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DESINFECÇÃO.pdf

Feb 19, 2018

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARINSTITUTO DE TECNOLOGIAFACULDADE DE ENGENHARIA SANITRIA E AMB IENTALTRATAMENTO DE GUAS DE ABASTECIMENTOProf. Dra Luiza GirardCo labo rao: Jo si ane San to s

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    DESINFECO

    A desinfeco o processo que utiliza agentes qumico ou no com a finalidade dereduzir microorganismos patognicos presentes na gua, incluindo bactrias, protozorios,vrus.

    A desinfeco refere-se inativao seletiva e/ou destruio de organismoscausadores de doenas. Diferentemente de esterilizao, que representa a destruio de

    todos os organismos, a desinfeco no destri todos os organismos presentes (WERF,1995).Dentre os agentes qumicos utilizados tm-se cloro, bromo, iodo, oznio, perxido

    de hidrognio e, os ons metlicos (prata e cobre). Dentre os agentes fsicos destacam-se ocalor (ferver a gua) e a radiao ultravioleta.

    Para serem utilizados, os desinfetantes devem apresentar as seguintescaractersticas.

    a)

    Devem destruir em tempo razovel, os organismos patognicos na quantidadeem que se apresentarem.

    b) No devem ser txicos aos seres humanos e animais domsticos.c) Devem estar disponveis a custo razovel e oferecer condies seguras de

    transporte, manuseio e aplicao.d) No devem produzir sabor e odor nas guas em dosagens usuais;e) Devem ter sua concentrao determinada de forma rpida, atravs de mtodos

    simples.f)

    Devem produzir residuais persistentes, assegurando desse modo a qualidade dagua contra eventuais contaminaes no sistema de abastecimento.

    No Brasil o desinfetante mais ut ilizado em ETAs cloro na forma de gs (Cl2). Emescala bem mais reduzida, so tambm utilizados o hipoclorito de clcio e sdio e a calclorada.

    Nos dias atuais h um interesse crescente pelo uso de desinfetantes alternativosdecorrente da possibilidade de formao pelo cloro de THM (trialometanos), compostosorganosclorados que podem causar riscos a sade publica, consideradas txicas ecancergenas.

    A presena de matria orgnica pode reduzir, significantemente, a eficcia de umagente desinfetante atravs da competio na ao oxidante ou promovendo a proteo dogerme. O acrscimo de matria orgnica a uma mistura desinfetante-microrganismo poderesultar em (Pelczar et al., 1980):

    Este material de apoio destinado exclusivamente aos alunos da disciplina, como roteiro de estudos,

    no devendo ser distribudo e publicado.

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    a. Combinao do desinfetante com a matria orgnica, resultando na formao deprodutos no microbicidas;

    b. Combinao do desinfetante com a matria orgnica para formar um precipitado,o que afasta o desinfetante de uma possvel combinao com os microrganismos;

    c. Acmulo de matria orgnica na superfcie da clula microbiana, formando umagregado que impede o contato com o desinfetante, necessitando dessa forma, de altasdoses de desinfetante para atingir o alvo.

    Principais desinfetantes empregados no tratamento de gua de abastecimento:

    1- Cloro

    A NBR 12216-92 diz que o cloro fornecido em cilindros, podendo ser utilizadoem estado lquido ou gasoso. E esta NBR (12216-92) fornece outras caractersticas deutilizao, concentrao e armazenamento do cloro. Algumas caractersticas so citadasabaixo:

    O consumo de cloro necessrio para desinfeco da gua estimado em 5 mg/L,com o mnimo de 1 mg/L; para oxidao e preparo de compostos, estimado de acordo

    com a necessidade do tratamento.Em instalaes com consumo superior a 50 kg/dia, deve-se prever a utilizao do

    cloro em cilindros de 1 t e dispositivo para sua movimentao em condies de segurana.O uso da cal clorada ou do hipoclorito de sdio deve ficar restrito a estaes com

    capacidade inferior a 10000 m3/dia ou quando demonstrado que seu uso mais vantajoso

    do que o de cloro gasoso.O hipoclorito de sdio pode ser utilizado diretamente do recipiente em que

    transportado.

