O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
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ME I
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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE GUARAPUAVA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - PDE
UNIDADE DIDÁTICA
WEBREPORTAGEM: UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA
DIDÁTICA
Neusa Moro – Profª PDE
Nincia Cecília Ribas Borges Teixeira- Profª IES
GUARAPUAVA 2010
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DE PROFESSOR PARA PROFESSOR1...
“Se os gêneros do discurso não existissem e nós não o dominássemos se tivéssemos de criá-los pela primeira vez no processo do discurso, de construir livremente e pela primeira vez cada enunciado, a comunicação discursiva seria quase impossível” (BAKHTIN, 2003 p. 283).
Caro (a) Professor (a)... Sabemos que toda a comunicação se dá por intermédio de gêneros e que não criamos um novo gênero a cada interação dialógica, dessa forma, optamos pelo gênero de acordo com o contexto da atividade humana a qual estamos inseridos.
Nesse sentido, os gêneros textuais se renovam, outros se misturam, alguns caem em desuso e outros emergem como é o caso das webreportagens, por exemplo, que de reportagens de suporte jornal ou revistas de circulação semanal ou mensal impresso, passam a ter ancoragem também na Internet2, “rede informática largamente utilizada para interligar computadores através de modem, à qual pode aceder qualquer tipo de utilizador, e que possibilita o acesso a toda a espécie de informação”, assumindo características próprias de um novo gênero além de uma nova designação. Dolz e Schneuwly (2004, p.74-75), afirmam que os gêneros devem ser explorados como meio de articulação entre práticas sociais e os objetos escolares, especialmente no domínio do ensino da produção de textos orais e escritos, isto é, os gêneros são instrumentos pelos quais as práticas de linguagem se transformam em atividades de ensino-aprendizagem. “O gênero, assim definido, atravessa a heterogeneidade das práticas de linguagem e faz emergir uma série de regularidades no uso, no propósito e na função” (DOLZ; SCHNEUWLY, 2004, p.75).
As atividades de ensino-aprendizagem de linguagem proporcionam um maior domínio de um gênero no que se refere ao seu uso, propósito e função. Porém, ao desenvolvermos as atividades de ensino-aprendizagem, precisamos tomar cuidado com a organização para que o gênero não perca sua principal função, a comunicação. Uma vez que o gênero, no contexto escolar, não é só instrumento de comunicação, mas também objeto de estudo e perde algumas de suas características, pois o contexto e suas condições de produção se modificam (DOLZ; SCHNEUWLY, 2004, p.76).
Essa passagem de instrumento de comunicação para objeto de ensino-aprendizagem é designada de “transposição didática”. Entendemos como transposição didática as transformações sofridas no momento em que um gênero textual é transformado em objeto de ensino-aprendizagem, isto é, o gênero é transformado pelo ensino para atender aos objetivos de um determinado programa curricular. Nesse sentido, Professor (a), a escolha do gênero textual é critério fundamental, uma vez que o aluno possui uma atividade social diretamente ligada a usos de textos considerados não escolares: bula de remédio, receitas de cozinha, notícias jornalísticas, cartas, bilhetes, lista de
1 Esse texto, com algumas adaptações, é parte integrante do Artigo: WEBREPORTAGEM: UMA PROPOSTA DE
SEQUÊNCIA DIDÁTICA. 2 In: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=internet
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compras, entre outros, diretamente ligados ao contexto das atividades sociais, o que pode proporcionar atividades de ensino-aprendizagem mais flexíveis devido ao reconhecimento dos gêneros enquanto produto de comunicação.
Segundo Schneuwly e Dolz (2004, p.75), “Do ponto de vista do uso e da aprendizagem, o gênero pode, assim, ser considerado um megainstrumento que favorece um suporte para a atividade nas situações de comunicação, e uma referência para os aprendizes”, ou seja, é o discurso como prática social tomando forma nas regularidades de uso, propósito e função.
O discurso como prática social é o Conteúdo Estruturante da língua portuguesa, que assume a concepção de linguagem nas diferentes instâncias sociais, efeito de sentido entre os interlocutores. Discurso entendido como resultado da interação – oral ou escrita – entre sujeitos é “a língua em sua integridade concreta e viva” (BAKHTIN apud PARANÁ, 2006, p.63).
Caro (a) Professor (a), por isso optamos por elaborar uma Unidade Didática de ensino por “sequência didática”. Dolz e Schneuwly (2004, p.51) chamam de sequência didática “uma sequência de módulos de ensino, organizados conjuntamente para melhorar uma determinada prática de linguagem”.
Nesse sentido, a organização e execução dessa Unidade Didática de ensino por sequência didática na Educação de Jovens e Adultos como estratégia de ensino, pressupõe a observação das capacidades de linguagem dos alunos (as) antes (apresentação da proposta) e durante (desenvolvimento dos módulos) para delimitar o tempo necessário para o desenvolvimento dos módulos, bem como as estratégias propostas e as intervenções necessárias para que os mesmos possam apropriar-se do gênero a ser explorado.
Essa sequência didática, Professor (a), é uma sugestão didático-metodológica que tem como objetivo de nortear o processo ensino-aprendizagem a partir do gênero webreportagem, disponíveis na Coleção Cadernos de EJA, material elaborado para servir de ferramenta de trabalho pedagógico e flexibilidade para a organização do processo ensino-aprendizagem, desse modo, decidimos trabalhar com as páginas da website, mais especificamente, as webreportagens, disponíveis nos cadernos, em seu suporte físico de origem, porque entendemos ser difícil para a maioria dos alunos da EJA o acesso ao seu suporte físico de origem.
A sequência didática proposta abordará as webreportagens cujo conteúdo temático geral é o trabalho que fazem parte dos Cadernos de EJA, versão impressas e também, disponíveis na página do MEC: “Juventude e Trabalho”, “Tecnologia e Trabalho”, “Qualidade de Vida, Consumo e Trabalho”, “Tempo Livre e Trabalho”.
O conteúdo temático das webreportagens foi selecionado por ser um dos eixos articulares apresentado da Proposta Curricular da Educação de Jovens e Adultos: o trabalho.
A Educação de Jovens e Adultos, como modalidade educacional atende a alunos trabalhadores, com histórias de vida marcadas por experiências sociais, especialmente, no que se refere às relações com o mundo do trabalho e, também, é uma das razões de procurarem a EJA: exigências do mundo do trabalho ou necessidade de inserção no mundo do trabalho.
Neusa Moro
Nincia Cecília Ribas Borges Teixeira
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SEQUÊNCIA DIDÁTICA: PASSO A PASSO
APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO INICIAL
Descrever detalhadamente a tarefa que será desenvolvida
junto aos alunos da EJA, familiarizando-os com o gênero
textual webreportagem, que será a produção inicial, oral ou
escrita e que, ao mesmo tempo, objetiva a produção final.
Apresentar o gênero webreportagem nos Cadernos de EJA e
em seu suporte físico de origem, a Website, para que percebam
as mudanças ocorridas com a mudança de suporte e melhor
compreensão do gênero.
Após a apresentação do gênero, levando em conta o que foi
discutido em relação aos dois suportes, apresentar a proposta
de produção e decidir para que suporte físico o gênero será
produzido, seus possíveis destinatários, seus elementos
composicionais bem como o suporte físico que objetivará a
produção final, primeira dimensão.
Apresentar os conteúdos a serem enfocados a partir do
gênero e a sua importância para o desenvolvimento das
atividade. Nesse momento é preciso que os alunos e alunas da
EJA, saibam a importância dos conteúdos com quais irão
trabalhar.
Discutir sobre o conteúdo temático “trabalho” para definir
os destinatários para os quais deverão escrever a produção
final, além disso, entender que deverão conhecer bem o que
irão escrever, isso pode demandar de alguma pesquisa e leitura
de outros textos.
Investigar o que os alunos (as) sabem sobre a Web.
Nessa mesma dimensão, os alunos poderão ler e ouvir textos
do mesmo gênero e discutir as questões sobre a sua
organização.
Ler o texto “O mundo do trabalho: contexto e sentido”
disponível na WEB3 com o objetivo de oferecer subsídios
sobre o conteúdo temático trabalho.
APRESENTAÇÃO INICIAL I – PASSO A PASSO...
Apresentação da proposta (exposição oral com auxilio de slides, TV Pendrive) quanto:
3 http://www.midiaindependente.org/pt/red/2004/10/291926.shtml - Mundo do trabalho: contexto e sentido.
Professor (a)
Para a apresentação da situação inicial usaremos o gênero exposição oral. “A exposição oral é um discurso que se realiza numa situação específica que poderíamos chamar de bipolar, reunindo o orador ou expositor e seu auditório”. A exposição oral em sala de aula, nesse caso, reúne o professor que produz uma exposição detalhada da tarefa que será desenvolvida e os alunos aos quais ele se dirige, reunidos para aprender sobre as webreportagem e mais sobre o tema trabalho. Em outras palavras, o professor deve informar e esclarecer aos alunos da melhor maneira possível como se processará a tarefa diminuindo “a assimetria inicial de conhecimentos que distingues os dois atores desse contexto de comunicação”. Então, na apresentação devemos ficar atentos para percebermos o que os alunos sabem sobre o gênero que será abordado e sobre o tema “trabalho”, assim como suas expectativas em relação ao desenvolvimento da tarefa proposta. Deve avaliar “a novidade, a dificuldade daquilo que expõe – permanecendo atento aos sinais que lhe são enviados” pelos alunos. Sugerimos para a exposição da proposta, um planejamento do gênero “exposição oral”. Cabe ressaltar, ainda que, segundo os autores, uma sequência não deve exceder “em nenhum caso, 15 aulas” (DOLZ, J. et al, 2004,p. 215-227).
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► ao tempo que levará para desenvolver as atividades;
►à apresentação do material que será utilizado produção
inicial visando à produção final;
► ao conteúdo temático geral;
► à composição, conteúdo temático e estilo que serão
trabalhados em torno das webreportagens;
► à apresentação do gênero webreportagem.
APRESENTAÇÃO INICIAL II - CONHECIMENTO
PRÉVIO SOBRE O CONTEÚDO TEMÁTICO
RELCIONANDO COM O TEXTO LIDO (ATIVIDADE
ORAL – ANOTAR NO QUADRO DE GIZ)
O que vocês conhecem sobre o tema trabalho?
O que significa a palavra trabalho para vocês?
A palavra trabalho tem o mesmo sentido de
emprego?
O que significa trabalho assalariado para vocês?
Além do trabalho assalariado, trabalho formal, há o
trabalho informal. O que seria o trabalho informal?
O trabalho informal é reconhecido pelo mundo
capitalista?
O século XXI tem como marca a luta pela
sobrevivência, marcado pelos baixos salários,
desemprego, condição de moradia e de vida precárias.
Vocês acreditam que a tecnologia é responsável
também pela aceleração das mudanças no mundo do
trabalho, pelos baixos salários e pelo desemprego?
Vocês trabalham? Qual o sentido do trabalho em
suas vidas?
Se vocês fossem escrever um texto, uma reportagem
para ser publicada numa página da web sobre o tema
trabalho, quem seria o destinatário de seu texto?
APRESENTAÇÃO INICIAL III: CONHECIMENTO PRÉVIO SOBRE A WEBSITE – SITUANDO O SUPORTE FÍSICO
Quem tem computador em casa?
