, INE, ES Research - Research Sectorial.
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1. Sumário Executivo (iii)
Portugal tem uma produção agrícola que ascende a EUR 6.7 mil milhões, onde a produção vegetal predomina,com mais de 60% da produção anual ou EUR 4 mil milhões. As condições edafoclimáticas do país colocam-nonuma posição privilegiada de produção de qualidade (oriunda da combinação sabor, cor, textura), sendo, paraalguns produtos agrícolas, o primeiro produtor do hemisfério Norte. A produção animal representa EUR 2.7mil milhões, e em Portugal existem muitas explorações extensivas de criação animal que têm um impacteambiental ainda assim inferior às explorações com regime intensivo. A pesca, setor em profundareestruturação nas últimas décadas, representa um valor de produção que ascende a EUR 345 milhões.Portugal é um grande consumidor de peixe, o 3º mundial, o que provoca défice na balança externa de peixe,importamos mais de metade do que consumimos. Os mercados abastecedores representam a melhor formade os produtores colocarem as suas produções no retalho alimentar de proximidade. A distinção conseguidacom a candidatura portuguesa abre espaço para a diferenciação do turismo nacional, com ele relacionando agastronomia e toda a herança cultural a ela associada.
A balança alimentar portuguesa mostra que os consumidores portugueses se afastaram do padrão alimentarrecomendado pela dieta mediterrânica, à semelhança do que se verificou na Europa, mas ainda assim emmenor escala. A principal questão é o consumo exagerado de carne em detrimento de frutos e hortícolas. Acrise atual motivou um novo aproximar à dieta mediterrânica.
Fontes: Fundácion Dieta Mediterranica, Euro-Mediterranean Network on Research and Innovation for Food Security, INE, ES Research - Research Sectorial.
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Dieta Mediterrânica
1. Sumário executivo 3
2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade 8
i. Caracterização da Dieta Mediterrânica e sociais
iii. Dietas sustentáveis
iv. Saúde, nutrição e a Dieta Mediterrânica
4.
414. Notas Finais 63
33
3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal 26
i. Fileiras identificadas e variáveis a considerar
iii. Valor de cada fileira produtivaiv. Mercados abastecedores, turismo e gastronomiav. Balança Alimentar Portuguesa
Índice
ii. Candidatura Portuguesa à UNESCO
ii. Macro-indicadores da agricultura portuguesa
5. Anexos 65
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O Mediterrâneo é mais que um mar interior que liga três continentes, é berço de civilizações que influenciaram a história da humanidade nos últimos milénios. O Mediterrâneo é um
modo de ver, pensar e agir, um modelo de vida comunitária.
2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade
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2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade
Fontes: Fundácion Dieta Mediterranica, ES Research - Research Sectorial.
Dieta tem origem no
termo grego “daíata”,
significa estilo de vida. Não é
apenas um padrão
alimentar, é uma forma de ver, pensar e
agir que influenciou o
planeta.
i - Caracterização
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2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade
A 4 de dezembro de 2013 a Dieta Mediterrânica foi inscrita na
lista de Património
Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO.
Fontes: Câmara Municipal de Tavira, ES Research - Research Sectorial.
A candidatura portuguesa da DietaMediterrânica consistiu na 1ª candidaturatransnacional apresentada pelo EstadoPortuguês à Lista Representativa doPatrimónio Imaterial da Humanidade, umprojeto conjunto que envolve também oChipre e a Croácia, e que se destinou areforçar o reconhecimento internacional daDieta Mediterrânica enquanto expressãocultural alargada, no âmbito da Convençãopara a Salvaguarda do Património CulturalImaterial, já conferido pela UNESCO, em2010, à Grécia, a Espanha, a Itália e aMarrocos, no âmbito da candidatura inicial.
Tendo sido apresentada em Março de2012, a candidatura apresenta Tavira comocomunidade representativa em Portugal.
A decisão favorável aconteceu a 4 dedezembro de 2013, constituindo um fatordiferenciador da produção agrícola, doturismo e gastronomias nacionais.
ii – Candidatura portuguesa
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2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade
Fontes: Dieta Mediterrânica, Um património civilizacional partilhado, ES Research - Research Sectorial.
Os estudos iniciais na Ilha
de Creta, Grécia, foram fundamentais
para o seguimento de
Ancel Keys(1904-2004)
que tornaram a Dieta
Mediterrânica global.
10 Principios da DietaMediterrânica
Frugalidade e cozinha simples que temna sua base preparados que protegem osnutrientes, como as sopas, os cozidos, osensopados e as caldeiradas
Elevado consumo de produtos vegetaisem detrimento do consumo de alimentosde origem animal, nomeadamente deprodutos hortícolas, fruta, pão dequalidade, e cereais pouco refinados,leguminosas secas e frescas, frutossecos e oleaginosas
Consumo de produtos vegetaisproduzidos localmente, frescos e daépoca
Consumo de azeite como principal fontede gordura
… em Portugal
Consumo moderado de laticínios
Utilização de ervas aromáticas para temperar em detrimento do sal
Consumo frequente de pescado e baixo de carnes vermelhas
Consumo baixo a moderado de vinho e apenas nas refeições principais
Água como principal bebida ao longo do dia
Convivialidade à volta da mesa
ii – Candidatura portuguesa
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Biodiversidade,ambiente,
clima
Equidade, comércio
justoNecessidades alimentares
e de nutrientes,segurança alimentar,
acessibilidade
Herança cultural,
capacidades
Respeito pelo meio
ambiente,comida local e
sazonal
Bem estar, saúde
DIETA
SUSTENTÁVEL
Fontes: FAO (2010) Sustainable Diets and Biodiversity, Euro-Mediterranean Network on Research and Innovation for Food Security ES Research - ResearchSectorial.
2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade
A definição da FAO de dietas sustentáveis reconhece a
interdependência entre produção
e consumo alimentares.
Apesar dos grandes progressos alcançados,no que se refere às possibilidades daagricultura alimentar um cada vez maiornúmero de pessoas no planeta, a verdadeé que, os sistemas alimentares e dietasmundiais e da região mediterrânica nãosão hoje propriamente sustentáveis.Existem cerca de mil milhões de pessoasem todo o mundo que sofrem de fome, amesma quantidade de pessoas que sofremde obesidade e excesso de peso.Trata-se de má nutrição em ambos oscasos. Os Anexos V e VI mostram osmapas do excesso de peso e da fome.
Uma dieta sustentável pode reduzir autilização de água, minimizar a emissão deCO2 e promover a biodiversidade alimentare os valores tradicionais e comidas locais,graças à sua enorme variedade, que sãoigualmente ricas nutricionalmente.
O sucesso desta promoção passa peloenvolvimento da sociedade civil e de todosos envolvidos nos setores agrícola,nutricional, saúde, ambiente, educação,cultura, comércio, tanto do lado da procuracomo da oferta.
Representação esquemática das principais componentes de uma dieta sustentável
iii – Dietas sustentáveis
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2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade
PIRÂMIDE AMBIENTAL
ALTO
ALTOBAIXO
BAIXO
Fontes: Barilla Center for Food and Nutrition, Euro-Mediterranean Network on Research and Innovation for Food Security, ES Research - Research Sectorial.
O impacte ambiental da agricultura é
assinalável. Produções vegetais têm um
impacte inferior ao das produções
animais, devido, p.e., à emissão de gases
com efeitos de estufa (GEE). A Dieta Mediterrânica é
benéfica para a saúde e para o ambiente.
Do ponto de vista ambiental, a promoção da dieta mediterrânica representa igualmente uma interessanteoportunidade para a promoção dos valores da promoção da natureza. A forma de comer mediterrânica, constituídapor alimentos e diversas técnicas culinárias, favorece a utilização frequente e predominante de produtosvegetais produzidos localmente, estimula a diversificação alimentar e consequentemente utiliza eenaltece a biodiversidade local e reduz o tempo de transporte e a utilização excessiva de embalagens.
iii – Dietas sustentáveis
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A importância da bacia do mediterrâneo, no que se refere à biodiversidade (diversidade cultural), é bem patente nofacto cerca de 1/3 dos géneros alimentícios utilizados pelo Homem serem oriundos da região climática mediterrânica(Harlan, 1995). A riqueza da biodiversidade mediterrânica é imensa: desde os cereais, às leguminosas, às árvores defrutos, aos vegetais, passando pelas ervas aromáticas e ornamentais, ou ainda pelos recursos piscícolas ou espéciesmamíferas. Existem mais espécies vegetais na Europa Mediterrânica do que em todas as restantes regiõesbiogeográficas europeias juntas.
2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade
Hotspots de Biodiversidade no Mundo
Fontes: Scientific American, FAO
Uma dieta adequada tem de ser composta por uma variedade de alimentos, sendo a chave a biodiversidade
iii – Dietas sustentáveis
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Espanha Portugal Grécia Itália Líbano Tunísia Turquia Argélia Marrocos Egito Albania França Malta
1960 2007
Índice de Qualidade Alimentar nos Países do Mediterrâneo, 1960 e 2007À exceção de um
número diminuto de países , no período 1960-2007, todos os
países viram degradar-se os seus índices de qualidade alimentar, sinal das
profundas alterações vividas nas últimas
décadas no Mediterrâneo.
Na maioria dos países do mediterrâneo registou-se um agravamento do consumo de gorduras saturadas(carne, laticínios e comida industrial), algum crescimento no consumo de açucares - sodas, bolos esobremesas, ligeira redução no consumo de amidos – pão e batatas, e muitas deficiências em termos demicro nutrientes. O espelho dos novos hábitos alimentares está a aumentar enormemente: em forma deexcesso de peso e obesidade. As principais causas: lifestyle, tipo e frequência de atividade física, tipo equalidade de comida consumida e tempo despendido nas atividades relacionadas com a alimentação(compras, cozinhar).
Fontes: Scientific American, FAO, ES Research - Research Sectorial.
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2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade
O consumo de produtos
alimentares é influenciado por várias
variáveis. A promoção de
dietas saudáveis exige uma
ampla participação.
