Correções Divinas Título original: Divine Chastening Por: James Smith (1802—1862) Traduzido, Adaptado e Editado por Silvio Dutra Jan/2017
Correções Divinas
Título original: Divine Chastening
Por: James Smith (1802—1862)
Traduzido, Adaptado e
Editado por Silvio Dutra
Jan/2017
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S651
Smith, James – 1802 -1862
Correções divinas/ James Smith. Tradução , adaptação e edição por Silvio Dutra – Rio de Janeiro, 2017. 22p; 14,8 x 21cm Título original: Divine Chastening 1. Teologia. 2. Vida Cristã 2. Graça 3. Fé. 4. Alves, Silvio Dutra I. Título CDD 230
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"Considera, pois, no teu coração que,
como um homem corrige a seu filho,
assim te corrige o Senhor teu Deus."
(Deuteronômio 8: 5)
O castigo flui da justiça; o castigo flui do amor.
O primeiro é infligido pelo juiz, este último é
administrado pelo pai. Os crentes em Jesus são
muitas vezes castigados, mas nunca são
punidos, porque eles não estão sob a lei, mas sob
a graça.
Estando unidos a Jesus, justificados pela fé, não
há condenação para eles, pois Deus já não os
trata como criminosos, mas como a filhos. Da
Sua infinita sabedoria, do Seu terno amor e Sua
inviolável fidelidade fluem todas as suas
correções. Ele descansa em Seu amor e regula
todas as Suas relações com eles.
As palavras de Moisés a Israel são palavras
doces, e igualmente aplicáveis a nós:
"Considera, pois, no teu coração que, como um
homem corrige a seu filho, assim te corrige o
Senhor teu Deus."
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Deus é o Pai, você é o filho, portanto, para formar
o seu caráter, para corrigir seus erros, e mostrar
Seu amor, Ele corrige você.
Para que o Senhor o corrige?
Deus corrige você por sua obstinação. Ele deseja
que você o deixe governar, arranjar seus
negócios e fazer passar toda a sua bondade
diante de você. Mas você quer seu próprio
caminho, para satisfazer suas fantasias, e para
gratificar suas próprias paixões e luxúrias. Você
não vai se submeter. Você não deixará a si
mesmo e seus negócios em Suas mãos, e não
lançará todos os seus fardos e seus cuidados
sobre ele. Esta loucura exige correção, e nosso
Pai Celestial nunca poupa a vara ao filho
rebelde.
Deus corrige você por sua negligência. Quantos
privilégios você despreza, e quantos deveres
negligencia. Enquanto cuida das coisas
insignificantes, você negligencia os assuntos
importantes. Enquanto dá o coração ao que é
temporal, você presta pouca atenção ao
espiritual e ao eterno. Você negligencia o fim de
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sua eleição, o desígnio de Deus em sua salvação,
a glorificação mesma de Seu grande nome.
Seu alto chamado é honrar a Jesus, fazer Sua
vontade, magnificar Sua graça, espalhar sua
gloriosa verdade. Você negligencia seu próprio
coração, que deve ser guardado com toda a
diligência. Você negligencia seu quarto de
oração, onde Deus espera encontrá-lo e
abençoá-lo. Você negligencia sua Bíblia, na qual
Deus fala com você. Você negligencia, às vezes,
as ordenanças do Senhor, pelas quais Ele
comunica força, conforto e graça a você. Por
estas coisas, o vosso Pai lhe corrige!
Deus lhe corrige por sua desatenção. Você está
desatento com seus livros! Ele pede que você
leia Suas maravilhas em Suas obras da natureza,
Suas operações nas dispensações de Sua
providência e a clara revelação de Sua vontade,
na Bíblia Sagrada. O livro da consciência deve
ser diariamente atendido e equilibrado, e o livro
da lembrança deve ser olhado e melhorado.
Quão desatentos somos ao mover e sussurros do
Espírito Santo, bem como à voz de Deus falando
por Seus servos e Seu Filho.
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Por esta desatenção, para nos fazer estudiosos, e
nos ensinar a lucrar, Ele nos corrige; não para
Seu prazer, mas para nos fazer participantes de
Sua santidade.
Por suas rebeliões. "Você tem sido", disse
Moisés, "um povo rebelde, desde o dia que eu te
conheci"; e este testemunho é tão verdadeiro
para nós quanto para eles. Nós nos rebelamos e
aborrecemos Seu Espírito Santo. Temos
manifestado nossa rebelião por pensamentos
duros, palavras perversas e atos ímpios.
