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Corporate ownership around the world RAFAEL LA PORTA, FLORENCIO LOPEZ-DE-SILANES E ANDREI SHLEIFER THE JOURNAL OF FINANCE – 1999 FINANÇAS CORPORATIVAS – LÍVIA BOTELHO LINHARES
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Corporate ownership around the world

Feb 16, 2017

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Economy & Finance

Lívia Linhares
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Page 1: Corporate ownership around the world

Corporate ownershiparound the world

RAFAEL LA PORTA, FLORENCIO LOPEZ-DE-SILANES E ANDREI SHLEIFER

THE JOURNAL OF FINANCE – 1999

FINANÇAS CORPORATIVAS – LÍVIA BOTELHO LINHARES

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INTRODUÇÃO• Segundo Berle e Means (1932), a propriedade do capital está dispersa entre pequenosacionistas e o controle estaria concentrado nas mãos de gestores.

• Nos últimos anos, vários estudos começaram a questionar empiricamente a veracidade destaimagem. Alguns encontraram evidências de que mesmo entre as maiores firmas americanas,havia uma modesta concentração de propriedade.

• Estudos em outros países ricos revelaram uma concentração de propriedade mais significantena Alemanha, Japão, Itália e 7 outros países europeus.

• Já em países em desenvolvimento, a propriedade é fortemente concentrada.

• Como consequência dessas pesquisas, a imagem das corporações de Berle e Means começou ase desgastar.

• Ainda há pouca evidência sobre padrões de propriedade de firmas grandes e de capital abertoem diferentes países.

• O artigo tem como objetivo tentar fornecer algumas destas evidências.

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METODOLOGIADADOS

• Base de dados sobre estrutura de propriedade de companhias de 27 países.

• Usa os países mais ricos com base na renda per capita de 1993, e exclui alguns que nãopossuem mercados de ações significantes.

• Para cada país, coleta duas amostras de firmas.

• Large firms: 20 firmas organizadas pela capitalização de mercado do patrimônio ao fim de 1995.Problema desta amostra é que as maiores companhias de alguns países são muito maiores doque as de outros. (Firmas maiores tenderiam a ter menos propriedade concentrada).

•Medium firms: As 10 menores firmas em cada país com capitalização de mercado dopatrimônio de, no mínimo, 500 milhões de dólares ao fim de 1995.

• Países com mercados de capitais pequenos: as duas amostras têm um intercepto.

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METODOLOGIADADOS

• Para 6 países não tem 10 firmas de capital aberto com capitalizações acima de 500 milhões dedólares.

• No geral, tem 540 firmas grandes na amostra grande e um total de 691 firmas diferentes.

• Exclui firmas afiliadas à firmas estrangeiras, exclui bancos e utilities da amostra média e excluidas duas amostras as companhias possuídas 100% privada ou pelo governo.

• Base de dados: WorldScope.

• Usa outras fontes para Argentina, Israel, México e Holanda.

• Na maioria dos casos usa relatórios anuais, declarações, dados contábeis específicos de cadapaís que detalhem a estrutura de suas companhias e internet.

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METODOLOGIADADOS

• Maioria dos dados de 95 e 96, alguns poucos de antes e de 97.

• Padrões de propriedade tendem a ser relativamente estáveis, então não tem problema se osdados não forem todos do mesmo ano.

• Para analisar o controle das companhias, procura por todos acionistas que controlam mais de10% dos votos.

• Na maioria dos casos, o acionista principal nas firmas eram entidades corporativas ouinstituições financeiras. Então tentam encontrar o maior acionista desta entidade, e assim pordiante, até encontrar o controlador de votos final.

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METODOLOGIADEFINIÇÃO DE VARIÁVEIS

• Artigo quer saber se firmas têm proprietários substanciais, e não quer medir a concentração depropriedade. Uma medida teoricamente apropriada precisaria de um modelo de interação entreacionistas, o que não tem.

• Definições de propriedade dependem mais de direito de votos do que de direitos de FC.

• Berle e Means: querem saber quem controla as firmas modernas: acionistas ou gestores.

• O artigo quer saber se firmas tem acionistas com direitos de voto substanciais, seja direto ouatravés de uma cadeia de propriedades.

• Divide firmas entre widely held (“amplamente apropriada”) e as com proprietário final.

• 5 tipos de proprietários finais: família ou indivíduo; o Estado: instituição financeira de váriosproprietários, como banco ou companhia de seguro; corporação com vários proprietários; emistura como cooperativa, voting trust, ou um grupo sem um controlador.

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METODOLOGIADEFINIÇÃO DE VARIÁVEIS

• Diz que uma corporação tem um acionista controlador se seus direitos de voto diretos eindiretos do proprietário final na firma excedem 20% dos votos.

• 20% foi escolhido porque é uma porcentagem de votos que, normalmente, é suficiente para tercontrole da firma.

• Ex: B tem 23% de A e individualmente, C tem 19% de B, classifica A como controlada por umacorporação widely held (a não ser que B tenha poder direto sobre A).

• Quer analisar também potenciais problemas de agência entre proprietários e acionistasminoritários: quer saber se os direitos de FC de acionistas controladores são substancialmentediferentes de seus direitos de voto.

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METODOLOGIAEXEMPLOS DE ESTRUTURA DE PROPRIEDADE

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RESULTADOSA QUEM PERTENCEM AS FIRMAS?

• Divide a amostra em 12 com proteção ao acionista melhor do que a mediana (La Porta et. Al,1998) e 15 na mediana ou pior do que a mediana.

• Amostra de boa proteção é dominada por país com common law e amostra de proteção ruim édenominada por país com leis civis.

• CONCLUSÃO: se olhar as maiores firmas do mundo e usar uma definição de controle maisrígida, propriedade dispersa é tão comum quanto controle familiar. Mas se olhar firmas detamanho médio, um nível de controle menos rígido, e países com pior proteção ao investidor,firmas com propriedade dispersa se tornam uma exceção.

• Berle e Means criaram uma imagem apurada de propriedade para grandes corporaçõesamericanas, mas não é a imagem universal.

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RESULTADOSCOMO AS FIRMAS SÃO POSSUÍDAS?

• Analisa mecanismos pelo qual os acionistas controladores exercitam seus poderes na amostrade firmas grandes.

• Questões:

1. Quão frequentemente os direitos de votos são separados dos direitos ao FC através demúltiplas classes de ações, cross shareholdings e pirâmides?

2. Como famílias que controlam firmas o fazem, e a administração é separada dapropriedade nesses casos?

3. As instituições financeiras desempenham um maior papel no controle das firmas do quese imagina?

4. Quem monitora o controle de ações?

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RESULTADOSHIPÓTESES ALTERNATIVAS

• O resultado mais importante é a alta incidência de firmas com propriedade dispersa (Berle and Means) em paísescom boa proteção legal à acionistas minoritários.

• São levantadas questões sobre a robustez e explicações alternativas para este resultado.

• A: Regras de proteção às minorias pode ser endógena. Classifica países de acordo com a origem de suas leiscomerciais: civil ou common.

• B e C: Resultados podem ser uma consequência espúria da associação entre proteção à minoritários e estruturado sistema financeiro.

• D e E: Resultados podem ser viesados por diferenças nas regras de impostos. Olha se dividendosintercorporativos são taxados. Isso pode ter o efeito aumentar a quantidade de widely held firms.

• F: Diferenças na incidência são consequência de outro aspecto específico do sistema de governança corporativa,como a propriedade cruzada. (Proibida em alguns lugares).

• G: Analisa se liquidez do mercado afeta incidência através do nível de desenvolvimento econômico, como proxy.

• H: Índice de corrupção. Controle familiar pode facilitar a corrupção.

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CONCLUSÃO• Resultados sugerem uma imagem diferente da estrutura de propriedade de corporaçãomoderna sugerida por Berle e Means, e amplamente aceita na literatura.

• A corporação com propriedade diversificada de Berle e Means é uma forma organizacionalcomum para firmas grandes, nos países mais ricos e com common laws, entre eles, EstadosUnidos.

•Mas fora dos EUA, principalmente em países com pouca proteção a acionistas, até as firmasmaiores tendem a ter acionistas controladores. As vezes esse acionista é o Estado, mas namaioria dos casos é a família.

• Famílias normalmente tem direitos de controle sobre firmas através do seus direitos de FC,principalmente, através de pirâmides, e normalmente administram as firmas que controlam.

• Famílias são o proprietário final, no sentido explorado por Berle e Means.

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CONCLUSÃO• Instituições financeiras não são tipicamente acionistas controladores, ainda que elas possam exercerinfluência através de representação em conselhos e emprestando.

• Normalmente não há outros grandes acionistas para monitorar o acionista controlador, elesnormalmente estão sozinhos.

• Como reduzir o conflito de agência entre controladores e acionistas minoritários? Melhorar oambiente legal de modo a tornar a expropriação do minoritário mais difícil.

• Aparentemente, as estruturas existentes de propriedade são uma resposta de equilíbrio aosambientes domésticos legais que a companhia opera.

• O acionista controlador não tende a apoiar reformas legais que aumentariam os direitos deacionistas minoritários e fazem lobby contra isso.

•Melhorias na proteção dos minoritários seriam transferências do poder dos controladores para eles.

• Isso faz com que os autores sejam céticos sobre a convergência de padrões de propriedadecorporativa, dos sistemas de governança e do modelo de Berle e Means.