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como escrever um PROJETO DE
PESQUISA EM HISTRIA
Norma Crtes*
www.artesdotempo.hpg.com.br 2003 Norma Cortes
m projeto de pesquisa consiste numa apresentao detalhada e
sistemtica das nossas intenes de investigao histrica. Nele,
apresentamos nossos planos de estudo para uma banca examinadora
que
alm de aprovar, sanciona e (se for o caso) tambm financia o
empreendimento da pesquisa. O projeto de pesquisa, portanto, uma
espcie de dilogo entre um jovem pesquisador e a comunidade
profissional na qual ele quer ingressar. Ambos conversam sobre as
novas formas e possibilidades de investigao da histria e,
principalmente, sobre a plausibilidade dessas investidas inditas. O
problema que todo esse dilogo possui um formato. Quer dizer, ele no
livre. E embora admita fartas doses de coloquialidade, obedece a
certas regras de apresentao. Ento, exatamente isso que voc vai
encontrar aqui: um guia que o ajudar a confeccionar seu primeiro
projeto de pesquisa1.
O objeto de pesquisa A primeira coisa a definir seu objeto de
interesse. O que voc quer investigar? Essa a mais importante
interrogao do projeto. Afinal, se voc no sabe o que procura,
tambm
1 Existe uma vasta literatura em torno desse tema, Entre outros,
cf Ciro F.
Cardoso Uma introduo Histria. So Paulo: Brasiliense, 1981. Ver
particularmente Umberto Eco Como se faz uma tese. So Paulo:
Perspectiva, 1988.
U
Thainara KaraczukNoteCrtes, Norma . como escrever um PROJETO DE
PESQUISA EM HISTRIA
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no saber interpretar o que encontrar. Portanto, ao estabelecer
seu objeto de estudo, seja extremamente preciso. Esclarea o tema da
pesquisa e determine o ngulo que a investigao vai assumir. Quero
dizer que no basta mencionar uma poca, um assunto ou um episdio.
necessrio fixar com bastante preciso os limites da perspectiva que
voc vai adotar ao compor seu objeto de pesquisa. No esquea que um
nico fato histrico guarda mltiplas possibilidades de abordagem.
Isso porque a realidade infinita possuindo uma pletora de dimenses,
sentimentos, modos de ser, interesses, aspectos, relaes, tipos
humanos, valores, formas de existncia, graus de percepo etc, etc.
Portanto, ao estabelecer qualquer fato histrico como alvo da sua
curiosidade, voc tambm deve determinar sob que aspecto essa
realidade ser tratada. Se voc s tem uma vaga idia do seu interesse
de pesquisa, ainda no est na hora de escrever o projeto. Estude
mais. No existe outro meio de refinar o foco da investigao.
Identifique e leia os textos clssicos que tambm trataram do
assunto; comece a fuar os arquivos; procure os dicionrios
histricos, os manuais e as boas enciclopdias; vasculhe as revistas
acadmicas e os bancos de teses; faa buscas na internet; converse
com vrios professores; pesquise nos catlogos das bibliotecas;
levante os guias de fontes e liste a bibliografia pertinente.
Enfim, pesquise o tema que voc quer investigar. O projeto anterior
pesquisa ele apresenta, antecipa e planeja o desenrolar do trabalho
envolvido na investigao histrica propriamente dita , contudo, voc s
conseguir escrev-lo se de
antemo souber aonde quer chegar. Muito bem. Para apresentar ao
leitor seu objeto de pesquisa, faa uma exposio do tema escolhido.