Recusamo-nos obstinadamente, às vezes, a
inclinarmo-nos à Sua autoridade, a fazer Sua
vontade, ou a andar em Seus caminhos.
Tentamos afastar o jugo de nossos ombros,
nossos corações têm sido rebeldes, e nossas
línguas têm murmurado perversidade. Nós
queremos licenciosidade, em vez de liberdade;
anarquia, em vez de liberdade, e nossa própria
maneira, em preferência à de Deus. Esta loucura
está ligada no coração da criança, mas a vara da
correção a afastará dela!
Deus corrige você por seu mundanismo.
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O Dever disse; "Não vos conformeis com este
mundo".
O Privilégio disse; "Pensai nas coisas do alto, e
não nas que são da terra".
A Profissão disse; "Eu sou um estranho, e um
peregrino na terra, como todos os meus pais
foram."
Mas a Conduta disse; "O mundo é bom, eu o
admiro, eu devo ser como ele, e vou desfrutá-lo."
Assim, a Palavra de Deus foi rejeitada, a honra de
Deus foi desconsiderada e o Salvador foi ferido
na casa de Seus amigos. Os julgamentos são
preparados para tais escarnecedores, e o açoite
para as costas de tais tolos, porque Deus disse;
"Eu visitarei as suas transgressões com a vara, e
as suas iniquidades com açoites."
Então, "não ameis o mundo, nem o que há no
mundo, porque se alguém ama o mundo, o amor
do Pai não está nele". Não busque o sorriso, o
favor ou a amizade do mundo, pois se qualquer
homem for amigo do mundo, ele se torna
inimigo de Deus.
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Em uma palavra, em relação aos seus pecados:
Nada aflige a Deus, senão nossos pecados. Nada
chama a vara de Deus sobre nós, senão nossos
pecados, porque Ele não aflige voluntariamente,
nem por prazer aos filhos dos homens. Para
corrigir do pecado, ou impedir que caiamos em
pecado, Deus usa Sua vara. Nossos pecados
secretos, que só Deus conhece, os pecados do
coração; ou nossos pecados abertos, que os
outros testemunham, e pelos quais outros
sofrem faz com que Deus nos castigue.
Ele não nos amou? Ele permitiria que
continuássemos em pecado? Se não fôssemos
Seus filhos, Ele nos deixaria continuar pecando,
e assim seríamos punidos no julgamento final.
Mas, porque nos amou com um amor eterno,
porque somos Seus filhos queridos, portanto,
como um homem castiga Seu filho, assim o
Senhor nosso Deus nos castiga!
COMO o Senhor nos castiga?
Às vezes, franzindo a testa na alma, que produz
escuridão, perplexidade e angústia. Então, não
podemos interpretar o nível de nossas
evidências espirituais (perseverança, vigilância,
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etc.), não podemos reivindicar ou nos apropriar
das promessas, não podemos desfrutar das
ordenanças públicas, não temos acesso com
confiança a Deus, em privado. Assim, nossas
graças se secam, nossos confortos morrem e
nossas esperanças diminuem. Não há paz de
consciência, nem alegria em Deus, nem regozijo
na salvação. Não podemos ver o nosso caminho,
traçar a obra de Deus em nossas almas, ou
antecipar a vinda de Jesus com qualquer prazer.
Sentimo-nos calados, apertados e cheios de
confusão, então não há vida em oração, nem
zelo por Deus, senão a mente se ocupando com
assuntos sombrios, tristes e deprimentes.
Às vezes recusando-se a responder à oração;
então o dever torna-se cansativo, o coração
endurece, e tiramos conclusões erradas,
"Quando eu clamo, Ele fecha os ouvidos à minha
oração!"
Agora, senão pela consciência, ou pelo temor do
Senhor que está profundamente na alma, a
oração seria completamente abandonada e a
forma da religião lançada fora. Mas, como não
ousamos fazer isso, vamos para o dever como o
criminoso para a correção dos açoites, ou o
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aluno ocioso para sua tarefa difícil. O coração
tem pouca simpatia com os lábios, e é frio, duro
e sombrio. Agora, escrevemos coisas amargas
contra nós mesmos, ouvimos as sugestões de
Satanás, e cheios de amor próprio, lamentamos
a nossa dura sorte.
Às vezes, procuramos guardar as ordenanças
divinas, mas elas se tornam tediosas,
desagradáveis e inúteis. Nós atendemos a elas,
mas não nos encontramos com Deus nelas, pois
logo nos cansamos delas, e talvez comecemos a
negligenciá-las. Ordenanças sem Deus são
como poços sem água, mesas sem alimento e
corpos sem vida. Se chegarmos a elas com fome,
vamos embora insatisfeitos; ou se viermos
esperando conforto, partimos decepcionados.
Ordenanças sem Deus, nunca podem satisfazer
uma alma viva.
Às vezes, pelas dispensações da Providência;
então temos perdas, cruzes e aflições. Tudo
parece dar errado conosco. Todo mundo parece
ter sucesso melhor do que nós. A doença, talvez
se apodera do corpo e temos fortes dores, ou
grande fraqueza, ou depressão nervosa. Ou o
comércio cai, o negócio cai, as dívidas
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incobráveis são feitas, as demandas inesperadas
são feitas sobre nós, ou as flutuações dos
mercados nos provam. Por vários meios, e de
várias maneiras, o Senhor disciplina Seus filhos,
pois quando Ele pretende corrigir, nunca perde
uma vara, e a vara que Ele escolhe sempre
parece nos causar dor, porque quando Deus
golpeia, Ele pretende que nós devamos sentir.
O próprio Senhor castiga Seus filhos. Ele nunca
permite que Seus filhos sejam açoitados por
outros, nem mantem um sargento para fazê-lo.
Ele mesmo disciplina cada filho. Ele seleciona o
instrumento; Ele não pega uma vara que pode
"por acaso" vir à Sua mão. Não! Ele vai para a
floresta e escolhe a vara mais adequada para nos
corrigir! O homem orgulhoso sempre imagina
que Deus escolheu a vara errada, ou bate no
lugar errado, ou corrige no momento errado,
mas se Ele ataca o corpo, ou se apodera da
propriedade, ou remove o parente, ou afasta o
amigo, ou aflige a alma é em sabedoria infinita,
e amor perfeito que o faz.
Ele numera seus açoites; nem muitos, nem
poucos, apenas o número certo é designado.
MENOS não humilharia o coração orgulhoso,
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não dobraria a vontade obstinada, ou faria voltar
os pés errantes. MAIS abalaria indevidamente,
daria a Satanás uma ocasião contra nós, ou
endureceria nossos corações. Crente, você
nunca terá mais um golpe além dos que seu Pai
Celestial designou.
Ele marca os efeitos da vara; Ele observa o efeito
produzido por cada golpe. Se cairmos aos Seus
pés, humilharmo-nos perante Ele,
confessarmos os nossos pecados e apelarmos à
Sua misericórdia, apoderamo-nos de Sua força,
e logo o castigo cessa. Quando a lágrima da
penitência é vista em nossos olhos, a vara cai
logo de Sua mão. Ou, se a disciplina é
continuada, tal conforto, paz e mansidão fluem
para a alma, que nós chamamos de doce aflição,
e bendizemos Seu nome querido por isso.
Então, nem podemos orar pela remoção da vara,
mas somente pela sua santificação mais
profunda. Nós rastejamos perto de Seus pés,
olhamos para cima em Sua face paterna,
contemplamos Seu olho amoroso, e quase
desmaiamos com prazer, humildade e amor.
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Ele faz a vara da correção benéfica para nós. Ele
nos corrige não por Seu prazer, mas para nosso
proveito, para que possamos ser participantes
de Sua santidade. Ele usa a vara para nos
convencer de nossa loucura, nos manter
sensíveis à Sua autoridade, nos fazer
inteligentes para nossas inconsistências, para
nos levar ao arrependimento e nos tornar
cautelosos, ternos e humildes. Qualquer fim
que Ele almejar é benéfico e Ele fará com que
aconteça. Para que possamos dizer, mesmo
quando estamos sob a vara, "sabemos que todas
as coisas cooperam para o bem, daqueles que
amam a Deus, daqueles que são chamados, de
acordo com o Seu propósito."
Por que o Senhor castiga Seus filhos?
Porque Ele é nosso Pai. Ele nos adotou e nos
colocou entre Seus filhos. Ele nos gerou
novamente para uma esperança viva, pela
ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.
Ele providenciou todas as coisas necessárias
para nós na terra, e estabeleceu uma herança
para nós no céu. Ele nos deu Suas promessas
para confiar, e Seus preceitos para obedecer.
