Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957 1 INTRODUÇÃO O conhecimento da dinâmica e das características territoriais, numa perspectiva abrangente do espaço incluindo o homem e as suas actividades, através de uma informação de base eficazmente organizada e tratada, permite identificar oportunidades para responder a profunda alteração a que se assiste actualmente das variáveis que determinam a natureza e distribuição dos usos e funções do território, sendo igualmente fundamental para níveis de decisão em termos de escolha e opções políticas e na adaptação dos respectivos instrumentos (Bicho, 1995; Veiga Simão, 2002). O rápido crescimento e desenvolvimento socioeconómico nas últimas décadas revelaram uma acentuada expansão das cidades com o consequente aumento de redes de infra-estruturas, de equipamentos, e estruturas diversas, que transformam constantemente o território. Este nível de desenvolvimento obriga as entidades gestoras a tomarem medidas elaborando. Surge assim a necessidade de recorrer a ferramentas de apoio, que resolvam o problema do armazenamento e gestão de elevado volume de informação, que permitam efectuar análises espaciais, simulações, ou seja uma ferramenta de apoio à decisão e apoio ao desenvolvimento equilibrado da evolução humana e da sua interacção com a cidade e com o meio ambiente. Como é natural, a estrutura e a forma de um espaço geográfico mudam constantemente, motivo pelo qual, é de notória importância a descrição dessas mudanças ocorridas, principalmente, por meio da cartografia, pois permitirá ter uma maior percepção do espaço e consequentemente na análise e solução de problemas relacionados ao mesmo espaço. Em conformidade deste pensamento, SILVA (2007:1), expõe, de forma clara, que ―a informação representa uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento do ambiente urbano. Além de permitir o planeamento de acções e dar suporte aos propósitos de qualquer gestão, ela está directamente ligada aos processos de tomada de decisão‖. Os Sistemas de Informação Geográficos (SIG) proporcionaram o tratamento dos dados espaciais. Neste sentido, o principal objectivo do projecto ―SIGTILHAL-Sistema de Informação Geográfica para Turismo na Ilha de Luanda‖ é fornecer a esta direcção uma
DESENVOLVIMENTO DE UMA APLICAÇÃO SIG-WEB VOLTADA AO TURISMO NA ILHA DE LUANDA
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Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
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INTRODUÇÃO
O conhecimento da dinâmica e das características territoriais, numa perspectiva
abrangente do espaço incluindo o homem e as suas actividades, através de uma
informação de base eficazmente organizada e tratada, permite identificar oportunidades
para responder a profunda alteração a que se assiste actualmente das variáveis que
determinam a natureza e distribuição dos usos e funções do território, sendo igualmente
fundamental para níveis de decisão em termos de escolha e opções políticas e na
adaptação dos respectivos instrumentos (Bicho, 1995; Veiga Simão, 2002).
O rápido crescimento e desenvolvimento socioeconómico nas últimas décadas
revelaram uma acentuada expansão das cidades com o consequente aumento de redes de
infra-estruturas, de equipamentos, e estruturas diversas, que transformam
constantemente o território. Este nível de desenvolvimento obriga as entidades gestoras
a tomarem medidas elaborando.
Surge assim a necessidade de recorrer a ferramentas de apoio, que resolvam o
problema do armazenamento e gestão de elevado volume de informação, que permitam
efectuar análises espaciais, simulações, ou seja uma ferramenta de apoio à decisão e
apoio ao desenvolvimento equilibrado da evolução humana e da sua interacção com a
cidade e com o meio ambiente.
Como é natural, a estrutura e a forma de um espaço geográfico mudam
constantemente, motivo pelo qual, é de notória importância a descrição dessas
mudanças ocorridas, principalmente, por meio da cartografia, pois permitirá ter uma
maior percepção do espaço e consequentemente na análise e solução de problemas
relacionados ao mesmo espaço. Em conformidade deste pensamento, SILVA (2007:1),
expõe, de forma clara, que ―a informação representa uma ferramenta fundamental para o
desenvolvimento do ambiente urbano. Além de permitir o planeamento de acções e dar
suporte aos propósitos de qualquer gestão, ela está directamente ligada aos processos de
tomada de decisão‖.