Mesmo que se trate de um assunto para l de batido, necessrio que
voc exiba seus conhecimentos sobre a questo. Por isso, inicie com
uma breve contextualizao histrica que narre o fato a ser
investigado. Descreva-o e tente caracteriz-lo de modo que o leitor
compreenda como voc construiu o conjunto de preocupaes que cercam
seu objeto de estudo e que vo configurar sua pesquisa, tornando-a
singular. Em outras palavras, exponha os passos do seu raciocnio
(como voc chegou at aqui) e antecipe as suas intenes de anlise (em
que direo voc pretende avanar). Quando acabar essa parte, tambm se
pode fazer uma lista com os objetivos da pesquisa. D destaque
grfico a esse item. Tal como o resumo, ele permite que o leitor
reconhea rapidamente a natureza da pesquisa. Estabelea suas metas
de investigao usando os verbos no infinitivo: analisar,
compreender, narrar, reconstituir, identificar, examinar, resgatar,
comparar, investigar, interpretar etc...
Re-conhecendo os clssicos (reviso da bibliografia & quadro
terico)
Essa parte do projeto comumente chamada de reviso
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bibliogrfica ou de exposio do referencial terico. Como sou
historiadora, prefiro entend-la tal qual uma visita de
reconhecimento aos textos clssicos2 relativos ao seu assunto da
investigao. Isso porque acredito que todo o projeto de pesquisa
encerra o dilogo intelectual entre uma tradio de pesquisa j
consolidada e as novas investidas cognitivas. Voc deve ter plena
conscincia disso: seu projeto um encontro entre os inmeros estudos
que ao longo do tempo se fixaram como paradigmas e a novidade que
voc pretende trazer para esse campo de conhecimento3. Mas alm de
expressar um elo cognoscente entre a inteligncia antiga e a atual,
o projeto de pesquisa em Histria tambm um plano de investigao sobre
os fenmenos do passado. Como sabido, a Histria investiga o passado.
Os historiadores, porm, no se lanam ao ontem saltando sobre um vcuo
temporal4. Nosso regresso no tempo se realiza atravs do
reconhecimento de toda a inteligncia que ao longo da prpria histria
foi sendo formalizada e que hoje nos aparece como uma tradio
historiogrfica, i., como um saber acumulado em torno do nosso
objeto de interesse. Esta a razo para voc visitar tais textos
consagrados. Afinal, eles no s transmitem informaes e ensinamentos
sobre os acontecimentos histricos, como
2 Encontre vrias definies de textos clssicos em talo Calvino.
Por que ler
os clssicos. So Paulo: Companhia das Letras, 1993. 3 Sobre
mudana dos padres cognitivos, Thomas Kuhn. A estrutura das
revolues cientficas. So Paulo: Perspectiva, 1974. 4 A propsito
dessa noo de temporalidade, Norma Crtes. Amnsia, o tempo
como construo. Disponvel em www.artesdotempo.hpg.com.br
tambm e principalmente oferecem exemplos de abordagem e de
configurao dos fatos. Esmice essas variedades cognoscentes, pois
todos os livros de Histria exibem uma certa maneira de modelar os
fatos cuja validade e fora explicativa que j tiveram (ou ainda tm)
seu tempo e lugar. O que quero dizer que tais obras no precisam ser
lidas por guardarem a verdade, mas sim porque exprimem a mais
genuna historicidade do conhecimento histrico. Ento, quando for
escrever o projeto, alimente o dilogo intelectual entre as suas
intenes de pesquisa e os argumentos dos autores j consagrados que
tambm trataram do assunto que hoje voc quer estudar. Para isso faa
um levantamento bibliogrfico dos principais ttulos da sua rea
temtica. Veja bem: no basta transcrever uma lista de obras. Seja
generoso e apresente as idias desses autores lanando mo de
parfrases, citaes, transcries ipsis litteris etc para demonstrar
como eles formularam e compuseram seus respectivos argumentos.