    A aplicao do cloro no saneamento ampla, podendo-se destacar (WATER, 2007):a. usado em guas potvel e de piscina;b. Em circuito de resfriamento (cooling);c. Em tratamento tercirio de esgoto;d. Usado principalmente para desinfetar gua, mas tambm para controlar o

    desenvolvimento de vrios organismos (algas, moluscos, mexilhes);e. Pode tambm oxidar compostos responsveis por gosto e odor;

    f. Oxidar ferro e mangans;g. Remover cor;h. Melhorar coagulao.

    1.2 Mtodos de clorao da gua

    H diversos mtodos de clorao da gua, os quais na prtica devem ser examinadospara que se adote a soluo mais vantajosa do ponto de vista tcnico-econmico. A

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    qualidade da gua e a segurana que se deve ter so fatores predominantes nessa seleo.Outros fatores so os problemas de cheiro e gosto e o tempo disponvel para contato com o

    desinfetante. Conforme o mtodo utilizado pode-se empregar mais ou menos cloro e deve-se exigir maior ou menor tempo de contato, podendo-se, ainda, evitar a no formao decompostos clorados indesejveis.

    Os mtodos mais usuais de acordo com a ordem crescente de quantidade e asegurana necessria so: clorao simples (processo mais usual); pr e ps-clorao;clorao ao ponto de quebra (brek-point); superclorao; amnio-clorao.

    A clorao simples aplicvel s guas de qualidade relativamente boa enormalmente feita como ltima (podendo ser a nica) etapa do tratamento. A pr-clorao feita no caso de guas cuja poluio recomenda maiores cuidados e deve ser realizadaantes da filtrao, de preferncia aps decantao.

    A chamada clorao ao ponto de quebra (break-point) um processo maisseguro, aplicvel para guas muito poludas e que exige, portanto, doses bem mais elevadasde cloro. So produzidos residuais livres e mais estveis, aps a oxidao total de amnia,cloraminas e outros compostos.

    A superclorao, mais raramente empregada, aplicvel s guas ainda de piorqualidade. Ela feita com dosagens bastante elevadas de cloro, para assegurar residuais daordem de 3 ppm, sendo posteriormente seguida da remoo do excesso de cloro mediante aaplicao de bissulfito de sdio.

    A amnio-cloraopode ser adotada em substituio a outras formas de cloraoque possam produzir mau cheiro e mau gosto devido a interferncia com impurezas quereagem desfavoravelmente ao cloro, como os fenis que formam clorofenis. uma opopara a desinfeco com cloraminas, produzindo-se, portanto, residuais combinados. Osresiduais combinados so menos ativos e mais lentos do que os residuais de cloro livre,sendo, porm, mais estveis.

    REAO DO CLORO COM A GUA

    O cloro age de duas formas na gua:

    a) como desinfetante, para destruir ou inativar os microorganismos patognicos ouvrus.b) como oxidante de compostos orgnicos e inorgnicos presentes na gua.

    Os compostos de cloro mais utilizados em ETAs so o cloro gasoso (Cl2), ohipoclorito de sdio (NaOCl), o hipoclorito de clcio (Ca(OCl)2) e o dixido de cloro(ClO2).

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    Quando o Cl2 adicionado a gua livre de impurezas desenvolve-se dois tipos dereao: hidrolise e ionizao.

    a) hidrolise: Cl2+ H2O HOCl + H++ Cl-

    cido hipocloroso

    b)

    Ionizao: HOCl H++ OCl

    on hipoclorito

    Figura 3: Efeito do pH na distribuio de cido hipocloroso e on hipoclorito na gua.

