DERMATOSCOPIA DE LESÕES PIGMENTADAS NÃO MELANOCITICAS ADRIANA LLAMAS AYALA
Feb 24, 2016
DERMATOSCOPIA DE LESÕES PIGMENTADAS NÃO MELANOCITICAS
ADRIANA LLAMAS AYALA
LESÕES PIGMENTADAS NÃO MELANOCITICAS
CBC (pigmentado)Ceratoses seborréicasLesões vascularesDermatofibroma
Os componentes estruturais típicos das lesões melanocíticas estão ausentes: rede pigmentada
glóbulos agregados estrias Seu diagnóstico individual esta baseado em: - Ausência dos componentes característicos das l.
melanociticas - Detecção de critérios essenciais para diagnostico
especifico
Clinicamente podem simular uma lesão melanocítica
CARCINOMA BASOCELULAR Neoplasia cutânea maligna mais freqüente Fatores de risco: pele clara, historia de
exposição solar prolongada, radioterapia, uso de arsênico, cicatrizes...
Crescimento lento, pode levar a destruição intensa do tecido subjacente
Varias formas clinicas, sendo as mais comuns: Nodular ulcerado: mais freqüente Morfeiforme: placa plana, endurada, bordas mal
definidas Superficial: mais freqüente no tronco Fibroepitelioma: lesão nodular pedunculada Pigmentado: pigmentação acastanhada ou enegrecida
por hiperplasia de melanócitos. Dx dif com melanoma.
HISTOPATOLOGIA: Ninhos de células basalóides que se dispõem na periferia conformando uma paliçada
DERMATOSCOPIA DO CBCDois padrões vasculares:• Presença de finos vasos ramificados de diâmetros iguais.• Presença de vasos mais calibrosos, de diâmetros variados e ramificados
VASOS ARBORIFORMESVasos vermelho brilhantes, de grande diâmetro (≥ 0,2mm) que se ramifica em capilares terminais finos
DERMATOSCOPIA DO CBC PIGMENTADO
• Geralmente apresenta um padrão global multicomponentes, globular ou inespecífico
• Seu achado mais característico: presença de ninhos ovóides que tendem a
crescer em direção à pele normal formando estruturas semelhantes ao formato dos dedos das mãos ou da folha do bordo (maple leaf): “estrutura em folha”
• Eventualmente: presença de pontos/glóbulos azul-acinzentados irregulares
Menzies et al. (2000) definiram um modelo diagnostico para CBC pigmentado (S:93% e E:89-92%).
CARACTERISTICA NEGATIVARede pigmentar não deve estar presente na lesão
CARACTERISTICAS POSITIVAS: 1 ou mais das seguintes
- Áreas em “raio de roda”- Grandes ninhos ovóides azul acinzentados- Múltiplos glóbulos azul-acinzentados- Áreas “em folhas de bordo”- Teleangiectasias arboriformes- Ulceração
RAIO DE RODA
DESCRIPCAO: projeções radiais bem delimitadas, castanhas ou azul-acinzentadas com eixo central mais pigmentado
HISTOPATOLOGIA: crescimento radial de ninhos de células basalóides pigmentadas
NINHOS OVOIDES AZUL-ACINZENTADOS
DESCRIPCÃO: áreas pigmentadas maiores que os glóbulos. Alongadas ou ovóides, bem delimitadas; não estão conectadas intimamente ao corpo tumoral
HISTOPATOLOGIA: agregados de células basalóides na derme superficial
MULTIPLOS GLOBULOS AZUL ACINZENTADOS: podem estar dispersos dentro do corpo tumoral.
AREAS EM FOLHA CBC
DESCRIPCAO: extensões bulbosas acastanhadas ou azul-acinzentadas que assume aspecto de folha ou de dedo de luva.
HISTOPATOLOGIA: agregados de células basaloides na derme papilar.
