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EESSDDEE Estudo Sistematizado da
Doutrina Esprita
Lembretes:
- Inserir Apresentao sobre o curso, com origem, objetivo,
estrutura, etc.
- verificar duplicidicade de tema:
. Mdulo II - 5 Unidade - Pluralidade das Existncias
. Mdulo IV - 7 Unidade - Pluralidade das Existncias
Allan Kardec
(1804 - 1869)
Federao Esprita Brasileira
Divulgao:
Luz Esprita Canoas RS
http://www.luzespirita.com/subpag/cursos.htm
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ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
2
Divulgao
AUTORES ESPRITAS CLSSICOS
www.autoresespiritasclassicos.com
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ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
3
ndice
MDULO I Introduo ao estudo da Doutrina Esprita
1 Unidade Antecedentes da Doutrina Esprita
01 - Os precursores da Doutrina Esprita.
............................................................ 8
02 - Os fenmenos de Hydesville. As mesas
girantes.......................................... 9
2 Unidade A Codificao Esprita
03 - Allan Kardec. O Professor e o Codificador. Mtodo adotado.
................... 12
04 - O carter da Revelao Esprita.
................................................................
14
05 - As obras bsicas
.........................................................................................
16
3 Unidade Doutrina Esprita
06 - Trplice aspecto: filosfico, cientfico, religioso.
....................................... 20
07 - O Consolador prometido por Jesus. A Terceira Revelao divina
no
ocidente.
.....................................................................................................
21
4 Unidade Movimento Esprita
08 - Objetivo do Movimento Espirita: difuso doutrinaria.
............................... 23
09 - O Centro espirita sua importncia e o seu papel social.
.......................... 24 10 - Organizaes Federativas
Estaduais. Organizao Federativa Nacional:
a FEB e seu
CFN........................................................................................
26
MDULO II Princpios bsicos da Doutrina Esprita
1 Unidade Existncia de Deus
01 - Provas da existncia de Deus.
....................................................................
28
02 - Atributos da Divindade.
.............................................................................
29
03 - A Providncia Divina.
................................................................................
31
2 Unidade Existncia e sobrevivncia do Esprito
04 - Provas da existncia e sobrevivncia do Espirito.
...................................... 33
05 - Origem e natureza dos Espritos.
................................................................
35
06 - A alma humana.
.........................................................................................
37
3 Unidade Interveno dos Espritos no mundo corporal
07 - Influncia dos Espritos em nossos pensamentos e atos.
............................ 40
08 - Comunicabilidade dos Espritos.
................................................................
43
09 - Mediunidade: conceito e tipos.
...................................................................
45
10 - Mediunidade com Jesus.
............................................................................
47
4 Unidade Justia divina
11 - Penas e gozos futuros. Durao das penas.
................................................ 49
12 - O principio de ao e reao.
.....................................................................
51
13 - O arrependimento e o perdo.
....................................................................
53
5 Unidade Pluralidade das existncias
14 - Encarnao: unio da alma ao corpo. Esquecimento do passado.
............... 57
15 - Objetivos da reencarnao.
........................................................................
60
16 - Justia e necessidade da reencarnao.
...................................................... 63
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4
6 Unidade Pluralidade dos mundos habitados
17 - Diferentes categorias de mundos habitados.
............................................... 66
18 - Mundos transitrios.
..................................................................................
69
19 - A Terra: planeta de provas e expiaes.
..................................................... 71
MDULO III As Leis Morais
1 Unidade Lei Divina ou Natural
01 - Caracteres da Lei Natural.
..........................................................................
74
02 - Conhecimentos e diviso da Lei Natural.
................................................... 75
03 - Reveladores e Revelaes da Lei Divina.
.................................................. 77
04 - O bem e o mal.
...........................................................................................
79
2 Unidade Lei de liberdade
05 - A liberdade natural e a escravido.
............................................................ 83
06 - Liberdade de pensar e de conscincia.
....................................................... 85
3 Unidade Lei do progresso
07- Conceito de evoluo e estado de natureza.
................................................ 87
08 - Marcha do progresso.
.................................................................................
90
09 - Marcha do progresso civilizao.
............................................................ 91 10
- Influencia do Espiritismo no progresso.
..................................................... 93
4 Unidade Lei de sociedade
11 - Necessidade de vida social.
........................................................................
95
12 - Vida de isolamento. Voto de silncio.
........................................................ 98
13 - Vida em famlia e laos de famlia.
............................................................ 99
5 Unidade Lei do trabalho
14 - Necessidade do trabalho.
..........................................................................
103
15 - Limite do trabalho e do repouso.
..............................................................
104
6 Unidade Lei de destruio
16 - Destruio necessria e destruio abusiva.
............................................. 107
17 - Flagelos destruidores. Guerras.
................................................................
108
7 Unidade Lei de conservao
18 - Instintos e meios de conservao.
............................................................
111
19 - O necessrio e o suprfluo.
......................................................................
112
20 - Privaes voluntrias.
..............................................................................
113
8 Unidade Lei de igualdade
21 - Igualdade natural e desigualdade de aptides.
.......................................... 116
22 - Desigualdades sociais e igualdade de direitos do homem e da
mulher. .... 117
23 - Desigualdade das riquezas: as provas da riqueza e da
misria. ................ 119
9 Unidade Lei de reproduo
24 - Casamento.
...............................................................................................
122
25 - Celibato e poligamia.
...............................................................................
124
26 - Obstculos reproduo.
.........................................................................
126
27 - O aborto.
..................................................................................................
127
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5
MDULO IV Aspecto filosfico
1 Unidade Deus
01 - A existncia de Deus.
...............................................................................
131
02 - O infinito e o espao universal.
................................................................
135
03 - Materialismo e pantesmo.
.......................................................................
137
2 Unidade Criao Divina
04 - Elementos gerais do Universo: esprito e matria.
................................... 141
05 - Formao dos mundos e dos seres vivos.
................................................. 147
06 - Os reinos da natureza: mineral, vegetal, animal, hominal.
....................... 154
07 - Pluralidade dos mundos habitados.
.......................................................... 157
08 - Inteligncia e instinto.
..............................................................................
159
3 Unidade Os Espritos
09 - Diferentes ordens de Espritos: escala espirita.
........................................ 163
10 - Progresso dos Espritos.
.........................................................................
164
11 Forma e ubiqidade dos Espritos.
........................................................... 165
4 Unidade Vida esprita
12 - Espritos errantes. Sorte das crianas aps a morte.
................................. 168
13 - Ensaio terico das sensaes e percepes dos Espritos.
........................ 169
14 - Ocupaes e misses dos Espritos.
......................................................... 172
15 - Relaes do alm-tmulo: Almas gmeas.
............................................... 173
16 - Simpatias e antipatias.
..............................................................................
176
17 - Escolha das provas. Estudo de casos.
....................................................... 178
5 Unidade Retorno vida espiritual
18 - A alma aps a morte: separao da alma e do corpo.
............................... 192
19 - Perturbao espiritual.
..............................................................................
194
6 Unidade Justia divina
20 - Penas eternas estudo crtico.
.................................................................
197 21 - O reino de Deus e o paraso prometido.
................................................... 200
22 - Determinismo e fatalidade.
......................................................................
202
23 - Livre-arbtrio.
...........................................................................................
208
7 Unidade Pluralidade das existncias
24 - Os fundamentos da justia da reencarnao.
............................................ 218
25 - As provas da reencarnao.
......................................................................
220
26- Justificativas do esquecimento do passado.
............................................... 224
27 - Preludio da volta vida corporal.
.............................................................
226
28 - A
infncia.................................................................................................
229
29 - Encarnao nos diferentes mundos.
......................................................... 231
MDULO V Aspecto cientfico
1 Unidade Fluidos e perisprito
01 - Natureza e qualidade dos
fluidos..............................................................
234
02 - Modificao dos fluidos e magnetismo.
................................................... 235
03 - Criaes fludicas e ideoplastia.
...............................................................
237
04 - Perisprito: formao, propriedade e funes (1 parte).
........................... 239
05 - Perisprito: formao, propriedade e funes (2 parte).
........................... 241
06 - Vestimenta dos Espritos.
.........................................................................
243
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6
2 Unidade Interveno dos Espritos no mundocorporal
07 - Influncia oculta dos Espritos em nossos pensamentos e atos.
Telepatia
e pressentimentos.
....................................................................................
249
08 - Influncia dos Espritos nos acontecimentos da vida.
.............................. 251
09 - Afeio que os Espritos votam a certas pessoas.
..................................... 255
10 - Espritos protetores.
.................................................................................
257
3 Unidade O fenmeno da intercomunicao medinica
11 - O fenmeno medinico atravs dos tempos.
............................................ 259
12 - Os mdiuns precursores.
..........................................................................
261
13 - O mecanismo das comunicaes: condies tcnicas, afinidades
e
sintonia.
...................................................................................................
264
14 - A natureza das comunicaes: imperfeitas, serias e
instrutivas. ............... 266
15 - Invocaes: qualidade, linguagem e sua utilidade.
................................... 268
16 - Natureza das indagaes aos espritos comunicantes.
.............................. 271
4 Unidade Os mdiuns
17 - O mdium: conceito e classificao.
........................................................ 275
18 - A categoria de mdiuns especiais para efeitos fsicos e
intelectuais. ........ 277
19 - Espcies comuns a todos os gneros de mediunidade.
............................. 280
20 - Mediunidade nas crianas.
.......................................................................
281
5 Unidade Exerccio do mandato medinico
21 - Qualidades essenciais ao mdium.
........................................................... 284
22 - Identificao das fontes de comunicao.
................................................ 286
23 - Contradies, mistificaes e animismo (1 parte).
.................................. 288
24 - Contradies, mistificaes e animismo (2 parte).
.................................. 291
25 - O exerccio irregular: abusos, perigos e inconvenientes.
.......................... 296
26 - Perda e suspenso da
mediunidade...........................................................
297
6 Unidade O desenvolvimento medinico
27 - Necessidade de metodizao: regras a observar.
...................................... 303
28 - Oportunidade do desenvolvimento.
.......................................................... 305
29 - Adaptao psquica.
.................................................................................
307
30 - Sinais precursores da mediunidade. Mediunidade como prova.
............... 310
31 - A educao medinica e a evangelizao do mdium.
............................. 315
32 - A influncia do mdium nas comunicaes.
............................................ 317
7 Unidade Fenmenos de emancipao da alma
33 Sono e sonhos.
.........................................................................................
319 34 - Letargia, catalepsia, mortes aparentes.
..................................................... 321
35 - Sonambulismo, xtase e dupla vista.
........................................................ 329
8 Unidade Obsesso
36 - Conceito, causas e graus de obsesso ( 1 parte).
..................................... 333
37 - Conceito, causas e graus de obsesso ( 2 parte).
..................................... 334
38 - O processo obsessivo: o obsessor e o obsidiado ( 1 parte).
..................... 339
39 - O processo obsessivo: o obsessor e o obsidiado ( 2 parte).
..................... 347
40 - Obsesso e loucura.
..................................................................................
349
41 - Obsesso: profilaxia e teraputica.
........................................................... 351
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7
Mdulo VI Aspecto religioso
1 Unidade Evoluo do pensamento religioso
01 - Politesmo ou paganismo (1 parte).
