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Mais ainda sobre a topologia dos discursos
Temtica
O cross-cap e a relao entre sujeito e Cultura Andr Oliveira
Costa1
1. A Filosofia e o discurso dos dois mundos
Em certo sentido, podemos considerar Freud como um herdeiro do
Idealismo
alemo escola que comea com Kant e se desenvolve em Fichte,
Schelling e
Hegel, at chegar em Marx , na medida em que ele sofre os efeitos
dos problemas
colocados por esses filsofos. O projeto kantiano de uma crtica
da razo comea
quando ele se d conta de que a Filosofia no avanou como as
outras cincias: a
Fsica, a Matemtica e mesmo a Lgica. Dever-se-ia, ento, fazer
como Coprnico o
fez em sua revoluo cientfica. Assim, na Crtica da Razo Pura
(1787), Kant
prope a necessidade de realizar uma revoluo copernicana na
Filosofia, torcendo
a relao entre sujeito e objeto. Ao descobrir que no era o Sol
que girava em torno
da Terra, Coprnico pode concluir que os objetos que o ser humano
conhecia no
passavam de percepes construdas a partir de sua posio especfica
no mundo.
Assim, Kant colocou o impossvel como condio do acesso e do
conhecimento dos objetos do mundo, recolocando o problema: como
possvel o
conhecimento? Como soluo, Kant estabelece, para os indivduos,
dois mundos
independentes entre si: o mundo externo e o mundo interno. O
primeiro impossvel
de conhecer como ele em si mesmo. o mundo das
coisas-em-si-mesmas, ao
qual somente temos acesso atravs das experincias sensveis,
determinadas nas
formas de espao e tempo. O segundo o mundo dos fenmenos, da
realidade
significada pelo pensamento, quando a atividade do entendimento
confere sentido
ao contedo sensvel percebido pela intuio. Como concluso, nosso
acesso aos
objetos do mundo ficava restrito quilo que ns mesmos colocamos
neles.
1 Psicanalista, membro da APPOA, mestre em Filosofia pela PUCRS,
doutor em Educao pela UFRGS, ps-doutorando pelo DIVERSITAS/USP.
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Considerando-se esse fundamento filosfico estabelecido como
horizonte
para as formulaes da Psicanlise, este texto pretende investigar,
atravs da
demonstrao da topologia do cross-cap, tal como ela apresentada
por Lacan em
seus Seminrios, a construo desses dois mundos que constituem a
realidade.
Nesse sentido, a cultura, em suas manifestaes, se apresenta como
um fenmeno
decorrente do impossvel desse encontro.
2. O cross-cap e a univocidade dos mundos
Freud um pensador que segue a linha que vai de Kant a Marx, pois
ele
responde essa aporia epistmica pensando as condies subjetivas
que situam o
sujeito diante desse mundo impossvel de ser representado. Para o
psicanalista, a
perda da realidade, em funo da perda do acesso a ela, leva
construo de
verses de realidade, atravs de formaes do inconsciente, de
fantasias e de
sintomas. So formas de reestabelecer o lao com o Outro.
Recorremos, ento,
topologia de Lacan para mostrar como ele representa esse
processo de construo
da duplicidade dos mundos de acordo com o pensamento
freudiano.
Comeamos retomando a ideia de que, para Freud, a bipartio entre
mundo
externo e mundo interno no est dada desde o incio da formao
subjetiva. Tal
como afirma no texto A negativa (1925), a distino entre a
existncia real de um
objeto dentro ou fora do indivduo um segundo tempo da funo do
pensamento. O
primeiro tempo do pensamento seguindo a lgica do eu enquanto
princpio do
prazer atribui aos objetos a qualidade de ser bom e produzir
prazer ou de ser mau
e produzir desprazer. Tudo o que era visto como bom, era
introjetado para dentro de
si, identificando-o ao eu. Aquilo que era visto como mau era
expelido, rejeitado como
no pertencente ao eu. como se o eu se expressasse pela linguagem
pulsional:
gostaria de comer isso ou gostaria de cuspi-lo para fora.
A segunda funo do pensamento no se preocupa mais em saber se
algo
bom ou mau, se vai ser posto para fora ou para dentro. O que est
em questo
reconhecer a existncia real ou no dos objetos que produziram
satisfao, pois
preciso que seja possvel reacess-los na realidade sempre quando
for necessrio.
Seguindo a lgica do empirismo, Freud afirma que todas as
representaes tm
origem nas percepes fsicas. Em um tempo inicial, a mera
existncia de uma
representao constitua uma garantia da realidade daquilo que era
representado. A
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anttese entre subjetivo e objetivo no existe desde o incio
(Freud, 1925/2003, p.