claro que no preciso dar conta de todo o debate historiogrfico que
envolve seu objeto de pesquisa. Todavia, fundamental identificar e
analisar as idias dos principais autores que de um modo ou de outro
contriburam para formar a nossa inteligncia sobre a questo. Explore
mais detidamente aqueles que tenham relao direta com seu tema e
demonstre por que eles servem (ou no) como seus modelos de
inspirao. Caso os julgue ultrapassados isso bom e muitssimo provvel
, apresente os historiadores que voc mais aprecia e justifique essa
preferncia. Quer dizer,
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explique por que razes as novas abordagens (mesmo que tenham
pouco a ver com o tema) tendem a ser mais adequadas constituio do
seu alvo de interesse. Enfim, tente fazer um primeiro esboo da
moldura conceitual e terica que vai auxiliar a analisar suas fontes
primrias e a compreender e compor seu objeto de pesquisa. Mas no se
afobe diante da exigncia de justificar suas preferncias tericas e
conceituais. Ningum est pedindo um tratado epistemolgico sobre as
vrias correntes historiogrficas. Trata-se de algo simples, que se
pode resumir na seguinte indagao: por que tal moldura terica serve
paisagem histrica que eu quero investigar? Tenha essa pergunta em
mente quando for escrever essa parte do projeto. Ela ser til para
mostrar que os modelos tericos no so escolhidos gratuitamente (logo
no se pode preferir um a outro s porque aquele parece mais
moderninho5) Escolhas cognitivas no so gestos livres, mas consistem
em reflexes sobre o conhecimento histrico, que alm de nos oferecer
um conjunto qualquer de instrumentos conceituais, so feitas em funo
do dilogo intelectual atravs do qual hoje nos aproximamos dos fatos
passados. Da que longe de ser algo postio sua pesquisa, a chamada
moldura terica decorre do modo como voc avalia e interpreta as
vises de histria dos demais autores que antes de voc j estudaram o
mesmo assunto. (de resto, esta
5 Uma bem humorada crtica a tais modismos se encontra em Jos
Murilo de
Carvalho.Como escrever a tese certa e vencer. O Globo, 16/12/
1990.
a principal razo para os reler) Por isso no adianta sacar a
primeira teoriazinha que estiver por a dando sopa. O importante
demonstrar como as novas abordagens tericas e os seus respectivos
instrumentos conceituais servem e se aplicam ao estudo, modelando o
entendimento do seu objeto da pesquisa. Resumindo, siga estas
instrues: a) apresente os argumentos daqueles autores que so
referncia obrigatria para quem quer estudar seu tema de investigao;
b) mostre a ligao (positiva ou negativa) entre essa bibliografia e
seus interesses de pesquisa; c) descreva o instrumental conceitual
que voc pretende mobilizar para interpretar seu objeto de estudo;
d) explique por que razes voc preferiu adotar tal modelo terico e
no um outro concorrente que eventualmente esteja disponvel; e)
finalmente, esclarea qual rendimento interpretativo voc espera
obter. Quanto a esse ltimo ponto, no se preocupe em estabelecer
hipteses terico-cientficas. absolutamente improvvel que voc consiga
testar conjecturas dedutivas ou validar contra-factuais manuseando
historicamente com fontes histricas; da que nem se aborrea com
isso6. Cuide apenas de antecipar as suas suspeitas de interpretao.
S lembre de mais uma coisa: a Historia no uma ilustrao comprobatria
das suas convices (sejam tericas, polticas, religiosas ou
outras).
6 Em Maria Pilar Vieira et alii. A pesquisa em Histria. So
Paulo: tica, 2000,
p 37-53. h uma rpida diferenciao entre mtodo e hiptese segundo a
ortodoxia cientfica e o atual entendimento da prtica de pesquisa
histrica.
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Metodologia e Cronograma de Atividades
A escolha do mtodo depende das suas intenes de pesquisa.
Literalmente, mtodo significa travessia, caminho7. E voc s saber
definir seu caminho se previamente souber aonde vai. Insisto e
repito: o mais importante estabelecer o que voc quer investigar.