......................................................... 353
02 - Politesmo ou paganismo (2 parte).
......................................................... 356
03 - Moiss e a 1 Revelao: Os Mandamentos da Lei de Deus.
.................... 360
04 - Moiss: legislador e missionrio.
.............................................................
363
05 - Cristianismo: origens e propagao - 1 parte: o advento de
Jesus. .......... 366
06 - Cristianismo: origens e propagao - 2 parte: equipe
espiritual da
misso de Jesus.
.......................................................................................
369
07 - Cristianismo: origens e propagao - 3 parte: a misso de
Jesus. ............ 372
08 - Cristianismo: origens e propagao - 4 parte: a misso dos
apstolos. ... 374
09 - A moral Crist e os Evangelhos.
..............................................................
378
2 Unidade Relao da criatura com o Criador
10 - Amor a Deus. Adorao. Vida contemplativa.
......................................... 385
11 - A f e o seu poder.
...................................................................................
388
12 - A prece e sua
eficcia...............................................................................
390
13 - Sacrifcios, mortificaes e promessas.
.................................................... 392
3 Unidade Amor ao prximo
14 - A caridade.
...............................................................................................
395
15 - Amor materno e amor filial.
.....................................................................
397
16 - Respeito s leis, s demais religies e aos direitos humanos.
................... 399
4 Unidade A perfeio moral
17 - Caracteres da perfeio. Obstculos perfeio.
..................................... 401
18 - Cuidados com o corpo e com o esprito.
.................................................. 403
19 - Conduta espirita e vivncia evanglica.
................................................... 405
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ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
8
MDULO I
Introduo ao estudo da Doutrina Esprita
1 Unidade
Antecedentes da Doutrina Esprita
01 - Os precursores da Doutrina Esprita.
OBJETIVOS ESPECFICOS
Mencionar alguns precursores da Doutrina Esprita.
Citar fatos da vida destes precursores, relacionando-os aos
fenmenos Espritas.
IDIAS PRINCIPAIS
Os fenmenos cujos estudos resultaram na estruturao da Doutrina
Esprita no eclodi-
ram apenas numa data determinada. As interferncias das foras
exteriores inteligentes
tm ocorrido desde os tempos imemoriais, durante todo o curso da
Histria at o adven-
to da Terceira Revelao no Ocidente, com Allan Kardec.
Um fato que merece destaque, como um marco precursor, so os
fenmenos ocorridos
com sensitivos, quais o grande vidente Emmanuel Swedenborg e
Andrew Jackson
Davis.
FONTES DE CONSULTA
01. DELLANE, Gabriel. O fenmeno espirita. Trad. por Francisco
Raymundo Ewerton
Quadros. . ed. Rio de Janeiro, FEB, 1977. p.17-19
02. . p. 22
03. DOYLE, Arthur Conan. A histria do Espiritismo. A histria de
Swendenborg. In: .
A historia do Espiritismo. Trad. de Julio Abreu Filho. So Paulo,
Pensamento, 1978. p.
33.
04. p. 34
05. p. 36-37
06. O profeta da Nova Revelao. In: . A histria do Espiritismo.
Trad. de Julio Abreu
Filho. So Paulo, Pensamento, I978, p 59-61
07. p. 67, 69
08. PAULO, Corintios 14:1
09. PAULO, I Tessalonicenses, 5:19-21
10. JO4O, I 4:1-2
-
OS PRECURSORES DA. DOUTRINA ESPIRITA
0s fatos atinentes as revelaes dos Espritos ou fenmenos
medinicos remontam a
mais recuada antigidade, sendo to velhos quanto o nosso mundo; e
sempre ocorreram
em todos os tempos e entre todos os povos, A Histria, a este
propsito, est pontilhada
desses fenmenos de intercomunicao espiritual.
As evocaes dos Espritos no se situaram apenas entre os povos do
Ocidente, ocor-
rendo com larga freqncia no Oriente, como se observa dos relatos
do Cdigo dos
Vedas e do Cdigo de Manu. Esclarece-nos
Louis Jacolliot que, desde os tempos imemoriais, os padres
iniciados nos mosteiros
-
ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
9
preparavam os faquires para evocao dos mortos, com a obteno dos
mais notveis
fenmenos (Le Spiritisme dans le Monde). O missionrio Huc-,
refere-se a grande
numero de experincias de comunicaes com os mortos registradas na
China. (I) Paulo,
o apstolo, em suas cartas, reconhecia a prtica dessas
manifestaes entre os cristos
primitivos ao recomendar: "Segui o amor, e procurai com zelo os
dons espirituais, mas
principalmente que profetizeis"; (8) "No apagueis o Esprito; no
desprezeis profecias;
julgai todas as coisas, retende o que e bom." (9) Q apstolo Joo
tambm se referia a
manifestaes espirituais, alertando-nos igualmente quanto a
procedncia dessas comu-
nicaes
Na Idade Media, destaca-se a figura admirvel de Joana DArc,
grande mdium, recu-sando sempre renegar as vozes espirituais.
(02)
Numa poca mais moderna e que podemos melhor situar a fase
precursora do Espiritis-
mo, a Terceira Revelao, conhecida como 0 Consolador Prometido
por Jesus huma-
nidade. A diferena entre os fatos desta fase e os fenmenos da
Pre-Histria, como bem
acentua Artur C.Doyle, est em que estes ltimos episdios eram
espordicos, ou dira-
mos melhor, sem uma seqncia metdica, enquanto aqueles "tm a
caracterstica de
uma invaso organizada" (3). nesta poca mais moderna e precursora
que vamos
encontrar alguns notveis antecessores, como 0 famoso vidente
sueco, Emmanuel Swe-
denborg, engenheiro militar, insigne telogo de valioso patrimnio
cultural e dotado de
largo potencial de foras psquicas. (4)
Desde a sua infncia tiveram inicio as suas vises numa
continuidade que se prolonga
ate sua morte, mas as suas foras latentes eclodiram com mais
intensidade a partir de
abril de 1744, em Londres. Desde ento, afirma Swendenborg,
"(,,.) O Senhor abria os
olhos de meu espirito para ver, perfeitamente desperto, 0 que se
passava no outro mun-
do e para conversar em plena conscincia com os anjos e
espritos.(...)" (5)
Um outro notvel precursor, digno de meno, foi Franz Anton
Mesmer, medico, des-
cobridor do magnetismo curador. Em 1775, Mesmer reconhece o
poder da cura median-
te a aplicao das mos, ou seja, atravs
da fluidoterapia. Acredita que por nossos corpos transitam
fluidos cura dores, preparan-
do o caminho para o Hipnotismo do Marques de Puysgur.
Fatos precursores dignos de registro ocorreram com Andrew
Jackson Davis, magnifico
sensitivo que viveu entre 1826 a 1910, sendo considerado por
Artur Conan Doyle como
o profeta da Nova Revelao. Os poderes psquicos de Davis comearam
nos ltimos
anos da infncia, ouvindo vozes de Espritos que lhe davam
conselhos. A clarividncia
seguiu-se a clariaudincia. "(...) Na tarde de 06 de maro de
1884, Davis foi tomado por
uma fora que o fez voar, em Esprito, da pequena cidade onde
residia, e fazer uma
viagem ate as Montanhas de Castskill cerca de 40 milhas de casa.
Swendenborg foi um
dos mentores espirituais de. Davls. (6)
O surgimento do Espiritismo foi predito por Davis no livro
"Principio da Natureza".
Para ns, comenta Conan Doyle, "o que importante o papel -
representado por Davis
- no comeo da revelao espirita. Ele comeou a preparar o terreno,
antes que se inici-
asse a revelao. Estava fadado a associar-se, intimamente, com
ela, de vez que conhe-
cia a demonstrao de Hydesville". (7)
02 - Os fenmenos de Hydesville. As mesas girantes.
OBJETIVOS ESPECFICOS. Dizer qual a importncia dos fenmenos de
Hydesville no surgimento do Espiritismo. Determinar a posio do
professor Rivail perante o fenmeno das "Mesas Girantes."
-
ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
10
IDIAS PRINCIPAIS Em maro de 1848, no humilde vilarejo de
Hydesville, estado de New York, surgiram fenme-nos medinicos que
abalaram a opinio publica da poca. "Foram as mesas girantes, e
depois falantes, que chamaram a ateno do professor Hyppolyte Lon
Denizard Rivail para os fenmenos espiritas." ( 9) p. 54 Depois das
mesas surgiu a escrita com o lpis preso cestinha de vime e,
finalmente, com a mo do mdium. Servindo-se desses ltimos meios,
Rivail elaborou a grandiosa Codificao do Espiritismo! (9) p.54
FONTES DE CONSULTA
1 - KARDEC, Allan - O Livro dos Espritos. Trad. Guillon Ribeiro.
48. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1979, itens 4 e 5, pag. cit. 19 a 23.
2 - KARDEC, Allan - O Livro dos Mdiuns. Trad. Guillon Ribeiro. 45.
ed., Rio de Janeiro, FEB, 1982, 2 parte, cap. II, pag. cit. 76 a
79. 3 - KARDEC, Allan - Obras Pstumas. Trad. Guillon Ribeiro. 13.
ed. Rio de Janeiro, FEB, 197S, pag. cit. 265 a 271. 4 - KARDEC,
Allan - O que e Espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 19. ed., Rio de
Janeiro, FEB, 1977, pag. cit. 82 a 86. 5 - DOYLE, Arthur Conan -
Histria do Espiritismo. So Paulo, Pensamento, s.d. , cap. IV, pag.
cit. 73 a 92. ~ 6 - FRANCO, Pedro - Espiritismo Bsico. Centro
Brasileiro de Homeopatia, Espiritismo e Obras Sociais, 1976. pag.
cit. 45. 7 - FREIRE, Antnio J. - A Evoluo do Espiritismo. nica ed.,
Porto, Portugal, Empresa Naci-onal, 1952, pag. cit. 7. 8 - GIBIER,
Paul - O Espiritismo ( ou Faquirismo Ocidental). 3. ed. -Rio de
Janeiro, FEB, 1980, cap. III, pag. cit. 34 a 43. 9 - WANTUIL, Z.;
THIESEN, F. - Allan Kardec. Rio de Janeiro, FEB, 1980, vol. II,
pag. cit. p . 56. 10 - WANTUIL, Z. - As mesas girantes e o
Espiritismo. 2. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1978, item 2.