Os Sistemas de Informação Geográficos (SIG) proporcionaram o tratamento dos
dados espaciais.
Neste sentido, o principal objectivo do projecto ―SIGTILHAL-Sistema de
Informação Geográfica para Turismo na Ilha de Luanda‖ é fornecer a esta direcção uma
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ferramenta que permite optimizar a gestão da informação e possibilitar uma
identificação fácil de entidades turísticas perante novas realidades.
O SIGTILHAL será um exemplo de aplicação WebGIS com objectivos de
análise e visualização integrada de informação.
Nesse sentido, as aplicações de SIG para a ambiente Web, ou seja, os SIG-WEB
representam uma evolução dos SIG Desktops para os SIG distribuídos na Internet, estes
aplicativos possuem uma interface amigável para apresentação de dados espaciais de
forma interactiva e integrada quando comparada aos sites convencionais, abrindo novos
canais de comunicação entre os gestores e os turistas.
É importante ressaltar que a utilização de tecnologias livres, programas com
código de fonte aberta, representa uma grande vantagem no desenvolvimento de uma
aplicação SIG-WEB, pois possibilita a redução do valor final do aplicativo.
A partir do que foi exposto, o principal objectivo deste trabalho é estudar o
desenvolvimento de uma aplicação SIG-WEB com enfoque na disponibilização de
dados turísticos, sendo desenvolvida através de programas de Geoprocessamento livres.
Como objectivos específicos para a consecução deste estudo, o trabalho propõe:
- Analisar a utilização de tecnologias para SIG na Web, através de softwares livres;
- Montar uma base actualizável e geocodificada para dados turísticos;
- Mostrar a potencialidade da ferramenta desenvolvida, através de análises e simulações.
Ao longo deste trabalho serão discutidos e apresentados tópicos estruturados na
seguinte forma:
No capítulo 1 - GEOPROCESSAMENTO E TURISMO - é realizada uma
revisão bibliográfica destacando e exemplificando os principais conceitos abordados
durante o trabalho.
No primeiro tópico – Turismo – são descritas algumas definições de turismo,
baseados nos principais autores da área e de maneira introdutória, e introduzidos
conceitos e aplicações de SIG-WEB.
No segundo tópico – SIG e Internet – é realizado uma sinopse geral sobre os
Sistemas de Informação e Internet, destacando a importância da democratização de
dados espaciais.
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O terceiro tópico – ArcGis Online, demonstrado através de aplicações já desenvolvidas
o potencial é a interactividade resultante deste programa.
O capítulo 2 – CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO – faz uma breve
apresentação da cidade de Luanda, com enfoque para o Bairro da Ilha de Luanda, área
de estudo deste trabalho.
No capítulo 3 - denominado MATERIAS E METÓDOS, está descrito todos os
métodos necessários para proceder o desenvolvimento de uma aplicação SIG-WEB.
Neste são especificados os matérias utilizados para o desenvolvimento da aplicação e
apresentados processos para elaboração de bases de dados. Também são detalhados
processos para construção de páginas para Web.
No capítulo 4, RESULTADOS, é apresentado o SIG-WEB de Turismo,
destacando a potencialidade da aplicação e são realizadas análises a partir dos resultados
obtidos no estudo de caso, bem como são discutidos os produtos gerados pelo trabalho.
As CONSIDERAÇÕES FINAIS (RESULTADOS) trazem as conclusões sobre o
trabalho desenvolvido, sua importância, e relato de proposta para possível
aperfeiçoamento.
Na REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA estão listadas as fontes bibliográficas que
serviram de apoio para este trabalho.
Nos ANEXOS são apresentados alguns documentos que descrevem a
configuração do projecto desenvolvido.
2 – Problema
Com a implementação deste sistema de informação é possível dar respostas a um
conjunto de questões sobre a caracterização das actividades hoteleiras desenvolvidas em
toda região turísticas da Ilha de Luanda, bem como ajudar as entidades a elaborar novas
estratégias comercias para a região.