Todavia, no pense que desnecessrio esclarecer sua abordagem
metodolgica. A rigor, esta uma das partes mais decisivas para a
aprovao do projeto, pois a partir dela a banca examinadora tambm
avalia a plausibilidade da pesquisa. Por isso, apresente uma
descrio minuciosa dos procedimentos, meios, instrumentos e
atividades que voc julga necessrios para realizar sua investigao. E
depois justifique a escolha dos mtodos descrevendo o tipo de
evidncia e de registro histrico que voc vai manusear. Voc vai
trabalhar com quais documentos8 primrios? Imagens, ou artigos de
jornais? Com textos literrios, ou escritos filosficos? Vai lidar
com objetos decorativos? Com pautas musicais? Ou sua pesquisa prev
a anlise de processos jurdicos? Voc resolveu se inspirar na
micro-histria e quer explorar relatos autobiogrficos e dirios
7 Etimologia: Mthodos. de met 'atrs, em seguida, atravs' + hods
'caminho'. Dicionrio Eletrnico Houaiss da Lngua Portuguesa 1.0, So
Paulo: Objetiva, 2001.
8 H-I. Marrou. A Histria faz-se com documentos, Do Conhecimento
Histrico. Lisboa: Martins Fontes, s/d.
ntimos? Ou, ao contrrio, vai mexer com documentos diplomticos e
governamentais? Seja l o que for, no esquea que cada uma dessas
opes admite um procedimento de pesquisa distinto e voc deve
explicar como vai aplic-los. Alm disso, responda tambm: suas fontes
primrias esto disponveis em um arquivo pblico ou preciso coletar
dados dispersos? Como voc imagina reunir e analisar esse material?
Ser preciso mobilizar alguma linguagem particular ou um
instrumental simblico e conceitual especfico? Voc est habilitado
para fazer isso? E caso voc queira se aproximar das personagens
histricas moda da Histria Oral, como planeja suas entrevistas?
Enfim, descreva e justifique os procedimentos tcnicos a serem
adotados durante a investigao. Planeje as atividades da pesquisa em
relao ao tempo disponvel. bom apresentar um cronograma (como o
exemplo abaixo) para ajudar a fixar visualmente o desenvolvimento
das etapas do trabalho. Atividades
Meses 1 2 3 4 5 6
levantamento das fontes e bibliogrfico
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anlise & leitura ////////////////// Entrevistas ///////
///////
Redao ///////
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Oramento Em geral, o primeiro projeto de pesquisa de nossas
vidas se destina Monografia de Bacharelado que, salvo raras excees,
no obtm financiamento dos rgos de fomento pesquisa. Contudo,
importante saber planejar os custos de uma pesquisa. Todo
empreendimento intelectual envolve gastos e recursos materiais. E
em breve voc vai comear a participar de concursos, concorrer a
premiaes e apresentar projetos para a ps-graduao. Por isso, a
seguir dou uma rpida explicao sobre previso oramentria. O oramento
consiste numa projeo expressa em moeda corrente dos valores
necessrios instalao e execuo da pesquisa. Nele se cruzam duas
variveis relevantes: quanto & quando. Quer dizer, voc planeja o
volume e o fluxo dos gastos da pesquisa. Alm disso, necessrio
descrever detalhadamente a natureza dos empenhos. Para simplificar,
faa uma ou mais tabelas, discriminando os vrios tipos de recursos
necessrios e os seus respectivos valores. Depois, relacione a soma
parcial desses valores com o prazo de uso ou o perodo de liberao
das verbas. E por fim, rena numa nica tabela a consolidao
oramentria (veja exemplo anexo) cruzando todas essas informaes. S
para voc ter uma idia, abaixo esto alguns itens que comumente
aparecem nos projetos de pesquisa.
Pagamento de servios a terceiros
Cpias, reprodues, microfilmagem. Digitao, copy-desk, programao
visual. Restauraes. Viagens, estadias, dirias etc.
Instalao, equipamentos e material permanente.
Infra-estrutura de instalao (mesas, aparelhos de fax etc).
Computadores, scanner, mquinas fotogrficas digitais, filmadoras
etc.
Material de consumo
Papelaria, refil do material de informtica, telefonia e tica.
Material de laboratrio, reagentes qumicos etc.
Fontes e Bibliografia A ltima parte do projeto uma listagem
inicial das fontes primrias e de todas as referncias aos ttulos da
bibliografia secundria que voc pretende usar durante a pesquisa e j
dispe. No se trata de indicar apenas os poucos textos que voc leu
para confeccionar o projeto, mas de exibir a mais completa relao de
ttulos pertinentes realizao do seu estudo. Ao confeccionar essa
listagem, caso no haja outra indicao especfica e contrria, adote as
regras da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) como padro
de
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referncia bibliogrfica e documental9. Padronizada, uma
bibliografia bem organizada tambm deve discriminar os vrios tipos
de documentao e de ttulos que possui. Quer dizer, tente agrupar
seus elementos por qualquer proximidade eletiva que voc consiga
estabelecer. Separe as fontes primrias da bibliografia secundria e
apresente aquela obedecendo ordem cronolgica. Lembre-se: mesmo que
voc trabalhe com edies posteriores, nas fontes primrias
absolutamente necessrio indicar a datao original. Alm de no
confundir os tempos, tambm de bom tom no misturar os diferentes
tipos de documentao histrica. Por isso agrupe em subitens
correspondentes os manuscritos, as imagens, os peridicos, os
livros, as colees jurdicas, os registros udio e visuais etc. Depois
organize a bibliografia secundria e (se for possvel) adote qualquer
um destes princpios como subitem: poca, assunto, rea disciplinar,
debates tericos, correntes e abordagens historiogrficas etc.
Finalmente, liste em separado o material de apoio que voc tambm
pode vir a usar (refiro-me s obras de consulta como os dicionrios
histricos ou etimolgicos, os lxicos temticos, atlas histricos e
geogrficos, as enciclopdias, tbuas cronolgicas, guias etc).
9 Visite o site da ABNT: www.abnt.org.br Ver tambm a apostila
didtica das
professoras Maria Bernadete Alves e Susana M. Arruda Como fazer
referncias bibliogrficas, eletrnicas e demais formas de documentos.
Disponvel em www.usp.br/eef/lob/md/efb128abntref2.pdf
ltimas dicas Simplifique. A elegncia agradece. Escreva na
primeira pessoa. Plural majesttico cafona. As regras de edio do
projeto seguem o padro de
apresentao dos textos acadmicos. Cause boa impresso apresentando
um trabalho organizado e limpo.
Projeto tem capa com autor, ttulo, nome do orientador,
instituio, cidade e ano.
Nomeie o projeto considerando as intenes da pesquisa.
Definitivamente, esquea as licenas poticas. Nem todos so sagazes
para entender metforas, ironias ou figuras de linguagem
semelhantes. Seja direto e preciso.
No centro da segunda folha, apresente logo um resumo do projeto
com aproximadamente dez linhas; tambm til listar umas cinco
palavras chaves e/ou os principais assuntos.
Antes de entregar, faa uma reviso do texto. Ento, elimine os
excessos e declare guerra afetao retrica e ao exibicionismo terico
bobo. Acredite: quem bom simples.
Use a criatividade, abuse da autocrtica. No espere que seu
orientador resolva seus problemas.
Mas confie nele; ele s levar seu projeto banca examinadora se o
puder defender.