Os memorveis acontecimentos que, pela sua freqncia e
intensidade, indicaram as manifes-taes de foras inteligentes
intervindo no plano fsico, determinaram o nascimento do
Espiri-tismo atravs da fenomenologia medinica ainda incipiente e
elementar, ocorrido exatamente no ano de 1848 nos Estados Unidos da
Amrica do Norte, segundo autoriza dos pesquisadores (4, 8). Eram as
pancadas ou rudos (rappings ou noises) que se iniciaram na aldeia
de Hydes-ville, condado de Wayne, Estado de Nova York. Foi a 31 de
maro de 1848 que esses rudos inslitos surgiram de maneira mais
ostensiva, de modo a atrarem a ateno publica, inclusive da
imprensa, e a tornarem-se objeto de constata-o por numerosos
observadores, a ponto de marcarem na Amrica do Norte a data do
nasci-mento do que intitularam de Moderno Espiritualismo. Tais
fenmenos ocorreram numa tosca cabana, residncia da famlia Fox. Os
acontecimentos, a partir do primeiro dilogo com o Espirito em 31 de
marco de 1848, empolgaram a populao do vilarejo, surgindo depois as
primeiras demonstraes publicas no maior salo de Rochester, o
Corinthian Hall, o que resultou na formao do primeiro ncleo de
estudos. (8) Descobriu-se que as revelaes ruidosas partiam do
Espirito de um mascate, de nome Charles Rosma, que fora assassinado
e sepultado no poro da casa da famlia dos Fox, adeptos da igreja
Metodista, cujas filhas, Margareth e Katherine, eram excelentes
mdiuns Na celebre noite de 31 de maro, registrou-se o primeiro
dilogo entre as irms Fox e o Espirito do vende-dor ambulante, tendo
um dos presentes, o Sr. Isaac Post, usado, pela primeira vez,
letras do alfabeto para formao de palavras mediante conveno de que
as letras corresponderia determinado numero de pancadas. Estava,
pois, descoberta a "telegrafia espiritual que foi o processo
adotado na utilizao das "mesas girantes". (6) Em 1850, "tamanha foi
a repercusso dos fenmenos, tal a afluncia dos curiosos, (...) que a
famlia Fox transladou-se para Nova York continuando as sesses
publicas no Hotel Barrum. Nessa poca j somava vrios milhares o
numero dos espiritas norte americanos, apesar das cerradas
investidas da imprensa, onde qualquer cronista arvorava-se em
critico para condenar os fenmenos." (5) A relevncia do
acontecimento pode ser assinalada ainda pela ressonncia na esfera
cientifica, motivando as vrias investigaes por pesquisadores de
alto nvel cultural como Dale Owen, William :Crookes, o Juiz
Edmonds, etc. O acontecimento de Hydesville repercutiu na Europa,
despertando as conscincias e ao lado
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dos fenmenos das "mesas girantes" preparou o advento do
Espiritismo. (6) As mesas girantes no se limitavam a levantar-se
sobre um p para responder as perguntas feitas, moviam-se em todos
os sentidos, giravam sob os dedos dos pesquisadores elevando-se no
ar s vezes. Entre os anos de 1853 a 1855, os fenmenos das mesas
girantes constituam verdadeiro passatempo, sendo diverso quase
obrigatria nas reunies sociais.(3) Segundo o padre Ventura de
Raulica, este fenmeno foi considerado como "o maior acontecimento
do sculo". (9) A divulgao dessas experincias e "a seguir a converso
do Juiz Edmonds, materialista que rira da crena dos Espritos,
pasmaram to dos os norte-americanos, aumentando ainda mais o
interesse pelas manifestaes inteligentes". (10) Paris inteira
assistia, atnita e estarrecida, a esse turbilho ferico de fenmenos
imprevistos que, para a maioria , s alucinadas imaginaes poderiam
criar, mas que a realidade impunha aos mais cticos e frvolos (1) A
posio de Kardec diante dos fatos motivou o advento da Doutrina
Espirita. O Codificador no os contestou, reconhecendo a sua
primeira ocorrncia como verdica, mas constituindo apenas uma fase
inicial, em que tais fatos incipientes e rudimentares serviriam de
alicerces do que mais tarde seria o edifcio da Doutrina
Consoladora. Refere-se aos fenmenos fsicos como manifestaes de
foras inteligentes (1) que utilizaram, de inicio, as mesas segundo
os sinais previamente convencionados, mas proclama que este meio
ainda grosseiro "era demo-rado e incmodo". (1) "Reconheceu-se mais
tarde que a cesta e a prancheta no eram realmente, mais do que um
apndice da mo; e o mdium, tomando diretamente do lpis, se ps a
escrever por um impul-so involuntrio e quase febril. Dessa maneira
as comunicaes se tornaram mais rpidas mais fceis e mais
complexas(1) "O efeito mais simples, e um dos primeiros que foram
observados, consiste no movimento circular impresso a uma mesa.
Este efeito igualmente se produz com qualquer outro objeto, mas
sendo a mesa o mvel com que, pela sua comodidade, mais se tem
procedido a tais experincias, a designao de mesas girantes para
indicar esta espcie de fenmenos.(.,.) Como quer que seJa, as mesas
girantes representaro sempre o ponto de partida da Doutrina
Espirita e, por essa razo, algumas explicaes lhe devemos, tanto
mais que, mostrando os fenmenos na sua maior simplicidade, o estudo
das causas que os produzem ficar facilitado e, .uma vez firmada, a
teoria nos fornecer a chave para a decifrao dos efeitos mais
comple-xos (2)
QUESTES PARA O ESTUDO EM GRUPO . Aps a leitura atenciosa da
sntese responda corretamente: a) Qual a importncia dos fenmenos de
Hydesville no surgimento do Espiritismo? b) Qual a posio do
professor Rivail (Allan Kardec) perante o fenmeno das mesas
girantes?
* Consulte a "sntese quantas vezes julgar necessrio.
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2 Unidade
A Codificao Esprita
03 - Allan Kardec. O Professor e o Codificador. Mtodo
adotado.
OBJETIVOS ESPECFICOS Citar dados biogrficos sobre Allan Kardec.
Descrever a misso de Allan Kardec. Explicar o mtodo adotado por
Allan Kardec na Codificao.
IDIAS PRINCIPAIS Nasceu Allan Kardec, "(...) aos 03 de outubro
de 1804, com a sagrada misso de abrir caminho ao Espiritismo, a
grande voz do ConsoIador Prometido ao mundo pela misericrdia de
Jesus Cristo". (5) Kardec adota o mtodo intuitivo - racional na
codificao do Espiritismo, considerando o valor da anlise
experimental, atravs da observao, e o uso do raciocnio na
descoberta da verda-de. Sustenta a necessidade de proceder do
simples para o complexo, do particular para o geral.
FONTES DE CONSULTA 01. BIOGRAFIA do Sr. Allan Kardec. Revista
Espirita; jornal de estudos psicolgicos, 5:128, 131-132, 1869. 02.
KARDEC, Allan. Carter da Revelao Esprita. In: A Gnese. Trad. de
Guillon Ribeiro. 24. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1982. Item, 14, p.
20. 03. SAUSSE, Henri. Biografia de Allan Kardec. In: KARDEC,
Allan. O que o Espiritismo. 22. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1980. p.
l0, 11-13, 18, 14-16, 18-19, 25, 22. ! 04 FLAMARION, Camille.
Discurso pronunciado junto ao tmulo de Allan Kardec. In: KARDEC,
Allan. Obras pstumas. Trad. de Guillon Ribeiro 18. ed. Rio de
Janeiro, FEB 1981. p. 24. | 05. WANTUIL, Zus & THIESEN,
Francisco . Esboo do sistema pestalozziano. In: Allan Kardec;
meticulosa pesquisa bio bibliogrfica. Rio de Janeiro, FEB, 1979
vol., p 97 06 _H. L. D Rivail, educador, escuda os fatos. In: Allan
Kardec; pesquisa bio bibliogrfica e ensaios de interpretao Rio de
Janeiro, FEB, 1979. v.2, p 63 07. _. Princpios enunciados e
seguidos pelo discpulo. In:. Allan Kardec, meticulosa pesquisa bio
bibliogrfica. Rio de Janeiro, FEB 1979. v.1, p. 99.
Na cidade de Lio, na rua Sala 76 nasceu, no dia 3 de outubro de
1804, aquele que se celebri-zaria sob o pseudnimo de Allan Kardec,
de tradicional famlia francesa de magistrados e professores, filho
de Jean Baptiste Antoine Rivail e de Jeanne Lonise Duhamel.
Batizado pelo padre Barthe a 15 de junho de 1805 na igreja de Saint
Denis de la Croix-Rousse, recebeu o nome de Hippolyte Lon Denizard
Rivail. (3) Em Lio fez os seus primeiros estudos, seguindo depois
para Yverdun, na Sua, a fim de estudar no Instituto do celebre
professor Pestallozzi. O instituto desse abalizado mestre era um
dos mais famosos e respeitados em toda a Europa, reputado como
escola modelo, por onde passaram sbios escritores do Velho
Continente. Desde cedo Hippolyte Lon tornou-se um dos mais
eminentes discpulos de Pestallozzi, um colaborador inteligente e
dedicado, que exerce-ria, mais tarde, grande influencia sobre o
ensino da Frana. (3) Declara a Revista Espirita, de maio de 1869,
que dotado de notvel inteligncia e atrado por sua vocao, desde os
14 anos ele ensinava, aos condiscpulos menos adiantados, tudo que
aprendia. (1) Concludos os seus estudos em Yverdun, regressou a
Paris, onde se tornou conceituado Mestre no s em letras como em
cincias, distinguindo-se como notvel pedagogo e divulga-dor do
Mtodo Pestallozziano. Conhecia algumas lnguas como o italiano,
alemo etc.. Tornou-se membro de vrias sociedades cientificas.
Encontrando-se no mundo literrio de Paris com a professora Amelie
Gabrielle Boudet, culta, inteligente, autora de livros didticos, o
professor Hippolyte Lon contrai com ela matrimnio, conquistando uma
preciosa colaboradora para a sua futura atuao missionria. Como
pedagogo, no primeiro perodo da sua vida, Rivail publica numerosos
livros didticos Apresenta, na mesma poca, planos e mtodos
referentes reforma do ensino [rances. Entre
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ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
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as obras publicadas, destacam-se: Curso Terico e Prtico de
Aritmtica, Gramtica Francesa Clssica, Catecismo Gramatical da Lngua
Francesa, alem de programas de cursos ordinrios de fsica, qumica e
astronomia e fisiologia. (3) Ao termino desta longa atividade e
experincia pedaggica, o professor Hippolyte estava preparado para
outra tarefa, a codificao do Espiritismo. (3) Comea ento a misso de
Allan Kardec quando em 1854 ouviu falar pela primeira vez nas mesas
girantes, atravs do amigo senhor Fortier, um pesquisador emrito do
magnetismo. A principio Kardec revelou-se ctico, apesar de seus
estudos sobre magnetismo, mas no intran-sigente, face a sua posio
de livre pensador de homem austero, sincero e observador. Exigin-do
provas, mostrou-se inclinado a observao mais profunda dos ruidosos
fatos amplamente divulgados pela imprensa francesa. Assistindo os
propalados fenmenos, na casa da sonmbula senhora Roger, depois na
casa de madame Plainemaison e, finalmente na casa da famlia Baudin,
recebe muitas mensagens atravs da mediunidade das jovens Caroline e
Julie. Conclui, afinal, que eram efetivamente manifestaes
inteligentes produzidas pelos Espritos dos homens que deixaram a
Terra. (3) Recebendo depois dos senhores Carlotti, Rene
Taillandier, Tiedeman-Manthse, Sardou, pai e filho, e Didier,
editor, (...)cinqenta cadernos. de comunicaes diversas (...)" (3),
Kardec se dedica quela ciclpica e desafiadora tarefa da Codificao
Esprita, elaborando as obras bsicas em funo dos ensinamentos
fornecidos pelos Espritos, sendo a primeira delas- "O Livro dos
Espritos --, publicada em 18 de abril de 1857, e tida como marco
inicial da codifica-o do Espiritismo. (3) Explicando a sua convico,
sustenta que a sua crena apoia-se em raciocnio e fatos. do seu
feitio examinar antes, de negar ou afirmar a priori, qualquer tema.
