UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES II ELIAS SOARES CARVALHO 12637001701 SISTEMAS CONSTRUTIVOS Trabalho apresentado como requisito avaliativo para obtenção do conceito final da disciplina ministrada pelo prof° José Pacha.
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Descrever resumidamente as etapas da construção das edificações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES II
ELIAS SOARES CARVALHO 12637001701
SISTEMAS CONSTRUTIVOS
Trabalho apresentado como requisito avaliativo para obtenção do conceito final da disciplina ministrada pelo prof° José Pacha.
Belém – ParáAbril de 2013.
1. Descrever resumidamente as etapas da construção das edificações
Construção
Na arquitetura e na engenharia, a construção é a execução do projeto
previamente elaborado, seja de uma edificação ou de uma obra de arte, que são
obras de maior porte destinadas a infra-estrutura como pontes, viadutos ou
túneis. É a execução de todas as etapas do projeto da fundação ao acabamento.
Consistem em construir o que consta em projeto, respeitando as técnicas
construtivas e as normas técnicas vigentes.
1 – PROJETOS E APROVAÇÕES
- Contrato:
Quem vai encomendar ao arquiteto ou engenheiro o projeto e o gerenciamento de uma
construção deve se proteger com um contrato detalhado. Não é preciso advogado para
redigi-lo, mas é necessário certificar-se de que ele contém alguns itens fundamentais:
· Nome, endereço, RG e CIC do profissional e do cliente;
· O objeto do contrato, ou seja, elaboração de projeto, gerenciamento da obra e
contratação de mão de obra;
· Prazos estabelecidos para execução dos serviços contratados;
· Preço e forma de pagamento, com prazos especificados;
· Determinação das responsabilidades civil, penal e trabalhista do encarregado pelo
gerenciamento e pela contratação da mão de obra;
· Estipulação de multas para ambos no caso de não cumprimento de cláusulas do
contrato;
· Indicação do fórum para uma possível discussão legal do contrato;
· Assinatura das duas partes e de duas testemunhas, todas com firmas reconhecidas;
· Qualquer acidente ocorrido na obra tem como responsabilidade solidária o
proprietário.
- Alvará
Licença, expedida pela prefeitura, que autoriza a construção de um imóvel. O poder
municipal fica obrigado a liberar a permissão sempre que um pedido for feito, desde que
respeite todas as regras e especificações regidas pelo código de obras e a lei de
zoneamento do município e a apresente todos os documentos requeridos:
· Cópia autenticada da escritura do terreno;
· Carne de imposto predial e territorial urbano em dia;
· Cópia da inscrição no município e registro no CREA do profissional responsável pela
obra – engenheiro ou arquiteto;
· Se houver alguma mudança no decorrer da obra, ela precisa ser notificada ao poder
municipal, a menos que seja uma das diferenças (entre o projeto aprovado e o
executado) toleradas. Para poupar tempo e evitar multas, vale a pena informar-se na
própria prefeitura à respeitos das modificações autorizadas.
- Habite-se
Expedido pela prefeitura, é a licença que libera o imóvel construído ou reformado para a
moradia ou para a permanência e circulação de pessoas (como cinemas, teatros e
escritórios). Essa autorização só é concedida após a entrega de todos os documentos
referentes à obra, como o alvará e o memorial descritivo, além dos comprovantes de
pagamento dos impostos (INSS e ISS) e uma vistoria na obra. Se houver qualquer
divergência, um fiscal vai até a construção: ele pode multar o construtor e impedir que
pessoas entre no edifício até que as correções sejam feitas.
- Demarcação terreno
Para evitar futuros problemas com limites de áreas, é bom proceder à demarcação do
terreno. As prefeituras só aprovam plantas de lotes com as divisões devidamente
definidas.
Assim, o proprietário tem assegurados a área e os limites de seu imóvel: uma garantia
para o caso de algum visinho invadir o espaço. Quem não tem esse documento pode
solicitar uma cópia na administração municipal. Nos casos em que a planta não tenha
sido aprovada (loteamentos clandestinos, por exemplo) o proprietário deve contratar um
topógrafo para fazer as medições e definir onde termina o terreno. Depois disso, é
necessário levá-la para a aprovação na prefeitura, regularizando a situação.
