Top Banner
74

Contos brasileiros contemporâneos

Jul 14, 2015

Download

Documents

linguaefala

Nesta antologia, você encontra um painel dos mais expressivos contos da literatura brasileira contemporânea.
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 1/74

I'

1(/. '~

') ,>'

, t , . ' ' ) '

J f.

ANtoLO_GrA~MAT~RIA VIVA_'" ;_ : " - ~ ' ~ , , . i > ' . ' 'f'/',' / tl .

JULIETA D .E GODOYbADEI 'RAr " .'," ., I".!:,.

I~

. .• .. r 6,"

'1'. . , . ,

.............;..,.:.· . : . : : - : . : : ..,11"~r-:

"

1, :: .. ; 29

\~,

" Dal tonl 'f revisat i!(' ,>~,/

: 'OS 'MUScuCdSc' ('

37 'I "

)

- . " ' , t - ,

,Joii~AntOrtio:,', .t "" f' , i(

'kCA¢ADAr< y.~, .' '7"'"

Lygia-Fagurldes Telles

54

/ .1

63

(M a ri na C o la sa n ti; ' - ; ~X i ': _ / ; , ' ; · ~ . .f.

;~Q)~~'rlRq:PA,RIGPElRA"

)t¥p~cy<s;ii~;" ., ~i

"/

"........:..

" : . 1 \~...

, .t,',' . . " i

J;i9IRGUITQ' FE8HAPO~=>.

""%cardo, Ramos ' ';~ .~,_<,_ ''''!' . II

,,~dOMPqSIQA611l'~ (;l~-;J /, [. '., _:.,_

))~,;(, Sergto .Sant'AnnaI " If , ,_. _r -. . /

', / ,:_ . .' -!,-' . _ ' - i\f •

~Ubl'CA ETARDm,SEMP~ EcTARpE"",\ _ , • '_ • I ! "

Si lv io . Fiorarii

/;, ;

~OTA,S'BIOGly\, 'FICAS ",;,\_

j'- >.;

(

"1

\

./

r-

1._"

, ' 9 1 ' · ,

.....4~3~.,.:,-\ _-

I\

Page 2: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 2/74

.;;'::-- ',\ '-_

,~

J.-',

~• _ r ~ , ( I J ; r . _ I "

ANTOLOGIA: MATERIA, VIVA

,!~ J

, .t;

\,' - . ; ~ . . - - --~ ,_ ,

Ant~~6gia .; eS¢cie'de ~ortapam~ i : ~ ; 6 r i ~nde •. ._ ~ t . . _ _.' ,

.; alguns entram pela primeira vez, E preciso que tenham boa

. .impr~ssao .desseuniverse 'literario para ~e go~telTldeyiajar .

,~por de, descobrindo seusmisterios.E apf({v.egemb~~ 0 que

foi criado pelos autores com esforco e paixao, -, '~"", ..' .'_-, .'-:", I. "", ", j ,Ie',.:', _,' I,

-Se!es;6es comoesta requerern pesquisa'~' merecem todo

cuidado. Nao~arec~~tas par~,Org'}I1iza-las,mas ~l4.eal e qt(e- exista equilfbrio e os textos expressern corn 'nitidez-carac-'

terisfica,s, basic as de .cada escritor ,quapto .a ' sua maneirade .

escrever.e de enxergaf omundo. P~ra(issoeimprescindf~el

que 6 organizador mantenha estreita convi~encia coma u t e . - . 'ratura aser foc~lizada. ~ -, " I.

Algumas vezes, a escolha parte 'de tematicas especffi - .1

casecomo nocaso digantolcig'ias sobrecontos fanta.stic6s,• "_ J _;l, _;. -:'IJ : r , _ _ ,

", ' \

t6.:'

, _ / - - " \/'

h,

/

, , ! ; . _ :\ -

: : . _ . - . ,

I,~_~. ".'~_

l1ist6riascle amor, eassimpor diante. Outraffv~ze~,a escolh»

'" ,/ereaIizada abrangendo rim determinado penodo, ~QqJ.ono.~ ' :';.~ ' :..( ,-_ - _";:' .> , /'-_:. _.:, -_ . > ,. ' (

··;.c~aso;Qesta~to!?gia, Nelaencontrani-se ~euriidosim~ortantes

'-i'utores com livros lancados' a partir da segunda metade dos '\

, anos)950. -

.Tarefa nada faciLSe 'a literatur-a::brasil~~a edas maisr

...)ri.ca~ern contos, a partir dessep~riodo~V9Iuiude forina JIl~ito.

'{~:xp~essi~a,tanto,ein ,cortquist1stem.aticas, quantoem' expe.~.. riencias estruturais.T'resceu, rompeu barreiras, descobriu,, , ~_ '~., . I 'If''/ , . :_

\~r~nov~)U;E seprojetou tambem noexterior par sua capacidade =:I f : - : - , ' . . .!...' c: " , - . (\~ ', j\ ,_ __ .. ',; . , ' > _' ,'Gteexpressar, de' forrnas tao diferentes, com tanto talento.ji> .

.itagment~{~o da vida moderna e 0 papel do ser:fi,umailo.nl.lrh~j

/ ,~~~iedad6como esta, ..": - .'.... I .

"' ... Organizar antologias 'nao e urn trabalho estatic(), 'feliz- . --;

iile~te. Ha "se~prernuitaVida dentro dele e aCbmpapha,rido~Q~'--/,-7~;~', ._" ,' . v • j I (~ , '_ _ .~ '> ~, "1 ' _ 1 --" , '!

N~?apenasem.relacao 'aos textos ~ue vaosendo ' lidot~ reli- ,-

,dos:mas no que se pode chamar "desenvolvimentomagico": a '(:i99na9~0' da personalidadedo livro.Sabemos.que 0 ,\cas~el):

' t r a a t , e mesmo nos trabalhos maisacabados, emiquece?dQ-os:,. N i l S . antologias, isso se a,adesde osprimeiros contatos cern os

,I. tut~tes\na busca de:;lUtorizaS;~9para publicarseus irabalhos~( ' , - ' . _ : , . - • 1 , , - _ ' " - . , " - _ (

Afenciosos; respondent logo, De repentaproblemas-apare- _

'cem,':Fulaii6?_Nadmora maisaqui," Ninguem sab~ndere90

oJtel~fone. OuvimossuposiS;5es~,~'FoiparaaAre~a~~; esta ~

e m FOQurgo'::Respostas assim. Investigamos, Telefonamos.a ..'amigos';,{agentes/a,editqres. Afinal 0 achamos, e tudopassa '

a yorr~!1Je.rp.,ina,s,comisso.ja avans;amos:~mmes~64dois no '/

pr~zo,;e~ta:b,~lecidp.~udopronto.? Nao, Falta.aautorizaeao de '.; . " _..: "., , \' \ ( .----~_~ , .I ,j , '';:

herdeiros. Ah;.os herdeiros: Poucos. (ha honrosas excecoes),\ ",-.,..-., I

/ I _,J

',-'

i

\.. '5 -

Page 3: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 3/74

,v ' l , , : , ,: J , , _ , : , , ' : , : : i \ : i ,'" ,<) ';'::, > ~ , > , " , > , ~ . ' : , ' : ~ : I l , _ _, ' " . : ' < . / l· -'' ': ' ' '<~{

"; p~ic,ipaJ:v>,deum ttabaJhQ c o m o ~sJt>~co:rn~'eficiencia.dos ,''~.:.'alltor~s:,'Entabj,em nome deste~autor~s,yalea:p6ria Jrisisiiti~" ;

· , , - c : ~ : . ' , .r ./ .(,':'C , ,): . """ ,'" '. l, : ,..'.: (:", "',"- " -.'-_ .', ,_' -, : ;,', : '_~ ", <\:/,\) ( :'£'1

';'·",es:~reyer,telefpnar,paS§af #l.$.:;, ,o,;q!!~'or. Nap~.xJs!el:ri,erU/,I: .1; , . ,,~ I I. _ ' , I . : ; ' _ , '".'r .. ; -, __,'__ ,"-' _ _ ,~'- _\_. I .':l./ '> ~ ': : ; l-:,,_;~;..

litera~ur~"Sll~stitui~5e~.Cada bqIit,autor represepta urn valor" ,

<. ,q~ iCOI :~ \g~~'~?6~efa7~~;~diinte~ algt,}p;i~wp~.s~1,l?iF4~d~;\>1", Y D , ' " 1 - ' ,, ' " ' ~ " '_ '\ ) '" - . , ', ' " ', . ' \ ', " , " " ,, ; - '~ ' ' : , " : , - - Y , " " • ' , " >'

" e outra escolha no mesmo nive_t;Em alguns casos.aluta parajmantereste pajdrao\~oi'obrig~~a,rpeses' de t~~b~ho e de aJivai"

eji~im~s~ esper~.·Mas foi b~m:t~trt9s 'a~ct(~~zae' ~~e' e~ta "\

. a n t o l og i a d~~perl~r~11 ,~~~itores sen'timentqs parecidos com I •

:o~que tiv~mo,s;;t6~do~a;~mo~9~s~.Nesh~~S~0ntosha 0~r~siL.::,~ " : » s : : L/ ; , : ,_ i : _ _ - " ; ' ; , _ ' " , : ~ " " .- ( ~ " '" , \ _,' i(_ 'il" I "

'O'Nel:dadelro~ Convivam com seus'valores., " /' ,/-~ I '\ _~,-.; ~ ,c: ,\ ~ "_, , \"!' .• / _,\-. .i i- : -~ " - ~> . - "' . r f

" Agradecendo a confiancae a gentileza'dos autores.agra-J , _ , ~ ; " , ' : , , ' _ _ , " I , \ ' , \ - _ L r , - _ , " _ . : , "_ , , , ' - , _ : , " ' / - - ; , : : :

deg,otambem (collio se faz; em.letreiros.de filmes) o\~arinh6e-a.{ "': ):,{ '" ) '- - ' I., ;, -:"c ( " " ,'~ ,I," v . : - - , , , ;: _ -: " : " , , , " _ _ ,' ' , . ; ' y-~ : ' - , -, (-

Iiberdadecomque ,esteprojet9 cqnt(,>Una.EditoraModema, 'I", •.;,;. '\ ,,,,, .' ,f 'I /. I

r I / _ _ . , \

-luli~ta;de,G,Qdq~Eqd(!li~'f '. t-. ;_J

, I

. ;'

)! 1- "

f

,'-: , ' , ' ',' " ~ . - . '\, ' (, _' . ~ ,"

,.f Julieta de Godoy Ladeira nasceu,.em Sao Paulo, em 19,!35;:eai faleceu, em 1997,. ,.'" , , ' " ; ~, , .\ . "

, , ') 4u,liet~lfqiesCiiw~a,e p~blic\t~a,terrdose()edi,cadQtainb¢rh ~o ensino, dando

J}Ul~~ 4~:cp i~9~i4e 'r o i n i g ~ i ! , g ~ ,Rec.epeu(~aiios premi~s,,!,mtreeles, 0 (Premi,o'" ' / ~'r' I \; ~! \ -

,I Jabuti de='Melhor Livro de Contos" pela obra Passe asferias em Nassau.,,(_ '.• ( " j ",

.I

i

I,

"

"/

~.'

r

-. j

" I,

"rI

"-, I,

\ I

II·

('.1' !

\

6bke~va~ao( : J ' _ T ' (1 ",,' I, ,

'. Umotltron0~efaziapart~desta antologia. Nem I?od~ria

, deixar de (iazer.,i~ata~se'do-escrit6rJ(t)aoOuwlaray,s Rosa ..., ", "~_~',_ ~iJ.rI~,.,', , I." \ \ -,' -',.' 'I:]

,''Levam'osuirt: ano -tentando.obter todas- as' a~toriza95es Ii,e-'

" '.~e~s~rias-p~r~a)p~b~~2a~'a?In~~it~~~~t~nai6qo~seg~im'o~1', 'obie-las..: ,{,

Page 4: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 4/74

'i,

.',";.-

'I

, )~

\ v..,

\

- : . _ . .

c. ,

, .

r: ,}---I,

I,,,

I '

I _•-

t.'>

, )I.• ,

.» /

. '

,_I.

'I,'

1.:"'''' I"

. . : . :

1.

, )

t.:

. , - - _ ...

'I,'"

, " , ' ~ "

Ftilizaniversario",

\, ,I I

' " " . ,.

, ', ,~,

,, ,\]",

- l '\

~A~''famlfi::tQipO~COa pouco chegando. \Os, "<, . ).. , "., .

,,.qVe:vieramde Olaria 'e~t~am muito bern ve~t~~

,dos'P()rque'i~visitii signifjcava an meslpo,tempo_

.um .p~sseio~~L;(Jopac.::a?~ha.'Ail,?radeOiarja~pa" .

rcceude azul-marmhc-corn enfeite de'"paete§"

e ,urp dta~eadb 'disfar9an1to,~!bardga se4t .cinta.

0,maridonao veiopor. razoes obvias: na0gueJ'ia~

ver,os irrriaos,M~s,m:~ndani,ua mulher para'que,nem~todosQsl'ag9sJdssep1corta~os ,- e esta vi-

nha comos~urmelhor v,e,~tidQara mostrarque.

)"nao,~Pfe~isavaae';nenhu,tndM~s, llcomp~nhada.'. ,- , . ', " - ~ ",i: , ,'I' ~'.: ".'::- .s; - ,'.. _ . l .

.dostres.Iilhos-duas meninas ja de peito nascendo, '.

,:infarttiliz~d~s,,~m'Babfld9scor-de-rosa "e"anaglias

-ehgomadas,'{IO mcninoacovardado pelorerno.~>_ - ~ . I -; - . , "'.-< r

1l0yo'epel~gtaYata~ "'. -, -',

y, -..:)('

'-,.Y)

Page 5: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 5/74

'\ ;:~"- -- -; "<"- :"- -" .-

" ;

• s-~ \

,. , __. '~'.~" ) _ . ,:' '. "i ~ , i '" ">, .• ~" ~, :' t ' " j < : \ '

{' -' Tendo,ZHda-' 'afilhaGom,queIhaahiver~arian- ,~. ,,1 ( --:", ..i ... >,' "(" ":'" : " " I, ,", < " : . ,J , , \ ' _ , i,,-1 ,_•

",te'l1;lOrqVa~ ~i_s:p,o~toadetras unidas ao Iongo q a s 1 , , ",'

. 'paredes,coplo'npma fe$ta ~!Trque.se.vai dancar, ~",', 'pqra'ae,Qlati'a, deI?o~s1decilmprilYlfmtai'corn cara ,. ,

•'i . ( '~ ("j ,f; ." I~ \ r, /_ _ {. " (I ~.

, ,.Jechad_fl}lOS''decasa" aboletQu-se numa das '9ad-e r -/ ;,ras: e}em\ldece.u, 'a' b oc a' e rn !~bico;mat te~d~ stii'posicao de ultrajada' "Vim para-nao deixar de { r l r "

aiss~raelaa~Znda; ~~em s~g~ida sintala,"se'of€ndi~ .; /, p q . 'As',duas iri6cii1has ,de!<1o~~&:'rosae~'mehlno,']':aPtate;lps<ede16a.bdIQpente,~do,~n~osabiarn b'e~

queatitude, tomare fica,ra'm'!dep~ao lado da.mae 'i~pt!essio'nad6,s c~'m, s'eu'vesticIo'~i:ul':mariirlio ~; ;'','"J- I . " " , '. - ,

C?ill'OS"'paetesl"" ,~r .", ,I", _ l'

'\_,'~\~pe~(jis~€io ( & ~~t~dk Ipan~m1~~b~d~is' hetos .1 ,

,e~l)aba. O'marido y:if~fd~p?is.'E;~9moZil9a·-.· '",a<",linica mulherentre'os seis fi:ma:8~'h~Jitense'~d h l e - a ' , ',~~,q~~,,~s~~,,:a/qe9~q~doa , havia rnos',tfnha esp~99' e'\ .ternpo para alojhr a anivetsariante-, 'e como Zilda '-)- " :" _ I . /.. ( .; " "

, ~'~t:l~a~,~<coziIThf1~<alt~rtip.~coma empregada os,

'r~,ctoquetes 'e'sariduiches, ficaram:' a!noradeOlana '

, i ,e~Pe~tig~da,so1P,s~usfill1qsA~eor~9ao ~nqliie.toao '

~ J )la:G q;apQnt t i e Ipahema/na filfu6posta das cadeir'as ,. " fin~inddo",~liPflr~se-om. 0 beb~par~ nao ertcarar a' ' -r

\" / ,1 "..., _) ,I " : ) l:" ' .' ' , ,/

,q()rtcul1]~ada de Olar~a; a bab~ ociosa e uniformt-," 'A,," ,~. ,. , .' ? " ," ' , , ',. _,

,;zaua, com ab;oca'a,be:r:ta./,' "'/1 ',,' '" ~ ;;<,

:':'»Ji~c~b~ceiraid1hre~a gra~deia~n'iver~rtilante ,\',:que f:rzi(,Lhojeoitentaenove'anos: ",; ,,:.i'</,,~, .i"

"i, )i/', " - ",",',', '.'( i ,, \ ', •

" ;,' .. ,Zi!~~~ a ~oI1~,da'Cas~,,'~r<rIJ~:ar~'niesa,c~do;' /; ', ,,, ,,~:q.c,h~rflfaeguardanapos de papel-colorido e copos :;_,\"/'~d~p~pela'()~lii'shTPsa data,' e<sp~lh~~ab~ipes suga'i "",,",

. ,~ ' ,_ i, . -r ' I ./ '

~

~.. . . I, -- '; J

"

'., ..: 'i ,~'\,

J " )

) \.1 ,I

1','1 )'~ .

(/ " ,) " • '

. , . I f ' -" "" .( 1 . . I"

\I -("' "

", '\, '\

, 1 \ . ( , , . :. . . . , . . : {', ,

( ,

"J

, '(,

'. '\ I

;" ~.( \, ,

" \

, ,

, ,I :, :;4.

> , __ 11

Page 6: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 6/74

.._ >- {

./ruidosa se'cu~primei1.tavacom~ se-todos tivessem'

, ' ,,~spe~~Cl?, embaixo 9 momehto de,;~mjafobSt9aO de- , (I,

atraso, stibir os tres lances de eseada, falando arras- '- - , -

tando- criancassurpfeendidas, enchendo a sala _"~

,,;e"inauguqmdo ,a,festa. , _', ' " ) " " ,I _ '_, ,/,1 .,/ " ,. _ ,:-; " _ ! r-__"

"~l- _ cOstnusculos-dQ rosto daaniversarlanfe'fiao a. I '\ -" _ I . -I, -::. ',. '\ - . .__:

intcrpretavammais, 'de-modo ~ q u eI1,!ngllen: :pod i~"saber se. ~laestaya~legr~:_ Esi~p:,a e r a , p'o~ta' a-ca-. '.

~eci:,ir~."'Trf_lctay~se deuma :velhagr~~dr,,_niagra,,:

unponente e morena. Pareciaoea. ' . -c; '

" .,~ Oitenta __.eooveanes sim senhor! disse Jose, '

-filho maisvelho agor:;l-qhe Jonga (tinha '~oHiClb. -,

01te~ta\J doye a~6s,simse~h6i~Ldisseesfre_g~n;_ ,

" .do 'as /maos' e;rp ' admiracao, publica. e, como- sinal'. "

,,:~' irnperceptfvelpara todos- r "

s: ' }I'odos se interrornpcram atentos ,e,olh~ram a, , __ .~' '"\ • .'> 7 \ ,:'. , "", 1 "

ap.,ive~s<;lriantede UJ;n,modo-mats oficial.Alguns'

r;t6aniuam,,~,c.aQeya·lem~·~dmita'9ao'fcoinb a ~~

\ recorde. .Cada, ano 'vencido \pela anivetsariante

era urna vaga.etapa da familia toda. Sinise~hor! "I '_ ¥ ) ~ ,I . '- .-;,

disseram alguns.sorrindo tiulid:Mnente.', / ' ",,', '• . 'c \ ' ,"_ , - \ ~ "~ '

.: -'-,Oitentae'novef.ecoou Manoelque erasocio

\. ,: ,'de los¢.E urn brotinho! disse espirituoso e nervoso,

e todos riram menos sH~e'sposa.· -- _; ,~,,:_,""Avelhaiiac.aemaniiostava. II, 'j. r :

-, \_": r:. ~". '/)_ 1 - \ - , ' _ _ - , _ 7"., " ' ! ' _. .) - · t - s . ; ~ ' - , t.

, .~, · '~Alguhs nao IheIraviam -trazido pn~~~nte"'~ne;;;\r

~3lhpm. .Outros trouxeram s~l1orieJeira" lima don;

hinagap de-jersei, 'uIl),Jbro~h~ de fantasia,' urn va-; \,

~, siJ;lho-d€t'ca'ctlls,-' ",na'dC\;'Piadague a-doria 'd~ea~ia>" /

, .. pu4:ess'el,apr~,)Veit\ar par~ sirnesma oupara se~si")_" .:: , ~ ...----~, .. \-..l ' "\. -

, \

.' )

, (, - : . . , \ :

,14 t . > , .\ ,-

, ,

I '

,, !

• r : ~ ._ '

ihlho~, nada que-apropria ,aniy~rsaiia~te' p,udes-

:,' )se, realmente aproveitar eonstituindo assimuma

- r : economia: a.dona daeasa gu~r.dava{;s-pr~sentes,

<~' . amarga, ironica. '~! ~', , ' " ,

_ Oitenta e nove anos! repetiu Manoel aflito, '_ I • I ,_ '

, :- ':-olH~mdo'Plara a' esposa.> ,\ . ," '

; ,~.,- ,," A 5elha \ n~~ se~an~festa~a., ' I -I'" ,,\

'; >, Entad; como se. todos tivessern tido u prova ','

f _-:-; < -final de que nao adiantava se.esforcarem, 6.0m urn'

:" ' levantarde'ombros dequemesti",essejuntode uma" )'i " ' ',/," , '., " ")','

\" surdarcontinuaram a fazer ,afesta sozinhos, oomeh .: ,

/, ~', 'do ,osprtineirossandujches de.presunto maiscomoc,

( prova .de animacaoqueporapetite, brincando de,), ,'''

que todos estavam morrendo de forrie. O:p6'I)clle

"f01 servido.Zilda.suava; nenhuma ounhada ajudou"> ) , " I~ ..." ) .. , -- ~ _, •

A '" . ; <propriamente," a gordura quente dos eroquetes

,,', " davaum ch~iro'de piqu~nique;,eide costas:p~ra'a /

, anivers'ariah_t~, quenao podia corner fritiiras, eles "

f riam .inqujetcaE Cordelia? Cordelia, anorarriais\~,' ' ,moga,sentada, 'Sorrindo., <,

~,' ," c" :- Na~r,~enlhor!J~spo~deu .Iosecom falsase-

veridade.Tiojenao se fala emnegodtos: . "A'

, ,,',) "." " '

. ..:,":' ' .. '_ Esta certo, .esta ccrto !~recuou Marioel'tle-

" -r. pressa, olhando rapidamerite, parasua rnulher que~,'de,ldnge'estendia_ uIl15m~ido ate;nto., , ,) , "

' : c . _ ' ' : _ Nada denegoetos, g~itouJose(hoje,eo dial

: ,/ .. -d a mae! ''-,~ " , t, i , .;

, ::': ~ -~. ,Na' cabeceira-da ~esaja'suja,' os copos macu-.

, ' 'lados, so ~rJ?016inteiro -'ela~ra a,~a,e. ' A , . "al)irer7sartante-pisoouosolhos. J , • " , ' , ' "J , ,,/

- f . __ I I .J I

, ..1 )

, I, ,

\ . i . . .

-I

- - . . . . \'\

/\< '"

( !

Page 7: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 7/74

T ~_ ) . ,,:_, -, ">

. : . ~-," "{.." -I

~ . ~... (

- •....r" { «

" I"

( • , t!

" , • . " i 'l. I, ••i·.i. I .. I

1rie\ni~9~:qhe~"e~·pq~ta1()(,:e:~.e4u~t~nt~~oIhf~~a p ~ ~ ~ > f : , ' .t qQ0seno~n tado .A '46 r i a ' q , a : casa e sp e r a v a ; ~C0m ' 0, .' :

.i d e d o p f C ) ' 1 } t o r l 9 c(1)iutildordo.cqiTedor*'e'a6err.-,'·.\·': ~ e u : a J~nlpada.: " " ..'~ :"",\"" \ '} ( . ':

, :' ~V i vF l t: h an i a e!~ : J'" ,,; ',:_c

!'".)'NiyaY9V6T_,,:,i, ' '. :"'~ .J"" if :

. '" <~Yiva'cfoiia:Ai1ichltaisse:avizinha que t i r I lS , a

\~pa~efid.o: <0

4

.' ' ' ..,.' .'.'.1;; j'.' .... , .' .... .c,i

..• if-Y.EiappyBtrt~day!'gtitara:r1;l;Qfr uetos.do-Co-'legioB~nnJtt.:, ....., ..:~'.\ .. (",.; " . ' ' ' !

: ' ' " , - : . _ . , ~ - .: . : . , ~ s . . " _ \ ' Y - '- . : y : , , " " - . , - ,'1

'.Bateram ainda·algum·a{palmas - r a la s» " . .. .. .. .. .• ; ''A~niY,e.rsari~F1,te olhava;.,o'D ( b J , ~apagado, grai i~i i '

'~i.s~CH:,'.!.'· \'{' " ' > " . . ' " . . . : r . .... ...0' "",

._ ·-'-.Paxta'olJo\a~ v~)V61disse' amae/dos.g_uatro, "1.' ' ' • 1 ) I_/ "-- r ,r " \ ,- " , . ~ " _

)fil,hbs~,eela~qt;~Il_ltlt(ve'_p~rtir L'assegurouiiicttr;taa, .-, , " , '" ' f" , I _ . ' :' ._ ' 1. _ I ~\ .", ' , , '._~~),,' , ,, .j : -, , , •

I. ' tddos,c9m'artntlrno~e .'~Iitrig~nt~.~E',' eOI l lo< .wdos

aprov~ssem :satisf~ito~ ·e'cJrioso~:;~ra.se,to:F~o~'d~. ' ~ r , - . . . . ~ ~ , . , . ' \ . , - . ,,',1-_ I,! . " ~ " ,.: " " I

.,r,ep~nte'impetuO$a:patfa6._boldi, vovo l, ." "", I ',."> - " . , ' . , , ' I Y r'i "I /_ .' ,"_ .,. r- 1._.. -, , " ,__~ " (., \, ,

, -. ]~\qe~t1bitb a veTha,pp~61l ' : : l} :a . faca tE ,se~!h<=~(~si,ta,9ao, .comose h~~ita!}qo:u,rrt' monrerito' e,latcid,a.'

.'caisseparfl. a t r e n t e " deha PJ,jJ;11efra1:talh~4a.ceoni.'. "," :,', "i:"'_' .~-1, .• : ' : : ' ' ' : ' ' - . - : r - - - - - - " . . . ,.,, '-;t,;:--, '-:-r ':' (.', ' -' 'j~ '/~~,':t

.punho de 'as,Sa$Sln~L! i, " c , ,~t . ,. ,.5',/ .•: .\ ,I "", ", , .,~-"/ .. -J' - '· · :c - - ' ; " ~ ', ' _ l ',--", ,,",l, '~ I ,."l.-

,,' . 77QuefQr9a;:~~grt(doU,~nOf:adtnpan,~ina, enab'. s~~sabia se;~stay~':~~q~*daHz~<fa~ou agnidivelpit(rite,' ~'

1- •.••............ '.. '.," I~ :., .... . I' .' ".'

':surpre'~ns.lr~a.·E~tava unt p'ouc6horrojiz/a;diL -, . . .;

. . '~\Ha:~mXan6:atra~ela ~riQa~a.i ~e~~bires,.I " J n '-\ /,}~ ~'__ :;'1--)'.'-" , .J>. '-J _I _~ '-__ \ _~ --- -"

sas/e~cfJ.,das,pow mals, i91¢gQ:dp queeu; disseZllda, -,; , . , ~ , , ' , \ : ' ,: _ , _ , _ , < ; " \ : _ • . - : " _ - , _ : : ' , : - ' - 1 ( . ," /' . ~,~\~ , "

l?m\~~g~!Cr._':' "i . , -:,: " ...',_;'~ " "(

...... Dad~;acprimeinL1ftlhada;\ cORlO se,/apdineiJ;apa-de. teri~;!tiyess~(siao]aq9ada, todos se awr6ximaralh'

_ ;1 _ " ' ' '< : , ' . < : , " : \~ : - : ; :" : ' ~ r ' :(_ _ , .~ r , _ _ ' - ( I

, , , ~ _ ._','\;,f/l:.,.., ,•-/~ _ . L ' 7

"I';.,

,)

. > f'\.

i . i . : : : - ) \ . ' :~,.,i,i'", ,- ,:' I i7 ' 1'"'_. , '

:' .1'.':~,(;9~~~(do··.ar~,es~"es~ay~ l~~rtd.ll;::'~.~;n:~~e~',,>el1enTadas come 0 'ba,-rulho' que (,)s'filhos faZlaltJ". '_ " \ " 'fj'7 I,l"" : '1\. 'I,, , -/ ''- t' ', , -> - c f : . _ , _ ' - - ~ " . " . ' . _ > . \ , ~ - . - \ _ . . ; , ; ~ : " . I l) '~;~_"/ :_ ..:

;ffqnql!a~t(Jas.,\v6sse re¢o~ta?(lm"c_Qnipla'9.t{i1tesl:p~s

"'CauEHr&s,'entaoJeduinitna:: irtutfF luzt do Jq.6rfe'dor,"'I " , " ' ~ r ' A,,~. "~,", '~c J jl ----.-. -, .)..-,;;_- ..:: ': _ o r ' , ~ ' < ,- "-/11" 1",> "

.paniaqender avela do: bpI9 , ' um{l v~la,grand~:,cori1;' . ." .~Ip : l ,pap i lZ in1 :16 i cp1a#b ,6P :de 'eC s t aV: f l< ' e s9 t f t q ; i' ~8 ,9 : ;., -' .'

;'- __ "._, _ -_- / \" "..': < ,:' .: _' ~,

- -.c e - :', .,; _ - '- --_ " ' '" _" ,'{- , ..- .... "" r

" ; .M asp .h ig l le r : n elogiotia Ideia-de Zild,a: e: e,la Se! ' jJer 'T '} '" _ ,, " . . - l -- ,, ?, ~ ' - ,? '. , \ ' : . . _ _ - i. -, __- _'-;_ ,-_~" - : > - , - , ~ " - ' : . . . : . _ ' ~ - : , : , , ' ' ~ , " "

°gt;uit6u {tl1gustiada S e el~s -llaq~~sbari~lllr;~nsando : c ~ .~ _; '- > :' ,Y /. ,:,- _I"" t ,_ ,-~ .-:_:_,-i. -_~ _ _ ,J ; _ - ' , . _ ' , - : " :("1, , "_" ' :_ : "c~ '

.\~'9~~fO~§l~p?~"e9?nqmi~ -ge~ ,_~e l a s ; : ; . ~ ,~lnggefu" ;~e. I)l~mqrando'de que;'niQgu~ml'litvia Qo~tri,bl1JdQ'0ol1I.'

, " i 1ma ; 'c ~ i ix~eJ6sforqs sequer p'araa~ccnlhdi d a \ f e s ~: / , " ; i~;q ;uee{la ,Zilda;:sefvht "como tlnf£e , ~ c r ~ ~1 i; '"O$ iP~S . '. 'i '

t~,,'~':;,.\ 'r <." ',,' " .: " ,'~/ ," ", . _'---~....:.., _ " :~' J • ',_ : , "" ,I, ~i

, 1 ' 0 : ~~~~u,~t(7)s.·.~()r~9-ao;reV:91tado ..Eri~ao acenderam .I.~ <'f';1a(JYela.\~ entao J~se , 0 Iider.ceantou com~itItjitff'"

."'... ,';fpi~~i'~htusiasm~ndQ'co~um olh~r 'aut6tit~ri~ os .,i' \~;' " ',', r, I , - . ~. " ' ~ , " t " , : , , ' . - , ( ~-< ' -) }" ,!

., mais.·}1esitaiites ou sutp:reendidos,'~"vari1os ! . ; , todos"·, ; . "\"I '_(""·' . i ' :":" '~' ' ,;,~1',J/_/.'", > \ _ :. ' '_ {_" ." I ,." "',L

.,'.cl~;U:ma,vezt\ ;,. e todos de repente oomecaram-a

, 'ciantar aitoco'mo ;sold~l<ips.De~pBt:tada pela§~vozes;

(.Qdide,liaolhoi{~sb~fq,if(la.~Co'n1;o:'ttab·bavi~ni·com:,

) / : r , '~ i ; r fa~o ' , 'hils.9antat~m' ~:rr{:P~Jtug~es}o~t~9s: t ~ r l 1'".'1_ " /-,":' ",. .,.,' ,", _ v ., ,,~- f.. J _ -, ,, ) _ "c. . __ ' -,'. /-_

,,'(~t,:<f-:.::>fp~l~~:T~:ri:}ara~,e,nta(),qoi.r.ig~r{e.(j§,~ql,l~·havlami:;"!)~, \, ,,. ,<"~" ." I~" \, I" ~ ;, 1 ~-" " ": --- ._ . < (), " ..~, '_-' I \ 1 ,;", •

,~,\::;;r9hntaa(!,ym, iprgIe,spassarama p0J:t)ugu~s, e.osque,

" · . ' ? J f l 1 ~ ~ T . i ~ r h . c a ~ado ¢ r r i , : P _ Q rJ~gues,,'~~ss~ram .a'can ta,L'

·~:~ilif~~i~O~:~p1,ingles:- » " - " ~' < : : , : ~ ; ' . ' " ) ' , , ' . . ~ , ' , -«

. . ' _ · · ' I x .~; · ' E n q u a . l1o.canta vam, a '~n!ve(s '~t : fahte . r a ' : ~ q : z : a ~»~~\.{'<vel~:aS~sa;n1e'ditiv~··c(Hn6,'juntQ···aeuma 'lan~f*~~'<"

" , ,, \' " ;. -< ' , -. \ _ . . ~- - ,_ , 1 ' :' """<"',,'_,; :' - _ .. - - r ~ _ -" : _. " ",j -: -, ';" \, :;A , - .- l. _ , - ,,,-?;~ -~, r 'j~ _ .' .

:·':f·:~1/::~Eseolheram.Yo,bi§neto ..m~ri9t::qJle:'Feprti9ad'Q"., Ijo,; c0FJ;da,/ma~e1iooraj~dO:-l:~/apa:g0l1' ~/pham'~\

• \1 ,_,. ,I~, ' \ ., ' , ' . : J 'f - _ " ~ •• _ - '0 " I, ' - ': r ~,

. .. " ,c .q r ij urn t!l1ieo ,soproych~iol\qe's~J~va! Pdr-um ins-:-'

, , ' 1 " tante" p.ateral\1,;:p'alma_'s~a pot,ehqi'~' ihes'pefadfli, do!: ' ; c : : - _ . - : _ ' : _ \ , ) l '"

,! ,

,I,\ j

,\ \ .

. ,• • . _ J , l",~

,.. > ) -

.' .,

/ I ',\ (- '/; "

\-

, ' .> ' ' .

Page 8: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 8/74

, ' ~ ; 0 . . . .

'- .\ (

. ,r. '£ ~ . , 'I ..

'ode "prate .ria.~ao;, insin uando-se: em fingidas

__ ,acpt6yelaa~~:,tle artinia9,ao;,citda 'umpara, a : sua ,"I

-, " pazinha. ',,\.. ;~' ',." '_, -,' \ -' , .:,'I ~I ~ j - -. - r ) ~ \ ,

F 'Em br~ve;-as fatias eram distrib-ufGtas}pelos pra- ,, l ~ ~. , ',_ ' " J _ , , . , , ' / . . ' . , _ \ ' _ : . _ ' , 'It

"lin!J,os, numsilencto.eheio dc-rebulicc. As criancas '

,pequerias( corn a' boc,aesc6ndida,pelarnesa'e.os. , -- -, ,. ,), 'I, ' I " _ < _ " , I" . .. , " ~ , "

olhos ao nfv~l)festa, acompanhavam ~3:distribui- I

;9'ao «om rriuda-i~teH~idade'." As;pa~s~s rolavam 'do"

" .bolo entre farelos secos, 'As cria~¢as'~angustiadas

viarn se.desperdicarem aspassaaucompanhavamatentas a:que(fa:'~ ,'~~ " "\__ , ,'", , e,y;

~ E q~ind6fQram\ve-r, nao e que a aniversariante(\. ~ ! '"-----.

ja estava d~voranaO-0- seu ultimo bocado? ,

,'E1,porassim _4izer~fe~ta ~sta-Jatefminada. ,-..,- ', / . - , ' I : i : '. . / - :, , ""/ '

'Cordelia olhavaausenje .para/todos, sorria. '- I, , :::_ Jalh~ disse:hoje naosefala em:'negocios:

'-' ,r'esp6ndeuj0s~ radtante,.:.'_ ,':' ,'I,' , ,'. ',--::: ' , '_

e: ~ Estacerto, est~ ceito!~ec()lh61u-s'eManoel. _ _ " " " ' ' ' - ' \ I . : _ ~ l_ _ " • '- - - :> / ~ . - - - - ,

'co'ncjliadbr s~m:01har a esposa.que nao odesfitava.

, 'I~s'ta ;certb,~t~nt()uM~n6~lsDrrir e uma COrit~h'9apI ',,~ "",;:. ,-,0 ": ..., , --: •• 7"" I.

P~Bsou-lretapid~,y~losri::l1iSc~19S da £ar:~; , ",\~-<

<,:; ,'"'""7"('I:fOje~ediaa mael-dlsse-Jose.(I, ,.'_,' ,

, ' Na-cabeceira .da m~s~,'~, toalharnanchada \

\-de coca-cola; 0 bolo desabado, _ela era a mae.- / . ~ 4 f~ ~_

'e" A aniversariante piscou. :, _' J - •

/. " ,. \, Eles se.mexiam ~git~dos;-t~ndo, a~sua'famflia:.; E elaera 'a nHle(-de todos.It ~;eJ~hlerep~nte q a Q .se"'~~ ~ ~ _-,, r ';..( '::"~" ,--,.--- - 1 - '< . :' '' '' . , " I '

ergueu, como ummorto se.l~yapta~de_vagate obriga-, '

,mudyz' ,e'Je}t~r .;aos~Vivo~,"aal}{v~rp~r~~rite/:ficqM

<maisdura~na cadei ra". e ~.ais'alt:I('~EI~ eraa\llae~,_ . - t • ~! ,:- - c 1 ' -

1 ; -' -- - ;- , ' '- - -. _

l,\ '. ' /

'I.:» , , - j . c is " \ ,

\' f

-- " \

, " J ',

,~/ ' _ , ; ; ~ \ "\ .c, -, '

; ~d~oa~s.,E C,9n10 a J?resilka'a sufoc_~sse, 'ela era a, x) '- \ -

.1 mae de todos e, tmpotente a oadeira, desprezava-os., 'E olhava-os piscando, Todosaqueles seus.filhos .e t:

';n,etQs e bisnetos que nao passaV~deqaine de ~euc' ,I

, ,jO~lh~,p~n$OU"cle,repeht¢'con10, se'cuspisse. Rodri-

" g g , _ orieto de:set§ ,anos,iera'()y.rticO; a~eraCaf11;e ,"

~/d~seq_c0ra~ao, Rodrig0,cQln',aquela carlnhadura, .' I ' _ . . ' , - ' , ~ - - .-1 -""~

viril e' .despenteada. Cade Rodrige? Rodrigo com

, 'olhar sonolento e'intuinesc_ia~naq~elicabecillha'-'

( '_:~.ardente, confusa. Aqueleseria urn homem. Mas, .

< , .piecaridovela olhava.os outros, a antversariante.'

Oh 6desi;re~o 'pela vida.quefalhava, