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Design editorial
Cath CaldwellYolanda Zappaterra
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sequitur mutationem consuetudium lectorum. Mirum est notare quam
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Jornais e revistas / Mídia impressa e digital
03 14 25Bem-vindos à nova idade de ouro do design de publicações
periódicas
Aprenda a traduzir a magia do jornalismo à composição
gráfica
1
Is it your lucky day?
CuriosityWhy are we the way we are
Issue 2 March 2012
AMPHIBIAN ISSUE
JULY
GG
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GG®
Terminada a controvérsia entre publicações impressas e
publicações online, entramos agora em uma nova era de ouro do
design editorial, um ecossistema híbrido de mídias, integrado a
redes sociais, campanhas promocionais, eventos presenciais e
dispositivos móveis. Neste novo contexto, é mais importante do que
nunca conhecer bem os fundamentos do design editorial e os
princípios básicos de tipografia, direção de arte e layout.
Este livro é uma cartilha sobre design editorial na era digital,
que oferece orientação teórica e conselhos práticos para traduzir
as necessidades básicas do jornalismo diário para a composição da
página impressa ou digital. Com este volume, você aprenderá a
conciliar seu conhecimento de tipografia e imagem aos vários canais
que oferecem tanto as técnicas de impressão modernas como as
publicações digitais. Além disso, você encontrará informações
detalhadas sobre os diferentes formatos de publicação, uma história
do design editorial e inúmeros recursos e exemplos de jornalismo
visual. Em suma, trata-se de um guia de referência básico para o
novo design editorial.
Cath Caldwell professora da Central Saint Martins, em Londres,
foi diretora de arte da Elle e da Elle Decoration. Especializada em
design editorial para formatos impressos e digitais, é uma das
fundadoras da associação sem fins lucrativos Editorial Designers
Organisation.
Yolanda Zappaterra é designer, autora de vários livros sobre
design gráfico e colaboradora regular das revistas Grafik e Time
Out.
www.ggili.com.br
Cath C
aldwell
Yolanda Zappaterra
Design editorial
Jornais e revistas / Mídia im
pressa e digital
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Título original: Editorial Design
Publicado originalmente por Laurence King Publishing Ltd.
2014
Design gráfico: TwoSheds Design
Tradução: Edson Furmankiewicz
Revisão técnica: Priscila Farias
Preparação e revisão de texto: Letícia Soares
Qualquer forma de reprodução, distribuição, comunicação pública
ou transformação desta obra só pode ser realizada com a autorização
expressa de seus titulares, salvo exceção prevista pela lei. Caso
seja necessário reproduzir algum trecho desta obra, entrar em
contato com a Editora.
A Editora não se pronuncia, expressa ou implicitamente, a
respeito da acuidade das informações contidas neste livro e não
assume qualquer responsabilidade legal em caso de erros ou
omissões.
© da tradução: Edson Furmankiewicz © do texto 2014 Cath Caldwell
e Central Saint Martins College of Art & Design© do design:
Laurence King Publishing Ltd.© Laurence King Publishing Ltd., 2014
para a edição em português:© Editorial Gustavo Gili, SL, Barcelona,
2014
ISBN 978-85-65985-69-7 (digital PDF) www.ggili.com.br
Editorial Gustavo Gili, SLVia Laietana 47, 2º, 08003 Barcelona,
Espanha. Tel. (34) 933228161
Editora G. Gili, Ltd.Av. José Maria de Faria 470, Sala 103, Lapa
de Baixo, CEP: 05038-190São Paulo-SP Brasil. Tel. (55) (11)
36112443
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara
Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Zappaterra, Yolanda Design editorial / Yolanda Zappaterra ;
tradução Edson Furmankiewicz. -- 1. ed. -- São Paulo : Gustavo
Gili, 2014.
Título original: Editorial design. ISBN 978-85-65985-69-7
1. Design gráfico (Tipografia) 2. Layout (Impressão) 3. Projeto
gráfico (Tipografia) I. Título.
14-03379 CDD-686.2252
Índices para catálogo sistemático: 1. Design editorial
686.2252
http://www.ggili.com.br
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Design editorialCath CaldwellYolanda Zappaterra
Jornais e revistas / Mídia impressa e digital
GG®
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Capítulo 1 Design editorial 6
Capítulo 2 Formatos editoriais 22
Capítulo 3 Capas 40
Capítulo 4 Dentro da publicação 76
Capítulo 5 Criando layouts 108
Capítulo 6 Habilidades de design editorial 152
Capítulo 7 Olhando para trás, olhando para frente 204
Índice
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Introdução
Design Editorial mostrará como adicionar magia jornalística ao
design de páginas, integrando seus conhecimentos de tipografia e
criação de imagem com os vários canais modernos de revistas
impressas e digitais. Meu objetivo com este livro é ajudá-lo a
sustentar sua própria prática de design em uma base sólida de
conhecimento; portanto, nas páginas a seguir, você encontrará
inspiração misturada com uma sólida orientação prática. Em suma,
este livro lhe mostrará como fazer texto e imagens brilharem
juntos, seja na tela ou no papel.
A segunda edição deste livro anuncia o retorno ao design
editorial criativo depois de uma enxurrada de debates acalorados
que se seguiram ao lançamento do iPad em 2010. O embate impresso
versus digital acabou e, agora, fazemos parte de uma nova era de
ouro do design de revistas, um ecossistema de mídia impressa
integrada com redes sociais, eventos, campanhas e produtos de mídia
móvel. Por baixo de todas essas maravilhosas oportunidades de
design de comunicação estão os princípios da tipografia, direção de
arte e diagramação. Portanto, não jogue fora seus livros de
história do design, mas adicione este a sua estante para criar um
equilíbrio entre o passado, o presente e o futuro.
O Capítulo 2 foi desenvolvido para oferecer um resumo dos
diferentes formatos editoriais, os Capítulos 5 e 6 desenvolvem suas
próprias habilidades de design; no Capítulo 7, o leitor poderá
encontrar perfis de grandes nomes do design que foram eternizados
por sua atuação. Briefings testados e aprovados para alunos e
professores aparecem no final dos Capítulos 2 a 6 para ajudar a
desenvolver amostras editoriais para seu próprio portfólio. Além
disso, mostraremos os formatos e os produtos editoriais que irão
inspirá-lo a criar seus próprios grandes designs.
Os grandes nomes que me inspiraram – Janet Froelich, Jeremy
Leslie, Mark Porter e Simon Esterson – permanecem ágeis, se adaptam
e mostram interesse por novos formatos editoriais que fazem com que
nossa área profissional se mantenha empolgante. Conecte seu
interesse pelo passado a seu aprendizado de novos softwares do
presente. Nessa nova era de design de revistas, tudo pode acontecer
com as novas mídias, portanto, mantenha um olho na evolução
tecnológica e o outro neste livro, e você estará preparado para o
futuro.
Cath Caldwell
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6
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17
Capítulo 1: Design editorial
Este livro é um guia de design editorial para os formatos
impresso e digital de publicações de todo tipo. Ele conecta a
história do design editorial com a prática atual, e explica muitos
princípios subjacentes para esclarecer e inspirar o iniciante. A
palavra “editorial” significa, em geral, artigos que expressam a
opinião do editor sobre assuntos de interesse particular em um
determinado momento, mas “design editorial” passou a significar:
narrativas com curadoria para aqueles com uma paixão por
compartilhar um ponto de vista, interesses ou mesmo uma marca. O
design editorial não está vinculado aos retângulos de texto das
páginas impressas (mancha gráfica), mas sim, cada vez mais, às
construções disponíveis nas mídias móveis. Jovens e velhos
designers concordam, porém, que a boa comunicação e uma paixão por
contar histórias permanecem sendo habilidades essenciais.
Começamos examinando mais de perto o que se entende por design
editorial e os diferentes papéis dos designers dentro do que é
editorial.
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8 Capítulo 1
O que é design editorial?
É impossível começar o exame do design editorial atual sem
primeiro definir o que ele é e como se dife-rencia das outras
formas de design existentes. Uma forma simples de definir design
editorial é tratá-lo como jornalismo visual, e é isso que mais
facilmente o distingue das outras disciplinas de design gráfico e
formatos interativos. Uma publicação editorial pode entreter,
informar, instruir, comunicar, educar ou ser uma combinação dessas
coisas. É comum haver dife-rentes opiniões sobre o que é o design
editorial em uma publicação, embora elas tendam a ser de uma mesma
escola de pensamento – os jornais são um bom exemplo disso. Pela
primeira vez na história, as publi-cações podem ser interativas.
Usando ferramentas móveis como GPS (global positioning system), há
uma nova era de possibilidades na forma como o editor e o
anunciante podem interagir com o leitor. Neste livro, o foco estará
nos temas comuns no design editorial em diferentes mídias – desde
publicações impressas até aquelas projetadas para a Web e para o
uso em disposi-tivos pessoais.
! “Design editorial é o design de publicações – revistas
impressas que saem mais de uma vez, normalmente com uma aparência
distintiva e única.”Vince Geada, diretor de arte Zembla
Objetivos e elementos do conteúdo editorial A grande maioria dos
conteúdos editoriais tem em seu cerne a ideia de comunicar uma
ideia ou contar uma história por meio da organização e apresentação
de palavras (disposição dos títulos e do corpo do texto) e
elementos visuais. Cada um deles tem uma função di-ferente: em uma
revista, um título geralmente terá sido escrito e projetado para
chamar a atenção do leitor, en-quanto o elemento visual geralmente
existirá para es-clarecer ou dar apoio a uma afirmação feita no
corpo do texto (conteúdo da matéria). Nas publicações digitais, os
títulos e outras marcações gráficas servem como links para
navegação; e os elementos de texto nos con-vidam a tocar a tela e
deslizar os dedos, além de ler.
Essas imagens demonstram como o mesmo conteúdo pode alcançar o
leitor de várias formas. Uma fotografia forte, icônica cobre toda a
área de impressão e é cortada de uma forma muito simples, com
sangria onde o fotógrafo determinou.
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9Design editorial
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10 Capítulo 1 perfil
A produção da Wallpaper* Como uma marca global explora os
formatos impresso e digital
“Fomos pressionados a fazer as coisas de uma maneira dife-rente
quando ainda estávamos na fase de lançamento do site da revista.
Estávamos pensando no que acontece com a re-vista, no que acontece
no iPad e no que acontecerá no site. Não queremos exatamente as
mesmas coisas no site, no iPad e na edição impressa, mas elas
precisam complementar-se.”
Sarah Douglas, diretora de design, Wallpaper*
A revista Wallpaper* produziu sua primeira edição para iPad em
2010 e continua a produzir mensalmente uma edição para essa
plataforma. A versão da revista impressa foi lançada original-mente
em 1996 pelo editor Tyler Brûlé, com o site aparecendo em 2004 e
atraindo meio milhão de usuários por mês. A Wallpaper* cobre
design, interiores, artes, arquitetura, viagem, moda e tecno-logia.
A empresa incorporou o asterisco ao seu logotipo em 2007 em sua
100ª edição, sinalizando o uso do mouse e aludindo ao seu futuro
digital.
Existem muitos exemplos de como a marca Wallpaper* ampliou a
parceria com colaboradores na moda, arquitetura e design. A equipe
editorial é, agora, liderada por Tony Chambers, que fez a transição
incomum de diretor de arte para editor. A equipe de Chambers
trabalha em estreita colaboração com os editores e adota uma
abordagem aberta para a publicação, trabalhando com os anunciantes
em projetos criativos.
Na entrevista a seguir, Sarah Douglas (diretora de design) e
Meirion Pritchard (ex-diretora de arte) explicam como a Wallpa-per*
ampliou sua marca para produtos digitais, eventos de de-sign,
exposições e até projetos imobiliários.
