Universidade de Aveiro Ano 2019 Departamento de Educação e Psicologia JOÃO PEDRO JARDIM RODRIGUES AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UM PROGRAMA DE TREINO COGNITIVO EM IDOSOS SAUDÁVEIS ATRAVÉS DA PLATAFORMA ONLINE PRIMERCOG
Universidade de Aveiro
Ano 2019
Departamento de Educação e Psicologia
JOÃO PEDRO JARDIM RODRIGUES
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UM PROGRAMA DE TREINO COGNITIVO EM IDOSOS SAUDÁVEIS ATRAVÉS DA PLATAFORMA ONLINE PRIMERCOG
Universidade de Aveiro
Ano 2019
Departamento de Educação e Psicologia
JOÃO PEDRO JARDIM RODRIGUES
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UM PROGRAMA DE TREINO COGNITIVO EM IDOSOS SAUDÁVEIS ATRAVÉS DA PLATAFORMA ONLINE PRIMERCOG
Dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Psicologia da Saúde e Reabilitação Neuropsicológica, realizada sob a orientação científica da Prof. Doutora Isabel Maria Barbas dos Santos, Professora Auxiliar do Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro.
Dedico este trabalho aos meus pais por tudo o que fizeram por mim ao longo destes anos. Sem vocês nada disto seria possível.
“Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Tê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive” Ricardo Reis
o júri
presidente Professor Doutor Carlos Fernandes da Silva professor catedrático da Universidade de Aveiro
Prof. Doutora Carla Sofia Lucas do Nascimento professora auxiliar convidada da Universidade da Beira Interior
Prof. Doutora Isabel Maria Barbas dos Santos professora auxiliar da Universidade de Aveiro
agradecimentos
Terminando esta etapa e presente dissertação, gostaria de expressar o meu mais sincero agradecimento e apreço a todos que contribuíram para este projeto, fico extremamente feliz por vos ter conhecido e as palavras não são suficientes para descrever o apreço que tenho por todos vós. Em primeiro lugar, à Dr.ª Isabel Maria Barbas dos Santos, orientadora académica, por todos os seus ensinamentos e amizade durante esta caminhada académica. Obrigado pela simpatia, disponibilidade e confiança. Por todas as horas de reunião durante este percurso e por todas as palavras de ânimo e incentivo. Mas sobretudo pela sua compreensão e atenção. Todas estas variáveis permitiram que crescesse a nível académico, pessoal e profissional. Foi um privilégio ser orientado por si. À Drª. Margarida Rei, por todo o apoio e disponibilidade durante este ciclo, por toda a dedicação, amabilidade e simpatia. Muito grato, por toda a partilha de conhecimentos, palavras de incentivo e aconselhamento durante esta fase da minha vida. À Academia de Saberes, especialmente à Direção, por toda a disponibilidade, ajuda e carinho prestado durante este processo. À primerCOG, por todo o apoio e disponibilidade. A todos os meus amigos presentes nesta fase, ao Pedro Bárbola, Beatriz Seabra, André Cabral, João Diogo Gomes, Marc da Silva, João Cravo, João Freitas, Rui Silva, João Mendonça, João Sousa, João Barraca, Leonor Flores, João Pantaleão, Susana Resende, Laura Coelho, José Reis, Natacha Vieira, Amândio Luís, António Paulo Freitas, Guilherme Espírito Santo, Sidónio Câmara, as palavras não são suficientes para agradecer a vossa amizade. Ao Pedro Silva e Dani Marinho, por constantemente a olhar por nós! Finalmente, aos meus pais, Manuel Martinho Rodrigues e Idalina Maria Vieira Jardim Rodrigues. Por toda a presença, apesar da distância. Por todo o vosso apoio incondicional e fundamental, nesta fase e durante toda a minha formação pessoal. Mas sobretudo, por acreditarem, sempre, em mim, pela vossa educação e pela vida que tenho e sempre me proporcionaram. Muito obrigado por serem exigentes comigo, mas principalmente pela presença apesar da distância, outra vez. Muito obrigado, sem vocês nada disto seria possível.
palavras-chave
treino-cognitivo, funcionamento cognitivo, estimulação cognitiva, idosos saudáveis, primerCOG, envelhecimento, envelhecimento ativo
resumo
O aumento da proporção de idosos na população é hoje uma realidade que ocorre à escala mundial, e Portugal não é exceção à regra. Contribuindo para a necessidade de desenvolvimento e validação de métodos de intervenção e prevenção para esta população, nomeadamente a nível cognitivo, o presente estudo teve como objetivo contribuir para a avaliação da eficácia do programa de treino cognitivo primerCOG e de consequentes ganhos ao nível cognitivo, emocional e de qualidade de vida. As escalas utilizadas para a avaliação cognitiva foram: Auditory Verbal Learning Test (AVLT), Montreal Cognitive Assessment (MoCA), Sequência de Dígitos da Escala de Memória de Wechsler – Terceira Edição (WMS III), Stroop Color and Word Test (STROOP), Trail Making Test (TMT), Teste de Fluência Verbal e Fonética (TFVF), e Berg Card Sorting Test (BCST). Como indicador dos níveis de depressão utilizou-se a Geriatric Depression Scale 30 (GDS 30) e como indicador de qualidade vida, o WHOQOL-BREF. A amostra foi composta por 16 participantes sem défice cognitivo, divididos por dois grupos, cada grupo com 8 elementos. Ambos os grupos realizaram 12 sessões de treino cognitivo, manipulando-se a frequência das sessões. O Grupo Semanal (GS) realizou sessões de treino uma vez por semana, enquanto o Grupo Bissemanal (GBS) realizou as sessões numa modalidade bissemanal. Os grupos não diferiam nas variáveis sociodemográficas idade e escolaridade, e na pontuação no MoCA no início do estudo. Os resultados revelaram melhorias significativas, para ambos os grupos, em diversos dos indicadores cognitivos. No que diz respeito aos níveis de depressão e indicadores de qualidade de vida, as melhorias não foram significativas. Não se verificou um efeito diferenciado em termos da eficácia do programa associado à periodicidade das sessões para a maioria das funções avaliadas. Estes resultados proporcionam suporte para a utilização de programas de treino cognitivo em idosos e contribuíram para a validação da plataforma primerCOG no que diz respeito à sua eficácia. Os resultados sugerem ainda, no que diz respeito à periodicidade das sessões, que esta poderá ser ajustada à disponibilidade dos utilizadores, na medida em que tanto as sessões semanais como bissemanais conduziram a melhorias globalmente idênticas. No futuro, sugere-se a realização de um estudo com cariz longitudinal, com grupo de controlo, com avaliações de follow-up passados diversos períodos, bem como a realização de estudos com amostras mais alargadas e amostras com défice cognitivo ligeiro.
keywords
Cognitive training; mental stimulation; cognitive functioning; healthy older adults; cognitive stimulation programs, primerCOG; aging; active aging
abstract
The increase in the proportion of the elderly in the population is now a reality that occurs worldwide, and Portugal is no exception. Contributing to the need for development and validation of intervention and prevention methods for this population, namely cognitive level, the present study aimed to contribute to the evaluation of the effectiveness of the cognitive training program primerCOG and consequent gains at the cognitive, emotional level and quality of life. The scales used for cognitive assessment were: Auditory Verbal Learning Test (AVLT), Montreal Cognitive Assessment (MoCA), Wechsler Memory Scale Digit Sequence - Third Edition (WMS III), Stroop Color and Word Test (STROOP), Trail Making Test (TMT), Verbal and Phonetic Fluency Test (TFVF), and Berg Card Sorting Test (BCST). As an indicator of depression levels, the Geriatric Depression Scale 30 (GDS 30) was used as the indicator of quality of life, the WHOQOL-BREF. The sample consisted of 16 participants without cognitive deficit, divided by two groups, each group with 8 elements. Both groups performed 12 sessions of cognitive training, manipulating the frequency of sessions. The Weekly Group (GS) held training sessions once a week, while the Bi-Weekly Group (GBS) held the sessions in a bi-weekly mode. The groups did not differ in the sociodemographic variables age and schooling, and in the MoCA score at the beginning of the study. The results revealed significant improvements for both groups in several of the cognitive indicators. Regarding depression levels and quality of life indicators, the improvements were not significant. There was no differentiated effect in terms of the effectiveness of the program associated with the frequency of sessions for most of the functions evaluated. These results provide support for the use of cognitive training programs in the elderly and have contributed to the validation of the primerCOG platform with respect to its efficacy. The results also suggest, regarding the frequency of sessions, that this can be adjusted to the availability of the users, as both the weekly and biweekly sessions led to overall improvements identical. In the future, a longitudinal study with control group is suggested, with follow-up evaluations after several periods, as well as studies with larger samples and samples with mild cognitive deficit.
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Índice Introdução ..................................................................................................................................... 1
Metodologia ................................................................................................................................ 10
Participantes .......................................................................................................................... 10
Materiais ................................................................................................................................ 11
Montreal Cognitive Assessment (MoCA) ..................................................................... 11
Stroop Color and Word Test (STROOP) ...................................................................... 12
Sequência de Dígitos da Escala de Memória de Wechsler – 3ª Edição (WMS III) ...... 13
Teste de Fluência Verbal e Fonética (TFVF) ................................................................ 14
Trail Making Test (TMT) .............................................................................................. 14
Auditory Verbal Learning Test (AVLT) ....................................................................... 15
Berg Card Sorting Test (BCST) .................................................................................... 15
Escala de Depressão Geriátrica (GDS-30) .................................................................... 16
World Health Organization Quality Of Life - BREF (WHOQOL-BREF) ................... 17
Plataforma online primerCOG (www.primercog.pt) .................................................... 17
Procedimento ......................................................................................................................... 19
Análise de Dados ................................................................................................................... 21
Resultados ................................................................................................................................... 21
Discussão..................................................................................................................................... 25
Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 29
Anexos
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Lista de abreviaturas
AVLT – Auditory Verbal Learning Test
BBA – Big Brain Academy
BCST – Berg Card Sort Test
D1 – Domínio Físico
D2 – Domínio Psicológico
D3 – Domínio das Relações Sociais
D4 – Domínio do Meio Ambiente
DA - Doença Alzheimer
DCL - Déficit Cognitivo Ligeiro
GBS – Grupo Bissemanal
GDS-30 – Geriatric Depression Scale
GS – Grupo Semanal
MoCA – Montreal Cognitive Assessment Test
STROOP – Stroop Color and Word Test
TFVF – Teste de Fluência Verbal e Fonética
TMT – Trail Making Test
WHOQOL-BREF – World Health Organization Quality of Life - Bref.
WMS III – Sequência de Dígitos da Escala de Memória de Wechsler – 3ª Edição
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Introdução
O aumento da proporção de idosos na população é hoje uma realidade, que ocorre
à escala mundial e Portugal não é exceção à regra. A esperança de vida das populações
aumentou de forma muito significativa, resultante do aumento da esperança média de vida
e da baixa taxa de natalidade (INE, 2002; Nazareth, 2009). O índice de envelhecimento
em Portugal passou de 27,5% em 1961 para 153% em 2017(Fundação Francisco Manuel
dos Santos [FFMS], 2018). Este aumento implica sérias mudanças na sociedade, coloca
pressão e exige respostas adaptativas nos seus sistemas político, económico, social, saúde
e educação (Vasconcelos & Carneiro 2005; Pocinho, 2014).
Em termos etimológicos, segundo Vieira (1994), a palavra envelhecimento deriva
do latim “veclus, vetulusm” – significa velho. O sufixo “mento”, por sua vez, caracteriza
a ação, neste contexto a ação de envelhecer. Contudo a noção de envelhecimento pode
assumir várias conceções, em função das considerações pessoais de cada autor.
A título de exemplo, Costa (1999), identifica o processo de envelhecimento como
uma característica, por agora inevitável, das formas de vida mais elevadas, sendo definido
como um processo de diminuição orgânica e funcional, não decorrente de acidente ou de
doença e que acontece inevitavelmente com o passar do tempo.