- Contratação de operários
Quando o contrato é feito diretamente com os operários, todas as obrigações trabalhistas
são de responsabilidades do proprietário da obra, ainda que se trate de um serviço
rápido. No caso de haver um empreiteiro, é ele o responsável por efetuar esses
pagamentos. Certifique-se de que eles estão realmente sendo recolhidos exigindo a
apresentação de todos os comprovantes. É uma forma de evitar futuros problemas com
reclamações trabalhistas. É sempre bom lembrar que qualquer acidente ocorrido na obra
tem como responsável solidário o proprietário.
- Cadastro da obra no INSS
O prazo máximo para que se efetue o registro no INSS é de 30 dias a partir do início da
obra. Quem não o fizer corre o risco de ser autuado e multado por um fiscal. Para o
cadastro, é só preencher o certificado de matrícula e alteração (CMA) no posto do INSS
mais próximo, não é preciso pagar nada no ato, as contas poder ser acertadas no final. O
valor devido depende de um cálculo complexo, feito pelo empreiteiro ou no próprio
posto do INSS, que considera as características da construção (alvenaria, madeira ou
mista) o uso (residencial, comercial ou industrial) e a metragem. Geralmente, o
recolhimento sobre a mão de obra é estabelecido de acordo com o custo unitário básico.
Esse índice mensal do SINDUSCON leva em conta o valor mínimo de cada categoria
profissional e de algumas matérias primas.
- Recibos de pagamento
Devem ser mensalmente assinados pelos funcionários alocados na construção.
- Guias do FGTS
Não se esqueça das vias mensais de recolhimento do fundo de garantia por termo de
serviço (FGTS) dos funcionários.
2 – SERVIÇOS PRELIMINARES
È a hora de preparar o terreno. Uma maneira de evitar surpresas durante a etapa seguinte
– a da fundação – é contratar uma empresa para fazer a sondagem, necessária para
identificar as camadas do solo e sua resistência. Outro procedimento a ser executado
nessa fase é o levantamento topográfico, que vai determinar a necessidade ou não de
contratar serviços de terraplenagem. A essa altura, a montagem do barracão e o pedido
de ligações provisórias de água e energia elétrica, necessários para o andamento da
obra, também precisam ser providenciados.
Contar com um mestre de obras ou um engenheiro contratados para acompanhar o dia-
a-dia da construção é sempre bom. São eles que supervisionam todos os profissionais
envolvidos na empreitada.
- Sondagem
Espécie de radiografia do terreno que identifica as camadas de solo e sua resistência,
além de detectar a presença do lençol freático (água). Com base no relatório fornecido
pela empresa, o engenheiro calculista indica a fundação ideal para o terreno – nem
maior nem menor que o necessário. A sondagem faz no mínimo 3 furos em pontos
diferentes do lote para conhecer suas características e resistência – em outras palavras a
capacidade que o solo tem de suportar o peso de paredes, vigas e pilares.
- Camadas do solo
Basicamente, existem 3 tipos de solo: argilas, areias e siltes, que podem formar
“híbridos”, como silte arenoso. Independentemente do tipo, a qualidade essencial para a
construção é a resistência. As areias são classificadas de fofas a compactas; e as argilas,
de muito moles a rijas.
A argila rija e a areia compactas são excelentes. Mesmo sobre medianamente compacta,
ou argila média, dá para erguer uma casa com segurança. Ao contrário do que muitos
pensam, esses solos bons nem sempre surgem em terrenos planos. Nas praias, pode-se
encontrar areia pouco compacta; em várzeas de rios, costuma aparecer a argila orgânica,
muito mole.
- Levantamento topográfico
É uma análise do terreno, feita por um topógrafo. Resulta em plantas com curvas de
nível que representam a superfície de uma área, com todos os seus acidentes, como
árvores e pedras, além de fornecer as características de nivelamento do lote. Quanto à
topografia, um terreno pode ser plano, em aclive, ou em declive.
- Terraplenagem
Quase todo terreno pede terraplenagem. Ela pode ser executada de 2 formas,
dependendo das condições da área e do projeto arquitetônico. Pela chamada
compensação de corte e de aterro, movimenta-se a terra apenas para acertar o nível. Em
situações mais complicadas, é preciso depositar (aterro) ou retirar (corte) quantidades de
solo da área, o que muitas vezes exige o emprego de equipamentos de porte. Os cortes e
aterros trazem também a necessidade de construção de muros ou paredes de contenção
que podem encarecer a obra. Quando possível, deve-se deixar o próprio solo fazer esse
papel de contenção através de taludes naturais, de forma que o próprio solo se auto-
sustente.
