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Universidade Federal de São Paulo Escola Paulista de Medicina Setor Integrado de Reprodução Humana
ANÁLISE SEMINAL
Dra.Deborah M.Spaine2010
Espermograma é um exame que avalia o potencial de fertilidade do indivíduo e um resultado anormal não significa infertilidade masculina.
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Composição do sêmen� Vesículas seminais
� 60% do volume do sêmen
� semenogelina,lactoferrina e fibronectina: coagulação
� frutose: fonte de energia
� prostaglandinas:13 tipos (transporte, muco)
� bicarbonato de sódio, ácido ascórbico, potássio(pH alcalino)
Bexiga
Vesícula Seminal
Próstata
Ducto Ejaculador
Uretra
Composição do sêmen� Próstata
� 30-35% do volume do sêmen� pH: 6,5� enzimas proteolíticas: fibrinolisina, proteases,
fibrinogenase, e aminopeptidase: liquefação� zinco: bacteriostático� espermina e espermidina: odor� citrato: quelantes metais iônicos� fosfatase ácida: hidrólise ésteres orgânicos
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Composição do sêmen
� Glândulas bulbo-uretrais ou de Cowper
� galactose, galactosamina, ácido siálico, ácido galacturônico, metilpentose
� Glândulas uretrais ou de Littré
Composição do sêmen
Elementos figurados
� Espermatozóides
� Células redondas
� células exfoliação do epitélio germinativo (espermátides / espermatócitos)
� leucócitos
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ESPERMATOGÊNESE� Espermatogônia- células germinativas imaturas- multiplicação por mitose: testículo fetal
- início da meiose: param na prófase I- prófase I: espermatócito primário- nascimento: espermatogônias e
espermatócitos 1ários.
- retomada divisão: puberdade
ESPERMATOGÊNESE
� MEIOSE
• células haplóides por divisão reducional
• variação genética por troca segmentos entre cromossomos homólogos
• separação aleatória dos cromossomos maternos/paternos
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CÉLULA DE SERTOLIMANUTENÇÃO DA ESPERMATOGÊNESE
� suporte físico
� barreira hemato-testicular
� secreções: - lactato- transferrina- ativina- inibina
� fagocitose do excesso citoplasma
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ESPERMIOGÊNESE
� Diferenciação morfológica:
espermátide redonda
espermátide alongada
espermatozóide maduro
ESPERMIAÇÃO
Liberação de espermatozóides maduros
na luz do túbulo seminífero
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PRODUÇÃO
início da espermatogênese
liberação de espermatozóides maduros
na luz do túbulo
70 ± 4 dias
rete testis
corpo do epidídimo
cauda do epidídimo
cabeça do epidídimo
� ARMAZENAMENTO
� TRANSPORTE
� CONCENTRAÇÃO
� MATURAÇÃO
EPIDÍDIMO
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Modo de colheita
� preferencialmente: masturbação
� coito interrompido: não recomendado
� perda da porção inicial
� contato com secreção vaginal: pH, bactérias
� motivos religiosos / incapacidade: preservativo
especial atóxico
� impotência psicossomática ou médica: eletro-
ejaculação ou vibroestimulação
A colheita adequada da amostra é fator determinante para eficácia da realização da análise e confiabilidade dos resultados.
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Orientação para colheita
� período de abstinência sexual: entre 2 e 7 dias
� médio: 3 dias (repleção glândulas)
� número de amostras: geralmente 2
Orientação para colheita
� local de colheita: próximo ao laboratório
� ambiente silencioso, isolado, sem movimento
� agradável, limpo, com banheiro anexo
� transporte para laboratório:
� temperatura 36ºC ( não <20 ºC e >37 ºC )
� máximo 60 minutos
� frasco de colheita: sempre fornecido pelo lab.
� polipropileno
� 5cm de diâmetro e 7cm de altura
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Vantagens de colheita no laboratório
� não perda de material durante transporte
� sem variação de temperatura: choque
� observar presença de coagulação
� determinar tempo de liquefação exato
ASPECTOS MACROSCÓPICOS
• coagulação
• tempo de liquefação
•coloração / aspecto
• viscosidade
• volume
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ASPECTOS MACROSCÓPICOS
� Coagulação
� proteínas das vesículas seminais
� presente / ausente
� resultado anormal: obstrução dos ductos ejaculatórios, ausência congênita das vesículas ou disfunção.
ASPECTOS MACROSCÓPICOS
� Tempo de Liquefação
� enzimas da próstata
� antígeno específico da próstata (PSA)
� tempo: máximo até 60 minutos
� tempo médio: 30 minutos
� resultado anormal: anormalidade na produção de enzimas
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ASPECTOS MACROSCÓPICOS� Tempo de Liquefação
� homogeneização contínua
� liquefação > 60 minutos:� tratamento mecânico: uso seringa e agulha18 ou 19 gauge� tratamento químico: bromelina
� tratamentos podem afetar motilidade e
morfologia spm. e bioquímica plasma seminal
ASPECTOS MACROSCÓPICOS� Viscosidade
� pipeta sorológica 5mL
� normal: gotejar ou filamento < 2cm
� resultado anormal: viscosidade aumentada
� pode interferir na motilidade,concentração, pesquisa Ac, bioquímica
� relação entre viscosidade e fertilidade: desconhecida
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ASPECTOS MACROSCÓPICOS� Coloração
� branco ou acinzentada� amarelada� avermelhada (hemospermia )
� Aspecto
� homogêneo� opalescente� transparente
ASPECTOS MACROSCÓPICOS� Volume
� pipeta sorológica de 5mL� pesagem
� frasco coletor pré-pesado� pesagem do frasco com a amostra� densidade sêmen é 1g/mL(1,043-1,102)
� valor de referência: ≥ 1,5 mL
� valores abaixo do normal: HIPOSPERMIA
� ausência de ejaculado: ASPERMIA
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VOLUME < 0,5mL
� perda durante coleta
� ejaculação retrógrada
� obstrução ducto ejaculatório
� ausência congênita bilateral dos vasos
deferentes
� hipogonadismo hipogonadotrófico
ASPECTOS MICROSCÓPICOS•exame a fresco
•motilidade
• concentração
•contagem total
•vitalidade
• morfologia
•concentração de células redondas
•concentração de neutrófilos
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ASPECTOS MICROSCÓPICOSEXAME A FRESCO
� lâmina / lamínula:10µL e lamínula 22x22mm
oferece profundidade de 20µm
� microscópio contraste de fase 100x / 37ºC
� agregação:
� spm.imóveis x spm.imóveis
� spm.móveis x muco ou x cel. ou x debris
� aglutinação: spm.móveis x spm.móveis
� presença de cel. epiteliais e cel.redondas
ASPECTOS MICROSCÓPICOSMOTILIDADE
� análise: câmaras ou lâmina / lamínula
� ideal: microscópio contraste de fase 400x
� temperatura ideal: ~37ºC (“warm stage”)
� leitura de 200 espermatozóides: média em %
� diferença de leituras < 10%
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Câmara de motilidade
Grau de motilidade� OMS, 1999� grau a: motilidade progressiva rápida� grau b: motilidade progressiva lenta ou rápida não-direcional� grau c: motilidade não-progressiva
� grau d: imóvel
� OMS, 2010� motilidade progressiva(MP)� motilidade não-progressiva(MNP)� imóveis
motilidadetotal
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ASPECTOS MICROSCÓPICOS
MOTILIDADE
� valores de referência� motilidade total (MP + MNP) >40%� motilidade progressiva (MP) > 32%
� ASTENOZOOSPERMIA
ASPECTOS MICROSCÓPICOS
Concentração de espermatozóides
� OMS, 1999 � hemocitômetro� diluição com solução diluente ou água
(1:2, 5, 10, 20, 50, 100 )� contagem: câmara de Neubauer improved� aumento de 400x� contagem: 25, 10 ou 5 quadrantes
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ASPECTOS MICROSCÓPICOS
Concentração de espermatozóides
� OMS, 2010 � hemocitômetro� diluição com solução diluente ou água
(1:2, 5, 20 )� contagem: câmara de Neubauer improved
� quadrantes 4, 5 e 6( central e laterais)
� aumento de 400x
Câmara de Neubauer improved
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CONCENTRAÇÃO� Azoospermia: por definição, ocorre quando
nenhum espermatozóide é encontrado no
sedimento, obtido após centrifugação do
fluido seminal, em pelo menos duas
amostras. (15minutos à 3000g- OMS,1999)
ASPECTOS MICROSCÓPICOS
Concentração de espermatozóides
� CRIPTOZOOSPERMIA OU AZOOPSERMIA
� nenhum spm.observado entre lam/lamínula
� análise do sedimento dependente da:
� tempo e velocidade de centrifugação (3000g/15minutos não é adequada)
� como o sedimento é analisado (10 minutos por lâmina)
� motilidade pode ser prejudicada
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ASPECTOS MICROSCÓPICOS
CONCENTRAÇÃO DE ESPERMATOZÓIDES
� fatores de correção para câmara
� valor de referência: ≥ 15,0 x106 spm./mL
� valor abaixo do normal: OLIGOZOOSPERMIA
ASPECTOS MICROSCÓPICOS
CONTAGEM DE ESPERMATOZÓIDES
� contagem total de espermatozóides =
concentração x volume da amostra
� valor de referência: ≥ 39,0 x 106 spm/ ejaculado
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ASPECTOS MICROSCÓPICOS
Concentração de células redondas
� câmara Neubauer improved
� diluição com solução fisiológica (1:10 )
� valor de referência:< 5,0x106 células redondas
por mL
ASPECTOS MICROSCÓPICOS
CONCENTRAÇÃO DE NEUTRÓFILOS
� diferenciação dos leucócitos: infecção no trato genital
� método histoquímico: benzidina-cianosina
� método imunocitoquímico: Ac monoclonal
� neutrófilos >1,0x106/ mL:LEUCOCITOSPERMIA
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ASPECTOS MICROSCÓPICOS
VITALIDADE� rotineiramente em todas as amostras
� especialmente quando % spm. imóveis >40%
� coloração vital: eosina-nigrosina ou eosina 5% ou teste hiposmótico
� células não coradas: vivas
� células coradas rosa: mortas
� valor de referência: ≥ 58% de spm. vivos
� valores abaixo do normal: NECROZOOSPERMIA
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ASPECTOS MICROSCÓPICOS
MORFOLOGIA
� difícil sem coloração
� métodos de coloração: Papanicolaou modificado,
Shorr, Diff-Quick
� spm. normal: critério estrito (Kruger,1986)
OMS (2010)
CONCENTRAÇÃO DE ESPERMATOZÓIDES < 1x10 6 /mL
2 lâminas para eosina
Centrifugar todo volume seminal6000g - 10 minutos
2 lâminas para morfologia
Sempre realizar 2 lâminas para totalizar 100 célula s
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MORFOLOGIA
Classificação pelo critério estrito
� Forma normal� oval� segmento cefálico: 5-6µm comprimento,
2,5-3,5 µm largura� acrossomo: 40-70% do segmento cefálico� peça intermediária normal� cauda: 45 µm comprimento
ASPECTOS MICROSCÓPICOS
MORFOLOGIA
� Defeitos de segmento cefálico:� macrocéfalo� microcéfalo� fusiforme� piriforme� bicéfalo� acéfalo� amorfo
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ASPECTOS MICROSCÓPICOS
MORFOLOGIA
� Defeitos de peça intermediária:� espessa / fina� gota citoplasmática� quebrada
� Defeitos de cauda:� curta� enrolada� múltipla
ASPECTOS MICROSCÓPICOS
MORFOLOGIA
� Diferença entre Critério Estrito e OMS:
� todas as formas “borderline” são consideradas anormais pelo critério estrito
� Valores de referência:� critério estrito: ≥14% ovais normais� OMS: ≥30% ovais normais� valores abaixo normal: TERATOZOOSPERMIA