CURSO DE BIBLIOTECONOMIA Disciplina: Introdução à História da Arte Arte e pensamento na Grécia antiga Prof. Rafael Koury 1
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA
Disciplina: Introdução à História da Arte
Arte e pensamento na Grécia antiga
Prof. Rafael Koury
1
A distribuição dos povos gregos por volta de 800 A.C. 2
3
Pitágoras e o tema do número
Busto de Pitágoras de Samos, filósofo e matemático nascido aproximadamente em 570 A.C., exposto no Museu do Capitólio em Roma.
Teorema de Pitágoras: a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.
Para Pitágoras, toda a natureza existia conforme sua proporção numérica, seu arithmos.
4
A matemática na escultura e na música
Os escultores gregos Polycleitos e Phidias inauguraram o estilo clássico nas artes gregas, em grande parte, inspirados pelosconceitos pitagóricos de proporção e equilíbrio, fundados nos princípios da matemática e geometria.
Reprodução romana da escultura Doryphoros, atribuída originalmente a Polycleitos, constitui um exemplo seminal de contraposto na escultura clássica, no qual a figura aparece apoiada em apenas uma das pernas.
5
A matemática na escultura e na música
As contribuições do filósofo de Samos também tiveram
grande influência sobra a Música. É dele a descoberta
das proporções das notas musicais distribuídas em
uma corda tensionada. Este princípio é utilizado em violões, entre diversos
outros instrumentos. Imagem de Apollo segurando uma lira, instrumento de cordas tradicional da Grécia antiga, atribuído ao pintor Pistoxenos de Atenas, entre 480 e 460 A.C.
6
Os primórdios da arte e da geometria
Antes de Pitágoras, a geometria já fazia parte do
repertório artístico grego, aparecendo em diversas pinturas desde 900 A.C.
Alguns historiadores da arte identificam uma “fase
geométrica” nos primórdios da arte grega.
Vaso encontrado nas proximidades de Atenas, região conhecida como Ático, datado de aproximadamente 800 A.C.
7 Figura de Poseidon ou Zeus esculpido em bronze, datado de 460 A.C.
O Período Clássico
O período conhecido como clássico na história da Grécia
tem início por volta do ano 500 A.C. e corresponde ao
início da democracia nas cidades gregas. O ideal de
razão universal e o estudo das formas e proporções tiveram
imensa influência sobre a arte.
8
Figura Hermes em reprodução romana inspirada em escultura grega de aproximadamente 400 A.C.
O Período Clássico
Na escultura, as figuras humanas adquirem
características realistas, sempre orientadas por uma
noção de equilíbrio e proporção ideal.
9 Fachada do templo de Hephaestus, em Atenas, concluído em 415 A.C.
O Período Clássico
Na arquitetura do período clássico, o conhecimento
pitagóricto sobre geometria e matemática possibilitou a
construção de templos, tanto no campo da física estrutural
quanto na proporção, escala e composição, inspiradas na
observação dos “números e relações áureas”.
10
Trecho de mosaico retratando a abdução de Helena de Tróia, na antiga cidade de Pella, datado de aproximadamente 300 A.C.
Arte integrada à arquitetura
É importante frisar que a arte grega, seja através de
mosaicos, relevos, afrescos ou esculturas, aparecia
integrada, inicialmente, aos vasos e utensílios e,
posteriormente, à arquitetura, na forma de
pisos, colunatas e painéis.
11
Reconstrução arqueológica revela provável esquema de cores de uma colunata em estilo dórico, característica do período Clássico.
Arte integrada à arquitetura
Recentemente, pesquisas nos campos da arqueologia, história e antropologia têm
revelado que, além da incorporação de vários
gêneros artísticos à arquitetura, também as
cores eram amplamente utilizadas.
12 Esquema de uma coluna em estilo (ou ordem) Dórica.
A ordem Dórica na arquitetura
Os primeiros templos gregos descendem de antes do ano 1000 A.C,
construídos inicialmente em madeira. A partir do período Clássico, os templos
em pedra adquirem escala monumental, assimilando os aspectos formais que
refletem a filosofia, matemática e geometria. Neste período se consolida o
estilo Dórico, definido pela robustez e sobriedade das colunas, com arquitraves
lisos e capitéis geralmente quadrados
13
Escultura de Alexandre, o grande, exposto no museu arqueológico de Istambul, data imprecisa, provavelmente século IV A.C.
Do Clássico ao Helênico
A noção de helenismo corresponde, em grande parte, à unificação das
cidades gregas promovida por Alexandre, o grande,
aproximadamente em 340 A.C.. Os valores e as obras do período clássico haviam se disseminado e serviram de base para uma cultura expansionista, que marcou o fim da democracia nas
cidades gregas.