Como você mantém o controle dos elementos de design em to-dos os
três produtos?mP: O consenso é que, com a introdução da Web, os
designers e editores perderam o controle por um tempo – foi-nos
dito que não seria possível fazer isso ou aquilo. Com tablets e
iPhones, a bola está de volta a nossas mãos. Agora, em um ambiente
controlado. As telas agora são melhores para a visualização da
tipografia on-line.
Que ferramentas digitais vocês têm?SD: Estamos fazendo tudo que
é relevante para o conteúdo e não fazendo animação só pela
animação. Nós só podemos ter um nú-mero limitado de fotos na
revista para uma coluna sobre arqui- tetura, por exemplo, mas no
iPad, passamos a incluir plantas e mostrar conteúdos além dos
disponíveis no produto impresso. Podemos dizer: “Essa fotografia
foi tirada a partir desse ponto de vista”. É ótimo para mostrar aos
leitores a ideia e ajudá-los a en-tender as construções. Usando o
site, todos podem navegar por uma edificação.
De onde vocês tiram sua inspiração?mP: Andando de bicicleta ou a
pé, viajando por aí, você vê as coi-sas de uma perspectiva
diferente, não sentado a uma mesa.
! “O que, geralmente, é fascinante nas revistas é sua natureza
orgânica; ao contrário dos livros ou outras mídias impressas, elas
são algo em constante evolução, que muda um pouco com cada edição.”
Jeremy Leslie, diretor criativo, magCulture
A função do design editorialO design de material editorial
cumpre diferentes funções, tais como dar expressão e personalidade
ao conteúdo, atrair e manter os leitores, e estruturar o material
de forma clara. Essas funções têm de conviver e trabalhar juntas de
forma coesa para configurar algo que seja agradável, útil ou
informativo – geralmente, uma com-binação de todos os três, se é
para ter sucesso. No seu melhor, o design editorial para material
impresso e di-gital é um laboratório de pesquisa emocionante e em
constante evolução, e uma plataforma de lançamento para as
inovações estilísticas que são, muitas vezes, adotadas com
entusiasmo por outras áreas da comuni-cação visual.
! “O design editorial é a estrutura por meio da qual uma
determinada história é lida e interpretada. Ele consiste tanto na
arquitetura geral da publicação (e a estrutura lógica que isso
implica) como no tratamento específico da história (à medida que
ela força ou mesmo desafia essa própria lógica).”Martin Venezky,
diretor de arte, Speak
Mas o design editorial faz outra coisa também: ele age como um
instantâneo cultural vivo da época em que é produzido. Por exemplo,
as revistas Nova e Oz, de 1960, não só evocam brilhantemente a
vibração visual da dé-cada, como também capturam o espírito de uma
época que celebrou a experimentação, a inovação e novas
di-reções.
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perfil
A produção da Wallpaper* Como uma marca global explora os
formatos impresso e digital
11Design editorial
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12perfil
SD: Realmente contamos com a imersão cultural. Para ter
inspira-ção, eu diria que eu gosto da revista The Ride, do designer
Andrew Diprose com o editor Philip [Diprose]. O fato de Andy
trabalhar para a Wired é ótimo, mas ele adora revistas e produz
essa publi-cação fantástica também.
Qual é o principal aspecto que vocês, como designers, tiveram de
repensar ao trabalhar para o formato tablet?SD: É apenas uma
reapropriação de seus pensamentos. Você tem de pensar de forma
diferente sobre como as coisas funcionam de modo diferente, como
são lidas de modo diferente. Você tem de pensar com os olhos do
leitor. Pense em como as pessoas o utilizam.
Vocês recebem dados de feedback dos leitores?mP: Recebemos
estatísticas detalhadas sobre quais páginas são bem-sucedidas. O
recurso de “seguir” do Twitter é algo que nunca existiu antes.
Temos meio milhão de seguidores no microblog, o que é muito bom
para uma revista. O site tem ido tão bem que fomos convidados a
fazer uma versão chinesa. Imprimimos uma edição Made in China como
parte de uma série e fazer esses con-tatos foi muito importante.
Apesar de estarmos com sede em Lon-dres, com a Web, a Wallpaper*
vai muito além – uma circulação de 150.000 exemplares em papel.
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13Design editorialperfil
Como vocês trabalham com os anunciantes?SD: Nós nos encontramos
com a equipe enxuta da Wallpaper* e seu editor para falar sobre o
que funcionará para eles e o que funcionará para nós. O produto é
ajustado segundo essa conver-sa. Pode ser um site, um evento ou uma
sessão fotográfica.
O que acontecerá em seguida? Existem mais plataformas a
adotar?SD: Eu acho que do jeito que está indo, poderíamos fazer
mais. A edição anual sobre trabalhos artesanais, publicada pela
Wall-paper* em agosto é uma vitrine para a arte e o design
contempo-râneos. Os artistas contribuem, criando, com as próprias
mãos, os itens a serem exibidos. Isso tem levado a marca a uma
atividade de curadoria. É o caso da Wallpaper* Composed. The
Apartment também é outra oportunidade de estender a marca
Wallpaper*. Nós realizamos eventos nele, usamos para sessões de
fotos e po-demos mostrá-lo aos clientes. É estabelecido como um
empreen-dimento. Os desenvolvedores veem isso e começam a pensar
criativamente sobre como poderiam trabalhar conosco. Também é útil
para fotógrafos, que podem permanecer no local, caso este-jam
fotografando para nós!
Vocês encomendam muitas fotografias. As diferentes platafor-mas
digitais, como o site e o iPad, afetaram a maneira como encomendam
trabalhos aos fotógrafos?SD: Temos diversas situações no momento;
os fotógrafos estão se envolvendo lentamente, como fizeram durante
a transição de fil-me para digital. Ainda estamos no processo de
transição.
Será que toda fotografia still terá uma característica de filme
em movimento no futuro?SD: Talvez, cerca de 80 por cento.