Quem já visitou o laboratório de informática da
escola?
Vocês já acessaram a Internet?
Quem nunca acessou?
Quem já acessou a website, o que buscava?
Sentiu dificuldades? Encontrou o que buscava?
Vocês já ouviram os termos web, website, site, link,
hiperlink, outros?
Vocês conhecem o significado dessas palavras?
Gostariam de conhecer?
Professor(a) Optamos pelo texto disponível na “website” sobre o tema “Trabalho” com o objetivo de familiarizar os alunos com as páginas da WEB e com os vocábulos específicos e seus significados, considerando que a maioria dos alunos não têm acesso ao computador: Web → significa "Teia" em Inglês, é um termo usado para se referir à redes de computadores. O termo surgiu devido ao formato de uma teia de aranha lembrar a disposição física de uma rede, com cabos interligando os pontos. O termo WWW significa "Word Wide Web", ou larga teia mundial e é naturalmente usado com relação à Internet. Site, sítio, website, websítio, sítio na Internet, sítio web, sítio na web ou sítio eletrônico → é um conjunto de páginas web. Voltar → um link para voltar ao início da página, isso é útil no caso de páginas longas, o visitante pode voltar para o topo (início) da página com apenas um toque apenas num clique. Link ou hiperlink → significa uma hiperligação ou simplesmente uma ligação é uma referência num texto da web a outras partes deste texto ou a outro texto. Sua forma e aparência mais comum é muito conhecida: um texto azul com um traço embaixo.
No texto que vamos ler são as que aparecem sublinhadas, porque foi impresso, são indicativos de que se referem a outros textos. Esses outros textos encontam-se nas notas de rodapé e para os alunos no final do texto, como um anexo, pois houve mudança de suporte físico. Professor (a), para os alunos organizamos um caderno com os textos a serem trabalhados, impressos direto da página da Web com espaços para as anotações e como os apresentamos impressos, então oferecemos as explicações dos hiperlinks num texto anexo.
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Entregar o caderno com os textos da web, impressos, que servirão de objeto de estudo da
sequência didática.
Vejamos no primeiro texto “O mundo do trabalho: contexto e sentido” vamos localizar no
texto os elementos que são próprios dos textos que circulam na website: site, palavras que nos
remetem a outros textos, voltar, etc.
Que outras palavras aparecem no texto da página da web que vocês não conhecem?
Na página do texto “O mundo do trabalho: contexto e sentido” aparecem outros termos é
bom estar preparado para os questionamentos, a exemplo:
►Home ou Home Page → Página de entrada de uma Web site, mas o termo pode ser usado
também para indicar a página principal de uma determinada seção. Muitos usam para indicar
qualquer página da Web.
►Multimídia → O termo multimídia é utilizado para definir um documento de computador
composto de elementos de várias mídias, como áudio, vídeo, ilustrações e texto.
►Aba → a aba nessa página direciona o leitor para outros locais e conteúdos de seu interesse.
APRESENTAÇÃO INICIAL IV: LEITURA COMO SUBSÍDIOS PARA A DISCUSSÃO DO
CONTEÚDO TEMÁTICO
Apresentação do texto4.
O século XIX tem como marca a luta pela sobrevivência; época em que a duração do trabalho atingia um número elevado, combate ao emprego infantil, algumas vezes a partir dos 3 anos de idade, os salários baixos, os períodos de desemprego e, com isso a condição de moradia e de vida precárias. As lutas dos operários marcam esse século e provavelmente, marcarão todos os séculos porque muitas vezes, entre um projeto de lei e sua decisão é preciso esperar cinco, dez ou vinte anos. Do trabalho "Taylorizado" herdou-se o aumento da produtividade, a organização rígida e a vigilância sobre os trabalhadores. Associado a essa prática surgiu o Ford ismo que deu origem as linhas de produção nas fábricas, se caracteriza pela execução de uma tarefa específica para cada trabalhador com tempo determinado para executá-lo.
Objetivo da leitura: “Como aconteceu à evolução do trabalho?”
► Nível de decodificação, observar:
A divisão de texto: títulos e subtítulos.
As informações contidas nos parágrafos a partir dos subtítulos.
Os elementos composicionais do texto: combinação da linguagem verbal e não verbal,
caixa de texto, recursos da linguagem da web, etc.
O vocabulário empregado (uso do dicionário e as informações oferecidas pelo hiperlink).
► Nível de compreensão, identificar:
As informações sobre a evolução do trabalho: O que é o trabalho? A diferença entre
trabalho e emprego? As características do trabalho assalariado? Os impactos das últimas
mudanças ocorridas na vida dos trabalhadores?
► Nível de interpretação, refletir:
A partir dos conhecimentos prévios sobre o conceito/sentido do trabalho, refletir sobre os
novos conhecimentos a serem incorporados aos seus.
4 BRASIL. Qualidade de vida, consumo e trabalho: caderno do professor. Coordenação do projeto Francisco José
Carvalho Mazzeu, Diogo Joel Demarco, Luna Kalil. São Paulo: Unitrabalho-Fundação Interuniversitária de Estudos e
Pesquisas sobre o Trabalho; Brasília, DF: Ministério da Educação. SECAD-Secretraria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade, 2007, (Coleção Cadernos de EJA),p. 89.
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LEITURA DO TEXTO DA PÁGINA DA WEBSITE - WWW.EDUCAREDE.ORG.BR
5 Disponível também Caderno “Qualidade de Vida, Consumo e Trabalho” impresso e na página na website do MEC
http://eja.sb2.construnet.com.br/cadernosdeeja/qualidadedevidaconsumoetrabalho/qv_txt21.php?acao3_cod0=1d058
ca71f0b140a6ac7518e930f7681 – acesso em 6 Cada um dos elementos (matéria-prima, equipamentos, capital, horas de trabalho etc.) necessários para produzir
mercadorias ou serviços. (Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa)
O MUNDO DO TRABALHO: CONTEXTO E SENTIDO5
"O aumento brutal da produção, o progressivo refinamento dessa produção, levaram a um limite: o mundo superdesenvolvido, que produz apenas para a parte da humanidade que pode consumir...".
Sebastião Salgado, Eric Nepomuceno, Maria Thereza e José Solano Bastos,
prefácio do livro TRABALHADORES, de Sebastião Salgado
O que é trabalho?
Trabalho e salário
Trabalho e emprego
Produção e consumo
Crise no Trabalho
Desenvolvimento da indústria no Brasil
Distribuição de renda e crise
:: O que é trabalho?
Operário, de Cândido Portinari
Reprodução
A palavra trabalho deriva do latim TRIPALIUM, objeto de três paus aguçados utilizado na agricultura e também como instrumento de tortura.
Mas ao trabalho associamos a transformação da natureza em produtos ou serviços, portanto em elementos de cultura. O trabalho
é, desse modo, o esforço realizado, e também a capacidade de reflexão, criação e coordenação. Ao longo da história, o trabalho assumiu múltiplas formas. Um importante pensador sobre esse assunto foi Karl Marx. Para esse autor, o trabalho, fruto da relação do homem com a natureza, e do homem com o próprio
homem, é o que nos distingue dos animais e move a História. Mas o trabalho no mundo capitalista assumiu uma forma muito específica: o emprego assalariado. Como isso acontece? Quais as consequências desse modelo? << Voltar : Trabalho e salário
A invenção da máquina a vapor marcou o início da Revolução Industrial Reprodução
Nas sociedades europeias, depois da Idade Média, a ideia do trabalho regular se impõe aos poucos. É o início do Capitalismo. Essa nova
concepção vai além da atividade agrícola marcada pelos ciclos da natureza. À medida que se aprofundam as relações típicas da sociedade capitalista, ocorre a valorização do capital, com a transformação de insumos6 em produtos, em mercadorias e em lucros.
Os donos do capital se apropriam dos meios de produção, o que significa que eles compram, com salários, a força de trabalho daqueles que passam a viver desse trabalho. As longas jornadas são definidas pelo capital e perdem a relação natural com o movimento da Terra, com as estações do ano ou clima. O tempo pertence ao capital, que exige trabalho.
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7 Do francês guilde (1282) 'corporação de artesãos' - associação que agrupava, em certos países da Europa durante a
Idade Média, indivíduos com interesses comuns (negociantes, artesãos, artistas) e visava proporcionar assistência e
proteção aos seus membros (Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa) 8 Frederick Taylor foi operário, engenheiro e administrador de fábricas ao longo das últimas décadas do século
XIX. Absolutamente metódico, em 1911 ele sistematizou suas reflexões e práticas em um livro clássico – "Princípios
de Administração Científica" –, cujo mote central era a necessidade de passagem do conhecimento e controle sobre
os métodos de produção, transferindo a responsabilidade dos trabalhadores (e, portanto do poder operário) para a
gerência das fábricas. A separação entre concepção do trabalho e execução do trabalho, a relevância dada ao controle
da gerência sobre os trabalhadores, a imposição de métodos, tempos e movimentos absolutamente fragmentados,
codificados e quantificados para execução por trabalhadores "médios" (devidamente selecionados e também
padronizados) é a essência principal do que o próprio Taylor denominaria administração científica do trabalho,
conceito posteriormente conhecido simplesmente como taylorismo.
As primeiras fábricas de
tecelagem Reprodução
As pequenas oficinas onde se produziam os artefatos vão perdendo
espaço para o surgimento das fábricas. As guildas 7 ou as corporações de ofício, que reuniam mestres e artesãos, começam a tomar a forma dos primeiros sindicatos. Mas o que é essa novidade chamada "fábrica"? Fábrica é o lugar onde os trabalhadores eram reunidos para executar
diferentes tarefas para produzir uma mercadoria. Das oficinas às fábricas chega-se à manufatura, e logo aos sistemas de máquinas, à automação, às grandes fábricas capazes de produzir algo complexo do seu início até a operação final sob o comando do capitalista, representado pelo capataz ou feitor. É o longo processo da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no século XVII.
Ao surgimento da fábrica, corresponde o aparecimento dos sindicatos em defesa dos interesses da classe trabalhadora e em busca pela justiça na produção capitalista.
<< Voltar : Trabalho e emprego
Os CLOCHARDS do século XIX não se submetiam às regras rígidas dos meios urbanos Clochard, obra de Roger Somville Reprodução
Para que os trabalhadores vendessem seu trabalho em troca de salário, foi preciso destruir formas autônomas de sobrevivência, criar leis que
obrigassem pessoas livres a trabalhar, reprimir todos aqueles vistos pela elite dominante como vagabundos e indignos. Desse modo, o trabalho no mundo capitalista ganhou cada vez mais a forma de emprego assalariado e sua ausência recebeu o nome de desemprego. As palavras emprego e desemprego só passam a ter existência no vocabulário europeu a partir do final do século XIX. Até então, aqueles que conseguiam prover a própria existência eram identificados como
trabalhadores (no sentido genérico), ou como profissionais pertencentes a alguma "corporação" de ofício (com sua estrutura de mestres, oficiais e respectivos liceus de artes e ofícios). Já os que não alcançavam tal intento,
necessitando de algum tipo de assistência ou perambulando pelas ruas em busca de alimento, eram rigorosamente identificados e tratados pelas leis da época como pobres, vagabundos, incapazes, inválidos ou vadios.