O SIGTILHAL será de grande importância uma vez que temos um défice na
informação bem como localização das unidades turísticas e carecemos de respostas
concernente as novas unidades industriais.
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3 – Objectivos:
3.1-Objecto de Estudo
Criação de banco de dados SIG das entidades hoteleiras da região da ilha de
Luanda. Pretende-se que o desenvolvimento deste projecto, na área correspondente
contribua para:
1. Facilitar o acesso a informação;
2. Minorar as situações de existência ou má qualidade de informação;
3. Actualizar a informação com periodicidade necessária;
4. Facilitar a emissão de informação devidamente georrefenciada.
3.2-Objectivos Gerais
O Projecto foi desenvolvido em cinco eixos, todos relativos á área da ilha de
Luanda, com os seguintes objectivos:
Caracterização dos Recursos Turísticos: Visa o desenvolvimento de um
sistema de informação geográfica de modo a facilitar a sua localização, análise
dos tipos de serviços prestados e Anexos Industriais de apoio turísticos.
Caracterização dos Estabelecimentos Comerciais e hospitalares: Visa o
desenvolvimento de um sistema de informação geográfica de modo a facilitar a
sua localização.
Caracterização dos Postos de Abastecimento de Combustíveis, Luz e Água:
Visa o desenvolvimento de um sistema de informação geográfica de modo a
facilitar a sua localização.
Informação Acessória: Visa o desenvolvimento de um sistema de informação
geográfica de modo a integrar no sistema informação necessária para o referido
projecto, por exemplo, Imagens Raster das Cartas militares, Limites
administrativos, Toponímia.
4-Hipótese
A informação geográfica é cada vez mais uma infra-estrutura estratégica no
ordenamento do território e por isso uma ferramenta essencial para facilitar a realização
de um amplo leque de actividades da administração pública.
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Mostrar a importância da ferramenta SIG no tratamento das informações espacializadas
viabilizando o sistema de geoprocessamento Hoteleiro.
5 – Requisitos do Sistema
Os SIG constituem um poderoso conjunto de ferramentas de recolha,
armazenamento, actualização, gestão, análise e exibição de dados espaciais. A
incorporação desta tecnologia pode contribuir para melhorar os serviços oferecidos no
mercado turístico, pois assenta na capacidade de fazer chegar informação a diferentes
agentes, incluindo a comunidade.
6-Benefícios
1. O Ministério de Hotelaria e Turismo bem como outras entidades ligadas ao
turismo terão bancos de dados georreferenciados com informações no campo.
2. O governo e o país terá a informação digital que lhe permitirá controlar
quando julgar conveniente e necessário.
7 – Metodologia
Mediante a disponibilização de dados colectados em campo e dos dados
cartográficos, Vamos elaborar um sistema cadastral de informações geocodificadas e a
partir daí, desenvolver uma aplicação SIG-WEB envolvendo toda a infra-estrutura
turística para a área do Bairro da Ilha de Luanda. Para o desenvolvimento da pesquisa
foram adoptados os seguintes procedimentos metodológicos:
Caracterização do Problema - Esta fase do projecto tem como finalidade
entender a extensão dos serviços, voltados para a divulgação e expansão do Turismo,
actualizado o cadastro de toda infra-estrutura turística da área, aliado a um sistema de
informação SIG-WEB.
Coleta de Dados – A base cartográfica utilizada no trabalho vai ser composta por
arquivos vectoriais resultado de um processo de digitalização das imagens aéreas e
satélite.
Para o tratamento dos dados espaciais, utilizou-se os programas ArcGIS 10 e 10.1.
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CAPÍTULO I - TURISMO E GEOPROCESSAMENTO
1.1 - Turismo
O turismo, em função de sua organização estrutural e suas definições
empresariais, administrativas, bem como profissionais, foi delimitado em tipos, formas,
modalidades, entre outras segmentações. No entanto, de acordo com Andrade (2001),
essa delimitação não possui nenhuma segurança científica, pois não há grandes
reflexões sobre o assunto.