Fontes: EFSA European Food Consumption Database, USDA, ES Research - Research Sectorial.
Analisando o consumo e ocomportamento de famílias emdiferentes países, conclui-se que asleguminosas e o peixe sãocategorias de alimentosconsumidas por uma pequenapercentagem de pessoas. França éum caso a distinguir – apresentaelevadas percentagens para todasas categorias, o que mostra avariedade da dieta alimentarfrancesa. Os Estados Unidoslideram o consumo de carne, aSuécia o de laticínios.
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100150200250300350400450500
Grãos Leguminosas Vegetais Fruta Carne Peixe Laticínios
Recomendado Itália França Alemanha Suécia Estados Unidos
Consumo médio atual de sete grandes categorias de alimentos(g/dia)
Atuais consumidores em sete categorias de alimentos (%)
iii – Dietas sustentáveis
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Grãos Leguminosas Vegetais Fruta Carne Peixe Laticínios
Itália França Alemanha Suécia Estados Unidos
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Não tenho tempo para cozinhar
Conveniência
Não sei cozinhar
Mais saborosa
Não gosto de cozinhar
Vivo sozinho
Não posso cozinhar
Mais saudável
35988
764035
2622211715141212
520.90.10
DocesQueijosIogurte
BiscoitosMassa
PeixeLeite
PãoFruta
Carne de aves domésticasBife
AzeiteVegetaisBatatas
ArrozOvos
LeguminosasPorco
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2. A Dieta Mediterrânica e a sustentabilidade
Menos tempo à mesa,
menos tempo despendido
com os pais e menos tempo para cozinhar
são tendências que fazem perder o
conhecimento nutricional.
Fontes: Euromonitor International, 2012; Nielsen, 2011, ES Research - Research Sectorial.
Investimento em publicidade nalguns componentes alimentares(EUR Milhões)
Razões que levam os consumidores a comprarem comida pronta a comer
Persuadir as pessoas a adotar uma dieta sustentável, consistente com a dupla pirâmide é um esforçoenorme e de longa duração. Conciliar aspetos da vida moderna, como a presença maciça das mulheresno mercado de trabalho, com a dinâmica da publicidade e de outras estratégias seguidas pelasempresas, nem sempre é fácil. Entre 2006 e 2011 a compra de refeições prontas a comer aumentou27% e são regularmente adquiridas por 31% das famílias.
Estudo conduzido pela Universidade de Liverpool concluiu que crianças que veem muita TV estão mais expostas ao risco de desenvolver hábitos alimentares pobres
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2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade
Perdas e Desperdícios alimentares em diferentes regiões(Kg/ano)
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200
250
300
350
Europa América do Norte e Oceânia
Ásia Industrializada
África Subsariana
Norte de África, Asia Central e
Ocidental
Sudeste e Sul Asiático
América Latina
Produção e Distribuição Consumidor
A variável “perdas e desperdícios” é
central na sustentabilidade do sistema alimentar global, sendo um
dos domínios onde mais depressa se
podem atingir resultados eficazes
e duradouros.
Fontes: Scientific American, FAO, ES Research - Research Sectorial.
Calcula-se que 1/3 da produção alimentar para consumo humano seja desperdiçada, representando +/-1.3 milmilhões de ton/ano: USD 750 biliões de custos e mil milhões de pessoas no mundo com fome. Nos países derendimento médio e elevado, os desperdícios na cadeia alimentar são mais elevados no consumo, significando que éconsiderado lixo alimentação em condições para consumo humano. Nos países de rendimento médio e baixo, osdesperdícios na cadeia alimentar são os desperdícios nas fases mais iniciais da cadeia alimentar que ganham maiorexpressão - 54% dos alimentos dos desperdícios são gerados durante o processo de produção, no manuseio earmazenagem. Os restantes 46% são desperdiçados nas etapas de distribuição e consumo. Três grandes impactos:aumentam as emissões de gases estufa; diminuem as reservas de água potável e diminui abiodiversidade do planeta.
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2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade
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Bebidas alcoólicasPeixe
CarneQueijo
IogurteLeiteOvos
BiscoitosPão
MassaArroz
BatatasLeguminosas
HortícolasFrutos
Pescado3%
Carnes10%
Leite e produtos lácteos
14%
Ovos1%
Frutos15%
Leguminosas e óleos
vegetais2%
Raízes e tubérculos
11%
Hortícolas27%
Cereais17%
Composição das perdas alimentares em Portugal, 2012(%)
Média do desperdício alimentar nas famílias, 2012
(%)
Em Portugal são desperdiçadas cerca de 1 milhão de toneladas/ano, aproximadamente 17% do que é produzido. Hortícolas, cereais e frutos são as categorias onde se regista a maior quantidade de desperdícios. Em termos da fase onde ocorrem a situação é a seguinte: Produção: 332 mil toneladas
(32.2%); Indústria alimentar: 77 mil
toneladas (7.5%); Distribuição: 298 mil toneladas
(28.9%); Consumidor: 324 mil toneladas
(31.4%).A situação é preocupante. Como ultrapassa-la? Planear refeições, fazer lista de
compras e seguir a lista; Usar congelador para armazenar
frescos que não venham a ser consumidos a curto prazo;
Pensar no que para comer em vez do que me apetece comer;
Cozinhar nas quantidades adequadas.
Cada português desperdiça 97 kg de comida por ano. A situação
Europeia e nacional em praticamente
nada diferem da mundial. Os desperdícios
alimentares são alvo de
preocupação de várias
instituições.
Fontes: PERCA - Projeto de Estudo e Reflexão sobre Desperdício Alimentar, ES Research - Research Sectorial.
iii – Dietas sustentáveis
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Produção Processamento Distribuição Consumo
No campo e armazenamento:
Culturas deixadas no campo
Danos mecânicos na colheita e manuseamento
Quebras devido a doenças, ataques de pragas e animais
Pecuária:
Mortalidade dos animais
Doenças dos animais
Transporte para o matadouro
Pescas:
Descarte do pescado no mar
Pescado sem valor comercial que é encaminhado para farinhas
Danos no embalamento
Perdas de processo
Danos mecânicos durante o processamento
Mau manuseio e armazenamento
Falta de refrigeração
Gestão de stocks (prazos de validade, produtos frescos e do dia)
Produtos não vendidos
Passagem do prazo
Armazenamento inadequado
Perdas no prato
Outras perdas
Metade das perdas alimentares que ocorrem em Portugal
Produção de frutos, hortícolas e cereais
Distribuição de frutos, hortícolas e cereais
Consumo de cereais, frutos e laticínios
2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade
Fontes: PERCA - Projeto de Estudo e Reflexão sobre Desperdício Alimentar, ES Research - Research Sectorial.
iii – Dietas sustentáveis
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2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade
Frugalidade e moderação são dois conceitos inerentes ao estilo de vida avançado pelo conceito dadieta mediterrânica. De forma a verificar-se a alteração pretendida nas dietas individuais e naforma de comprar e cozinhar deverá existir uma melhor sinergia entre educação ambiental e desaúde. Muitos cientistas e investigadores já demonstraram que uma dieta baseada na produçãovegetal tem inúmeras vantagens ambientais e de saúde, é necessário, agora, transferir estainformação para as pessoas em geral, através de campanhas desenhadas para o efeito.
Atentas à situação mundial e local,
muitas organizações internacionais,
europeias e nacionais dedicam
trabalho à promoção das dietas
sustentáveis, da agricultura enquanto
provedora de alimentos e aos desperdícios.
NacionalEuropeu
Mundial
Fonte: ES Research - Research Sectorial .
iii – Dietas sustentáveis
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2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade
Atividade física regular, descanso
adequado e convivência são parte integrante do modelo de vida sugerido
pela Dieta Mediterrânica.
Associação Portuguesa dos Amigos da Sesta (APAS) defende que
bastam 20 minutos de sesta diários para se conseguir um melhor
rendimento no trabalho.
A atividade física contribui para queimar calorias, libertar tensão e stress, melhora o humor eo bem estar psicológico. A prática de desportos e atividade física ajudam a manter um corposaudável e tem um contributo muito significativo para o equilíbrio dos sistemas esquelético ecardiovascular, bem como para o metabolismo. Acresce que a prática de atividade físicaregular ajuda a manter um peso saudável, aumenta a força e encoraja os mais novos aadotar um estilo de vida que lhes permitirá ter uma melhor saúde na vida adulta.
COMBATER O SEDENTARISMO
ESTILO DE VIDA MAIS ATIVO
ESTILO DE VIDA DESPORTIVO
Todos os dias, pelo menos 6*s por semana: 30 minutos a andar. Outras medidas: usar transportes
públicos, escadas em vez de elevador, passear o cão, andar sempre que possível.
Ginástica, natação, dança, voleibol, futebol, corrida: 2 a
4 *s por semana, 1 hora.
1 a 2 *s por semana
Aeróbica, ténis, futebol, corrida.
Fontes: Barilla Center for Food and Nutrition, APAS, ES Research - Research Sectorial.
Pirâmide da atividade física, La Sapienza University, Roma
iv – Saúde e nutrição
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2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade
O que determina a Dieta Mediterrânica como modelo de saúde é o tipo e quantidade dealimentos habitualmente ingeridos nalguns países mediterrânicos, quando comparados compaíses nórdicos e anglo-saxónicos, acrescido da prática regular de exercício físico. Do ponto devista nutricional, o que sustenta a dieta mediterrânica como modelo de saúde é a incorporaçãodo azeite como principal fonte de gordura, a abundância de certos alimentos como o peixe, asfrutas, as verduras, cereais, vinho tinto e, principalmente, a inversão do consumo de carnes eprodutos lácteos. Esta conjugação ajuda a explicar a maior esperança de vida e a menorincidência e prevalência de doenças crónicas não transmissíveis, tais como a obesidade, doençascardiovasculares, diabetes mellitus e alguns tipos de cancros.
O padrão alimentar proposto pela Dieta Mediterrânica e os seus componentes
têm reflexos positivos para a
saúde. Ainda que os estudos não sejam
exaustivos, conhecem-se já
algumas propriedades e
mecanismos nessa melhoria da saúde.