Pouco a pouco se separam dois grupos de pobres: de um lado, aqueles sem vínculos com o mundo do trabalho ou com vínculos esporádicos e intermitentes; ficavam à mercê da assistência social ou da caridade; de outro, os pobres trabalhadores regulares que podiam encontrar-se temporariamente sem trabalho. Identificados como desempregados, nesse caso, terão acesso aos direitos sociais - indenização, seguro-desemprego, assistência médica etc. - garantidos pelo Estado.
<< Voltar : Produção e consumo Se parte dos trabalhadores foi forçada a entrar na relação de trabalho assalariada, não foi sem resistência que os trabalhadores nela permaneceram. Assim, empresas e Estado precisaram
construir estratégias para controlar os trabalhadores e assegurar a produção e o consumo das
mercadorias. De nada adiantaria produzir se não fosse possível vender, e nas primeiras décadas do século XX,
constrói-se um modelo de organização do trabalho conhecido como taylorismo8-fordismo.
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9 Implantodo por Henry Ford em 1913, de modo a transformar radicalmente a indústria automobilística, a linha acrescentaria ao
modelo taylorista alguns elementos centrais. A fragmentação do processo produtivo concretizava-se na sequencia dos postos de
trabalho projetados ao longo da linha: a cada trabalhador caberia uma e apenas uma tarefa, a ser executada no seu posto de
trabalho, no tempo disponível durante a passagem da linha ou da esteira rolante. Esse sistema é magistralmente mostrado por
Charles Chaplin no clássico e famoso filme "Tempos Modernos" (1936), por tratar não apenas do funcionamento da linha e seus
impactos sobre o processo de trabalho, mas também do complexo sistema de gestão no qual o gerente tem a visão de toda a
fábrica. 10 Ao lado do desenvolvimento da família nuclear (pai, mãe e filhos que moram em uma mesma residência) e da escola como
instituições da ordem capitalista, o trabalho assalariado foi fundamental para a construção das categorias sociais infância e
juventude. [...] Ao lado da infância, a adolescência e a juventude vão constituindo-se em momentos de preparação para a vida
adulta. Mas essa possibilidade não foi igual para ambos os sexos e classes sociais. Inicialmente esse tempo de formação foi
restrito às crianças e aos jovens do sexo masculino das famílias aristocráticas e burguesas. Às crianças e jovens empobrecidos, o
trabalho segue como horizonte, e vale lembrar quanto as indústrias nascentes utilizaram-se de sua mão-de-obra.
Linha de montagem em indústria automotiva Reprodução
Em primeiro lugar emerge o taylorismo: cada movimento do trabalhador
será rigorosamente controlado por uma gerência que o vigia permanentemente. O fordismo acentua essas mudanças por meio da linha de montagem: a cada trabalhador caberia apenas uma tarefa, a ser executada em seu posto de trabalho, em um tempo determinado, por exemplo, enquanto a esteira rolante passa. Não sem razão, o movimento
operário vai posicionar-se fortemente contrário a essa intensa disciplina.
Andy Warhol, artista plástico norte-americano, ilustra a produção de consumo na década de 70 Reprodução
O fordismo 9 está associado a uma nova dinâmica do modo capitalista: produção em quantidade, custos baixos, grandes fábricas que produzem tudo. Começam os tempos da produção e do consumo em massa. Tal
dinâmica predominará no século XX, particularmente entre a II Guerra Mundial e meados dos anos 1970, nos países desenvolvidos.
Grande parte desses países viverá um período marcado pelo crescimento econômico: emprego e direitos sociais garantidos aos trabalhadores, aumentando a renda e o consumo nas diversas classes sociais. Adolescentes e jovens pobres conseguem utilizar
parte de sua renda para consumo próprio, contribuindo para a construção de mercado e cultura juvenis. Alguns fatores - ampliação da escolaridade obrigatória para oito anos e novos padrões de comportamento, incluindo menor autoridade e controle paternos, além de maior disponibilidade de renda para
consumo - foram fundamentais para que a categoria juventude10 ganhasse força, expandindo-se
para além dos jovens estudantes das classes média e alta, bem como dos considerados "delinquentes". Vários pesquisadores chamam atenção para o aparecimento dos grupos juvenis reunidos em torno da diversão e do consumo, com estilos próprios de vestuário e comportamento, e também para manifestações juvenis contrárias à própria sociedade de consumo.
<< Voltar :: Crise no Trabalho
O desemprego atinge níveis elevadíssimos em todo o mundo Reprodução
Parte considerável das mudanças no mundo do trabalho toma corpo a partir da segunda metade dos anos 1960. Elas estão relacionadas com:
a crise financeira norte-americana do período;
a relativa saturação do mercado consumidor nos países centrais; a elevação dos preços do petróleo nos anos 1970; as lutas operárias contra o trabalho repetitivo das fábricas; o sucesso crescente da indústria japonesa na competição internacional.
Ao aprofundar-se a crítica ao padrão taylorista-fordista, novos modelos ganham espaço: por um lado, os grupos semi-autônomos adotados
principalmente por fábricas suecas como a Volvo, daí o nome "volvoísmo",
por outro, o modelo da indústria japonesa, particularmente nas fábricas da Toyota ("modelo japonês" e "toyotismo"): equipes flexíveis e polivalentes. Para quem está inserido no mundo do trabalho, algo mudou: a rotina das fábricas não é tão rígida;
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Por muito tempo, o trabalho manual esteve relacionado diretamente ao trabalho dos escravos, e por isso era
desvalorizado pelas elites coloniais e por aquelas que a elas se seguiram. Essa associação – trabalho braçal e
desprestígio social – existe ainda hoje na sociedade brasileira. É uma herança visível tanto no "desprezo" comum a
profissões como garis, varredores de rua, lixeiros, faxineiros, pedreiros, entre outras, quanto na condição dos
trabalhadores negros, que vivem a pior inserção e a maior vulnerabilidade na precária esfera do trabalho "à
brasileira".
a chefia por vezes deixa a opressão ostensiva; o trabalho daqueles que lidam com a produção
industrial é menos mecânico; o objeto e a ferramenta distanciam-se das mãos do trabalhador, que lida agora com o monitoramento de símbolos e mensagens dos sistemas computadorizados; a disputa é mais intensa, a qualificação profissional surge como uma exigência maior e a educação formal transforma-se em critério de seleção.
Profissionais negociam ações na Bolsa de Valores - Reprodução
O Brasil revela, no entanto, que essas mudanças não são uniformes.
Hoje, convivemos com um trabalho que se aproxima da escravidão, e trabalho extremamente qualificado, entre os tempos de suor e graxa e uma nova "era do conhecimento" que não chegou aos quatro cantos do planeta. O emprego estável, o vínculo duradouro, a carreira realizada em um percurso de um ou de poucos empregos, parece inexistir para a maior
parte da população. A identidade com o empregador e com a própria profissão parecem situações de uma época que já se foi. O desemprego atinge patamares elevadíssimos em todo o mundo, que parecem não
ceder. As diferentes situações convivem conjuntamente, ou seja, uma minoria com emprego estável e direitos garantidos, muitos
desempregados e outros que vão em busca alternativas. O trabalho passa a ser criação própria para alguns (auto-emprego, cooperativas), ou retoma sua
condição de "fora-da-lei", com oficinas clandestinas, profusão de produtos denominados "piratas", ou imensa rede de atividades ilegais como opção de acesso a alguma renda. É a paradoxal economia "informal" que movimenta cifras grandiosas, ocupa milhões de trabalhadores expulsos da agricultura e da indústria.
Como é possível falar de trabalho assalariado11 no país em que a escravidão foi a forma de
trabalho dominante até o final do século XIX?
Trabalhadores italianos em greve -Reprodução
A rigor, no Brasil, a relação assalariada não se generaliza como nos países centrais. O período pós-abolição da escravidão é marcado pela política de ampla imigração de trabalhadores que fugiam da crise em seus países de origem: italianos, espanhóis, japoneses, alemães e tantos
outros, para o labor das fazendas, incipientes oficinas e fábricas, ou ainda para os serviços na cidade. Com os imigrantes surgem as primeiras sociedades de socorro mútuo de trabalhadores, os primeiros sindicatos e confederações, as primeiras greves gerais, de 1907 e 1917. A crise social que se desenrola ao longo das três primeiras décadas do século XX é decorrente de diferentes
modelos econômicos pretendidos, a vocação agrícola contra o sonho industrial. << Voltar : Desenvolvimento da indústria no Brasil
Após a abolição da escravidão, escravos urbanos integram o mercado de trabalho desempenhando atividades e profissões menos valorizadas Reprodução
A chegada de Getúlio Vargas ao poder executivo significa uma ruptura com o período precedente: apesar das condições de tutela impostas à organização sindical, entre as décadas de 1930 e 1940,
contraditoriamente, o país passa a contar com uma legislação
trabalhista - parte dela ainda hoje em vigor na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Começava a era do emprego formal, da carteira de trabalho assinada e da previdência social, incorporando massas de trabalhadores integradas ao processo de industrialização, que ganha impulso após a II Guerra Mundial. Dos anos 1940 aos anos 1980, o Brasil cresce intensamente, e as
migrações, agora internas, suprem a necessidade de trabalhadores de uma indústria que não para de se expandir. É o momento das grandes siderúrgicas, da indústria automobilística, da petroquímica e dos mais
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CONVERSANDO SOBRE O TEXTO (AUXÍLIO AO PROFESSOR)
O que é o trabalho de acordo com o texto?
O conceito de trabalho apresentado pelo texto tem relação com o conceito atribuído por vocês?
Qual é a diferença entre trabalho e emprego?
Quais as principais características do trabalho assalariado, segundo o texto?
Quais mudanças na organização do trabalho desde a revolução industrial?
Quais os impactos das últimas mudanças ocorridas na vida dos trabalhadores desde a
revolução industrial?
O trabalho informal é reconhecido pelo mundo capitalista?
Você já conhecia estes fatos sobre o trabalho?
Um dos subtítulos do texto é “Produção e consumo”, que relação há entre produção e consumo?
A quem você recomendaria a leitura do texto “Mundo do trabalho: contexto e sentido”?
diversos setores produtivos que substituem a incipiente base fabril do início do século XX (produtos
têxteis ou bens de consumo). << Voltar : Distribuição de renda e crise
No Brasil, o êxodo rural se intensificou de 1940 a 1980
Segunda Classe, obra de Tarsila do Amaral Reprodução
O perfil e a trajetória histórica da distribuição de renda no Brasil
certamente limitam a capacidade de consumo, e por conseguinte a aquisição de bens e serviços pelo cidadão comum. Embora apresente uma das maiores populações do planeta, a renda vergonhosamente concentrada é uma imensa barreira ao crescimento econômico, por causa da reduzida demanda familiar. Se o trabalho caracterizado pelo emprego formal era fonte de direitos e caminho seguro de acesso à
renda e, portanto, ao consumo, os "bicos" ou o não-trabalho associados ao desemprego são portas fechadas nesse caminho. No final do século XX, despreparado, o país abre as portas e é inundado
pelas importações. Somem-se a isso a crise fiscal do Estado, incapaz de sustentar investimentos com a subtração dos juros da dívida, e a reestruturação das empresas em busca de novas condições para competir. O resultado é o desaparecimento de milhões de empregos na
economia brasileira, especialmente na indústria. A sensação predominante é de insegurança.