    100

    90

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    70

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    A quantidade de HOCl e OCl que se encontra na gua denomina-se cloro residual

    livre. A distribuio dessas duas formas muito importante j que a eficincia dadesinfeco do HOCl cerca de 40 a 80 vezes superior ao do OCl . O grau de dissociaodo HOCl e OCl na gua depende do pH e da temperatura.

    REAO DO CLORO COM A AMNIA

    Quando a gua contm amnia ou produtos de compostos amoniacais, o cidohipocloroso reage com tais substancias formando:

    NH3+ HOCl NH2Cl (monocloramina) + H2O

    Amnia

    NH2Cl + HOCl NHCl2 (dicloramina) + H2O

    NHCl2 + HOCl NCl3 (tricloramina) +H2O

    O teor de cloro nessa forma denominado cloro residual combinado.

    De modo geral, com a diminuio do pH e o aumento da relao cloro/amnia (Cl2

    NH3) a molcula de amnia torna-se mais clorada.O poder de desinfeco das cloraminas relativamente baixo. Dentre as cloraminas,a dicloramina a de maior poder de desinfeco, porm sua formao, assim como aformao de tricloraminas no desejvel, pois tais compostos conferem sabor e odor agua.

    Clorao ao break-point

    0123456789

    101112

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

    RESIDUAL DE CLORO (mg/L)

    CLOR0APLICADO

    (mg/L

    demanda decloro nula

    destruio daamnia

    CRC CRL

    ponto deinflexo

    0 1 2 3

    RAZO MOLAR Cl : N

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    Quando se adiciona cloro na gua, ocorre uma reduo no nitrognio amoniacal

    (NH3) e formao de cloraminas (NH2Cl). O ponto mximo da curva ocorre quando toda aamnia disponvel foi combinada com cloro. A partir da, com o aumento continuo dadosagem de cloro as cloraminas so oxidadas e destrudas, at o ponto mnimo de clororesidual, quando h destruio total das cloraminas. A partir deste ponto de inflexo dacurva, o aumento na dosagem de cloro aplicado, corresponder ao aumento do teor de clororesidual livre.

    A principal razo para adicionar cloro suficiente para obter cloro residual livre, que a desinfeco se realizar com maior eficincia.

    Esquematicamente tem-se:

    A demanda de cloro proveniente de outras substancias presentes na gua quereagem com o cloro. As reaes ocorrem com Ferro, Mangans, NO2, H2S etc. Aquantidade de cloro que se consome nessas reaes constitui o que se denomina demandade cloro. Ela varia em funo das impurezas da gua a ser desinfetada e deve serdeterminada experimentalmente.

    Formas disponveis do cloro comercial: Gs, Lquido ou Slido. A dosagem doproduto depende de sua concentrao disponvel, como por exemplo, cloro gs (cloro ativo- 100%), hipoclorito de sdio (cloro ativo - 10 a 15%), gua sanitria (cloro ativo - 2 a 5%),etc.

    1.3 Procedimentos iniciais do processo de desinfeco pelo cloro

    Cloro (Cl2)

    Demanda

    Livre

    Residual

    Combinado

    HOCl OCl- NH2Cl NHCl2 NCl3

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    Exame da qualidade da gua a desinfetar e sua variao; Anlise de eventuais problemas relativos a odor e sabor aps a clorao;

    Estimativa da temperatura mnima da gua;

    Verificao de pH da gua no ponto a ser aplicado o cloro;

    Avaliao do tempo de contato que se precisa ter ou que se pode ter;

    Verificao da demanda de cloro pela gua, em diferentes ocasies; Seleo do mtodo de clorao e realizao de ensaios; Fixao do residual de cloro a ser mantido; Previso da dosagem mxima de cloro e clculo da quantidade; Projeto do sistema de disperso e mistura do cloro na gua; Estudo, especificaes e dimensionamento dos aparelhos, equipamentos e

    instrumentos necessrios, inclusive balanas e material de segurana;

    Determinao das reservas de cloro (estoques) a serem mantidas.