Quais são as outras extensões da marca Wallpaper*?Os guias de
viagem da Wallpaper* foram transformados em apli-cativos. Essa
franquia é dirigida por uma editora independente. A Wallpaper*
Selects é outra franquia que trabalha com fotografia contemporânea
com a galeria de arte Eyestorm. O prêmio Wallpa-per* Design
apresenta talentos novos e emergentes e mantém a marca posicionada
no topo do cenário internacional do design contemporâneo.
Títulos volumosos são sublinhados nas versões impressa e
digital. Os designers têm o cuidado de usar títulos correntes ou
cabeçalhos no canto superior direito para indicar a seção que o
leitor está lendo no momento.
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14 Capítulo 1
Os diferentes papéis dos designers no universo editorial
A chave para um design editorial de sucesso é a relação de
trabalho entre o designer e o editor, mas igualmente importante é a
relação do designer com o restante da equipe da publicação. O
designer, muitas vezes, só per-derá para o editor no número de
profissionais com os quais interage diariamente.
Pessoal-chave no universo editorialDependendo do tipo de
publicação, do tamanho da equipe e de como ela foi organizada, os
papéis indivi-duais dentro dela podem variar. Mas, enquanto um
edi-tor de revista costuma ser responsável pela maior parte do
material que aparece na publicação, é o diretor de arte, o diretor
de design ou o designer-chefe que será responsável pela forma como
isso é organizado e apre-sentado para representar a identidade da
revista.
Seria necessário um livro inteiro para explicar os vários papéis
e relações de cada designer que trabalha nos formatos digitais e
impresso para jornais e revistas, e eles diferem muito dependendo
do formato da mídia, e do tamanho e da circulação da publicação –
uma re-vista independente produzida semestralmente terá uma equipe
e necessidades muito diferentes das de um blog diário, por exemplo.
Aqui listamos a provável equi-pe com a qual o designer editorial
trabalhará mais de perto:
Editor: o responsável, em última instância, pelo conteú-do da
publicação. Trabalha mais de perto com o diretor de arte e a camada
da equipe editorial imediatamente abaixo dele, incluindo o editor
de recursos, o editor de imagens e o editor de produção.
Diretor de arte/editor de arte: responsável pela organi-zação e
solicitação de todo o conteúdo, incluindo maté-rias encomendadas e
matérias internas, e todas as imagens, com um prazo definido pelo
gerente de pro-dução ou editor de produção. Ele encomenda imagens e
gráficos de informação (infografia), de ilustradores e, às vezes,
fotógrafos (ver também editor de imagem, a seguir). Trabalha em
estreita colaboração com a equi-pe de criação e produção em edições
impressas e, em certa medida, em formatos digitais.
Produtor gráfico/webmaster: supervisiona a compi- lação física
de todo o material, definindo um cronograma de produção. Isso
funciona de trás para frente a partir da data de publicação para
determinar os prazos de en-trega de textos e imagens, bem como os
cronogramas de edição, subedição e design, além das datas em que as
seções precisam ir para a gráfica. O produtor gráfico também é
responsável pela produção, atualização e cir-culação da atualização
e circulação do flatplan (também conhecido como plano espelho ou
diagrama esquemáti-co do livro). Ele trabalha junto com o
departamento de arte e a gráfica, particularmente na supervisão de
todos os requisitos de impressão especiais.
Subeditor-chefe, subeditores: responsáveis pela revi-são de
provas e subedição do texto para assegurar a coerência estilística,
ortografia, gramática, pontuação etc., escreve todos os títulos e
subtítulos, reescreve tex-tos mal redigidos, corta/editora o texto
e, às vezes, dia-grama as páginas. Trabalha em estreita colaboração
com o editor, a equipe de arte, o editor de reportagens especiais
(features editor) e, dependendo da estrutura da equipe editorial,
com a redação.
Editor de imagens: geralmente responsável pela pes-quisa de
imagens e obtenção de cessão dos direitos au-torais sobre todo o
material iconográfico, mas também, em conjunto com o diretor de
arte e o editor, garante a qualidade do material fotográfico usado
em toda a pu-blicação. Trabalha em estreita colaboração com essas
pessoas, bem como com bancos de imagens, bibliote-cas de
fotografias e birôs de pré-impressão.
Designers: responsáveis pelo layout da publicação de acordo com
as indicações ou instruções do diretor de arte. A forma como os
designers trabalham com o dire-tor de arte e quanta autonomia eles
têm para diagramar o material são determinadas por uma série de
fatores, incluindo os níveis de experiência, prática de trabalho do
diretor de arte (alguns gostam de pôr a mão na mas-sa e
supervisionam todos os detalhes da publicação; outros preferem
delegar e finalizar as páginas depois que recebem o layout),
proporção de pessoal para o nú-mero de páginas e o prazo para a
publicação – muitas vezes, quanto menor o prazo, mais
responsabilidade será dada aos designers.
O design de revistas é uma experiência colaborativa. Os alunos,
aqui, aprendem a olhar suas imagens e textos do ponto de vista do
leitor, recebendo comentários de outros colaboradores. Esta imagem
mostra estudantes de design na Central Saint Martins, em Londres,
discutindo sobre o trabalho criado a partir dos briefings sugeridos
neste livro.
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15Design editorialperfil
Jornal The GuardianForjando um novo formato impresso
Em 2005, o The Guardian do Reino Unido tornou-se o primeiro
jornal britânico grande de circulação diária a ter cor total, isto
é, todas as páginas coloridas, algo que seu diretor de criação na
época, Mark Porter, diz que foi necessário porque “a vida real é em
cores, e, numa época em que estamos em competição com TV e a
Internet como provedores de notícias, é uma loucura tentar fazê-lo
sem cor total. Essa é uma abordagem do século XX que os leitores
acharam muito frustrante.”