"(...) Foi, portanto, como racionalista estudioso, emancipado do
misticismo, que ele se ps a examinar os fatos relacio-nados com as
"mesas girantes": "tendo adquirido, no estudo das cincias exatas, o
hbito das coisas positivas, sondei, perscrutei esta nova cincia (o
Espiritismo) nos seus mais ntimos refolhos; busquei explicar-me
tudo, porque no costumo aceitar idia alguma, sem lhe conhe-cer o
como e o porqu. (...)" (6) Fundou Kardec em 1 de abril de 1858 a
primeiro sociedade espirita com o nome de "Societe Parisenne des
Etudes Spirites" e no mesmo ano edita a Revista Espirita, primeiro
rgo espirita na Europa. No dia 15 de janeiro de 1861) lana "O Livro
dos Mdiuns" e depois, sucessivamen-te, "O Evangelho Segundo o
Espiritismo "O Cu e o Inferno" e "A Gnese". (3) Recebe a primeira
revelao da sua misso em 30 de abril de 1856, pela mdium Japhet,
misso essa confirmada em 12 de junho de 1856, pela mdium Aline, e
finalmente a 12 de abril de 1860 na casa do senhor Dehau, pelo
mdium Crozet. Kardec escreve que empregou nessa laboriosa tarefa
toda solicitude e dedicao que era capaz. (3) Na Revista Espirita de
maio de 1869, l-se: "(...) trabalhador infatigvel, sempre o
primeiro e o ultimo a postos. Allan Kardec desencarnou a 31 de maro
de 1869 (...)". "Nele, como em todas as almas fortemente
temperadas, a lamina gastou a bainha. (...)" (1) Cumprida estava
modelarmente a misso do expoente mximo da Terceira Revelao, abrindo
caminho ao Espiritismo (...) a grande voz do Consolador Prometido
ao mundo pela misericrdia de Jesus". (5) No que tange ao mtodo,
Kardec adota o intuitivo - racionalista Pestallozzlano, como
processo didtico defendido pelo fundador -do Instituto de Yverdun,
considerando todavia o valor da anlise experimental. Sob tais
diretrizes cultiva o esprito natural da observao, apregoando o uso
do raciocnio todavia, a atitude mecnica para que o aprendiz procure
sempre a razo e a finalidade de tudo. Sustenta a necessidade de
proceder do simples para o complexo, do parti-cular para o geral.
Recomenda a utilizao de uma memria racional, fazendo o uso da Razo,
para reter as idias de modo a evitar o processo de repetio mecnica
das palavras. Procura despertar no estudo a curiosidade do
observador de molde avivar a ateno e a percepo .(7) O lastro
contido no ensino basilar e sempre intuitivo, que Kardec considera
(...) como o fun-damento geral dos nossos conhecimentos e o meio
mais adequado para desenvolver as forcas do espirito humano, da
maneira mais natural.(...)/(7) Entendia Kardec que "(...)todo bom
mtodo devia partir do conhecimento dos fatos adquiridos pela
observao, pela experincia e pela analogia, para da se extrarem por
induo, os resultados e se chegar a enunciados gerais que pudessem
servir de base de raciocnios, dispondo-se esses materiais com ordem
sem lacuna, harmoniosamente. (...)" (5) Pelo eficiente e racional
mtodo de sua dialtica, Kardec foi saudado por Camille Flamarion
como "o bom senso encarnado". (4) Em concluso, a resplandecente
misso do mestre de Lion, exercida com tanto estoicismo e devoo,
assegura-nos, desde agora, a convico de sua retumbante vitria.
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04 - O carter da Revelao Esprita.
OBJETIVOS ESPECFICOS Descrever e analisar os caracteres da
revelao espirita. Ressaltar a significao e o alcance da revelao
espirita.
IDIAS PRINCIPAIS "A caracterstica essencial de qualquer revelao
tem que ser a verdade. (...)" (2) "Por sua natureza, a revelao
espirita tem duplo carter: participa ao mesmo tempo da revela-o
divina e da revelao cientifica. (...) Numa palavra, o que
caracteriza a revelao espirita o ser divina a sua origem e da
iniciativa dos Espritos, sendo a sua elaborao fruto do trabalho do
homem". (2) "O Espiritismo, partindo das prprias palavras do
Cristo, como este partiu das de Moiss, e conseqncia direta da sua
doutrina. (...) "Acrescenta a revelao da existncia do mundo
invisvel que nos rodeia e povoa o espao. (...)" "Define os laos que
unem a alma ao corpo. (...)" "Pelo Espiritismo, o homem sabe donde
vem, para onde vai , porque est na Terra, por que sofre
temporariamente e v por toda par te a justia de Deus. (...)"
(2)
FONTES DE CONSULTA 01. KARDEC, Allan. Carter da .revelao esprita
In. A Gnese. Trad. de Guillon Ribeiro. 24 ed. Rio de Janeiro, FEB,
1982, p. 13-52l 02. Op. cit. - itens 03, 13, 30 , p 14, 19-20,
28-29. 03. Op. cit. - itens 02, 03, 30` 45,46, 50, 52, 54, 55, 13;
p. 14,28-29,35-40,42-45,20
COMPLEMENTARES 04. DENIS, Lon. A Nova Relevao. A Doutrina dos
Espritos. In: Cristianismo e Espiritismo, Trad. de Leopoldo Cirne.
7 ed., 1978, FEB, p. 210-213,228.
O CARTER DA REVELAO ESPRITA
"Definamos primeiro o sentido da palavra revelao. Revelar, do
latim revelao, cuja raiz, velum vu, significa literalmente
descobrir de sob o vu e, figuradamente, descobrir, dar a conhecer
uma coisa secreta ou desconhecida. (...)". (3) "A caracterstica
essencial de qualquer revelao tem que ser a verdade. Revelar um
segredo e tornar conhecido um fato; se falso, j no um fato e, por
conseqncia, no existe revela-o. (...)" (3) O carter essencial da
revelao divina pois o da eterna verdade. Toda revela-o eivada de
erros ou sujeita a modificao no pode emanar de Deus. "O
Espiritismo, partindo das prprias palavras do Cristo , como este
partiu das de Moiss, e conseqncia direta da sua doutrina. A idia
vaga da vida futura, acrescenta a revelao da existncia do mundo
invisvel que nos rodeia e povoa o espao, e com isso precisa a
crena, d-lhe um corpo, uma consistncia, uma realidade a idia.
Define os laos que unem a alma ao corpo e levanta o vu que ocultava
aos homens os mistrios do nascimento e da morte. (...)" (3) "A
primeira revelao teve a sua personificao em Moiss, a segundo no
Cristo, a terceira no a tem em indivduo algum. As duas primeiras
foram individuais, a terceira coletiva; a est um carter essencial
de grande importncia. Ela coletiva no sentido de no ser feita ou
dada como privilegio a pessoa alguma; ningum, por conseqncia, pode
inculcar-se como seu profeta exclusivo ; foi espalhada
simultaneamente , por sobre a Terra, a milhes de pessoas, de todas
as idades e condies, desde a mais baixa ate a mais alta da escala,
conforme esta predio registrada pelo autor dos Atos dos Apstolos: "
Nos ltimos tempos, disse o Senhor, derramarei o meu esprito sobre
toda a carne; os vossos filhos e filhas profetizaro, os mance-bos
tero vises e os velhos sonhos (Atos, cap. II, v 17, 18). Ela no
proveio de nenhum culto especial, a fim de servir um dia a todos,
de ponto de ligao." (3) "As duas primeiras revelaes sendo fruto do
ensino pessoal, ficaram forosamente localiza-das, isto , apareceram
num s ponto, em torno do qual} a idia se propagou pouco a pouco;
mas, foram precisos mui tos sculos para que atingissem as
extremidades do mundo, sem mesmo o invadissem inteiramente. A
terceira tem isto de particular: no estando personificada em um s
indivduo, surgiu simultaneamente em milhares de pontos diferentes,
que se torna-ram centros ou focos de irradiao.(...) (3)
"A terceira revelao, vinda numa poca de emancipao e madureza
intelectual, em que a inteligncia, j desenvolvida, no se resigna a
representar papel passivo; em que o homem
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ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
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nada aceita as cegas, mas quer ver aonde o conduzem, quer saber
o porqu e o como de cada coisa - tinha ela que ser ao mesmo tempo o
produto de um ensino e o fruto do trabalho, da pesquisa e do livre
exame. Os Espritos no ensinaram seno justamente o que mister para
guia-lo no caminho da verdade, mas abstm-se de revelar o que o
homem pode descobrir por si mesmo, deixando-lhe o cuidado de
discutir, verificar e submeter tudo ao cadinho da razo, deixando
mesmo, muitas vezes, que adquira experincia a sua custa.
Fornecem-lhe o principio, os materiais; cabe-lhe a ele aproveit-los
e p-los em obra". (3) "Alem disso, convm notar que em parte alguma
o ensino esprita foi dado integralmente; ele diz respeito a to
grande numero de observaes, a assuntos to diferentes, exigindo
conhe-cimentos e aptides medinicas especiais, que impossvel era
acharem-se reunidos num mesmo ponto todas as condies necessrias.
Tendo o ensino que ser coletivo e no individu-al, os Espritos
dividiram o trabalho, disseminando os assuntos de estudo e observao
como, em algumas fabricas, a confeco de cada parte de um mesmo
objeto repartida por diversos operrios. A revelao fez-se assim
parcialmente em diversos lugares e por uma multido de
intermedi-rios e dessa maneira que prossegue ainda, pois que nem
tudo foi revelado Cada centro encontra nos outros centros o
complemento do que obtm, e foi o conjunto, a coordenao de todos os
ensinos parciais que constituram a doutrina espirita.(...)" (3)
"Nenhuma cincia existe que haja sado prontinha do crebro de um
homem. Todas, sem exceo de nenhuma, so fruto de observaes
sucessivas, apoiadas em observaes prece-dentes, como em um ponto
conhecido, para chegar ao desconhecido. Foi assim que os Espri-tos
procederam, com relao ao Espiritismo. Dai o gradativo ensino que
ministram.(...)" (3) "Um ultimo carter da revelao esprita a
ressaltar das condies mesmas em que ela se produz, e que,
apoiando-se em fatos, tem que ser. e no pode deixar de ser.
essencialmente progressiva, como to das as cincias de observao.