Quando, portanto esquecemos as nossas
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obrigações para com Sua graça, não cremos em
Suas preciosas promessas, ou negligenciamos
andar por Seus santos preceitos, entristecemos
Seu coração amoroso, e como o Pai, Ele vem
para nos corrigir. "Ele disciplina todo filho",
justamente porque todo filho precisa de castigo,
e porque Seu coração paternal anseia por todo
filho.
Mas, Ele não tem prazer em nos corrigir, Ele não
usa a vara como um ato de soberania divina, pois
nos assegurou que "Ele não aflige
voluntariamente ou aflige com prazer os filhos
dos homens". Tivemos nossos pais na carne que
nos corrigiram por seu prazer, mas nosso Pai
celestial apenas nos corrige para nosso
proveito, a fim de que possamos ser
participantes de Sua santidade.
Ele nos ama muito, para nos causar qualquer
dor desnecessária, e é muito sábio para permitir
que nossas loucuras não sejam corrigidas.
A correção destina-se também a exercitar
nossas graças. Somos obrigados a acreditar que
nosso Pai celestial nos ama tanto quando Ele
franze a face, como quando sorri; e suas
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promessas permanecem verdadeiras, não
sendo afetadas pelas dispensações de Sua
providência. Nós também devemos nos
submeter à disciplina, dizendo com um dos
antigos, "É o Senhor, que faça o que lhe parece
bom"; ou "O Senhor deu, e o Senhor tirou,
bendito seja o nome do Senhor".
A vara destina-se também a despertar a tristeza
pelo pecado, de modo que, enquanto
acreditamos na imutabilidade de Seu amor,
humildemente nos curvamos diante de Suas
dolorosas dispensações, chorando e
lamentando pelos nossos pecados, que
provocaram os dolorosos golpes. Somente
assim devemos nos voltar para Aquele que nos
fere; confessando nossas falhas, deplorando
nossas loucuras, ansiando por seu perdão e
buscando a graça para que possamos viver
sóbria, justa e piedosamente no mundo
presente.
A correção santificada sempre afasta o pecado,
aproxima-nos de Deus, suaviza nossos espíritos,
humilha nossos corações, produz penitência e
nos leva a admirar a sabedoria e o amor de Deus.
O açoite é projetado para melhorar nosso
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caráter. Este, na melhor das hipóteses, é muito
imperfeito; então, a fim de nos tornar mais
vigilantes, diligentes e devotos, nosso Pai
celestial usa a vara. E, se a qualquer momento
nos demorarmos muito tempo sem ela, nos
tornamos mornos, descuidados, indiferentes,
conformados ao mundo e carnalmente
ocupados. A oração é negligenciada, ou torna-se
formal, ficamos desprevenidos e Satanás se
aproveita de nós, como também muitos dos
nossos mais valiosos privilégios são
menosprezados.
Então vem uma provação, pois como Salomão
diz "A vara e a repreensão dão sabedoria"; e
quando castigados, andamos ternamente
perante o Senhor, esforçamo-nos por manter a
consciência vazia de ofensas para com Deus e
para com o homem, temos medo de cair em
tentação, e de novo fixamos o olho na vinda
gloriosa do Mestre, nos preparando para esse
evento encorajador.
E ainda, o castigo é para nos desmamar da terra
e nos levar a fixar nossas afeições nas coisas de
cima, onde Cristo está assentado à direita de
Deus. As provações do tempo, se santificadas,
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nos garantem o descanso, a paz, a santidade e a
felicidade da eternidade. Um leito de dor,
muitas vezes nos dá visões vívidas da vaidade da
terra, e das glórias sólidas do céu.
Uma providência despojadora torna Jesus, e um
lugar na casa de seu Pai mais precioso!
A maldade do homem em roubar e enganar nos
faz suspirar por aquele lugar onde os ímpios
deixam de afligir, e os filhos cansados de Deus
desfrutam de descanso perfeito.
Se a terra fosse mais agradável, o céu seria
menos desejável. Se tudo fosse agradável no
deserto, nós desejaríamos construir nossa casa
e ter nossa parcela deste lado do Jordão. Mas os
espinhos e as serpentes ardentes, os escorpiões,
os amalequitas e outras fontes de
aborrecimento e desconforto dirigem nossos
pensamentos, nossas esperanças e afeições
através do dilúvio, e começamos a desejar partir
e estar com Cristo, o que é muito melhor.
