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E D I T O R I A L ÓRGÃO DA FUNDAÇÃO CHRISTIANO ROSA DISTRIBUIÇÃO GRATUITA PIQUETE, DEZEMBRO/2014 - ANO XVIII - N o 227 O ESTAFETA Reproduções Vivemos dias tenebrosos. O Brasil na- vega por águas turbulentas e perigosas. Por trás de uma das maiores crises econômicas de sua história está uma crise político-mo- ral. Quando vemos pela televisão, ao vivo, a Presidente da República e o presidente da Câmara dos Deputados se acusarem mutua- mente de mentirosos, corruptos e chanta- gistas, é porque se chegou ao fundo do poço. Ambos envergonham a sociedade e evidencia-se a perda do apreço pela liturgia de tão importantes cargos. Daí a con- sequente perda de credibilidade do país. Há muito nosso modelo político tem-se mostrado ineficaz para sanar os graves e crônicos problemas nacionais. Nossos agentes políticos trabalham visando a seus próprios interesses. Agrupam-se em parti- dos sem nenhuma ideologia, visando ao poder a qualquer preço e digladiam-se para não o perder. Para isso, vale tudo: de acor- dos esdrúxulos a conchavos, barganham- se cargos, comissões e empregos nas es- feras públicas. É um vergonhoso toma lá- dá-cá. A corrupção permeia essas relações. Para muitos, fazer política é meio de vida para se enriquecer – basta verificar o patrimônio de um parlamentar em inicio de mandato e o seu crescimento exorbitante em poucos anos. A corrupção contaminou o Congresso. Para o cidadão de bem, ser político é sinôni- mo de malfeito e de falcatruas. É grande a descrença em nossos parlamentares. Pes- quisas recentes divulgadas pela Folha de S.Paulo apontam que, para os brasileiros, o maior problema do país é a corrupção, à frente da saúde e da segurança pública. Esse mal, que se infiltrou em toda sociedade, mas que faz escola na esfera política, vem crescendo assustadoramente. Os recursos públicos desviados deixam de ser aplicados em ne- cessidades básicas para a população. Des- sa maneira, entre toda sorte de tramoias e acordos urdidos nos subterrâneos da polí- tica o país vai naufragando. Apesar dos sucessivos escândalos de- nunciados e não punidos, uma luz foi acessa e passou a iluminar o futuro: o Su- premo Tribunal Federal, empenhado, tem mostrado aos políticos – da Presidente da República aos vereadores – que é melhor se cuidarem, ou vão pagar caro pela cor- rupção e pela roubalheira. É um alento na nossa desacreditada Justiça. Foi rápido o desempenho da Suprema Corte ao decidir pela prisão de um senador da República no exercício de seu cargo. O voto da ministra Cármen Lúcia nesse caso orgulha a todos nós: “Na história recente da nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós brasileiros acreditou num mote segun- do o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois, nos deparamos com a ação penal 470 e descobrimos que o cinismo ti- nha vencido aquela esperança. Agora pa- rece-se constatar que o escárnio venceu o cinismo”. O Brasil está mudando! Chegamos a mais um fim de ano. Este que termina não deixará saudades. O país encontra-se em uma de suas piores crises. Paralisado pela ambição desme- dida e a incompetência de nossos ho- mens públicos, amarga alta da inflação e desemprego. O desânimo e a descren- ça dominam a opinião das pessoas. Após tomarmos consciência de que a bonança dos últimos anos vinha sen- do artificialmente construída, logo nos primeiros dias de 2015 tomamos um cho- que de realidade: a mídia foi tomada por desvios de recursos e inúmeras denún- cias de corrupção em todos os setores da administração pública. Evidenciaram- se o assalto sem nenhum constrangi- mento dos cofres públicos e a que- bradeira da maior estatal do país, orgu- lho de todo brasileiro. Apesar dos pesares, no entanto, che- gamos a mais um fim de ano. É Natal, símbolo de esperança e renovação, mo- mento de confraternização, reflexão e de perspectiva de dias melhores. Nessa época do ano, as pessoas estão ávidas para presentear e serem presenteadas. As cidades ficam mais bonitas. As pes- soas enfeitam suas casas, armam árvo- res-de-natal, iluminam os jardins e mon- tam presépios. Tudo para festejar o Na- tal. As famílias se reúnem e celebram. Apesar de vivermos tempos difíceis na política e na economia do país, o Na- tal nos traz à lembrança o desejo de re- novação, esperança e paz. Significa o nascimento de Jesus Cristo. Esta data é tão importante para a humanidade cris- tã, que o mundo se divide em dois mo- mentos: antes e depois de Cristo. Portador de boas novas, o Natal é momento para reflexão e um balanço de nossas vidas. É uma oportunidade para se reconciliar com um parente ou ami- go. É tempo de harmonia e de se perdo- ar, de agradecer e de se doar ao próxi- mo. É hora de se abraçar a quem se quer bem ou telefonar, escrever um cartão, enviar um email, de se declarar uns aos outros, sempre falando a verdade. Um abraço vale mais do que mil palavras, muito mais do que um presente materi- al. Desejamos que no próximo ano a so- ciedade se mobilize em torno de princí- pio éticos que impulsionem o país para o crescimento, o desenvolvimento e a justiça social. Não podemos nos esquecer de que 2016 será um ano de eleições, quando elegeremos prefeitos e vereadores. Será muito importante votar de forma acerta- da. Finalmente, nossos votos de um ano novo repleto de realizações e um Estado com mais saúde, sem violência, mais ações sociais, mais educação e, princi- palmente, um Estado sem corrupção. O Brasil está mudando. Que venha 2016! Apesar dos tempos difíceis na política e na economia do país, o Natal nos traz à lembrança o desejo de renovação, esperança e paz. O Natal significa o nascimento de Jesus Cristo. Aproveitemos, então, para fazer nossa parte e colaborar para o fim da corrupção e a valorização da ética em nosso país.
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DEZEMBRO 2015

Jul 25, 2016

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Edição 227, de dezembro de 2015, do informativo O ESTAFETA, órgão da Fundação Christiano Rosa, de Piquete/SP
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Page 1: DEZEMBRO 2015

E D I T O R I A L

ÓRGÃO DA FUNDAÇÃO CHRISTIANO ROSA

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA PIQUETE, DEZEMBRO/2014 - ANO XVIII - No 227

O ESTAFETAReproduções

Vivemos dias tenebrosos. O Brasil na-vega por águas turbulentas e perigosas. Portrás de uma das maiores crises econômicasde sua história está uma crise político-mo-ral. Quando vemos pela televisão, ao vivo,a Presidente da República e o presidente daCâmara dos Deputados se acusarem mutua-mente de mentirosos, corruptos e chanta-gistas, é porque se chegou ao fundo dopoço. Ambos envergonham a sociedade eevidencia-se a perda do apreço pela liturgiade tão importantes cargos. Daí a con-sequente perda de credibilidade do país.

