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CAPTULO PRIMEIRO
O LUGAR DE BI2ANCIO NA HISTRIADA IDADE MDIA
Enquanto no Ocidente, no sculo V, o imprioromano se desmoronava
sob o choque das invasesbrbaras. e na Gla, na Espanha, na Afrca,
naItlia. reis brbaros substituam o gcvrno dos csa-res, Bancic
ccnheda outros destinos. Sem dvidatambm sofreu c choque das
invases, as dos hunose dos eslavos, nos sculos V e VI. as dos
avaros.nos sculos VI e VII. as dos rabes e blqarcs, nosculo VII. e
essas invases, de modo definitivo eupassaqerc. roubaram-lhe partes
importantes do ter-ritrio, ao mesmo tempo em que deixaram s vzesno
interior do imprio tribos brbaras que, alis,fundiram-se bastante
depressa dentro da unidade'bizantina. Mas Constantinopla jamais
caiu nas mos~ os soberanos r aros jamais tomaramo lugar dr s
imperadores bzantnos, e na capital nvo-!ada da mcnarquia
continuaram vivas a lembrana deRqma e a tradio romana. O imperador
bizantnoconsiderava-se sempre como sucessor legtimo e cen-tinuador
dos csares: pretendia ser o nico com' direi-tos de ostentar C' nome
de imperador. e energicamenteo dsputeu a Carlos Magno. a Oto. o
Grande. aFrederco Barbarroxa r nos quas via outros tantos
-
Iusurpac .rr s. I\1c1is de uma vez a pcltica imperialsr ntiu a
arnbio (~e reconstuuir em sua integridadeo impr :o rornanc
desaparecido. ste foi o sonhomagnfiCo de Justiniano, reconquistar
as provnciasao Ocidente perdido; e, com efeito, le conseguiufCC
nquistar a frica. a Itlia, parte da Espa~ha,tornando .a transformar
o Mediterrneo em lagoromano E verdade que essa reconquista foi
assazefrnera - a frica, desde o fim GO sculo VII, egrande parte da
Itlia. nos meados do sculo VIII.escaparam ao domnio imperial - mas
a lembranadsse grande empreendimento ccntinuar viva emBzncjo: no
sculo X. os bzantnos de bom gradodavam ao imperador do sculo VI o
nome de [ust-nano, o Grande; no sculo XII Manoel
Comnenoc.rgulhava-se de ser chamado de novo Justiniano,sonhando
tambm fazer a Itlia entrar para o impriobizantno, pensando mesmo em
transportar novamentepara Rema a capital da monarquia. Certamente
emtudo isso entrava grande parte de iluses; mas. ]!acrganizaso
in~rior do imprio. a tradio romana_subsistia as instituies romanas
ccntinuavam, evo-Iundo lentamente com o correr do
temp..ed-eixandoseus traos em muitas instituies Flzantnas. Porcutra
parte, ao lado da tradio romana. a tradiohelnca continuou mais viva
e -mas forte ainda.Enquanto o Ocidente esquecia-se do grego. e o
igno-rava completamente --- conhecido o famoso axioma:graecum est,
non leqitut - o rego era no im riobzantinc a verdadeira lngua
nacional: mesmo os queno eram de pura raa helnica o falavam ou o
com-preendsam, e, a artir de fim do sculo V o-latique ~CS ernpos
de. Jusnano ainda era a l~gua dasnovelas imp2riais, cedia lu ar ao
re S dec-retosdo soberano: As cbras-primas da literatura gr;g~
3S
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I, - I
1I.1
clssica eram a base da educac pblica: Homeroera o livro de
cabeceira de todos os er tudantes, emesmo as mulheres sentiam
imenso prazer em l-lo.Na Universidade de Constantinopla os mestres
co-mentavam os escritores gregos mais ilustres. e desdec sculo XI
ensinava-se ali a filosofia de Plato,pre ludiando-se assim, ccm
quatro sculos de ante-cedncia, a renascena platnica que a Itlia
sconheceu no sculo XV. Muitas outras lembranasevocavam a g)r'a da
antiguidade grega. Constan-tinopla estava cheia de obras-primas da
arte grega.das quais Ccnstantno despojara os santurios maisfamosos,
a fim de adornar sua capital; e sse admi-rvel museu tornava mais
viva ainda aos olhos agrandeza da tradio helnca.
Mas, ao lado dessas lembranas da tradioromana e grega, .o imprio
bzannno. como j o nota-ram com muita justeza, .e.!P um estado da
IdadeMdia. m imQrio oriental, colccado nas fronteirasda Europa. e,
por isso, achava-s em diretoe ntim com o mundo . sitco. Algumas de
suasprovncias, o Egito, a Siria, e. at parte da AsiaMenor, no
estavam helenzadas seno muito super-
;:--- Iicialmente, e essas provncias nos sculos V e VI.deveriam
exercer profunda influncia sbre a orien-tao do esprito bizantino.
Pcr cutro lado, Bizncomantinha relaes freqentes com a Armna, com
aPrsa dos soberanos sassnds. mais tarde com omundo rabe dos
califas, e todo sse Oriente exerciagrande influncia sbre
Constantinopla. Assim. tradio antiga juntava-se a contribuio do
Orienteasitico, e dsse acrdo que nasceu a civilizaooriginal e
brilhante que foi a civilizao bizantina.
Para se avaliar o que era essa civilizao, sersuficiente
considerar algumas das grandes cidades
39
-
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II
do mpric. orne ando por sua capital. Constant-riopla era uma
cidade prcdiqrosame nte rica e prs-per. Ainda no incio do sculo
XIII Roberto deClar escrevia "que de is tros da riqueza do
mundoestavam em Constantinopla, e que a outra traparte ~stava
espalhada pejo mundo". Nas oficinasdirigidas pelas corpcraes da
grande cidade, a inds-tria bizantina fabricava objetos de luxo
refinado, queo mundo inteire ia procurar em Biznco. O comrcio.no
era menos flcrescente. Construda no ponto deencontre da Eu opa e da
sia, Ccnstantnopla era oa!and~ mercado onde se encontravam os povos
dapennsula dos Balcs e de alm-Danbio, assim comoos do Oriente
asitico; os russcs traziam-lhe trigo .peles, caviar, e at vinham
vender ali seus escravos;os rabes de Bagd vinham negociar suas
preciosassdas, mesmo as que provinham da longnqua China;e, no
grande bazar da Cidade, entre o foro de Cons-tantino e a praa do
Touro, naquela casa de lmpa-das em particular, que constitua ccmo
que sua partemais brilhante, durante todo o dia havia grandeanimao.
N c admirvel prto do Crno de Ourovinham ancorar navios que chegavam
dos pases maisdiversos, e na praia que orlava o qlfo. corno na
domar de Mrmara. havia um movimente incessante detransaes e
permutas. Tessalcnca no era menosbrilhante. Cada ano, ao se
aproximar a festa deSo Demtrio. reunia-se urna grande feira.
queenchia a cidade de uma multido de estrangercs.Dessa feira
deixou-nos uma .viva descrio um curiosolivrinho do sculo XII.
Na plancie do Vardar surgia por alguns dias"Umacidade de madeira
e de pano. cujas longas ruasda manh nr ite estavam cheias de uma
rnultdoapressada. Havia visitantes de tdas as partes do
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mundo mediterrneo. Gregos de tdas as raas, povos_da pennsula
balcnica. at cs ribeirinhos ..do Danboe os brbaros da Cta.
italianos e espanhis; ,(celtasde alm-Alpes", e outros que vinham
das lonqinquaspraias do Oceano. Todos traziam os prcdutos de
seu
. pas: tecidos da Becia e do Peloponeso, mercado-fias da Itlia,
produtcs da Fenca e do Egito. maq-nfcos taptes herdades da Espanha,
tudo o que,por Constantncpla, o Ponto Euxino mandava -das.grandes
cidades da Crimia. E dsse , aqlomeradode pessoas e de animais
elevava-se um rudo con-fuso: cavalos relinchando. bois muqndc,
ovelhasbalndo, porcos grunhindo, ces latindo. E Tessalo-nca,
durante sses poucos dias, parecia um dosgrandes mercados do imprio.
Outras grandes cda-des bizantinas poderiam mcstrar aspecto
semelhante.e atestar o longo esplendcr do imprio de Biznco.
A essa ros eridade material 'untava-se ainda c~o das-.k!ras e
.sJ:asa!"t~~. bastante percorrer-sea histria da literatura
bizantina para se ver a ampli-tude e variedade do pensamento em
Bznco.Encontramos ali escritores de real mrito, telogos,filsofos,
oradores sacros e profanos. sbios eruditos,pretas, e sobretudo
historiadores, dentre os quaismuitos foram homens de incontestvel
talento. En-contramos tambm ali coisas originais e novas, comoessa
poesia religiosa. que, .na aurora de sculo VI. foicriada por
Romanos, c Mlodo, e que foi uma dasglrias de Biznco, ou como essa
epopia bizantina,cuja obra-prima o poema de: Dqns Akrtas, que.sob
alguns aspectos, pode ser comparada s-nossascanes de gesta. A arte
bzantna. por outro -lado,conh(!Cia no 'sculo' VI -uma 'primeira
-dade de ouro;conheceu outra do sculo X ao -sculo XII. e. aindano
s~lo XIV, rransfcrmava-se. e- renovava-se ~m
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r-II!i
derradeira renascena; e vemos tambm que essa arteno foi como
muitas vzes se diz, uma arte imvele montona, que se limitava,
quando, muito a repetirindefinidamente as criaes de alguns grandes
artis-tas. Era uma arte viva, que evoluiu com o corr.er dossculos.
e que eracapaz de inventar e de inovar: essaarte, na arquitetura,
criou tipos novcs de edifciossagrados, e nas igrejas coroadas de
cpulas, ps umadecorao magnfica e suntuosa, mosaicos ou. afres-coso
onde a pintura bzantina, traduzindo os temasda iconografia saqrada,
soube criar muitas compc-ses notveis; essa arte produziu tdas essas
obrasde luxo elegante e refinado, belos tecidos de prpurae ouro, de
cres brilhantes, cujo monoplio Bzncozelosamente reservava para si.
miniaturas iluminandomanuscritos famosos, marfins delicadamente
cinzela-dos. bronzes incrustados de prata, esmaltes de refle-xos
cambiantes, preciosos objetos de ourivesaria.obras que contribuam
para o esplendor dessa civili-zao bizantina, sem dvida uma das mais
brilhantes,e talvez verdadeiramente a nica que por muito tempoa
Idade Mdia veio a conhecer,..;
Grande pela civilizao, _Biznck::.-.noera }1l~orpela guerra.
Defendida por poderosa cadeia de for-talezas, pela grande muralha
ccnstrud~b Teoo-sio 11,-que-ainda hoje, apesar de suas runas,
continuaa ser uma das obras-primas da arquitetura
militar.Constantinopla era uma admirvel praa de u~~capaz e resistir
a todos os ataques; e, com efeIto.antes que em 1453 casse nas mos
dos turcos, elasmente foi conquistada uma vez, em 1204,
peloslatino' da quarta cruzada. Mas quantos assaltosteve que
repelir: os dos eslavos. dos avaros, dosrabes", dos blqaros. dos
russos. e contra todos elase defendeu vitoriosamente. No sculo VII,
durante
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cinco anos, de 673 a 678, sustenta o longo assdiodos rabes
diante de suas muralhas, assim como. noincio de sculo VIII, o
assdio que durou de 717 a718: e por sse duplo e magnfico esfro
Constan-tinopla quebrou verdadeiramente o arrjo da invaso'rabe,
impedindo que os muulmanos .n\'~dissem apennsula dos Balcs, e por
ela talvez tda a Europa.Mas Bizncio Iz ainda mais: durante lon os
sculcsela foi no Oriente a campe da cristandad~ contra oIslo.
C~llhecemos o lugar que ocupava a refgio~lma dos bzantinos, a f
ardente, s vz es supers-ticiosa, que os exaltava, e tda a confiana
quepunham na proteo divina prometida ao impriobizantino. Aos olhos
dos bizantinos, Constantin Iaera "a cidade guardada or Deus"; a
Virgem erasua protetora titu a a, e todos sabiam que em maisde uma
circunstncia a santa imagem da Virgem deBlachernes. levada em
solene procisso pelas mura-lhas da cidade, pusera em fuga os
sitiantes brbaros.O mesmo acontecia em Tessalonica, onde So
Dem-trio, patrono e protetor da cidade, come se dizia,participava
da luta para combater e pr em fuga oseslavos e os avaros. E assim,
nas horas de graveperigo, parecia que Bizncio vivia
verdadeiramenteem uma atmosfera de milagre. .Alrn do ai J)imperador
bizantino no era somente c r resentantede Deus re a terra mas seu
lu ar-tenente, cuja_.alta misso eruombater por tda arte os
infi"is,conduzindo ortodoxia ~ hereges ~tClS..Qa-os. Osimperadores
bizantinos sempre cuidaram de desem-penhar essas duas tarefas, e,
vrios sculos antes dascruzadas. Bizncio empreendeu e prosseguiu a
grandecbra que animou as cruzadas.; No sculo VII asguerras, de
Herclo contra os persas. adcradores dofogo, eram uma verdadeira
guerra santa, No sculo
-
X a tomada de Crera aos muulmanos est tda cheiade exortaes
piedosas e dz milagres. e d vitriamilitar se ccmpleta pela converso
dos infiis venci-dos. Ainda no sculo X. ';::'5. imperadores
guerreircsda dinastia de Macednia . retomam ousadamente aofensiva
contra os muulmanos: Nicforo Focas.Joo Tzimiscs levam novamente, na
Sria. at aAntioquia, e na sia Menor, at alm do Eufrates.os.Tirnites
do imprio, completando a ocupao ml-tar por uma forte organizao
religiosa. Exrcitosimperiais. comandadcs por grandes generais.
doinestimvel ajuda para a consecuo dsses grandesdesgnios. No incio
do sculo XI. Baslio II destrio imprio blqarc, e leva at o Danbio a
fronteirada monarquia. perdida desde o incio do sculo VII.No sculo
XII os Comnenos, uma vez ainda emAnatla, retcmam, e no sem xito, a
ofensiva contrac~ turcos seldjcidas, E, sem dvida, desde o fim
dose:ulo XI, a derrota de Mantakert ( 1071 ), na qualo Imperador
romano, Dqenes, caiu nas mos dosmuulmanos, havia sido para Bznco um
golpe assazgrave; e no sculo XII a derrota de Manoel Cornnenoem
Myrckephalon (1176) foi um desastre maisgrave ainda, A poca dos
Palelcgos no foi maisque uma lenta agonia; e, contudo, mesmo
entoConstantinopla resistiu ainda uma vez aos assaltos~os turcos,
e, em 1453, a herica defesa dirigida peloimperador Constantnc
Dragases, lanou um derra-deiro raio de glria sbre os anais
militares deBznco.
I I
._ P~r.tdas essas razes o imoeno pizantino j-nc:ssua em todo o
mundo da Idad~- dia filres-1gio . incem arvel.. Enquanto. a maior
narte das-- - - _. ~
grandes cidades da Europa moderna nc passava decidades r-obres e
medocres. Ccnstantno Ia enica grande Cidade crist da Eu~op~ Ela
era,segundo a expresso de Vlle ardouin. "a cidade quedentre tdas as
outras era soberana '.., e os bizantinosgostavam de cham-Ia
simplesmente de "a Cidade"(e Plis), isto , a cidade p:::r
excelncia; a cidadnica. E cem efeito o era, Constantncpla era
umacapital admirvel. Estava _eiiLde i re 'as clebres,das quas a
mais famosa era a de Santa Sna.agrande igrz ja", como a chamavam
comumente. e que:ra to bela, segundo diz um escritor bzantino,
quequando S~ falou dela, no se pode falar de nada
mais". Estava repleta de mosteiros ilustres..dcs quaismuitos
eratu.Se~ d cultura intelectual ou arts":tica possua grande nmero
de lquas , reciosas~mais numerosas, diz um personagem do sculo Lque
as que possua tda a Iatnidade, tanto que aosolhos dos peregrinos a
visita a Constantincpla eraum ato quase meritrio quanto a
peregrinao aosLugares santos. Sem dvida. Ccnstantino Ia erauma
cidade oriental. Em cerres bairros p-obres e;:-
....__ contravam-se ruas estreitas. cobertas de
arcadas.s;;.heias-.delama .. onde transeuntes e veculos muitasvzes
se atolavam. .sern luz_d_ur_antea noite, ~h!.!a!.!b:::i~ta~d~aspor
uma popula o miservel, na ual. diz um escritorbzantnc, havia nros
ladres uantos bres. Masao lado disso havia randes avenidas ue
cortavam~tda a-dade,_ grandes praas rodeadas de palcios. suntuosos,
em cujo centro levantava-se uma altacoluna; viam-se ali monumentos
pblicos de aspectoainda clssico, casas elegantes construdas
modasria; as ruas e prticos eram enfeitadas por esttuasantigas,' e
tudo issc- formava- um ccnjunto -marav-lhcso". Um poeta do sculo
X,- Constantino, o Re>
45
I115TfTUTO DE FltOS()lllaI CIENClAS SlGIAIS
-
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dano, exaltou com justia "a cidade de Constantino,a ilustre e
venervel cidade que domina o mundo, eque brilha de modo estranho
pcr uma multido demaravilhas, pelo esplendor de suas altas
construes, 'o 'aspecto de suas magnficas igrejas, as galerias
deseus longos prticos, a altura de suas colunas que seelevam aos
ares", ~splendor ~ Ralcios impe-riais, do grande Palcio Saa!ado,3
mais tarde ..xopalcio dQSBlachernes, era admirvel Ia variedade?OS
edfccs. a beleza aos jarClins ue os r~ amos mosaicos pinturas. que
deccravam os aposentos.E por tudo isso Constantinopla atraa para si
todosos olhares. O mundo inteiro sonhava com da comouma cidadUe....
maravilhas. entrevista em um.rres-
~'pl~dor U' isso acontecia sob ~nevoeiro daEscandinvia, ao longo
dos rios russos, por onde osaventureiros do Norte desciam at o
incomparvelTzarigrado; o mesmo acontecia ncs castelos feudaisda
longnqua Frana. para onde as canes de gesta,como a viagem de CarIos
Magno a Jerusalm. leva-vam o eco maravilhoso dos esplendores de
Bznco:o mesmo acontecia nos banccs de Veneza, onde eraconhecida a
riqueza da 'capital bizantina, e os bonsnegcios que se podiam fazer
no Bsforo. Constan-tinopIa atraa estrangeiros de tdas as partes
domundo. Os vikings escandnavos vinham servir naguarda imperial,
esperando fazer fortuna; os russos,alistavam-se nas fileiras do
exrcito e na marinhaimperial. Iornecendo-lhes admirveis soldados;
osarmnos formavam alguns dos melhores corpos doexrcito bizantno. Na
Universidade de Constanti-,nopla: ao redor dos mestres c e
res__acotove~vam-=-se Iestudantes de todo o imprio, entre os quais
haviaestrangeiros vindos do mundo rabe. s vies atdo.Ocdente.
Constantinopla, como j s;-disse com - "
It
If'~1ttI
- "
muita graa, era a Paris da Idade Mdia. e os via-jantes' levavam
de suas maravilhas uma impressodeslumbrante. Villehardouin mostrou
bem o primeiroefeito que ela produziu sbre os cruzados de
12M.quando les se encontravam sua frente: "Ora. sabesque muitos dos
que contemplaram Constantinoplajamais a haviam visto, e que les no
podiam pensarque em todo o mundo pudesse haver cidade to
rica.quando viram seu altos muros, as ricas trres que arodeavam por
completo, os ricos palcios. as altasigrejas, tantas, que ningum
podia acreditar se novisse com os olhos o comprimento e a largura
dacidade. que -de tdas as demais era a soberana."
Ao prestgio que o cercava o imprio bizantnodevia a prodigiosa
fama de que gozava no mundoda Idade Mdia.
obra das misses fra u das glrias de,Biznci . Desde o sculo VI cs
missionrios gregoslevavam o cristianismo das praias da Crma at
smargens do alto Nlo, entre os povcs da Nbia e ataos osis do Saara.
No sculo IX sua atividade eraainda mais intensa. Nessa poca, Cirlo
e Metdic,os chamadcs apstolos dos eslavos. levavam de B-znco at os
eslavos da grande Morvia a religioe a liturgia ortodoxas. Pelo
mesmo tempo, sob apoderosa ao do patriarca Fcio, a Bulgria
seconvertia; pouco depcs, os srvios imitavam seuexemplo, e na
pennsula dos Balcs o cristianismodominava quase por tda parte, e
logo, transpondoo Danbo. iria atingiras tribos da Valquia e
daMoldvia. No sculo X a Rssa, por sua vez. tor-nava-se crist;
Vladmr, grande prncipe de Kef,fazia-se batizar em Querscn,
casava-se com umaprincesa bzantina, impondo aos sditos a f crst.A
tod~ .ssespovos brbaros ,.Bznco .no propor-
II
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-
cicnava aenas a religio; juntamente c m a religiolevava-lhes a
idia do EstadO'. as formas de govrnr.,um- novo direito reguJanckr
as relaes sociais. aeducao intelectual. e at o alfabeto cirlico,
em; ogual se iria escrever ~ fixar-se sua ln ua. Mestres.gregos
vinham~nsinar em suas escc las; s rdotes.gregos cficiavam _nas
novas iqrzjas, construdas sbreo modlo das igrejas bizantinas, e
decoradas porartistas bizantinos com mcsacos cheios de brilho.As
obras mestras da literatura bizantina eram d 1s...- ----- -.do
Evangelho, traduzidas pa@. o_eslave e.ofereci fimodelos .que
preparavam 'em cada pas o~entP~de-uma lit~ura IJacional.!-.,Nas
crtes, os soberanosbrbaros cornpraziam-se .em introduzir costumes
sun-':;t~os, titules, O cerimonial complcadc do palcioimperial de
Bzncio. e Kef orgulhava-se de, ter.ccmo Constantnopla. sua igreja
de Santa Sofia esua 'Porta de Ouro.' Dsse modotdas essas
triboso..-baras tornavam-se verdadeiros povcs, cujos sbiosCuidavam
de contar sua crigem e histria, e or tdaa' Europa .oriental Bznco
era verdadeiramente o.9:~e.. orna doa papas foi p~ Eurcpa
ocident;]a_9r'!nde educadora, a grande iniciadora._
" No somente entre os eslavos que se mani- fFestava a ao de
Biznco. Alm do Bsfcro, ela afazia sentir na Armnia, onde a criao de
numerososbispados ocupados por gregcs. e a intensidade dasrelaes
polticas asseguravam -sua influncia, e atno mundo rabe, onde as
vitrias bzantnas e o pres-tgio de Constantinopla no deixavam os
muulmanosindiferentes. E, enfim. at ne Ocidente a influnciabzantma
era todo-podercsa. Na Itlia, reconquis-tada por ]ustiniano, as
igrejas de Raven~!_ e atmesmo vrias de Roma, mostravam tanto .em
suaarquitetura comoem seus mosaicos a marca da. arte
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oriental. Em Roma havia vrios bairros gregos, ondese encc
ntravam diversos mosteiros bizantinos, e aRoma dcs sculcs VII e
VIII era uma cidade sem-bizantina: a baslica de Santa Maria Antca,
ao p.d Palatino, assim corno a preciosa capela de SoZeno, na igreja
de Santa Praxedes. mostram que,muito tempo depois, a influncia
grega ainda persis-tia. Veneza, por sua vez. por seus costumes e
gostos,era uma cidade grega; e a basilica de So Marcos,ccnstruida
segundo o modlo de uma igreja de Cons-tantinopla. a dcs Santos
Apstolos. inteiramentedecorada de mosaicos bzantnos, d-nos talvez
aindahoje, em sua atmosfera de prpura e ouro, a imag~mais exata de
que era um santurio bizantno nosculo X ou no sculo XI. Do mesmo
modo, em tdaa Itlia, todos os que queriam construir ou
decorarigrejas, os abades de Monte Cassino como os papasromancs, cs
reis normandos da Scla como os dogesde Veneza. pediam a
Constantinopla arquitetos paraconstruir os edifcios sagrados,
mosastas para deco-r-Ios, r=andando vir da capital do Bsforo todos
osobjetos de luxo de que tinham necessidade. pertas de
:o'"'~;bronze ornadas de baixos-relevos, relicrios precio-. 50S
de esmaltes cintilantes. marfins cinzelados, belosestofos que
adornavam os altares, ou que serviampara as vestes imperiais. _Em
tda a Itla.do Sul..,gue,_at o fim ' cuIo XI fz garte dO'
im,prio:--..a..~nf1J!n.dagrega-toi-todc;;r-,po.der.osa. -Monges
gregos.fugindo diante da invaso rabe ou da perseguio. conoclasta,
yjnham para a a fim de fundar conventos~, que ainda subsistem,
todos decorados deafrescos acompanhados de inscries gregas.
Bisposgregos governavam suas igrejas: por tda parte obe-decia-se
,ao rito grego; o grego era a lngua oficial.ou mesmo a lngua
habitual do pas; e mesmo quando
,,!. rr
11I
49
- cs reis normandos sucederam aos senhores de Brzn-cio. suas
instituies conservaram por muito tempo amarca de origem.
continuando a se servirem do gre-gotanto para os ates oficiais como
para o uso comum.~ ra Sclia. enfim. os reis normand ~5. em sua
capitalde Palerrno. vangloriavam-se de usar o costume mag-nfico dcs
imperadores bizantinos. e de mandar cons-truir igrejas, a Martorana
e a capela palatina. tdasdecoradas com mosaicos inspirados pela,
iconografiae arte bzantnas. E muito alm da Itlia. na Alema-nha do
sculo X, uma princesa bizantina, Tefano.mulher do imperador Oto Il,
levou consigo algunsgregos, que divulgaram em sua crte um pouco
dacultura bzantna, a tal ponto que o filho de Tefano.o jovem
mperadcr Oto lII. g::
-
CAPTULO II
A FUNDACO DO IMPRIO BIZANTINO,SEU boM/NIO GEOGRFICO E
POPULAO
A 11 de maio de 330. nas margens do Bsforo,Constantino inau
urava solenemente a nova capitaldo im rio, para a qual escolhera
'Bizncio. ue as~saria ento a ser chamada de Constantino Ia.
A--.~dh~ impera or era excelente. LSua ,situao.geogrfica, c-nstan c
o erecia randes vanta----eDs.'D-onto e vista militar,~stava melhor
colo-Cada do - ue orna, mui c ongnqua para vigiar oOriente, e e en
er, se necessrio, as fronteiras doimprio, ameaadas, na Europa,
pelos gdos, na sia.pelos persas. '-,_Do_ onto de vista econmico,
_c_ons-truda no ponto de encontro da~QPa e da Asia,bem rxiIna das
praias do Mar Ne ro d Medi~terrneo oriental, iznco estava bem
colocada RaraSe tornar um centro importante de cQmrcio, umrande
mercado internacional. Festas suntuosas cele-
braram a inaugurao a nova capital, e o imperadorordenou que cada
ano o aniversrio da fundaoIsse celebrado cem grande festa
religiosa; corridashpicas e outras cerimnias aumentaram o
esplendorda inaugurao. Para tornar mais magnfica a novacapital,
Constantno mandou construir edifcios mpo-
52
nentes, e. em particular. -anas igrejas cri tos. dasquais a mais
clebre foi a primeira igreja de SantaSofia. Mandou abrir grandes
praas. entre outras oforo de Constantinc, em cujo centro erguia-se
umaalta coluna de bronze, que ostentava em seu cimouma esttua
dourada, segurando nas mes uma figuraque representava a fortuna da
cidade; e.: para enfeitara nova capital. ador ncu-a com
obras-primas da arteantiga, despojando sem escrpulo os mais
ilustressanturios paqcs. Enfim, levou para Constantinoplamuitas das
instituies de orna ~ articu ar o,-S ado; e, para acolher os
senadores romanos, poucossatsfetcs com a mudana. diz-se que
Constantinomandou construir para les palcios em tudo seme-lhantes
ao que possuam s margens de Tfbre. 1Lna linguagem oficial
Ccnstantino Ia 'pas~ a serc ama a n Roma"".
~Jl.\. "_Nessa nova capital o p2der imperial tamb~ ~~,
tomou novo as ecto. H muito t-empo que j seanunciava uma nova
concepo de poder soberano;Constantincpla terminou essa transformao.
O im-era dor assou a ser sc-berano cr direito divino,esimado e
inspirado por Deus, e gozan o ae-
absoluta autoridade: ~_ pessoa foi consideradasa rada, e, do
mesmo modo. tudo o que dela seaproximava. tudo o que fazia. recebia
o mesmo ep-teto: o palcio im eral soou a ser chamado dePalcio
agrado; 9S decretos prcmulga os pelo prn-cipe. ,seus a s. -.o uarda
que o protegia. tornara~-seigualmente sa rados. Para melhor
esc1~r:cer e~senovo carter, um ccstume suntuoso substituiu a
sim-plicidade dos primeiros csare:: o imperador, --:estidode
prpura, carregava na mao c. cetro, e 50 re acabea ostentava um
diadema brilhante de pl'o]as epedrarias: e. pouco tempo depois. a
cerimnia da
--~
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/jI!
II
II,
sagrao Imperial acabava de sublinhar sse carterque fazia do
poder imperial uma como imagem dopoder divino. Enfim, um cerimonial
magnfico, umaetiquta complicada cercavam o prncipe. destacan-do-o
de resto da humanidade. A vitria do crsta-nis~ teve ccmo conseqncia
outra transfonnac:o imperador tornou-s m erador cristo, que
tinhapor tarefa difundir a f, dd nd-Ia contra todos osseus ini .
QS. e, naturalm .rcte a greja.Constantino cumulcu-a de favores, e
nunca lhe negouproteo: mas. em trccados bemicios que recebia,~gre'a
3ccioc(1 a vigilncia do prncipe. e sua ntere~eno soberana nos
negcios C esisticos. quer set;ratasse de coisas ou e pessoas. SSlm
o cristia-nismo tornou-se a verdadeira reli ic o estado ~por to o o
tempo que durou o imprio bizantino.7po er Imperial evena conservar
sse li 10 carter.
Contudo. apesar da mudana da capital deRoma para Constantinopla,
o imprio romano conser-va~ua unida e: um nico imperador o
governav..Mas cada vez mais se tcrnava evidente a diferenaentre a
"parte oriental e a parte cdental a mcnar-guia. Por isso. uandc o
imperador TeodSio morreu.em 395. sucedendo-lhe. seus dois filhos. o
impriose dividiu em duas partes: o 1aente. governa opor Hnno, e o
Oriente, sbre o u r vaArcadiQ, E quando. :QO sculo V, sob o cheque
dasinvases brbaras, 0_ imprio romano do Ocidentedesmorcncu. uando.
em 476. esapareceu o timomperador ma!!Q, Q- imprio romano do;
Orientesubsistiu sozinho .. Nascera o im rio bizantino.-Ele nc~
deveria tardar. szqundo definio de Ram-baud, a se tornar ..um
Estado medieval colocado naIrcnteira extrema da Europa, nos confins
da barbreasitica ."
I I
Qual era a extenso dsse impric? Para a.avaliarmos. basta
consultar a Notitie diqnitetum, quedata mais ou menos do ano 400. O
imprio do.Oriente dividia-se em duas refeituras o gretrio:a do
Oriente e a d ' ico, Cada uma dessas re-fhuras com reendia certo
nmeroce dioceses admi-nistradas por funconrcs em geral chamados
2evi ros. Na prefeitura do Oriente contavam-se cinco,Qioceses: '
diocese do ~.e e. tendo frenteofomes Orientis, a docese do Egito e
, scver da ~loprefeito au ustal, e as trs doceses da Asia, do
Ponto'e da -:""ca. .d uma dessas dioceses esimdivj::"'dida em
determinado nmero de rovncias: 15 arao riente, 6 ara o E ite. 11
ara a sia.. 11 ara~-Pnto, 6_para a Trca, ao todo 49. !;:ssas
pro-vncias eram a ministradas por funcionrics chama-dcs consulares
ou raesides: por exceo. ~ provincida sia tin_a sua rente um
procnsuJ, com auto-ridade sbre a sia Menor. as ilhas do litoral e
oHelesponto. A prefeitura do Ilrco era ~os ex--
, tensa; nela enccntravam-se duas doceses: a daMacednia. co seis
rovncias. e a da Dcia, comcinco; ao todo, 11. Aqui tam 'm, c-omo na
sia.fazia-se uma exce o ara a Acaia cuo e ~ostentava o nome denr
nsu._--- -r- ~
Se consultarmos um mapa. possvel traar compreciso a fronteira do
imprio. Ao Nc rte , a linhado Danbo era c limite. desde a
embocadura do rioat sua confluncia com o Sava; depois a
fronteiradescia para Sudoeste. sequndc o Sava at Sirmum.depois o
curse' do Drina. terminando por uma linhaque ia ,dar no Adritico.