A definição de turismo aceita do ponto de vista formal foi concebida pela
Organização Mundial do Turismo – OMT (BARRETO, 1995) onde a mesma afirma que
o turismo é: ―A soma de relações e de serviços resultantes de um câmbio de residência
temporário e voluntário motivado por razões alheias a negócios ou profissionais‖. No
ano de 2003 a OMT complementa, ―o turismo compreende as actividades das pessoas
que viajam e permanecem em lugares fora de seu ambiente habitual, por não mais de
um ano consecutivo para lazer, negócio ou outros objectivos‖.
A exploração turística, denominada muitas vezes de ―indústria do turismo‖ tem-
se caracterizado por um marcante crescimento nas últimas décadas, alimentando
esperanças de crescimento económico em diversas regiões do país. O que pode ser
comprovada pelo fato da actividade fazer turística fazer parte da pauta da maioria dos
governos.
Compreender a actividade do turismo significa valorizar o espaço geográfico, a
comunidade receptora, como também valorizar o turista, de forma a atrair e difundir tal
actividade levando as belezas naturais, culturais aos olhares de visitantes oriundos de
outras localidades.
O turismo é um fenómeno económico, político, social e cultural que deve ser
estudado de modo especial pela cartografia, através da sistematização de uma
cartografia do turismo, na qual o mais importante não é somente projectar símbolos para
compor um mapa, e sim reflectir sobre como este deve ser organizado, a fim de expor
claramente o raciocínio correto sobre o fenómeno, comunicando a verdadeira
informação ao público que se utiliza desses mapas. (MARTINELLI, 1995).
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1.1.2 Origem e evolução do turismo
A capacidade mental do homem faz com que ele, em um determinado momento
de sua vida, tenha o desejo de conhecer novos ambientes, independentemente de suas
necessidades básicas de sobrevivência. De acordo com Barreto (2000, p. 19) o conceito
do turismo, na linguagem quotidiana, e entendido como ―um quase sinónimo de
viagem‖.
O conceito turismo surge no século XVII na Inglaterra, referido a um tipo
especial de viagem.
A palavra tour e de origem francesa, como muitas palavras do inglês moderno
que definem conceitos ligados a riqueza e a classe privilegiada. […] a palavra tour
quer dizer volta e tem seu equivalente no inglês turn, e no latim tornare (BARRETO,
2003, p. 43).
Na Antiguidade Clássica, os gregos faziam deslocamentos constantes para
assistir, participar e ao mesmo tempo usufruir de espectáculos culturais, cursos, festivais
e jogos, os quais eram destinados aos cidadãos que se destacavam perante as outras
categorias sociais, e principalmente dos escravos.
Os jogos olímpicos, que tiveram seu início no mundo grego, ainda hoje são uma
referência mundial que movimenta milhões de dólares com o fluxo de turistas.
Com o advento da Revolução Industrial e o desenvolvimento das relações
capitalistas, a riqueza deixa de ser unicamente a terra e passa a ser a produção e o
trabalho. Esse fato faz com que um numero maior de indivíduos de classes sociais
intermediarias passe a dispor de condições financeiras para realizar viagens, como
também de um tempo maior para o lazer. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento
tecnológico trouxe melhorias aos meios de transporte que diminuíram o custo das
viagens e tornaram-nas mais baratas e confortáveis. A sociedade industrial e o avanço
tecnológico permitiram que os trabalhadores tivessem mais tempo para o lazer,
transformando o turismo em fenómeno mundial de massas (BARRETO, 2003).
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Em 1841, o inglês Thomas Cook passa ser o primeiro a agenciar viagens
turísticas e fazer a organização de grupos, oferecendo pacotes de férias, além de
introduzir guia turístico e publicar guias de orientações aos turistas. Com essa primeira
viagem em larga escala, massifica-se o turismo e inicia-se o turismo moderno
(CAMARGO, 2001, p. 49).
Após a Segunda Guerra Mundial, o turismo evoluiu como consequência dos
aspectos relacionados a produtividade empresarial, ao poder de compra das pessoas e ao
bem-estar resultante da restauração da paz no mundo (FOURASTIE, 1979).