Há muito nosso modelo político tem-semostrado ineficaz para sanar os graves ecrônicos problemas nacionais. Nossosagentes políticos trabalham visando a seuspróprios interesses. Agrupam-se em parti-dos sem nenhuma ideologia, visando aopoder a qualquer preço e digladiam-se paranão o perder. Para isso, vale tudo: de acor-dos esdrúxulos a conchavos, barganham-se cargos, comissões e empregos nas es-feras públicas. É um vergonhoso toma lá-dá-cá. A corrupção permeia essas relações.Para muitos, fazer política é meio de vidapara se enriquecer – basta verificar opatrimônio de um parlamentar em inicio demandato e o seu crescimento exorbitanteem poucos anos.

A corrupção contaminou o Congresso.Para o cidadão de bem, ser político é sinôni-mo de malfeito e de falcatruas. É grande adescrença em nossos parlamentares. Pes-

quisas recentes divulgadas pela Folha deS.Paulo apontam que, para os brasileiros, omaior problema do país é a corrupção, à frenteda saúde e da segurança pública. Esse mal,que se infiltrou em toda sociedade, mas quefaz escola na esfera política, vem crescendoassustadoramente. Os recursos públicosdesviados deixam de ser aplicados em ne-cessidades básicas para a população. Des-sa maneira, entre toda sorte de tramoias eacordos urdidos nos subterrâneos da polí-tica o país vai naufragando.

Apesar dos sucessivos escândalos de-nunciados e não punidos, uma luz foiacessa e passou a iluminar o futuro: o Su-premo Tribunal Federal, empenhado, temmostrado aos políticos – da Presidente daRepública aos vereadores – que é melhorse cuidarem, ou vão pagar caro pela cor-rupção e pela roubalheira. É um alento nanossa desacreditada Justiça. Foi rápido odesempenho da Suprema Corte ao decidirpela prisão de um senador da República noexercício de seu cargo. O voto da ministraCármen Lúcia nesse caso orgulha a todosnós: “Na história recente da nossa pátria,houve um momento em que a maioria denós brasileiros acreditou num mote segun-do o qual uma esperança tinha vencido omedo. Depois, nos deparamos com a açãopenal 470 e descobrimos que o cinismo ti-nha vencido aquela esperança. Agora pa-rece-se constatar que o escárnio venceu ocinismo”. O Brasil está mudando!

Chegamos a mais um fim de ano. Esteque termina não deixará saudades. Opaís encontra-se em uma de suas piorescrises. Paralisado pela ambição desme-dida e a incompetência de nossos ho-mens públicos, amarga alta da inflaçãoe desemprego. O desânimo e a descren-ça dominam a opinião das pessoas.

Após tomarmos consciência de quea bonança dos últimos anos vinha sen-do artificialmente construída, logo nosprimeiros dias de 2015 tomamos um cho-que de realidade: a mídia foi tomada pordesvios de recursos e inúmeras denún-cias de corrupção em todos os setoresda administração pública. Evidenciaram-se o assalto sem nenhum constrangi-mento dos cofres públicos e a que-bradeira da maior estatal do país, orgu-lho de todo brasileiro.

Apesar dos pesares, no entanto, che-gamos a mais um fim de ano. É Natal,símbolo de esperança e renovação, mo-mento de confraternização, reflexão e deperspectiva de dias melhores. Nessaépoca do ano, as pessoas estão ávidaspara presentear e serem presenteadas.As cidades ficam mais bonitas. As pes-soas enfeitam suas casas, armam árvo-res-de-natal, iluminam os jardins e mon-tam presépios. Tudo para festejar o Na-tal. As famílias se reúnem e celebram.

Apesar de vivermos tempos difíceisna política e na economia do país, o Na-tal nos traz à lembrança o desejo de re-novação, esperança e paz. Significa onascimento de Jesus Cristo. Esta data étão importante para a humanidade cris-tã, que o mundo se divide em dois mo-mentos: antes e depois de Cristo.

Portador de boas novas, o Natal émomento para reflexão e um balanço denossas vidas. É uma oportunidade parase reconciliar com um parente ou ami-go. É tempo de harmonia e de se perdo-ar, de agradecer e de se doar ao próxi-mo. É hora de se abraçar a quem se querbem ou telefonar, escrever um cartão,enviar um email, de se declarar uns aosoutros, sempre falando a verdade. Umabraço vale mais do que mil palavras,muito mais do que um presente materi-al. Desejamos que no próximo ano a so-ciedade se mobilize em torno de princí-pio éticos que impulsionem o país parao crescimento, o desenvolvimento e ajustiça social.

Não podemos nos esquecer de que2016 será um ano de eleições, quandoelegeremos prefeitos e vereadores. Serámuito importante votar de forma acerta-da. Finalmente, nossos votos de um anonovo repleto de realizações e um Estadocom mais saúde, sem violência, maisações sociais, mais educação e, princi-palmente, um Estado sem corrupção.

O Brasil está mudando. Que venha 2016!

Apesar dos tempos difíceis na política e na economia do país, o Natal nos traz à lembrança o desejo derenovação, esperança e paz. O Natal significa o nascimento de Jesus Cristo. Aproveitemos, então,para fazer nossa parte e colaborar para o fim da corrupção e a valorização da ética em nosso país.

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Página 2 Piquete, dezembro de 2015

Imagem - Memória Fotos arquivo Pro-Memória

O ESTAFETA

O futebol, esporte nacional, chegou aoBrasil em 1895, vindo da Inglaterra, trazidopelo paulista Charles Miller. De São Pauloganhou todo o país. Era um esporte de eli-te, cujas regras e termos ingleses foram seadaptando, tornando-se parte do linguajardos brasileiros, que passaram a convivercom palavras como “football” – foot (pé) +ball (bola); gol, do inglês “goal” e goleiro(goalkeeper). “Team” era o time, e havia,ainda, o “back”, “half-back” e cinco“forwards”, fora as subdivisões como“back” direito e esquerdo, “half” direito e“center-half”. O juiz era chamado de“referee”.

Em 14 de dezembro de 1914 foi criado,na Vila do Piquete, o Esporte Clube Estrela,cujo jogo de estreia aconteceu em 7 de fe-vereiro de 1915, num evento que mobilizoutoda a cidade. Foram distribuídos convitese houve a participação de autoridades dePiquete e Lorena.

O jogo foi notícia em jornais do Rio deJaneiro e São Paulo, como no “O Imparcial”,do Rio de Janeiro, em matéria do dia 22 defevereiro daquele ano:

“Piquete, próspera vila paulista, tambémjá conta com um centro esportivo, no qual épraticado, em grande escala, o apreciadojogo de football. O Estrella é o clube local,cuja inauguração aconteceu no dia 7 do mêscorrente, quando ele se bateu com oHepacaré, um scratch formado de playersde Lorena, Cachoeira e outras cidades vizi-nhas. Por ocasião desse jogo, o ground doS.C.Estrella achava-se literalmente repletode famílias de Lorena e da localidade, sendoa festa abrilhantada pela Banda do 53º Bata-lhão de Caçadores, gentilmente cedida porseu comandante. O espetáculo foi deverasencantador, sendo notado o entusiasmo queia pela realização desse primeiro match defootball. O jogo posto em evidência pelosfootballers de ambos os partidos é que não

foi dos melhores. É verdade que deles pou-co podemos exigir. São novéis na prática doassociation, mesmo porque, só agora é queeste gênero de sport está se identificandopor aquelas bandas.

