1 Clipping de notícias do dia 14/09/2016 CORREIO BRAZILIENSE (DF) 14/09/2016 BRASIL Campanha nacional de vacinação começa na próxima segunda-feira Neste ano, o esquema de aplicação de quatro imunizantes foi alterado: poliomielite, HPV, meningocócica C e pneumocócica 10 valente Começa na próxima segunda-feira, 19, e vai até 30 deste mês, a campanha nacional de multivacinação. Trinta e seis mil postos oferecerão vacinas a crianças de até 5 anos, de 9 anos e entre 10 e 15 anos. A atualização de hepatite C, no entanto, corre o risco de não ser feita neste momento. Há problemas nos estoques da vacina, que, pelos cálculos do ministério, serão solucionados somente quando a campanha estiver na sua fase final. A maior preocupação com hepatite C é com jovens, pois a cobertura vacinal de crianças, de acordo com a pasta, é alta. A recomendação é de que, no caso de não haver vacina, funcionários entrem em contato com jovens para que retornem aos postos, assim que o imunizante chegar. A diretora substituta do Programa Nacional de Imunização, Ana Gorete, afirmou que, no caso das outras doenças, há doses suficientes para realizar a campanha. “O desabastecimento enfrentado nos últimos dois anos foi solucionado”, disse. Foram adquiridas 19 mil doses extras para fazer a campanha. Neste ano, o esquema de aplicação de quatro imunizantes foi alterado: poliomielite, HPV, meningocócica C e pneumocócica 10 valente. O da pólio passou a ser feito por meio de três doses da vacina injetável (aos 2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de vacina oral, a da gotinha. Até ano passado, o esquema era feito com duas doses injetáveis e três orais. A mudança atende a uma recomendação da Organização Mundial da Saúde. No caso do HPV, o esquema vacinal passou este ano de três para duas doses, com intervalo de seis meses entre elas. O esquema anterior, no entanto, continua valendo para mulheres com HIV em idade entre 9 e 26 anos. No caso da vacina meningocócia, a mudança ocorreu no reforço. Antes, era feito aos 15 meses. A partir de agora, pode ser feito aos 12 meses. Há possibilidade, no entanto, de o reforço ser feito até 4 anos. No caso da pneumocócia, houve também uma mudança: agora são dois em vez de três reforços. “Vacinação é todo dia. Este é um esforço para regularizar as cadernetas”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, ao apresentar as peças da campanha, que começam a ser veiculadas a partir de hoje.
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Clipping de notícias do dia 14/09/2016
CORREIO BRAZILIENSE (DF)
14/09/2016
BRASIL
Campanha nacional de vacinação começa na
próxima segunda-feira
Neste ano, o esquema de aplicação de quatro imunizantes foi alterado: poliomielite,
HPV, meningocócica C e pneumocócica 10 valente
Começa na próxima segunda-feira, 19, e vai até 30 deste mês, a campanha nacional
de multivacinação. Trinta e seis mil postos oferecerão vacinas a crianças de até 5
anos, de 9 anos e entre 10 e 15 anos. A atualização de hepatite C, no entanto, corre o
risco de não ser feita neste momento. Há problemas nos estoques da vacina, que,
pelos cálculos do ministério, serão solucionados somente quando a campanha estiver
na sua fase final. A maior preocupação com hepatite C é com jovens, pois a cobertura
vacinal de crianças, de acordo com a pasta, é alta.
A recomendação é de que, no caso de não haver vacina, funcionários entrem em
contato com jovens para que retornem aos postos, assim que o imunizante chegar. A
diretora substituta do Programa Nacional de Imunização, Ana Gorete, afirmou que, no
caso das outras doenças, há doses suficientes para realizar a campanha. “O
desabastecimento enfrentado nos últimos dois anos foi solucionado”, disse. Foram
adquiridas 19 mil doses extras para fazer a campanha.
Neste ano, o esquema de aplicação de quatro imunizantes foi alterado: poliomielite,
HPV, meningocócica C e pneumocócica 10 valente. O da pólio passou a ser feito por
meio de três doses da vacina injetável (aos 2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de
vacina oral, a da gotinha. Até ano passado, o esquema era feito com duas doses
injetáveis e três orais. A mudança atende a uma recomendação da Organização
Mundial da Saúde.
No caso do HPV, o esquema vacinal passou este ano de três para duas doses, com
intervalo de seis meses entre elas. O esquema anterior, no entanto, continua valendo
para mulheres com HIV em idade entre 9 e 26 anos. No caso da vacina meningocócia,
a mudança ocorreu no reforço. Antes, era feito aos 15 meses. A partir de agora, pode
ser feito aos 12 meses. Há possibilidade, no entanto, de o reforço ser feito até 4 anos.