(...)" "Entendendo com todos os ramos da economia social, aos quais
d o apoio das suas prprias descobertas, assimilar sempre todas as
doutrinas progressivas, de qualquer ordem que se-jam, desde que
hajam assumido o estado de verdade prtica,: e abandonado o domnio
da utopia. (...) "Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo
jamais ser ultrapassado. (...)" (3) "Por sua natureza a revelao
crist tem duplo carter: participa ao mesmo tempo da revelao divina
e da revelao cientifica. (...)" "Numa palavra, o que caracteriza a
revelao espirita e o ser divina a sua origem e da iniciativa dos
Espritos, sendo a sua elaborao fruto do trabalho do homem". (3) A
revelao crist havia sucedido revelao mosaica; a revelao dos
Espritos vem comple-t-la. O Cristo a anunciou, e pode
acrescentar-se que ele prprio preside a esse novo surto do
pensamento. (...) "A nova revelao manifesta-se fora e acima das
igrejas. Seu ensino dirige-se a todas as raas da Terra. Por toda
parte os Espritos proclamam os princpios em que ela se apia. Por
sobre todas as regies do globo perpassa a grande voz que convida o
homem a meditar em Deus e na vida futura. Acima das estreis agitaes
e das discusses fteis dos partidos, acima das lutas de interesse e
do conflito das paixes, a voz profunda desce do espao e vem
oferecer a todos, com o ensinamento da palavra, a divina esperana e
a paz do corao. a revelao dos tempos preditos. Todos os ensinos do
passado, parciais, restritos, limitados na ao que exerciam, so por
ela ultrapassados, envolvidos. Ela utiliza os materiais
acumula-dos; rene-os, solidifica-os para formar um vasto edifcio em
que o pensamento, a vontade, possa expandir-se. (...) "As
Inteligncias superiores, em suas relaes medinicas com os homens,
vem completar essas indicaes. Confirmam os ensinos ministrados
pelos Espritos menos adiantados; ele-vando-se maior altura, expem o
seu modo de ver, as suas opinies sobre todos os grandes problemas
da vida e da morte, a evoluo geral dos seres, as leis superiores do
Universo. Todas essas revelaes concordam e se unem para constituir
uma filosofia admirvel. (...)2 "Por isso, o moderno espiritualismo
no dogmatiza nem se imobiliza. No alimenta pretenso alguma a
infalibilidade. Posto que superior aos que o precederam, o ensino
espirita progres-sivo como os prprios Espritos. Ele se desenvolve e
completa a medida que, com a experin-cia, se efetua o progresso nas
duas humanidades, a da Terra e a do espao humanidades que se
penetram mutuamente e das quais cada um de vos deve,
alternativamente, fazer parte (...) "O ensino dos Espritos, por
toda parte, nos mostra a unidade da lei e substncia. Em virtude
dessa unidade, reinam na obra eterna a ordem e a harmonia. (...)"
(4)
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ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
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05 - As obras bsicas
OBJETIVOS ESPECFICOS. Preencher uma ficha bibliogrfica sobre uma
obra da codificao. Capacitar-se da necessidade do estudo
aprofundado das obras da codificao.
IDIAS PRINCIPAIS O Livro dos Espritos trata da imortalidade da
alma, da natureza dos Espritos e de suas rela-es com os homens, das
leis morais, da vida presente, da vida futura e do; porvir da
humani-dade. (4) 0 Livro dos Mdiuns contem o Ensino especial dos
Espritos sobre a teoria de todos os gne-ros de manifestaes, os
meios de comunicao com o mundo invisvel, o desenvolvimento da
mediunidade, as dificuldades e os tropeos que se podem encontrar na
prtica do Espiritismo constituindo o seguimento do Livro dos
Espritos Evangelho Segundo o Espiritismo a explica-o das mximas
morais do Cristo em concordncia com o Espiritismo e suas aplicaes
as diversas circunstancias da vida." (2) O Cu e o Inferno apresenta
um exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal
vida espiritual, sobre as penalidades e recompensas futuras, sobre
os anjos e de-mnios, sobre as penas, etc., seguido de numerosos
exemplos acerca da situao real da alma durante e depois da morte."
(1) Em A Gnese consta que "A Doutrina Espirita h resultado do
ensino coletivo e concordante dos Espritos. A cincia chamada a
constituir a Gnese de acordo com as leis da Natureza. Deus prova a
sua grandeza e seu poder pela imutabilidade das suas leis e no pela
abrogao delas. Para Deus, o passado e o futuro so o presente.
"(3)
FONTES DE CONSULTA.
01. KARDEC, Allan. O Cu e o Inferno. Trad. de Manuel Justiniano
Quinto. 29 ed. Rio ale Janeiro, FEB, 1982. 02. - O Evangelho
segundo o Espiritismo. Trad. de Guillon Ribeiro. 33. ed. Rio de
Janeiro, FEB ~ 1982. 03. - A Gnese. Trad. de (Guillon Ribeiro. 24
ed. Rio de Janeiro, FEB 1982. 04. - O Livro dos Espritos. Trad. de
Guillon Ribeiro. 57. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1983. 05 - O Livro
dos Mdiuns Trad. de Guillon Ribeiro, 42. ed. Rio de Janeiro , FEB "
l980 .
Texto. 01. As obras bsicas da Codificao Kardequiana so as
seguintes por ordem cronolgica de edio: 1.1 - O Livro dos Espritos.
Lanado em Paris, Frana, em 1. edio, aos 18 de abril de 1857, sob o
ttulo de "Le Livre des Esprits" 1.2 - O Livro dos Mdiuns , 1. edio
em Paris, Frana, em janeiro de 1861. Titulo do original francs: "Le
Livre des Mdiuns ou Guide des Mdiuns et des Invocateurs" 1.3 - O
Evangelho segundo o Espiritismo 1. edio em Paris, Frana em abril de
1864 sob o titulo "L Evangile selon de Spiritisme". 1.4 - O Cu e o
Inferno, lanado em Paris, Frana, em 1 edio, no ano de 1865. Titulo
do original francs: "Le ciel et lnfer ou La justice Divine selon le
Spiritisme". 1.5 _ A Gnese 1. edio em Paris, Frana, em janeiro de
1868 , sob o titulo "La Gnese. Les Miracles et les Prdctions Selon
le Spiritisme ".
02. Os contedos das obras bsicas, em resumo, expem e consolidam
os princpios e os elementos constitutivos da Doutrina Espirita, em
sua totalidade, segundo o ensino dos Espri-tos, a sistematizao e a
codificao desses ensinos, por Allan Kardec. 2.1 - O primeiro dos
cinco livros que integram a referida codificao, O Livro dos
Espritos, trata dos seguintes assuntos: "Princpios da doutrina
esprita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espritos e
suas relaes com os homens , as leis morais, a vida presente, a vida
futura e o porvir da Humani-dade(...)", abordados esses princpios
em quatro partes, a saber: |
PARTE PRIMEIRA: Das causas primrias, com quatro captulos: De
Deus; Dos elementos gerais do Universo; Da criao; Do principio
vital).
-
ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
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PARTE SEGUNDA :Do mundo esprita ou mundo dos Espritos, com onze
captulos: Dos Espritos; Da encarnao dos Espritos Da volta do
Espirito extinta a vida corprea, a vida espiritual ; Da pluralidade
das existncias; Consideraes sobre a pluralidade das existncias; Da
vida espirita; Da volta do Espirito a vida corporal; Da emancipao
da alma; Da interveno dos Espritos no mundo corporal; Das ocupaes e
misses dos Espritos; Dos trs reinos.
PARTE TERCEIRA: Das leis Morais com doze captulos. Da lei divina
ou natural, Da lei de adorao Da lei do trabalho; Da lei de
reproduo; Da lei de conservao Da lei de destruio; Da lei de
sociedade; Da lei do progresso:: Da lei de igualdade; Da lei de
liberdade; Da lei de justia, de amor e de caridade Da perfeio
moral
PARTE QUARTA: das esperanas e consolaes com dois captulos. Das
penas e gozos terrenos Das penas e gozos futuros
2.2 - O segundo livro, por ordem cronolgica de lanamento, O
Livro dos Mdiuns no seu frontispcio, apresenta o subttulo Guia dos
Mdiuns e evocadores, e resume assim o seu contedo; Ensino especial
dos Espritos sobre a teoria de todos os gneros de manifestaes, os
meios de comunicao com o mundo invisvel, o desenvolvimento da
mediunidade, as dificuldades e os tropeos que se podem encontrar na
prtica do Espiritismo, constituindo o seguimento do Livro dos
Espritos.
Esses temas acham-se expostos atravs das seguintes partes:
PRIMEIRA PARTE. Noes preliminares com quatro captulos; H
espritos ? Do maravilhoso ao sobrenatural Do mtodo Dos sistemas
PARTE SEGUNDA, Das manifestaes espritas, com trinta e dois
captulos; Da ao dos Espritos sobre a matria; Das manifestaes fsicas
Das mesas girantes; Das manifestaes inteligentes ; Da teoria das
manifestaes fsicas Das manifestaes fsicas expontneas; Das
manifestaes visuais, Da bicorporeidade e da transfigurao; Do
laboratrio do mundo invisvel ; Dos lugares assombrados; Da natureza
das comunicaes Da sematologia e da tiptologia; Da pneumatografia ou
escrita direta, e da pneumatofonia; Da psicografia Dos mdiuns; Dos
mdiuns escreventes ou psicgrafos
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ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
18
Dos mdiuns especiais; Da formao dos mdiuns; Dos inconvenientes e
perigos da mediunidade Do papel dos mdiuns nas comunicaes espritas;
Da influncia do mdium Da influncia do meio Da mediunidade nos
animais Da obsesso Da identidade dos espritos. Das contradies. E
das mistificaes. Do charlatansmo e do embuste Das reunies e das
sociedades. Regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos
Espritas. Dissertaes espritas Vocabulrio esprita. (5)
2.3 - 0 terceiro livro, O Evangelho Segundo o Espiritismo tem em
sua folha de rosto a sntese do seu contedo. . "A explicao das
mximas morais do Cristo em concordncia com o Espiritismo e suas
aplicaes as diversas circunstncias da vida". O seu estudo se
desdobra em uma introduo e vinte e seis captulos, assim enunciados:
No vim destruir a lei Meu reino no e deste mundo H muitas moradas
na casa de meu Pai Ningum poder ver o reino de Deus se no nascer de
novo Bem-aventurados os aflitos O Cristo Consolador Bem-aventurados
os pobres de espirito Bem-aventurados os que .tm puro o corao
Bem-aventurados os que so brandos e pacficos Bem-aventurados os que
so misericordiosos Amar o prximo como a si mesmo Amai os vossos
inimigos No saiba a vossa mo esquerda o que d a vossa mo direita
Honrai a vosso pai e a vossa me Fora da caridade no h salvao No se
pode servir a Deus e a Mamon Sede perfeitos Muitos os chamados,
poucos os escolhidos A f transporta montanhas Os trabalhadores da
ultima hora Haver falsos Cristos e falsos profetas No separeis o
que Deus juntou Estranha morai No ponhais a candeia de baixo do
alqueire Buscai e achareis Dai gratuitamente o que gratuitamente
recebestes Pedi e obtereis Coletnea de preces espiritas. (2) 2.4 O
Cu e o Inferno o quarto livro do Pentateuco Kardequiano; tem como
subttulo: "A Justia Divina segundo o Espiritismo". Contem, segundo
o resumo constante em sua folha de rosto, o: "Exame comparado das
doutrinas sobre a passagem da vida corporal vida espiritual, sobre
as penalidades e recompensas futuras, sobre os anjos e os demnios,
sobre as penas, etc., seguido de numerosos exemplos acerca da
situao real da alma durante e depois da mor te". Sua matria
desdobra-se da seguinte forma:
PARTE PRIMEIRA: Doutrina, com onze captulos: O porvir e o nada
Temor da morte O cu O inferno O purgatrio
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ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
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Doutrina das penas eternas As penas futuras segundo o
Espiritismo Os anjos Os demnios Interveno dos demnios nas modernas
manifestaes Da proibio de evocar os mortos
PARTE SEGUNDA : Exemplos, com oito captulos; O passamento
Espritos felizes Espritos em condies medianas Espritos sofredores
Suicidas Criminosos arrependidos Espritos endurecidos Expiaes
terrestres. (1)
2.5 - O quinto e ultimo livro tem no respectivo frontispcio o
titulo completo A Gnese, os Mila-gres a as predies Segundo o
Espiritismo , e mais este resumo "A Doutrina Espirita h resul-tado
do ensino coletivo e concordante dos Espritos. A Cincia e chamada a
constituir a Gnese de acordo com leis da Natureza. Deus prova a sua
grandeza e seu poder pela imutabilidade das suas leis e no pela
abrogao delas. Para Deus, o passado e o futuro so o presente". Esta
obra se divide nas seguintes partes: 01. Introduo 02. A Gnese, com
doze captulos, a saber Carter da revelao esprita Deus O bem e o ma
Papel da Cincia na Gnese Antigos e modernos sistemas do mundo
Uranografia geral Esboo geolgico da Terra Teorias sobre a formao da
Terra Revolues do globo Gnese orgnica Gnese espiritual Gnese
mosaica. 03. Os milagres, com trs captulos, a saber: Caracteres dos
milagres Os fluidos Os milagres no Evangelho. 04. As predies, tambm
com trs captulos: Teoria da prescincia Predies do Evangelho Os
tempos so chegados. (3)
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ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
20
3 Unidade
Doutrina Esprita
06 - Trplice aspecto: filosfico, cientfico, religioso.