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Glossrio Clssicos: Diz-se das obras formadoras do nosso modo de
pensar e escrever sobre um determinado assunto. Pois assim como os
artistas plsticos contemporneos no se voltam mais natureza para
pintar seus quadros antes de mirarem as belezas naturais, retornam
tradio das formas e tcnicas da pintura, elaborando suas obras como
reaes inteligentes s antigas prticas da representao pictrica , os
historiadores quando investigam o passado tambm regressam aos
clssicos para formularem seus modos de perceber e enquadrar a
realidade histrica. Correntes historiogrficas: Escolas de
historiadores que comungam das mesmas vises acerca do estatuto do
conhecimento histrico. Mesmo sem vnculos institucionais ou forte
sistematicidade, tais comunidades intelectuais partilham idias
bastante similares sobre os mtodos, a natureza dos objetos, as
formas da escrita, a fundamentao terica e as prticas disciplinares
da Histria. Como exemplos mais ou menos recentes, pode-se citar a
Escola dos Annales, os historiadores ingleses prximos ao marxismo,
as correntes da nova Histria Cultural, a Micro-Histria ou as
inclinaes hermenuticas e ps-modernas dos atuais estudos histricos.
Documento histrico: Expresso tangvel e demonstrvel de
toda e qualquer manifestao da realidade e da inteligncia humana.
Registros textuais, objetos utilitrios ou pinturas rupestres, os
documentos histricos testemunham o modo de ser, viver e pensar dos
homens. Evidncia histrica: veja documento e fonte primria Fato
histrico: Todo e qualquer elemento da realidade humana cuja
existncia abstrata (idias, smbolos, sentimentos, crenas etc) ou
concreta (guerras, regimes climticos, movimentos migratrias,
utenslios domsticos etc) historicamente explicvel e compreensvel.
Fonte ou bibliografia secundria: Conjunto de obras e registros
textuais, pictricos ou sonoros produzidos numa poca posterior aos
fatos histricos que investigamos, mas que versam sobre esses
episdios. As fontes secundrias no s narram os acontecimentos, como
tambm exibem variaes nas formas de analisar e compreender o
passado. (cf. clssicos) Fontes primrias: Documentao gerada no
contexto histrico e produzida pelos protagonistas poca que visamos
investigar. Embora os limites de durao dos contextos histricos no
possam ser determinados a priori, as fontes so consideradas
primrias quando so documentos originais, genunos do perodo a ser
pesquisado, que compartilham de um universo temtico comum e da
mesma ambincia social e cultural.
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Glossrio: rol de palavras que todos usam, mas como no sabem bem
os seus significados, precisam redefini-las cada vez que as
empregam. Professor orientador: criatura persecutria que faz voc
trabalhar. Quadro ou moldura terico-conceitual: Espcie de caixa de
ferramentas intelectuais que voc utiliza para moldar e analisar os
fenmenos histricos. A teoria consiste na disposio que divide e
organiza a caixa em vrios compartimentos, e os conceitos so as
ferramentas propriamente ditas. A questo saber como e quando usar
tais utenslios. Afinal, chaves de fenda no servem para pregar
pregos.
No entendeu? Escreva para mim: [email protected]
Norma Crtes
Anexo I Exemplo de tabela para ORAMENTO CONSOLIDADO
1 semestre
2 semestre
3 semestre
4 semestre
TOTAL DESPESA
AF1 AF2 AF1 AF2 AF1 AF2 AF1 AF2 Material de consumo
Viagens, passagens, dirias e afins.
Servios de terceiros
Equipamentos e material permanente
TOTAL
rgos de fomento VOLUME TOTAL DE RECURSOS Ano 1 Ano 2 TOTAL (AF1)
AGNCIA FINANCIADORA 1
(AF2) AGNCIA FINANCIADORA 2
* Historiadora, Mestre em Histria Social pela PUC-Rio e Doutora
em Cincias Humanas (cincia poltica) pelo IUPERJ. bolsista
recm-doutor pelo CNPq junto ao Departamento de Histria e ao PPGH da
UERJ, onde leciona disciplina na rea de Teoria e Metodologia da
Histria e desenvolve pesquisa sobre Nelson Werneck Sodr e Joo Cruz
Costa.