No caso da pneumocócia, houve também uma mudança: agora são dois em vez de
três reforços. “Vacinação é todo dia. Este é um esforço para regularizar as
cadernetas”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, ao apresentar as peças da
campanha, que começam a ser veiculadas a partir de hoje.
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CORREIO BRAZILIENSE (DF)
14/09/2016
SAÚDE
Filho prematuro, mais risco de depressão
Estudo americano mostra que a incidência da doença é quase o dobro nas mães de
bebês que demandam muito cuidado médico após o parto. Entre os fatores
desencadeantes, está a diminuição da percepção de bem-estar e de conforto com o
filho
Por dia, 41.095 bebês nascem antes de completar 37 semanas de gestação, estima a
Organização Mundial da Saúde (OMS). Primeira causa de mortalidade de meninos e
meninas com menos de 5 anos, a prematuridade também é responsável por
problemas visuais e auditivos e incapacidades de aprendizagem. Um estudo da
Warren Alpert Medical School, da Universidade de Brown, nos Estados Unidos, traz o
impacto do parto antecipado nas mães. Segundo pesquisa divulgada na última edição
do The Journal of Pediatrics, a incidência da depressão pós-parto nessas mulheres
chega a ser o dobro da registrada entre as que chegaram ao fim recomendado da
gravidez.
Os cientistas observaram que as condições são piores para aquelas cujos filhos
precisam ser assistidos em unidades de terapia intensiva (UTI) e quando há a
ocorrência de problemas psiquiátricos antes do parto e/ou da gravidez. “Descobrimos
que mulheres com um distúrbio de saúde mental prévio experimentam percepções
negativas sobre elas próprias e os filhos no momento da alta da UTI
independentemente da idade gestacional do recém-nascido no momento do
nascimento”, explicou, em comunicado à imprensa, Katheleen Hawes, autora principal
da pesquisa.
O estudo foi feito com 724 mães de bebês prematuros, cuidados por mais de cinco
dias em UTIs. As mulheres frequentaram um programa de transição, com
especialistas, antes de levarem as crianças para casa. Um mês depois, participaram
de uma atividade que avaliou a percepção delas sobre o suporte profissional na UTI; o
bem-estar infantil e materno, incluindo aptidão emocional e habilidades práticas; e o
conforto materno, ligado a preocupações com o bebê. O histórico de saúde mental e o
risco social das participantes, incluindo, por exemplo, questões econômicas, também
foram considerados pelos pesquisadores.
“Mães cuja prematuridade dos bebês foi extrema, moderada e tardia apresentaram
taxa de depressão de 20%, 22% e 18%, respectivamente”, detalhou Hawes. De uma
forma geral, a OMS estima que a depressão pós-parto acomete de 10% a 15% das
mulheres no mundo. Prematuros tardios são aqueles com idade gestacional entre 34
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semanas e 36 semanas; os moderados, entre 31 e 35 semanas; e os extremos, entre
24 e 30 semanas. Segundo a pesquisadora, um mês depois de as crianças receberam
alta, foram constatadas diminuição da percepção de bem-estar materno, do conforto
em relação ao filho e da percepção de coesão familiar. “Esses fatores também estão
associados à possível depressão”, complementou.
Razões diversas
O sentimento de melancolia ou tristeza nos dias posteriores ao parto ocorre
frequentemente nas mulheres e não é encarado como problema pelos médicos. A
depressão pós-parto caracteriza-se por uma mudança de humor mais grave e que
pode durar semanas ou meses. Alterações hormonais, principalmente nas taxas de
estrógenos e progesterona; histórico anterior de problemas psiquiátricos; a tensão
emocional e o estresse do parto; e as preocupações com os cuidados com o recém-
nascido são fatores que desencadeiam o quadro. Especialistas, porém, têm relatado a
influência de questões mais externas, como a condição socioeconômica e o
sedentarismo de mulheres. (Leia Para saber mais)
Hawes e a equipe, que consideraram esses fatores no estudo, defendem uma
avaliação global da saúde mental das grávidas para a identificação daquelas mais
suscetíveis a serem acometidas pela doença, principalmente quando o nascimento do
filho não ocorre como o esperado. “A Avaliação mais abrangente e intervenções para
reduzir a ansiedade e reforçar a saúde mental, a confiança e a prontidão são
necessárias para identificar e tratar as mães de bebês prematuros que precisarão de
apoios”, escreveram, no artigo divulgado.