Ao contrário de muitos jornais do Reino Unido, que adotaram um
formato tabloide para responder às necessidades e relações de
mudança dos novos usuários com seu jornal diário, o novo design do
The Guardian incorporou uma mudança para um novo formato – o
formato berlinense usado pelo jornal Le Monde. Não é sur-preendente
que o jornal esteja forjando seu próprio caminho com um formato que
Porter diz ter “uma capacidade única de com- binar a conveniência
para o leitor com o jornalismo sério, uma abordagem contemporânea
para o design e as demandas dos anunciantes.” Sua abordagem para o
design sempre foi inteligen-te e com uma visão de futuro; em 1988,
uma reformulação radical feita pela agência Pentagram, de David
Hillman, dividiu o jornal em duas seções, revelou um novo cabeçalho
e, o mais importante, introduziu a ideia de “espaço branco” no
design do jornal, um con-ceito anteriormente restrito às
revistas.
“Tudo mudou com o novo design de Hillman. Não foi apenas um novo
visual, era uma filosofia de design inteira, provavelmente a
primeira vez que um jornal realmente tinha uma”, diz Porter. “Os
designers que o sucederam (Mike McNay, Simon Esterson e eu) tiveram
um conjunto muito forte de princípios para trabalhar”, acrescenta.
Esses princípios foram adaptados no novo design de 2005, seguindo a
própria visão clara de Hillman de como um jor-nal deve funcionar –
uma visão “que foi baseada não nos hábitos e nas tradições
jornalísticas, mas em princípios de design con-sistentes”.
O jornal The Guardian agora é publicado juntamente com o site
dinâmico The Guardian e o aplicativo, que atualiza as histórias
conforme elas acontecem. Mark Porter deixou o jornal em 2010, mas
sua influência permanece devido ao impacto contínuo da maciça
mudança tipográfica da publicação feita por sua equipe em 2005.
Desde então, a identidade visual do The Guardian foi estendida para
se adaptar ao site The Guardian e ao aplicativo The Guardian.
Porter ainda está ligado ao jornal como consultor editorial e diz:
“Hoje, quando você faz o novo design de um jornal, também está
criando um site, páginas para os dispositivos mó-veis e
aplicativos. Está começando a se tornar incomum apenas fazer um
trabalho para impressão. Conceitualmente, tudo tem de se encaixar e
tudo se resume a ter uma identidade visual para a marca que
trabalha na versão impressa e também em outros canais.”
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O site The Guardian é composto por uma equipe que segue os
valo-res centrais de design descritos por Porter, apoiados pela
crença de que, em qualquer formato, a tipografia boa e equilibrada
e uma fotografia de reportagem impactante criam um produto
inteli-gente. Quando Porter criou a versão para iPad do The
Guardian, ele procurou manter esses princípios, reforçados pela
natureza interativa do dispositivo. A navegação suave é um recurso
impor-tante, mas é a natureza móvel do iPad que abre novas
possibili-dades para os editores e anunciantes interagirem com o
leitor por meio de um software de coleta de dados sofisticado e do
GPS. Porter comenta que os “tablets abriram muitas outras
oportuni-dades. Essa é a primeira vez, na esfera digital, que
conseguimos usar muito do que sabemos sobre como fazer coisas
impressas. É interessante que o mercado de tablets irá crescer. No
futuro, te-remos mais oportunidades para fazer um bom design
editorial em mídia digital do que tivemos até agora. O
surpreendente é que isso muda a cada dia. Estamos vendo os últimos
dias da navegação baseada em desktop. A maioria das pessoas estará
consumindo a mídia em dispositivos móveis. Os tablets e os
celulares serão mais importantes do que o desktop. A impressão
sempre será uma parte do que fazemos, mas não será a maior.”
A hierarquia da tipografia sinaliza a importância da história.
Manchetes rápidas apoiam o design e trazem brilho com a
justaposição de palavras e imagens. Toda oportunidade para o
impacto gráfico é usado para que o site forneça uma rica
experiência, com ferramentas de navegação simples que ajudam o
leitor a ir diretamente para o conteúdo que ele está procurando.
Ferramentas cheias de artifícios e fotos com efeitos enganadores
não têm lugar aqui e são evitadas em favor de uma abordagem simples
e direta.
perfil
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17Design editorialperfil
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18 Capítulo 1
Gerente de estúdio: nem todas as publicações têm um gerente de
estúdio, portanto, os aspectos do gerencia-mento de projetos da
função espelham, em certa medida, os do gerente de produção. Mas,
um gerente de estúdio é um grande facilitador para um estúdio de
design, atuan-do como coordenador e lidando com a interação
coti-diana entre o estúdio de design, os editores de fotogra-fia e
a produção. Ele garante que tudo esteja conforme o planejado e
dentro do cronograma, e que todos os dife-rentes elementos que
farão parte do layout da página estejam em seu lugar e como
deveriam estar.
! “O conteúdo da revista é basicamente construído em torno da
ideia de que o editorial divide a publicidade, sendo, para muitas
revistas, simplesmente isto: venda de anúncios.”Vince Frost,
diretor de arte, Zembla
Quais atributos deve ter um designer editorial?Tibor Kalman
certa vez disse a famosa frase de que é trabalho do editor de arte
demitir o editor se ele acredi-ta que o trabalho não está sendo
feito corretamente. Com isso, ele quis dizer que um designer
editorial deve ter tanto interesse no conteúdo de uma publicação
quanto o editor, porque projetar uma revista é,
inquestio-navelmente, uma extensão de editá-la. Ambos os papéis são
criativos, enraizados e fazem parte de um processo criativo, e a
maneira como eles funcionam juntos quase sempre determinará o
sucesso ou o fracasso de uma publicação editorial.