2885). Essa oposio surge com a ativao da representao desse
objeto, que
outrora deu satisfao, atravs de uma nova experincia perceptiva.
Por exemplo, o
registro mnmico do seio, enquanto objeto de satisfao oral, ser
reativado quando
a fome reaparecer.
Mas, continua Freud, a reproduo de uma percepo como
representao
nem sempre fiel; pode ser modificada por omisses ou alterada
pela fuso de
vrios elementos (Freud, 1925/2003, p. 2885). O pensamento,
portanto, no
consegue encontrar a percepo deste primeiro objeto de satisfao,
mas apenas
reencontr-lo como representao. A condio para a diviso entre
subjetivo e
objetivo, portanto, consiste em que objetos, que outrora
trouxeram satisfao real,
tenham sido perdidos (Freud, 1925/2003, p. 2885).
Segundo Eidelsztein (2006), a topologia do plano projetivo nos
permite
compreender como se d essa operao de extrao do objeto, mostrando
tambm
como o sujeito tem inscrito em si esse objeto que, ao mesmo
tempo, lhe prprio e
alheio. A figura do cross-cap nos ajuda a pensar uma estrutura
que fechada em si
mesmo, uniltera, mas que ao mesmo tempo se caracteriza pela
continuidade entre
interior e exterior. Essa estrutura pode indicar um tempo
pr-subjetivo de
indiferenciao entre o eu e o Outro. Existem algumas formas de
construir o cross-
cap. Na ltima lio do Seminrio A identificao, Lacan nos apresenta
a seguinte
descrio sobre o que vem a ser esse cross-cap?
uma esfera. J lhes disse, ela necessria, no se pode esquecer do
fundo dessa esfera. uma esfera com um furo, que vocs organizam de
uma certa maneira, e vocs podem muito bem imaginar que esticando
uma de suas bordas que vocs fazem aparecer, mais ou menos,
segurando-a, essa alguma coisa que vir tapar o furo, na condio de
fazer com que cada um desses pontos se una ao ponto oposto, que
cria dificuldades intuitivas naturalmente considerveis, e at que
nos obrigaram a toda a construo que detalhei diante de vocs, sob a
forma do cross-cap representado no espao (Lacan, 1961-62/2003, p.
427).
Para construir um cross-cap, podemos partir de uma semiesfera,
como uma
tigela ou um vaso redondo, suturando os pontos opostos que se
encontram em sua
borda. Vejamos o processo. Se juntarmos, primeiro, o ponto A com
seu ponto oposto
A atravs de um estiramento da superfcie dessa semiesfera, vai
ser construda
uma ala, conforme as imagens (Nasio, 2011, p. 44) vo
indicando.
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Em seguida, para cada ponto da borda da semiesfera, fazemos
corresponder
o ponto diametralmente oposto. Nota-se que a continuidade do
fechamento pela
juno do ponto B com seu antpoda B cria um entrecruzamento nessa
ala,
inserindo nela uma toro sobre si mesma, conforme a imagem (Dor,
1992/1995, p.
180) a seguir.
Realizando a sequncia da operao de costura dos pontos
diametralmente
opostos at o seu fim, formamos uma estrutura que carrega um
ponto de toro que
no permite o fechamento completo da estrutura, como ocorre em
uma esfera. um
ponto que, ao se sobrepor a si mesmo, recorta-se da mesma forma
como acontece
com o oito interior. Um recorte que permite a continuidade das
superfcies, a
passagem do interior para o exterior. Este ponto de recorte do
cross-cap
corresponde ao ponto infinito da reta projetiva, um ponto
impossvel de ser
representado.
O resultado dessa operao a figura denominada de cross-cap.
Apesar de
encontrarmos em Lacan a utilizao indistinta dos termos cross-cap
e plano
projetivo, rigorosamente eles no significam a mesma coisa. Um
plano projetivo
um espao topolgico, segundo Granon-Lafont, definido pela edio de
um ponto,
dito por conveno ao infinito, ao plano cartesiano
(Granon-Lafont, 1986/1990, p.
67). O cross-cap um plano projetivo fechado, pois no tem borda.
No
fisicamente realizvel em nosso espao ordinrio, pois suas duas
superfcies se
entrecruzam, colocando em continuidade o dentro e o fora, o
avesso e o direito,
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conforme vemos na seguinte figura (Nasio, 2011, p. 47).
J no se trata mais de um objeto que podemos construir com papel,
tesoura
e cola. Mesmo sua representao no fiel ao seu conceito, pois,
como nos aponta
Granon-Lafont, sua superfcie contnua e isto d conta do infinito
do espao do
plano projetivo (o termo contnua significa sem margem, ou sem
borda) (Granon-
Lafont, 1986/1990, p. 68).
O cross-cap uma estrutura uniltera fechada, uma esfera que
encerra um
ponto de corte. A subverso da distino entre direito e esquerdo,
dentro e fora,
ocorre porque um ponto particular na superfcie faz uma
sobreposio sobre si
mesmo. Ele recorta e atravessa a superfcie sem mudana de lado.
Fazendo uma
volta sobre si prpria, ela coloca seu avesso em continuidade com
seu direito.
O ponto central do cross-cap, esse buraco que permite a passagem
do
interior ao exterior, um ponto irredutvel, sem fronteiras. ,
segundo Lacan, no
Seminrio A identificao, o ponto de partida, ponto estrutural, em
torno do qual
est sustentada toda a estrutura da superfcie assim definida
(Lacan, 1961-62/2003,
p. 342). Esse ponto um buraco que introduz a noo de objeto a. Ao
redor desse
lugar de passagem se formam os orifcios pulsionais inscritos no
corpo, que
possibilitam a circulao dos objetos entre o sujeito e o
Outro.
Temos, na figura do cross-cap,a representao de trs problemticas
do
campo da Psicanlise. Em um primeiro momento,
1. a continuidade entre dentro e fora;
e, aps a realizao de um corte nesta figura,
1. o surgimento do sujeito do inconsciente
2. e de seu objeto o objeto pulsional.
Em relao a esse primeiro momento, no Seminrio A lgica do
fantasma
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(1966-67), Lacan apresenta o cross-cap como uma superfcie
primordial que articula
logicamente as dimenses do desejo e da realidade em uma relao de
tessitura
continua, sem corte.
No existe mais realidade do desejo que aquela que seja certo
dizer o inverso do direito; existe um nico e mesmo estofo que tem
um inverso e um direito, este estofo est tecido de tal maneira que
se passa sem perceber (pois ele est sem corte) de uma a outra de
suas faces (Lacan, 1966-67/2003, p. 6)
Para esta figura primordial, a realidade psquica, que segue o
princpio do
prazer, idntica realidade exterior. O seio da me, que satisfez a
fome de seu
filho, no lhe percebido primeiramente como um objeto externo.
Ele faz parte de
seu prprio corpo e pode ser acessado conforme sua necessidade. o
tempo de
auto-cruzamento das superfcies, no qual os corpos esto
imbricados um no outro,
em continuidade indiferenciada entre o que externo e interno,
entre o que est
dentro e fora.
Trata-se de um tempo no qual a representao e seu objeto ainda
no
sofreram ruptura. Tal como afirma Freud, no texto Pulses e
destinos da pulso,
originalmente o eu satisfazia-se com seus prprios investimentos
pulsionais, e o
mundo externo lhe era indiferente. Nesse tempo, subjetivo e
objetivo so espaos
indiferenciados. Lacan continua: se passa de uma face outra sem
se dar conta,
digo bem, que no existe ali mais que uma face. , portanto, uma
estrutura
uniltera que ainda no joga as posies entre cara e coroa, eu e
outro.
Na medida em que os objetos vo sendo representados como objetos
de
satisfao, o eu que segue os critrios do princpio do prazer vai
distinguindo o
que interno e externo. Assim, o mundo externo est dividido numa
parte que
agradvel, que ele incorporou a si mesmo, e num remanescente que
lhe estranho.
Isolou uma parte do seu prprio eu, que projeta no mundo externo
e sente como
hostil (Freud, 1915/2003, p. 2049). A distino entre interno e
externo, portanto, no
est dada como condio de partida para o surgimento do
sujeito.
3. O cross-cap e o corte dos mundos
O sujeito comea pelo corte (Lacan, 1966-67/2003, p. 7). O corte
uma
operao que desdobra uma estrutura em outra. Na figura do
cross-cap ele pode ser
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realizado de diversas maneiras. O corte que nos interessa aqui o
que segue o
traado do oito interior, pois a toro que mostra o inconsciente
como uma
estrutura de linguagem. Atravs do corte do cross-cap podemos ver
a prpria
estrutura do fantasma, representada pela relao $ a, ou seja,
sujeito e objeto
como efeitos da mesma operao de recorte.
Se fizermos um corte simples no cross-cap, seguindo o trajeto do
oito interior,
sua estrutura abre uma superfcie, mas no a divide. necessrio que
o corte
percorra duas vezes a volta completa, realizando a ultrapassagem
das superfcies
atravs do ponto infinito. Destaca-se que o corte deve seguir a
repetio da cadeia
discursiva j mostrada na dobra do oito interior, como vemos na
seguinte imagem
(Nasio, 2011, p. 75). Apenas atravs da repetio do significante
que temos a
produo de um sujeito e a queda de seu objeto, dividindo o
cross-cap em duas
partes heterogneas.
Uma parte que se destaca corresponde fita de Moebius, formada
por uma
superfcie e uma borda. A outra parte um disco que carrega as
propriedades
essenciais do cross-cap. Trata-se de um disco bilateral, que
segue os princpios do
oito interior e que no especularizvel, ou seja, esse objeto no
tem imagem
especular, sua imagem no pode ser sobreposta ao objeto. As
superfcies desse
disco so entrecruzadas por uma linha dupla, cujo ponto central,
que caracteriza a
estrutura do cross-cap, permite a continuidade entre as faces
exterior e interior. o
ponto impossvel de pensar, mas no de escrever, o ponto fora da
linha (Granon-
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Lafont, 1986/1990, p. 79).
Ao percorrer esse disco torcido, vamos perceber o mesmo efeito
de
continuidade do oito interior. Quando partimos de um ponto na
superfcie exterior
desse disco, depois de uma volta completa, aps passar por esse
ponto-furo,
chegamos no interior do objeto. Se continuarmos na segunda volta
completa,
cruzando novamente o ponto de recorte, retornamos para ponto
exterior original da
partida.
O corte no cross-cap produz a operao de separao entre duas
estruturas.
De um lado, temos a fita de Moebius, representando o sujeito em
sua relao com o
significante. Por outro, temos o disco torcido, representando os
objetos pulsionais:
voz, olhar, seio e fezes, definidos por Lacan como objeto a.
Esse disco que se
destaca carrega a particularidade do cross-cap, isto , o ponto
central que faz a
continuidade do interior com o exterior. o buraco que
corresponde aos orifcios do
corpo pulsional. Ao mesmo tempo em que so partes interiores do
corpo, eles
possibilitam a passagem dos objetos ao exterior.
Para Lacan, o cross-cap a operao que constitui o fantasma
fundamental,
separando e unindo sujeito e objeto. Em termos freudianos, o
corte inscreve, tal
como faz a castrao, a impossibilidade de o sujeito ter acesso ao
seu objeto sexual.
O que est em questo, portanto, pensar o sujeito como efeito da
extrao do
objeto.
Inversamente pode-se dizer que todo o corte do sujeito, aquilo
que, no mundo, o constitui como separado, como rejeitado, lhe
imposto por uma determinao no mais subjetiva, indo do sujeito para
o objeto, mas objetiva, do objeto para o sujeito (...) (Lacan,
1961-62/2003, p. 343).
Atravs do cross-cap vemos que a posio primordial do sujeito no a
de
anterioridade ao Outro. O sujeito tambm no a condio para o
recorte do objeto.
Ao contrrio, a produo de um sujeito efeito do recorte do objeto,
representado
pelo corte no cross-cap.
Mas, esse objeto pequeno a, que vemos surgir no ponto de falha
do Outro, no ponto de perda do significante, porque essa perda a
perda desse prprio objeto (...) esse objeto, como no lhe dar o que
chamarei, parodiando de sua propriedade reflexiva se posso dizer
visto que ele a funda, que dele que ela parte, e que na medida em
que o sujeito , antes e unicamente, essencialmente corte desse
objeto (...) (Lacan, 1961-62/2003, p. 429).
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A partir dessa citao, vale lembrarmos a proposio de Freud sobre
os
tempos da pulso: ativo, passivo e reflexivo. Quando trabalha a
pulso escpica, no
texto Pulses e destinos da pulso, Freud identifica uma fase
preliminar de
passividade do sujeito. Ele no condio para o recorte dos objetos
pulsionais,
mas surge como efeito da produo destes.
A perda do objeto vai ser recuperada pela criao de
substitutivos. O sujeito
cria uma verso da realidade, que constri o sujeito em seu lao
com o Outro. Essa
falta a causa da produo de um sujeito. Ali onde estava um
objeto, um sujeito
deve advir. Nesse sentido, dissemos que a lgica do sujeito segue
a estrutura da fita
de Moebius, pois ela rompe com a descontinuidade entre
direito/avesso, dentro/fora.
Vale lembrar que os termos interno e externo, dentro e fora so
subvertidos
em seu sentido comum. Isso no significa que a Psicanlise
pretende dissolver a
ideia de fronteiras. A toro de seus sentidos, ao contrrio, recai
sobre a forma como
esses termos se relacionam, no mais em oposio, mas em
continuidade.
REFERNCIAS:
DOR, Jol. (1992). Introduo leitura de Lacan: estrutura do
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Obras Completas. Madrid: Biblioteca Nueva, v.2, 2003.
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Janeiro: Jorge Zahar Editor.