Um dos mais graves problemas humanos está na dificuldade de convivência no lar. Pessoas que enfrentam desajustes físicos e
psíquicos tem, não raro, uma história de incompatibilidade familiar,
marcada por frequentes conflitos.
Espíritos que se prejudicaram uns aos outros e que, não raro, foram inimigos ferozes, reencontram-se no reduto doméstico.Unidos não por afetividade, nem por afinidade, e sim por imperativos de
reconciliação, no cumprimento das leis divinas, enfrentam inegáveis dificuldades
para a harmonização, mesmo porque conservam, inconscientemente, a mágoa do
passado. Daí as desavenças fáceis que conturbam a vida familiar.
Importante considerar, todavia, que esses desencontros são decorrentes
muito mais de nosso comportamento no presente do que dos compromissos do pretérito. Não seria razoável Deus nos reunir no lar para nos agredir e magoarmos uns
aos outros.
Se desejamos melhorar o ambiente doméstico, em favor da harmonização, o primeiro passo é
inverter o processo de cobrança.Normalmente os membros de uma casa esperam demais dos outros, reclamando
atenção, respeito, compreensão, tolerância . . . A moral cristã ensina que devemos cobrar tudo isso sim, e muito mais, mas de nós mesmos,
porquanto nossa harmonia íntima depende não do que recebemos, mas do que damos. E,
melhorando-nos, fatalmente estimularemos os familiares a fazer o mesmo.
Diante de familiares difíceis, não diga: "É minha cruz!" O único peso
que carregamos, capaz de esmagar a alegria e o bom-ânimo, é o de nossa
milenar rebeldia ante os sábios planos de Deus;
Elogie as virtudes do familiar, ainda que incipientes, e jamais critique seus defeitos. Como plantinhas tenras, tanto uns como outros
crescem na proporção em que os alimentamos;
Evite, no lar, hábitos e atitudes não compatíveis com as normas de
respeito pelos companheiros de jornada evolutiva, pois fica difícil sustentar a harmonia doméstica;
Cultive o diálogo. Diz André Luiz que quando os companheiros de um lar
perdem o gosto pela conversa, a afetividade logo deixa a família.
“A família é um grupo de espíritos normalmente necessitados,
desajustados, em compromisso inadiável para a reparação, graças a
contingência reencarnatória.”
“A família é, antes de tudo, um laboratório de experiências
reparadoras, na qual a felicidade e a dor se alternam, programando a paz
futura.”
A família é a célula básica da sociedade, onde a criança forma sua
identidade e amadurece emocionalmente. A família
estabelece as funções entre seus membros. É o espaço de confrontação
de gerações e onde homens e mulheres manifestam suas diferenças
e relações de poder.
Nem sempre é fácil o entendimento entre os membros da família. A rápida evolução da sociedade
frequentemente gera conflitos dentro da família e fora dela. É
compreensível e natural que os jovens e os adultos tenham uma visão
de mundo diferente.
O conflito entre gerações sempre existiu. Seria surpreendente se um adolescente pensasse como uma pessoa madura. Os jovens têm impulsos de rebeldia quando começam a formar seus próprios valores.
Todavia, com o passar dos anos compreendem que os pais tinham razão
em muitas coisas com as quais não concordavam no passado.
A experiência de vida e o amor dos pais pelos filhos são fatores importantes para o bom relacionamento familiar. Compete
aos pais facilitar esse relacionamento com flexibilidade e espírito jovial. Educar com liberdade e ensinar a administrá-la com responsabilidade é a melhor forma para desenvolver a confiança e consolidar a
amizade entre pais e filhos.
Atualmente, um dos maiores conflitos entre pais e filhos se dá no aspecto
material. O pai e a mãe que não dedicam muito tempo e atenção aos filhos, acabam
tentando compensar sua ausência com recompensas materiais. Esses pais desconhecem que as crianças não
desenvolvem suas relações apenas em termos de tempo, mas também pela forma como se desenvolvem essas
relações.
Os pais que têm dificuldade de demonstrar afeto reforçam ainda mais os conflitos. A criança que
percebe o sentimento de culpa ou a dificuldade dos pais em demonstrar
afeto poderá manipular e fazer chantagem emotiva para obter mimos
ou regalias.
Pais sensatos são aqueles que observam a educação e os conflitos familiares como algo que requer sabedoria, dedicação e
amor para lidar com tão complicada tarefa. É necessário respeito mútuo e
reconhecer que as pessoas são únicas e diferentes. São essas diferenças que as tornam especiais. Há necessidade de
reflexão e tranquilidade para manter o equilíbrio de forças antagônicas que
existem nas relações familiares.