    (Fonte:http://xa.yimg.com/kq/groups/20694598/637501315/name/Aula07.pdf.)

    Os sistemas empregados para se efetivar a clorao, incluindo aparelhos,equipamentos, tubos e instrumentos necessrios, inclusive balanas e o cloradorpropriamente dito, denominado de sistema de clorao. Na figura a seguir observa-se umesquema para um clorador de gs.

    Esquema tpico de um clorador com cloro gasoso

    http://xa.yimg.com/kq/groups/20694598/637501315/name/Aula07.pdfhttp://xa.yimg.com/kq/groups/20694598/637501315/name/Aula07.pdf
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    1.4 Instalaes de clorao (com gs)

    As salas de clorao devem ter acesso fcil e duplo, de preferncia com uma portapara o exterior e janelas com abertura total para o exterior. Na sala onde ficam o cilindrosde cloro em uso e sua balana de controle, devem ser mantidos equipamentos de segurana,mscaras, conjuntos para primeiros socorros, instrues gerais e manuais bsicos deoperao e de procedimentos em situaes de emergncia. A vazo que sai de um cilindrovaria em funo de presso do sistema.

    Balana de clorao para cilindro de cloro gasoso

    1.5 O Cloro e seus compostos

    Para a desinfeco de guas de abastecimento pode-se empregar cloro puro, comogs e compostos de cloro que na gua libere o elemento desinfetante. Os compostos soutilizados nos casos de pequenas vazes, menos de 4,0 litros/s, e em servios provisrios.

    O emprego do cloro puro requer aparelhos especiais e pessoal habilitado. Ele

    fornecido na forma liquefeita em cilindros de ao, com tamanhos que variam de 40 kg a900 kg de cloro. Os compostos de cloro mais comumente usados em desinfeco so:

    gua sanitria lquido (soluo) 2 a 3%; Cal clorada p 25 a 30%; Hipoclorito de sdio lquido 10 a 15 %; Hipoclorito de clcio p, gros, tabletes, pastilhas, 65 a 75%.

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    2 - Dixido de cloro (ClO2)

    Devido ao perigo de exploso o ClO2 deve ser produzido no local de uso. umexcelente desinfetante para bactrias e vrus, tendo maior eficincia em pH alto e deixandoresidual na rede de distribuio; no forma THM ( trihalometanos compostos com clorocancergenos, mutagnicos), porm forma outros compostos (cloretos e cloratos) que sotxicos e mutagnicos.

    Chernicharo et al (2001), afirmaram que a caracterstica qumica mais destacada dodixido de cloro a sua capacidade de oxidar outras substncias atravs de um mecanismode transferncia de um nico eltron, onde o ClO2 reduzido a clorito (ClO2-) sem

    produo de hipoclorito ou cloro gasoso. Por no produzir cloro nem hipoclorito quandooxida matria orgnica, e por oxidar os precursores dos trihalometanos, o dixido de cloroapresenta reduzida formao de subprodutos organoclorados.

    Alm disso, no reage com amnia, fato que evita a formao de cloraminaspotencialmente txicas. No entanto, cloro e clorato, potencialmente nocivos sadehumana e suspeitos de produzir anemia hemoflica e outros efeitos, so apontados comosubprodutos da reao de obteno de ClO2, embora em concentraes muito baixas(praticamente ausncia de Cl2e menos que 5% de ClO3-) se o sistema gerador de ClO2operado nas condies adequadas.

    As quantidades de haletos orgnicos absorvveis e totais encontradas em guastratadas com ClO2 so mnimas, entre 1% e 25% das encontradas em guas tratadas comcloro (Caffaro, 1997). Estudos toxicolgicos demonstram que as dosagens de dixido decloro usadas no tratamento de guas no apresentam risco para a sade humana (Zavaletta,1992).

    A portaria MS 2.914/2011 descreve o seguinte:

    Art. 34. obrigatria a manuteno de, no mnimo, 0,2 mg/L de cloro residual livreou 2 mg/L de cloro residual combinado ou de 0,2 mg/L de dixido de cloro em toda aextenso do sistema de distribuio (reservatrio e rede).