- Montagem do barracão
A principal função do barracão é armazenar com segurança – e manter longe das
intempéries – os materiais que serão usados no decorrer da obra. A construção pode ser
de alvenaria ou de madeira. Na cobertura, geralmente empregam-se telhas de
fibrocimento. Além do espaço destinado a guarda de materiais, o barracão também
costuma abrigar instalações para os que trabalham na obra. As dimensões mínimas dos
ambientes e de suas aberturas, destinados a dormitórios, banheiros, cozinha, área de
serviço, refeitório dependem do número de funcionário previstos para a obra e estão
NR-18. a organização do canteiro é importante para se obter rapidez, segurança e
economia na obra. O barracão de ser erguido numa área onde possa permanecer até o
final da obra sem atrapalhar a movimentação no canteiro.
- Profissionais
· Arquiteto;
· Engenheiro calculista;
· Engenheiro elétrico e hidráulico;
· Engenheiro executor;
· Mestre de obras;
· Encarregado;
· Pedreiro;
· Carpinteiro;
· Serralheiro;
· Servente;
· Eletricista;
· Auxiliar de eletricista;
· Encanador;
· Auxiliar de encanador;
· Pintor;
· Gesseiro;
· Vidraceiro.
3 – FUNDAÇÕES
A solidez da futura casa depende de uma fundação bem dimensionada e executada. De
posse dos resultados da sondagem e do levantamento topográfico, o engenheiro
calculista, profissional contratado para projetar uma fundação adequada, conseguirá
encontrar a alternativa mais eficiente. As fundações podem ser diretas, no caso de
terrenos firmes, e indiretas ou profundas, quando incluem estacas e exigem a perfuração
do solo. Normalmente não se usam fundações diferentes na mesma obra, mas
dependendo das condições do terreno, o engenheiro pode recorrer a uma solução mista.
- FUNDAÇÕES DIRETAS
As fundações de uma casa devem alcançar uma camada de solo de resistência média. Se
essa camada surgir em pequena quantidade (em geral, até 1,5m abaixo do nível do solo),
dá para fazer uma fundação rasa: sapata isolada, sapata corrida ou laje radier.
- Sapata isolada
Tipo de fundação direta, própria para terreno firmes. Formada por elementos de
concreto, as sapatas isoladas são construídas apenas nos pontos que recebem,
individualmente, a carga das colunas da casa. A viga baldrame percorre a distância entre
dois pilares (colunas de sustentação) e sustenta as paredes de fechamento. Esse tipo de
fundação direta é recomendado para casa com qualquer número de pavimentos, pois
suporta o peso concentrado de pilares.
- Sapata corrida
Apóia-se diretamente no solo a fim de distribuir sua carga por uma área maior. Da
sapata sai a viga baldrame, e daí sobem as paredes de alvenaria. É indicada pra solos
resistentes e construções com paredes portante, ou seja, aquelas que dispensam pilares e
vigas. Dessa forma, o peso das lajes se distribui por igual ao longo das paredes. Se a
parede não for portante, o engenheiro pode recorrer a alargamentos das sapatas nos
pontos de maior carga (mas só se o solo for resistente).
- Laje Radier
Radier é um elemento de fundação superficial que abrange todos os pilares da obra.
Assemelha-se a uma laje de concreto armado e é executado sobre a superfície do terreno
nivelado. A espessura do radier varia de acordo com as cargas da obras e as
características de resistência do solo. O uso requer uma camada de solo superficial de
resistência compatível com o porte da construção.
- FUNDAÇÕES INDIRETAS
As fundações de uma casa devem alcançar uma camada de solo de resistência média.
Quando ela aparece a mais de 3 metros, recorre-se a fundação profunda: as estacas ou os
tubulões, que transmitem as cargas ao terreno pela base (estrato de apoio firme no solo)
e pela sua superfície lateral.