CBC
TELEANGIECTASIAS
E
ULCERACAO
CASO CLINICOPaciente de 45 anos, com lesão pigmentada de 4 anos de evolução, com aumento de tamanho nos últimos 6 meses
Teleangiectasias, múltiplos glóbulos azul acinzentados, ninhos ovóides e áreas em folhas
CASO CLINICOPaciente de 76 anos com lesão nodular, pigmentada no couro cabeludo
Ninhos ovóides azulados e teleangiectasias
CERATOSE SEBORRÉICA Neoplasia epidérmica benigna, mais freqüente no
tronco e na face Geralmente surge após a 4° década da vida Clinica: lesão bem delimitada, coloração amarelo-
amarronzada-enegrecida. Podem ser únicas ou mais freqüente múltiplas, de
alguns mm a alguns cm Inicialmente são planas de limites bem definidos,
e quando evoluem se sobre-elevam e se tornam verrucosas.
Alguns autores consideram CS plana = lentigo solar
Quando traumatizadas podem inflamar com surgimento de crostas.
HISTOPATOLOGIA:Lesões epidérmicas compostas por pequenas
células basalóides, pigmentadas ou não, com um excesso na produção de queratina que tende a formar cistos córneos que não alcançam a superfície cutânea (pseudocistos) ou que si alcançam e se comunicam com ela (pseudoaberturas foliculares)
DERMATOSCOPIAOs 2 critérios típicos e característicos das CS
são: 1. Pseudo aberturas foliculares: 2. Pseudocistos córneos.
HISTOPATOLOGIA: CS ACANTÓTICA
CRITERIOS PARA CS CLÁSSICAPSEUDOCISTOS
DESCRIPCÃO HISTOPATOLOGIAEstruturas arredondadas, coloração amarela ou branca, pequenas (0,1-1mm)
Acúmulos de queratina intra-epitérmicos que não alcançam a superfície
PSEUDOABERTURAS FOLICULARES
Descrição: estruturas de cor amarelo, marrom claro, marrom escuro ou preto, arredondadas, pequenas que apresentam o aspecto típico de poro ou comedão.
HISTOPATOLOGIA: acúmulos de ceratina intrepidérmica que alcançam a superfície cutânea.
FISSURAS E CRIPTAS (GIROS E SULCOS)
Têm aspecto característico que assemelha a superfície do cérebro
PADRÃO VASCULAR
Estruturas vasculares delicadas superficiais e bem demarcadas em forma de grampo de cabelo
Vasos em grampo
CRITERIOS PARA CS PLANA (LENTIGO SOLAR)ESTRUTURAS COM ASPECTO DE IMPRESSO DIGITALEstruturas cor marrom, constituídas por linhas finas em forma
paralela (similar a uma impressão digital)Observadas geralmente na periferia da lesão
ROÍDO DE TRAÇABorda côncava da lesão que simula uma
mordedura de traça.
SINAL DA GELÉIAColoração marrom clara ou amarelada que
simula uma camada muito fina de geléia que se secou sobre a superfície cutânea.
CASO CLINICOPaciente masculino de 78 anos com historia de lesão pigmentado no dorso há 1 ano
Psuedocistos e pesudoaberturas foliculares
CASO CLINICOPaciente feminina de
62 anos com lesão pigmentada localizada na região malar
Paciente feminina de 50 anos que consulta por lesão pigmentada e pruriginosa no dorso
LESÕES VASCULARESHEMANGIOMASApresentam padrão lagunar característico: áreas
arredondadas ou ovais, bem delimitadas de coloração vermelha, vermelho-azulada ou vermelho enegrecida (lagos).
Geralmente são múltiplas, podem estar juntas ou dispersas e situadas sobre uma pigmentação vermelho azulada.
Tonalidade mais enegrecida: presença de trombose nos vasos.
Na superfície das lesões podem ser observadas crostas hemáticas (de limites bem demarcados a diferencia dos glóbulos).
DERMATOSCOPIA Ausência de estruturas pigmentadas (rede
pigmentada, glóbulos, estrias) Lagunas bem delimitadas sobre um fundo de
pigmentação azul-avermelhada Despigmentação cicatricial (ao redor dos espaços
vasculares, delimitando as estruturas dos lagos)
CASO CLINICO
ANGIOCERATOMASDos 5 tipos descritos (de Fabry, de Mibeli, de
fordyce, circunscrito e solitário), só o tipo solitário tem interes dermatoscópico por apresentar diagnostico diferencial com melanoma.