    Art. 35. No caso do uso de oznio ou radiao ultravioleta como desinfetante, deverser adicionado cloro ou dixido de cloro, de forma a manter residual mnimo no sistema dedistribuio (reservatrio e rede), de acordo com as disposies do art. 34 desta Portaria.

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    3 - Oznio:O oznio produzido atravs de descarga eltrica em uma abertura no qual escoa

    um gs contendo oxignio. De difcil transporte e armazenamento o oznio deve serproduzido prximo ao local de uso.

    As principais consideraes sobre o oznio esto relacionadas s finalidades do seuuso, aos custos de implantao, operao e a formao de subprodutos. um excelentedesinfetante. O oznio no se dissocia na gua como o cloro, portanto, no sofre assim coma perda na eficincia da desinfeco. Alm disso, ele no reage com a amnia para formarformas menos desinfetantes como as cloraminas, ou seja, no h formao de THM e nodeixa residual na rede. Seu custo 10 a 15 vezes maior que o cloro.

    Normalmente no tratamento de gua ocorre reaes do oznio com a matriainorgnica, tais quais:

    a. Precipitao com ferro: 2Fe+2 + O3+ 5H2O 2Fe(OH)3+ O2+4H+b. Precipitao do mangans: Mn+2 + O3+H2O MnO2+ 2H+ + O2

    O mangans reage mais lentamente com oznio que com ferro. A taxa de eliminao significativamente menor quando a gua contm substncias orgnicas. Adicionalmente, aaplicao de excesso de oznio promove a formao de permanganato e o desenvolvimentode colorao rosa (WATER, 2007)

    c. Oxidao do sulfeto: S2- + 4 O3 SO4- +2 O2

    d.

    Oxidao do nitrito: NO2- + O3 NO3- + O2Oxidao de halogenos (teoricamente oznio pode oxidar todos os halogenos). Na prtica, ataxa de reao virtualmente zero com o cloro, extremamente alto com o iodo e mdio combromo (WATER, 2007).

    O Art 32, 2 da Portaria MS 2.914/2001, descreve que no caso da desinfecocom o uso de oznio, deve ser observado o produto concentrao e tempo de contato (CT)de 0,16 mg.min/L para temperatura mdia da gua igual a 15 C.

    4 - Radiao ultravioleta.

    A gua e suas impurezas so responsveis pela absoro da radiao UV incidente.A radiao UV pode ser transmitida por lmpadas especificas. A radiao UV um bomdesinfetante, no sofre influencia do pH. No entanto, limitada pequenas vazes poisprecisam penetrar na lmina dgua, guas com turbidez no indicado (efluente de ETEs).

    As vantagens do uso da radiao UV so (USEPA, 1999):a. Eficcia na inativao da maioria dos vrus, esporos e cistos;b. Por ser um processo fsico, elimina a necessidade de gerao, manuseio, transporte eestoque de produtos qumicos txicos, perigosos ou corrosivos;

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    c. No possui ao residual que possa prejudicar a vida aqutica ou os seres humanos;d. Inofensivo aos operadores, desde que no se exponham radiao;

    e. Os tempos de contato so inferiores aos de outros desinfetantes;f. Os equipamentos requerem menores reas do que em outros mtodos.

    As desvantagens do uso da radiao UV so (USEPA, 1999):a. Doses baixas podem no ser suficientes para inativar alguns vrus, esporos ou cistos;b. Alguns microrganismos podem reparar ou reverter os efeitos causados pela radiao UVatravs de mecanismos de fotorreativao ou recuperao no escuro;c. Necessidade do controle de deposio de slidos no envoltrio das lmpadas;d. A concentrao de slidos suspensos totais e a turbidez das guas residurias podemprejudicar a desinfeco;

    e. Necessidade de eletricidade contnua (WITT & REIFF, 1994);f. Decrescimento da eficincia das lmpadas com o uso (WITT & REIFF, 1994);7. Problemas operacionais como rompimento do quartzo das lmpadas e necessidade delimpeza peridica das mesmas (SCHIRCH & RODRIGUEZ, 1993).