- Estacas
Elementos de fundação profunda, montado inteiramente por equipamentos ou
ferramentas, sem a descida de operários. Existem as pré-moldadas, inseridas no terreno
por meio de golpes de um martelo de cravação, e as executadas no local, como a strauss
e a broca.
Estaca strauss
Quando a perfuração é feita com um aparelho chamado strauss – vem daí o nome da
estaca. É recomendada nos casos em que a fundação deve ser profunda, entre 4 e 10 m.
Para executa-la instala-se um tripé com um tubo metálico que perfura o solo até a
profundidade definida pelo engenheiro. O furo é, então, preenchido de concreto. Esse
tipo de estaca é mais indicado para terrenos secos. Caso haja lençol freático, só poderá
ser empregado se, abaixo dele, o solo for consistente.
Estaca broca
É feita com o auxílio de uma ferramenta chamada trado, que escava um furo na terra até
encontrar solo firme. O trado manual só alcança 4 metros, mas o mecanizado não tem
limite.
Depois o furo é preenchido de concreto. Não se indica a broca quando há lençol de
água.
- Tubulões
Trata-se de uma peça de concreto armado, cilíndrica e com base alargada. É o tipo de
fundação profunda particularmente indicado para terrenos sem pedras. Isso porque,
durante a execução, os operários cavam a terra e as preenchem com concreto. Ao
descerem nas escavações, conseguem remover eventuais matacões encontrados. Pouco
usados em casa, são feitos cavando-se um poço que é, a seguir, concretado.
- Impermeabilização das fundações
Rede de drenagem superficial
Capta a água da chuva e de lavagem dos arredores da casa. Constituída de grelhas e
ralos que recebem a água dos pisos e conduzem à rede de águas pluviais. Como
proteção adicional deve-se impermeabilizar as baldrames e rodapés de paredes com
argamassas especiais, material polimérico ou asfáltico, todos apropriados para essa
finalidade.
Impermeabilização de sapatas
Como dreno, coloca-se uma camada de brita sobre o solo no local previsto para a
execução da sapata. Sobre ela vem o lastro (camada de concreto simples sem armadura),
reforçado com hidrofugante.
O isolamento pode ser feito de 2 formas:
a) argamassa com hidrofugante + tinta betuminosa
b) cimento cristalizado + cimento polimérico
Tanto a argamassa com hidrofugante quanto o cimento cristalizante são rígidos. Por
isso, é importante o uso da tinta betuminosa ou do cimento polimérico, produtos
semiflexíveis que evitarão trincas em face da movimentação natural do terreno.
Impermeabilização de laje radier
Começa com uma camada de brita sobre o solo (minimiza a pressão do lençol freático),
seguida de lastro com hidrofugante. Para cobrir essa grande área, o mais indicado são os
produtos flexíveis, como manta asfáltica e membrana asfáltica. O primeiro é encontrado
pronto, em rolo, e exige serviço especializado para fazer emendas. Já a membrana é
uma espécie de tinta, aplicada in loco em várias demãos. Por cima, vem o radier.
4 – ESTRUTURA
Há 2 sistemas de construção de casas. No mais tradicional, pilares e vigas de concreto
estruturam a moradia e tijolos fecham as paredes. No segundo, racionalizado, pré-
moldados de aço, madeira ou concreto formam um arcabouço que recebe painéis (de
gesso ou concreto) ou blocos (cerâmicos, silico-calcários etc) de fechamentos
industrializados.
Ainda não há uma conclusão sobre qual método prima pela economia. A alvenaria pede
mais tempo e gera mais desperdício que a obra racionalizada. Mas os materiais pré-
moldados ainda são caros no Brasil. A alvenaria estrutural despensa pilares e vigas: são
as paredes de blocos estruturais que sustentam as lajes e o telhado. Qualquer tipo de
fundação pode ser adequado à alvenaria estrutural – se o solo for firme, pode-se
empregar uma fundação rasa e barata. Se o solo for íngreme e pouco consistente, o que
dificulta o acesso e o trabalho no canteiro de obras, talvez compense em investir em
estruturas pré-moldadas. De qualquer forma, é muito provável que seja necessária uma
fundação profunda (e cara) para atingir o solo firme.