Os bons jogadores eram justamenteaqueles que pertenciam a alguns dos clu-bes daqui do Rio e da capital de São Paulo.O match entre o conjunto de Lorena e o dePiquete foi iniciado às 16h30min. Os teamsadversários tomaram as suas posições sobuma prolongada salva de palmas, estando oteam do Estrella do seguinte modo consti-tuído: Souto; Coló e Maurílio; Abel, Idylio eCarlos; Jacintho, José, Ernani, Jarbas eGurjão.

Tirando o toss, este foi favorável aoscratch, que preferiu ficar jogando a favordo sol e da ligeira viração que então sopra-va. O pontapé inaugural foi dado porOrlando Carpinetti, muito digno presidentehonorário. A princípio o jogo pareceu estarmais ou menos equilibrado, mas, pouco apouco, os ataques do scratch foram sendomais ininterruptos, obrigando o inexperienteSouto a deixar que fosse vazado o goal sobsua guarda. A primeira bola entrou vagaro-samente, pelo lado direito do goal, mas ape-sar disso, Souto não teve sequer o golpe devista necessário para descobrir-lhe a traje-tória. O segundo goal contra o Estrella foi acoisa mais interessante que se pode imagi-nar. Registrou-se um corner. Este foi bati-do, vindo a esfera, regularmente impelida,picar na porta do goal. Sendo shootada porum player do scratch ela bate na trave su-perior e cai verticalmente, antes da linhado goal. Souto procura, com um mu-nhecaço, desviá-la, mas o referee, que sevia atrapalhado com o desconhecimentodas regras, apita, mandando colocar a bolano centro. Tinha sido goal! Fatos comoeste, nós temos verificado em outras cida-des do interior. Que sempre os juízes que

atuam nas pelejas primam pela originalida-de das regras que conheceram.

Quem marcou o terceiro goal foi o in-side-right. Após este feito, o primeiro half-time terminou, estando as forças antagôni-cas assim colocadas: Estrella 0 x 3 Hepacaré.

No segundo half-time, os jogadores doEstrella achavam-se desanimados e os maisencorajados, quase sempre, quando tenta-vam pôr em prática um jogo producente,viam os seus esforços tolhidos como quede improviso, pois eram presos de verda-deiros acessos de riso, causados pela ‘pose’e ‘desacerto’ do inocente referee. Este, quan-do terminou o jogo, disse o seguinte: ‘Nemmesmo quando conhecer o football hei deservir de juiz. Pode ser que em 1930...’. Oque vale é que o sportman em questão nãodeixa de ser franco.

O scratch ainda conseguiu mais doisgoals, sendo um deles feito pelo próprio full-back do Estrella, o promettedor Maurílio.Coló era a alma do team piquetense, estan-do depois deles os players Idylio e Jacintho,que jogaram regularmente.

Os do Hepacaré jogaram como puderam,com calma e, além de tudo, folgados, mes-mo porque tinham pela frente um conjuntodesanimado e sem um capitain, cuja energiae coragem se fizessem notar até o fim dapartida. De fato. Ernani Carpinetti foi o pri-meiro a desanimar, o que é reprovável numcapitão de equipe.

Brevemente, haverá em Piquete um ou-tro match de football e, assim sendo, espe-ramos encontrar por parte dos que nelestomarem parte um certo adiantamento. Va-mos ver.”

Após lermos a notícia do jornal “O Im-parcial”, de 1915, podemos entender a his-tórica rivalidade entre o Estrela e o Hepacaré.É bem verdade que o nosso Estrela se apri-morou e tornou-se, por diversas vezes, cam-peão do interior paulista...

O “sport” bretão em Piquete – Estrela x Hepacaré

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O ESTAFETA

GENTE DA CIDADEGENTE DA CIDADE

Página 3Piquete, dezembro de 2015

Tenente CássioLaura Chaves

A Redação não se responsabiliza pelos artigos assinados.

Diretor Geral:

Antônio Carlos Monteiro ChavesJornalista Responsável:Rosi Masiero - Mtd-20.925-86Revisor: Francisco Máximo Ferreira NettoRedação:Rua Coronel Pederneiras, 204Tels.: (12) 3156-1192 / 3156-1207Correspondência:Caixa Postal no 10 - Piquete SP

Editoração: Marcos R. Rodrigues RamosLaurentino Gonçalves Dias Jr.

Tiragem: 1000 exemplares

O ESTAFETAFundado em fevereiro / 1997

Pesquisa realizada pela FundaçãoCarlos Civita buscou identificar, entre di-retores escolares brasileiros, a finalidadeda escola. O resultado é preocupante.

Penso que você, assim como eu e tam-bém os gestores das melhores experiênci-as de educação no mundo, imaginava quea finalidade prioritária apontada pelos di-retores seria “assegurar que os alunosaprendam”. Mas não foi! Essa finalidadeapareceu na quarta colocação na ordemde importância.

À frente dessa finalidade destacaram-se “formar cidadãos”, “estimular o espíri-to crítico” e “assegurar igualdade de opor-tunidades”. Pois é! Isso mesmo.

Outro estudo, do Mestre Hanushek,do Instituto de Tecnologia deMassachusetts, revela que na educaçãoexiste um terreno fértil para achismos emodismos que não resultam em avanço daqualidade do ensino. Há predominância desimpatia e ideologias que se sobrepõemao que efetivamente dá resultados positi-vos. Os mesmos estudos mostram que nabase da riqueza de uma nação está a edu-cação. A boa formação de uma populaçãoestá diretamente relacionada ao PIB. E aboa formação a que o americano se referetrata do domínio de conhecimentos bási-cos: matemática, linguagem, ciências e acapacidade de solucionar problemas sim-ples. Só com o domínio dessas habilida-des básicas o estudante chegará às áreasmais complexas do pensamento e será ca-paz de criar e inovar.

Assim, definitivamente, se queremosavançar qualitativamente, precisamos rom-per com os achismos e discursos e focarna principal função da escola que é ENSI-NAR. Comecemos por um bê-á-bá bem fei-to. Que seja essa a meta dos diretores es-colares para 2016.

Afinal: qual é afinalidade da escola?

O destino dele era Piquete: o quebra-ca-beças da vida foi se encaixando e o trouxepara a terra onde iniciou sua carreira militare conheceu a esposa.

Cássio Duarte da Silveira nasceu emPelotas/RS, em 17/05/1931, filho de CassianoSoares da Silveira e Alda Duarte da Silveira.Com 5 para seis anos, já alfabetizado pelamãe, foi-lhe negado o ingresso na escolapública, pela pouca idade. Foi matriculado,então, numa escola particular. Ao final doprimeiro semestre foi conduzido para o se-gundo ano... Já se evidenciava o espíritocombatente e a inteligência que o caracteri-zariam vida a fora. No segundo ano “ginasi-al”, um revés financeiro na família fez comque parasse os estudos. Cássio começou atrabalhar numa tipografia. Dores no ombrofizeram com que buscasse novo emprego:foi “office-boy” em um escritório de repre-sentações e num frigorífico. Ainda jovem,coroinha, pensou em ser padre, mas foi ori-entado pela mãe para que aguardasse estarmais convicto de sua vocação: “Minha mãefoi sábia, pois me conhecia muito bem; alémdo mais eu continuei a colaborar em casa...”.