Oportunidade
Panorama brasileiro
Divulgado em abril no Journal of Affective Disorders, um estudo da Escola Nacional de
Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz), mostrou
que, em cada quatro brasileiras, mais de uma apresenta sintomas de depressão no
período de seis a 18 meses após o nascimento do filho. O trabalho, baseado na
entrevista com 23.896 mães, fez também uma espécie de raios X do problema
psiquiátrico no Brasil considerando fatores econômicos e sociais.
De uma forma geral, as pacientes têm cor parda, baixa condição socioeconômica,
antecedentes de transtorno mental, hábitos não saudáveis, como a ingestão excessiva
de álcool, e tiveram uma gravidez não planejada. Segundo Mariza Theme, a
responsável pelo estudo, os resultados foram coerentes com o demonstrado pela
literatura internacional.
Também chamou a atenção o fato de o transtorno ter sido mais diagnosticado nas
participantes que pior avaliaram o atendimento recebido durante o parto. Nelas, a
probabilidade de apresentar os sintomas da doença foi duas vezes maior. “Isso
suscitou algumas interpretações, mas, como a investigação da depressão foi realizada
em um único momento, não sabemos se a avaliação foi ruim porque a mulher estava
deprimida ou se o atendimento, de fato, foi inadequado e desencadeou o surgimento
dos sintomas”, ponderou Theme, em entrevista ao Informe ENSP.
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Alerta para a psicose
Grávidas com transtorno bipolar, seus parentes e médicos devem ficar atentos para o
risco aumentado de desenvolvimento da psicose pós-parto. O alerta foi feito no último
dia 9 por cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e do Centro
Médico Erasmus, na Holanda, durante a divulgação, no The American Journal of
Psychiatry, uma nova revisão sobre a literatura da doença.
Rara e pouco pesquisada, a psicose pós-parto acomete de uma a duas a cada mil
mulheres. Além dos sintomas da depressão, a paciente pode ter pensamentos
suicidas ou violentos, alucinações e, por vezes, o desejo de fazer mal ao bebê.
Katherine Wisner, autora principal da revisão científica, conta que a mãe tem delírios,
como “uma força escura ou fora do corpo que a faz querer prejudicar o bebê”. “Essa é
uma doença muito séria e ninguém gosta de tratar mulheres com medicação durante a
gravidez ou a amamentação, mas há, certamente, muito alto risco em não tratar, como
o de suicídio”, ressaltou.
Segundo os autores, existe uma relutância dos médicos em prescrever o lítio para
mulheres que amamentam por medo de que a droga impacte negativamente o bebê.
Eles dizem, porém, que o acompanhamento de um pequeno número de mães que
ingerem o medicamento e amamentam os filhos não tem detectado efeitos adversos
nas crianças. “Na maioria das vezes, o risco de o medicamento é menor do que o risco
de a doença não controlada”, reforçou Wisner.
CORREIO BRAZILIENSE (DF)
14/09/2016
CIDADES
Perigo ronda as crianças
Vulneráveis, os pequenos são vítimas constantes de acidentes. Em pouco mais de um
ano, a capital apresentou 417 casos de intoxicação. Mas levantamento aponta que o
DF foi a 5ª unidade da Federação que mais reduziu o número de mortes por causas
domésticas
Um lapso de atenção de poucos segundos pode ser fatal: quedas, queimaduras,
afogamentos, sufocação, engasgos, envenenamentos e mais uma série de acidentes
domésticos que colocam em risco a vida das crianças. Não há outra alternativa: a
vigilância constante livra a infância de traumas — muitas vezes, indeléveis. Na capital
federal, entre janeiro de 2015 e abril passado, a Secretaria de Saúde registrou 417
casos de intoxicação em crianças. Além disso, em média, 40% dos atendimentos na
Unidade de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) são nessa faixa
etária.
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Apesar dos registros alarmantes, o DF ocupa um ranking de estatísticas mais
positivas. Em 15 anos, apenas 12 unidades da Federação diminuíram índices de
mortes por acidentes domésticos com crianças. A capital federal está em 5º lugar, com
redução de 40,1% dos casos. Quando são mortes por sufocação, nove recuaram e o
DF está na liderança dos índices, com uma queda de 71,8%. Os dados são parte do
levantamento inédito da Criança Segura, instituição dedicada à prevenção de
acidentes com crianças, que analisou informações dos últimos 15 anos no Brasil. Na
capital federal, um dos grandes problemas ainda são os acidentes de trânsito
envolvendo os pequenos. Apesar de o índice também ter recuado (17,7%), a queda no
DF ficou acima da média nacional.
De acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde —
recorte do Distrito Federal —, as principais causas de acidentes são de transporte,
sobretudo entre 5 e 14 anos, agressões, demais causas externas (quedas, cortes,
etc.) e afogamento. Na maioria das vezes, os problemas ocorrem na cozinha. Os
atendimentos relacionados aos pequenos representam 50% do volume de trabalho do
Centro de Informações Toxicológicas (CIT) da Secretaria de Saúde. Situações que
envolvem crianças de até 4 anos são as mais frequentes. Intoxicação por
medicamentos (41%) e animais peçonhentos (25%) centralizam os casos.
Sem prevenção
A falta de atenção, segundo especialistas ouvidos pelo Correio, é o principal
combustível para as tragédias. O cenário é acentuado pela falta de campanhas
educativas e políticas públicas de prevenção. A casa é um universo suscetível a
grandes perigos, qualquer descuido pode ser fatal, mesmo que as crianças
apresentem um nível de habilidades psicomotoras, como andar com poucos meses de
vida, acima da média para a idade. “As crianças reúnem um conjunto de fatores
perigosos: são curiosas, não têm noção de risco e se movimentam com agilidade”,
alerta a Veroni Medeiros, responsável pela área técnica de Desenvolvimento Infantil
da Pastoral da Criança (leia Três perguntas para).
A redução dos casos fatais não diminui o alerta para a ameaça dos acidentes. A
coordenadora nacional da Criança Segura, Gabriela Guida de Freitas, cobra
investimentos na segurança das crianças e na prevenção de riscos. O levantamento
da instituição mostra que somente em unidades da Federação com alta renda per
capita — no DF, esse cálculo é de R$ 2.055, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), entre as mais altas do país — foi possível reduzir o
índice de ocorrências. “Falta ação do governo. É importante falar disso. O brasileiro
não tem a cultura de prevenção”, critica.
Na última década, houve queda nas internações de crianças vítimas de acidentes
domésticos, segundo o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva), do
Ministério da Saúde. Em 2010, foram 11,6 mil cuidados intensivos por acidentes
domésticos, que custaram R$ 8,2 milhões aos cofres públicos. No ano seguinte, o
número de hospitalizações caiu para 10,2 mil. Segundo o levantamento da Criança
Segura, o DF reduziu em 11,4% esse tipo de internação — 15 unidades da Federação
apresentaram a mesma tendência, na última década e meia, sendo o Distrito Federal o
quinto colocado. Em 2000, as mortes chegaram a 376, contra 253 em 2010.
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Trauma
A experiência é impactante para o cuidador e para a criança. Sarar as lesões
desencadeados pelo acidente também exigem cuidado. “No interior dessa relação
pais/criança é que se encontra uma resposta positiva ou negativa. A criança carece de
proteção. Já os pais devem ter com clareza que acidentes acontecem em qualquer
fase da vida, e a resposta deve vir com carinho, amor e acolhimento. Isso já é um ato
curativo”, explica Vitor Santiago Borges, psicólogo especialista em tratamento infantil
do Instituto de Medicina e Psicologia Integradas.
Naturalizar uma situação, por exemplo, de queda, pode trazer ensinamentos. Vitor
ressalta que há uma onda crescente de pais superprotetores que comprometem o
desenvolvimento e o amadurecimento. “Pais superprotetores criam pessoas
incapacitadas, que não conseguem se adaptar a atividades da vida e são dependentes
do cuidado do outro. São adultos que não aprendem a se autocuidar e se tornam
frágeis. Em determinados casos, pode desencadear um trastorno de personalidade
dependente, ou seja, um adulto que não desenvolveu autonomia”, completa.
Três perguntas para Veroni Medeiros, responsável pela área técnica de
Desenvolvimento Infantil da Pastoral da Criança
Por que ainda ocorrem tantos acidentes?
São falhas na vigilância. Não podemos estar juntos da criança e não estarmos atentos.
Uma das questões é o descuido. As crianças são rápidas, frágeis e não têm
consciência de perigo. Muitas vezes, criamos ambientes que não são favoráveis, como
a organização da casa, o uso de toalhas de pontas longas nas mesas e o
armazenamento de produtos tóxicos. Precisamos adequar os ambientes à idade da
criança. As mãos e os olhos são curiosos, e as crianças, observadoras.
Para evitar acidentes com as crianças, quais são os cuidados que se deve ter?
Na casa, alguns cuidados são necessários, como: usar os protetores de tomada;
colocar chaves ou trava de segurança nas gavetas, principalmente as gavetas que
tenham facas ou tesouras; na cozinha, pôr os cabos de frigideiras e panelas sempre
virados para o lado interno do fogão; evitar brincar e correr de meia dentro de casa —
isso pode ocasionar queda das crianças e, às vezes, até se machucar muito; evitar
cadeiras e bancos perto de janelas, pois as crianças podem subir e se machucar; ter
sempre muito cuidado com as janelas nos prédios, mantendo-as sempre fechadas.
Qual a principal dificuldade em reduzir os acidentes?
Faltam campanhas e políticas públicas para mobilizar as famílias, mas temos uma
cultura de construir a casa para os adultos e não para as crianças. O ambiente da
casa não é pensado para que as crianças vivam tranquilamente. Por isso, ouvimos
tanto “não mexa ali”, “não faça isso”. Isso precisa ser repensado, projetar espaços
seguros. As crianças precisam se movimentar.
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CORREIO BRAZILIENSE (DF)
14/09/2016
CIDADES
Por menos lágrimas e mais sorrisos
A prevenção é a melhor estratégia para reduzir o número de acidentes envolvendo
crianças e adolescentes. No entanto, apesar da simplicidade da abordagem e das
medidas a serem adotadas no cotidiano, esse desafio depende de um ponto
fundamental: o compromisso da família, das escolas e do governo para que os
pressupostos de proteção sejam efetivamente colocados em prática.
A morte acidental de uma pessoa tão jovem não pode ser vista como algo corriqueiro,
uma ação do destino. Os números existem para nos lembrar a existência de dramas
que poderiam ter sido evitados. Mais que isso, as estatísticas devem provocar uma
profunda reflexão, fazendo com que possamos entender o que é possível e necessário
fazer a mais para proteger esses indivíduos.
Na base de tudo, está a união de esforços. Se cabe ao Estado a tarefa de elaborar e
implementar políticas públicas que prevejam o uso de produtos mais seguros e a
disseminação do treinamento em primeiros socorros, por sua vez, é preciso que as
regras criadas deixem o campo teórico e passem a ser exercidas na prática.
Nesse ponto, a sociedade como um todo — pais, responsáveis, professores, médicos
etc. — deve se irmanar pela adequação dos espaços de moradia e convivência. O
país está diante de uma epidemia, que afeta todas as regiões geográficas, gêneros,
etnias e níveis socioeconômicos e educacionais.
Acreditar que uma criança — ou adolescente — é incapaz de se ferir dentro de casa
ou na escola não é o melhor caminho. Agir assim é pensar que, se fecharmos os
olhos, o mundo será azul ou cor-de-rosa. Pelo contrário, a realidade é multifacetada e,
por isso, é preciso estar atento, alerta, para que os representantes das futuras
gerações continuem a sorrir, e os pais tenham apenas lágrimas de alegria.
Luciana Rodrigues Silva é residente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
JORNAL DE BRASÍLIA (DF)
14/09/2016
CIDADES
Governo ignora decisão da Justiça e bebê morre
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Recém-nascido aguardava cirurgia no coração. Há 11 crianças na fila
Anexo.
FOLHA DE SÃO PAULO (SP)
14/09/2016
COTIDIANO
Investigação sobre médicos do Einstein ouvirá ex-
pacientes
A Polícia Civil de São Paulo vai convocar ex-pacientes do hospital Albert Einstein que
tenham sido submetidos a cirurgias cardíacas sob o comando de médicos suspeitos
de ligação com empresa fornecedora de próteses.
Os investigadores querem saber se alguma dessas pessoas recebeu implante de
prótese cardíaca sem necessidade. Um grupo de médicos do IML (Instituto Médico
Legal) do Estado poderá ajudar a polícia nessa apuração.
Como a Folha revelou nesta terça (13), o Einstein apresentou à polícia denúncia
contra dois médicos do hospital suspeitos de receber pagamentos e favorecer uma
fornecedora de próteses.
Os médicos investigados, Marco Antonio Perin e Fábio Sandoli de Brito Júnior,
comandavam até junho deste ano o Centro de Intervenção Cardiovascular do hospital
–especializado em tratamento por cateterismo como angioplastia e implante de stent.
Perin foi demitido do Einstein, e Brito Júnior, afastado do comando do centro de