Clinica: pápula de coloração vermelho-azulada ou enegrecida, superfície ceratósica, localizada mais freqüentemente nos membros inferiores.
São assintomáticos, mas podem apresentar sangramento e crostas se sofrer traumatismo ou desenvolvem trombose.
Dermatoscopia • Ausência de estruturas pigmentadas (rede
pigmentada, glóbulos e estrias)• As lagunas estão menos limitadas que nos
hemangiomas• Coloração branco-amarelada por acantose e
hiperceratose• Periferia translúcida em forma de geléia.
ANGIOCERATOMA
ANGIOCERATOMA
Laguna enegrecida
Laguna vermelha
Véu esbranquiçado
Trombose
DERMATOFIBROMA Neoplasia cutânea benigna de etiologia desconhecida,
encontrada mais freqüentemente nos membros Clinica: pápula, placa ou nódulo, de alguns mm,
coloração variável do amarelo ao marrom-enegrecido, endurecida e quando palpado apresenta uma leve depressão central “sinal da covinha”
Diagnostico diferencial: DFSP, nevos e melanoma
DERMATOSCOPIA Padrão global geralmente é inespecífico Achado mais característico: presença de uma
placa branca central circundada por rede pigmentada fina periférica
Eventualmente pontos/glóbulos acastanhados podem ser vistos na sua parte central.
Outro achado: halo avermelhado periférico, provavelmente secundário a traumatismo local
Representa uma exceção ao algoritmo melanocítico de Stolz .
DERMATOFIBROMA
DESCRIPCAO: placa branca central circundada por rede pigmentada fina periférica
HISTOPATOLOGIA: proliferação fibrohistiocitaria do dermatofibroma, subjacente à epiderme acantósica e pigmentada
ABORDAGEM DERMATOSCOPICA DAS LESOES PIGMENTADAS
Lesão pigmentada
Lesão melanocítica:• Rede pigmentar
• Glóbulos agregados• Estrias ramificadas• Padrão paralelo
•Áreas azul homogêneas
Lesão não-melanocítica
C. seborréica, CBC, lesão vascular, dermatofibroma
Benigna
Suspeita
Alt. suspeita
1° passo
2° passoMétodos analíticos
EM RESUMO....Critérios de lesões pigmentadas não-
melanociticas1.CERATOSE SEBORRÉICA
•Pseudocistos córneos•Pseudoaberturas foliculares•Padrão cerebriforme•Estruturas em formato de impressão digital
2. CBC•Vascularização arboriforme•Estruturas em folha•Raio de roda•Ulceração•Ninhos ovóides azul acinzentados•Múltiplos glóbulos azul-acinzentados
3. LESÃO VASCULAR
•Lagunas vermelho-azuladas•Áreas homogêneas vermelho-azuladas
4. DERMATOFIBROMA•Placa central esbranquiçada• Rede fina periférica
Lesão não classificada ou inespecífica = lesão melanocítica
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BIBLIOGRAFIA• Cabo H, Argenziano G, Carlos B et al. Dermatoscopia.
Buenos Aires: Ediciones Journal, 2008.• Stolz W, Braun-Falco O, Bilek P et al. Atlas colorido de
dermatoscopia 2° ed. 2002• Gargantini RG, Costa B, Izar R. Atlas de dermatoscopia
aplicada. São Paulo: livraria e editora Martiani, 2010.• Martins C, Barcaui C, Piñeiro-Maceira J. Dermatoscopia:
aplicação clínica e correlação histopatológica. São Paulo: editora Atheneu, 2004.
• Menzies S, Westerhoff K, Rabinivitz H, et al. Surface microscopy of pigmented basal cell carcinoma. Arch Dermatol 2000; 136: p 1012-6
• www.dermoscopyatlas.com• www.dermoscopic.blogspot.com• www.dermoscopy.org