Ingressou no Exército. Em 1950, tornou-se cabo. Prestou, então, concurso para aEscola de Sargentos das Armas e, em 1952,ingressava na ESA, em Três Corações, MG.

“Vim de longe... Foram quatro dias deviagem. Depois de passar os umbrais desseportão, se lá dentro me mandarem comerpedra, eu vou comer pedra.” – Com essafrase, Cássio recarregou suas energias e ser-viu de exemplos para outros que, como ele,estavam cansados e desanimados. Na for-matura, muitos desses colegas lhe agrade-ceram o incentivo.

Formado, veio para Lorena, escolhidapor lhe ter achado bonito o nome quandoda viagem de ida para Minas. Já na apresen-tação foi destacado para o Contingente daFPV, em Piquete. Aqui, além de instrutor, foiincumbido de melhorar as condições do re-feitório. A fim de comprar materiais para aobra, foi à loja do senhor Ismael Marquesde Almeida. Foi lá que teve seu primeiro con-tato com Therezinha, que se tornaria suaesposa. Por cinco anos, o contato foi su-perficial. Estava plantada, porém, a sementedo amor.

Em 1958, visando a promoções, foi serinstrutor do Tiro de Guerra em Ilhéus, naBahia. Voltou a Piquete cerca de seis anosdepois, a fim de avaliar as condições da casaque comprara e mantinha alugada. Nesse

mesmo dia reencontrou-se com Therezinhae a pediu em casamento. É uma história felizde amor à primeira vista. Um belo romance.

De rígidos valores familiares, foi ao Sulcomunicar aos pais a decisão de se casar epedir suas bênçãos. Cássio e Therezinhacasaram-se cerca de ano e meio depois, em30 de janeiro de 1965, e foram morar em Ilhé-us, onde ficariam até 1968. De lá, o casalmudou-se para Salvador/BA, Porto Alegre/RS, Salvador novamente, Jaguarão/RS e, fi-nalmente, Goiânia/GO.

Quando de seu casamento, Cássio pro-meteu à sogra que assim que fosse para areserva retornaria para Piquete, a fim de quea filha ficasse junto da mãe. Assim o fez: deGoiânia, já na reserva, veio com a famíliapara Piquete, agora com dois filhos, Cássioe Simone, nascidos em Piquete. “Sempre àsvésperas do nascimento, eu trazia a There-zinha para cá. A assistência no Hospital daFPV era excepcional e, além do mais, ela te-ria a mãe por perto”, conta.

Cássio mostra-se um apaixonado pelaesposa. Conta sua história junto comTherezinha, em sintonia poucas vezes vistaem um casal. Disciplinado, orgulha-se deseus valores familiares. “Deus, meu pai eminha esposa são minha religião”, afirma,emocionado. Caridoso, sua vida é repleta

de ajuda a familiares e aosmais precisados, seja em Pi-quete ou não. Aqui fez ami-gos e admiradores. Daquiacompanha a vida dos fi-lhos, que lhe deram umneto, duas netas e um bis-neto de cinco meses.

Cássio considera-seum vencedor e agradecetodos os caminhos queo trouxeram para Pique-te e para a companheirade mais de cinquentaanos. Piquete, por suavez, agradece por ter re-cebido um jovem queaqui formou bela famí-lia e muito colaborapara a cidade.Cássio foi homenageado pela Câmara Municipal de

Piquete, no Dia do Militar, em agosto de 2015

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O ESTAFETA Piquete, dezembro de 2015Página 4

Um dia perguntamos: o que é avida?

As pessoas respondem a essapergunta de várias maneiras. Os fi-lósofos explicam-na com teoriasbaseadas nos grandes sábios. Osescritores procuram respondê-la emobras literárias dotadas de enredoe cor. A significativa pergunta re-presenta-se em juízos de valor e,muitas vezes, em máximas citadasexemplarmente. Dentre estes, Mon-teiro Lobato ao criar a bonecaEmília, fez dela seu porta-voz paradiscutir as questões sociais e filosóficas.

Escreve ele em “Memórias de Emília” queDona Benta, mentora da família que focali-za, diz enfaticamente: “que eu tenho coisasde verdadeiro filósofo” (Referência ao Vis-conde de Sabugosa). Emília, solicitada peloVisconde de Sabugosa, seu companheiromais próximo, para explicar o que é ser filó-sofo, diz: “É um bicho sujinho, caspento,que diz coisas elevadas que os outros jul-gam que entenderam e ficam de olho para-do, pensando, pensando”. E a boneca,provocada pelo Visconde, passa a explicar-lhe o que é a vida alegando que suas “me-mórias” são sua filosofia de vida.

O Visconde, intrigado com as respostasde Emília, e sua definição própria dizendo-se “filósofa”, diz-lhe (segundo Lobato): –“Cuidado, Marquesa! Mil sábios já tenta-ram explicar a vida e se estreparam”.

Ao que Emília teria respondido, galhar-damente, – “Pois eu não me estreparei. Avida, senhor Visconde, é um pisca-pisca. Agente nasce, isto é, começa a piscar. Quempara de piscar chegou ao fim, morreu. Piscaré abrir e fechar os olhos – viver é isso. É umdorme e acorda, até que dorme e não acordamais. É portanto um pisca-pisca”.

Desafiadora – a boneca procura provarque sua ideia é filosófica, e que por isso,provocou a paralisação do Visconde, cujosolhos, voltados para o forro, a levavam aconsiderar que o Visconde estava pensan-do que havia entendido. Aparentando in-credulidade na atitude pensadora de seuinter-locutor concluiu: “A vida das gentesneste mundo, senhor sabugo, é isso. Um

O que é a vida?“A vida das gentes nesse mundo, senhor sabugo, é isso, um rosário de piscadelas” (Monteiro Lobato)

rosário de piscadas. Cada pisco é um dia.Pisca e mama, pisca e anda, pisca e brinca,pisca e estuda, pisca e ama, pisca e cria fi-lhos, pisca e geme os reumastismos; por fim,pisca pela última vez e morre.

– E depois de morrer? – perguntou o Vis-conde – Depois de morrer vira hipótese. Éou não é?”

Com essa argumentação Emília comple-ta a explicação sobre a vida, e MonteiroLobato admite o Visconde como estar con-vencido da agudeza da boneca; portanto, odever de concordar com ela.

Bem, caros leitores, a obra de nossoconterrâneo, nascido em Taubaté, é bastan-te didática e de leitura agradável. Para ele,os grandes problemas nacionais estavam porser resolvidos, e, ao escrever para criançaso fazia com muita propriedade. Ao mesmotempo que ironizava nossa sociedade, pro-vocava uma postura conscientizada entreos leitores, cujo universo abrangia com dis-cursos polêmicos, históricos, científicos, eliterários. Enriquecia nosso imaginário comtoda a sorte de considerações, mergulhan-do firme nas almas, na racionalidade e noemocional.

O autor sempre teve presente o desejoda busca da felicidade baseada na ética.