entre a foz do Cattaro e dolago Scutari. Essa fronteira separava o
imprio do
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-
rOriente do l lirrco ocidental. que era uma das dicccscsda
prefeitura da Itlia, e fazia pane do imprio doOcidente. Dentro
dsses limites tda a pennsuladcs Balcs estava includa no imprio do
Oriente.Contudo. quando o imprio romano do Ocidente des-moroncu. e
sobretudo quando. no sculo VI. Justi-'niano cuidou de
reconquist-Io, o imprio romanodo Oriente avanou sua fronteira
ocidental at spraias do Adritico, e tda a Da'mcia tornou-seuma de
suas provncias.
Na sia, depois dcs tratadcs concludos com ospersas em 363 e 387,
a Ircntera seguia aproximat-vamente 'a seguinte linha: partia, ao
fundo do Mar.Negro, da foz do Lycos-Boas (Tchorok). cujo
curse'inferior seguia, deixando ao imprio uma estreitafaixa ao leno
do rio; depcs dirigia-se do Norte parao Sul, cortando a Araxes
(Kara-su) de maneira adeixar ao imprio Teodospols. da Armna
(Erze-rum), e o Asnias (M urad-su}, seguia o curso doNnfios
(Dalm-tchai) at seu confluente com oTigre. deixandc assim a Oeste
Martirpols (Maa-farakin) e Amida (Diarbekir ). De l, por uma
linhaque passava entre Dara, a Oeste, e Nsiba. a Este,alcanava c
curso do Aborras (Khabur}. que seguiaat Crcsum. no Eufrates; enfim,
atravs do desertoda Sra, dirigia-se para Sudoeste, passando
dis-tncia a Este de Palmira e de Bosra, e atingindo amargem
oriental do Mar Vermelho pelo 25~ grau delatitude Norte,
determinando, desde o gIfo de Akabaat o seu perito terminal, uma
estreita faixa ao longeda praia...
Na Africa, o Egito pertencia ao imprio 'at Filee a primeira
catarata; de l, a fronteira remontavana direo Nordeste, at o ponto
em que se cortam o
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3D? de latitude: Norte e o 22" de longitude Este, e.contornando
a Cirenaica, terminava n') mar r quealcanava na extremidade da
Grande Sirtes.
I I I
;
De que clementes se compunha a populaodsse grande im ~? Nle se
enC:-'ntr2vam as mais_ iversas raas: para comear, uma maioria de Te
~j,ou de po ulaes completamente .:hdeniza~, -mas Itambm eslavos.
armnios, ca adcios, . as, e ,;. .cos., Sem dvi a, sbre todos sses
homens o hele-_ Insmo gravara A uma marca comum: o grego era a Iln
ua da I ia, --m ua do ccmrclO, a lin ualiterria .at; y-
verdadeiramente ,uma ln ua n Ina1._que quase tc-do~ falavam, ou que
pelo menos lJodos comQree~m. Grandes cidades helncas Ieram
encontradas em tdas as partes do imprio: ialm de: Constantnopla,
AJexandria, Antioquia,feso. Tessalonica, e outras ainda. e ac redcr
dessascidades florescentes c helenismoestendera larga-mente sua
influncia. Mas sob essa a arente unidadesubsistiam
diferen.aS_profundas que constituamsria preocupa' o Rra 9-Qvrno
imperial, e cujascausas necessrio que expliquemos
de-maneirabreve.
Na Europa. as invases do sculo V no haviamprcvocado grandes
mudanas na etnoqrafia de mp-ri-:-.do Oriente. Os vscodos de
Alarico, os huncsde. Atila, os ostrogodos de Teodorco. haviam
inva-dido por um mcrnento suas fronteiras, mas no fize-ram nada
mais do que passar, desviando-se muitodepressa para o Ocidente. no
deixando atrs de si.na pennsula dos Balcs. senc algumas tribos.
queno hviarn acompanhado o movimento geral: eram