OBJETIVOS ESPECFICOS Conceituar doutrina esprita em seu trplice
aspecto .
IDIAS PRINCIPAIS "(...) Espiritismo , ao mesmo tempo, uma cincia
de observao e uma doutrina filosfica. Como cincia prtica ele
consiste nas relaes que se estabelecem entre ns e os Espritos; como
filosofia, compreende todas as conseqncias morais que dimanam
dessas mesmas relaes. (...)"(2) No o Espiritismo uma religio
constituda, isto porque no tem culto, nem rito, nem cerimo-niais e
entre seus adeptos nenhum tomou ou recebeu o titulo de sacerdote.
Todavia, o Espiri-tismo nitidamente religioso quando estabelece um
lao moral entre os homens e os une como conseqncia da comunho de
vistas e sentimentos ~ fraternidade e solidariedade, indulgncia e
benevolncia mutuas.
FONTES DE CONSULTA
01. KARDEC, Allan. No vim destruir a lei. In:O Evangelho segundo
o Espiritismo. Trad. de Guillon Ribeiro 83 ed. Rio de Janeiro, FEB,
1982. Item 5, p. 59 02. - O que o Espiritismo. 19 ed. Rio de
Janeiro, FEB, 1977. Preambulo. P. 50.
COMPLEMENTARES 03. BARBOSA, Pedro Franco. O Espiritismo
filosfico. In:_ .Espiritismo Bsico. s./l., Centro Brasileiro de
Homeopatia, Espiritismo e Obras Sociais, 1976. Pp. 93--94. 04, Op.
cit. Pp. 95-96. 05. XAVIER, Francisco Cndido. O Consolador. Ditado
pelo Espirito Emmanuel. 8. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1980. Definio,
p. 19 06. Op. cit., Pp. 19-20. 07. Op. cit. pergunta 292, pp.
171-172 08. Religies. In: Palavras de Emmanuel. Ditado pelo Esprito
Emmanuel. 4. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1978, p.164
l
"O Espiritismo , ao mesmo tempo, uma cincia de observaro e uma
doutrina filosfica. Como cincia prtica ele consiste nas relaes que
se estabelecem entre ns e os Espritos; como filosofia, compreende
todas as conseqncias morais que dimanam dessas mesmas relaes.
Podemos defini-lo assim: O Espiritismo uma cincia que trata da
natureza, origem e destino dos Espritos, bem como de suas relaes
com o mundo corporal.', (2) Em ;vista disto, constituindo a
Doutrina Esprita um sistema de princpios filosficos e ticos, de
comprovao cientfica, apresenta trs notrios aspectos: o filosfico, o
cientfico e o religioso "(...) Quando o Homem pergunta, interroga,
cogita, quer saber o "como" e o "porque" das coisas, dos fatos, dos
acontecimentos, nasce a FILOSOFIA, que mostra o que so as coisas e
porque so as coisas. (...) O carter filosfico do Espiritismo est,
portanto, no estudo, que faz, do Homem, sobretudo Espirito, de seus
problemas, de sua origem, de sua destinaco. Esse estudo leva ao
conheci-mento do mecanismo das relaes dos Homens, que vivem na
Terra, com aqueles que j se despediram dela, temporariamente, pela
morte, estabelecendo as bases desse permanente relacionamento, e
demonstra a existncia. inquestionvel, de algo que tudo cria e tudo
coman-da inteligentemente DEUS.. Definindo as responsabilidades do
Esprito - quando encarnado (Alma) e tambm quando desencarnado o
Espiritismo filosofia, uma regra moral de vida o comportamento para
os seres da Criao, dotados de sentimento, razo e conscincia.
(...)(3) O Espiritismo no se constitui de uma religio a mais, visto
que no tem cultos institudos, nem igrejas, nem imagens, nem
rituais, nem dogmas, mitos ou crendices, nem to pouco hierarquia
sacerdotal. Podemos, porm consider-lo em seu aspecto religioso,
quando estabelece um
-
ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
21
lao moral entre os homens, conduzindo-os em direo ao Criador,
atravs da vivncia dos ensinamentos morais do Cristo... no seu
aspecto religioso que (...) repousa a sua grandeza divina, por
constituir a restaurao do Evangelho de Jesus, estabelecendo a
renovao definiti-va do homem, para a grandeza do seu imenso futuro
espiritual. ., )'` (6) "(...) Espiritismo passa de Filosofia
Cincia, quando confirma, pela experimentao, os co-nhecimentos
filosficos, que prega e dissemina. (...) "Como filosofia trata do
conhecimento frente a razo, indaga dos princpios, das causas,
pers-cruta o Espirito, enfim, interpreta os fenmenos; como cincia,
prova-os. Os fatos ou fenmenos espiritas, isto , produzidos por
Espritos desencarnados, so a subs-tancia mesma da Cincia Espirita e
seu objeto o estudo e o conhecimento desses fenme-nos, para fixao
das leis que os regem.(...)" (4) "(...) No seu aspecto cientfico e
filosfico, a doutrina ser sempre um campo nobre de investi-gaes
humanas, como outros movimentos coletivos de natureza intelectual,
que visam o aperfeioamento da Humanidade. (...)" (5)
ANEXO I
A Doutrina Espirita apresenta trs aspectos: o filosfico, o
cientifico e o religioso. No aspecto filosfico do Espiritismo,
enquadra-se o estudo dos problemas da origem e da desatinao do
homem, bem como o da existncia de uma inteligncia suprema, causa
prim-ria de todas as coisas. No aspecto cientifico, demonstra
experimentalmente a existncia da alma e sua imortalidade,
principalmente atravs do intercmbio medinico entre os encarnados e
os desencarnados. O Espiritismo no se constitui em uma religio a
mais, visto que no tem cultos, nem ritos, nem cerimoniais e que
entre seus adeptos nenhum tomou ou recebeu o ttulo de sacerdote.
Pode-mos, porem, considera-los em seu aspecto religioso, quando
estabelece um lao moral entre os homens, conduzindo-os a uma
ascenso espiritual em direo ao Criador, atravs da vivn-cia das
mximas morais do Cristo. O Espiritismo , pois, "(...) a cincia nova
que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusveis, a
existncia e a natureza do mundo espiritual e as relaes com o mundo
corp-reo, (...)'' (1) "(...) ao mesmo tempo uma cincia de observao
e uma doutrina filosfica (...)", compreendendo "todas as
conseqncias morais que dimanam dessas mesmas relaes" (2) Atravs dos
ensinamentos espritas pode-se fazer uma diferena entre Religio,
propriamente dita, e religies no sentido de seitas humanas.
"Religio, para todos os homens, deveria com-preender-se como
sentimento divino que clarifica o caminho das almas e que cada
espirito aprender na pauta do seu nvel evolutivo. Neste sentido, a
Religio sempre a face angusta e soberana da Verdade; porm, na
inquietao que lhes caracteriza a existncia na Terra, os homens se
dividiram em numerosas religies como se a f tambm pudesse ter
fronteiras (...) '"(...) A Religio o sentimento divino que prende o
homem ao Criador. As religies so organi-zaes dos homens, falveis e
imperfeitas como eles prprios; dignas de todo o acatamento pelo
sopro de inspirao superior que as faz surgir, so como gotas de
orvalho celeste, mistu-rados com os elementos da Terra em que
caram. (...)'' (8)
07 - O Consolador prometido por Jesus. A Terceira Revelao divina
no ocidente.
OBJETIVOS ESPECFICOS Dar o significado de "O Consolador
prometido por Jesus". Explicar a relao existente entre o
Espiritismo e o Consolador Prometido (ou Terceira Revelao no
Ocidente). = IDIAS PRINCIPAIS. "Se me amais, guardai os meus
mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviar outro
Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: - O Espirito
de Verdade que o mundo no pode receber, porque o no v e
absolutamente o no conhece. Mas, quanto a vs, co-nhece-lo-eis,
porque ficar convosco e estar em vs. - Porem, o Consolador que o
Santo Espirito, que meu Pai enviar em meu nome, vos ensinar todas
as coisas e vos far recordar tudo o que vos tenho dito". (1)
FONTES DE CONSULTA 01. KARDEC Allan. O Cristo Consolador. In:_ .
O Evangelho Segundo o Espiritismo. Trad. de Guillon Ribeiro. 84.
ed. Rio de Janeiro 3 FEB, 1982, Cap. VI, Item 03, p. 134. 02. Op.
cit., item 04, p. 134.
-
ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
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03. KARDEC, Allan. Predies do evangelho. In: _. A Gnese. Trad.
de Guillon Ribeiro. 25. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1982. Item 37, p.
386. 04. Op. cit., item 40, p. 387.
COMPLEMENTARES. PIRES, J. Herculano. A falange do Consolador.
In: . O Espirito e o tempo. So Paulo, Pensa-mento, 1964. Item 017
p. 137. 06. Op. cit., item 04, p. 138.
~ O Consolador prometido por Jesus, tambm designado pelo apstolo
Joo (1) como o Santo Espirito, seria enviado Terra com a misso de
consolar e lidar com a verdade. "(...) Sob o nome de Consolador e
de Espirito de Verdade, Jesus anunciou a vinda daquele que havia de
ensinar todas as coisas e de lembrar o que ele dissera'', ressalta
Kardec. (3). O Consolador , como O Espirito de Verdade, dar aos
encarnados o conhecimento de sua origem, da necessidade de sua
estada na Terra e do seu destino, bem como espalhar a consolao pela
f e pela esperana. (2) Constitui o Espirito Consolador, portanto, a
Terceira Revelao de Deus aos povos no ociden-te, e procede de
Espritos sbios e bondosos, que, do Alem, enviaram os seus
ensinamentos atravs dos instrumentos medinicos, num verdadeiro
derramamento da mediunidade na carne. A revelao Crist sucedeu a
revelao Mosaica; a revelao dos Espritos veio complet-la. Vrias so
as razes que justificam a promessa do Cristo, do aparecimento do
Espirito de Verdade, como o Consolador. Uma delas seria a
inoportunidade de uma revelao total e completa pelo Cristo, numa
poca em que o homem no estaria amadurecido para compreen-de-la.