Autor prolífico e polêmico, MonteiroLobato teve sempre uma postura naciona-lista, pondo-se em discussão contra o go-verno Vargas e a questão da interna-cionalização da nascente indústria nacional,e a exploração do minério de ferro e domanganês, além do petróleo, os quais re-presentavam matérias-primas básicas. E ain-

da o são. E o Brasil continua amanter a exportação como es-sencial elemento do mercado.Daí tantas guerras e lutas comoassistimos sempre no campo dageopolítica. Portanto, MonteiroLobato, nacionalista, opunha-se à livre entrada do capitalespeculativo internacional e osmodelos que o mercado aceita-va como fundamentais e a quea burguesia nacional se rendia.

Para o governo Vargas, tam-bém cunhado de nacionalista,

o controle das fronteiras frente aos mode-los externos era necessário; mas, por outrolado, essa entrada tornava-se possível des-de que colocada sob normas de procedimen-tos discutidos vivamente por Lobato em aler-ta constante. Foi assim que no períodoVargas circulou o slogan “O petróleo é nos-so”, e foi criada a Petrobras. Nesse períodotambém se instalou a “Cia. Siderúrgica Na-cional”, em Volta Redonda/RJ.

A necessidade de mão de obra qualifi-cada exigida pelas indústrias levou o go-verno de Vargas ao estímulo da criação dasescolas industriais que proliferaram peloVale do Paraíba. Esta foi a região privilegi-ada na instalação industrial, dada a ser oeixo de ligação entre as duas metrópolesnacionais, Rio de Janeiro e São Paulo, eseus portos.

Daí a preocupação benfazeja a Piquetepela instalação do Departamento Educacio-nal da “Fábrica Presidente Vargas”.

Um tempo privilegiado pelos militaresque aqui estiveram para marcar nossa cida-de nos meados do século passado, ilumina-dos pela reforma Capanema de educação.

Um passado fértil que, ao se esgotar omodelo, não teve continuidade. Mas, a vidafoi frutificada e Monteiro Lobato, com avisão do desejo da busca da felicidade ba-seada na ética, augurava um melhor futuropara o Brasil, e foi sempre uma fonte deinspiração.

Aspiração que temos a cada final de ano.Que 2016 seja feliz e favorável à vida paratodos!

Dóli de Castro Ferreira

Há mais, muito mais para o Natal do que a luz da vela. Natal é o espírito de doce

amizade que brilha todo o ano. Natal é consideração e bondade, é a esperança

renascida para a paz, para o entendimento e para a benevolência dos homens.

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O ESTAFETA Página 5Piquete, dezembro de 2015

133 anos após sua morte, o abolicionista,um dos mais destacados entre os demais naluta pela libertação dos escravos, Luiz Gama(Luiz Gonzaga Pinto da Gama – 1830-1882)teve reconhecidos seus direitos de advo-gado.

Afinal, ele, um importante defensor doabolicionismo com teses brilhantes, tevereconhecido o trabalho jurisdicional, ape-sar de ter sido apenas um rábula.

O que é um rábula?É aquele que exercia a advocacia sem

ser advogado. Os rábulas eram admitidosaté a primeira metade do século passado nostribunais como advogado na ausência des-te com curso jurídico reconhecido em nívelsuperior. Conheci um deles, pai de uma co-lega. Foi quando entrei em contato com anoção de rábula. Pois bem. Luiz Gama con-seguiu alforriar mais de 500 escravos. Parti-cipava ativamente das campanhas pró-liber-tação das pessoas escravizadas e o faziacom muita força e coragem. Era um líder degrande luminosidade.

Era visto “com coragem admirável parauns e insolente imperdoável para outros”,segundo Lígia Fonseca Ferreira, notávelestudiosa desse “personagem paradig-mático dos movimentos abolicionista e re-publicano”. Na sociedade imperial (II Impé-rio sob D. Pedro II) ele foi um homem negroque teve a coragem de denunciar os para-doxos políticos, étnicos, éticos e culturaispelos quais os negros eram vistos na épocaem que atuou na segunda metade do século19. A professora citada estudou profunda-mente os documentos referentes a Luiz Gamaou produzidos por ele, destacado escritorde textos jurídicos, além de poeta. Formou-se na elite intelectual e política brasileira,cujos poemas e artigos eram muito lidos eadmirados. O papel de vanguarda que lhe éatribuído, que, autodidata, provou com suasproduções, é merecido e reconhecido.

Segundo minha fonte de referência, a es-tudiosa citada, com tese de doutorado so-bre ele, defendida na Université de Paris 3 –

Um acontecimento marcante de 2015

Sorbonne Nouvelle, 2001, dá como lugar denascimento de Luiz Gama, Salvador, na Bahia,em 1830, fruto de uma mistura luso-africana,ou seja, de uma “maçã nobre” (o pai) comuma “raça inferior” (a mãe) – uma africanalivre, Luiza Mahin.

Os pais, segundo se acredita, eram am-bos revolucionários, e ela, uma negra altivateria participado da Revolta dos Malés, naBahia, e da Sabinada, no Rio de Janeiro. Donome verdadeiro do pai pouco se sabe. Mas,Luiz Gama foi vendido como escravo, aosdez anos de idade. Aos dezessete aprendeua ler e a escrever, recurso que lhe permitiuprovar que nascera livre. Consta que eleocultou o nome do pai, o que leva os pes-quisadores a questionar a autenticidade dosobrenome que ostenta.

Logo cedo, doze anos depois, Luiz Gamapublica na capital paulista a primeira edi-ção de seu livro único – as “Primeiras tro-vas burlescas” – coletânea de poemas líri-cos e satíricos. Registra-se, dessa forma, aprimeira entrada de uma voz negra e ex-es-crava no mundo das Letras, até então ex-clusivo dos brancos.

Destacam-se os versos antológicos de“Quem sou eu?” também conhecido como“Bodarrada”, considerada por Manuel

Bandeia como “uma das obras primas denossa literatura satírica”. Diz o poeta LuizGama: “Se sou negro / ou sou bode / Poucoimporta. O que isto pode / Bodes há de todacasta / Pois que a espécie é muito vasta /[...] / Aqui n’esta boa terra / Marram todos /tubo berra”...

A palavra bode usada pelo poeta refere-se ao termo pejorativo para se referir aosmulatos de pele escura, enumerados “todosbodes e bodinhas”. Lembro-me de ter ouvi-do muito mais antigamente o termo“bodinha” para as meninas e mulheres depele escura discriminadas pela cor da pele,como também pelo gênero.

Luiz Gama, como bom autor e defensordas causas abolicionistas, conseguiu cons-truir em torno de si uma rede de solidarieda-de ao produzir documentos que atendiamàs necessidades da Secretaria de Polícia daqual era funcionário. Seu estilo era admira-do com marcas pessoais nos documentosjurídicos que fez circular e conservararquivisticamente.

A partir de 1870, foi venerável e membrofundador da loja maçônica “América”, de-dicando-se “judicial e financeiramente aoalforriamento e manutenção da liberdade dedezenas de indivíduos”.

O gosto pelo conhecimento e o discur-so bem construído, além da erudição, tor-naram-no um autodidata que se colocavaem pé de igualdade aos mais eminentesjurisconsultos.

Luiz Gama faleceu em 24 de agosto de1882, aos 52 anos. Nos últimos tempos, pre-judicado pela doença, saía carregado paraatender unicamente às causas dos escravos.

Um busto no Largo do Arouche, na ca-pital paulista, homenageia aquele que, ago-ra não mais rábula, mas titular advogadopela OAB/SP, incendeia o coração dos ad-miradores de seus trabalhos. A análise deseus escritos sobre o Direito e a causa dosescravos, homens e mulheres do povo,apaixona.

Dóli de Castro Ferreira

O mundo comemora o anúncio doprimeiro acordo global para frear asemissões de gases do efeito estufa e lidarcom os impactos da mudança climática.

O documento conta com a assinatura de195 países e foi aprovado na Conferênciada ONU sobre Mudanças Climáticas (COP21), realizada entre 30/11 e 11/12 em Paris,na França. Tem dois objetivos principais: 1)Limitar o aquecimento máximo do planeta auma temperatura média “bem abaixo de 2°Cacima dos níveis pré-revolução industrial”,fazendo “esforços para limitar o aumentode temperatura a 1,5°C”. Acima desseslimites, o aumento é considerado perigosopelos cientistas. Os níveis pré-industriaissão referência porque se considera que elessão anteriores à interferência do homem no

clima por meio de gases-estufa. 2)Aumentar a habilidade do planeta em seadaptar aos efeitos adversos da mudançado clima que não puderem ser evitados.

Durante a COP 21 o Brasil compro-meteu-se a reduzir suas emissões decarbono em 37% até 2025 e em 43% até 2030,em relação aos níveis registrados em 2005.Para atingir esse objetivo, o país assumecomo meta o aumento do uso de fontes deenergias renováveis (como energia eólica,fotovoltaica, biomassa e biocombustíveis),que deverão responder por 45% de suamatriz energética. Outra ambiciosa propostabrasileira é atingir o desmatamento ilegalzero na região da Amazônia e oreflorestamento de 12 milhões de hectaresde áreas degradadas.

Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 21)

Área revegetada pela FCR em Piquete

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O ESTAFETAPágina 6 Piquete, dezembro de 2015

Crônicas Pitorescas

Palmyro MasieroRevolta do galo Edival da Silva Castro

No ano de mil novecentos e antigamen-te, eu e alguns amigos tínhamos mania denos encontrar no coreto da Praça Duque deCaxias após a segunda sessão de cinema,ou então após as brincadeiras dançantesque o Grêmio General Carneiro proporcio-nava. Geralmente estes encontros aconte-ciam aos sábados, e a conversa começavapelas cenas do filme até chegar aos artistasprincipais: Elizabeth Taylor, MarilynMonroe, Jane Russel, Sandra Dee, BrigiteBardot, June Alysson, entre outras. Sobreas brincadeiras dançantes: quem dançoucom quem. Como dançou: se foi de rostinhocolado ou se foi com a garota do flerte. Àsvezes, alguém, espirituoso, contava umapiada qualquer e o silêncio da noite enchia-se de risos e gargalhadas.

Nas noites quentes de céu salpicado deestrelas e geralmente com lua exuberante, aconversação adentrava pela madrugada. Lápelas tantas alguém levantava-se, bocejavae falava:

– Está na hora de criança dormir. Tchau,tchau!

E saía logo em seguida...Certa madrugada quis esperar o alvo-

recer. A noite estava convidativa e o céuproporcionava um espetáculo imperdível.Fiquei sozinho. Lá em cima, a estrela ves-pertina resplandecia. Não demorou muitopara que o horizonte, aos poucos, fossese matizando com a chegada do sol. Quan-do os primeiros raios dourados começa-ram a lambuzar a terra, levantei-me, esti-quei os braços para o alto para agradecerao Criador pela beleza do dia que despon-tava. Tirei a camisa, joguei-a sobre o om-bro esquerdo e rumei para a rua CoronelPederneiras onde morava...

Pessoas e coisas de quenão se esquece

Acesse na internet, leia edivulgue o informativo

“O ESTAFETA”“O ESTAFETA”“O ESTAFETA”“O ESTAFETA”“O ESTAFETA”

www.issuu.com/oestafeta

Deitei-me para dormir. Indefinida hora,vi-me em contrações acrobáticas tentandoescalar uma das torres da nossa velha Ma-triz de São Miguel. Esbaforido, cheguei aotopo arredondado dela e levei tremendosusto ao ouvir o galo ali me falar:

– Se veio me roubar para sua ceia, dan-çou, mané, pois sou metálico.

– Em verdade, nem sei o que faço aqui –disse-lhe ofegante.

– Perturbar a minha paz, tá na cara – res-mungou azedo.

– Pega leve, galo. Apesar do seu amuo,mata uma curiosidade antiga que tenho: porque fixam galos em torres de igreja?

– Vá lá. Pelo menos você deve ter ouvi-do falar que Jesus disse a Pedro que ele Onegaria três vezes antes que o galo cantas-se. Pois nós, de lata ou outro material, nasalturas das torres servimos como um alertapara os cristãos para que jamais O neguem.

– Lindo simbolismo! – disse sinceramen-te.

– Se é só isso, pode procurar outro po-leiro que este já tem dono!

– Pô, galo, para um período natalinovocê está exageradamente mal-humorado.

– Queria o quê? Que eu ficasse aqui emcima gritando oba, oba? Venha à meia-noitedo dia 24 visitar-me. O que vai sentir? Adi-anto-lhe: solidão, abandono, desprezo, pe-numbra...

– É que a Missa do Galo estará sendocelebrada na nova Matriz, que é bem maior– expliquei-lhe.

– Sei disso e concordo. Força algumaimpede que eu tenha saudade, caramba!Lembro-me bem das vésperas de Natal quepresenciei há mais de cem anos. Os sinosbimbalhando alegremente durante quase o

dia todo. À tardezinha, avistava o pessoalda roça chegando de todos os recantos edistraindo-se nas barraquinhas arrumadasno largo lá embaixo. À meia-noite, com aigreja repleta de fiéis, a missa cantada. Tudoiluminado, fogos espocando, confraterniza-ções, o presépio caprichado. Hoje? Nada...Até os sinos da “minha” igreja carregaram...

Escorriam lágrimas dos olhos do galo.– Os tempos mudam – eu falei na falta

de algo mais confortável.– Mas as tradições permanecem. Para o

absurdo dos absurdos, ainda querem tirar onome do arcanjo da “minha” igreja! Que quéisso? Tradição não tem dono! Ela é do povo,não é do Presidente, Governador, Prefeito,General, Ditador, Papa, Bispo, Padre ou dequem quer que seja! Racionalmente aceiteideixar de ser matriz e passar a ser a Capelade São Miguel das Almas. Mas negar toda ahistória da cidade ligada a essa igreja comode São Miguel, por mero capricho, é demais!– indignava-se.

– Quer a Missa do Galo volte a ser aqui?– Você não entendeu nada! Desde que

foi autorizada a construção de um santuáriono Bairro do Piquete, em 1864, no Registrode Petições vem claramente escrita “umaCapela sob a invocação de São Miguel”. Foisendo remodelada através dos tempos einaugurada como Matriz de São Miguel em1891. Nasceu São Miguel, sempre foi SãoMiguel e será sempre São Miguel, pois averdadeira alma de um povo está justamen-te no que ele tem de mais belo e nobre: atradição.

Eu ia falar não sei o quê, mas desperteiao ouvir um som diferente: galo cantando,creio que fora de hora.