- Estrutura de madeira
Toras aplainadas ou roliças formam a armação, conhecida como paliteiro. No Brasil,
usam-se principalmente espécies amazônicas (jatobá, cumaru, itaúba, entre outras) e de
reflorestamento (como o eucalipto, tratado contra a umidade e insetos). Para que não
deformem ou rachem, é fundamental que, antes da montagem, tenham a secagem
controlada por especialistas. Há empresas que operam em escala industrial, adaptando o
projeto a peças de tamanhos predeterminados e encaixes padronizados. Os componentes
chegam prontos ao canteiro, onde são armados. O mais comum, porém, é o trabalho
artesanal, feito no local por construtoras tradicionais e carpinteiros. Alguns mecanismos
ajudam a evitar ou disfarçar fissuras no encontro de paredes e madeira, como os frisos e
as amarrações com pregos e ferros.
- Estrutura de aço
O aço é um metal formado de aço e carbono. No Brasil, as principais siderúrgicas
fabricam o material em chapas. Outras empresas compram essas chapas e as
transformas em vigas e pilares, que são utilizados nas estruturas.
Consulte os fabricantes de estrutura metálica. As Siderúrgicas e a Associação Brasileira
da Construção Metálica (Abcem) podem indicar algumas empresas. Muitas delas se
encarregam do projeto estrutural.
- Estrutura de concreto
Estima-se que 90% das construções no Brasil tenham estrutura de concreto (mistura de
cimento, brita, areia e água) armado com ferragens, que passam por dentro de pilares e
vigas.
Essa estrutura pode ficar embutida ou aparente. Nesse último caso, dá até pra usar
concreto colorido, uma novidade que custa 20% a mais.
Cabe ao arquiteto e engenheiro definir como erguer a estrutura: com concreto preparado
por empresas, feito na obra ou pré-moldado. O concreto dosado em central (cdc) chega
ao canteiro em caminhões do tipo betoneira. A proporção entre os componentes é
previamente especificada para que ele tenha a resistência e consistência necessárias.
Entre o preparo e a aplicação, existe um prazo máximo de 3 horas e meia, porque,
depois disso, o material endurece (embora existem aditivos que retardem esse processo).
Quando se necessita de pouco concreto ou o acesso de caminhões é complicado, os
pedreiros misturam o material no canteiro. Raramente, os arquitetos optam por pré-
moldados pra casas. O motivo está no alto custo de transporte das peças, que são
grandes e pesadas. O sistema é mais indicado para construções de maior porte, pois a
produção de peças viabiliza custos.
- Sistema pré-fabricado de concreto
Veja o que diz o arquiteto Paulo Mendes da Rocha sobre a estrutura pré-fabricada de
concreto, usada por ele na Casa Gerassi, em São Paulo.
· Montagem
Você faz um contato com a empresa, examina o elenco de peças de linha e monta o kit.
Eles entregam a estrutura montada. É uma realização extremamente atraente ver a
construção surgir. Depois, mais um mês ou dois para instalar os caixilhos e
acabamentos. Usa-se muito esse sistema para erguer pavilhões industriais – só em São
Paulo, existem umas 20 usinas de préfabricados.
· Padrão de qualidade
Essa construção mostra o padrão das peças que saem de uma usina, onde tudo é
controlado – dosagem do concreto, resistência etc. Casas feitas à mão não têm padrão
técnico nenhum, não se pode garantir nada.
· Liberdade criativa
A idéia de pré-fabricação não é absolutamente restritiva à imaginação, esse é outro
raciocínio tolo. É comum dizer que a técnica constrange a imaginação. Ao contrário,
você só pode imaginar com técnica. Ninguém imagina algo e então sai correndo atrás de
técnica para fazer acontecer. A rigor, você raciocina com a técnica, como se fossem
pedra adequadamente talhadas para fazer uma catedral. Com os pré-fabricados pode-se
fazer qualquer coisa.
· Concreto moldado na obra
Essa é uma variante bastante razoável. Você faz um jogo de fôrmas na própria obra,
lança o concreto e depois tira as peças prontas. Mas é um capricho inútil, pois está aí a
casa do nosso amigo Gerassi para mostrar que é possível realizar uma construção mais
facilmente. É mais fácil comprar pronto.
· Construção convencional
Uma casa suspensa, como essa, foge da idéia de ter um jardinzinho na frente e um
quintal no fundo. O terreno fica liberado, seja pra guardar automóvel, seja pra fazer uma
piscina. Tudo isso é muito divertido. E divertido é o êxito da operação: em dois, três
dias a casa está lá.
Concreto armado
Vantagens:
Quando não houver pressa. Se não ocorrer nenhum atraso, são necessários 30
dias para levantar o esqueleto de uma construção de 250 m². são necessários 28
dias para que o material atinja a resistência especificada no projeto.
Quando o dinheiro for contado. É feito com componentes de fácil obtenção e
qualquer pedreiro
trabalha com ele.
Para executar um projeto arrojado, com paredes curvas ou colunas arredondadas,
pois o material é moldável, o que dá mais liberdade ao arquiteto.
Desvantagens:
Numa área de encosta, é difícil montar as fôrmas, para poder moldar o concreto.
Quando se desconhecem a origem dos ingredientes da mistura e é impossível
testar a qualidade.
Se não houver na região empreiteiro habilitado para fabricar o concreto com as
especificações corretas.
Madeira
Vantagens:
Em terreno do tipo pirambeira, pois em vez de fazer cortes e muro de arrimo, dá
para apoiar a casa sobre pilares e deixar o terreno livre.
Em projetos com soluções que protejam a madeira de chuvas, sol e umidade,
aumentando a durabilidade. São varandas e beirais largos, cuidados para afastar
a construção do solo, e isolamento entre a madeira e o alicerce de concreto.
Para ter uma obra limpa, já que a montagem dispensa fôrmas e mistura de
concreto.
Se você busca rapidez. Nesse caso, o melhor é optar pelos sistemas pré-
concebidos.
Desvantagens:
Se você não tiver condições de fazer manutenções periódicas pois a madeira
estraga em contato com a umidade, a incidência dos raios solares e os efeitos da
maresia.
Se você necessitar de peças de madeira com mais de 6m sem emendas. Pois esse
é o tamanho com que as toras chegam ao mercado.
Aço
Vantagens:
Em terreno do tipo pirambeira, pois com guindastes é possível levar o aço nos
locais mais difíceis.
Quando é preciso construir em pouco tempo.
Quando há ambientes amplos e sem colunas.
Para ter uma obra limpa e sem desperdícios.
Para baratear os alicerces, já que a estrutura de aço não sobrecarrega as
fundações.
Desvantagens:
Em casas com menos de 200m², pois em pequena escala o aço sai caro.
Se o dinheiro para a construção inteira não estiver disponível, porque não
adianta pagar por uma estrutura rápida para depois parar a obra.
5 – ALVENARIA
A definição para essa etapa é o conjunto de pedras, de tijolos ou de blocos – com
argamassa ou não -, que forma paredes, muros e alicerces. Quando esse conjunto
sustenta a casa ele é chamado de alvenaria estrutural.
É nesse momento que os donos começam a se familiarizar com os contornos da casa – o
que pode levar a tentação de mudar detalhes do projeto. Às vezes, é necessário. Mas
tenha em mente que pensar em “deslocar a parede um pouquinho pra lá” pode ser uma
armadilha para o cronograma da obra e também para o orçamento.. Uma novidade é a
chamada obra seca, alternativa à tradicional dupla tijolo e cimento.
- Alvenaria estrutural
Construindo com blocos de cerâmica
Mais baratos e com desempenho térmico melhor do que o dos rivais de concreto, eles
ocupam quase a metade do mercado de construção. Existem os blocos normatizados,
com dimensões perfeitas, e os que são produzidos sem controle de qualidade
(irregulares e mais baratos).
Cuidado: as peças irregulares exigirão maior consumo de revestimento (emboço). O
apelo está na leveza: facilita o transporte na obra.
Construindo com concreto celular
Criado na Europa, o concreto celular diferencia-se pela leveza (pesa menos que o bloco
cerâmico). Por isso, está bastante presente em reformas e em situações em que não se
pode sobrecarregar as estruturas existentes. Outra característica é o isolamento térmico.
Explica-se: a grande barreira contra o calor é o ar. E, como as placas de concreto são
internamente cheias de minúsculos poros, ele se torna o melhor nesse quesito. No
entanto, por ser mais leve (menos massa), é fraco no quesito isolamento acústico. Os
fabricantes oferecem painéis e blocos grandes, com espaço para embutir instalações
elétricas e hidráulicas.