A partir desse período, houve o surgimento dos processos tecnológicos nas
comunicações e nos transportes, a sociedade civil passou a ter acesso a diversos bens de
consumo, inclusive a viagens, os quais puderam ser proporcionados em função do
desenvolvimento económico de larga escala, o qual se constatava.
A partir do início da década de 1970, o turismo de massa se destaca de forma
mais acentuada, sendo desencadeados aspectos negativos na estrutura social,
económica, e ambiental nos ambientes visitados. Nos anos 1980 surge a proposta de um
turismo alternativo, contrario ao turismo de massa, representando o momento de
mudança de mentalidade em relação a sociedade e ao modelo de desenvolvimento. Esse
novo formato passa a considerar que a actividade só deve existir se o principal objectivo
for a melhoria da qualidade de vida das populações, por meio de um turismo diferente e
alternativo.
Nas últimas duas décadas, o turismo apresenta um crescimento contínuo, sendo
um dos sectores económicos que mais crescem no mundo. O turismo contemporâneo
esta intimamente ligado ao desenvolvimento e engloba um numero crescente de novos
destinos e diversidades. Segundo a Organização Mundial de Turismo, essas dinâmicas
tem transformado o turismo em factor fundamental para o progresso socioeconómico
dos países.
1.1.3-Mercado turístico
No âmbito da indústria do turismo, observam-se diferentes visões de segmentos.
Ignarra (2003) define 51 segmentos do turismo de acordo com 11 critérios, conforme
apresentados no Quadro abaixo.
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Critérios de segmentação Segmentos do turismo
1-Faixa etária
- Turismo infanto-juvenil;
- Turismo de meia-idade.
- Turismo de terceira idade;
2-Nível de renda
- Turismo popular;
- Turismo de classe media (turismo de massa).
- Turismo de luxo;
3-Meio de transporte
- Turismo aéreo;
- Turismo rodoviário;
- Turismo ferroviário.
- Turismo marítimo;
- Turismo fluvial/lacustre;
4-Duração da permanência
- Turismo de curta duração;
- Turismo de média duração.
- Turismo de longa duração;
5-Distância do mercado
consumidor
- Turismo local;
- Turismo regional;
- Turismo nacional.
- Turismo continental;
- Turismo intercontinental;
6-Tipo de grupo
- Turismo individual;
- Turismo de casais;
- Turismo de famílias.
- Turismo de grupos;
- Turismo de grupos especiais;
7-Sentido do fluxo turístico - Turismo emissivo;
- Turismo receptivo.
8-Condição geográfica do
destino
- Turismo de praia;
- Turismo de montanha;
- Turismo de campo;
- Turismo de neve.
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9-Aspecto cultural
- Turismo étnico;
- Turismo religioso;
- Turismo histórico;
- Turismo antropológico.
- Turismo arqueológico;
- Turismo artístico;
- Turismo de eventos programados;
10-Urbanização do destino
- Turismo de metrópoles;
- Turismo de áreas naturais;
- Turismo rural;
- Turismo de pequenas cidades.
11-Motivação das viagens
- Turismo de compras;
- Turismo de eventos;
- Turismo de entretenimento;
- Turismo de saúde;
- Turismo gastronómico;
- Turismo educacional;
- Turismo de aventuras;
- Turismo esportivo;
- Turismo de pesca;
- Turismo de descanso.
Tabela 1 – Segmentos do turismo
Fonte: Adaptado de Ignarra (2003)
1.1.4-Tipos de Turismo
No entanto, o relatório WTTC (2003, p. 3-4) apresenta apenas oito tipos
característicos de turismo, apresentados na tabela 2.
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Tipos Características
1-Étnico
Em que o turista reage com os residentes locais, normalmente
povos indígenas, visitando suas casas, observando sua rotina
diária e participando de seus acontecimentos rituais.
2-Cultural
Enfatiza os estilos de vida do passado, representados por
desempenhos e festivais.
3-Histórico
Envolve visitas a monumentos, museus e locais de importância
histórica.
4-Literário
E uma forma de expressão cultural e de comunicação que
envolve a apropriação de Imagem entre diferentes sistemas
simbólicos, já que permite as pessoas conviver com
determinadas fantasias por intermédio de livros e autores
favoritos e atitudes ou outros valores culturalmente assumidos.