Benefícios para a Saúde
Baixo teor de ácidos gordos saturados
Alto teor de ácidos gordos monoinsaturados
Alto teor em glícidos complexos e fibra alimentar
Riqueza em antioxidantes (vitaminas e fitoquímicos)
Fontes: iBET, ES Research - Research Sectorial.
Doenças cardiovasculares
Cancro
Diabetes
Doenças neurodegenerativas
Obesidade
Diminuição do risco de desenvolvimento de
doenças crónicas
iv – Saúde e nutrição
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Propriedades Nutritivas Benefícios Cuidados
AzeiteRico em vitaminas lipossolúveis A. D, E. K. Rico em ácidos gordos monoinsaturados –ácido oleico (ómega 9).
Protege a epiderme, estimula o crescimento e favorece a absorção de cálcio, previne a arteriosclerose, é uma gordura facilmente digerível.
Consumir de preferência cru.
Cereais IntegraisRicos em fotoquímicos e antioxidantes. Elevado teor de vitaminas do complexo B e E. Boa fonte de minerais e fibra.
Redução do risco cardiovascular devido à diminuição dos níveis de colesterol, pressão arterial e coagulação sanguínea.
Deve ser vigiada a sua ingestão em casos de obstipação ou diarreias.
Hortaliças e Legumes (Tomate)
Ricos em vitaminas A, B9, C e K. Boa fonte de ácido cítrico, málico, tartárico e em flavonoides. Excelente fonte de antioxidante (licopeno). Elevado teor de sinais minerais e oligoelementos.
Previne o cancro uma vez que o licopeno interfere na multiplicação de células cancerígenas.
FrutasRicas em pró-vitamina C, minerais, ácidos orgânicos e fibras. Boa fonte de água e excelente de antioxidantes
Quando consumidas com casca aumentam o aporte de fibra, mineraise antioxidantes.
Os citrinos estão desaconselhados na presença de úlceras gastro-intestinais, gastrites e colites.
Frutos Secos e Leguminosas (Noz)
Ricos em proteínas, em ácidos gordos essenciais que o organismo não consegue produzir, boa fonte de minerais.
Estimulantes cerebrais,cardioprotetor, reduz a pressão arterial.
Efeitos intestinais podem ocorrer.
PeixeBoa fonte de proteínas de alto valor biológico e contém alto teor de ácidos gordos polinsaturados (ómega 3).
O ómega 3 reduz os níveis sanguíneos de triglicéridos, a pressão arterial e a probabilidade de formação de placas de ateroma.
FDA desaconselha a ingestão de peixe de grande profundidade durante a gravidez e a crianças, por conterem uma elevada concentração de metais pesados.
Vinho TintoRico em antioxidantes (flavonoides fenólicos)
Substâncias encontradas na casca enas grainhas podem prevenir a coagulação sanguínea.
Álcool em excesso aumenta os triglicéridos e peso corporal. Aumenta o risco de cancro.
2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade
Fontes: Bayer CropScience, ES Research - Research Sectorial.
iv – Saúde e nutrição
Lista exemplificativa das propriedades nutritivas e benefícios de alguns alimentos mediterrânicos
25
Dieta Mediterrânica
1. Sumário executivo 3
2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade 8
i. Caracterização da Dieta Mediterrânica e sociais
iii. Dietas sustentáveis
iv. Saúde, nutrição e a Dieta Mediterrânica
4.
414. Notas Finais 63
33
3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal 26
i. Fileiras identificadas e variáveis a considerar
iii. Valor de cada fileira produtivaiv. Mercados abastecedores, turismo e gastronomiav. Balança Alimentar Portuguesa
Índice
ii. Candidatura Portuguesa à UNESCO
ii. Macro-indicadores da agricultura portuguesa
5. Anexos 65
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Ovos
Frutas
Carne
Hortícolas
Peixe Cereais
Vinho
AzeiteLeguminosas
Batatas
Laticínios
i - Fileiras identificadas e variáveis a considerar
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Legenda
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Portugal apresenta uma
diversidade cultural agrícola muito elevada.
Dadas as condições
edafoclimáticas do país, a produção
vegetal é de elevada
qualidade.
Portugal apresenta uma diversidadeagrícola assinalável - diversossistemas de produção agrícola osquais desempenham múltiplasfunções: produção de alimentos,gestão das terras, serviços dosecossistemas e conservação dabiodiversidade, emprego e outrosefeitos na economia local. A ocupaçãoda superfície agrícola utilizada (SAU),ilustrada no mapa ao lado, mostraque culturas temporárias,permanentes e pastos e pastagensconvivem no território nacional, sendono Alentejo, que contribui com 53%para a SAU, que os prados epastagens permanentes ocupam umamaior área do território. Cerca de40% da SAU está afeta a culturasmediterrânicas.
O Anexo I mostra os principaisindicadores da agricultura portuguesaem detalhe.
Padrões de Orientação Produtiva Agrícola do Território
Fonte: GPP.
i - Fileiras identificadas e variáveis a considerar
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1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Po
2012
Po
2013
f
28
3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
A produção agrícola
nacional é caracterizada
pelo domínio da produção
vegetal, com 65% da
produção total. Produção com
fraco crescimento
desde os anos 90.
Produção agrícola nacional, 1980-2013f
(EUR Milhões, preços correntes)
Fontes: INE, ES Research - Research Sectorial.
1.2
5.86.1
6.4
6.7
TCMA1980-1990 = 15.8%
TCMA1990-2000 = 1.4%
TCMA2000-2013 = 0.8%
TCMA1980-2013 = 5.3%
ii – Macro-indicadores da agricultura
Po Dados provisórios f Valor previsto
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, ES Research - Research Sectorial.
2.455 2.425 2.414 2.148 2.123 1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
2008 2009 2010 2011 2012
Agricultura Pescas Ind. Alimentares Bebidas e TabacoSilvicultura Indústrias Florestais Complexo AgroalimentarComplexo Florestal Complexo Agroflorestal e Pescas
A trajetória do VAB agrícola
tem sido decrescente nos
últimos anos, mais acentuada
a partir de 2007/08. Para este resultado
em muito contam os consumos
intermédios e seu preço.
Evolução do VAB do setor agrícola, agroalimentar, florestal e de pescas , 2008-2012(EUR Milhões, preços correntes)
ii – Macro-indicadores da agricultura
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, ES Research - Research Sectorial.
Variação quantidade e valor dos principais produtos agrícolas, 2006-2010
Portugal é autossuficiente em
vinho, azeite, hortícolas, arroz,
ovos e leite, apresenta um bom
nível de abastecimento
próprio em carne de ave de capoeira,
de ovinos e caprinos, sendo muito deficitário
em cereais.
O grau de autossuficiência alimentar nacional tem-se situado em torno dos 80%,registando-se níveis próximos da autossuficiência para o azeite, os ovos, os hortícolas eos frutos frescos e um grau superior a 100% para o vinho.
ii – Macro-indicadores da agricultura
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, ES Research - Research Sectorial.
Existem em Portugal cerca de 47 mil empresas no setor agrícola. Cerca de 80% são
empresas individuais, apenas
20% são sociedades. As
culturas temporárias e
permanentes são as principais categorias.
As 46 942 empresas da atividade agrícola(divisão 01 da CAE Rev.3) representavam,em 2012, 3.9% das empresas nãofinanceiras, empregavam 2.3% do totaldas pessoas ao serviço, e contribuíramcom 1% para o VABpm gerado no setorempresarial não financeiro. O baixo valoracrescentado bruto gerado, o elevado pesodos subsídios, a maior dispersãogeográfica e uma taxa de sobrevivência aofim de 2 anos superior à registada no totaldo setor não financeiro, constituem asprincipais particularidades deste segmentoempresarial. De acordo com os dados doRecenseamento Agrícola 2009 (RA 09), asempresas agrícolas geraram, em média,um valor de produção padrão total naordem dos EUR 91 mil, seis vezes superiorao registado no total das exploraçõesagrícolas, explorando uma área média deSAU de 63 hectares (12 hectares no totaldas explorações agrícolas). De referir queno caso das sociedades, estes indicadoresatingem níveis comparáveis com asexplorações agrícolas dos países comagriculturas mais competitivas.
43 972 46 736 46 942
35 603 38 024 37 486
8 369 8 712 9 456
2010 2011 2012
Total Empresas Individuais Sociedades
Culturas temporárias
27%
Culturas permanentes
23%Produção
animal22%
Agricultura e produção
animal combinadas
22%
Serviços6%
234
Empresas do setor agrícola, 2010-2012(N.º)
Repartição das empresas por orientação técnico-económica, 2012(%)
20.1
79.9
% do total
ii – Macro-indicadores da agricultura
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O volume de negócios das
empresas agrícolas atingiu, em 2012, EUR
5.3 mil milhões. Produção animal
e culturas temporárias dominam.
3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
4.8
5.1
5.3
2010 2011 2012
Culturas temporárias
23%
Culturas permanentes
12%
Produção animal
39%
Agricultura e produção
animal combinadas
21%
Serviços5%
Volume de negócios das empresas do setor agrícola, 2010-2012(EUR Mil Milhões)
Repartição do volume de negócios das empresas do setor agrícola, 2012(%)
A importância das empresas no setoragrícola é notável. Embora representemapenas 11% do total de exploraçõesagrícolas, contribuem com quase 2/3 doVPPT (Valor de Produção Padrão Total),exploram 56% da SAU e produzem 71%das cabeças normais.
A importância das grandes empresas(EUR 100 mil ou mais de VPPT) é muitoexpressiva na produção agrícolanacional, uma vez que, representandoapenas 2% do total de exploraçõesagrícolas, geram quase metade do VPPTe produzem 55% das cabeças normais.Trata-se de unidades produtivasaltamente profissionalizadas quecoexistem com a elevadarepresentatividade da agricultura decariz mais familiar.
26.9% das explorações agrícolas das empresas sediadas em Lisboa encontram-se
localizadas no Alentejo
ii – Macro-indicadores da agricultura
Fontes: INE, ES Research - Research Sectorial.
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O n.º de pessoas ao serviço nas empresas
agrícolas têm-se situado em torno das 80 mil pessoas. Grande parte da mão-de-
obra agrícola é familiar e não assalariada.
3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Ainda que a performance económica das empresas agrícolas seja notável, as necessidadesde mão-de-obra das empresas não são proporcionais a esses indicadores, devido à maioreficiência e produtividade das empresas. A este propósito, salienta-se que a mão-de-obraagrícola baseia-se essencialmente na estrutura familiar, dado que 4/5 do trabalho agrícolaassenta na população agrícola familiar, constituída por cerca de 793 mil indivíduos quetrabalham nas explorações.
Fontes: INE, ES Research - Research Sectorial.
Pessoal ao serviço das empresas agrícolas , 2010-2012(Milhares)
81.7 84.7 83.8
23.9 23.9 22.814.8 16.9 17.717.2 18.2 18.218.8 18.6 18.0
6.2 6.3 6.5
2010 2011 2012
Total Agricultura Culturas temporárias Culturas permanentes Produção animal Agricultura e produção animal combinadas Serviços
ii – Macro-indicadores da agricultura
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
A produção vegetal tem dominado sempre a produçãoagrícola nacional. Este valor atingiu 54.4% do total, ou EUR3.6 mil milhões, mas se forem somados os valores integraisda produção de vinho e de azeite, o valor total da produçãovegetal ultrapassa largamente os EUR 4 mil milhões.
6 726 3 659.9
2 752
192.5 121.6
Ramo agrícola
Produção vegetal
Produção animal
Serviços Atvidades secundárias
% do total doramo agrícola
54.4
40.92.9 1.8
Produção nacional do ramo agrícola1, 2013f
(EUR Milhões)
Fontes: INE, ES Research - Research Sectorial.
1 Desde 2011, e com a atualização metodológica das contas económicas daagricultura, o vinho e o azeite produzidos em adegas e lagares cooperativosdeixaram de ser contabilizados na produção agrícola, sendo agora contabilizadosnas indústrias das bebidas e alimentares respetivamente. Apenas a produção devinho e azeite feitas por produtores individuais é considerada na produçãoagrícola.
3 659.9
1 229.51 196.5
374.6 344.7 213.1 172.5 82.8 39.2 7.1
Prod
ução
ve
geta
l
Frut
os
Vege
tais
e
hort
ícol
as
Vinh
o
Plan
tas
forr
agei
ras
Cere
ais
Bata
tas
Plan
tas
indu
stria
is
Out
ros
vege
tais
Azei
te
Repartição da produção vegetal, 2013f
(EUR Milhões)
33.6 32.7
10.2 9.4 5.8 4.7 2.3 1.1 0.2
2 752
763.2 662.8 515 413.2107.7 116.6 173.5
Prod
ução
an
imal
Leite
Suín
os
Aves
de
capo
eira
Bovi
nos
Ovi
nos
e ca
prin
os
Ovo
s
Out
ros
Repartição da produção animal, 2013f
(EUR Milhões)
27.7 24.1 18.7 15.0
3.9 4.2 6.3
iii - Valor de cada fileira produtiva
Po Dados provisórios f Valor previsto
% do total
% do total
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
A produção de frutos reparte-se pelos frutos frescos, azeitonas, uvas, citrinos e frutos subtropicais,com predominância dos frutos frescos. Os pomares distribuem-se por 41.5 mil explorações,localizadas um pouco por todo o território nacional. Maçãs e peras são maioritariamente produzidasem Trás os Montes e Ribatejo e Oeste, cerejas e pêssegos na Beira Interior, laranjas e tangerinas noAlgarve e kiwis em Entre o Douro e Minho. Os pequenos frutos, que apresentam valores absolutosde produção mais baixos, mas uma dinâmica empresarial, tecnológica e exportadora notáveis,produzem-se um pouco por todo o país, com especial incidência no Algarve, Litoral Alentejano eEntre o Douro e Minho.
As condições edafoclimáticas existentes em
Portugal garantem
produções com qualidade
única, determinadas
em grande medida pela
conjugação de fatores como
sendo cor, sabor, cheiro e
textura.
Grande diversificação cultural e melhoria das técnicas de produção apostando no mercado externo
Fontes: INE, ES Research - Research Sectorial.
Frutos frescos
53%
Citrinos10%
Frutos subtropicais
2%
Uvas23%
Azeitonas12%
Maçã54%Pêra
40%
Pêssego6%
1.012.71.104.8 1.092.0 1.143.1 1.110.8 1.076.9
1.229.5
2007 2008 2009 2010 2011Po 2012Po 2013f
Repartição da produção de frutos, 2013 f(%)
Produção nacional de frutos, 2007-2013 f(EUR Milhões)
iii - Valor de cada fileira produtiva - Frutos
Po Dados provisórios f Valor previsto
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, ES Research - Research Sectorial.
1.196.5
664.0532.5
Total Hortícolas frescos Plantas e flores
% do total
55.510045.5
Repartição da produção de hortícolas, 2013f
(%)
1.073.4 1.098.2 1.124.9 1.155.1 1.098.0 1.129.81.196.5
2007 2008 2009 2010 2011Po 2012Po 2013f
Produção nacional de hortícolas, 2007-2013f
(EUR Milhões)A existência de condições
edafoclimáticas boas permite entrada nos
mercados em ciclos de preço mais elevados e
produção em períodos mais
longos (mais luz que no Norte e
menos calor que em Espanha).
Fileira altamente segmentada e muito pouco concentrada, afetada em cada campanha de produção pelas condições climatéricas verificadas em cada fase do ciclo produtivo.
O elevado grau de profissionalismo eempreendedorismo observado na fileira doshortícolas é uma realidade que se tem afirmadonos últimos anos, patente nas duas principaisregiões produtoras: 33% da área de culturashortícolas já é explorada por empresas agrícolas(no Ribatejo e Oeste ascende a 35% e noAlentejo a 47%). A dimensão média hortícola eflorícola explorada por essas sociedades rondaos 26.1 ha no Ribatejo e Oeste e os 32 ha noAlentejo (3.3 ha é a dimensão média no país). Adistribuição das áreas de hortícolas segundo oregime de exploração privilegia a horticulturaintensiva (54% da área total) sobre a extensiva(46% do total). A área de hortícolas cultivadasem estufa/abrigo alto representa 10% da áreatotal e cerca de 18% da produção. Neste modode produção destacam-se o tomate em fresco(70 722 ton produzidas em estufa/abrigo alto,que corresponde a 87% da produção total) e aalface (32 108 ton, 48% da produção total dealface).
iii - Valor de cada fileira produtiva - Hortícolas
Po Dados provisórios f Valor previsto
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, IVV, ES Research - Research Sectorial.
7.5
6.1 5.7 5.9
7.1
5.66.3
2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13
Produção nacional de vinho, 2006-2013(Milhões de hectolitros (hl))
Distribuição regional da produção de vinho, 2013(%)
O vinho é um dos produtos de
excelência da agricultura
portuguesa. Setor em transformação,
com produção relativamente
estável, direcionado para o mercado externo, com exportações a crescerem todos
os anos.
Portugal, devido às suas condiçõesedafoclimáticas, é por excelência umprodutor de vinhos com características equalidades únicas reconhecidas em todoo mundo. Os vinhos produzidos emPortugal variam consoante as regiões eas castas, existindo uma enormediversidade de castas genuinamenteportuguesas. A produção de vinho emPortugal tem-se mantido relativamenteestável, atingindo em 2013 os EUR 374.6milhões (valores do vinho produzido porparticulares, não contempla a produçãode adegas), sofrendo algumas oscilaçõesanuais, fruto sobretudo das condiçõesclimáticas, que têm ditado os resultadosde cada vindima. A vinha é a cultura maisdisseminada em Portugal estandopresente em mais de 50% dasexplorações agrícolas ocupando, em2009, uma área de total de 178 mil ha,apenas inferior à ocupada pelo olival.
21%
17%15%15%
10%10%
8%2%
1%0.2%0.1%
DouroLisboaBeiras
AlentejoMinho
Tejo
Península de SetúbalTrás os Montes
MadeiraAlgarveAçores
Douro Valley, região vinícola
demarcada mais antiga do
mundo
iii - Valor de cada fileira produtiva – Vinho (i)
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, IVV, ES Research - Research Sectorial.
544614.4 657.8 704.8 724.7
2009 2010 2011 2012 2013
Exportações portuguesas de vinho, 2009-2013(EUR Milhões)
A qualidade dos vinhos portugueses é reconhecida pela crítica e principais
publicações especializadas, e atestada pelos prémios que as marcas recebem
em concursos internacionais. O setor do turismo
também beneficia desta atração.
A produção de vinho com qualidadereconhecida, consequentemente apto àcertificação, tem vindo a ganhar terrenoao longo dos anos, resultando dumamelhoria importante das condições deprodução e dando resposta à maiorexigência de qualidade dosconsumidores.
A produção adequada dos vinhosnacionais nos mercados atuais epotenciais, levada a cabo pelaViniPortugal, tem permitido o aumentodas exportações, a diversificação demercados, a entrada em mercados comgrandes crescimentos.
O vinho branco Quinta da Herdade Escolha 2013 foi
considerado o melhor vinho branco do Concurso Mundial de Bruxelas 2014.
Novos mercados de exportações de vinho português
(TCMA08-13, %)
48%
9% 11%
10%
iii - Valor de cada fileira produtiva – Vinho (ii)
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39
3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, GPP, ES Research - Research Sectorial.
32.317
53.80862.498 62.914
76.203
59.117
88.675
2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14
Produção nacional de azeite, 2007-2014(Toneladas)
Evolução da área de olival, 2007-2014(Milhares ha)
338.8 339.0 336.6 335.6 338.0 338.5
362.4
2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14
O azeite é a gordura central da
dieta mediterrânica. Portugal é dos
maiores produtores de
azeite do mundo e tem investido em expansão de área
e aumento da produção. Alqueva
tem sido a área preferencial.
Maior produção dos
últimos 50 anos
A produção mundial de azeite estálimitada a duas zonas do globo: entre osparalelos 30 e 45 dos hemisférios nortee sul, estando 95% da superfície oleícolamundial concentrada na BaciaMediterrânica. Os países produtores daUE, Espanha, Itália, França, Grécia ePortugal, representam 72% da produçãomundial, sendo 60% atribuído àEspanha.
Em Portugal o olival ocupa uma vastaárea do território nacional,predominantemente nas zonasdesfavorecidas, e tem como áreas demercado mais representativas Trás-os-Montes e Alentejo, que reúnemcondições edafoclimáticas de excelênciapara a sua cultura. Trata-se da principalcultura permanente instalada noterritório, estando presente em 43% dasexplorações agrícolas, estendendo-sepor 362 mil ha.
iii - Valor de cada fileira produtiva – Azeite (i)
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, GPP, ES Research - Research Sectorial.
Balanço da produção de azeite, 2007-2014
(Toneladas)
A dinâmica do setor do azeite
dos últimos anos tem dados
resultados muito positivos –aumento da
produção e das exportações. País é autossuficiente pela 1ª vez desde há muitos anos.
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14
Exportação (ton) Importação (ton) Produção (ton) Consumo (ton)
As plantações intensivas e super-intensivas com densidades médias superiores a 300 árvorespor ha, ocupam já 9% da superfície de olival para azeite, particularmente concentrada noAlentejo (79%), região onde esta cultura ocupa estrategicamente um lugar de destaque noaproveitamento dos novos empreendimentos hidroagrícolas.
iii - Valor de cada fileira produtiva – Azeite (ii)
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, GPP, ES Research - Research Sectorial.
Balança comercial do azeite, 2007-2013(EUR Milhares)
A balança comercial do
azeite é positiva.
Exportações crescem todos os
anos, sendo que as extra-UE ganham
cada vez mais peso.
O azeite português é tradicionalmente exportado. Em 2013, as exportações ascenderam a EUR343 milhões. Entre os mercados de destino, o mercado brasileiro assume uma enormeimportância absorvendo cerca de 50% das exportações nacionais, fazendo com que o azeite sejao produto português mais exportado para esse mercado, tendo uma taxa de penetração de50%, representando metade do consumo. Espanha, França, Angola, Itália e EUA são osrestantes principais mercados.
-66 739 -49 008 -14 504 -713
45.383
65.399
62.168
-100.000-50.000
050.000
100.000150.000200.000250.000300.000350.000400.000
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Exportação Importação Saldo
BrasilEspanhaFrançaAngolaItáliaEUAVenezuelaCabo VerdeMoçambiqueBélgicaCanadáSuíçaChinaLuxemburgoÁfrica do SulOutros
50.1228.44.804.614.451.220.840.770.770.650.490.340.310.250.241.75
Destinos de exportação 2013 (%)
iii - Valor de cada fileira produtiva – Azeite (iii)
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: GPP, ES Research - Research Sectorial.
O azeite tem uma história
muito longa no mediterrâneo. A
ele são associadas diversas
propriedades e valores que as populações têm
enraizadas.
iii - Valor de cada fileira produtiva – Azeite (iv)
As populações do mediterrâneo atribuíram valores sagrados e agregadores a determinadosalimentos, como os cereais e o pão (o termo companheiro vem do latim cum panis), o azeite eo vinho, entre outros. Estes elementos estão presentes nas práticas de ritualização, como o usodo pão e do vinho na eucaristia, do azeite como fonte de luz e calor e ainda unguento paracerimoniais de batismo, crisma e extrema-unção. A importância atual da fileira está patente narecente criação do Re.C.O.Med. , onde Portugal se faz representar.
O cinema e a promoção dos valores curativos do azeite
Rete Città dell’Olio del Meditereraneo
Réseau des Cité Oléicoles de la Méditerranée
Red de Ciudades Oleícolas del Mediterráneo
(Re.C.O.Med.)
Contribuir para a promoção e crescimento do
património do olival e da produção de azeite;
Aumentar o valor da cultura e os aspetos científicos,
humanos e de publicidade do azeite, e desenvolver o
turismo para o futuro, em estreita relação com a
cultura mediterrânea da oliveira.
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, ES Research - Research Sectorial.
Portugal é tradicionalmente
deficitário em cereais. Milho e
arroz são os mais produzidos.
Alqueva surge como uma
possibilidade para aumentar a área
de produção. Mercado mundial
de cereais é volátil.
142.7
35.3
13.5 6.4 6.1 4.1 5.1
Milho em grão
Arroz Trigo e Espelta
Cevada Aveia Centeio Outros
67.0
16.6
6.33.0 2.9 1.9 2.4
Repartição da produção de cereais, 2013f
EUR Milhões
230.9
268.3
172.4194.7
234.0254.7
213.1
2007 2008 2009 2010 2011Po 2012Po 2013f
Produção nacional de cereais, 2007-2013f
(EUR Milhões)A produção de cereais em Portugal éliderada pelo milho e arroz. Nos últimosanos têm-se verificado um grande interessepela produção de milho por duas ordens derazão fundamentalmente: o preço(aumentou em 2007-2008 e não regressoua patamares inferiores) e a existência deterra com água (Alqueva). A área semeadade milho no Alqueva passou dos 2 700hectares em 2011 para 6 882 hectares em2013, o que é bem demonstrativo dainstalação de produtores nesta zona dopaís. O preço da água pode vir a tornar-se amaior dificuldade neste processo decrescimento. A larga maioria do milhoproduzido em grão é canalizado para aprodução de alimentação animal (o sorgo étodo para alimentação animal).
O arroz produz-se em menor quantidademas ainda assim Portugal apresenta valoresmuito próximos da autossuficiência.
% do total
iii - Valor de cada fileira produtiva - Cereais
Po Dados provisórios f Valor previsto
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, ES Research - Research Sectorial.
58.4
17.1
3.8 3.0 0.5
Outras plantas
industriais
Proteaginosas Oleaginosas Beterraba sacarina
Tabaco
82.1 79.871.7
65.372.3
84.7 82.8
2007 2008 2009 2010 2011Po 2012Po 2013f
Repartição da produção de plantas industriais, 2013f
(EUR Milhões)
Produção nacional de plantas industriais, 2007-2013f
(EUR Milhões)É na categoria
das plantas industriais que se incluem as
proteaginosas e oleaginosas.
Existe tradição nacional de
ingestão destes alimentos com
grandes benefícios para a
saúde.
PROTEAGINOSAS Grão de bico, fava, lentilha, ervilha,
feijão-frade
OLEAGINOSASNoz, amêndoa,
castanha, caju, avelãs
Com valores de produção agrícola querondam os EUR 21 milhões (em 2013), asproteaginosas e oleaginosas têm tido umaprodução relativamente estável. Existe emPortugal uma tradição enraizada deintrodução destes alimentos na culinária,estando comprovadas as suas virtudesfuncionais.
iii - Valor de cada fileira produtiva - Leguminosas
Po Dados provisórios f Valor previsto
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200
400
600
800
1000
1200
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Importação Exportação Produção Consumo Aparente
45
3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, GPP, ES Research - Research Sectorial.
A batata é um dos alimentos
base da alimentação portuguesa. Produção e
consumo têm tido trajetória descendente.
173.3
123.3107.6
119.0 117.296.6
172.5
2007 2008 2009 2010 2011Po 2012Po 2013f
Em Portugal, a batata produz-se um pouco portodo o país, em muitos sítios em regime deautossuficiência. As condições edafoclimáticasdeterminam a localização da produção comcaráter mais profissional/industrial, colocando amaioria dessa produção, no caso da batataprimor, na zona da Póvoa do Varzim –Esposende, Aveiro e Montijo; e no caso dabatata de conservação nas zonas de Entre-o-Douro e Minho, Bragança, Chaves, Aveiro,Oeste e Montijo. O grau de autoaprovisionamento nacional é de pouco mais de50%, tem-se agravado muito nos anos maisrecentes, atingindo as importações valoresmuito próximos da produção, com nível deconsumo a baixar, facto que só agrava asituação. Muitas são as razões para estasituação preocupante: os agricultores têm vindoa abandonar a cultura porque não dominam oscanais de distribuição e o acesso aos mercadosinternacionais, os custos de produçãoaumentam e a produtividade não acompanhaesse aumento, não dominam a prática culturale esgotam os solos (porque não há rotação),não introduzem inovação, não se associam, nãousam as variedades apropriadas, entre outras.
Produção nacional de batata, 2007-2013f
(EUR Milhões)
Produção, exportação, importação e consumo aparente de batata, 2000-2011
(Milhares de ton)
iii - Valor de cada fileira produtiva - Batata
Po Dados provisórios f Valor previsto
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, GPP, ES Research - Research Sectorial.
Portugal produz ervas
aromáticas em todo o país com destinos vários. Alqueva é um
dos locais escolhidos
pelos produtores para se instalarem.
Nos últimos anos assistiu-se ao aparecimentode novas explorações dedicadas à produçãode plantas aromáticas, medicinais econdimentares em Portugal. Embora com umpeso relativamente diminuto comparado comoutros setores agrícolas, apresenta umadinâmica de crescimento notável, atraindopara esta atividade novos produtores. Trata-sede um setor que duplicou o número deprodutores, aumentou substancialmente asáreas em produção, e se o peso económicopoderá parecer pouco significativocomparativamente com outros, também severifica que atraiu muitos agentes de fora dosetor, jovens e com elevado grau de formaçãoescolar, cujos efeitos podem ir para além dadimensão dos números em si.
Os consumidores deste produto agrícola sãomuito variados. Na culinária, e tal comopreconiza a dieta mediterrânica, são usadoscomo condimento, substituindo o sal, porexemplo. Mas as indústrias cosmética,química, farmacêutica e ervanária também seassumem como bons clientes.
5
6
7
2011 2012 2013
Ocupação cultural do Alqueva em plantas aromáticas e medicinais, 2011-2013
(%)
As explorações de PAM terão duplicado nos últimos 3 anos
RA09 Inquérito GPP
Explorações 93 147
Área (ha) 80 180
Estima-se que o volume de negócios desta fileira se encontre entre EUR 4 e
EUR 17 milhões
iii - Valor de cada fileira produtiva – Plantas e ervas aromáticas e medicinais (PAM)
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, GPP, ES Research - Research Sectorial.
A produção animal tem tido a sua
produção estável ao longo dos anos.
Setor sofreu inúmeras alterações
estruturais (leite) de forma a
incorporarem tecnologia e
melhorarem o seu desempenho ambiental e económico.
2.559.42.698.4
2.567.4 2.589.3 2.644.32.780.9 2.752.0
2007 2008 2009 2010 2011Po 2012Po 2013f
Produção animal nacional, 2007-2013f
(EUR Milhões)
A produção animal tem representado cerca de 40% da produção agrícola nacional, tendo, em2013, registado EUR 2.7 mil milhões. O leite, os suínos, as aves de capoeira, os bovinos, osovinos e caprinos e os ovos são as principais fileiras. Têm-se verificado grandes transformaçõesestruturais em diferentes fileiras, destacando-se a do leite que passou, em 20 anos, de produzir1 milhão de toneladas com 80 mil produtores para produzir 2 milhões de toneladas com 7 800produtores.
LeiteSuínos
Aves de capoeiraBovinos
Ovinos e caprinosOvos
Consumo de carne é exagerado em
Portugal
Setor com maior crescimento é o das
aves.
iii - Valor de cada fileira produtiva – Produção animal (i)
Po Dados provisórios f Valor previsto
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, GPP, Agência Europeia do Ambiente, ES Research - Research Sectorial.
A produção animal tem associada uma valia ambiental
inferior à da produção
vegetal. VAB agrícola
ressente-se.
65% -Fermentação entérica
1% - Queima no local de resíduos agrícolas
25% -Gestão de estrumes
9% -Orizicultura
Sementes e Plantas
3% Energia e Lubrificantes
10%Adubos e
Corretivos do Solo5%
Produtos Fitossanitários
3%
Despesas com Veterinários
1%
Alimentos para
Animais53%
Manutenção e Reparação de
Material e Ferramentas
3%
Manutenção e Reparação de
Edifícios Agrícolas e de Outras Obras
3%
Serviços Agrícolas
4%
Serviços de Intermediação
Financeira Indiretamente
Medidos (SIFIM)
1%
Outros Bens e Serviços
14%
Tipologia dos consumos intermédios naagricultura nacional, 2013f
(%)
Emissões de GEE de origem agrícola em Portugal, 2010(%)
Os consumos intermédios do setor agrícola nacional têm tido um crescimento acentuado, devido àforte dependência de importação de cereais e de produtos para alimentação animal, agravada pelocrescimento dos respetivos preços. Este facto é explicativo da baixa eficiência da produção animal,que tem provocado quebras contínuas no valor do VAB agrícola. Ao nível das emissões de GEE deorigem agrícola, 85% do valor é referente ao metano. A produção animal (estrumes e fermentação)é a grande responsável pela emissão de metano.
4%
1%
8% 3%
85%
Óxido nitroso
Óxido de nitrogênio
Monóxido de carbono
Non-methane volatile organic compounds.Metano
iii - Valor de cada fileira produtiva – Produção animal (ii)
f Valor previsto
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Portugal tem uma enorme tradição no setorda pesca e suas atividades subsidiárias,como a transformação e valorização dopescado, que têm um peso social eeconómico assinalável. A relação do paíscom o mar tem uma longa históriaassociada, sendo que nos últimos anos seintensificou o interesse pelos oceanosenquanto vetores de desenvolvimento.Considerada a dimensão marítima, Portugalé um dos grandes países marítimos domundo, com um acrescido potencialgeoestratégico, geopolítico e económico.Apostar na economia do mar é inovar emáreas de potencial avançado, como é ocaso da aquacultura. Um tema que temtido muito apoio do Presidente daRepública e, também, da ministraagricultura, que quer mais gente a apostarna aquacultura na costa portuguesa. OAnexo II mostra os principais indicadoresda pesca nacional.
Zona Económica Exclusiva e Plataforma Continental Portuguesa
Portugal, atendendo à sua
dimensão marítima, é um
dos grandes países do
mundo. Pesca tem muita tradição.
Aquacultura precisa de
investimento.
Fontes: INE, Portal do Governo, Estratégia nacional para o Mar 2013-2020, ES Research - Research Sectorial.
iii - Valor de cada fileira produtiva – Pesca (i)
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Existem em Portugal 16 559 pescadores e4 653 embarcações licenciadas, das quais1 064 recebem o subsídio de gasóleo. Ospescadores portugueses capturam cercade 23kg de peixe por habitante/ano, valorque se enquadra com a média europeia.Contudo, Portugal consome, em média, odobro do peixe dos restantes paíseseuropeus: 57kg/pessoa/ano, valor quecoloca os portugueses como 3º maiorconsumidor de peixe do mundo. EmPortugal, o polvo, a sardinha, oscantarilhos, o atum, o peixe espada pretoe o bacalhau são os mais consumidos. Ocarapau, as gambas, o goraz e o chernesão os que se seguem na lista dos 20peixes preferidos pelos portugueses. Nofim da lista dos "20 mais" surgem olinguado, a pescada branca, lulas,lagostim, cavala e choco, robalo, faneca,raias e congro ou safio.
160.8170.1
144.8166.3
164.2 151.3
7.4 88
8.2 9.2
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Capturas Aquicultura
Evolução da produção nacional de pescado, 2007-2012(Mil toneladas)
17 021
16 854
17 415
16 920
16 402
16 559
8 6328 585
8 562 8 492
8 380
8 276
8000
8100
8200
8300
8400
8500
8600
8700
15800160001620016400166001680017000172001740017600
2.007 2.008 2.009 2.010 2.011 2.012
Pescadores Matriculados Embarcações (N.º)
Evolução do n.º de embarcações e pescadores, 2007-2012(N.º)
A pesca é das atividades em que Portugal
tem mais tradição.
Portugal é o 3º maior
consumidor de peixe do
mundo. Setor tem sido
reestruturado.
Fontes: INE, DGRM, ES Research - Research Sectorial.
iii - Valor de cada fileira produtiva – Pesca (ii)
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
O setor da pesca conta com cerca de 4 500 empresas que geraram mais de EUR 400milhões em volume de negócios. Registaram-se decréscimos tanto ao nível do número deempresas como do volume de negócios. Aquacultura registou 3 anos consecutivos dedecréscimo. Dada a situação da balança comercial do pescado (sempre negativa), éóbvio o potencial do setor como um todo.
Volume de negócios das empresas da pesca e aquacultura, 2010-2012(EUR Milhões)
Um universo alargado de empresas no
setor da pesca é um facto, havendo
potencial de desenvolvimento
futuro.
359 .7 438.2
382.8
34.8 33.9 27.6
2010 2011 2012
Pesca Aquacultura
47544636
4502
2010 2011 2012
Empresas no setor da pesca e aquacultura, 2010-2012(N.º)
Fontes: INE, GPP, DGRM, ES Research - Research Sectorial.
iii - Valor de cada fileira produtiva – Pesca (iii)
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
A indústria conserveira em Portugalproduz o suficiente para fornecer omercado interno e ainda exporta 75%da sua produção (cerca de 60 miltoneladas/ano), é o único subsetor dapesca com uma balança comercialpositiva, dinamizando indiretamenteoutros setores, tais como o óleo e oazeite. A sardinha é o principal produtodesta indústria, representando quasemetade da produção. A importância daindústria das conservas de peixe emPortugal vai muito além do peso queapresenta na indústria alimentar. Ahistória, a qualidade das matériasprimas e o know-how tornam a indústriaconserveira portuguesa num dosprincipais players mundiais.
Produção da indústria transformadora, 2007-2012P
(Toneladas)
Exportações de conservas de peixe, 2000-2013(EUR Milhões)
A indústria transformadora de peixe tem
uma relevância assinalável. Com uma produção estável, as
exportações de conservas têm crescido todos
os anos.
0
50000
100000
150000
200000
250000
2007 2008 2009 2010 2011P
Conservas Secos e salgados Congelados
Fontes: INE, DGRM, ANICP, ES Research - Research Sectorial.
87 92 99.7111.7
126 116.9123.2
148.7155.1
188
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
iii - Valor de cada fileira produtiva – Pesca (iv)
P Provisórios
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
O valor económico
global da dieta mediterrânica
ascende a 1.9% do PIB. Os ativos
endógenos considerados são responsáveis por
8% das exportações
nacionais e mais de 12% do
emprego total.
% do PIB % Exportações % Emprego Total
Setor Agrícola 1.46% 6.5% 12%
Pesca 0.4% 1.3% 0.3%
+Turismo 9.2% 13.6% 7.5%
DIETAMEDITERRÂNICA
11.1% 21.4% 19.1%
Fontes: INE, ES Research - Research Sectorial.
Considerámos as fileiras produtivas que diretamente concorrem para o padrão alimentarproposto pela Dieta Mediterrânica, privilegiando a aplicação da diversidade de culturas,da sazonalidade, da proximidade e da frescura. O conjunto destes ativos representa cercade 1.9% do PIB e 12.3% do emprego total. Os ativos endógenos até aqui analisados econtabilizados são bens internacionalmente transacionáveis, e têm tido uma dinâmicamuito significativa. Considerando as fileiras analisadas, as exportações por elas geradascontam aproximadamente 8% das exportações. Associando a estes valores o turismo,dada a importância da gastronomia e vinhos nas escolhas dos turistas, os valorescrescem.
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: SIMAB, ES Research - Research Sectorial.
Rede de mercados abastecedoresO comércio de produtos agro-alimentares tem uma expressão significativa. De
forma a potenciar a sazonalidade, proximidade e biodiversidade,
existe em Portugal uma
rede de mercados
abastecedores e municipais.
A criação de mercados abastecedores foiconduzida pela SIMAB S.A. a partir do iníciodos anos 90. Atualmente existem os mercadosabastecedores de Braga, Lisboa, Évora e Faro,que funcionam como verdadeiras plataformasde logística e distribuição oferecendocondições estruturais e funcionais para osdiversos tipos de agentes económicos. A suacriação despoletou sinergias e permitiu aintrodução de um conjunto de benefícios comreflexos a montante e jusante da fileiraagroalimentar. Nos mercados abastecedoressão transacionados na sua maioria produtoshortofrutícolas, mas existem muitos outrosprodutos presentes: pescado congelado efresco, flores, carne, e produtos de merceariasecos.
Os mercados municipais são estruturaspúblicas com um importante papel noabastecimento à população de produtosalimentares frescos
iv - Mercados abastecedores
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55Fontes: UNWTO, IPDT, IET, Turismo de Portugal, Francisco Sampaio, ES Research - Research Sectorial.
O “Turismo Gastronómico” é uma
forma do “Novo Turismo”.
Rosário Scarpato
Nos últimos anos o “turismo gastronómico” cresceu consideravelmente e tornou-seum dos segmentos mais dinâmicos e criativos do turismo e, por isso, os destinosturísticos, e os seus atores, estão, hoje, conscientes da importância da gastronomiana sua oferta local, regional e nacional.
Mesmo quando não é o principal motivo para escolher um destino, a gastronomiaocupa um papel de relevo nas motivações dos turistas (e.g. ir a restaurantes é asegunda atividade favorita dos turistas que visitam os EUA e é a favorita dos turistasdos EUA quando visitam outros países).
Na Europa, a procura primária para este produto representa cerca de 600 mil viagensano e a procura secundária é estimada em cerca de 20 milhões. O crescimentoesperado para este segmento, no futuro próximo, posiciona-se no intervalo entre 7%e 12% ao ano.
Em 2013, mais de 12% dos turistas que visitaram a vizinha Espanha (mais de 7milhões) fizeram-no pela sua gastronomia e vinhos, um crescimento superior a 30%face ao ano anterior, com um gasto médio por pessoa de EUR 1 170.
Um inquérito a afiliados da WTO (World Tourism Organization) considera que o pesoda gastronomia nas receitas turísticas dos respetivos destinos é significativo, cerca de30%, e que estes têm larga margem para o incrementar.
Uma grande parte da experiência turística é passada a comer ou a
beber, ou ainda, a decidir o quê e onde
comer.Greg Richards
3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal iv – Turismo (i)
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O “turismo gastronómico” inclui no seu
discurso valores éticos e
sustentáveis do território, da
paisagem, do mar, da cultura local,
dos produtos locais, da
autenticidade.
O lifestyle é usado em turismo para avaliar o envolvimento em experiências. Osturistas, cada vez mais, buscam experiências baseadas na cultura e identidadelocal e, nos últimos anos, a gastronomia tornou-se um elemento indispensávelpara conhecer a cultura e estilo de vida de um território, incorporando todos osvalores associados às novas tendências no turismo: respeito pela cultura etradição, estilo de vida saudável, autenticidade, sustentabilidade, troca deexperiências e partilha de vida com outros.
O turismo gastronómico é uma experiência autêntica, de um lifestyle sofisticado,num ambiente aprazível, associado à “boa vida” e “bem estar económico” doconsumo exclusivo de produtos de qualidade produzidos localmente.
Por isso, embora praticado ainda por uma minoria, atrai, cada vez mais, umselecionado tipo de turistas, com elevado valor de gasto em produtos de elevadaqualidade.
Fontes: UNWTO, ES Research - Research Sectorial.
3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal iv – Turismo (ii)
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57Fontes: UNWTO, Turismo de Portugal, ES Research - Research Sectorial.
Gastronomy is a strategic element in
defining the brand and image of a destination.
UNWTO Affiliate Members
The cuisine of thedestination is an aspectof utmost importance in
the quality of theholiday experience.
Carmina Herrera
The conversion of theterritory into a culinarylandscape is one of thechallenges of tourism
destinations.Iñaki Gaztelumendi
Vários estudos apontam no sentido de que os turistas viajam para destinos queganharam reputação enquanto “lugares de experiência” com produtos locais dequalidade. Por outro lado, no “mundo turístico” existem destinos influentes cujaimagem de marca está ligada, com diversos níveis de intensidade, aos valores da suagastronomia (e.g. Espanha, França, Itália, Grécia, Brasil, Malásia, Singapura, México,Portugal). Deste ponto de vista, assume significado relevante a classificação da DietaMediterrânica como Património Imaterial da Humanidade, nomeadamente paraPortugal, dado que aquela faz parte do “bilhete de identidade” da gastronomiaportuguesa, bem como toda a filosofia que a ela está ligada, rituais característicos emarcantes da forma de ser e partilhar dos portugueses.
O sucesso passará por articular e promover a oferta gastronómica por forma a torná-la um polo de atração turística (baseada na qualidade, variedade e unicidade dosprodutos locais do território, apresentada com autenticidade e como experiência paraser vivida, baseada nos valores da sua identidade cultural, sustentabilidade e proteçãodos consumidores), captando e fidelizando turistas, incrementando o valor percebidodo destino e a satisfação na experiência, aliando qualidade (dos produtos e doserviço), tradição e inovação.
3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal iv – Turismo (iii)
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58Fontes: UNWTO, Turismo de Portugal, IPDT, ES Research - Research Sectorial. 1 The Image of Portuguese Tourism (IPDT, 2014).
There are manyways of
knowing thesoul of a
people. One ofthe most
fascinating is, without a doubt, the
gastronomy.
Pedro Hoffman
A evolução das procuras ditouque produtos que anteriormentese enquadravam nas chamadasnecessidades básicas dosindivíduos, como a gastronomia,se elevassem a níveis superiores,destacando-se como elementosde cultura, de lazer, de prazere/ou lifestyle diferenciadores namotivação de escolha, gestão deexpectativas, vivência esatisfação dos destinos turísticos.
Também em Portugal, a evoluçãodeste produto tem vindo ademonstrar importânciacrescente na escolha e níveis desatisfação e apreciação dosturistas que nos visitam.
13
13
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12
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10
11
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28
32
Cultura/Museus/Monumentos/História
País simpático
Beleza do país
Boas praias
Gastronomia/boa comida
Hospitalidade/colhedor
Clima/bom tempo
3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal iv – Turismo (iv)
Quality of the portuguese tourism products1, 2012 and 2013(From 0 very poor to 10 very attractive)
Estudo de Satisfação dos Turistas, 2012 e 2013(Palavras que descrevem Portugal após a visita; %)
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: Dieta Mediterrânica, Um património civilizacional partilhado, Diário da República, ES Research - Research Sectorial.
A gastronomia nacional ganha um
elemento diferenciador com a
classificação da dieta mediterrânica
nacional como Património Imaterial da Humanidade. Governo criou
Grupo de Trabalho para promover a
gastronomia.
A diversidade e riqueza da cozinha portuguesa, simbiose das formas de subsistência alimentardos camponeses e pescadores, da tradição conventual e aristocrática e da mescla comelementos de outras origens geográficas, expressa-se à volta da mesa, tendo a família e osamigos como elemento de convocação e transmissão São múltiplos os exemplos derelacionamento e semelhança com outras tradições gastronómicas mediterrânicas, como aregular presença das sopas, dos cozidos e guisados, do pão, das saladas, a condimentação comervas aromáticas, os frutos secos e o vinho às refeições. Uma extensa orla marítima pontuadade cidades portuárias e estuarinas em contacto permanente com o oceano e de comunidadespiscatórias distribuídas ao longo da costa, trouxe para a mesa dos portugueses uma enormevariedade de peixes, moluscos e bivalves.
iv - Gastronomia
Nomeado por Despacho conjunto da Presidência do
Conselho de Ministros, Ministério dos Negócios Estrangeiros,
da Economia e da Agricultura e do Mar
Conceção e operacionalização de uma estratégia consistente
de promoção e divulgação da gastronomia portuguesa
Promoção nacional e internacional
Entronca com a necessidade de elaborar Plano de
Salvaguarda para a Dieta Mediterrânica (Inventário:
produtos, técnicas de confeção, produção, e conservação;
Investigação e Divulgação)
Grupo de Trabalho para a
divulgação da gastronomia portuguesa
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, ES Research - Research Sectorial.
Carne, pescado e
ovos15%
Óleos e gorduras
6%
Hortícolas15%
Frutos12%
Leguminosas secas1%
Lacticínios20%
Cereais, raízes e
tubérculos31%
Carne, pescado e
ovos5%
Óleos e gorduras
2%
Hortícolas23%
Frutos20%Leguminosas
secas4%
Lacticínios18%
Cereais, raízes e
tubérculos28%
Roda dos alimentos Balança alimentar portuguesa, 2012
No período 2008-2012, a Balança
Alimentar Portuguesa revelou um aporte calórico
diário médio disponível, por
habitante de 3 963 kcal, um aporte
calórico claramente excessivo quando comparado com o
aporte calórico diário médio
aconselhado para um adulto (2 000 a
2 500 kcal).
A Balança Alimentar Portuguesa mostra alguns desvios importantes relativamente ao proposto pela rodados alimentos e pela dieta mediterrânica. Os grupos de produtos alimentares com desvios maisacentuados são carne, pescado e ovos com uma disponibilidade 10.4 p.p. acima do consumorecomendado e os hortícolas e frutos com disponibilidades deficitárias de 7.9 p.p e 8.0 p.p.respetivamente. Os cereais, raízes e tubérculos e os laticínios continuaram a apresentar disponibilidadespróximas do padrão alimentar recomendado, no entanto manteve-se deficitária a disponibilidade para asleguminosas secas e excedentária os óleos e gorduras (+4.0 p.p.). Entre 2008 e 2012, o único grupo deprodutos alimentares cujas disponibilidades diárias per capita aumentou foi o dos produtos hortícolas(+5.8%), ainda assim não em quantidade suficiente para corrigir o desequilíbrio deste grupo face aorecomendado pela Roda dos Alimentos.
O que devia ser O que é
v - Balança Alimentar Portuguesa (i)
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3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal
Fontes: INE, FAO, ES Research - Research Sectorial.
O índice de Adesão à Dieta
Mediterrânica, proposto pela
Associação Portuguesa dos
Nutricionistas, mede o grau de adesão ao
padrão alimentar mediterrânico. Em Portugal, até 2006,
este índice decresceu sempre, a
partir daqui verificou-se uma
inversão.
Entre 2000 e 2012, as disponibilidades de produtos de origem vegetal perderamimportância no total das disponibilidades alimentares, enquanto as disponibilidades dosprodutos de origem animal se mantêm sistematicamente acima das observadas na décadade 90. Disponibilidades de proteína invertem e agravam o padrão alimentar saudávelrecomendado, 60% de proteínas vegetais vs 40% de proteínas animais. De 2008 a2012, esta relação foi 62.8% e 37.2% respetivamente, o que demonstra um afastamentoprogressivo da combinação ótima para um padrão alimentar saudável. O Anexo III mostraum maior detalhe para os países da Europa.
0.95
1
1.05
1.1
1.15
1.2
1.25
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1991
1992
1993
1994
1995
1996
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2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Índice de adesão à Dieta Mediterrânica em Portugal, 1990-2012
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1990
1991
1992
1993
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1995
1996
1997
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2000
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2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Europa Ocidental Europa do NorteEuropa do Sul Europa de Leste
Índice de adesão à Dieta Mediterrânica na Europa, 21900-009
v - Balança Alimentar Portuguesa (ii)
62
Dieta Mediterrânica
1. Sumário executivo 3
2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade 8
i. Caracterização da Dieta Mediterrânica e sociais
iii. Dietas sustentáveis
iv. Saúde, nutrição e a Dieta Mediterrânica
4.
414. Notas Finais 63
33
3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal 26
i. Fileiras identificadas e variáveis a considerar
iii. Valor de cada fileira produtivaiv. Mercados abastecedores, turismo e gastronomiav. Balança Alimentar Portuguesa
Índice
ii. Candidatura Portuguesa à UNESCO
ii. Macro-indicadores da agricultura portuguesa
5. Anexos 65
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4. Notas Finais Portugal tem evidentes condições de alavancar a distinção conseguida junto da UNESCO e, assim, diferenciar a suaprodução agrícola, a sua pesca, a sua culinária e gastronomia, o turismo e seus segmentos e outras vertentesassociadas a produções agrícolas emblemáticas nacionais, como são os casos do azeite e do vinho. Sendo umpequeno produtor agrícola, Portugal pode apostar na diversificação cultural e na sua diferenciação oriunda daqualidade intrínseca dos produtos que as condições edafoclimáticas únicas permitem. Tratam-se de reais ativosendógenos que urge proteger e desenvolver.
O papel da agricultura no enorme desafio que é alimentar uma sempre crescente população mundial é central e temsido alcançado com relativo sucesso. No Mediterrâneo, tal como um pouco por todo o mundo, a questão édisponibilizar comida suficiente, em qualidade e quantidade, para garantir as necessidades nutricionais de umapopulação em crescimento, ao mesmo tempo que se conservam os recursos naturais para as gerações futuras. Estanoção de sustentabilidade tem associadas um conjunto de vertentes a que urge dar uma atenção redobrada, já quecoexistem no mundo realidades dramáticas como a existência de quase mil milhões de pessoas com fome esubnutridas e o mesmo número de pessoas com excesso de peso ou obesas. Essas vertentes prendem-se comalterações nos padrões de consumo, na eficiência da produção agrícola, na redução de perdas e desperdícios e numaumento da sustentabilidade das dietas. Campanhas direcionadas à população em geral são urgentes.
A dieta mediterrânica é alargadamente reconhecida como sendo um padrão alimentar saudável e níveis elevados deadesão têm sido associados a melhorias significativas na estado de saúde e nutrição. Tem sido também reconhecidacomo uma dieta sustentável, dado o seu menor impacte ambiental. No entanto, a informação disponível mostra umdeclínio na adesão em praticamente todos os países do mediterrâneo, motivada pelo abandono dos hábitostradicionais e a emergência de um novo estilo de vida associado a alterações socioeconómicas profundas.
A Bacia do Mediterrâneo é atualmente confrontada com uma situação económica e social muito grave à qualpodemos associar uma situação ambiental igualmente grave (perda de biodiversidade, subida da temperatura média,erosão do solo, escassez de água). A junção de uma catástrofe ambiental com outra de caráter social em tão largaescala e em tão pouco tempo é praticamente inédita nesta região. Tornam-se, pois, urgentes medidas de salvaguardadeste património alimentar. Na área da alimentação, essas medidas vão desde a catalogação do património culináriomilenar à identificação dos grupos populacionais que ainda adotam este modo de comer e, posteriormente, à suasalvaguarda.
64
Dieta Mediterrânica
1. Sumário executivo 3
2. A Dieta Mediterrânica e a Sustentabilidade 8
i. Caracterização da Dieta Mediterrânica e sociais
iii. Dietas sustentáveis
iv. Saúde, nutrição e a Dieta Mediterrânica
4.
414. Notas Finais 63
33
3. Valor Económico da Dieta Mediterrânica em Portugal 26
i. Fileiras identificadas e variáveis a considerar
iii. Valor de cada fileira produtivaiv. Mercados abastecedores, turismo e gastronomiav. Balança Alimentar Portuguesa
Índice
ii. Candidatura Portuguesa à UNESCO
ii. Macro-indicadores da agricultura portuguesa
5. Anexos 65
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ANEXO I – Principais indicadores da agricultura portuguesa
INDICADOR PORTUGAL UNIDADE ANONúmero de explorações 304 103 2009UTA 367 103 2009UTA agrícola/Emprego total 7.3% % 2009UTA familiar 294 103 2009População agrícola familiar 793 103 2009Superfície total explorações agrícolas 4 709 103ha 2009
Superfície florestal das explorações agrícolas sem culturas sob coberto 842 103ha 2009Superfície agrícola utilizada (SAU) 3 668 103ha 2009Culturas temporárias (total) 948 103ha 2009Culturas permanentes 690 103ha 2009Pastagens permanentes (total) 1 828 103ha 2009FBCF 639 106 euro 2011VABpb (preços correntes) 2 152 106 euro 2011VABpb agricultura em % do PIB 2 103 2011Subsídios líquidos de impostos 611 106 euro 2011VABcf 2 763 106 euro 2011Rendimento dos factores por UTA 5 857 euro 2011
Rendimento empresarial líquido por UTA não assalariada 3 598 euro 2011
Comércio internacional produtos agroalimentares (importações) 8 817 106 euro 2011
Comércio internacional produtos agroalimentares (exportações) 4 604 106 euro 2011
Fontes: INE, GPP, ES Research - Research Sectorial.
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Portugal Continente
Uso ha % ha %
Superfície Agrícola Utilizada 3668145 100 3542305 100
Culturas Temporárias 831592 22.7 817340 23.1
Cereais para grão 345941 9.4 345556 9.8
Hortícolas 48002 1.3 46367 1.3
Horta familiar 19695 0.5 18991 0.5
Flores 1643 0.0004 1525 0.0004
Batata 18745 0.5 17331 0.5
Prados temporários e forragens 494364 13.5 473972 13.4
Pousio 341534 9.3 341465 9.6
Culturas Permanentes 690725 18.8 686221 19.4
Frutos frescos 16930 0.5 16389 0.5
Citrinos 3048 0.1 1764 0.0
Frutos Sub-Tropicais 40127 1.1 39746 1.1
Frutos secos 115150 3.1 114980 3.2
Vinha 177831 4.8 175773 5
Olival 335841 9.2 335841 9.5
Prados e Pastagens Permanentes 1784598 48.7 1678288 47.4
ANEXO II – Utilização das terras das explorações agrícolas
Fontes: INE RA09, ES Research - Research Sectorial.
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ANEXO III – Principais indicadores da pesca portuguesa
Indicador Portugal Unidade Ano
Comprimento da linha de costa 2751 Km2 2012Mar territorial 50960 Km2 2012Zona económica exclusiva 1656181 Km2 2012Plataforma continental 2150000 Km2 2012Pop. ativa no setor da pesca em % da 0 % 2011Navios 8380 N.º 2011Arqueação 101574 2011Pesca 216425 ton 2011Produção de aquicultura 8014 ton 2010FBCF 87 106 euro 2008VABpb (preços correntes) 376 106 euro 2009VABpb pesca em % do PIB 0.24 % 2008Subsídios líquidos de impostos 9 106 euro 2009Rendimento dos fatores 377 106 euro 2008Rendimento empresarial líquido (REL) 199 106 euro 2008Comércio internacional (importações) 1470 106 euro 2011Comércio internacional (exportações) 801 106 euro 2011
Fontes: INE, DGRM, ES Research - Research Sectorial.
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ANEXO IV – Portos de pesca em Portugal
Fontes: DGRM, ES Research - Research Sectorial.
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ANEXO V – Índice de adesão à Dieta Mediterrânica na Europa, 2009
Fontes: INE, ES Research - Research Sectorial.
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6
GréciaLituânia
ItáliaEslovéniaEspanhaRoméniaPortugalBulgáriaLetóniaCroáciaChipre
PolóniaMalta
EstóniaUnião Europeia
EslováquiaIrlandaFrança
HungriaAlemanha
Reino UnidoFinlândia
República ChecaDinamarca
SuéciaBélgica
LuxemburgoÁustria
Países Baixos
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ANEXO VI – Excesso de peso no mundo
Fonte: World Health Organization
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ANEXO VII – O mapa da fome 2013
Fonte: FAO
Research Sectorial
Francisco Mendes PalmaChief Sectoral Strategist
Susana Barros [email protected]
Luís Ribeiro Rosa [email protected]
Paulo Talhão Paulino [email protected]
Conceição Leitão [email protected]
João Pereira Miguel [email protected]
Patrícia Agostinho [email protected]
José Manuel Botelho
Celina Luís
Disclaimer
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