Operários de São Bernardo do Campo (São Paulo) Reprodução
A carteira de trabalho assinada passa a ser um sonho, objeto de desejo e de veneração. Agora, é o chamado mercado informal que dá as cartas, um trabalho incerto e inseguro, literalmente temporário. Não é ainda o fim dos empregos, mas é o tempo do desemprego como epidemia social e econômica.
Esse desemprego não atinge igualmente a todos os indivíduos. Ele toca, principalmente, as mulheres, os afro-descentes, os jovens. Ao longo dos anos 1990, os jovens passam a encontrar cada vez mais dificuldades
para ingressar e permanecer no mercado de trabalho: houve diminuição do número de jovens ocupados e da sua participação na população ocupada.
Para além dos números, o desemprego juvenil provoca outros debates. Algumas pesquisas tornam evidente que o trabalho dos jovens (sobretudo das mulheres) é fundamental para a construção da
autonomia e da condição juvenil; a possibilidade de consumo é um meio de construção das identidades. Mas nos tempos bicudos do desemprego começa-se a questionar se os jovens não deveriam apenas estudar. Mas muitos jovens, mesmo os mais pobres, começam a reclamar pelo direito à escolha, pelo direito à educação e também ao trabalho.
<< Voltar
(Texto original: Maria Carla Corrochano e Luís Paulo Bresciani Edição: Equipe EducaRede - Disponível em http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=oassuntoe.interna&id_tema=17&id_subtema=1&cd_area_atv=1. Acesso em 20/02/2010)
13
Escrever a palavra no quadro de giz e perguntar: quando falamos em trabalho pensamos em quê?
(sugestões: salário, emprego, lazer, moradia, qualidade de vida, segurança, saúde, etc.).
Agora que você conhece alguns fatos sobre a evolução do trabalho, contexto e sentido, você
ainda mantém o mesmo destinatário para a webreportagem que você vai escrever ou você quer
mudar?
PRODUÇÃO INICIAL: APRESENTAÇÃO DO
GÊNERO WEBREPORTAGEM
Apresentar o gênero a ser produzido: composição,
conteúdo e estilo (a partir de um exemplo).
Promover o contato com o gênero a ser trabalhado
como páginas da website e nas páginas dos Cadernos de
EJA.
Ler individual ou coletivamente reportagens e
webreportagens sobre o conteúdo temático: trabalho
consumo e qualidade de vida (alimentação e saúde),
trabalho e tecnologia e desemprego (tecnologia e
desemprego), tempo livre e trabalho (carga horária) e
juventude e trabalho (desemprego juvenil), primeiro no
suporte físico de origem, páginas da website e depois nos
Cadernos de EJA, observando as mudanças.
Incentivar para a leitura de outros textos dos Cadernos
de EJA que podem servir para introduzir citações, vozes
de outras pessoas ou referências.
Solicitar a produção inicial da webreportagem.
APRESENTAÇÃO DO GÊNERO WEBREPORTAGEM
O que é gênero?
Professor (a) definir o que é gênero para os alunos de
uma maneira simplificada, não é uma tarefa fácil, por
isso apresentamos uma sugestão que nos pareceu
pertinente:
►Os gêneros podem ser entendidos como os discursos
que proferimos no nosso cotidiano quando interagimos
com alguém e apresentam enunciados que revelam a
esfera social a que pertencem: “- Cada esfera de troca
social elabora tipos relativamente estáveis de enunciados:
os gêneros; - Três elementos os caracterizam: conteúdo
temático, estilo, construção composicional; - A escolha
de um gênero se determina pela esfera, as necessidades da temática, o conjunto dos participantes
e a vontade enunciativa ou intenção do locutor” (SCHNEUWLY ,2004,p.25).
Professor (a) A produção inicial é a mais
importante, pois o texto será avaliado e revisto várias vezes e passando pelos outros módulos até chegar à produção final.
Para melhor entendermos a importância da produção inicial recorremos às palavras de Dolz, Noverraz e Schneuwly
[...] a produção inicial tem um papel central como reguladora da sequência didática, tanto para os alunos quanto para o professor. Para os alunos, a realização de um texto oral ou escrito concretiza os elementos dados na apresentação da situação e esclarece, portanto, quanto ao gênero abordado na sequência didática. Ao mesmo tempo, isso lhes permite descobrir o que já sabem fazer e conscientizar-se dos problemas que eles mesmos, ou outros alunos, encontram. Por meio da produção, o objeto da sequência didática delineia-se melhor nas suas dimensões comunicativas e também se manifesta como lugar de aprendizagem necessária das dimensões problemáticas. Assim, a sequência começa pela definição do que é preciso trabalhar a fim de desenvolver as capacidades de linguagem dos alunos que, apropriando-se dos instrumentos de linguagem próprios ao gênero, estarão mais preparados para realizar a produção final. (2004, p.102).
14
A esfera jornalística: gênero webreportagem
WEB = páginas web.
REPORTAGEM ►texto jornalístico (escrito, filmado, televisionado), que é veiculado por
órgãos da imprensa, resultado de uma atividade jornalística (pesquisa, cobertura de eventos,
seleção de dados, interpretação e tratamento) [...] (COSTA,2008,p.160).
REPORTAGEM ►é o relato ampliado de um acontecimento que já repercutiu no
organismo social e produziu alterações que são percebidas pela instituição
jornalística.(MELO, 1994, p. 65).
REPORTAGEM ► A reportagem é o gênero mais complexo e mais elaborado do jornalismo.
Envolve coleta minuciosa de dados, entrevistas, consulta a outras mídias como rádio, TV e
internet. Predominam os tipos de discurso do mundo do narrar: narração e o relato interativo, com
sequências narrativas, descritivas e dialogais (BALTAR, 2004, p. 132).
WEBREPORTAGEM ► um texto jornalístico que transmite uma informação veiculada
numa página da web.
Elementos composicionais.
Título: há implícita uma função apelativa com a finalidade de chamar a atenção do leitor.
Subtítulo (ou gravata): são as frases colocadas abaixo do título que têm a função de completar o
título e de apresentar, de maneira resumida, o assunto.
Lead: relato inicial do texto, o primeiro parágrafo, devendo informar o que é mais importante, a
síntese da reportagem.
Olho: recurso gráfico, boxe ou entre aspas, inserido entre as colunas em que são escritas frases de
efeito ou de impacto.
Corpo: é o desenvolvimento da reportagem, a parte mais complexa e extensa, é o desenvolvimento
do assunto abordado com linguagem direcionada ao público-alvo.
Boxes: caixa de texto diferenciada pela cor e que ganha destaque por utilizar textos combinados
com tabelas, gráficos ou fotos referenciando-se ao assunto (combinação entre linguagem verbal e
não verbal ou referência a outros textos de diferentes gêneros textuais).
VAMOS CONFERIR AS INFORMAÇÕES ACIMA LENDO A REPORTAGEM VEICULADA
NA WEB E DEPOIS VEICULADA NO CADERNO DE EJA
Números do IBGE detectam desemprego tecnológico Por Lauro Monteclaro 06/10/2004 às 23:44
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2003, divulgada em 19/9/2004,
contém indicações de que o desemprego tecnológico da era da informação, já está
presente no Brasil.
Alguns indicadores já eram de se esperar, assim: “O computador foi o bem durável que mais
cresceu nos últimos anos. De 2001 para 2002, o crescimento foi de 15,1% e de 2002 para 2003,
de 11,4%, sendo que, entre os que tinham acesso à internet, o aumento nos dois períodos foi,
15
respectivamente, de 23,5% e 14,5%. Em 2003, 15,3% das moradias tinham microcomputador e
em 11,4% este equipamento tinha acesso à internet”.
Também não surpreende o crescimento do número de telefones celulares: “Observa-se que vem
crescendo o número de domicílios somente com telefone celular. O percentual de aumento de
2002 para 2003 (31,1%) foi praticamente o dobro do ocorrido de 2001 para 2003 (15,4%). Em
2001, 3,6 milhões de domicílios (7,8% do total de moradias) tinham apenas telefone celular. Em
2002, já eram 4,2 milhões (8,8%) e em 2003, eram 5,5 milhões (11,2%)”.
É bastante interessante a informação de que: “Por outro lado, a proporção de domicílios com,
pelo menos, telefone fixo convencional aumentou de 51,1% em 2001 para 52,8% em 2002, mas
diminuiu em 2003 (50,8%). Em se tratando da proporção de domicílios somente com telefone
fixo convencional, a queda foi ainda mais expressiva: de 27,9% em 2001 passou para 27,0% em
2002 e chegou a 23,4% em 2003”. Como interpretar esses dados?
A explosão de celulares é perceptível entre dois grupos de pessoas: Os jovens de classes alta e
média, e entre trabalhadores autônomos, mesmo os de baixa renda como eletricistas,
encanadores, instaladores de antenas, etc. Mas uma estagnação e até redução de telefones fixos só
pode ter uma explicação: Redução de renda da classe média.
É interessante notar que em todas as regiões do país, o número de eletrodomésticos presentes nas
residências, como geladeira, freezer, máquina de lavar roupa, rádio e televisão, tiveram aumentos
razoáveis de 1993 para 2003. Como a renda por domicílio caiu 8% de 2002 para 2003, à
explicação só pode estar no fato de que esses equipamentos deixaram de ser luxo e passaram a ser
necessidade vital. Geladeira, freezer e máquina de lavar roupa, liberam trabalho feminino do
domicílio para o mercado.
Outro dado que nos chama a atenção é que: “Em relação a 2002, cresceu o número de
trabalhadores com carteira assinada em atividade não-agrícola, tanto entre os empregados (3,3%,
ou mais 720 mil trabalhadores) quanto entre os trabalhadores domésticos (5,5%, ou mais 87 mil
trabalhadores). No período, caiu o número de trabalhadores sem carteira assinada, tanto entre os
empregados (-3,4%) quanto entre os trabalhadores domésticos (-1,1%)”.
Como é um tanto difícil acreditar em uma súbita onda de “consciência social”, por parte dos
empregadores, podemos atribuir essa variação ao aumento no rigor da fiscalização. Por outro
lado, é estranho que num ano de recessão, a informalidade não tenha aumentado. A explicação
favorita para os cortes de mão-de-obra, tem sito justamente o custo do empregado formal.
Ao analisarmos a questão do mercado de trabalho, chama atenção que: “Segundo a PNAD 2003,
era de R$ 692 o rendimento médio real dos trabalhadores com rendimento do trabalho. Esse
indicador sofreu uma queda de 7,4% em relação a 2002, a maior ocorrida desde 1997”. Sabendo-
se que nesse período, a retração do PIB foi de 0,2%, é evidente que a renda do trabalho caiu
muito mais.
De fato notamos que essa é uma tendência irreversível: “De 1996 a 2003, o rendimento médio
real das pessoas com rendimento do trabalho teve queda de 18,8%, que estendeu-se a todas as
categorias de ocupação: trabalhadores domésticos (-5,4%), trabalhadores por conta própria (-
6,6%), empregados e empregadores (-7,5% para ambos)”.
16
Mas a informação decisiva é a de que: “Na população ocupada, os 50% com os menores
rendimentos sofreram uma perda real de 4,2%, enquanto que, para os 50% com os maiores
rendimentos, a perda foi de 8,1%”.