5-Receptivo
No qual há a procura unicamente de lazer, podendo apresentar
múltiplos interesses específicos ou nenhum.
6-Religioso
Em que há visita a um destino de especial significação a uma
religião especifica, podendo fazer parte de uma viagem de lazer
e objectivos múltiplos ou que enfatiza
Unicamente seu aspecto religioso, a peregrinação em si.
7-Desportivo
Em que o turista se desloca para participar, como espectador, de
um evento desportivo, podendo este ter ou não um carácter
periódico.
8-Ambiental
Também denominado turismo ecológico ou ecoturismo, no qual
o turista viaja a um destino caracterizado pela presença de áreas
paisagísticas, procurando a amenidade e o valor recreativo
resultante do contacto com aspectos do mundo natural.
Tabela 2 – Segmentos turísticos WTTC
Fonte: Adaptado de WTTC (2009)
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1.2-Turismo em Angola
1.2.1-Breve Historial sobre o Turismo em Angola
Nos fins da década de 50 e princípios da década de 60 do século XX, o turismo
registou um extraordinário crescimento tanto em Portugal como nas Colónias
Ultramarinas (da qual Angola era parte integrante), tendo contribuído para tal o papel
preponderante do Estado Português através de adequadas medidas legislativas de
orientação e de controlo.
Os Órgãos Centrais do Turismo estavam sedeados em Portugal Continental,
especificamente em Lisboa. No que concerne a Angola e as restantes ex-Províncias do
Ultramar, só em Março de 1959 através do Decreto-Lei n.º42194 de 27 de Março que
cria nesses territórios os Centros de Informação e Turismo, foi institucionalizado o
primeiro órgão que viria ser o mais antigo antecessor do actual Ministério de Hotelaria e
Turismo, o Centro de Informação e Turismo de Angola (C.I.T.A.)
Em pleno tempo colonial era reconhecido as potencialidades turísticas de
Angola, mas o seu desenvolvimento não se concretizou devido a pouca atenção dada a
este sector económico importante. Em 1972 o dispositivo hoteleiro de Angola era: 57
unidade, dos quais Luanda, Huambo, Lubango e Lobito cobriam 54,4%, e o total de
camas era 3.934, no qual somente Luanda possuía 1.140. Podemos caracterizar o Sector
do Turismo em Angola no período de 1975 – 1988.
Mais de 90% das unidades hoteleiras e similares do País foram abandonadas
pelos seus antigos proprietários. Em 1975 com a criação do primeiro Governo do
Estado Angolano na sequência da proclamação da independência, ocorre a instituição da
Secretaria de Estado do Comércio e Turismo que, a partir de então, personificou a
Administração Turística Angolana a par de outros sectores da actividade sócio-
económica.
Na base do Decreto n.º. 26/75 as unidades hoteleiras e turísticas foram
intervencionadas tendo-se criado paralelamente o Centro de Controlo e Gestão dos
Estabelecimentos de Hotelaria, Restaurantes e Similares da Província de Luanda Nos
dois anos subsequentes assistiu-se à utilização irracional e consequente degradação das
infra-estruturas hoteleiras, restaurantes e similares, bem como das unidades
complementares.
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Nos trinta e três anos de Independência Nacional o turismo na República de
Angola teve uma evolução algo titubeante devido ao conflito armado que então se viveu
até no limiar do ano de 2002. Com o actual clima de paz efectiva no País, com o
conhecimento e compreensão do sector público e privado, o turismo tem estado a tomar
o seu verdadeiro rumo.
De forma sintética pode-se descrever a evolução do sector nos últimos trinta e
três anos, no modo seguinte:
Na sequência da proclamação da independência de Angola e sua constituição em
República Popular no ano de 1975, é constituído o primeiro Governo do Estado
Angolano, no qual é instituído a Secretaria de Estado do Comércio e Turismo, que a
partir de então personifica a Administração Turística Angolana, a par de outros sectores
da actividade socioeconómica.