Paschoal (1999), caracteriza o processo de envelhecimento como pessoal, na
medida em que cada individuo, ao envelhecer, pode apresentar discrepâncias no
desenvolvimento em diferentes níveis e diferentes graus, sendo que determinadas funções
e capacidades declinam mais rapidamente que outras. Para suportar a sua teoria, apresenta
as seguintes dimensões/domínios:
• Biológico: o envelhecimento como um processo contínuo durante a vida;
• Social: o estatuto de “idoso” está dependente do quadro cultural, das perspetivas
geracionais, condições de vida e trabalho de cada um;
• Intelectual: Na velhice, o idoso é confrontado com alguns lapsos de memória,
dificuldade de aprendizagem e falhas nos processos atencionais, orientação e
concentração;
• Económico: Considera idoso quem deixa o mercado de trabalho e deixa de ser
economicamente ativo;
• Funcional: Caracterização do idoso em termos de deterioração da saúde física e
mental, resultado do passar dos anos e que culmina numa dependência de outros
para a satisfação de necessidades básicas ou de tarefas habituais;
2
• Cronológica: Idade a partir da qual os indivíduos são considerados idosos, sendo
que a maior parte da literatura aponta para uma idade superior a 65 anos.
A Organização Mundial de Saúde reporta que o envelhecimento individual é um
processo com mudanças complexas, condicionado por fatores biológicos, sociais,
económicos, culturais, ambientais e históricos, podendo ser definido como um processo
progressivo de mudança biopsicossocial da pessoa durante todo o ciclo de vida (World
Health Organization [WHO], 1999, 2015b). A nível biológico, estas mudanças ocorrem
nas células e moléculas que com o tempo potenciam perdas das capacidades fisiológicas,
havendo, portanto, uma diminuição das capacidades de um determinado indivíduo
(WHO, 2015a).
Este declínio progressivo das capacidades a nível físico e psíquico, derivado do
envelhecimento, tem impacto nos hábitos e atividades do dia-a-dia, sendo estas
substituídas por atividades que exigem menos atividade. Esse declínio na atividade pode
acabar mesmo em inatividade, o que acarreta consequências para as suas vidas diárias
(WHO, 2015a). Uma das consequências da inatividade é a falta de estimulação cognitiva,
que potencia a decadência cognitiva mesmo que não exista doença neurológica associada.
As alterações cognitivas típicas do envelhecimento são o resultado de inúmeras
alterações neurobiológicas, que alteram por sua vez o funcionamento global do cérebro
(Lima, 2006), afetando, entre outros, a consciência, perceção, memória e raciocínio. A
maior parte dos estudos populacionais sobre envelhecimento demonstram que uma
grande maioria de idosos tende a desenvolver, com o avançar da idade, problemas na
memória episódica, velocidade de processamento e funcionamento executivo, sendo estas
as primeiras funções cerebrais a serem afetadas (Backman, Jones, Berger, Laukka, &
Small, 2004; Petersen, 2005). Contudo em certos casos, é possível mitigar os efeitos
nefastos, proporcionando uma manutenção do funcionamento, readaptação e preservação
das aprendizagens adquiridas (Sequeira, 2010; Teixeira, Costa, Alecrim, Freitas, &
Santana, 2015; Teixeira, Alecrim, Freitas, Silva & Costa, 2017).
A distinção entre o envelhecimento dito normal e patológico por vezes torna-se
dúbia. A idade, determinante de saúde significativo, juntamente com o declínio cognitivo
natural resultante do envelhecimento, potencia o desenvolvimento de doenças
demenciais. Este declínio cognitivo expectável, resultante do envelhecimento, por vezes
leva famílias e profissionais de saúde a desvalorizar muitas das queixas manifestadas
pelos idosos (Spar & La Rue, 2005), o que dificulta um diagnóstico precoce, bem como
3
o desenvolvimento de intervenções personalizadas e adequadas às suas necessidades
estruturais.
Este estado transitório, que é caracterizado por alterações muito subtis das funções
cognitivas, é designado por défice cognitivo ligeiro (DCL) (Marques-Teixeira, 2011). O
Défice Cognitivo Ligeiro (DCL) é uma problemática que apenas nos últimos anos foi
constituída como uma patologia, despertando assim, o interesse de vários investigadores
(Postigo, Hernández-Viadel & Trives, 2010; Ribeiro, Mendonça & Guerreiro, 2006;
Santana, 2003; Stern, 2009, 2012, 2013). Esta patologia é considerada como um estádio
de transição entre as alterações cognitivas ditas “standard” do avançar da idade e a
manifestação de um estádio inicial de demência. Através da magnitude dessas alterações,
é possível traçar vários perfis cognitivos (Petersen, 2008; Portellano, 2005; Ribeiro et al.,
2006).
No que diz respeito aos critérios de diagnóstico, é crucial a avaliação das funções
cognitivas, para determinar a presença de défices cognitivos ligeiros e a sua posterior
evolução para estados de demência (Peterson, 2005). Estes critérios centram-se na
presença de défices nos processos atencionais, na linguagem (semântica), na velocidade
de processamento, perturbações de memória e no funcionamento executivo, de acordo
com a idade e escolaridade (Petersen, 2008; Ribeiro et al., 2006; Subirana, Bruna,
Puyuelo & Virgili, 2009; Teixeira et al., 2017; Teixeira et al., 2015). Importa referir que
o diagnóstico não deve somente limitar-se a um desempenho menor ao nível da memória,
de acordo com a idade (apesar de ser um importante fator), devendo basear-se numa
completa anamnese e exame estado mental. Um outro fator importante a realçar são as
queixas espontâneas, sobretudo aquelas que surgem pela primeira vez com a idade e que
levam a mudanças referidas pelo próprio e por familiares (Petersen, 2004). Neste contexto
de “análise”, devem ser excluídas queixas de memória relacionadas com sintomatologia
depressiva e ansiosa (Derouesné et al., 1999; Gagnon et al., 1994 citado por Ribeiro et
al., 2006). Com confirmação de um afastamento da normalidade relativamente à idade,
ausência de demência e manutenção da funcionalidade nas atividades de vida diária, a
decisão recai normalmente, na confirmação da presença de DCL (Petersen, 2004).
A deterioração cognitiva provoca alterações no cérebro a nível: morfológico,
anatómico e químico. De acordo com estudos efetuados em pessoas com mais de 65 anos,
estima-se uma prevalência na população geral entre 3% a 16% de DCL (DeCarli, 2003;
Mariani, Monastero & Mecocci, 2007; Petersen et al., 2010), com uma taxa de incidência
de novos casos, por ano, entre 9.9% e 21.5% (Mariani et al., 2007). Dados mais recentes
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apontam para 6.4% (Roberts et al., 2012). Alguns fatores como: a saúde, a escolaridade,
o sexo, os fatores genéticos, a atividade física e cerebral, a personalidade e humor, o meio
social e cultural, o treino cognitivo e conhecimentos especializados, constituem-se como
mediadores da cognição, reduzindo assim algumas alterações cognitivas inerentes (Spar
& La Rue, 2005). Perante estas evidências é necessário desenvolver esforços para
identificar precocemente os défices cognitivos nos idosos, para que se possam
desenvolver intervenções terapêuticas em fases iniciais (Petersen, et al., 2008). Estes
procedimentos são úteis e cruciais para prevenir e mitigar maiores consequências, que
irão produzir por si só diminuição da qualidade de vida, autonomia e independência, e
maiores custos e problemas sociais.
Tendo em conta o que foi referido anteriormente, é fulcral que a população sénior
mantenha uma vida ativa, de maneira a mitigar as problemáticas associadas ao
envelhecimento. A palavra a destacar agora é, “ativo”, entre outras definições este refere-
se também à participação contínua na vida social, económica, cultural, espiritual… Por
outras palavras, este conceito vai muito além da condição física e de ser profissionalmente
ativo. O envelhecimento ativo é definido como o processo de otimização das
oportunidades para a saúde, participação social, segurança e para a melhoria da qualidade
de vida à medida que envelhecemos (WHO, 2002).
Este estudo foca-se sobre a problemática associada à degeneração cognitiva
resultante do processo de envelhecimento, e investiga o impacto de atividades de treino
cognitivo como estratégias que visam combater estes défices, numa intervenção
preventiva e ativa. Estudos sobre a eficácia da reabilitação neuropsicológica têm
apresentado dados inovadores e promissores, sugerindo contributos significativos na
prevenção de doenças neurodegenerativas (Sequeira, 2010; Teixeira et al., 2015; Teixeira
et al., 2017).
No desenvolvimento das intervenções neuropsicológicas, distinguem-se três
pilares: a reabilitação, a estimulação e o treino cognitivo (Clare & Woods, 2004, citado
por Fauconau, Boulai, Rotrou & Rigaud, 2010). Segundo a literatura, há uma necessidade
de definir e descrever estas três abordagens de maneira a esclarecer o foco dos seus
conceitos e pressupostos adjacentes à prática destes métodos distintos. Estas intervenções
podem assumir um formato individual ou em grupo, modalidade em papel e lápis ou
formato digital, através de suporte informático. Todas estas técnicas fomentam a inclusão
de aspetos motivacionais, sociais, físicos e psicológicos (Boccardi & Frisoni, 2006).
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A reabilitação cognitiva é uma abordagem não medicamentosa, utilizada no
tratamento de doenças neurodegenerativas, que deu os primeiros passos na década de 60.
Os primeiros trabalhos baseavam-se na prática que se realizava até então no contexto dos
danos cerebrais (Moniz-Cook, 2006). Numa reflexão geral, a reabilitação cognitiva está
direcionada para a otimização do funcionamento físico e cognitivo, motivacional e social.
Com destaque para um modelo que auxilie o doente e a sua família a gerir a doença,
proporcionando estratégias de treino para recuperar e compensar défices cognitivos,
melhorando assim a atividade do doente em situações sociais (Cela & Herreras, 2005;
Fichman, Uehara & Santos, 2014; Teixeira et al., 2015). Esta forma de gestão terapêutica
deve ser conduzida dentro do contexto social do indivíduo, ajustada à natureza dos défices
e numa perspetiva de mudança ao longo do tempo, com o intuito de manter ou alcançar
um nível desejado de desempenho nas tarefas do seu quotidiano (Clare, Woods, Moniz
Cook, Orrel & Spector, 2003; Lima, 2006; Ribeiro et al., 2006; Teixeira et al., 2017).
A estimulação cognitiva é um dos métodos utilizados para promover um
envelhecimento saudável. Nos idosos com declínio cognitivo pode representar uma
potencial e promissora intervenção para a redução dos sintomas depressivos e
vulnerabilidade depressiva (Kinsella et al. 2009; Niu, Tan, Guan, Zhang & Wang, 2010;
Raes, Williams & Hermans, 2009). A estimulação cognitiva tem como principal objetivo
gerar melhoria no funcionamento cognitivo e social, à semelhança de outras técnicas de
reabilitação neuropsicológica (Clare & Woods, 2004; Lima, 2006).
Por fim, o treino cognitivo, como a própria palavra indica, consiste em treinar
individualmente cada domínio cognitivo. Por outras palavras, envolve uma prática
orientada e focada na estimulação de funções específicas, como por exemplo: a memória,
linguagem, atenção e funções executivas (Clare & Woods, 2004; Lima, 2006; Kinsella,
et al. 2009).
No que concerne à eficácia de programas com este tipo de método, ainda persistem
dúvidas. Contudo, muitos estudos reconhecem-na como uma prática essencial para
potenciar o envelhecimento ativo e saudável. O estudo realizado por Niu e colaboradores
(2010) avaliou a eficácia de um programa de estimulação cognitiva numa amostra de 32
doentes, em fase leve a moderada da doença de Alzheimer (DA), ao fim de dez semanas
de intervenção, o programa demonstrou ter impacto positivo na cognição, no
comportamento, nos sintomas neuropsiquiátricos e na qualidade de vida. Para avaliar a
eficácia destas metodologias, como refere e alerta a literatura, é essencial considerar todas
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as variáveis associadas ao indivíduo. Dois dos fatores que podem influenciar os ganhos e
variar de paciente para paciente são: a reserva cognitiva e a plasticidade cerebral.
O conceito de reserva para alguns autores está relacionado com dois aspetos:
reserva cerebral e reserva cognitiva. Enquanto o primeiro está associado às características
morfológicas do individuo, por ex., o tamanho do cérebro ou o número de neurónios
(Cosentino & Stern, 2012), o segundo está diretamente associado com o uso mais eficaz
das redes neuronais e com a capacidade de adaptação ou utilização de circuitos
alternativos. Desta forma, podemos sugerir a reserva cognitiva como sendo a capacidade
de o cérebro tolerar uma lesão cerebral, até um determinado limiar sem o aparecimento
de disfunção cognitiva, esta capacidade varia de indivíduo para indivíduo (Stern, 2006,
2009, 2012, 2013). A reserva não é estável ao longo da vida. Os indivíduos, ao longo da
sua vida, experienciam desafios intelectuais que permitem o acumular de reserva,
contribuindo para que as suas competências cognitivas se mantenham até idades mais
tardias. O reforço da reserva, ao longo dos anos, depende de vários fatores: genéticos
(Lee, 2007), estado físico (Dik, Deeg, Visser, & Jonker, 2003; Larson et al., 2006), nível
socioeconómico (Bisckel & Cooper, 1994), escolaridade (Carnero-Pardo & Del Ser,
2007) ocupação laboral (Greene, 2013), atividades de lazer (Sobral & Paúl, 2013;
Consentino & Stern, 2012), estilo de vida (Balfour, Masaki, White, & Launer; 2001) e
compromisso social (Scarmeas & Stern, 2003).
A neuroplasticidade ou plasticidade cerebral pode ser definida como a capacidade
que o cérebro tem de modificar estruturas, conexões e funções intrínsecas, moldando-as
através da aprendizagem e fatores do meio ambiente (Lima, 2006; Meinzer et al., 2008).
A relação que o ser humano estabelece com o contexto onde está inserido produz grandes
modificações no seu cérebro, permitindo uma constante adaptação e aprendizagem ao
longo de toda a vida, tornando-o mais eficaz (Lima, 2006; Meinzer et al., 2008). A
plasticidade cerebral explica a premissa que “certas regiões do cérebro podem substituir
as funções afetadas por lesões cerebrais”. Neste sentido, uma função perdida pode ser
recuperada por uma outra área vizinha. Esta noção de compensação e modificação está
continuamente ativa, adaptando o cérebro e os seus mecanismos adjacentes, indicando
que ambos os sistemas cognitivos e comportamental se reorganizam funcionalmente de
maneira a minimizar as lesões e declínios adjacentes com o avançar da vida (Meinzer et
al., 2008; Stern, 2009, 2012, 2013). Esta evidência corrobora de forma positiva a
vantagem de realização de treino cognitivo. Mesmo numa idade avançada, o cérebro
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adapta-se a atividades estimulantes e a novas aprendizagens que são benéficas para a
manutenção da neuroplasticidade (Vance; Roberson; McGuinness & Fazeli, 2010).
Atualmente, não existe nenhuma intervenção médica conhecida que consiga deter
ou prevenir totalmente o aparecimento da deterioração cognitiva associada à demência
(Boccardi, M. & Frisoni, G., 2006; Clare & Woods, 2004). Contudo o tratamento
farmacológico em combinação, com a intervenção psicológica produz efeitos benéficos
sobre o comportamento e atividade cognitiva dos doentes com DCL (Akhtar, Moulin, &
Bowie, 2006; Niu et al., 2010; Clare & Woods, 2004; Meinzer et al., 2008; Faucounau et
al., 2010; Teixeira et al., 2015). Os estudos sugerem que estes pacientes mantêm a sua
plasticidade cerebral, através da performance cognitiva. Esta performance pode ser
mantida ou até melhorada, apresentando níveis de aprendizagem positivos, mediante a
plasticidade e reserva cognitiva dos pacientes (Boccardi & Frisoni, 2006; Clare & Woods,
2004). Demonstra-se assim a importância da criação de programas de reabilitação
neuropsicológica, tanto com material computorizado, quer não computorizado, para dar
resposta a esta problemática do fórum cognitivo.
A evolução da tecnologia tem sido uma constante desde a década de 90 do séc.
XX. O uso de computador foi amplamente difundido junto da população dos países
industrializados. Esta evolução permitiu uma expansão desta tecnologia para a área da
saúde, neste caso em concreto para a reabilitação neuropsicológica (Marques-Costa,
Gonçalves & Simões, 2016). No sentido de responder à problemática do envelhecimento
neste contexto, foram concebidos programas de reabilitação neuropsicológica com
suporte informático, com o propósito de retardar e minimizar eventuais perdas associadas
ao declínio cognitivo. Este formato introduz um conjunto de novidades que não estão
contempladas em programas de treino cognitivo mais tradicionais. As novas tecnologias
têm vindo a demonstrar-se como um método eficaz para a redução do declínio cognitivo,
manutenção da saúde mental, aumentando desta forma a saúde e bem-estar social dos
idosos. Vários estudos apontam e demonstram resultados positivos na globalidade destas
intervenções (Amodeo, Netto & Fonseca, 2010; Clare & Woods, 2004; Lima, 2006;
Meinzer et al., 2008; Niu et al., 2010; Teixeira et al., 2015; Teixeira et al., 2017). Ao
longo das últimas décadas têm vindo a ser desenvolvidos inúmeros programas e
plataformas online, que visam contribuir de forma positiva para um melhor
envelhecimento ativo e saudável. De seguida, apresento alguns exemplos de programas
referidos na literatura.
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O COGWEB é um programa de treino cognitivo, desenvolvido em Portugal, que
permite a aplicação de tarefas personalizadas online. Estas tarefas estão organizadas de
maneira a estimular uma determinada função cognitiva, como a atenção, funções
executivas, memória, linguagem, cálculo. Os níveis avançam de forma automática, com
aumento de dificuldade progressiva, dependo da performance do participante (“Cogweb
– Treino cognitivo online,” n.d.; Tedim Cruz et al., 2014).
O Cognifit é um programa online, com intuito de melhorar as competências
cognitivas (Korczyn, Peretz, Aharonson, & Giladi, 2007). O programa está traduzido para
português, e os utilizadores podem registar-se gratuitamente, embora o programa não seja
totalmente gratuito. Inicialmente é realizada uma avaliação, que demora cerca de 10
minutos, e automaticamente o software gera um programa de treino personalizado. A
passagem de nível é idêntica a outros programas de treino cognitivo, adaptando a seleção
das tarefas conforme a melhoria do desempenho do participante. A sua eficácia,
evidenciada na literatura, apresenta resultados positivos quando comparada com
estimulação feita por videojogos (Peretz et al., 2011). Apesar de traduzido para português,
não foi encontrado na literatura nenhum estudo de validação deste programa para a
população Portuguesa.
O Big Brain Academy (BBA), para a wiiTM NintendoTM, é um exemplo de um
software de treino cognitivo que tem sido utilizado com pessoas com DA numa fase
inicial (Fernandéz-Calvo, Rodríguez-Pérez, Contador, Rubio-Santorum, & Ramos,
2011). Não foi encontrada literatura que evidencie a validação deste software para a
população Portuguesa.
Existem muitos outros programas de treino cognitivo, em vários idiomas que
passamos a enumerar: PESCO (www.asistic.ugr.es/pesco), CogRehab
(www.cogrehab.com), Reeduca (www.psychotech.qc.ca), NEP_UM (www.ccg.pt),
Smartbrain (www.smartbrain.net), TVNeurones (Fonseca, 2016), Vienna Test System
(www.schuhfried.com), PROECO (Santos, 2015), Eldergames (Gamberini et al., 2008),
Posit Science (Rosen, Sugiura, Kramer, Whitfield-Gabrieli, & Gabrieli, 2011),
BrainTraining (Leikas & Lampila, 2008), Thinkable (Brett & Provenzo, 1995). Embora
existam muitas plataformas online que permitem fazer treino cognitivo, como foi referido
acima, a maioria não fornece evidência de validade, são muito dispendiosas, alguns são
videojogos e não estimulam todos os domínios, nem fornecem informação suficiente ao
técnico para avaliar o progresso do participante. Outras apenas possuem carácter
preventivo e necessitam de mais estudos para comprovar a sua eficácia e validade. Apesar
9
de muitas estarem traduzidas para português, não existem evidências de que estejam
científica e funcionalmente validadas para a nossa população. Regista-se assim uma
carência de programas e plataformas de estimulação cognitiva, adaptados e,
principalmente, validados para a nossa população.
A plataforma utilizada na realização deste trabalho de investigação, primerCOG,
surge desta necessidade e vem preencher algumas das lacunas presentes neste campo da
reabilitação neuropsicológica. A primerCOG, plataforma online de treino cognitivo
(www.primercog.pt), possui base científica e tecnológica sólidas. Serve de suporte aos
técnicos e especialistas clínicos, por ex., cuidadores sociais formais e profissionais de
saúde. A sua população alvo consiste em seniores cognitivamente saudáveis ou com
diagnóstico médico de doença neurodegenerativa, disponibilizando uma panóplia de
atividades direcionadas para estimulação, manutenção, monitorização e reabilitação
cognitiva que permitem o treino de múltiplos domínios cognitivos. Esta plataforma
permite acompanhar a evolução dos seniores, através das variáveis de desempenho e dos
resultados atingidos na execução das atividades de treino cognitivo. Fortemente
direcionada para a promoção da saúde mental e prevenção da deterioração associada ao
envelhecimento, pretende fomentar como principal objetivo um envelhecimento ativo,
com mais qualidade de vida e funcionalidade, aumentando a autonomia dos seniores
(Teixeira et al., 2015). As atividades presentes na primerCOG visam estimular a atenção,
as funções executivas, a linguagem, a memória (de trabalho e de longo prazo), a
orientação e a função visuoespacial. Na plataforma está contemplada uma área de acesso
à informação para monitorização contínua do desempenho dos utentes integrados nas
sessões de estimulação cognitiva. Permite ainda comparar resultados da execução das
várias atividades de treino cognitivo, fornecendo uma visão macro dos utentes, ao nível
do desempenho de cada um deles nas várias atividades disponíveis na plataforma.
O presente estudo teve como objetivo contribuir para a avaliação da eficácia do
programa de treino cognitivo online primerCOG, analisando os benefícios no domínio
cognitivo que o participante possa ter consequentes à sua utilização. Focou-se na
avaliação de adultos com mais de 55 anos de idade, numa amostra com perfil saudável
após 12 sessões estruturadas de treino cognitivo com recurso à plataforma online
primerCOG. Com a implementação deste programa pretende-se minimizar e retardar as
eventuais perdas cognitivas relacionadas com o processo de envelhecimento. Com a
finalidade de cada vez mais se apostar em estratégias não medicamentosas de intervenção,
baseadas na promoção da saúde e prevenção da doença, num contexto de proximidade,
10
conduzindo à manutenção da saúde mental da população sénior. Procura-se contribuir
desta forma para uma melhoria da qualidade dos cuidados de saúde prestados.
Metodologia
Participantes
A amostra, de conveniência, foi recolhida na Academia de Saberes, em Aveiro,
sendo formada inicialmente por 21 participantes. Todos os participantes passaram por um
processo de triagem, formulado na aplicação de um questionário sociodemográfico
composto pela história médica e psiquiátrica. Resultante desta triagem, foram eliminados
três participantes, dois por pontuarem abaixo do ponto de corte no MoCA, e o terceiro,
por a sua idade ser muito superior aos restantes participantes. Após o início do programa
de treino cognitivo, foram excluídas duas participantes por não terem concluído o plano
de treino cognitivo. A amostra final do estudo ficou composta por 16 participantes,
divididos em dois grupos: o Grupo Semanal (GS), realizava uma sessão por semana e o
Grupo Bissemanal (GBS), realizava duas sessões por semana.
Como fatores de inclusão neste estudo foram aplicados estes critérios: 1) idade
= 55 anos; 2) não apresentarem diagnóstico de doenças neurológicas ou psiquiátricas;
3) serem escolarizados; 4) obterem uma pontuação no Montreal Cognitive Assessment
(MoCA) entre [24 - 30], conforme o ponto de corte para a sua idade e escolaridade; Os
critérios de exclusão foram: 1) presença de perturbações mentais reportadas pelo
participante; 2) analfabetismo; 3) presença de défices auditivos não corrigidos; 4)
limitações motoras que comprometessem a realização das tarefas cognitivas; 5) obter
pontuação no MoCA inferior ao ponte de corte para a respetiva idade e escolaridade.
Os dados sociodemográficos da amostra estão apresentados na Tabela 1. Os
grupos não diferem significativamente nas variáveis sociodemográficas idade e
escolaridade, nem na pontuação no MoCA no início do estudo.