Também nos interessa o fato de que: “De 1993 a 2003, diminuiu a concentração do rendimento
de trabalho. Em 1993, na população ocupada, o rendimento dos 10% com os maiores
rendimentos representava 49% do rendimento total, e passou para 45,3% em 2003. No mesmo
período, a participação do rendimento dos 10% com os menores rendimentos foi de 0,7%, para
1,0%. Com isso, o Índice de Gini do rendimento caiu de 0,600 em 1993 para 0,555 em 2003, o
mais baixo resultado desde 1981”.
Isso é apresentado como um dado positivo, haveria uma “democratização” no mercado de
trabalho. Mas como a renda total vem caindo, é fácil deduzir que não foram os salários mais
baixos que cresceram e sim os mais altos que diminuíram.
O nível de emprego em geral caiu muito pouco: “A População Ocupada representava 55,4% do
total das pessoas com dez anos ou mais de idade. Esse percentual – o nível de ocupação – foi
menor que o de 2002 (55,7%) e igualou o de 1997”.
Sabemos que no ano corrente (2004), o desemprego tem recuado ligeiramente, o PIB vem tendo
crescimento acentuado mas, a renda do trabalho continua caindo.
Em resumo, temos vários dados que já são nossos velhos conhecidos das estatísticas dos países
desenvolvidos. Embora com menor intensidade, os números no Brasil nos dizem que:
• Mesmo não havendo uma explosão de desemprego, o nível geral de ocupação, cresce sempre
menos do que o PIB.
• A renda dos salários vem caindo independentemente do crescimento da economia.
• Essa redução de situa muito mais nas faixas mais altas de salários do que nas mais baixas.
Quando se considera que as novas tecnologias de informação e telecomunicações, aliadas às
novas técnicas gerenciais, tendem a gerar desemprego nos níveis médios da hierarquia
empresarial, os números não nos surpreendem.
De fato, as novas tecnologias não substituem abruptamente os empregos dos trabalhadores
braçais por máquinas, como ocorria nas “revoluções industriais” do passado. Ela provoca
principalmente um forte desequilíbrio nas relações entre capital e trabalho, favorecendo
enormemente o primeiro.
Após os processos de “reengenharia”, que agora não estão mais restritos apenas às indústrias,
notamos que os trabalhadores “sobreviventes”, tornam-se muito mais dóceis quanto a
reivindicações por aumentos de salários, reposição de perdas inflacionárias e novos benefícios.
Isso explica as perdas progressivas de poder aquisitivo, mesmo para os que continuam
empregados.
Os demitidos, após um longo período de procura, irão acabar por aceitar empregos com
remuneração mais baixa. Outros aceitarão funções muito abaixo de suas qualificações e outros
simplesmente abandonarão o mercado de trabalho, seja para se tornar autônomos, empresários
17
informais ou “desempregados permanentes”, vivendo as custas de parentes. Isso explica a
redução drástica da renda “por domicílio”.
Outro dado revelador é que: “No contingente de mulheres, o nível da ocupação de 2003,
permaneceu igual ao de 2002 (44,5%), que praticamente havia alcançado o de 1995 (44,6%), o
mais alto desde o início da década de 1990”. Como interpretar isso? É simples, o trabalho
feminino está concentrado ou nas funções de menor renda, ou e em atividades pouco afetadas
pelas novas tecnologias, como as ligadas ao preparo de alimentos, limpeza e conservação,
cuidado com doentes, deficientes, crianças, idosos, etc.
Mesmo a redução do trabalho infantil, pode ser relacionada aos programas governamentais que se
baseiam na troca de “comida por estudo”. Assim, no âmbito da economia da família, a criança na
escola garante a “cesta básica”, enquanto o adulto desempregado passa a ocupar as suas funções.
Isso não é perceptível na agricultura, onde o trabalho infantil é complementar ao do adulto e,
sempre foi uma fonte de renda perfeitamente aceitável. Mas, nas cidades, basta notar a
substituição do “tomador de conta” de automóveis infantil, pelo “flanelinha”, sempre um adulto.
Também notamos o progressivo “envelhecimento” dos encarregados de transporte de
documentos e pequenos volumes. Sai o “guarda mirim” e entra o “moto boy”.
Não resta mais dúvidas de que o Brasil já compartilha, via globalização, dos mesmos problemas
de desemprego tecnológico já detectados nos países desenvolvidos.
_____________________
Nota: Usamos o resumo do PNDA 2003 divulgado no site do IBGE, em www.ibge.gov.br. (Disponível em: http://www.midiaindependente.org/pt/red/2004/10/291926.shtml - Acesso em 10/03/2004.)
AGORA VEJAMOS AS RELAÇÕES QUE SE ESTABELECEM NA CONSTITUIÇÃO DO
GÊNERO WEBREPORTAGEM
18
NÚMEROS DO IBGE DETECTAM A EXTINÇÃO DE EMPREGOS
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2003 indica que o desemprego da Era da
Informação já está presente no Brasil
Por Lauro Monteclaro
Quando se considera que as novas tecnologias de informação e telecomunicações, aliadas às
novas técnicas gerenciais, tendem a gerar desemprego nos níveis médios da hierarquia
empresarial, os números não surpreendem.
De fato, as novas tecnologias não substituem abruptamente os empregos dos trabalhadores
braçais por máquinas, como ocorreu na Revolução Industrial do passado. Elas provocam,
principalmente, um forte desequilíbrio nas relações entre capital e trabalho, favorecendo
enormemente o primeiro.
Depois dos processos de “reengenharia”, que hoje não são mais restritos apenas às
indústrias, nota-se que os trabalhadores “sobreviventes” tornam-se muito mais dóceis quanto a
reivindicações por aumentos de salários, reposição de perdas inflacionárias e novos benefícios.
Isso explica as perdas progressivas de poder aquisitivo, mesmo para os que continuam
empregados.
Os demitidos, depois de um longo período de procura, vão acabar aceitando empregos com
remuneração inferior à que recebiam anteriormente. Outros aceitarão funções bem abaixo de suas
qualificações; e outros simplesmente abandonarão o mercado de trabalho, seja para se tornar
autônomos, empresários informais ou “desempregados permanentes”, vivendo à custa de
parentes. Isso explica a redução drástica da renda “por domicílio”.
Outro dado revelador é que, “no contingente de mulheres, o nível da ocupação de 2003
permaneceu igual ao de 2002 (44,5%), que praticamente havia alcançado o de 1995 (44,6%), o
mais alto desde o início da década de 1990”. Como interpretar isso? É simples, o trabalho
feminino está concentrado ou nas funções de menor renda, ou em atividades pouco afetadas pelas
novas tecnologias, como as ligadas ao preparo de alimentos, limpeza e conservação, cuidado com
doentes, deficientes, crianças, idosos etc.
19
Mesmo a redução do trabalho infantil pode ser relacionada aos programas governamentais
baseados na troca de “comida por estudo”. Assim, no âmbito da economia da família, a criança
na escola garante a “cesta básica”, enquanto o adulto desempregado passa a ocupar as funções
que a criança ocupava.
Isso não é perceptível na agricultura, onde o trabalho infantil é complementar ao do adulto e
sempre foi uma fonte de renda perfeitamente aceitável. Mas, nas cidades, basta notar a
substituição do “tomador de conta” de automóveis infantil pelo “flanelinha”, sempre um adulto.
Também notamos o progressivo “envelhecimento” dos encarregados de transporte de
documentos e pequenos volumes. Sai o “guarda-mirim” e entra o “moto-boy”.
(Extraído do site www.midiaindependente.org/eo/blue/2004/ 10/291926.shtml)
(http://eja.sb2.construnet.com.br/cadernosdeeja/tecnologiaetrabalho/tt_txt13.php?acao3_cod0=348951b6ddde61af1c9f83160181876c – Acesso em 10/03/2010.)
AGORA VEJAMOS AS RELAÇÕES QUE SE ESTABELECEM NA CONSTITUIÇÃO DO
GÊNERO REPORTAGEM DE CUNHO DIDÁTICO DO CADERNO DE EJA
20
ATIVIDADE 01
Após a leitura dos dois textos e conhecer as relações que se estabelecem, em grupo discutam e
registrem no quadro abaixo as mudanças ocorridas do suporte da Website “midiaindependente”
para o suporte Caderno: Tecnologia e Trabalho.
TÍTULO
TEXTO I
Números do IBGE detectam
desemprego tecnológico
TEXTO II
Números do IBGE detectam
a extinção de empregos
SUBTÍTULO
LEAD
INFORMAÇÕES
VOCABULÁRIO
DISPOSIÇÃO NA PÁGINA
PARÁGRAFOS
FONTE DOS DADOS
CITADOS ENTRE ASPAS
LOCUTOR
INTERLOCUTORES
CONTEÚDO TEMÁTICO
DATA DE PUBLICAÇÃO
ILUSTRAÇÃO
OBJETIVO
QUE OUTRAS DIFERENÇAS VOCÊ PERCEBEU?
21
Professor(a)
A partir das considerações de Shneuwuly e Dolz, na
atividade proposta fizemos o caminho inverso, trabalhamos
primeiro com o gênero Webreportagem como instrumento de
comunicação e, em seguida, como objeto de ensino-
aprendizagem, uma variação do gênero de origem.
► O objetivo é levar o aluno (a) a perceber os
desdobramentos que ocorrem quando mudamos de
suporte/veículo de divulgação.
► Sugerimos a leitura do gênero em outros suportes:
jornais, revistas, áudio, sítios, vídeos do Youtube, Cadernos de
EJA...
ATIVIDADE 02
Agora que vocês elencaram as diferenças com a mudança
de suporte, veículo de circulação, leiam as outras
webreportagens que vocês têm em mãos, observando os
elementos que as compõem: título, subtítulo, lead, olho,
desenvolvimento, boxes e conteúdo temático.
Durante as leituras faça anotações, registre as fontes, escolha o interlocutor do seu texto,
escolha o conteúdo temático (sugestões: trabalho e segurança, trabalho e desemprego, trabalho e
lazer, trabalho e meio ambiente, trabalho do lar, trabalho e saúde, etc.).
Depois de realizadas as leituras, elaborem, individualmente, uma webreportagem a
partir do tema geral “trabalho” e do conteúdo temático escolhido por vocês (produção
inicial).
MÓDULO 01 - ATIVIDADES
LEIA A WEBREPORTAGEM A SEGUIR
MÍDIA & SAÚDE
Os altos lucros dos maus hábitos12
Por Paulo Bento Bandarra em 20/7/2004
12
Disponível no Caderno “Qualidade de Vida, Consumo e Trabalho” impresso e na página na website do MEC -
http://eja.sb2.construnet.com.br /cadernosdeeja/qualidadedevidaconsumoetrabalho/ qv_txt7.php?acao3_ cod0= d91
16bdff81e4741052671707f0f790f.
Professor (a)
“Na sua missão de ensinar os alunos a escrever, a ler e a falar, a escola, forçosamente, sempre trabalhou com os gêneros, pois toda forma de comunicação, portanto também aquela centrada na aprendizagem, cristaliza-se em formas de linguagem específicas. A particularidade da situação escolar reside no seguinte fato que torna a realidade bastante complexa: há um desdobramento que se opera, em que o gênero não é mais instrumento de comunicação somente, mas, ao mesmo tempo, objeto de ensino aprendizagem. [...] toda introdução do gênero na escola faz dele, necessariamente, um gênero escolar, uma variação do gênero de origem.” (SHNEUWULY; DOLZ, 2004,p.75- 82).