Face à situação de abandono por parte dos seus antigos proprietários deixando
mais de 90% das unidades hoteleiras e similares do país, as mesmas foram
intervencionadas com base no Decreto n.º128/75, tendo-se criado paralelamente o
Centro de Controlo e Gestão dos Estabelecimentos de Hotelaria, Restaurantes e
similares da Província de Luanda.
Na perspectiva de pôr cobro a tal situação o Governo promulgou o decreto
n.º42/77 de 12 de Maio que cria o MINCI - Ministério do Comércio Interno e aprova o
seu Estatuto Orgânico, onde se insere a Direcção Nacional do Turismo e Hotelaria.
A partir de 1978 o órgão reitor do turismo iniciou o processo de criação de
empresas hoteleiras de âmbito provincial totalizando em 1983, 19 empresas do género,
denominadas Emprotel. Em Luanda foi criada a Anghotel – U.E.E, de âmbito local, a
qual foi atribuída a tutela dos hotéis Trópico, Panorama, Turismo, Costa do Sol,
Alameda, Continental e Globo.
A adesão da República de Angola à OMT ocorreu na 8ª Assembleia Geral
realizada em Paris em 1989. Esta acção trouxe vantagens palpáveis se tornaram
beneficiando do clima propício que se gerou com a assinatura dos acordos de paz.
O benefício imediato traduziu-se na implementação do Projecto ―Reforço
Institucional do Estado Angolano no domínio do Turismo‖, financiado pelo PNUD,
executado pela OMT, e consubstanciado na Reestruturação da Direcção Nacional do
Turismo; Criação de um sistema de recolha, tratamento, análise e publicação de
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estatística do turismo; Criação de um serviço estatístico informatizado na DINATUR;
Elaboração de propostas de legislação turística e Capacitação dos recursos humanos.
O Ministério de Hotelaria e Turismo está estruturado e organizado conforme
determina o Decreto-Lei 13/94 de 1 de Julho que estabelece a Orgânica dos Serviços
Centrais e Locais da Administração do Estado.
A realidade da actividade hoteleira e turística no mundo, em particular na região
socioeconómica da SADC em que insere a República de Angola. A necessidade de dar
cumprimento aos ditames da Política Nacional do Turismo e da Estratégia Sectorial da
Hotelaria e Turismo, aprovadas pelas Resoluções números 7/97 e 9/97, ambas de 27 de
Junho do Conselho de Ministros, respectivamente; e ainda a necessidade de melhor
implementar esses dois instrumentos no domínio do fomento do turismo e acompanhar
a dinâmica do seu desenvolvimento, o MINHOTUR fez aprovar pelo Conselho de
Ministros a criação do Instituto de Fomento do Turismo conhecido pela sigla,
INFOTUR.
Angola tem capacidade para se tornar uma nova fronteira do turismo do século
XXI. Tomando todas as precauções necessárias para viajar em condições de segurança,
inclusive do ponto de vista sanitário, o turista descobre enormes territórios
inexplorados, que permaneceram isolados do mundo por longos anos e que, pela
primeira vez, se abrem aos estrangeiros.
Três exemplos de investimento no sector do turismo: As praias tropicais entre
Luanda e Benguela, com panoramas encantadores e ao alcance do turista
contemporâneo; o deserto do Namibe (que marca o início do deserto que dá o nome ao
país vizinho, a Namíbia), tão belo quanto a Namíbia em termos de belezas naturais e
interesse cultural; as montanhas de tirar o fôlego do Planalto da Huíla.
No domínio do intercâmbio internacional por força da crença, perseverança e
dinâmica dos titulares das diversas instituições que ao longo dos trinta e três anos de
independência nacional, tutelaram a Administração do Turismo Nacional em cada fase
da vida socioeconómica do País, Angola é hoje membro da OMT-Organização Mundial
do Turismo, RETOSA, instituição da SADC que rege a actividade na região austral do
Continente, ATA-África Traveler Association e da CPLP, sector do Turismo e é
integrante do Projecto OKAVANGO ZAMBEZE em parceria com o Botswana,
Moçambique, Zâmbia e Zimbabwe. (Tirado do Site: www.minhotur.gov.ao)