Assim, se os designers editoriais devem “tornar-se” edi-tores, o
inverso é igualmente verdadeiro e os editores devem “tornar-se”
designers editoriais – ou, no mínimo, devem entender as atitudes,
funções e áreas de espe-cialização do outro, a fim de construir a
confiança ne-cessária para criar uma publicação de qualidade. Todos
os grandes designers editoriais e editores expressaram isso, alguns
deles até mesmo trazendo outras habilida-des e conhecimentos à
mistura. Mark Porter, que proje-tou as revistas Colors e WIRED
antes de se tornar dire-tor de criação do jornal The Guardian,
estudou letras na Universidade de Oxford, em vez de estudar design
for-malmente. Como ele explica, esse fato está no cerne de sua
abordagem do design:
“Eu abordo o editorial do ponto de vista do leitor. Um bom
design editorial deve, em primeiro lugar, fazer com que as pessoas
queiram ler e, depois, deve contar histórias; a maioria dos
leitores não está interessada
em design e quando olham para uma página, eles de-vem ver
ideias, pessoas e lugares, não o design gráfi-co. Também pode ser
que, estando na universidade, isso tenha facilitado para mim a
comunicação com os editores, pois minha formação é similar à
experiência de muitos deles. Os jornais estão repletos de
jornalis-tas muito inteligentes, o que é um desafio intelectual
constante para mim; se meu design não for claro e convincente,
perderei o emprego. Letras por si só não foi tão útil em meu
trabalho (com exceção de fazer projetos no exterior e ter o
conhecimento de outras línguas), mas acredito que o design também é
uma linguagem e como tal, não tem nenhum valor real em si; só se
torna útil quando você tem algo que vale a pena dizer.”
Dylan Jones, editor da revista GQ, mas também ex-edi-tor das
revistas iD, The Face, Arena e Arena Homme Plus, por sua vez,
formou-se como designer gráfico. Willy Fleckhaus, diretor de arte
da antológica revista alemã Twen na década de 1960, era jornalista.
E David Hill-man, sócio da Pentagram, designer da New Statesma-nand
and Society e do jornal Guardian, era, ao mesmo tempo, diretor de
arte e editor adjunto na Nova. Ele dis-se: “Direção de arte não é
estabelecer a manche gráfica ou estilizar um título, nem mesmo
realizar uma boa jus-taposição de imagens e texto. Em sua melhor
expres-são, a direção de arte envolve um diretor de arte que tem
sólida e profunda compreensão do que a revista diz e que, por meio
do design, influencia a maneira como a revista o faz.”
Você pode muito bem ter ouvido falar e lido sobre os grandes
nomes do design e se perguntado como eles chegaram onde estão. Nas
próximas duas páginas, dis-ponibilizamos três entrevistas com
alguns designers reais, que atuam em diferentes níveis, explicando
o tra-balho que desenvolve me como começaram.
-
19Design editorialperfil
Designer júniorEsa Martinesva, revista digital Port
O que realmente faz um designer júnior/estagiário em uma
re-vista digital?Como o formato tablet ]iPad) é muito novo, não há
realmente ne/nhum designer sênior que saiba tudo sobre o design; É
simples/mente uma grande descoberta para todos; Em meu papel como
designer júnior(estagiária, eu era responsável por pensar sobre
como o leitor interage e navega pela revista, além de ajudar a
fa/zer layouts e pensar sobre a tipografia na tela;
Como essa atividade diária difere de um designer que trabalha na
mídia impressa?A mídia pode ser nova, mas os princípios básicos da
comunica/ção e da interação são os mesmos; Você precisa ter uma
com/preensão geral de como o tipo, a imagem ]em movimento ou
pa/rada) e o áudio trabalham juntos e, também,uma noção de quando
não usá/los;
Vocês têm de aprender a lidar com as diferentes
plataformas?Muitos aplicativos têm tentado fazer muito ao mesmo
tempo; Obviamente, os tablets são muito bons com vídeo e áudio, mas
os usuários parecem apreciar a simplicidade e a sutileza no
design;
Eu não acho que todos os designers precisam conhecer
tecnica/mente todas as mídias, mas é essencial para entender como
es/sas diferentes mídias funcionam; Como especialista em design,
trabalhando com a Adobe Creative Suite, você realmente não pre/
cisa mexer com código de programação, mas você estará lidando
com elementos interativos, como botões e hiperlinks; Mais uma vez,
o maior desafio é entender como texto e imagens funcionam na tela
diferentemente da página impressa;
Como vocês ficam atualizados com a tecnologia?Você realmente não
pode fazer de outra maneira, exceto pegar o touro pelos chifres e
tentar experimentar as novas ferramentas e mídias quando elas são
lançadas;
Como você começou nas revistas?Meu portfólio tinha um número
razoável de projetos editoriais e projetos impressos; Um professor
lembrou do meu interesse por design editorial e recomendou/me para
o trabalho; Consegui a posição e estava ajudando na concepção da
edição iPad da revis/ta; Depois do projeto, a equipe quis que eu
continuasse a traba/lhar com eles; Agora, estou trabalhando
principalmente com a edição impressa, mas ainda estou trabalhando
um pouco com o lado digital também;
Você trabalhou de graça como estagiária?Sim, no início; A
revista era uma start-up feita, principalmente, com o trabalho
voluntário; Isso parece ser bastante normal com as revistas
independentes que estão começando antes de o orça/mento ser
estabilizado; Desde então, tenho sido paga e, nossos estagiários
recebem uma pequena remuneração;
Como estagiário, é raro que você possa dizer “eu fiz isso”,
pois, muitas vezes, o trabalho é em grupo, dirigido por um diretor
de arte. Mas sua experiência de trabalho mesmo em layouts simples
realmente importa.
-
masterPIECES
CR
ED
ITS
+
Day or night, the look-at-me skirt makes the most glamorous
statement this spring
PHOTOGRAPHS BY BEN WELLERSTYLING BY NATALIE BREWSTER
masterPIECES
CR
ED
ITS
+
Day or night, the look-at-me skirt makes the most glamorous
statement this spring
PHOTOGRAPHS BY BEN WELLERSTYLING BY NATALIE BREWSTER
Left: Sweater by Marc Jacobs; skirt by Preen;sandals by
Alexander McQueen; glasses by Linda Farrow Luxe; necklaces by Tom
Binns and Bottega Veneta; bracelet by Tom BinnsRight: Top by J.W.