(Nota do tradutor: Se Deus não interpusesse em
sua misericórdia e amor as muitas aflições que
temos neste mundo, em razão do pecado, e caso
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fosse dado ao homem viver aqui, uma
eternidade sem ter enfermidades, perdas, e
toda sorte de sofrimentos, é bem certo que
dificilmente aspiraria pela vida do céu, e viveria
eternamente em estado pecaminoso,
totalmente afastado do criador, e daquela forma
de vida que é santa e perfeita.)
Bendito seja para sempre o Senhor, que nos
castiga para o nosso benefício, nos corrige em
amor infinito, e que, usando a vara, nos trata
como filhos! Sem dúvida, quando chegarmos
em casa, veremos a necessidade de cada
provação, e de toda dificuldade louvando e
bendizendo Seu grande e glorioso nome por
cada marca de Sua vara! Não há ninguém no céu
que deseje, que tivesse sido conduzido em um
caminho mais suave, ou por um caminho mais
fácil; nem haverá quando estivermos lá, pois
todos verão e regozijar-se-ão no fato de que "Ele
nos conduziu pelo caminho certo para uma
cidade onde pudéssemos nos estabelecer".
Deus misericordioso e piedoso, ensina-nos a
suportar a vara, a aprovar a disciplina e a aceitar
as tuas correções! Que nós nunca desejemos
que Tu mudes a vara, ou que nos firas em
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alguma outra parte, conforme nossos próprios
desejos, mas, antes, dá-nos graça para que
entendamos que, aquele que o Senhor ama,
“Ele castiga e açoita a todo filho a quem recebe".
Que possamos inclinar-nos para ser açoitados, e
ficar quietos enquanto somos corrigidos,
bendizendo a mão que nos fere!
Leitor, você está sofrendo sob a vara de Deus?
Lembre-se que é uma evidência de filiação, e
uma prova de amor divino. Seu Pai celestial o
castigará, mas não o deserdará. Ele te corrigirá,
mas não te destruirá. Ele o castigará como Seu
filho agora, e o fará cheio de alegria com Sua
presença de vez em quando. Receba a Sua
correção com mansidão, e inclina-te diante dEle
com humildade, confessando os teus pecados
com tristeza, procurando pela santificação das
tuas angústias, e assim regressa ao Senhor, de
quem te afastaste de forma tão profundamente
revoltada.
Pecador perdido, Deus não te repreende. Talvez
a sua saúde seja boa, as suas circunstâncias
fáceis, o seu comércio próspero, e a sua alma
esteja à vontade, e você imagina que tudo está
bem. Mas, na verdade, tudo está muito ruim,
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pois sem fé em Jesus, sem arrependimento para
com Deus, você está no fel da amargura, e nos
laços da iniquidade. Como o boi mudo,
engordando no bom pasto, você está se
preparando para o dia de visitação, e o justo
julgamento de Deus. A fé em Jesus é a grande
coisa que precisa, pois somos filhos de Deus
somente pela fé em Cristo Jesus.
“1 Portanto, nós também, pois estamos
rodeados de tão grande nuvem de testemunhas,
deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de
perto nos rodeia, e corramos com perseverança
a carreira que nos está proposta,
2 fitando os olhos em Jesus, autor e consumador
da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está
proposto, suportou a cruz, desprezando a
ignomínia, e está assentado à direita do trono de
Deus.
3 Considerai, pois aquele que suportou tal
contradição dos pecadores contra si mesmo,
para que não vos canseis, desfalecendo em
vossas almas.
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4 Ainda não resististes até o sangue,
combatendo contra o pecado;
5 e já vos esquecestes da exortação que vos
admoesta como a filhos: Filho meu, não
desprezes a correção do Senhor, nem te
desanimes quando por ele és repreendido;
6 pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a
todo o que recebe por filho.
7 É para disciplina que sofreis; Deus vos trata
como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não
corrija?
8 Mas, se estais sem disciplina, da qual todos se
têm tornado participantes, sois então bastardos,
e não filhos.
9 Além disto, tivemos nossos pais segundo a
carne, para nos corrigirem, e os olhávamos com
respeito; não nos sujeitaremos muito mais ao
Pai dos espíritos, e viveremos?
10 Pois aqueles por pouco tempo nos corrigiam
como bem lhes parecia, mas este, para nosso
proveito, para sermos participantes da sua
santidade.