Professor (a)
O planejamento do Módulo 01 será elaborado a partir da representação, produção inicial e a identificação dos problemas de comunicações, oral ou escrita, apresentados, tais como: destinatários, compreensão dos objetivos, finalidade pretendida, sua posição como autor ou locutor e do gênero visado. • Sugestão: propor atividades instrumentos de aprendizagem variados que visem o entendimento e a superação dos problemas.
22
O comentário da jornalista Roxana Tabakman na edição nº 285 deste Observatório [ver remissão
abaixo] aborda parte do problema que é a participação da mídia no mercado de ilusões de saúde e
promoção do consumo e do lucro. Como nossa imprensa segue a linha americana, copiando
matérias, é de se esperar que os males que atingem o povo (american way of life13
) de lá em
questão de tempo sejam epidemias aqui.
O governo tem posicionamento duplo em relação ao fumo e às bebidas alcoólicas. Enquanto o
Ministério da Saúde tenta inibir principalmente o fumo (o álcool nem tanto, apesar dos danos
maiores à e à sociedade ), que custa milhões de reais de gastos anuais em internação, exames e
remédios, a equipe econômica fomenta este negócio para aumentar a arrecadação. Sócio
majoritário dos lucros do tabagismo e do alcoolismo, o governo os protege. Arrecada impostos
fomentando doenças e sofrimento. E corre atrás do dinheiro para custear o tratamento dos danos
por eles causados à saúde. Culpamos os pacientes pelos maus hábitos, mas esquecemos que nada
é casual.
A revista Veja de 17/6/2003 abordou a estatina, nova esperança no combate às doenças cardíacas
por sua eficácia na queda do colesterol. Já é a droga mais vendida no mundo. Está também sendo
usada contra diabetes, angina, osteoporose, inflamações, Alzheimer, câncer de mama e próstata.
Sem entrar no mérito da estatina como arma terapêutica, certamente não é a solução para a má
alimentação e a inversão de valores da sociedade de consumo. Vive-se para comer, não se come
para viver melhor. A alimentação passou a ser um produto comercial, que foge de sua função
natural. Seu consumo é estimulado a toda hora pela mídia para quem tem poder aquisitivo e,
portanto, já está alimentado. Então, inventam-se guloseimas para um consumo cada vez maior,
para que o lucro se faça presente nos negócios de alimentação.
Bom para a indústria
A comida perde suas principais qualidades e funções para ser vendida por seus atrativos visuais,
gustativos, táteis, para que se consuma mesmo sem necessitar. As gorduras dos são de má
qualidade, visando otimizar o lucro com produtos de preços mais baixos. Não são alimentos
balanceados para uma alimentação saudável. Mas visam principalmente a quebra da resistência
do consumidor, induzido à ingestão maior. E como a concorrência existe, a briga é para cada vez
se comer mais.
Os resultados já são considerados alarmantes, com epidemias de obesidade, hipertensão,
cardiopatia e diabetes – excesso de alimentação de alguns, fome de outros, que não participam da
festa por falta de poder aquisitivo.
A solução destes problemas pela via medicamentosa, como adverte a jornalista, é a pior possível.
É tentar remediar um mal com outro. Não serão os medicamentos que solucionarão os problemas
advindos do tabagismo, do alcoolismo, do excesso de comida. Aumentar gastos com exames,
medicamentos de prevenção e recuperação, tratamentos crônicos, hospitalizações e cirurgias
corretivas é a pior saída para uma questão simples, de causa totalmente conhecida, mas de difícil
13
'Estilo de vida americano.
23
enfrentamento, pois as indústrias apostam todas as suas fichas neste estado de coisas, e a mídia
participa desse mercado de encantamento lucrando sua parcela na promoção da venda. Associa-se
ao problema a indústria de alimentos de baixa caloria, para que se coma maior volume com
menor efeito no ganho de peso, criando ao mesmo tempo dependência do hábito de comer
demais.
É uma atitude tola medicar os maus hábitos, pois se desperdiçam recursos que poderiam ser
aplicados em áreas mais úteis. O New York Times de 13 de julho anunciou a necessidade de se
prescreverem estatinas para níveis mais baixos de colesterol! (ou seja, aumentar as vendas).
Tratar pessoas para que possam manter a ingestão excessiva é uma distorção absurda. Passar a
vida comendo para dar lucro à indústria de alimentos insalubres, para depois acabar a vida
tomando remédios só é bom para a indústria. Inclusive a midiática.
Leia também
De bem com a vida do jeito errado – Roxana Tabakman
(Disponível em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=286OFC006# - Acesso em
20/02/2010.)
ATIVIDADES - SUGESTÕES
Vocês já tinham lido alguma webreportagem do
“Observatório da Imprensa”? Observem o logotipo: Por
que observatório? Que efeito de sentido tem o “olho” no logotipo?
Você deve ter observado que as websites têm logotipos. Logotipo14
“refere-se à forma
particular como o nome da marca é representado graficamente, pela escolha ou desenho de
uma tipografia específica”. No logotipo da website “Observatório da Imprensa” é parte
integrante a frase apelativa “Você nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito”, que mensagem
explicita/implícita podemos inferir depois de ler a webreportagem?
Na website “Wikipédia15
”,enciclopédia livre, lemos: “Observatório da Imprensa é um
website, programa de rádio e TV brasileiro cujo foco é a análise da atuação dos meios de
comunicação em massa no país. Por publicar em seus artigos opiniões não alinhadas às da
grande mídia, o site é por vezes tachado como pró-esquerdista.” Por que é chamado de “pró-
esquerdista”? Levante hipóteses.
Qual é o conteúdo temático central da webreportagem?
Que público leitor Paulo Bento Bandarra objetiva atingir ao escrever esta webreportagem?
No lead, primeiro parágrafo, o autor coloca entre colchetes [ ] a expressão “[ver remissão
abaixo]”, o que ele está sugerindo ao leitor ?
É comum os jornalistas citarem o discurso (vozes) de outras pessoas envolvidas no assunto de
forma direta, discurso direto, entre “aspas”, em “itálico” seguido de verbos de dizer - verbos
de dizer são todos aqueles que fazem referência à ação da fala, como falar, dizer, perguntar,
14
http://pt.wikipedia.org/wiki/Logotipo 15 http://pt.wikipedia.org/wiki/Observat%C3%B3rio_da_Imprensa
24
responder, exclamar, etc. - ou de forma indireta, discurso indireto, faz-se o intérprete delas.
Como Bandarra introduz o discurso de “Roxana Tabakman” no texto, de forma direta ou indireta?
Em relação às formas verbais, que tempo predomina? Em que pessoa? Comprove a sua
resposta com frases do texto.
A que outros órgãos da imprensa Bandarra faz referência? A partir da leitura da webreportagem, o que vocês consideram mais indicado: tomar estatina
ou ter alimentação saudável?
“A alimentação inadequada do trabalhador e o consumo de produtos de baixa qualidade
nutritiva, mas de forte apelo comercial, torna-se responsável muitas vezes por alterações de
saúde”. Vocês concordam com esta afirmação, discutam e depois registrem os resultados.
MÓDULO 02 – ATIVIDADES
Juventude e eleições: para além dos ovos e
tomates16
14 de setembro de 2006.
Está no ar a “Campanha do Pacto MTV sobre as eleições:
prepare ovos, tomates e, principalmente, a pontaria”, com
críticas aos políticos em geral, ao governo e à oposição. É
interessante como ela está suscitando um instigante debate na
imprensa e entre grupos de jovens.
Regina Novaes
Está no ar a Campanha do Pacto MTV sobre as eleições: prepare ovos, tomates e, principalmente,
a pontaria. A pontaria da Campanha atinge os políticos em geral: do governo e da oposição. Esta
crítica generalizada seria para induzir o voto nulo? Mas, que segmento da juventude se deixaria
induzir? Quais deles compartilhariam dos pressupostos da Campanha? Afinal qual seria o público
alvo da Campanha? Estes são alguns pontos que estão suscitando um instigante debate na própria
imprensa e entre grupos de jovens. O que deve ser muito bom para os objetivos publicitários da
MTV. O que também pode ser muito bom para a reflexão sobre a diversidade da juventude atual
e sobre a chamada “linguagem jovem”. Vamos por partes.
Um dos detonadores do debate foi uma carta à imprensa. E esta carta tem uma história. A
Campanha Ovos e Tomates esteve na pauta, em julho, na última reunião do Conselho Nacional
de Juventude (Conjuve), composto por 20 membros do poder público e outros 40 da sociedade
16
Disponível no Caderno “Juventude e Trabalho” impresso e na página na website do MEC - http://eja.sb2.
construnet.com.br/ cadernosdeeja/juventudeetrabalho/ jt_txt20.php?acao3_ cod0=8832f9b73 e660945021277 a4b1c
10202.
Professor (a) O planejamento do Módulo 02 será elaborado a partir da verificação de como foi à elaboração dos conteúdos: análise, exposição dos conceitos em torno do tema, fonte das informações e a discussões em função do gênero webreportagens: • Retomar a elaboração do conteúdo oferecendo técnicas de busca, elaboração, criação e tomada de notas que ofereçam possibilidades uma sistematização desse conteúdo para o planejamento do texto final.
As atividades propostas são sugestões, uma vez que o que determina os conteúdos é a produção inicial e varia de turma para turma, de aluno para aluno.
25
civil. Depois de ouvir as opiniões de muitos dos presentes, o Conselho resolveu não formalizar
nenhuma apreciação sobre a Campanha. Naquele momento, valeu o argumento da cautela. Sendo
o Conselho um órgão de Estado, ligado à Secretaria Nacional de Juventude, que faz parte da
Secretaria-Geral da Presidência da República, qualquer apreciação poderia ser lida como algum
tipo de censura ou, até mesmo, entendida como expressão de interesse eleitoral imediato.
Contudo, os conselheiros da sociedade civil presentes na reunião acharam por bem fazer uma
carta à MTV e à imprensa. Nesta carta não há nenhuma afirmação que a Campanha da MTV seja
um libelo ao voto nulo. Nela não há nenhum pedido para que a Campanha seja tirada do ar. Ao
contrário, reconhece-se que a emissora pode tratar o tema como bem quiser e, para tanto, usar
recursos publicitários que desejar. Os signatários apenas manifestam a preocupação com a
veemência da mensagem veiculada, que condena, a priori, o processo eleitoral. Ao mesmo tempo,
solicita-se que o tema “juventude e eleições” entre para valer – com toda sua controvertida
riqueza - nas pautas dos meios de comunicação que têm uma função pública a cumprir.
Claro que a referida carta só foi divulgada na íntegra nos sites de organizações não-
governamentais (ONGs) ou de grupos políticos. Com os cuidados com que foi escrita, ficou
muito extensa e pouco espetacular para ser divulgada na íntegra pela grande imprensa. Mas, foi
bastante citada. Algumas matérias jornalísticas compreenderam bem seu objetivo e entraram no
debate trazendo novos pontos de vista. Mas, também houve outras reações que, fragmentando a
“Carta do Conselho”, revelaram vários (pre) conceitos vigentes sobre os espaços de participação
dos jovens de hoje. Assim sendo, das entrelinhas surgiram veredictos contra a iniciativa.