11
GS GBS
Min-Max M (DP) Min-Max M (DP)
Idade 56-76 65.38(7.17) 59-72 67.00 (4.38)
Escolaridade 4 - 23 11.50(6.70) 9 - 19 14.25 (4.06)
4 anos
9 anos
12 anos
19anos
23anos
2 (25%)
2 (25%)
2 (25%)
1 (12.5%)
1 (12.5%)
0 (0%)
1 (12.5%)
4 (50%)
0 (0%)
3 (37.5%)
Sexo
Feminino
Masculino
6 (75%)
2 (25%)
8 (100%)
0 (0%)
Tabela 1: Dados sociodemográficos dos participantes (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)
Materiais
A avaliação cognitiva dos participantes deste estudo foi realizada com os
seguintes testes: Montreal Cognitive Assessment (MoCA), Stroop Color and Word Test
(STROOP), Sequência de Dígitos da Escala de Memória de Wechsler – Terceira Edição
(WMS III), Teste de Fluência Verbal e Fonética (TFVF), Trail Making Test (TMT),
Auditory Verbal Learning Test (AVLT), Berg Card Sort Test (BCST). Para a avaliação
dos níveis de depressão foi utilizado a Geriatric Depression Scale (GDS-30) e para
indicador de qualidade de vida foi utilizada a versão em Português de Portugal do
Instrumento Abreviado de Avaliação da Qualidade de Vida da Organização Mundial de
Saúde (WHOQOL-BREF). Os dados sociodemográficos dos participantes foram obtidos
através de um questionário (cf. Anexo 2). Para dinamizar as sessões de treino cognitivo,
foi utilizada a plataforma online primerCOG.
Montreal Cognitive Assessment (MoCA)
O MoCA (Versão Portuguesa: Freitas, Simões, Santana, Martins & Nasreddine,
2013) é um teste de avaliação cognitiva que tem como objetivo rastreio das formas mais
ligeiras de declínio cognitivo. Avalia os seguintes domínios por esta ordem: capacidades
visuoespaciais/executivas, nomeação, memória, atenção, linguagem, abstração e
orientação temporal e espacial (Nasreddine et al., 2005). O tempo de aplicação é de
aproximadamente 10 a 15 minutos, possuindo normas de cotação de acordo com a idade
12
e nível educacional para a população portuguesa (Freitas, Simões, Alves, & Santana,
2011; Simões, 2012). A consistência interna ( de Cronbach = 0.83), fiabilidade teste-
reteste (r= 0.92, p 0.001, 26 dias), sensibilidade na identificação de DCL (90%) e
especificidade (identificou 87% dos sujeitos de controlo) são consideradas muito boas
(Nasreddine et al., 2005). Em Portugal, o MoCA foi objeto de um programa sistemático
de investigações que incluem um estudo de adaptação (Freitas et al., 2010); estudos de
validação implementados em diferentes grupos clínicos, como é o caso da DCL e DA
(Freitas et al., 2012), entre outros. Os estudos de validação apresentam dados de natureza
psicométrica, para a nossa população, extremamente positivos para: estabilidade temporal
de 0.909, consistência interna de Cronbach, para DCL 0.723 e para DA 0.847, e acordo
entre avaliadores de 0.988 (Freitas et al., 2010; Duro et al., 2010, citado por Simões,
2012).
Stroop Color and Word Test (STROOP)
O Teste de Stroop de Cores e Palavras baseia-se nos estudos de John Ridley Stroop
no ano de 1935. Permite avaliar funções executivas, especificamente a atenção seletiva,
a capacidade de inibição, a resistência à interferência e a flexibilidade cognitiva associada
à rapidez. O desempenho é medido pelo tempo utilizado a ler todas as palavras de cada
ensaio, sendo os melhores resultados os que correspondem a menor tempo despendido.
A versão utilizada foi a de Fernandes (2013). Esta versão é composta por uma
página de registo de dados e cotação do teste, e três páginas que correspondem aos
estímulos a utilizar no teste. Cada uma destas três páginas contém 100 itens distribuídos
por 5 colunas, contendo cada coluna 20 itens. A primeira página, referente à velocidade
de processamento 1, encontra-se impressa a tinta preta, contendo as palavras “VERDE”,
“VERMELHO” e “AZUL”, dispostas de forma aleatória e de forma a que a mesma
palavra não apareça seguida na mesma coluna. Na segunda página, referente à velocidade
de processamento 2, encontram-se 100 elementos “XXXX” impressos nas cores verde,
vermelho e azul, sendo que a mesma cor não aparece seguida na mesma coluna. A pessoa
deve indicar a cor de cada elemento “XXXX” impresso. Não existe correspondência entre
as cores da primeira página e a ordem da segunda página. Por fim, na terceira página
referente à tarefa de atenção seletiva, encontram-se as palavras da primeira página
impressas com a cor da segunda página. Não existe correspondência entre a cor da tinta
e o significado da palavra. A pessoa deve indicar a cor a que as palavras estão impressas,
13
independentemente do seu significado (Fernandes, 2013). A folha de registo de dados e
cotação do teste apresenta diferentes campos que permitem a contagem do número de
palavras (P) lidas na primeira página, o número de cores (C) lidas na segunda página e o
número de cores nomeadas corretamente (PC) das palavras impressas em cor diferente
do seu significado que aparecem na terceira página. Estão representadas outras variáveis
como: PC´(PxC / P + C) – pontuação esperada ou estimada para PC; PC-PC´- pontuação
de interferência. Os resultados são obtidos através da contabilização do número de
palavras lidas na primeira folha e das cores enumeradas na segunda e terceira folha, num
período de 45 segundos (Fernandes, 2013). Esta medida neuropsicológica amplamente
utilizada tem revelado boa validade e fidelidade com de Cronbach de 0.663,
apresentando assim boa consistência interna (Fernandes, Rodríguez, & Silva, 2012;
Fernandes, 2013).
Sequência de Dígitos da Escala de Memória de Wechsler – 3ª Edição (WMS
III)
A Sequência de Dígitos da Escala de Memória de Wechsler é um sub-teste da
WAIS-III, que está dividida em duas partes. Requer que os participantes repitam várias
sequências de números de extensão crescente, logo após a apresentação oral do
examinador. A primeira parte consiste na repetição por ordem direta dos dígitos que
foram apresentados, contendo entre 2 a 9 dígitos. Na segunda parte, a repetição deve ser
efetuada por ordem inversa, exigindo que o participante, ao repetir, inverta a ordem em
que os dígitos foram apresentados, em sequências contendo entre 2 e 8 dígitos. Cada item
é constituído por 2 ensaios e a pontuação total da tarefa, é a soma do número de ensaios
corretamente efetuados, em ambas as partes do teste. Quanto maior a pontuação obtida,
melhor a memória de trabalho. Para este estudo foi utilizada a versão de Simões et al.
(2008). Esta tarefa envolve principalmente processos atencionais, na primeira tarefa
evocação em sentido direto, enquanto na segunda parte evocação em sentido inverso
envolve uma forte componente de memória de trabalho, pois requer armazenamento dos
dígitos, durante um curto período de tempo, para depois serem trabalhados e evocados no
sentido inverso. Quanto maior a pontuação, melhor a capacidade da memória de trabalho
do participante. As propriedades psicométricas de WMS-III, onde está inserido este teste,
em estudos portugueses sobre a sua fiabilidade, apresentou boa consistência interna e
estabilidade temporal adequada. Segundo Gonçalves et al., 2015, a amplitude dos
coeficientes de consistência interna varia entre .67 e .90 para as pontuações de resultados
14
principais. A média dos coeficientes de fidelidade dos índices principais varia entre .77 e
.93. Por último, os coeficientes de estabilidade variaram entre .46 e .84, também para os
índices principais.
Teste de Fluência Verbal e Fonética (TFVF)
O TFVF está organizado em duas partes: Fluência Verbal Semântica (FVS) e
Fluência Verbal Fonética (FVF). O TFVF é um instrumento breve com procedimento
simples de administrar e de cotar. A tarefa de FVS inclui as categorias: nomes de animais,
nomes de alimentos que é possível comprar num supermercado, e ações ou atividades que
as pessoas fazem. Neste trabalho de investigação, foi utilizada apenas a categoria animais,
que demonstrou uma boa sensibilidade, especificidade e previsão (Guerreiro, 2010). A
tarefa de FVF compreende as letras M-P-R, sendo necessário gerar palavras iniciadas por
essas letras. Este teste, na literatura está referenciado com boas propriedades
psicométricas, consistência interna de .89 para o alfa de Cronbach e coeficiente de
correlação de .89 (Cavaco et al., 2013), mas deixa uma indicação para a necessidade de
explorar outros aspetos como o “efeito da prática”.
Trail Making Test (TMT)
O TMT é um teste que avalia a atenção, memória de trabalho, função motora e
funções executivas, concretamente a flexibilidade cognitiva e a velocidade de
processamento (Cavaco et al., 2013). Esta prova está dividida em duas partes: Parte A e
Parte B. A parte A avalia atenção, exploração visual, coordenação olho-mão, velocidade
de processamento, sequenciação e flexibilidade cognitiva. A parte B avalia as mesmas
características medidas na parte A adicionando a capacidade de alternância (Cavaco et
al., 2008, 2013). A sua administração é simples, sendo cronometrado o tempo de
execução e o resultado é o número de segundos que o participante demorou para concluir
cada parte. Referente à parte A, é pedido ao participante que conecte sequencialmente,
por ordem crescente, os vinte e cinco círculos, que estão numerados de 1 a 25. A parte B
é semelhante, mas é necessário unir os círculos numerados de 1 a 12 alternando com letras
de A a L (ex., 1-A-2-B-3-C) (Cavaco et al., 2013). Os dados cronometrados que são
recolhidos fornecem 4 indicadores diretos e 5 indicadores derivados, sendo que os
indicadores diretos são o tempo e o número de erros cometidos. O estudo de Cavaco et
al. (2013), para a população portuguesa, apenas apresenta dados normativos para o tempo
de execução da prova dado que os erros se refletem no aumento do tempo de execução.
15
Nesta investigação foi utilizado a versão de Cavaco de 2013, sendo utilizado como
indicador somente o tempo de execução da prova. Esta prova apresenta várias medidas
psicométricas com boa descrição, ao longo da literatura, apresentando valores de
consistência interna entre os .6 e .9 (Cavaco et. al, 2013).
Auditory Verbal Learning Test (AVLT)
O AVLT avalia diferentes aspetos da aprendizagem e memória (Cavaco et al.,
2015). A versão portuguesa do teste consiste na leitura de uma lista de 15 palavras,
apresentada cinco vezes pelo investigador, intercalada pela evocação do sujeito. Após um
período de trinta minutos, é avaliada a capacidade de evocação do participante, sugerindo
para enumerar as palavras que se recordar da lista. Por último, procede-se à leitura de
uma lista composta por 30 palavras, das quais 15 pertencem à lista lida anteriormente e
15 são apresentadas pela primeira vez. Nesta tarefa o participante, deverá fazer o
reconhecimento das palavras que já lhe foram lidas anteriormente. Quanto mais palavras
corretas, maior a cotação obtida no instrumento. A pontuação máxima para o conjunto de
ensaios de evocação imediata é 75, para o ensaio de evocação tardia é 15 e para o ensaio
de reconhecimento é 30 (Cavaco et al., 2015). O presente teste apresenta excelentes
propriedades psicométricas, na fluência semântica e fonética, apresentando excelente
consistência interna, de Cronbach .89 (Cavaco et al., 2013).
Berg Card Sorting Test (BCST)
O BCST é uma versão do instrumento Wisconsin Card Sorting Test (WCST),
disponibilizado na plataforma Psychology Experiment Building Language (PEBL),
http://pebl.sourceforge.net/. A versão utilizada foi assim a da plataforma PEBL, sistema
gratuito, para programar e executar baterias de testes, em conformidade com os originais
e com recurso ao computador. Os artigos apresentados na literatura, demonstram que os
testes presentes na PEBL fornecem novas ferramentas de pesquisa válidas e versáteis para
medir e avaliar as funções executivas (Piper et al., 2011; Fox, Mueller, Gray, Raber &
Piper, 2013). A tarefa do BCST, consiste em combinar cartas, que vão sendo
disponibilizadas uma a uma por ensaio, com uma de quatro cartas alvo (um triangulo
vermelho, duas estrelas verdes, três cruzes amarelas e quatro círculos azuis), colocando a
carta que aparece em cada ensaio debaixo da carta alvo com a qual se quer emparelhar,
em função de uma regra abstrata que se vai alterando automaticamente ao longo da tarefa.