***************

Que as realizações alcançadas

neste ano sejam apenas sementes

plantadas que serão colhidas com

maior sucesso no ano vindouro.

Feliz Natal e boas-festas!

Feliz Natal! Feliz 2016!

Esses são os votos da Fundação

Christiano Rosa e da equipe do

informativo O ESTAFETA

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O ESTAFETAPiquete, dezembro de 2015 Página 7

Nola vivia sozinha em San Diego naCalifórnia. Cabeça baixa. Triste. Desven-dar os mistérios que passavam em sua ca-beça era impossível. Mas a tristeza da soli-dão se via nela. A tristeza no ano anteriorpela morte de Angalifu, seu companheiroarranjado. Saber que não iria deixar des-cendência deveria ser terrível. Ela nem sa-bia que Nabire havia morrido em julho naRepública Tcheca, primo distante. E assim,velha, doente, com artrite e um abscessono quadril, a vida não lhe era mais possí-vel. Nola sofreu então uma eutanásia. Fi-cou uma sensação de vazio no ar. Foi-seno dia 22 de novembro, aos 41 anos. Nadanos deixou a não ser uma amarga lembran-ça do que somos e do que fazemos.

Agora, em todo mundo, essa família,outrora numerosa e grandiosa, valente eforte, se reduz a três personagens vivendono Quênia, no coração da África. Sudan,Najin e Fatu são os que restaram. Sudan éum rinoceronte branco do norte, macho. Asoutras são fêmeas. Mas não podem ser fe-cundadas e vão desaparecer assim comoNola. Talvez você pense que isso nada tema ver com sua vida. Rinocerontes. Orasbolas! Mas eles são um sinal macabro de

nossa ação. Apenas três restam. O povopobre dá de ombros? Ou temem quando oscaçadores atiram suas balas de rifles pode-rosos apenas para tirar um corno valioso evendê-lo no mercado asiático? Nós damosde ombros como se isso nada tivesse a verconosco. São só rinocerontes, dizemos.Caçadores os vêm rinos sem ceros. Cifrasem quatro patas. Calamo-nos. Restam três.Ainda os teremos aqui entre nós por nomáximo 20, 23 anos. E então eles não maisexistirão.

Nossa fome por carbono transformanosso habitat em um forno. Cada vez me-nos lentamente. Nossa ânsia por aço nosfere brutalmente destruindo nossos rios,outrora tão doces. Rio Doce. Nossas prai-as enlameadas, pintadas por metais e san-gue. Nossas chapadas ardendo em brasa.Nossas matas sendo arrastadas por cor-rentes e tratores. Derrubadas e queimadas.Em lugar delas aparece voraz nosso deses-pero por carne e soja. Em nossas mesas,em nossos pratos, as sobras de carne vãoao lixo. Sobras de floresta que jamaisretornarão. Nosso mundo é fruto de nossaindiferença. De nossa ausência hostil. Denosso desperdício. Que infelizes predado-

Nolares nos tornamos? O pior tipo! Aquele quenem percebe sua presa. Foi-nos dada umacatedral para morarmos. Brutalmente em-punhamos nossas marretas e destruímossuas paredes estando dentro dela. Quaiscegos, não vemos que ela ruirá sobre nos-sas cabeças.

Empunhamos nossas adagas e matamosAngalife, Nabire e Nola. Novos tigres-da-tasmânia desaparecem dia-a-dia. Não foi sóem 1936. Continua. Todo dia. Em 100 anosperdemos metade de todas as espécies vi-vas. Somos nós, com nossa ação ou nossosilêncio, que os matamos. Impiedosamente.Brutalmente. Os políticos que escolhemosfazem as leis que vivemos. As leis que so-fremos. O animal que extinguimos. São nos-sos dedos nos gatilhos. A arma apontadapara a natureza. Como num pesadelo estra-nho, a natureza se torna nossa cabeça e ocano nos encosta na fronte. Nossa, de nos-sos filhos e netos.

O amargo não me sai da boca. O fel nãome deixa o estômago. Olho minhas mãossuadas. Fui eu. Foi você. Fomos nós. Adeus,Nola. Descanse em paz!

Luiz Flávio Rodrigues

Esta é nossa última edição de 2015. As-sim como minha última coluna do ano. Noespírito de esperanças que todos começa-mos a empenhar nessa época, faço hoje umartigo diferente. Quero aproveitar deste es-paço para falar do que, enquanto brasileiro,espero do ano que se aproxima. No entanto,não pretendo me prender aqui à “miséria doreal” – essa mesma de Eduardo Cunha, doajuste econômico e do ódio político. Assimcomo o Eduardo “do bem”, o escritorGaleano, vou me dar o direito de sonhar eapostar na utopia como o lugar distante que,apesar de fugir de mim, me permite caminhar.Portanto, lá vão as esperanças:

– Que as lideranças políticas brasileirastenham ciência do grave momento no qualestamos e possam, colocando os interes-ses pessoais de lado, abraçar um projetonacional. Primeiro, que a oposição abando-ne o oportunismo golpista e saiba respeitaros ritos da democracia – governo ruim sederruba nas urnas e não no grito. Depois,que a presidente Dilma abandone esse ajus-te recessivo que só penaliza os trabalhado-res e adote um modelo de crescimento que

Alguns desejosse paute não pela especulação parasitáriade banqueiros e acionistas, mas, sim, pelodesenvolvimento produtivo do país.

– Que a sociedade brasileira cultive atolerância. É preciso avançar nos direitosconquistados pelos grupos historicamenteoprimidos. Que Feliciano, Bolsonaro e Cia.compreendam que uma família é definida porpessoas que se amam, não importando asorientações sexuais, religiosas e políticas deseus membros.

– Que as universidades públicas esta-duais sigam o exemplo das federais e ado-tem políticas que atenuem a dívida históricaque a sociedade brasileira tem com os ne-gros. Políticas de cotas são essenciais nocombate aos vergonhosos mecanismos doracismo que continuam a dificultar, desde onascimento, os anseios e os sonhos de mi-lhões de brasileiros.

– Que se reconheçam, na prática, os di-reitos dos povos indígenas. Que seus direi-tos à terra e à preservação de suas culturasnão sejam atropelados pelos interesses dosgrandes latifundiários, que utilizam de seuspoderes econômicos e políticos para, no

Congresso e nos rincões, assassinar os in-dígenas e seus direitos.

– Que as Igrejas reconheçam os espa-ços que lhe são de direito e não mais enxer-guem a república brasileira como um pro-longamento de seus cultos ou missas. Des-se modo, que se garanta às mulheres o di-reito de decidir sobre o próprio corpo, sem asubjugação dessas ao Estado, às institui-ções religiosas ou aos maridos.

– Por fim, que a democracia brasileira sejaaprofundada. Que as pessoas sejam, de fato,convidadas a decidir sobre os rumos quequerem para suas cidades, estados e país.No caso de nossa Piquete, que possamosescolher legisladores e gestor que, além deficha limpa, tenham compromisso com aconstrução de uma cidade de gestão demo-crática, mantendo ouvidos e mente sempreabertos aos anseios dos próprios cidadãos.

Para não me estender nos sonhos e naspalavras, encerro aqui. Que 2016 possa serum ano de progresso coletivo e individual anós todos! Vemo-nos em janeiro.