Assinada pelo movimento estudantil, pela UNE, a carta só poderia ser autoritária ou, no mínimo,
paranóica? Assinada por ONGs, expressaria a chatice das “campanhas cidadãs” em oposição à
sofisticação publicitária da MTV - reconhecido laboratório da linguagem televisiva jovem? Os
signatários são conservadores, se não fossem como poderiam criticar a MTV que em sua
programação tanto tem contribuído para derrubar tabus morais e preconceitos raciais? Tais
questões não são banais, é verdade. Mas, para debatê-las, é preciso ultrapassar nosso estoque
corrente de classificações e adjetivos. É preciso conhecer mais o que se passa com a “juventude
de hoje” e, se possível, se deixar surpreender.
Enquanto projetamos sobre a juventude o desencanto com as eleições atuais, presente em uma
parcela da sociedade brasileira, as informações sobre o alistamento eleitoral, divulgadas
recentemente pelo TSE mostram um aumento de 39%, em relação a 2002, do número de eleitores
de 16 e 17 anos, faixa etária em que o voto é facultativo. Foi nesta faixa etária o maior
crescimento proporcional de eleitores. Certamente estes números não falam por si, mas eles são
no mínimo intrigantes (e fornecem uma pauta e tanto para meios de comunicação). Com a mesma
indagação na cabeça, vale citar a pesquisa Juventudes Brasileiras, recentemente divulgada pela
Unesco, que revela que 68,8% dos jovens de 15 a 29 anos acreditam que o voto pode mudar a
situação do país e que 66,6% deles afirmaram não ser aceitável não votar nas eleições.
Por outro lado, a despeito das estatísticas que buscam dar conta do todo, há muita informação
qualitativa disponível. São múltiplas as experiências de participação juvenil existentes no Brasil.
Não se pode pensar nos grêmios estudantis, nos centros acadêmicos, nas juventudes partidárias e
sindicais de hoje com os olhos de décadas atrás. Hoje – distinguindo-se e/ou identificando-se com
aqueles espaços usuais da política - há posses de Hip-Hop, há jovens reunidos em diferentes tipos
de ONGs e em movimentos sociais específicos. Redes de jovens mulheres, da juventude negra e
indígena, de jovens rurais, de jovens pela livre orientação sexual, de jovens com deficiência
atuam buscando inscrever seus direitos em diferentes espaços. A Rede dos Jovens do Nordeste,
26
que há anos tem feito uma campanha pelo voto consciente, se organiza através do recorte
regional. Grupos culturais, religiosos e esportivos também fazem parte de um cardápio amplo e
plural. Mas, há momentos em que as fronteiras (sociais e identitárias) existentes entre eles se
suspendem produzindo combinações inéditas e desafiantes interlocuções. Alguns destes
momentos surgem e ecoam no interior do Conselho Nacional de Juventude, onde se busca
valorizar as diferentes formas de participação juvenil.
De fato, são múltiplas as expectativas da juventude brasileira. O convite é para que se conheça
mais sobre as criativas e pouco divulgadas experiências em curso. Conhecendo, fica difícil dizer,
a priori, que estes grupos não estejam produzindo em uma “linguagem jovem”, a não ser que se
considere que tal linguagem seja monopólio de alguém ou de algum canal.
Para terminar, vale citar uma pesquisa realizada sob a coordenação do Ibase e Polis, em conjunto
com outras ONGs, em sete regiões metropolitanas brasileiras. Nesta pesquisa, amplamente
divulgada, a grande maioria dos jovens entrevistados diz desacreditar dos políticos, mas acreditar
na política e dela querer participar. Esta última frase pode parecer um mero jogo de palavras ou
um enigma. Mas, pode ser vista também como um convite dos jovens para que não se economize
reflexão e para que faça um debate que possa resgatar o sentido mais profundo da política. Para
além dos ovos, tomates e eleições.
Regina Novaes é antropóloga, secretária nacional adjunta de Juventude e presidente do Conselho
Nacional de Juventude. (Disponível em: http://www.direitos.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1820&Itemid=2 Acesso
em 05/04/2010.)
ATIVIDADES – SUGESTÕES
A antropóloga, ao escrever o texto, pretendeu atingir que
tipo de público leitor? O que o/a levou a esta conclusão?
Que efeitos de sentido a autora do texto deseja produzir
sobre o público leitor alvo: informação, reflexão, crítica,
discussão, esclarecimento, outros?
Onde foi veiculada a webreportagem acima texto?
A webreportagem foi escrita a partir de outro evento
jornalístico, que evento foi esse?
A partir da leitura dessa e de outras webreportagens,
identifique as características que predominam neste gênero de
texto.
Qual a diferença entre essa webreportagem e as outras que
lemos até agora, em relação aos objetivos, à linguagem, aos
interlocutores e ao suporte?
Em grupos, discutam de que formas as principais
informações presentes no texto acima chegam até vocês.
O que mais vocês sabem sobre o conteúdo temático tratado?
Algumas webreportagens priorizam as informações, outras
que priorizam o comentário. A webreportagem em estudo
prioriza um desses aspectos ou os dois? Comprove com
fragmentos do texto.
As webreportagens assim como outros gêneros jornalísticos
Professor (a)
Sugerimos que a leitura seja realizada em conjunto incentivando o reconhecimento do vocabulário e das siglas empregadas. Em seguida dividir a turma em duplas. Cada dupla deve responder uma das questões e todas a última questão e, finalmente, apresentar para os colegas em forma de relato o resultado da atividade, por isso se justifica o número de questões. Outras poderão ser realizadas, de acordo com o nível de ensino: médio ou fundamental. As sugestões propostas devem ser discutidas oralmente, não esquecendo que estamos na fase da avaliação formativa. Nesse sentido, a exposição oral é um indicador do planejamento da próxima atividade .
27
que veiculam nas websites buscam a neutralidade dos fatos e assuntos apresentados em suas
páginas, por isso procuram usar uma linguagem impessoal. Observe a linguagem empregada
nesta webreportagem e responda: A antropóloga responsável pelo texto busca uma linguagem
pessoal ou explicitamente deixa marcas de pessoalidade?
Justifique sua resposta.
Observem a linguagem empregada na webreportagem em
estudo. Que variedade linguística ela adota?
Em relação às formas verbais, que tempo predomina? Em
que pessoa? Comprove a sua resposta com frases do texto.
Uma webreportagem, assim como a reportagem impressa,
exige - detalhamento, questionamento, interpretação, análise e
comprovação – seja através de dados, resultado de pesquisas,
exposição de fatos e ações realizadas, depoimentos, entre
outros. De que recursos se valeu Regina Novaes para discutir
sobre a “Campanha do Pacto MTV sobre as eleições:
prepare ovos, tomates e, principalmente, a pontaria”?
Depois de ler, responder os questionamentos acima, em sua
opinião, qual é o sentido explicito e implícito do título
“Juventude e eleições: para além dos ovos e tomates”?
MÓDULO 03 – ATIVIDADES -SUGESTÕES
Após a realização das atividades anteriores, vocês devem ter
percebido que apareceram entre “aspas” referências a dados
estatísticos, pesquisas realizadas, para ressaltar expressões ou
palavras, não somete para introdução de vozes – discurso
citado – com o objetivo de criar autenticidade, mostrar-se
sério ou para explicitar que é favorável às palavras de outra
pessoa entendida no assunto - sua tarefa agora é a seguinte:
► Ler outras webreportagens ou reportagens sobre o
tema geral e recortar fragmentos em que aparecem
discursos citados.
Agora que vocês observaram os discursos citados, informem:
que recursos foram usados para a sua introdução nos textos
(aspas, dois pontos, travessões, itálico).
Os verbos que indicam a presença do discurso citado foram
colocados antes, no meio ou no final?
Agora, cada um pega sua produção inicial e a partir do
conteúdo temático escolhido, procura uma informação nos
textos de apoio sobre o assunto ou um depoimento de alguém
que entende do assunto para acrescentar a sua webreportagem
como discurso citado.
Muito bem, agora que vocês já conhecem os elementos
composicionais das webreportagens em seu em seu suporte
Professor (a) No planejamento do Módulo 03, observar como foi o planejamento do texto quanto aos elementos estruturais/composicionais do gênero, mais ou menos convencionais, dependendo da finalidade ou dos destinatários visados: título e subtítulo, texto síntese, sequência das informações, dados, citações, linguagem, entre outros. Propor, nesse momento,
atividades de observação e de análise de outros textos com os mesmos elementos estruturais, mais ou menos convencionais, orais ou escritos, que sirvam de ponto de referência para a aprendizagem.
Esta atividade pode partir de textos completos ou fragmentos de acordo com as necessidades da turma. Dessa forma, o aluno pode se concentrar em cada elemento específico de sua produção, que podem ser: reorganizar um parágrafo, inserir uma citação num texto dado, revisar um texto em função de critérios definidos, rebater um conteúdo, argumentar ou excluir, melhorar seus próprios textos.
Nesse momento, os alunos, depois de terem aprendido a falar sobre o gênero e a observá-lo sob vários pontos de vista, eles adquirem um vocabulário, “uma linguagem técnica”, inerentes às webreportagens que será comum a todos os envolvidos na sequência, é o momento de, segundo Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004,p. 106), capitalizar todas as aquisições realizadas nos módulos anteriores sobre o gênero em produção.
Nesta etapa, portanto, será organizada uma lista dos conhecimentos adquiridos nos módulos anteriores, que servirá de lembrete ou glossário para a produção final.
28
físico de origem, procurem ler outros Cadernos da Coleção de EJA17
textos que apresentam
características webreportagens/reportagens que ofereçam informações sobre o seu conteúdo
temático. Não se esqueçam de fazer anotações.
Depois de ler e fazer anotações a partir das reportagens impressas e estabelecer conexões entre
tema geral “trabalho” e conteúdo temático específico através do título, lead, boxes
informativos, citações, olho, fotografias e gráficos. Retornem aos conteúdos de apoio
pesquisados por vocês sobre o conteúdo temático de seus textos e selecionem o que irão
realmente usar e planejem o aspecto visual da webreportagem, isto é, a distribuição em colunas
ou não, lead separado ou como introdução do texto,
títulos e subtítulos, fotos, boxes, citações, outros.
E, finalmente, pensem de que forma vocês irão explicar as
palavras e expressões técnicas, regionais ou pouco usadas
contidas no texto: através de notas explicativas no final do
texto, apenas entre aspas sugerindo que o leitor pesquise,
enfim, a decisão é sua.
Para encerrar a atividade, reúnam-se em grupo e elaborem
um glossário de termos que vocês aprenderam durante as
atividades que servirá de base para a produção final e para
outras produções de webreportagens/reportagem.
MÓDULO 04 – ATIVIDADES - SUGESTÕES
Durante nossa as nossas atividades lemos várias
webreportagens e reportagens impressas, hoje vamos ler as
webreportagens elaboradas por vocês na produção inicial.
Cada um de vocês receberá cópias das produções dos
colegas, leiam com atenção e deem seu parecer, oralmente,
sobre o conteúdo temático. (Gostei, muito bom, ficou ótimo,
tenho uma anotação que vai enriquecer a sua produção, sugiro
a mudança de..., etc.)