    O Art 32, 4 da Portaria MS 2.914/2001 descreve que no caso da desinfecopor radiao ultravioleta, deve ser observada a dose mnima de 1,5 mJ/cm2para 0,5 log deinativao de cisto de Giardia spp.

    5. CASA DE QUMICA NBR 1216-92

    Casa de qumica a rea ou conjunto de dependncias da ETA que cumpre as funesauxiliares, direta ou indiretamente ligadas ao processo de tratamento, necessrias suaperfeita operao, manuteno e controle.

    5.15.6.1 Os dosadores de cloro devem ser instalados em recintos prprios

    5.15.11 As dependncias mnimas da casa de qumica, para estaes com capacidadeinferior a 10000 m3/dia, so as seguintes:a) depsito de produtos qumicos;b) depsito de cloro;c) sala de dosagem;

    d) laboratrio com mesa para servios administrativose anotaes pertinentes operao;e) instalao sanitria com chuveiro.

    5.15.12 Em caso de estaes com capacidade acima de10000 m3/dia, as dependnciasmnimas da casa de qumica so as seguintes:a) depsito de produtos qumicos;b) depsito de cloro;

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    c) sala de dosagem;d) sala de dosagem de cloro;

    e) laboratrios;

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARINSTITUTO DE TECNOLOGIAFACULDADE DE ENGENHARIA SAN ITRIA E AMB IENTALTRATAMENTO DE GUAS DE A BASTECIMENTO

    Prof. Dra Luiza GirardCol abo rao: Jo sian e San to s

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    CARACTERISTICAS DOS DESINFETANTES

    CARACTERISTICAS CLORO CLORAMINA DIXIDO DE CLORO OZNIO UV

    Desinfeco

    BactriaVrus

    Excelente (HOCl)Excelente (HOCl)

    ModeradaBaixo (longos perodos decontacto)

    ExcelenteExcelente

    ExcelenteExcelente

    BomBom

    pH Eficinciadecresce com oaumento do pH

    Dicloramina predominaem pH7,0

    Mais eficiente em pHalto

    Maior residual embaixo pH

    Insensvel

    Residual no sistemade distribuio

    Sim Sim No No No

    Subprodutos

    Formao de THM

    Outros

    Sim

    Clorados,cloraminas,clorofenis

    Improvvel

    Desconhecido

    Improvvel

    Aromticos, clorados,clorato e clorito

    Improvvel

    Aldedos,aromticos, cidoscarboxlicos, ftalatos

    Improvvel

    Desconhecido

    Experincia Muito usado nosEUA

    Muito usado nos EUA Muito usado na Europa

    Uso limitado no EUA

    Muito usado naEuropa e no Canad

    Uso limitado nosEUA

    Limitado apequenasvazes

    Dose tpica (mg/L) 2-20 0,5-3,0 Dados insuficientes 1 - 5 Dadosinsuficientes

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    O processo de desinfeco de gua para abastecimento humano est descrito na Portaria do Ministrio

    da Sade n 2.914, de 12 de dezembro de 2011. No Captulo V. Artigos, 32, 33, 34, 35, 36, 37 e 38, sendo o Art32 tratando de gua superficial e o Art 33 de guas subterrneas.

    Art. 32. No controle do processo de desinfeco da gua por meio da clorao, cloraminao ou daaplicao de dixido de cloro devem ser observados os tempos de contato e os valores de concentraesresiduais de desinfetante na sada do tanque de contato expressos nos Anexos IV, V e VI a esta Portaria.