16
O desempenho na tarefa envolve planeamento estratégico, processamento visual
organizado, rapidez de processamento, capacidade de indução de regras bem como a sua
manutenção e alteração (Strauss et al., 2006), que lhe permite selecionar as características
relevantes dos estímulos. Desta forma, o instrumento avalia a flexibilidade cognitiva,
capacidade de desenvolver estratégias de resolução de problemas e o pensamento abstrato
(Lezak, Howieson & Loring, 2004). Os indicadores fornecidos pelo BCST correspondem
ao: Total de Respostas Corretas (TRC); Total de erros (ERR) – total de erros cometidos
pelo participante; Respostas perseverativas (RP) – total de acertos perseverativos; Erros
Perseverativos (EP) – total de erros perseverativos; Erros Não Perseverativos (ENP) –
total de erros não perseverativos; Número de categorias (CAT) – número de categorias
completadas; Falhas para manter o contexto cognitivo (FAL) – situação em que o sujeito
descobre o princípio de ordenação correto, mas revela dificuldades em manter 10
respostas corretas consecutivas (Piper et al., 2011).
BCST não apresenta medidas psicométricas para a população portuguesa.
Contudo, o Wisconsin Card Sorting Test, é um teste muito idêntico ao BSCT, que
apresenta boa consistência interna com alfa = .78, confiabilidade inter-observadores,
validade convergente e índices de fidelidade e validade (Dubois, et al., 2000).
Escala de Depressão Geriátrica (GDS-30)
A GDS-30 foi inicialmente construída por Yesavage et al. (1983). Desenvolvida
para o auxílio do diagnóstico de depressão na população idosa, a GDS contém 30 itens
que questionam sobre comportamentos e sentimentos referentes à última semana. O
sistema de resposta é dicotómico (Sim/Não), atribuindo-se 1 ponto por cada resposta
afirmativa nos itens 2-4, 6, 8, 10, 11, 12, 13, 14, 16-18, 20, 22, 23, 24, 25, 26, 27 e 28; e
1 ponto por cada resposta negativa nos itens 1, 5, 7, 9, 15, 19, 21, 27, 29, e 30. A pontuação
total pode variar entre 0 e 30. Um resultado entre 0 e 10 indica ausência de depressão;
entre 11 e 20, indica depressão ligeira; e entre 21 e 30, indica depressão grave (Barreto et
al., 2003). Nesta dissertação utilizei a versão de Pocinho (2009), esta revelou boas
características psicométricas, nomeadamente muito boa consistência interna, de
Cronbach = .906 e estabilidade temporal = .995.
17
World Health Organization Quality Of Life - BREF (WHOQOL-BREF)
O WHOQOL-BREF (Vaz-Serra, Canavarro, Simões, Pereira, Gameiro, Rijo,
Carona & Paredes, 2006) é um teste de aplicação e cotação simples, com tempo de
aplicação aproximadamente entre 10 e 15 minutos. Composto por 26 itens, está
organizado em quatro domínios da qualidade de vida. Cada domínio tem por objetivo
analisar, respetivamente: a capacidade física, o bem-estar psicológico, as relações sociais,
e o meio ambiente onde o participante está inserido. Além destes quatro domínios, possui
também um domínio que analisa a qualidade de vida global. Cada domínio é composto
por questões, cujas pontuações variam entre 1 e 5, numa escala de resposta de tipo Likert
de 5 pontos. O resultado final deverá ser transformado numa escala de 0 a 100,
correspondendo uma pontuação final mais elevada a uma melhor perceção de qualidade
de vida (Vaz Serra et al., 2006). A adaptação portuguesa de Vaz-Serra e colaboradores
apresenta bons índices de consistência interna, validade discriminante, validade de
construto e estabilidade teste-reteste, tornando-o um bom instrumento para avaliar
qualidade de vida em Portugal. Considerando o domínio de qualidade de vida geral, de
Cronbach = .79. Consistência Interna para: Domínio “Relações Sociais” de Cronbach
= .64; Domínio “Físico” de Cronbach = .87; Domínio “Psicológico” de Cronbach =
.84; Dominío “Ambiente” de Cronbach= .78 (Vaz Serra, A. et al., 2006).
Plataforma online primerCOG (www.primercog.pt)
A plataforma online, primerCOG, como referi anteriormente, trata-se de uma
plataforma de treino cognitivo online, que objetiva contribuir para um envelhecimento
saudável da população portuguesa, através da aplicação de atividades de estimulação
cognitiva. A plataforma está direcionada para dois tipos de perfil cognitivo: perfil
saudável (seniores cognitivamente saudáveis com idade superior a 55 anos) e perfil de
défice cognitivo ligeiro (pacientes com diagnóstico médico de défice cognitivo ligeiro).
A plataforma online primerCOG disponibiliza um conjunto diverso de atividades,
nomeadamente: “Cálculo”, “Classificar Cartões”, “Colecionar Botões”, “Descobrir as
Diferenças”, “Encontrar os Gémeos”, “Labirintos”, “Lista de Palavras”, “Na mesma
Ordem”, “Slot Machine”, “Torres” e “Vi ou Li Antes” (Teixeira, Alecrim, Freitas, Silva
& Costa, 2017). Na atividade “Cálculo”, são apresentados ao participante uma série de
cálculos matemáticos que têm que os realizar mentalmente, à medida que são
apresentados no ecrã. Permite estimular: os domínios da atenção e funções executivas.
18
Reforçando assim a capacidade de atenção e concentração, necessárias para efetuar os
cálculos. Adicionalmente, esta tarefa envolve outros níveis de funcionamento executivo,
tais como estratégias de planificação, monitorização, memória de trabalho e flexibilidade
cognitiva. Na atividade “Classificar Cartões”, o participante deve associar cada um dos
cartões apresentados a um dos quatro cartões de estímulo. Os cartões são classificados
tendo em conta um de três critérios: mesma cor, mesma forma de símbolo ou mesmo
número de símbolos. Nunca é divulgado ao participante o critério de semelhança, nem o
momento da sua alteração. Esta tarefa permite estimular os domínios da atenção e funções
executivas, mais especificamente, flexibilidade cognitiva, inibição de resposta,
antecipação mental e atenção sustentada. Na atividade “Colecionar Botões”, o
participante tem que clicar no centro de um botão verde que aparece no ecrã, o mais
rapidamente possível. O participante deve conseguir ignorar os outros estímulos visuais
distratores que vão aparecendo e provocando efeito de interferência. Durante a realização
desta atividade, são estimulados os domínios da atenção, função executiva e
visuoespacial. Esta tarefa requer um controlo e manutenção da atenção combinado com
inibição de resposta perante estímulo distrator. Na atividade, “Descobrir as Diferenças”,
são apresentadas ao participante duas figuras aparentemente idênticas, e este deve
identificar as diferenças existentes entre ambas. Nesta atividade predomina o domínio da
atenção, implicando uma flexibilidade entre a concentração, inibição da distração e a
capacidade para desviar a consciência de um foco para outro, por outras palavras, atenção
seletiva e sustentada. Na atividade “Encontrar os Gémeos”, são exibidos aos participantes
cartões contendo faces de pessoas. Este deve combinar os cartões por pares iguais, até
não faltar nenhum par. Na realização desta tarefa, estimulamos os domínios da atenção e
memória, mais especificamente, atenção sustentada e seletiva, e memória de trabalho. Na
atividade “Labirintos”, o participante tem como objetivo conduzir uma laranja desde o
ponto de partida até ao ponto de saída. Escolhendo sempre o caminho mais curto. Na
realização desta tarefa são estimuladas as funções executivas e visuoespacial,
nomeadamente, o controlo da atenção, planeamento e antecipação de estratégias de
resolução de problemas, necessárias para analisar e compreender o espaço e trajetos
possíveis dos labirintos. Na atividade “Lista de Palavras”, o participante deve memorizar
um conjunto de palavras que são apresentadas inicialmente. De seguida realizar uma
atividade distratora durante 3 minutos. De seguida, uma segunda lista é apresentada,
devendo o participante indicar as palavras que foram apresentadas anteriormente. Durante
a execução desta atividade, o domínio da memória e linguagem, nomeadamente a
19
memória de trabalho, visual e semântica, são estimulados. Na atividade “Na mesma
Ordem”, são apresentados ao participante queques que sequencialmente irão mudar de
cor. O participante deve memorizar a sequência correta apresentada e repeti-la
posteriormente de maneira a cumprir o objetivo da atividade. Durante a realização desta
tarefa estão estimulados a memória de trabalho, atenção seletiva e sustentada, perceção
visual dos estímulos e a relação espacial. Estimulam-se assim os domínios da atenção,
memória, funções executivas e visuoespacial. Na atividade “Slot Machine”, o participante
deve memorizar o trio de imagens que lhe é apresentado, com o objetivo de
posteriormente identificá-lo perante quatro opções apresentadas. A memória a curto prazo
e a memória visual são estimuladas predominantemente nesta atividade. Na atividade
“Torres”, é apresentado um modelo de uma torre que o participante deverá reproduzir,
respeitando: a ordem dos discos coloridos e dentro de um tempo limite. O objetivo desta
atividade é reconstruir a torre apresentada noutra localização, com o menor número de
movimentos possível e respeitando a ordem de posicionamento dos elementos. As
funções executivas, com foco no raciocínio lógico, flexibilidade cognitiva, planeamento
de estratégias e resolução de problemas, são estimulados nesta tarefa. Por fim, a atividade
“Vi ou Li Antes”. São apresentados um conjunto de estímulos, sob a forma de imagem
ou palavra escrita. Posteriormente, perante cada estímulo, o participante deve indicar se
se trata de um estímulo novo, ou se foi apresentado anteriormente. Deste modo, o
desempenho nesta tarefa envolve maioritariamente o domínio cognitivo da memória,
mais concretamente a memória de trabalho, visual e verbal. As atividades acima referidas,
têm níveis de dificuldade que aumentam progressivamente, à medida que o participante
completa o nível em que se encontra. Existem semelhanças entre as atividades destinadas
a cada tipo de perfil (saudável e ligeiro), diferenciando-se a dificuldade presente em cada
nível. Todos os participantes iniciam todas as atividades no nível 1, devendo executar
com sucesso um certo número de tentativas, de modo a desbloquear o nível seguinte e
assim sucessivamente nos restantes patamares. A plataforma primerCOG já se encontra
validada funcionalmente para adultos idosos com perfil cognitivo saudável (Teixeira et
al., 2015), confirmando a adequação do seu design e das suas atividades de treino
cognitivo junto do público-alvo.
Procedimento
Após a apresentação, descrição do estudo e ter-se clarificado todas as dúvidas, foi
entregue e recolhido o consentimento informado por escrito a todos os participantes (cf.
20
Anexo 1). Cada participante foi avaliado individualmente, no início e final da aplicação
do programa de treino cognitivo. O MoCA foi aplicado inicialmente, para realizar uma
triagem nos participantes que poderiam ou não participar no estudo. Posteriormente foi
marcado a 1ª sessão (Momento 1) para aplicar os restantes testes da fase pré-treino. Um
grupo realizou as atividades de treino cognitivo uma vez por semana, enquanto outro
realizou duas vezes, num total, em ambos os grupos, de 12 sessões de treino cognitivo.
As sessões foram definidas inicialmente, sendo que todos os participantes passaram pelas
mesmas atividades, nas mesmas sessões, o mesmo número de vezes, alterando apenas o
nível em que cada participante se encontrava. As sessões de treino tiveram uma duração
média de 1 hora cada. O acesso à plataforma era realizado pelo experimentador, antes dos
participantes chegarem à sala, para não intervir com a duração da sessão. O programa
teve duração total de dezassete sessões: doze sessões de treino cognitivo e cinco sessões
para avaliação pré e pós programa. A aplicação da bateria de avaliação total demorou
aproximadamente noventa minutos e os testes foram aplicados sempre na seguinte
sequência: MoCA, STROOP, WMS III, TFVF, TMT, AVLT, BCST, GDS-30 e
WHOQOL-BREF. No decorrer da primeira sessão, foi realizada uma entrevista clínica,
de modo a recolher os dados sociodemográficos e foi aplicado o MoCA para avaliar os
critérios de inclusão e de exclusão. Após a primeira avaliação, os participantes foram
divididos por dois grupos homogéneos tendo em conta variáveis como: o nível do MoCA,
idade e escolaridade. Nas duas sessões seguintes, foram aplicados os restantes testes da
bateria de avaliação neuropsicológica. Nas últimas duas sessões, os participantes
preencheram um questionário de avaliação funcional do programa e foi aplicada
novamente a bateria de avaliação neuropsicológica. A sala onde foram realizadas as
avaliações e as sessões de treino cognitivo, foi sempre a mesma. Esta providenciou uma
boa acústica num ambiente livre de estímulos visuais e auditivos que pudessem perturbar
as sessões. Os computadores utilizados para a realização das sessões foram: Lenovo
ideapad 310, Lenovo ideapad v330, Samsung SF510, Toshiba Satellite L755-S5166.
Antes de executar as atividades, o investigador mostrava um vídeo a exemplificar como
realizar a tarefa em questão. Os participantes observavam o vídeo exemplificativo, caso
suscitasse alguma dúvida era esclarecida antes de iniciarem a tarefa. Durante a realização
das tarefas o investigador, não intervinha na sua realização. O plano das sessões de treino
cognitivo dinamizadas e respetivos exercícios encontra-se em anexo (cf. Anexo 3).
21
Análise de Dados
O tratamento dos dados recolhidos durante este estudo foi realizado com recurso
ao software IBM Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 24. Foram
realizadas análises de estatística descritiva, para obter as medidas de tendência central e
medidas de dispersão (mediana, média, desvio padrão, mínimo e máximo). As análises
inferenciais realizadas tiveram como objetivo, verificar as diferenças de desempenho
entre o momento 1 (pré-programa de Treino Cognitivo) e o momento 2 (pós-programa de
Treino Cognitivo), para todas as variáveis incluídas no estudo, assim como comparar o
desempenho entre grupos. Dada a dimensão da amostra e o facto de algumas variáveis
violarem o pressuposto da normalidade, optou-se por utilizar somente testes não
paramétricos. Estes testes são considerados uma alternativa robusta aos testes
paramétricos quando as condições de normalidade e homogeneidade de variâncias entre
grupos não se verifica (Marôco, 2011). Assim, para a comparação do desempenho de cada
um dos grupos entre o Momento 1 e o Momento 2 (análise com amostras emparelhadas)
foi utilizado o teste de Wilcoxon. Para todas as análises efetuadas neste estudo, foi
considerado um nível de significância de p < 0.05 para aceitar resultados como
estatisticamente significativos. Como estimativa do tamanho do efeito, foi utilizado o
coeficiente 𝑟 = 𝑧
√𝑁 , em que N = nº de observações em cada grupo, e não o número de
participantes (i.e., N = 16, por serem 8 participantes em cada grupo, com duas
observações, momento 1 e momento 2) (Field, 2013).
Resultados
Foram calculadas as pontuações T para os testes: MoCA, STROOP, AVLT, TMT,
TFVF, WHOQBref. Para os restantes testes, WMS III e BCST, foram consideradas as
pontuações brutas para análise.
A estatística descritiva para os resultados obtidos no MoCA nos momentos 1 e 2
encontra-se no Anexo 4. Ambos os grupos revelaram um aumento estatisticamente
significativo entre o momento 1 e momento 2, GS, z= -2.521, p=.012, r= -.630; GBS, z=
-2.524, p=.012, r= -.631.
A estatística descritiva, para os resultados obtidos no desempenho no Teste de
STROOP, nos momentos 1 e 2, encontra-se no Anexo 5. No que diz respeito à medida da
velocidade de processamento 1, verificou-se uma melhoria no desempenho entre o
momento 1 e 2. No GS, esse aumento teve significância estatística, z= -2.379, p=.017, r=
22
-.594. O GBS também apresentou melhorias estatisticamente significativas, para o seu
desempenho, z= -2.371, p=.018, r= -.592. Relativamente à velocidade de processamento
2, o GS apresentou um aumento superior ao GBS, alcançando a significância estatística,
z= -2.201, p=.028, r= -.550. O GBS também demonstrou um aumento entre momentos de
avaliação, mas sem significância estatística z= -1.198, p=.231, r= -.299. No que concerne
à medida da atenção seletiva, ambos os grupos apresentaram melhorias significativas.
Contudo o GBS, apresentou um aumento no seu desempenho superior, z= -2.100, p=.036,
r= -.525, em relação ao que o GS obteve, z= -2.032, p=.042, r= -.508. Por último, na
medida de interferência (inibição de resposta) do teste de STROOP, o GS reportou um
ligeiro aumento, porém não significativo, z= -.631, p=.528, r= -.158. No GBS foi
verificado também o mesmo efeito e a ausência de significância estatística, z= -1.192,
p=.233, r= -.298.
A estatística descritiva, para os resultados obtidos no desempenho no teste
Sequência de Dígitos, nos momentos 1 e 2, encontra-se no Anexo 6. Relativamente à
tarefa de ordem direta, o GS mostrou uma melhoria entre os dois momentos, embora esta
não seja significativa, z= -1.511, p=.131, r= -.378. Ainda nesta tarefa, o GBS, demonstrou
melhoria superior ao GS, entre os momentos de avaliação, que quase atingiu significância
estatística z= -1.725, p=.084, r= -.431. Quanto à tarefa em ordem inversa, o GS, melhorou
o seu desempenho entre o momento 1 e momento 2 com significância estatística, z= -
2.07, p=.038, r= -.518. O GBS, melhorou o desempenho entre momentos e quase atingiu
significância estatística, z= -1.786, p=.074, r= -.447. Na prova global da sequência de
dígitos, ou seja, na medida para a pontuação total, o GS exibiu uma melhoria visível no
seu desempenho, que resultou num resultado estatisticamente significativo, z= -2.229,
p=.026, r= -.557. O GBS também revelou melhorias significativas entre momentos de
avaliação, z= -2.113, p=.035, r= -.528.
A estatística descritiva, para os resultados obtidos no desempenho do TFVF, nos
momentos 1 e 2, encontra-se no Anexo 7. Relativamente à pontuação obtida na Fluência
Semântica Animais, o GS exibiu uma melhoria marginalmente significativa do momento
1 para o momento 2, z= -1.951, p=.051, r= -.488. Contudo, o GBS obteve uma melhoria
de magnitude superior, z= -2.530, p=.011, r= -.632, apresentando um aumento
significativo na quantidade de palavras de animais produzida durante os ensaios. Na
medida “Fluência Fonética M”, o GS apresentou um aumento significativo entre os
momentos de avaliação, z= -2.201, p=.028, r= -.550. Porém o GBS, apresentou um efeito
superior ao GS, z= -2.521, p=.012, r= -.630. Relativo à pontuação obtida na “Fluência
23
Fonética P”, o GS apresentou uma melhoria superior e estatisticamente significativa, z=
-2.375, p=.018, r= -.594, em comparação com o GBS, z= -1.334, p=.182, r= -.333, cuja
alteração no desempenho não foi significativa. Na medida “Fluência Fonética R”,
verificou-se um aumento da pontuação do momento 1 para o momento 2 para ambos os
grupos, apresentando diferenças estatisticamente significativas. Para o GS, z= -2.380,
p=.017, r= -.595, enquanto para o GBS, z= -2.388, p=.017, r= -.597. Na medida de
pontuação total, “Fluência Fonética Total” o GS, apresentou uma melhoria
estatisticamente significativa, z= -2.524, p=.012, r= -.631. O GBS também apresentou
diferenças estatisticamente significativas, z= -2.524, p=.012, r= -.631.
A estatística descritiva, para os resultados obtidos no desempenho do TMT, nos
momentos 1 e 2, encontra-se no Anexo 8. No que concerne ao TMT A, de acordo com as
pontuações T obtidas, no GS, ocorreu um incremento na pontuação, com significância
estatística, z= -2.10, p=.036, r= -.525. O GBS demonstrou um efeito positivo, não
estatisticamente significativo, z= -1.680, p=.093, r= -.42. Relativamente ao TMT B, o GS
exibiu uma melhoria na pontuação obtida, contudo não apresenta resultados
estatisticamente significativos, z= -1.542, p=.123, r= -.386. No que concerne ao GBS,
este apresentou melhorias entre os momentos de avaliação com significância estatística,
z= -2.533, p=.011, r= -.633.
A estatística descritiva relativa ao desempenho no AVLT, nos momentos 1 e 2,
encontra-se apresentada no Anexo 9. Na pontuação Diferida, o GS demonstrou melhorias
estatisticamente significativas entre os momentos de avaliação, z= -2.533, p=.011, r= -
.895. O mesmo efeito foi verificado no GBS, com resultados significativos, z= -2.527,
p=.012, r= -.893. Referente à medida AVLT TL, esta medida indica o total de palavras
aprendidas ao longo dos ensaios. O GS nesta medida obteve melhoria significativa no seu
desempenho, do momento 1 para o momento 2, z= -2.527, p=.012, r= -.893. O GBS
também reportou melhorias estatisticamente significativo entre momentos, z= -2.524,
p=.012, r= -.892. Na pontuação AVLT LOT, que se refere à aprendizagem adquirida ao
longo dos ensaios, o GS melhorou o seu desempenho, todavia sem significância
estatística, z= -1.187, p=.235, r= -.420. Em relação ao GBS, ocorreu uma diminuição no
desempenho, embora sem significância estatística, z= -0.281, p=.779, r= -.070. Por
último, na medida de cotação AVLT LTPR, que se refere à percentagem de retenção a
longo prazo, o GS apresentou uma melhoria estatisticamente significativa, z= -2.240,
p=.025, r= -.56. No GBS observaram-se também melhorias, embora não significativas
estatisticamente, z= -1.690, p=.091, r= -.423.
24
A estatística descritiva, para os resultados obtidos no desempenho do BCST, nos
momentos 1 e 2, encontra-se no Anexo 10. Para a medida “Total de Respostas Corretas”,
o GS melhorou o desempenho entre os momentos, mas sem significância estatística, z= -
.772, p=.440, r= -.193. Já o desempenho do GBS revelou-se estatisticamente
significativo, z= -2.524, p=.012, r= -.631. Para a medida “Total de Erros”, o GS revelou
uma melhoria na quantidade de erros efetuados, porém o seu desempenho também não
foi estatisticamente significativo, z= -.772, p=.440, r= -.193. Em contraste, o GBS
apresentou uma melhoria estatisticamente significativa, z= -2.524, p=.012, r= -.631. Na
medida “Total de Respostas Perseverativas”, no GS houve uma melhoria no desempenho,
mas sem significância estatística, z= -1.542, p= .123, r= -.386. O GBS demonstrou
também melhoria nesta medida de avaliação e obteve diferenças estatisticamente
significativas, z= -2.103, p=.035, r= -.526. No “Total de Erros Perseverativos” o GS
melhorou o seu desempenho entre os momentos, contudo sem relevância estatística, z= -
1.260, p=.208, r= -.315. O GBS revelou um desempenho significativamente superior e
com relevância estatística, no momento 2 em relação ao momento 1, z= -2.521, p=.012,
r= -.630. No “Total de Erros Não Perseverativos”, o GS revelou melhoria no desempenho
entre os momentos de avaliação, todavia sem resultados significativos, z= -.840, p=.401,
r= -.21. Relativamente ao GBS o efeito revelou-se significativo, z= -2.240, p=.025, r= -
.56. No “Número de categorias completas”, o GS revelou melhorias entre os momentos
de avaliação, porém sem significância estatística, z= -0.862, p= .389, r= -.215. O GBS,
revelou melhorias significativas entre os momentos 1 e 2, z= -2.375, p=.018, r= -.594.
A estatística descritiva para os resultados obtidos no desempenho da GDS-30, nos
momentos 1 e 2, encontra-se no Anexo 11. Relativamente ao GS, podemos observar uma
diminuição da sintomatologia depressiva, porém não estatisticamente significativa, z= -
1.355, p=.176; r= -.339. No que concerne ao GBS, este também reportou uma diminuição
da sintomatologia, também não significativa, z= -.776, p=.438, r= -.194.
A estatística descritiva para os resultados obtidos no WHOQOL-BREF, nos
momentos 1 e 2, encontra-se no Anexo 12. Relativamente ao domínio físico (D1), o GS
demonstrou uma melhoria neste domínio, tendencialmente significativa, z= -1.725,
p=.084, r= -.431. O GBS também demonstrou uma melhoria neste domínio, contudo sem
significância estatística, z= -.345, p= .730, r= -.086. Referente ao domínio psicológico
(D2), verificou-se uma melhoria entre os momentos de avaliação 1 e 2, para o GS,
contudo sem relevância estatística, z= -.511, p=.610, r= -.128. O GBS reportou um
incremento superior ao GS, porém também não alcançou significância estatística, z= -
25
.681, p=.496, r= -.170. No domínio 3, referente à qualidade das relações sociais, o GS
exibiu uma melhoria entre momentos, porém não significativa, z= -0.272, p=.785, r= -
.068. No GBS, verificamos o mesmo resultado não significativo observado no GS, z= -
1.051, p=.293, r= -.263. Por último no domínio 4, referente ao meio ambiente onde o
participante está inserido, o GS apresentou melhorias, contudo não alcançou significância
estatística, z= -.542, p= .588, r= -.136. Relativamente ao GBS, podemos observar uma
maior melhoria, mas novamente não significativa, z= -.542, p=.588, r= -.136.
Discussão
O estudo apresentado tem como objetivo contribuir para a avaliação da eficácia
do programa de estimulação cognitiva primerCOG e consequentes ganhos ao nível
cognitivo, em idosos saudáveis. Para concretizar este objetivo, foram realizadas
avaliações às diversas funções cognitivas, pré e pós as doze sessões de treino cognitivo
com recurso à plataforma online primerCOG. Para além disso, manipulou-se a
periodicidade das sessões. Num dos grupos, as sessões realizavam-se uma vez por
semana, sendo que as doze sessões ocupavam doze semanas consecutivas. No outro
grupo, as sessões tinham uma periodicidade bissemanal, sendo que o programa completo
ocupava apenas seis semanas consecutivas.
A título de exemplo, Slegers, Boxtel & Jolles em 2009, realizaram um estudo com
objetivo avaliar o efeito na cognição do uso prolongado de treino cognitivo com
computador. A amostra era composta por dois grupos, um grupo experimental (GE) e
grupo de controlo, com idades a variar entre 64-75 anos. O GE realizou intervenção uma
vez a cada duas semanas, durante os primeiros quatro meses e de seguida uma vez por
mês durante oito meses. Foi realizado um follow-up passado 12 meses. Os resultados do
estudo apontam para efeitos positivos sobre o domínio da memória, mais concretamente
memória de trabalho, nas funções da atenção e velocidade de processamento e funções
executivas.
A plataforma online primerCOG, estimula diversos domínios cognitivos como a
atenção, a memória, as funções executivas e visuoespaciais, através da panóplia de
atividades que dispõe. Foram avaliadas diversas funções cognitivas, como a velocidade
de processamento, a atenção seletiva, a memória de trabalho e as funções executivas, para
analisar os benefícios no domínio cognitivo que o participante possa ter consequentes à
sua utilização. Foram avaliados potenciais benefícios ao nível emocional (depressão) e
26
qualidade de vida. Após o período de treino cognitivo, podemos observar que ambos os
grupos apresentaram melhorias significativas, entre os momentos de avaliação pré e pós
programa de treino, no que diz respeito às funções avaliadas, à exceção das funções
executivas avaliadas pelo BCST, que apenas revelaram melhorias no grupo bissemanal.
Os resultados apoiam assim a eficácia desta plataforma. Como referido, no que diz
respeito à periodicidade das sessões, ambos os grupos apresentaram resultados idênticos
na maioria das funções avaliadas. A eficácia apenas se distinguiu ao nível das funções
avaliadas pelo BCST (flexibilidade cognitiva, capacidade de desenvolver estratégias de
resolução de problemas e o pensamento abstrato), em que o GBS apresentou uma
melhoria significativa no desempenho entre os momentos de avaliação, o que não
aconteceu para o GS. Este resultado indica que, para estas funções, a modalidade
bissemanal parece ter sido mais eficaz que a modalidade semanal.
Fernandéz-Calvo e colaboradores (2011) realizaram um estudo cujo objetivo era
avaliar a eficácia de programa online, comparando três grupos distintos. Um grupo com
treino cognitivo com base no Big Brain Academy (BBA), o segundo grupo com um
programa de treino cognitivo tradicional (TCT) e um terceiro grupo de controlo (GC),
que não recebeu nenhum tratamento durante este período. Decorreu durante 12 semanas,
com um total de 36 sessões. Os resultados do estudo sugerem que o treino com base no
BBA tende a ser mais efetivo que um TCT. Nos participantes a quem foi aplicado o BBA,
verificaram-se resultados positivos ao nível da atenção, memória, linguagem e praxia, e
por isso uma redução significativa do declínio cognitivo, da sintomatologia depressiva e
dos sintomas psicológicos e comportamentais em relação ao TCT e GC (Fernandéz-Calvo
et al., 2011).
Através da utilização da plataforma primerCOG, a amostra na sua generalidade
apresentou melhorias significativas nas funções cognitivas globais, após terminar o
programa de treino. Os resultados sugerem, assim, uma apreciação global positiva da
eficácia desta plataforma. Estes resultados fomentam a aposta em estratégias não
medicamentosas de intervenção, baseadas na promoção da saúde num contexto de
proximidade, conduzindo à manutenção da saúde mental da população sénior. Não se
verificou, contudo, um efeito diferenciado em termos da eficácia do programa associado
à periodicidade das sessões na maioria das funções avaliadas (à exceção do BCST).
Assim, no que diz respeito a esta variável, os resultados sugerem que a periodicidade das
sessões poderá ser ajustada à disponibilidade dos utilizadores, na medida em que tanto as
sessões semanais como bissemanais conduziram, globalmente, a melhorias idênticas.
27
Referente aos resultados obtidos, nos níveis de depressão avaliados nesta
dissertação, podemos observar uma diminuição, não significativa, na sintomatologia entre
os momentos. Os indicadores de qualidade de vida avaliados, apontam para um padrão
de melhoria em todos os domínios avaliados, contudo sem mudanças significativas
registadas. Esta falta de significância, nos indicadores de qualidade de vida poderá estar
relacionado com a duração do programa de treino, no sentido que não foi suficientemente
extenso para que essas mudanças se consigam consolidar. Os resultados obtidos nesta
dissertação vão ao encontro da valorização e ganhos revelados na literatura, na sequência
de utilização de programas de treino cognitivo computorizados (Amodeo, Netto &
Fonseca, 2010; Teixeira et al., 2015; Niu et al., 2010; Clare & Woods, 2004; Teixeira et
al., 2017; Lima, 2006; Meinzer et al., 2008). Estes estudos revelam melhorias no
funcionamento cognitivo dos participantes com demência, com défices de memória e/ou
com DCL. Nos idosos, é de extrema importância estimular, tanto a nível cognitivo como
físico, para ocorrer melhorias nos diversos domínios. McCabe (2008) sugeriu que a
estimulação cognitiva, em conjunto com tratamentos farmacológicos, pode melhorar a
função cognitiva em estados precoces a moderados da doença e ainda reforçar a
preservação das capacidades que não estão alteradas, influenciando de forma positiva a
qualidade de vida dos pacientes. As condições de saúde são determinantes no
envelhecimento, mas a promoção destas não se restringe somente à promoção de
comportamentos saudáveis. É essencial considerar todas as variáveis associadas ao
indivíduo. Ao envelhecer, a capacidade de receber, processar e recordar informação tende
a piorar, por isso envelhecer de forma saudável e estimular as diversas componentes
cognitivas é logicamente um modo de mitigar esta situação (WHO, 2015b). Perante esta
realidade é necessário pensar em novas estratégias de intervenção que permitam
proporcionar aos idosos um envelhecimento ativo e saudável, oferecendo melhor saúde,
autonomia e qualidade de vida. Aumentar a capacidade funcional das pessoas idosas é
um ponto de referência para a formulação de um modelo orientador de intervenção,
definindo prioridades, parâmetros de monitorização e avaliação (Estratégia Nacional para
Envelhecimento ativo e saudável, 2017).
As principais limitações e sugestões de melhoria que se destacam neste estudo
estão relacionadas com o tamanho da amostra e a inexistência de grupo de controlo para
ter um termo de comparação com o GS e com o GBS. Para futuras investigações seria
interessante: 1) o estudo ter um cariz longitudinal, com grupo de controlo e com inserção
de follow-up passados cerca de 3 a 5 meses, como está previsto na literatura, 2) aumentar
28
o tamanho da amostra total, e 3) introduzir medidas que avaliem os possíveis impactos e
melhorias da funcionalidade nos idosos durante o seu quotidiano. Em relação ao número
de sessões deste estudo encontra-se dentro da média dos estudos apresentados na
literatura, mas seria pertinente adicionar mais 2 ou 4 sessões de treino cognitivo, para
observar as diferenças com um programa de treino mais longo. Ainda para estudos futuros
seria interessante recolher dados comportamentais e cognitivos compará-los com dados
de ressonância magnética funcional, pois este tipo de estudos permite obter uma melhor
visão sobre os mecanismos cerebrais subjacentes ao sucesso ou ao insucesso das
intervenções (Clare et al., 2009).
Os programas de treino cognitivo surgem como uma ferramenta de elevada
importância na promoção e manutenção do funcionamento cognitivo. As questões chaves
para estes programas de reabilitação neuropsicológica, independentemente das técnicas
utilizadas, reside no potencial de melhoria, na manutenção dos progressos e na sua
repercussão na vida quotidiana dos pacientes, mais concretamente ao nível da sua
funcionalidade. Perante programas de estimulação, monitorização e reabilitação cognitiva
que por vezes são extremamente complexos e dispendiosos, a primerCOG posiciona-se
como uma solução de excelência para o contexto clínico, disponibilizando atividades de
estimulação cognitiva, que podem ser integrados em planos de treino cognitivo, com
duração ajustável, que se ajusta às características e necessidades da população
portuguesa.
29
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34
Anexo 1
Formulário de informação e consentimento informado ao participante
35
36
Anexo 2
Questionário de caracterização do participante
37
38
39
Anexo 3
Plano das sessões
Sessão 1
Cálculo
Descobrir as diferenças
Colecionar Botões
Na mesma ordem
Sessão 2
Classificar Cartões
Labirintos
Encontrar os Gémeos
Slot Machine
Sessão 3
Lista de Palavras
Vi ou li antes
Torres
Descobrir Diferenças
Sessão 4
Classificar Cartões
Vi ou li Antes
Cálculo
Torres
Sessão 5
Na mesma ordem
Labirintos
Encontrar os Gémeos
Slot Machine
Sessão 6
Lista de Palavras
Vi ou li Antes
Cálculo
Colecionar Botões
Sessão 7
Classificar Cartões
Labirintos
Slot Machine
Torres
Sessão 8
Lista de Palavras
Descobrir Diferenças
Na Mesma Ordem
Colecionar Botões
Sessão 9
Encontrar os Gémeos
Cálculo
Labirintos
Torres
Sessão 10
Descobrir as diferenças
Slot Machine
Vi ou Li Antes
Colecionar Botões
Sessão 11
Lista de Palavras
Na mesma ordem
Classificar Cartões
Torres
Sessão 12
Encontrar os Gémeos
Vi ou li Antes
Descobrir Diferenças
Cálculo
40
Anexo 4
Pontuações T no MoCA, para o Grupo Semanal (GS) e o Grupo Bissemanal (GBS), nos
dois momentos de avaliação.
Momento 1 Momento 2
Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)
GS Pontuação do
MoCA 47.61-71.75 60.78 59.60 (7.57) 57.00 –78.74 67.91 67.45 (6.07)
GBS Pontuação do
MoCA 38.55 – 65.33 61.96 57.84 (9.76) 60.48 – 70.05 69.17 66.85 (4.07)
Nota: (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)
41
Anexo 5
Pontuações T no Teste de Stroop, para o Grupo Semanal (GS) e o Grupo Bissemanal
(GBS), nos dois momentos de avaliação.
Momento 1 Momento 2
Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)
GS
Velocidade de
Processamento 1 49.00-55.00 54.00 53.25(2.12) 51.00-60.00 56.00 55.63(2.45)
Velocidade de
Processamento 2 32.00-65.00 49.50 50.50(10.16) 48.00-64.00 60.00 58.13(6.06)
Atenção Seletiva 32.00-54.00 49.00 46.88(7.04) 44.00-65.00 59.00 56.50(7.65)
Valor da
Interferência 29.00-62.00 45.00 45.50(9.30) 44.00-51.00 47.00 47.25(2.43)
GBS
Velocidade de
Processamento 1 48.00-55.00 54.00 52.75(2.71) 53.00-61.00 55.50 55.63(2.62)
Velocidade de
Processamento 2 48.00-59.00 56.50 55.00(4.24) 51.00-71.00 55.50 57.25(6.41)
Atenção Seletiva 44.00-64.00 51.50 51.25(6.48) 45.00-74.00 56.50 57.65(8.53)
Valor da
Interferência 31.00-55.00 45.50 45.50(7.71) 36.00-61.00 48.50 48.88(7.51)
Nota: (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)
42
Anexo 6
Pontuações Brutas na Sequência de Digítos da WMS III, para o Grupo Semanal (GS) e o
Grupo Bissemanal (GBS), nos dois momentos de avaliação.
Momento 1 Momento 2
Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)
GS
Sequência de
Dígitos Ordem
Direta
9.00-14.00 13.00 12.50(1.60) 11.00-16.00 13.50 13.25(1.58)
Sequência de
Dígitos Ordem
Inversa
8.00-12.00 9.00 9.50(1.60) 8.00-14.00 10.50 10.50(2.00)
Pontuação Total da
Sequência de
Dígitos
18.00-26.00 22.00 22.00(2.27) 20.00-28.00 24.00 23.75(2.49)
GBS
Sequência de
Dígitos Ordem
Direta
11.00-14.00 12.50 12.50(1.41) 12.00-15.00 13.50 13.50(1.20)
Sequência de
Dígitos Ordem
Inversa
8.00-12.00 10.50 10.38(1.60) 10.00-12.00 12.00 11.63(0.74)
Pontuação Total da
Sequência de
Dígitos
19.00-26.00 23.50 22.88(2.42) 23.00-27.00 25.50 25.13(1.64)
Nota: (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)
43
Anexo 7
Pontuações T no Teste de Fluência Verbal e Fonética, para o Grupo Semanal (GS) e o
Grupo Bissemanal (GBS), nos dois momentos de avaliação.
Momento 1 Momento 2
Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)
GS
Pontuação da Fluência
Semântica - Animais -0.08-1.88 1.04 0.89(0.67) 0.46-2.61 0.27 1.44(0.66)
Pontuação da Fluência
Fonética M -0.43-2.92 0.20 0.51(1.05) -0.70-2.92 0.04 1.50(1.16)
Pontuação da Fluência
Fonética P -0.38-1.62 0.48 0.52(0.58) 0.44-3.40 0.35 1.60(1.03)
Pontuação da Fluência
Fonética R -0.51-2.41 0.79 0.77(0.92) 0.56-3.82 0.75 2.23(1.18)
Pontuação Total da
Fluência Fonética -0.46-2.38 0.55 0.73(0.88) 0.37-3.93 0.48 2.09(1.17)
GBS
Pontuação da Fluência
Semântica - Animais -1.29-2.24 1.46 0.25(1.07) 0.64-3.69 1.96 1.94(1.00)
Pontuação da Fluência
Fonética M -0.39-1.16 1.42 0.19(0.54) 0.06-3.67 2.23 2.14(1.42)
Pontuação da Fluência
Fonética P -1.26-1.87 1.30 0.39(1.18) 0.01-2.73 0.48 1.06(1.14)
Pontuação da Fluência
Fonética R -0.92-1.70 2.20 0.52(0.85) 0.18-3.81 1.03 1.63(1.24)
Pontuação Total da
Fluência Fonética -0.89-1.81 1.96 0.47(0.91) 0.43-3.87 1.67 1.89(1.33)
Nota: (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)
44
Anexo 8
Pontuações T no Trail Making Test, para o Grupo Semanal (GS) e o Grupo Bissemanal
(GBS), nos dois momentos de avaliação.
Nota: (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)
Momento 1 Momento 2
Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)
GS
Pontuação do Trail
Making Test A -1.23-1.35 0.785 0.59(0.86) -0.63-2.48 1.450 1.26(0.93)
Pontuação do Trail
Making Test B -0.30-2.03 0.575 0.74(0.82) -0.08-2.37 1.015 1.14(0.91)
GBS
Pontuação do Trail
Making Test A 0.01-1.57 0.510 0.54(0.53) 0.15-2.26 1.085 1.06(0.66)
Pontuação do Trail
Making Test B -0.27-0.51 -0.045 0.03(0.30) 0.32-1.74 1.180 1.08(0.59)
45
Anexo 9
Pontuações T no Teste AVLT, para o Grupo Semanal (GS) e o Grupo Bissemanal
(GBS), nos dois momentos de avaliação.
Momento 1 Momento 2
Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)
GS
Pontuação
AVLT 1 -0.24-1.65 0.51 0.63(0.72) -0.17-4.78 0.41 1.48(1.57)
Pontuação
AVLT 2 -1.75-1.73 0.65 0.24(1.33) 0.27-3.89 0.43 2.07(1.19)
Pontuação
AVLT 3 -0.80-1.54 0.48 0.45(0.90) -0.64-2.53 0.61 1.51(0.98)
Pontuação
AVLT 4 0.53-2.19 0.91 1.26(0.71) 1.41-2.41 0.99 2.06(0.30)
Pontuação
AVLT 5 -0.28-2.03 1.69 1.31(0.79) 1.14-2.05 0.97 1.76(0.28)
Pontuação
AVLT
Diferida
-1.62-0.34 -0.44 -0.46(0.70) 0.37-2.34 -0.15 1.54(0.70)
Pontuação
AVLT TL -0.25-2.08 1.050 1.00(0.93) 1.35-2.94 0.85 2.19(0.60)
Pontuação
AVLT LOT -0.78-1.38 0.525 0.42(0.61) -2.61-2.52 0.32 0.82(1.54)
Pontuação
AVLT
LTPR
-2.71- -0.18 -1.29 -1.30(0.84) -0.92-1.02 -0.38 0.19(0.72)
GBS
Pontuação
AVLT 1 -0.85-2.22 0.90 0.55(0.95) 0.21-4.67 2.08 1.93(1.46)
Pontuação
AVLT 2 -1.64-3.13 1.99 0.65(1.50) 0.21-3.88 1.31 1.86(1.42)
Pontuação
AVLT 3 -0.47-2.71 1.68 0.80(1.00) 0.78-3.12 2.16 1.98(0.87)
Pontuação
AVLT 4 0.29-2.30 2.15 1.11(0.83) 0.40-2.37 1.80 1.68(0.66)
Pontuação
AVLT 5 -0.51-1.90 1.84 0.86(0.93) 1.06-2.22 1.87 1.75(0.39)
46
Pontuação
AVLT
Diferida
-1.62-1.83 1.62 0.11(1.08) 1.34-2.63 2.10 2.00(0.49)
Pontuação
AVLT TL -0.02-2.79 2.15 1.00(1.02) 1.28-3.65 1.83 2.25(0.90)
Pontuação
AVLT LOT -0.51-1.90 1.07 0.51(0.88) -1.24-1.37 0.91 0.38(1.07)
Pontuação
AVLT
LTPR
-2.04-1.74 0.27 -0.41(1.31) -0.06-1.14 0.77 0.57(0.49)
Nota: AVLT TL= Total aprendido; AVLT LOT= Aprendizagem ao longo dos ensaios; AVLT
LTPR= Percentagem de retenção a longo-prazo (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)
47
Anexo 10
Pontuações T no BCST, para o Grupo Semanal (GS) e o Grupo Bissemanal (GBS), nos
dois momentos de avaliação.
Nota: (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)
Momento 1 Momento 2
Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)
GS
Total de Resposta
Corretas 76.00-101 89.50 90.63(7.91) 66 - 103 95.50 93.00(11.59)
Total de Erros 27.00-52.00 38.50 37.38(7.91) 25.00-62.00 32.50 35.00(11.59)
Total Respostas
Perseverativas 37.00-61.00 44.50 46.25(7.98) 31.00-71.00 35.50 41.00(13.17)
Total Erros
Perseverativos 9.00-36.00 22.00 22.00(8.68) 11.00-45.00 14.50 18.13(11.14)
Total Erros Não
Perseverativos 1.00-21.00 13.00 12.13(6.13) 5.00-17.00 8.00 9.63(4.44)
Número de Categorias
completas 4.00-9.00 6.00 6.63(1.60) 3.00-9.00 9.00 7.50(2.33)
Total de Resposta para
completar 1ª Categoria 10.00-33.00 13.00 15.63(7.44) 10.00-17.00 11.50 12.25(2.25)
Falhas para manter o
contexto cognitivo 0-4.00 0.50 1.00(1.41) 0-3.00 0 0.50(1.07)
GBS
Total de Resposta
Correctas 72.00-97.00 88.50 87.13(7.32) 96.00-104.00 100.5 100.38(3.16)
Total de Erros 31.00-56.00 39.50 40.88(7.32) 24.00-32.00 27.50 27.63(3.16)
Total Respostas
Perseverativas 31.00-64.00 53.00 49.25(10.73) 29.00-46.00 36.50 37.00(5.50)
Total Erros
Perseverativos 15.00-39.00 23.00 25.38(8.53) 10.00-21.00 14.00 14.25(3.96)
Total Erros Não
Perseverativos 4.00-22.00 16.50 15.50(5.95) 4.00-12.00 7.50 7.88(2.70)
Número de Categorias 1.00-8.00 4.00 4.50(2.67) 8.00-9.00 9.00 8.63(0.52)
Total de Resposta para
Completar 1ª Categoria 10.00-61.00 15.50 21.13(17.26) 10.00-21.00 12.00 13.25(3.58)
Falhas para manter o
contexto cognitivo 0-7.00 2.00 2.25(2.05) 0-2.00 0 0.50(0.76)
48
Anexo 11
Pontuações Brutas no GDS-30, para o Grupo Semanal (GS) e o Grupo Bissemanal
(GBS), nos dois momentos de avaliação.
Momento 1 Momento 2
Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)
GS Pontuação Total
da GDS-30 0 - 20.00 9.00 9.50(7.73) 0.00-23.00 5.00 7.25(8.24)
GBS Pontuação Total
da GDS-30 0 -16.00 7.50 7.00(6.61) 0.00-9.00 6.00 5.38(3.07)
Nota: (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal)
49
Anexo 12
Pontuações T no WHOQOL BREF, para o Grupo Semanal (GS) e o Grupo Bissemanal
(GBS), nos dois momentos de avaliação.
Momento 1 Momento 2
Min-Max Med M (DP) Min-Max Med M (DP)
GS
Pontuação
WHOQOL
BREF D1
44.00-88.00 81.00 75.13(14.54) 50.00-88.00 69.00 69.75(11.77)
Pontuação
WHOQOL
BREF D2
38.00-88.00 72.00 66.50(18.48) 44.00-94.00 63.00 67.38(18.87)
Pontuação
WHOQOL
BREF D3
44.00-75.00 62.50 61.75(11.80) 31.00-75.00 69.00 62.50(15.78)
Pontuação
WHOQOL
BREF D4
56.00-88.00 72.00 68.75(11.80) 56.00-81.00 75.00 71.00(10.01)
GBS
Pontuação
WHOQOL
BREF D1
56.00-81.00 78.00 74.13(9.03) 44.00-88.00 78.00 75.13(14.18)
Pontuação
WHOQOL
BREF D2
56.00-81.00 66.00 66.38(10.53) 50.00-88.00 69.00 69.63(12.35)
Pontuação
WHOQOL
BREF D3
56.00-75.00 69.00 66.38(8.94) 56.00-100.00 72.00 72.63(14.19)
Pontuação
WHOQOL
BREF D4
50.00-88.00 75.00 73.50(11.46) 69.00-88.00 75.00 76.75(8.08)
Nota: D1=domínio físico; D2=domínio psicológico; D3=domínio das relações sociais; D4=domínio do
meio ambiente (GS = Grupo Semanal; GBS = Grupo Bissemanal).