Muito bem, agora que vocês já leram os textos dos colegas e
fizeram as considerações sobre o conteúdo temático. Creio que
vocês observaram que, ainda, precisamos fazer algumas
alterações quanto ao emprego da variante padrão, tais como:
ortografia, frases incompletas, elementos de ligação,
pontuação, acentuação, entre outros.
Então nossa atividade de hoje receberá o título de “reescrita
textual”.
INTERAGINDO
— Meus caros alunos e alunas, a importância do ato de reescrita reside no fato de que provoca o diálogo do
17Foram disponibilizados todos os Cadernos impressos - Cultura e Trabalho ,Diversidades e Trabalho,Economia
Solidária e Trabalho,Emprego e Trabalho, Globalização e Trabalho,Juventude e Trabalho, Meio Ambiente e
Trabalho, Mulher e Trabalho, Qualidade de Vida, Consumo e Trabalho, Segurança e Saúde no Trabalho, Tecnologia
e Trabalho, Tempo Livre e Trabalho, Trabalho no Campo – disponíveis na escola.
Professor (a)
O Módulo 04 será desenvolvido a partir dos apontamentos e de observação de como foi realização do texto em relação à estrutura sintática e todos os elementos tais como: frases incompletas, uso inadequado da pontuação ou pontuação insuficiente, utilização de frases coordenadas no lugar de subordinadas, entre outros observados. Lembrando que essas inadequações são interferências entre a sintaxe oral e sintaxe escrita.
A partir dos textos produzidos na situação inicial e de observações pontuais, promover a reescrita de fragmentos de textos produzidos durante a sequência, analisando os problemas explícitos da sintaxe. Trata-se, portanto, de fazer os alunos compreenderem que o domínio da sintaxe está ligado a todos os gêneros e não somente ao gênero webreportagens.
Professor (a) A partir da leitura dos textos da produção inicial resolvemos optar pela estratégia didático-pedagógica de refacção textual, para que os alunos lessem as produções uns dos outros e percebessem as inadequações quanto ao emprego da variante padrão e, ao mesmo tempo, fossem identificando-as em seus próprios textos.
29
sujeito-autor com o seu produto-criado, possibilitando um relacionamento mais interativo com seu próprio texto. — Quem aqui, agora, ao ler novamente o seu próprio texto e conversar com os colegas leitores sentiu vontade de reescrever o texto? — Pois bem, é assim mesmo, quando escrevemos estamos num estágio emocional inspirativo, concordam? — Ao relermos e reescrevermos saímos do estágio emocional (inspirativo) que gera a primeira escrita e passamos ao estágio de maior de reflexão sobre o que foi escrito. — Pensem comigo, vai adiantar eu reestruturar os
textos produzidos por vocês? Não, porque estou tirando
a oportunidade de vocês refletirem sobre o conteúdo
temático e sobre a variante padrão da língua.
— Concordam? Então vamos refletir juntos?
— Ao ler os textos de todos, percebi algumas
inadequações comuns e tenho uma proposta:
☺ Primeiro — vamos refletir sobre a ortografia,
essa reflexão é importante e deve estar presente em
todos os momentos da escrita, para isso sugiro que vocês
façam uso do dicionário.
☺ Segundo — ainda com o auxílio do dicionário
observar os acentos de acordo com a reforma
ortográfica.
☺ Terceiro — passar do estágio inspirativo da
proposta inicial para a reorganização das ideias do texto,
a coerência do texto, bem como os elementos os
elementos coesivos responsáveis pela textualidade.
Agora, todos juntos vamos observar os outros aspectos em
relação à estruturação da língua, texto por textos,
começamos pela ordem em que os textos foram
fotocopiados e grampeados, vamos lendo e refletido.
Lembrem-se que temos os escritores de um lado e os
leitores de outro, então todas as observações serão bem
vidas.
Procurem anotar as reflexões/análises sobre a estrutura da
língua em seus cadernos para consultarem quando for
necessário.
PRODUÇÃO FINAL
Professor (a)
A sequência é finalizada com uma produção final,
momento em que os alunos põem em prática o que
Professor (a) As inadequações em relação à estruturação da língua, especificamente, as questões relativas à morfologia verbal, à sintaxe da frase e à ortografia, já foram trabalhadas no interior das sequências, portanto, a reescrita deve proporcionar aos alunos análises que lhes permitam melhorar o conhecimento. Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004) recomendam:
No plano da morfologia verbal:
[...] Alguns elos parecem bastante evidentes. Assim, a recorrência de formas verbais ligadas a um gênero de texto (por exemplo, o presente, nos textos que visam à transmissão de saberes, ou os pretéritos perfeito e imperfeito, nos textos narrativos) cria a ocasião para abordar ou retomar essas formas de um ponto de vista morfológico, de maneira paralela ao trabalho realizado na sequência. (p.115).
No plano da sintaxe, o problema de maior complexidade nos textos, principalmente na EJA, não se trata de organizar [...] um trabalho sistemático no interior da sequência, cujo objetivo principal continua a ser a aquisição de condutas de linguagem, num contexto de produção bem definido. [...] Trata-se, portanto, de desenvolver nos alunos capacidades de análise que lhes permitam melhorar esses conhecimentos. Para tanto, é essencial reservar tempo para um ensino específico de gramática, no qual o objeto principal das tarefas de observação e de manipulação é o funcionamento da língua. A bagagem que os alunos terão acumulado ao longo desses momentos de reflexão específica poderá ser reinvestida, com proveito, nas tarefas de escrita e de revisão previstas nas sequências. (2004, p.115, grifo nosso). No plano da ortografia, [...] não podem ser diretamente relacionados à questão dos gêneros textuais. [...] as regras ortográficas são as mesmas em todos os textos. [...] Um levantamento dos erros mais frequentes pode servir como base para a escolha das noções a serem estudadas ou revistas nos momentos consagrados unicamente à ortografia. Evidentemente, não se trata de retomar tudo de uma só vez, mas de determinar as intervenções prioritárias. Um tal levantamento permite também diferenciar o trabalho com a ortografia: em função da frequência dos erros, alguns pontos deverão ser abordados com todos os alunos; outros, apenas com um pequeno grupo; e outros, ainda, com alunos que necessitam de atenção individual. (p.116-117, grifo nosso).
30
aprenderam nos módulos e, também, momento em que o professor procede à avaliação somativa.
Na produção final o trabalho centra-se no polo do aluno, isto é, os alunos assumem o controle
sobre seu próprio processo de aprendizagem, portanto, eles sabem: o que aprenderam; o que
fizeram; por que o fizeram; como fizeram e o que resta a fazer.
Nessa fase, os alunos regulam e controlam seus próprios comportamentos e suas formas de
produção, seleção e organização, como produtores de textos durante a revisão e a reescrita do
texto.
E, finalmente, permite-lhes avaliar os progressos e o que lhes falta, ainda, para um efetivo
domínio do gênero, nesse caso, as webreportagens.
PROFESSOR EM AÇÃO...
Orientação individual: tira dúvidas.
Disponibilização de computador.
Orientação para a formatação dos elementos composicionais: boxe, citação, lead,
desenvolvimento, olho, notas, etc.
Sugestões...
OS ALUNOS EM AÇÃO INTERATIVA...
Digitação.
Observação da ortografia, pontuação.
Leitura e questionamento sobre os títulos.
Pensando nos destinatários.
Revendo o conteúdo geral – tema.
O conteúdo temático específico, assunto.
Organização dos elementos composicionais do gênero.
Pertinência das citações.
Colhendo depoimentos e inserindo depoimentos.
Finalização – revisão da professora e divulgação das produções no mural da escola.
Cenas do trabalho final – fotografias.
Professor (a) As produções finais serão expostas no mural da escola e não na website, porque das
alunas de EJA com os quais realizamos a sequência apenas duas têm acesso a “Internet” em casa, uma usa a Lan House e as outras nunca manusearam o computador ou usaram a Lan House e nem tiveram acesso às páginas da website.
Portanto, o grupo decidiu pela exposição dos textos no mural da escola, os quais serão organizados de forma que se pareça com uma página da website.
31
REFERÊNCIAS
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Gêneros Orais e Escritos na Escola. São Paulo: Mercado de Letras, 2004, p. 215-246.
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oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: DOLZ, Joaquim; SHNEUWULY,
Bernard. (Orgs.) Gêneros Orais e Escritos na Escola. São Paulo: Mercado de Letras, 2004.
DOLZ, Joaquim; SHNEUWULY, Bernard. (Orgs.) Gêneros Orais e Escritos na Escola. São
Paulo: Mercado de Letras, 2004.
SHNEUWULY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Os gêneros escolares – das práticas de linguagem aos
objetos de ensino. In: DOLZ, Joaquim; SHNEUWULY, Bernard. (Orgs.) Gêneros Orais e
Escritos na Escola. São Paulo: Mercado de Letras, 2004.
SHNEUWULY, Bernard. Gêneros e tipos de discurso: considerações psicológicas e
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projeto Francisco José Carvalho Mazzeu, Diogo Joel Demarco, Luna Kalil. São Paulo:
Unitrabalho-Fundação Interuniversitária de Estudos e Pesquisas sobre o Trabalho; Brasília, DF:
Ministério da Educação. SECAD-Secretraria de Educação Continuada, Alfabetização e
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LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de
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MAINGUENEAU,Dominique. Análise de textos de comunicação. Tradução de Cecília de P.
Souza-e-Silva, Décio Rocha. São Paulo: Cortez,2008.
MELO, José Marques de. A opinião no jornalismo brasileiro. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1994.
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Qualidade de vida, consumo e trabalho /[coordenação do projeto Francisco José Carvalho
Mazzeu, Diogo Joel Demarco, Luna Kalil]. - São Paulo: Unitrabalho-Fundação Interuniversitária
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Secretraria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2007, (Coleção Cadernos de
EJA).
Tecnologia e trabalho / [coordenação do projeto Francisco José Carvalho Mazzeu, Diogo Joel
Demarco, Luna Kalil]. - São Paulo:Unitrabalho-Fundação Interuniversitária de Estudos e
Pesquisas sobre o Trabalho ; Brasília, DF: Ministério da Educação. SECAD-Secretraria de
Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2007, (Coleção Cadernos de EJA).
Tempo livre e trabalho / [coordenação do projeto Francisco José Carvalho Mazzeu, Diogo Joel
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Pesquisas sobre o Trabalho; Brasília, DF : Ministério da Educação. SECAD-Secretraria de
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http://eja.sb2.construnet.com.br/cadernosdeeja/qualidadedevidaconsumoetrabalho/qv_txt21.php?
acao3_cod0=1d058ca71f0b140a6ac7518e930f7681
http://eja.sb2.construnet.com.br/cadernosdeeja/tempolivreetrabalho/index.php?acao3_cod0=70db
f8bbe24b1eece61af3b2a79637f9
http://eja.sb2.construnet.com.br/cadernosdeeja/tecnologiaetrabalho/index.php?acao3_cod0=70dbf
8bbe24b1eece61af3b2a79637f9
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VÍDEOS SUGERIDOS
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34
http://www.youtube.com/watch?v=ORr3uyzz_Z8
http://www.youtube.com/watch?v=tQPvhMtIwkI
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http://www.youtube.com/watch?v=bLmTrjXichs
http://www.youtube.com/watch?v=lYsAbBDvqpY
http://www.youtube.com/watch?v=je8OG26itDU
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