- Obra seca
Construção montada com estrutura de aço e paredes de gesso, dispensando a tradicional
dupla tijolo e cimento. É um método construtivo rápido, sem desperdícios e que não
gera entulho.
Usa os seguintes materiais: estrutura de aço, paredes de painéis de gesso acartonado ou
cimento, tubulação flexível semelhante a uma mangueira para instalação hidráulica,
telhas de massa asfáltica em placas (shingles), que são pregados sobre base específica
na cobertura. Os acabamentos podem ser escolhidos à vontade.
Painéis de gesso acartonado
Os painéis que compõem as chamadas dry walls (paredes secas) são compostas de um
miolo de gesso revestido de um tipo de cartão. Usados apenas em paredes internas, eles
são fornecidos em diversas espessuras. As medidas também variam de acordo com o
que o pé-direito exigir. A espessura final da parede depende da quantidade de placas
utilizadas. O padrão é de duas placas, parafusadas sobre perfis de aço. Há placas que
repelem água, recomendadas para ambientes úmidos, como banheiro, e placas corta-
fogo, para quem quer segurança contra incêndio. Os fabricantes indicam mão-de-obra,
dão assistência técnica e orientam projetos de clientes.
- Tijolos de barro
Feitos artesanalmente, são mais caros que os blocos industrializados de concreto e de
cerâmica. O preço alto nem sempre significa qualidade – há muitas fábricas cujos fornos
trabalham a temperaturas inferiores às necessárias e com menor tempo de queima.
No caso de tijolos para paredes (pois existem também os de revestimento), o
consumidor deve exigir os testes de dimensões e de resistência à compressão, pois esse
tipo de peça segue as exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Ao comprar, prefira produtos que tragam impresso o nome da olaria – uma garantia da
procedência.
6 – COBERTURA
O telhado protege de sol, chuva e vento, mas não só. Funciona como uma espécie de
moldura, tendo o poder de completar ou até definir o estilo da casa. A cobertura é patê
do projeto arquitetônico de uma moradia. Por isso, cabe ao arquiteto desenhá-la. Com o
croqui em mãos, o engenheiro faz os cálculos para dimensionar a estrutura.
Nessa conta entram vários fatores, como a existência ou não de caixas-d’água apoiadas
nas tesoura e a ação dos ventos, que variam conforme a região onde se construirá.
Conheça todos os detalhes da cobertura passo-a-passo: projeto, estrutura, inclinação e
tipos de telha, além de acessórios como calhas e rufos.
- Projeto
Basta consultar dados sobre construção para descobrir que o telhado é um item caro,
que consome de 8% a 12% do total da obra. Portanto, o projeto estrutural e a execução
devem ser entregues a quem entende do assunto – um engenheiro ou uma empresa
especializada. Na melhor das hipóteses, a falta de um projeto resulta em um
superdimensionamento da estrutura, o que, além do desperdício de material, também
acaba sobrecarregando as fundações.
Um bom projeto contém as seguintes informações:
· A quantidade exata de cada componente ou material;
· As dimensões das peças, calculadas em função da resistência da madeira escolhida;
· Os locais onde ficarão apoiadas as tesouras;
· A existência de lajes e forros. Se houver laje, o peso da cobertura será apoiado nela.
Mas se for dispensada e em seu lugar houver um forro, ele ficará “pendurado” na
estrutura e terá que entrar na conta do dimensionamento das vigas;
· Os valores das cargas descarregadas pelo telhado na casa. Esses números serão úteis
nos cálculos da estrutura e das fundações.
- Estrutura
A mais usada em casa é a de madeira, que pode ser feita com três tipos de matéria
prima. Veja também quando usar a estrutura metálica.
· Estrutura de madeira
A matéria-prima pode ser nativa, reflorestada ou laminada colada. A primeira é, de
longe, a mais utilizada, A segunda começa a ganhar terreno, apesar de ainda cara. A
terceira, comum em países como a Alemanha e França, ainda é pouco conhecida no
Brasil.
· Madeira nativa
Pode ser empregada em estruturas, tem de atender a dois requisitos fundamentais: ter
boa capacidade de carga, ou seja, suportar o peso da cobertura, e ser resistente ao ataque
de fungos e cupins.
É grande a variedade de espécies brasileiras com essas características. Angelim-pedra,