Anderson; skirt by Karl; pumps by Charlotte Olympia; clutch by
Versus; earrings by Bottega Veneta; rings by Eddie Borgo and
Erickson Beamon; bracelet by DAY Birger et Mikkelsen
20 Capítulo 1perfil
Designer sêniorGemma Stark, revista digital Net-a-Porter
O que realmente faz um designer sênior em uma revista digital?Em
alguns aspectos, o papel é bastante semelhante à função em uma
revista “tradicional”; Eu faço a direção de arte dos ensaios de
moda, as matérias de design para a revista e participo de reu/niões
de planejamento; Eu, normalmente, projeto várias matérias ao mesmo
tempo, além de identificar fotógrafos e desenvolver conceitos para
as fotografias; Algo que diferencia o trabalho é ter consciência do
aspecto digital do produto acabado, por isso, tra/balho em estreita
colaboração com a equipe de tecnologia para discutir como as
páginas funcionarão na tela;
Como essa atividade diária difere de um designer que trabalha na
mídia impressa? É um processo mais rápido?Bem, eu trabalho em uma
revista semanal, portanto, é definitiva/mente mais corrido!
Começamos a projetar a maioria das histórias na terça/feira e, na
quinta, na hora do almoço, o editor revê toda a revista; Nossos
layouts são, então, passados para a equipe de tec/nologia na
segunda/feira e estão no ar, no site, na quarta; O proces/so de
revisão é bastante diferente; Verificamos a qualidade das imagens e
do texto em nosso site interno, em vez dos cromalins [provas de cor
de alta qualidade], e fazemos alterações onde neces/sárias, as
quais são, então, atualizadas pela equipe de tecnologia;
Vocês têm de lidar com diferentes plataformas?Nossa revista é
construída em Flash, mas os desenhos também são usados para criar
nosso aplicativo para iPad em HTML 8 ; Também projetamos uma
miniversão em PDF de uma das maté/rias da revista por semana para o
iPhone, e ainda fazemos proje/tos impressos de tempos em tempos;
Trabalhamos no InDesign, mas também usamos o Photoshop para as
páginas do site e os e/mails; Então, sim, há muita variedade; No
Net-a-Porter aborda/mos tudo por um ângulo editorial – até mesmo os
banners e pro/
moções têm uma mensagem editorial; Trabalhar em uma revista
digital significa que temos de colocar muito menos em uma pági/na;
Isso, evidentemente, tem suas vantagens; Podemos usar a animação
para expor mais informações e imagens; Temos que considerar coisas
como animação e utilização assim que come/çamos a projetar cada
layout; Até a mais simples animação pode alterar completamente a
página;
Como você fica atualizada com a tecnologia?Estou constantemente
visitando outros sites em busca de inspi/ração e lendo sobre novas
ideias nos blogs; Nos reunimos e dis/cutimos com a equipe quais
novidades poderíamos introduzir; Se alguém vê algo brilhante,
enviamos o link para toda a equipe; Em/bora possa não ser relevante
para todo mundo, ou para o projeto em que a pessoa está
trabalhando, pode ser útil para alguém; Nosso departamento de
tecnologia é realmente ótimo e constan/temente nos mantém
informados sobre quaisquer novas ferra/mentas disponíveis para
nós;
Como você começou nas revistas?Eu comecei a fazer uma
experiência de trabalho durante as férias de verão, enquanto estava
na Central Saint Martins; Meu tutor me recomendou para um estágio
de verão na revista Elle; Fiquei lá por alguns meses e adorei,
pois, para mim, misturou duas das coi/sas que eu mais gosto: design
e moda! Mantive contato com as pessoas e busquei mais experiências
de trabalho sempre que pude; Na Elle, conheci meu chefe atual;
Quando ele me abordou sobre um emprego na Net-a-Porter, fiquei
muito animada; O fato de ser um varejista de luxo, on/line, com
forte foco em editorial, tornou/a ainda mais atraente; No momento
em que me formei, já tinha meu trabalho alinhado; Comecei como
designer júnior no mês de setembro seguinte;
-
Página oposta: O trabalho de Gemma mostra uma compreensão de
como o leitor de moda adora uma imagem clara, mas também pode rolar
a tela para ler uma legenda.
perfil
Diretor de designJohn Belknap, jornal The Jewish Chronicle
O que realmente faz um diretor de design em um jornal?Como
diretor de design, existem dois níveis de design em que você se
envolve; O primeiro é criar e manter o visual característi/co do
papel; Tudo, desde o cabeçalho até os classificados, tem uma
aparência única e você a cria, fica de olho e continua a me/lhorar
sempre; O editor pode querer criar uma nova seção e você projeta ou
supervisiona seu design;
O segundo nível é realmente produzir edições diárias ou
sema/nais; Isso envolve trabalhar em estreita colaboração com os
edi/tores para preparar fotografias, ilustrações e infográficos
para as páginas, além de fazer o layout das páginas; Os designers
nos grandes jornais geralmente estão apenas envolvidos com layou/ts
complexos e os subeditores ]ou editores de texto, nos EUA)
diagramam a maior parte das páginas de notícias de acordo com
diretrizes rígidas que lhes são dadas previamentepelo diretor de
design; Como diretor de design, você emprega outros diretores de
arte para lidar com as páginas específicas para as várias se/ções
como negócios, esportes e artes; Você trabalha em estreita
colaboração com o editor para criar um layout que engrandeça a
matéria e trabalha com editores de imagem, editores de seção,
ar/tistas gráficos e, no final do processo, o gerente de produção
que está ansioso para enviar seu trabalho para a impressão;
Como você cria o design, a fim de permitir que o conteúdo vá
para a versão on-line?A maioria dos jornais tem um sistema
“plug/in” anexado ao Quark, ao InDesign ou a outro software de
composição de pági/nas; Isso significa que os artigos são colocados
em um banco de dados e, em seguida, extraídos para a página a
partir desse banco de dados; Há muitas maneiras de direcionar o
texto para a Web, mas basicamente ele também é extraído desse banco
de dados; Além disso, o mesmo banco de dados é usado para criar um
ar/quivo de artigos antigos do jornal; Nos velhos tempos ]ou seja,
alguns anos atrás), as histórias iam para o jornal, em seguida,
para a Web; Agora, elas costumam ir para a Web primeiro; Isso é
mais uma tarefa dos sistemas de TI(produção, mas pode afetar os
detalhes do design; Por exemplo, as manchetes, títulos secundá/rios
e texto têm de estar sempre em caixas separadas – ou ter fo/lhas de
estilo separadas – de modo que o software da Web possa
distingui/los e organizá/los na ordem correta;
Como você fica atualizado com a tecnologia??Meu gerente de TI
diz que temos de instalar essa e aquela novi/dade, e eu tento ficar
atualizado com as novas ferramentas;;
Como você começou nos jornais?Eu trabalhei no jornal da minha
escola e adorava sua progressão rítmica, que ia da preguiça à
adrenalina; Fiquei viciado; Meu primei/ro trabalho foi de meio
período em um jornal na universidade; Por fim, saí da universidade,
e permaneci no jornal por mais 40 anos;
Direita: John trabalha em estreita colaboração com o editor para
criar capas ousadas e garantir pontos de entrada para o
leitor-alvo. Foto na imagem à esquerda de John Rifkin.