Rafael Domingues de Lima

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O ESTAFETA Piquete, dezembro de 2015Página 8

Isto vos servirá de sinal: encontrareisum menino envolto em panos e deitadonuma manjedoura. “Et hoc vobis signum:Invenietis infantem pannis involutum etpósitum in praesepio”, disse o anjo aospastores, ao revelar o nascimento do Salva-dor, o Messias Senhor, na cidade de Davi, apequenina Belém. Essa notícia encheu todoo povo de grande alegria. O Natal é a festada renovação da vida, da esperança, da ter-nura. É a festa da chegada de um menino.

Fico imaginando o que viram os pas-tores naquela manjedoura: uma família po-bre, que nada tinha de especial, nada quepudesse indicar a presença do Messias,exceto a vida de um recém-nascido. A vidade um menino que acabara de vir à luz eera a eles apresentado pela moça chama-da Maria. Estava envolvido em faixas,como havia dito o anjo.

Hoje dizem: aquela criança não podenascer, aquela outra deve ser abortada, nãoexiste lugar no mundo para os filhos dessamulher pobre. Por que ela tem tantos filhos?Hoje se pode evitar. Ter filhos parece seruma desgraça em nosso tempo. Noutro diafui visitar uma família em um bairro carentede minha paróquia. Eram oito crianças vi-vendo em um único cômodo alugado. Nãotinham o que comer naquelelar. Levei alguns alimentos efiquei a conversar com aquelamãe, que me disse que sua ale-gria eram os filhos. Quandosaí, ao entrar no carro, a se-nhora que me acompanhavanessas visitas me disse: essagente deveria ser esterilizada.Ouvi e permaneci em silêncio.Ao descer a serra e contem-plar a grandeza do mundo quepodia ver de cima, pensei: tan-ta terra e poucos donos, por

isso não há lugar para aquela família. O mun-do está errado e não aquela pobre mulherque se alegra por seus filhos.

O uruguaio Eduardo Galeano, em seufamoso livro “As veias abertas da AméricaLatina” denuncia a ideologia norte-ameri-cana de que a pobreza na América Latina sedeve à incontrolável explosão demográfica.Segundo ele, há um grande esforço da po-tência do norte de reduzir os nascimentos,esterilizar nossas mulheres e implantar polí-ticas que favoreçam a prática do aborto. In-sinuam que a pobreza é fruto da natalidadenão evitada e não da exploração de nossospovos e do roubo de nossas riquezas, lar-gamente promovidos pelos países europeuse pelos norte-americanos ao longo de nos-sa história. Diz Galeano que na maior partedos países latino-americanos não sobra gen-te: falta. O Brasil tem 38 vezes menos habi-tantes por quilometro quadrado que a Bél-gica. Os pretextos invocados ofendem a in-teligência. As intenções reais incendeiam aindignação. O que querem de fato é manternossas terras desocupadas e sempre dis-postas a entregar seus recursos naturais aospaíses industrializados do norte, num eter-no sistema colonial.

Fico muito contente quando vejo que

ao menos os pobres não se dobram, conti-nuam a ter seus filhos e promovem, a con-tragosto dos países do norte, o renasci-mento da América Latina. Nossa pobrezanão é fruto da natalidade, mas das injusti-ças, da falta de divisão das terras, da anti-ga exploração de nossos povos e de nos-sos recursos naturais levados adiante pe-las potências econômicas do mundo. Ascrianças que nascem em nosso continentenão podem ser vistas como más notícias.São sempre sinais de esperança, renova-ção da vida.

Na tradição religiosa dos povos iorubashá um mito que acho belíssimo: os orixásOiá e Oxóssi se apaixonaram e tiveram fi-lhos, os Ibejis, orixás gêmeos e crianças.Ibejis é um termo ioruba que significa nasci-mento de dois. Diz o mito que certa vez, emum povoado, chegou a seca, e com a secachegou a sede. Não havia água, todos esta-vam desesperados e a morte já rondava opovoado. Todos estavam à procura de águae todos fracassavam, homens e mulheres.Os irmãos Ibijis brincavam no quintal, comosempre. Faziam buracos no chão. Escava-vam a terra a brincar, até que alcançaramuma fonte subterrânea e dela jorrou águacristalina. Todo o povoado pôde, ali, matar

a sede e, assim, afastou-se amorte. No candomblé, como emnossa tradição cristã, as crian-ças refazem a esperança, reno-vam a vida. Nosso Messias Sal-vador é um menino pobre, en-contrado em uma manjedoura,envolto em faixas. Dele vem aluz que ilumina o mundo e ex-pulsa as trevas. Que as crian-ças sejam sempre bem-vindasentre nós! Que o Natal nuncadeixe de acontecer!

Pe. Fabrício Beckmann

Encontrareis um menino envolto em panos

Para ser feliz em 2016O Brasil deseja, em um estádio de fu-

tebol lotado, ouvir cem (100) trumpetesinterpretando Ponta de Areia, de MiltonNascimento; e dez (10) baterias de Es-colas de Samba se responsabilizandopela percussão de Aquarela do Brasil,de Ari Barroso.

O Brasil deseja que nenhuma catástro-fe, natural ou provocada pelo homem, mo-difique a orgia das águas da foz do Amazo-nas, que redesenham constantemente seumapa, criando e modelando ilhas.

O Brasil deseja que seja criado o Par-que Indígena das tribos não contatadas,com estradas aceiros nas áreas críticas eindicações seguras de proibição de entra-da a pessoas não autorizadas.

O Brasil deseja que seu chocolate, seucafé solúvel e seu fio de algodão fiquem na

prateleira dos melhores do mundoO Brasil deseja que os novos municípi-

os aperfeiçoem seu Plano Diretor, ajustan-do o saneamento básico dentro de uma Ave-nida Perimetral que será o limite urbano-ru-ral, eliminando, definitivamente, a insusten-tável periferia.

O Brasil deseja que cada fração de seuterritório implemente a construção de ca-sas pré-fabricadas de acordo com a ma-terial abundante na região (argila, madei-ra, calcário, pedra). As casas, padroniza-das, somente serão localizadas com licen-ça pública.

O Brasil deseja avidamente o progressodo Centrão. Limitado ao norte peloMapitoba (alguns dizem Matopiba), oCentrão produz dentro da integração lavou-ra-pecuária-floresta, respeitando o meioambiente. Buscando as fontes de energia

renovável, o Centrão está deslocando oeixo da produção do país.

O Brasil deseja que a memória de CarlosChagas, Emílio Ribas, Oswaldo Cruz e VitalBrasil crie um círculo de luz que induza oGoverno a respeitar a pesquisa médica efarmacêutica que busca mitigar o sofrimen-to de seu povo doente.

O Brasil deseja que seus filhos de boavontade – banqueiros, empresários, eco-nomistas, administradores e trabalhado-res – discutam a conjuntura atual e for-jem uma força-tarefa para que os empre-gos ressurjam e o povo possa pensar emBoas-Festas.

O Brasil deseja que o espírito do Natalmultiplique os atos de solidariedade a fimde que todo o povo receba com alegria oMenino da Paz.

Abigayl Lea da Silva

Feliz Brasil 2016

Reprodução