Outra razo a do esquecimento dos homens das verdades apregoadas no
seu Evange-lho. Mais do que isto, destacam-se, como outra razo
ainda, as distores premeditadas que a mensagem evanglica sofreu ao
longo dos tempos. Foram "(...) dois mil anos de fermentao (...), de
criminosas deformaes da mensagem crist". (3) A relao entre o
Espiritismo e o Consolador est no fato de a Doutrina Esprita conter
"(...) todas as condies do Consolador que Jesus prometeu"; (4) ou
seja, "(...) o Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, pois
fala sem figuras, sem alegorias, levantando o vu intencional-mente
lanado sobre certos mistrios; vem, finalmente, trazer a consolao
suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem (...)(2)
Finalmente, se de um lado o Espirito de Verdade se apresentava aos
homens a frente de elevadas entidades espirituais, que voltaram a
Terra para completar a Obra do Cristo, de outro lado Kardec se
coloca a postos, frente de criaturas espiritualizadas, dispostas a
colaborarem na imensa tarefa. "(...) O que ento se cumpria era uma
promessa do Cristo, atravs de todo um imenso processo de
amadurecimento espiritual do homem (...)". Kardec foi o instrumento
de que se serviu o Alto para completar a mensagem do Cristo; que
Ele mesmo havia prometido
-
ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
23
4 Unidade
Movimento Esprita
08 - Objetivo do Movimento Espirita: difuso doutrinaria.
OBJETIVOS ESPECFICOS. Distinguir doutrina esprita de movimento
esprita. conceituar movimento: esprita, indicar o objetivo do
movimento esprita. descrever o processo de divulgao doutrinria,
indicando os seus principais veculos.
IDIAS PRINCIPAIS Movimento Espirita "(...) o conjunto de
atividades desenvolvidas organizadamente pelos Espiritas, para por
em prtica a Doutrina Espirita, atravs de instituies, encontros
fraternos, congressos , palestras, edies de livros, etc. O
Movimento Espirita , portanto, um meio para se aplicar a Doutrina
Espirita em todos os sentidos, para se divulgar os seus princpios e
se exercitar a vivncia de suas mximas. (...)" (2) Atingiu o seu
alto estgio pela Unificao no plano nacional atravs do Pacto ureo
celebrado em 05 de outubro de l949. O processo de divulgao
doutrinria se efetiva atravs da tribuna, da imprensa esprita e das
escolas de evangelizao esprita infanto-juvenis e de estudos
sistematizados da Doutrina. Como veculo de maior penetrao publica,
o Livro Espirita o de maior alcance, levando a mensagem a todos os
recantos do mundo.
FONTES DE CONSULTA
01. KARDEC, Allan. O Livro dos ,Mdiuns. Trad. de Guillon
Ribeiro. 45. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1982. Item 348, p. 432. 02.
MOVIMENTO e Doutrina. Reformador, 95(1782):258, setembro, 1977
COMPLEMENTARES. 03. GRANDE Conferencia Espirita realizada no Rio
de Janeiro, Reformador, 97(1979):311, setembro, 1979. 04. 75 anos
depois das "Bases de Organizao Espirita". Reformador,. 97 (1798)
:40 - 50, janeiro, 1979 05. UNIFICAO. Reformador, 94 (1765): 110,
abril, l976. 06 XAVIER, Francisco Cndido. Ptria do evangelho. In: .
Brasil, corao do mundo ptria do evangelho. Pelo Espirito Humberto
de Campos. 12 ed. Rio de Janeiro, FEB, 1979. p. 237.
MOVIMENTO ESPIRITA O Movimento Espirita uma organizao dinmica e
federativa que congrega as atividades de vrias associaes, dentro de
um clima de confraternizao com diretrizes comuns e o propsi-to, no
s de difuso coordenada dos princpios basilares da Doutrina Esprita,
como de vivn-cia de uma tica Racional, com vistas ao progresso
espiritual da Humanidade. Movimento Esprita, como sugere o prprio
nome, e algo dinmico e sua unificao implica em convivncia dentro de
uma unidade de pensamento e ao, na qual est implcito o
reconheci-mento da existncia de uma diretriz, visando o ajustamento
a princpios de ordem doutrinria e a um sistema dinmico global. No
se trata, entretanto, de um Sistema de Coordenao por diretrizes
impostas, mas de uma movimentao espontnea, fruto de certa
conscientizao ou de amadurecimento histrico. Movimento livre,
aberto, tanto de instituies como de pessoas, sem hierarquias
rgidas, maneira das demais religies existentes, sem obedincia cega
ou dogmtica, mas de compre-enso harmoniosa, de auto disciplina,
objetivando apenas a maior fidelidade e segurana dos postulados
fundamentais da Doutrina, o que implica em vigilncia pertinaz do
adepto e devo-tamento Causa. Como previa o prprio Kardec, um dos
maiores obstculos ao Movimento seria "a falda de unidade" (4),
acrescentando que "os antagonismos, que no so mais do que efeito de
orgulho superexcitado, s podero prejudicar a causa, que uns e
outros pretendem defender". Para superar tais obstculos,
consolidando e intensificando o Movimento Espirita Nacional, foram
envidados todos os esforos para edificar uma inabalvel unidade,
substancialmente decisiva para a misso do Brasil, como "Ptria do
Evangelho", Comeou por um certo aconte-cimento, nos albores do
sculo XX, a merecer destacado relevo, documento este conhecido como
"Bases de organizao Esprita", de 1904. Previu-se nesse documento o
advento das
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ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
24
Federaes nas capitais dos Estados, nos moldes da Federao do Rio
de Janeiro e aderindo ao programa da Federao Esprita Brasileira.
(4) Foi, contudo, o Pacto ureo, o ponto magno '"(...) o alto estgio
atingido pelo Movimento Espiri-ta no mbito nacional, ao longo das
lutas, vicissitudes e testemunhos dos espritas que recebe-ram e
cumpriram obrigaes nobilitantes nas esferas da Unificao. Das
"Bases" de 1904, ao Conselho Federativo Nacional, em 1950, a
distncia, no tempo, e de quase meio sculo. (...)" (4) Os signatrios
do Pacto ureo (ad referendum das Sociedades que representavam)
acordaram em aprovar, entre outros, ~ item 1 segundo o qual cabe
aos Espiritas do Brasil porem em pratica a exposio contida no livro
"Brasil, Corao do Mundo, Ptria do Evangelho", de ma-neira a
acelerar a marcha evolutiva do Espiritismo. Outrossim, pelo item 2,
ficou estabelecido que a FEB criaria um Conselho Federativo
Nacional permanente com a finalidade de executar, desenvolver e
ampliar os planos da sua atual (1949) Organizao Federativa. (3) O
objetivo do Movimento consiste na propagao e aplicao da Doutrina
Espirita, pela vivn-cia do Evangelho redivivo, capaz de operar a
renovao do homem, a benefcio da prpria Humanidade. Da excelncia e
amplitude do objetivo, deflui toda a sua notvel importncia, tanto
mais quando percebemos os benefcios resultados alcanados com a
expanso da Doutrina, carreando o progresso moral e espiritual dos
povos na Terra. A importncia da ao programtica do Movimento
Espirita pode ser aquilatada pela conquista gradual de suas metas
na realizao da paz, da concrdia, da redeno individual e do
progresso coletivo. No Brasil, a importncia do Movimento Esprita
est ligada sua misso de "Ptria do Evange-lho", como nos transmite
Humberto de Campos, Espirito, na obra medinica " Brasil, corao do
mundo Ptria do Evangelho", visando, dentro do ideal cristo e pelo
exemplo, "(...) espiritua-lizar o ser humano, espalhando com os
seus labores e sacrifcios as sementes produtivas na construo da
sociedade do futuro. (...)" (6) Finalmente, no processo dessa
dinmica, no se contenta apenas com as publicaes da Imprensa
Esprita, ou mesmo dos seus livros, veculos de maior penetrao
popular, que projetam a mensagem espirita para os mais longnquos
recantos da Terra. Desenvolve-se, ainda, o Movimento atravs dos
cursos de evangelizao espirita infanto-juvenil e dos de estudos
sistematizados da Doutrina, para adultos, como tambm atravs da
assistncia mate-rial e espiritual aos encarnados e da espiritual
aos desencarnados. O Movimento Espirita realiza, pois, um programa
amplo e intensivo de irradiao de Amor e Luzes Divinas prometido
pelo Esprito Consolador.
A N E X O QUESTIONRIO
01. 0 que "Movimento Espirita" ?
02. O que distingue o "Movimento Espirita" de Doutrina
Espirita?
03. Qual o objetivo do Movimento Esprita?
04. Quais os principais veculos de Divulgao Doutrinria?
05. O que significou o "Pacto ureo" para o Movimento
Esprita?
09 - O Centro espirita sua importncia e o seu papel social.
OBJETIVOS ESPECFICOS Definir a funo do centro esprita. Enumerar
as principais atividades do centro esprita, Descrever o papel
social do centro esprita, destacando a sua importncia.
IDIAS PRINCIPAIS O Centro Espirita constitui-se em abenoada
escola de almas, em lar de solidariedade humana, em "templo de
coraes." (53 Atravs dele so divulgados os ensinamentos da Doutrina
Espirita Estes ensinamentos, trans-formando o homem, transformaro o
grupo social, atingindo a toda humanidade. " (...) Para bem atender
s suas finalidades, o Centro Esprita deve ser ncleo de estudo, de
fraternidade, de orao e de trabalho, com base no Evangelho de
Jesus, luz da Doutrina Esprita. (...)" (1)
-
ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
25
FONTES DE CONSULTA. 01. FEB. A adequao do Centro Espirita para o
melhor atendimento de suas finalidades. In: Orientao ao Centro
Esprita. .Rio de Janeiro, FEB, 1980, p.13. 02. Opus cit. p. 14 03.
Opus cit. p. 14~15 04. KARDEC, Allan. O livro dos mdiuns ;ou guia
dos evocadores .Traduo de Guillon Ribeiro 46. ed. Rio de Janeiro,
FEB, 198Z Item '334.p 422 .
COMPLEMENTARES. 05. O Centro Espirita. Reformador, 94(1769)
:229-270, agosto, 1976. 06. SOUZA, Juvanir Borges de. O Centro
Espirita. Reformador (181 7): 231, agosto, 1980.