14
Escultura na lateral do Sarcófago de Alexandre, o grande, datado de aproximadamente 320 A.C., exposto no museu arqueológico de Istambul.
Do Clássico ao Helênico
Com a expansão para o Oriente, através das
conquistas de Alexandre, a arte grega torna-se
mais diversa, assimilando referências
dos povos dominados ou trazidos para a Grécia.
15
Escultura conhecida como “Nike alada” ou “Vitória alada de Samotrácia, datada de aproximadamente 20 A.C., em exposição no Louvre.
Do Clássico ao Helênico
Neste período, a escultura torna-se mais naturalista, representando
figuras mais expressivas. O equilíbrio clássico da lugar à
tensão, percebida nos músculos e nas faces. Também se multiplicam as esculturas e retratos de figuras importantes, algumas vezes para
adornar jardins e salões privados.
16
Escultura “Laoconte e seus Filhos”, datada de aproximadamente 180 A.C.. Acredita-se que fosse parte do Altar de Pergamnum.
Do Clássico ao Helênico
Entre as mais importantes expressões artísticas do
período helenístico está o Altar de Pergamnum,
uma construção monumental que
incorpora diversas obras de arte.
17
Vênus de Milo, comumente atribuída a Alexandre de Antioquia, exposta no Louvre.
Do Clássico ao Helênico
A mais famosa expressão do helenismo em
escultura talvez seja a Vênus de Milo, uma figura
feminina encontrada na ilha de Milo,
provavelmente realizada no século II A.C.
18
Reprodução esquemática de uma coluna Jônica, extraída de manual francês de 1758.
A ordem Jônica na arquitetura
Enquanto o estilo Dórico surge como decorrência formal das
técnicas ancestrais de construção, a ordem Jônica
nasce da depuração daquela primeira ordem. O primeiro
grande templo Jônico foi aquele dedicado a Hera, na
cidade de Samos.
19
A ordem Jônica na arquitetura
Segundo Vitruvius, grande estudioso romano da arte e
arquitetura gregas, enquanto a ordem Dórica extrai suas
proporções da observação do corpo masculino, o Jônico se
inspira nas relações proporcionais do corpo feminino.
Esquema de uma coluna em estilo (ou ordem) Jônica.
20
A ordem Jônica na arquitetura
Comparação entre uma concha e a proporção áurea descrita por Pitágoras.
As volutas que caracterizam os capitéis Jônicos mantém
semelhança com a descrição de Pitágoras da Proporção
Áurea, que estaria expressa em diversas manifestações da
realidade, desde constelações até conchas no
oceano.
21
A ordem Coríntia na arquitetura
A terceira das ordens gregas, formada no final do
período Clássico, a Ordem Coríntia mantém as
proporções esbeltas do Jônico, mas apresenta
capiteis mais trabalhados, geralmente imitando
folhagens.
Monumento Corágico de Lisicrates, em Atenas. Acima, detalhe do capitel.
22
A ordem Coríntia na arquitetura
Segundo Vitruvius, a coluna coríntia foi elaborada inicialmente pelo escultor
Callimachus, um ateniense, embora o nome atribuído a ordem indique a
origem na cidade de Corínto.
Esquema de uma coluna em estilo (ou ordem) Coríntio.
Colunas Coríntias na Jordânia
23
A ordem Coríntia na arquitetura
A ordem Coríntia apresenta poucos
exemplos na Grécia, mas foi muito difundida no
império romano e, posteriormente, a partir
do Renascimento. Talvez, a principal construção
neste estilo seja o Pantheon, em Roma
Desenho e fotografia de um capitel do Pantheon, em Roma.
24
Bibliografia
JAEGER, Werner . Paideia, The Ideals of Greek Culture. Oxford: Oxford University Press, 1939.
WISNIK, J. M. O som e o sentido: uma outra história das músicas, Companhia das Letras, 1999.
EVES, H. Introdução à história da matemática. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 1995.
VILLARD, François; MARTIN, Roland; CHARBONNEAUX, Jean. Grèce Hellénistique (330 – 50 avant J.C.). Paris: Gallimard, 1970.
WINCKELMANN, Johann. History of the art of Antiquity. Los Angeles: Getty Research Institute, 2006.
WINGERT, Paul S.; UPJOHN, Everard M.; MAHLER, Jane Gaston. História mundial da arte: da pré-história à Grécia antiga. Lisboa: Bertrand, 1975. v. 1.
TOURNIKIOTIS, Panayotis. The Parthenon, and Its impact in modern times. Nova Iorque: Harry N. Abrams, 1996.