21Design editorial
-
22
-
223
Capítulo 2: Formatos editoriais
Até a introdução do tablet, em 2010, jornais nacionais, revistas
comerciais e de estilo de vida, e suplementos em papel brilhante
representavam o mais alto status de design editorial. Contudo, as
publicações digitais estão, agora, se desenvolvendo rapidamente e
fornecendo novas oportunidades para designers editoriais, editoras
e anunciantes. A nova família digital consiste em sites, celulares,
tablets Android e iPad. Os “aplicativos” estão permitindo que os
designers adicionem animação e interatividade a jornais e revistas
digitais. Muitas pessoas agora têm dispositivos móveis que permitem
que as publicações tenham mais seguidores com suas interfaces
digitais do que têm no formato impresso.
Nosso foco neste capítulo é o design editorial para os formatos
impresso e digital, examinando as edições regularmente publicadas
de jornais e revistas que definem e ditam as tendências que os
demais seguem e copiam.
-
24 Capítulo 2
Uma história concisa das publicações digitais
As primeiras publicações digitais eram principalmente sites com
páginas em PDF que podiam ser movimenta-das como se viram as
páginas de um jornal ou revista convencional. Porém, os arquivos
eram grandes e limi-tados pelas fontes disponíveis. A editora
americana Condé Nast construiu seu próprio software personali-zado
interno e produziu a Wired, GQ e Vanity Fair, sem depender de
sistemas de software externos. A chegada do HTML na década de 1990
como uma linguagem de codificação de computador permitiu que os
designers incorporassem um conteúdo animado na Web. O nave-gador lê
as tags e apresenta esse código como imagens e texto.
Conforme a tecnologia de design interativo foi sendo melhorada,
os aplicativos passaram a agradar aos anunciantes que poderiam,
então, adicionar imagens com movimento e conteúdo interativo às
propagandas. Com a chegada do iPad, em 2010, a publicação digital
tornou-se uma experiência ainda mais portátil. O iPad trouxe um
elemento lúdico para as ferramentas dispo-níveis. Ele também
colocou o editorial no mesmo dis-positivo portátil, junto com todas
as outras grandes coisas na vida – e-mail, fotos, compras, Internet
e leitu-ra. No final de 2011, porém, muitos aplicativos para iPad
voltaram à ideia de um produto mais enxuto: A abordagem repleta de
“firulas” foi rejeitada e a con-fiança em um bom design gráfico e
na edição inteli-gente voltou à publicação digital. Após o alvoroço
ini-cial pela animação e as promessas interativas complicadas, um
sentido de normalidade voltou à in-dústria da publicação digital em
2012.
As armadilhas do compartilhamentoO acesso ao conteúdo de outra
empresa provoca atrito naqueles que investem em captação de
notícias. Aque-les que criam conteúdo jornalístico, como o The New
York Times e a BBC, estão arcando com o custo de uma reportagem
séria. O escândalo WikiLeaks, em 2011, des-tacou o debate moral
sobre a acessibilidade das notí-cias na era digital e levantou a
questão sobre a quem “pertence” o conteúdo. A lei em torno da
captação de no-tícias claramente precisava ser redefinida. Em 2012,
o escândalo do grampo telefônico britânico expôs a inca-pacidade
das autoridades para controlar os meios de comunicação e uma
comissão de inquérito foi convoca-da para investigar a cultura, as
práticas e a ética da im-
prensa. O relatório do inquérito pediu um novo órgão regulador
para impor princípios estabelecidos envol-vendo a legalidade,
privacidade e honestidade em di-reitos autorais.
! “Quando estamos projetando a revista, estamos pensando em como
isso funcionará no iPad.
O iPad levou-nos a pensar sobre como construir o conteúdo para a
edição impressa a partir do site. Ele contém todos os elementos
interativos. É um conteúdo semelhante ao da revista, mas empresta
elementos interativos do site.”Meirion Pritchard, ex-diretora de
arte, Wallpaper*
A diretora de arte da Real Simple, Janet Froelich, usa esse
recurso visual atraente para chamar a atenção do leitor. No iPad, a
nitidez dessa foto de Craig Cutler é ampliada, ganhando maior
clareza. Muitas publicações usam um simples PDF de uma página
impressa, mas a Real Simple utiliza o formato de iPad em seu
melhor, a fim de aprimorar o conteúdo para a maneira como o leitor
usa a revista – muitas vezes na cozinha.