O CENTRO ESPRITA E uma unidade basilar, como verdadeira clula da
ao programtica do Movimento Espirita, constituindo-se no s como um
educandrio de espritos, mas tambm como um atuante templo de oraes e
de fraterna vivncia evanglica, atravs de uma conjugao de atividades
benemritas. a abenoada instituio de cultivo do amor entre as
criaturas encarnadas e desencarnadas, um santurio de reeducao
espiritual. Podemos imaginar este ncleo educativo e posto de
socorro "(...) na complexidade de uma usina e laboratrio, hospital
e escola, ncleo de pesquisas e clula de experincias valiosas, onde
o corao e o crebro se entreguem a inadiveis tarefes de abnegao e
fraternidade, de equilbrio e unio, de estudo e luz. (...)(5) tambm
um "(...) posto de socorro, espiritual e material (...)" acolhendo
"(...) desde a criana, ate os velhos, necessitados ou no de
assistncia e fraternidade. templo, e casa de orao, e recanto de
paz, acolhendo os desesperados, os revoltados. (...)" uma alegria
constatar que, no Brasil, o idealismo, o anseio da prtica da
caridade em seus multiformes aspectos e a firme vontade de propagar
a Doutrina tem sido as alavancas propul-soras da fundao e sustentao
das instituies espiritas. (...)" (6) O papel que o Centro Esprita
deve desempenhar e primordialmente o de operar a propagao da
Doutrina Espirita para a renovao do homem, integrando-o no grupo
familiar, com vistas ao progresso moral e espiritual da sociedade.
"(...) Como escolas de formao espiritual e moral que devem ser.
desempenham papel relevante na divulgao do Espiritismo e no
atendimento a todos os que neles buscam a orientao e amparo. (...)"
(1) Cabe ao Centro Esprita, ainda, a responsabilidade "(...) de
mobilizar todos os recursos poss-veis instruo, orientao,
alertamento e educao dos encarnados, seja na madureza ou na
velhice, a fim de que se suas tarefas. (...)" (5) Incumbe-lhe mais
a atribuio de promover, em clima de harmonia, a Unificao. Recomenda
o opsculo "Orientao ao Centro Esprita", que todo o Centro deve se
unir com o propsito de confraternizao, permutando experincias para
o aprimoramento das prprias atividades e das realizaes comuns. (2)
A este propsito, estaro os Centros observando a prpria orien-tao
sugerida por Kardec ao escrever. "(...) Esses grupos,
correspondendo-se entre si, visi-tando-se , permutando observaes,
podem, desde j, formar o ncleo da grande famlia esprita, que, um
dia. consorciar todas as opinies e unira os homens por um nico
sentimen-to: o da fraternidade, trazendo o cunho da caridade crist.
(...)" (4) Da relevncia de suas atribuies, da magnitude da sua
misso, atravs de suas mltiplas atividades atuais, ressalta toda a
imensurvel e notvel IMPORTNCIA de seu papel no Mundo Contemporneo,
to envolto em graves crises e tormentosas convulses sociais. Em
verdade, ao aplicar a doutrina, ensinando e promovendo a sua prtica
pelo exerccio conti-nuo da lei de amor, atendendo aos necessitados,
o Centro Espirita estar realizando o que de mais edificante e
altaneiro podia alcanar: a evoluo moral e espiritual do homem e da
huma-nidade, conduzindo ambos ao reino de luz, de paz e de
bem-estar geral. Por tudo isso, bem se pode aquilatar de sua
inestimvel e insupervel importncia. O Centro Esprita desenvolve
mltiplas realizaes agrupadas em atividades bsicas,
adminis-trativas, de comunicao e de unificao. As atividades que se
relacionam com o objetivo da Doutrina so as bsicas, discriminadas
atualmente em "Orientao ao Centro Esprita" (obra citada) na
seguinte ordem:
01. Promover o estudo metdico e sistemtico da Doutrina Espirita
e do Evangelho luz do Espiritismo. 02. Promover a evangelizao da
criana luz da Doutrina. 03. Incentivar a orientao da juventude na
teoria e na prtica doutrinria, integrando-a em suas tarefas.
-
ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
26
04. Divulgar a Doutrina Espirita atravs do Livro. 05. Promover o
estudo da mediunidade, orientando as atividades medinicas. 06.
Desenvolver atividades de assistncia espiritual, mediante a
utilizao dos recursos ofere-cidos pela Doutrina, inclusive reunies
privativas de desobssesso. 07. Manter um trabalho de atendimento
fraterno, pelo dilogo com orientao e esclarecimento as pessoas que
buscam o Centro. 08 Promover o servio de assistncia social esprita,
assegurando suas caractersticas benefi-centes, preventivas e
promocionais. 09. Incentivar e orientar a instituio do Culto do
Evangelho no Lar.
Alem destas, mais as atividades de ordem administrativa; atravs
do trabalho de equipe, as atividades de comunicao inclusive
divulgao do Esperanto e, afinal, as atividades de Unifi-cao,
conjugando esforos e somando experincias com as demais instituies
congneres da mesma localidade ou regio, de modo a evitar
paralelismo ou duplicidade de realizaes.
ANEXO QUESTES PARA ESTUDO 01. Defina a funo do Centro Espirita.
02. Cite as principais atividades do Centro Espirita. 03. Descreva
em linhas gerais, o papel social do Centro Espirita.
10 - Organizaes Federativas Estaduais. Organizao Federativa
Nacional: a FEB
e seu CFN.
OBJETIVOS ESPECFICOS. Dizer da composio e das finalidades das
federativas estaduais. Determinar a razo da existncia da FEB e do
seu CFN destacando a sua atuao no movi-mento esprita. 1 IDIAS
PRINCIPAIS A principal tarefa das Federaes Espirita e de contribuir
para que seja atingida e mantida a unidade doutrinria, objetivo
esse que se consegue atravs do estudo das obras da Codifica-o,
fundamentalmente. Para isso, esto sempre em contato com as suas
federadas, envidan-do, numa ao conjunta, todos os esforos para que
o Espiritismo guarde sua integridade e possa ser divulgado com a
fidelidade desejvel. "(...) A ao Federativa far-se- sempre no
sentido de aproximao fraterna das Instituies Espiritas que
mantenham atividades doutrinarias de conformidade com a Codificao
do Espiri-tismo, objetivando a troca de experincias e. acima de
tudo, o fortalecimento do Movimento Espirita." (8) "A Federao
Espirita Brasileira, (...) uma sociedade civil religiosa, cultural,
filantrpica (...) que tem por objeto e .fins o estudo terico,
experimental e prtico do Espiritismo, a observncia e a propaganda
(...) dos seus ensinos (...). A prtica da caridade espiritual,
moral e material (...) A unio solidria das sociedades espritas do
Brasil (...).' (6) "(...) O Conselho Federativo Nacional o rgo,
permanente, com a finalidade de executar, desenvolver e ampliar os
planos da organizao Federativa da Federao Esprita Brasileira."
(4)
FONTES DE CONSULTA. 01. FEB. DA organizao Federativa. In: .
Estatuto da Federao Esprita Brasileira. Rio de Janeiro, 1980. Art.
102, p. 30-31. 02. . Art. 103, p. 32. 03.. Disposies transitrias.
In: . Estatuto da Federao Espirita Brasileira. Rio de Janeiro,
1980. Art. 125, p. 38. 04. Do Conselho Federativo Nacional. In:.
Estatuto da Federao Esprita Brasileira. Rio de Janeiro, 1980. Art.
110-111, p. 34. - 05. . Art. 112, p. 34 - 06. . Do nome, objeto e
sede da Sociedade. In:. Estatuto da Federao Espirita Brasileira.
Rio de Janeiro, 1980. Art. 1 itens I - III , p.01. 07. Atividades
de Unificao do Movimento Espirita. In: Orientao ao Centro Esprita.
Rio de Janeira 1980 p.56
-
ESDE - Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita (FEB)
27
09. 75 anos depois das Bases de Organizao Espirita. Reformador,
97 (1798):49-50, janeiro, 1979. 10 .Idem . p.50
"Os espritas do Brasil, tendo em vista a convenincia e
oportunidade de uma organizao geral de propaganda, sobre bases
homogneas, (...) "resolvem: Empregar (. .)" "todos os esforos -para
a criao, na capital de cada Estado da Unio Brasileira, de um Centro
calcado nos moldes da Federao do Rio de Janeiro, tendo por fim
promover a organizao e filiao de associaes de estudo e propaganda
em todo o Estado. Tais instituies, aderindo ao programa da Federao
Espirita Brasileira, a ela se filiaro com as respectivas associaes
subsidirias, sem nenhuma relao de dependncia disciplinar, mas
unicamente com intuitos de confraternizao e unidade de vistas.
(...)" (10) As Federaes Espritas Estaduais, embora com organizaes
administrativas diferentes, tm todas as mesmas finalidades e as
mesmas funes e esto participando do programa do Plano Superior em
relao difuso do Espiritismo no Brasil. "A execuo do programa da
Federao (...)", "consistir na integrao das Sociedades espri-tas dos
Estados, dos territrios e do Distrito Federal no seu organismo, por
ato federativo ou de adeso de modo a constiturem com ela um todo
homogneo, em o qual, com o nico objetivo de confraternizao,
concrdia e solidariedade, se verifique completa harmonia de vistas
e unidade de programa, moldado este pelas "Bases de Organizao
Esprita"(...) de 1904. (1) "(...) O resultado, portanto, dessa
aproximao e conivncia fraterna, acarretar, inevitvel e forosamente,
o progresso das Instituies Espiritas e, em conseqncia, o
fortalecimento do movimento de Unificao. (...)" (7) A integrao e
unio das instituies espiritas em torno de um mesmo ideal
doutrinrio, ou sela, o da Codificao do Espiritismo, leva-nos a
afirmar ser "O Pacto ureo (...) o alto estgio atingido pelo
Movimento Esprita no mbito nacional, ao longo das lutas,
vicissitudes e teste-munhos dos Espiritas que receberam e cumpriram
obrigaes nobilitantes nas esferas da Unificao (...)" (10) "Art. 1.
Federao Esprita Brasileira, fundada a 2 de janeiro de 1884, na
cidade do Rio de Janeiro, onde tem sua sede e foro, uma sociedade
civil religiosa, cultural e filantrpica com personalidade jurdica e
que tem por objeto e fins I- O estudo terico experimental e prtico
do Espiritismo, a observncia e a propaganda ilimita-da de seus
ensinos, por todas as maneiras que oferece a palavra escrita e
falada. II- A pratica da caridade espiritual, moral e material por
todos os meios ao seu alcance. III - A unio solidria das Sociedades
espiritas do Brasil. (...)"(6) "(...) Fica determinada a data de 2
de janeiro de 1984 para a transferencia da sede central e foro da
Federao Espirita Brasileira para Braslia (DF), salvo razo de fora
maior reconhecida pelo Conselho Superior, a pedido da Diretoria."
(3) "Art. 103 A Federao Esprita Brasileira incumbe a representao do
Espiritismo, por parte do Brasil, em todos os atos e solenidade
internacionais concernentes organizao esprita Mundial, assim como
nos congressos que se efetuarem e cujas concluses sero submetidas
ao Conselho Federativo Nacional," (2) "Art. 110. Como complemento
da organizao federativa(...) e meio de estreitarem as relaes entre
a Federao e as Sociedades federadas, o Conselho Federativo Nacional
o rgo permanente, com a finalidade de executar, desenvolver e
ampliar os planos da Organizao Federativa da Federao Esprita
Brasileira. "Art. 111. Cada sociedade de mbito estadual (federada)
indicar um membro da sua Diretoria para fazer parte do Conselho
Federativo Nacional. Se isso no for possvel, a Sociedade fede-rada
enviar ao presidente do Conselho uma lista triplico de nomes, a fim
de que este escolha um desses nomes par