    1 Para aplicao dos Anexos IV, V e VI deve-se considerar a temperatura mdia mensal da gua.

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    Portaria 2.914 de dez de 2011 - Tabela de tempo de contato mnimo (minutos) a ser observado para a desinfeco por meio daclorao, de acordo com concentrao de cloro residual livre, com a temperatura e o pH da gua(1)

    C (2) Temperatura = 5C Temperatura = 10C Temperatura = 15C

    Valores de pH Valores de pH Valores de pH

    6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0

    0,4 38 47 58 70 83 98 114 27 33 41 49 58 70 80 19 24 29 35 41 48 57

    0,6 27 34 41 49 59 69 80 19 24 29 35 41 49 57 13 17 20 25 29 34 40

    0,8 21 26 32 39 46 54 63 15 19 23 27 32 38 45 11 13 16 19 23 27 31

    1,0 17 22 26 32 38 45 52 12 15 19 23 27 32 37 9 11 13 16 19 22 26

    1,2 15 19 23 27 32 38 45 11 13 16 19 23 27 32 7 9 11 14 16 19 22

    1,4 13 16 20 24 28 34 39 9 11 14 17 20 24 28 7 8 10 12 14 17 20

    1,6 12 15 18 21 25 30 35 8 10 16 15 18 21 25 6 7 9 11 13 15 171,8 11 13 16 19 23 27 32 7 9 11 14 16 19 22 5, 7 8 10 11 14 16

    2,0 10 12 15 18 21 25 29 7 8 10 12 15 17 20 5 6 7 9 10 12 14

    2,2 9 11 14 16 19 23 27 6 8 10 12 14 16 19 5 6 7 8 10 11 13

    2,4 8 10 13 15 18 21 25 6 7 9 11 13 15 17 4 5 6 8 9 11 12

    2,6 8 10 12 14 17 20 23 5 7 8 10 12 14 16 4 5 6 7 8 10 12

    2,8 7 9 11 13 15 19 22 5 6 8 9 11 13 15 4 4 5 7 8 9 11

    3,0 7 9 10 13 15 18 20 5 6 7 9 11 12 14 3 4 5 6 8 9 10

    C (2) Temperatura = 20C Temperatura = 25C Temperatura = 30C

    Valores de pH Valores de pH Valores de pH

    6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 0,4 14 17 20 25 29 34 40 9 12 14 18 21 24 28 6 8 10 12 15 17 20

    0,6 10 12 14 17 21 24 28 7 8 10 1 15 17 20 5 6 7 9 10 12 14

    0,8 7 9 11 14 16 19 22 5 6 8 10 11 13 16 3 5 6 7 8 10 11

    1,0 6 8 9 11 13 16 18 4 5 6 8 9 11 13 3 4 5 6 7 8 9

    1,2 5 7 8 10 11 13 16 4 5 5 7 8 10 11 3 3 3 5 6 7 8

    1,4 5 6 7 9 10 11 14 3 4 5 6 7 8 10 2 3 3 4 5 6 7

    1,6 4 5 6 8 9 11 12 3 4 4 5 6 7 9 2 3 3 4 4 5 6

    1,8 4 5 6 7 8 10 12 3 3 4 5 6 7 8 2 2 3 3 4 5 6

    2,0 3 4 5 6 7 9 10 2 3 4 4 5 6 7 2 2 3 3 4 4 5

    2,2 3 4 5 6 7 8 9 2 3 3 4 5 6 7 2 2 2 3 3 4 5

    2,4 3 4 4 5 6 8 9 2 3 3 4 4 5 6 2 2 2 3 3 4 4

    2,6 3 3 4 5 6 7 8 2 2 3 3 4 5 6 1 2 2 3 3 4 4

    2,8 3 3 4 5 6 7 8 2 2 3 3 4 5 5 1 2 2 2 3 3 4

    3,0 2 3 4 4 5 6 77 2 2 3 3 4 4 5 1 2 2 3 3 3 4

    NOTAS:(1) Valores intermedirios aos constantes na tabela podem ser obtidos por interpolao.(2) C: residual de cloro livre na sadado tanque de contato (mg/L).

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