Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Centro de Pesquisa de Pecuária do Sudeste Resumo das Palestras Curso: Produção e Manejo de Silagem São Carlos, 03 a 04 de Setembro de 1998 16;~~ ~3G,V~5 l.~:::.:.:.~~!!~!!~~:~:::J C q S -i- ,qqg Coordenado Por: Geraldo Maria da Cruz André Luiz Monteiro Novo André de Faria Pedroso
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Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa
Centro de Pesquisa de Pecuária do Sudeste
Resumo das Palestras
Curso: Produção e Manejo deSilagem
São Carlos, 03 a 04 de Setembro de 1998
16;~~ ~3G,V~5l.~:::.:.:.~~!!~!!~~:~:::J C q S -i-
,qqg
Coordenado Por:
Geraldo Maria da CruzAndré Luiz Monteiro Novo
André de Faria Pedroso
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INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DE ANÁLISES BROMATOLÓGICASDE SILAGENS
Geraldo Maria da Cruz 1
Planejamento da alimentação de bovinos com silagens envolve informações da
disponibilidade deste volumoso e sua qualidade. O controle da qualidade através de
análises quimico-bromatológicas do produto em laboratório especializado, é essencial
devido às dificuldades para controlar a fermentação no silo, à semelhança de uma
indústria, que esteriliza ou pasteuriza a matéria-prima antes de adicionar os inoculantes
e controlar a temperatura para obter um produto padronizado.
Fatores que Afetam a Utilização de Silagens
O fator principal que influencia o desempenho de animais alimentados com
silagem é o valor nutritivo do material (forragem verde) antes da ensilagem, segundo
McCULLOUGH (1978). É bom lembrar que o processo de fermentação no silo é
basicamente um processo destrutivo; então não se pode esperar que uma silagem
tenha valor nutritivo superior à forragem e, ou resíduo, subproduto, que lhe deu origem.
Desta maneira, os principais fatores que influenciam o desempenho animal são o
consumo de matéria seca e a digestibilidade da silagem.
Então, qualidade de silagens envolve análises de laboratório para fatores que
afetam o consumo, padrão (tipo) de fermentação e a extensão (quantidade) da
transformação de matéria-prima (forragem ou subproduto) em produto fermentado.
A ficha apresentada a seguir é uma sugestão de McCULLOUGH (1978) para
avaliação de silagens.
v
1 Pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, EngO Agrônomo, MS, PhD Nutrição Animal. Rod.
Washington Luiz, km 234, 13560-970. São Carlos, PS. E-mail: [email protected]
Para se entender melhor as razões que são realizadas algumas dessas
análises, é preciso observar na Figura 1 as mudanças ocorridas durante o processo de
fermentação normal.
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Particular
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PH
Quanto mais baixo o valor de pH observado, maior é a acidez da silagem. Então
pH é um bom indicador da atividade microbiana ou da extensão da fermentação no silo.
Entretanto, o valor do pH normalmente aumenta com a elevação do teor de MS da
forragem ensilada. WILKINSON (1990) cita os valores típicos de pH de silagens de
forrageiras temperadas bem fermentadas com função do teor de matéria seca abaixo:
MS (%) pH15 3,620 3,925 4,230 4,5
Os resultados dos trabalhos com capim-elefante no Brasil (VILELA &
WILKINSON, 1987), com a utilização da técnica de pré-murchamento, mostra os
seguintes valores de pH e nitrogênio amoniacal abaixo:
MS (%) pH NH3-N/N total (%)24,9 4,3 16,640,3 4,5 13,348,7 5,4 5,267,3 7,4 3,8
Então, silagens com pH relativamente alto não significa necessariamente r:óá
conservação, desde que apresente um conteúdo normal de N-amoniacal.
A manutenção dos níveis de amônia apresentados nas Tabelas 2 e 3 é
importante porque este é o principal indicador de padrão de fermentação. Altos níveis
de amônia indicam? ocorrência de silagens com fermentação secundária, altas perdas
de matéria seca, associada à presença de Clostridium e produção de ácido butírico,
que possui odor desagradável. Estas silagens geralmente apresentam baixo consumo
de nutrientes e consequentemente, baixo desempenho dos animais.
Em relação a pH das silagens, WILKINSON (1990) conclui que silagens com
matéria seca abaixo de 25% e pH acima de 4,8 certamente não estão bem
conservadas.
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Uma das razões da má conservação das forragens úmidas é o baixo nível de
carboidratos solúveis. WILSON & WILKINS (1973) citados por VILELA (1997)
demonstraram bem este ponto em um estudo que pode ser observado na Tabela 4.
TABELA 4. Efeito do teor de carboidratos solúveis na fermentação no silo.Tipo de Composição Composição química da silagem
forrageira química forrageiraMS CHO SOL. pH N-NH3, % Ac. Lático, Ac. Ac.(%) (%MN) N Total % MS Acético, Butírico, %
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Alguns comentários finais sobre as análises realizadas em silagens estão a seguir.
MS - Análise normalmente realizada em estufa. O ideal seria analisar através de
destilação em tolueno e titulação dos ácidos ou moagem da amostra em liquidificador
com nitrogênio líquido e análise da matéria seca, em liofilizador ("freeze-drier"), já que
as silagens possuem componentes voláteis (ácidos graxos e amônia).
Desta maneira os resultados obtidos em estufa geralmente são inferiores aos
valores reais./' Os valores de matéria seca mais recomendados estão entre 30 e 40%. A grande
variação neste valc,r se deve à proporção de grão/forragem no material antes da
ensilagem; isto é, plantas de milho com maior proporção de grãos no momento correto
da ensilagem possuirão também um maior teor de matéria seca.
PB, FDN, FDA - maiores valores de proteína bruta e menores de fibra na silagem
de milho indicam maior proporção de grãos na silagem, e como conseqüência maior
valor energético. Teores mais altos de proteína bruta também podem ser indicativos de
níveis corretos de adubação nitrogenada. Deseja-se silagens com alto conteúdo de
grãos, sem prejuízo da produção total de matéria seca por unidade de área, para não
~ onerar o custo de produção e considerar que será possível também a redução da
X quantidade de ração concentrada fornecida aos animais, quando as silagens possuem
alto teor de grãos.
NIDA - Nitrogênio insolúvel em detergente ácido é um inuir;ador de
superaquecimento ocorrido no silo. Esta fração do nitrogênio total não está disponível
para o animal. Se a temperatura da estufa, durante a secagem das amostras for
superior a 55°C, pode ocorrer um aumento artificial desta fração nitrogenada, causando
erro de interpretação dos resultados.
pH - Quando o poder tampão do material a ser ensilado é baixo (ex. milho verde
picado), o pH tende a baixar rapidamente; nos casos de ensilagem de leguminosas,
resíduos (ex. cama de frango) que possuem poder tampão alto, o pH tende a baixar
lentamente.
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Particular
~ X
.LITERATURA CONSULTADA
BERGAMASCHINE, A.F., ISEPON, O,J., GUATURA, A. S., et ai. Efeitos da adição deresíduo de milho e da cultura enzimo-bacteriana sobre a qualidade da silagem decapim Tanzânia. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DEZOOTECNIA, 35,1998, Botucatu. Anais ... Botucatu:SBZ, 1998. V. 3, p.
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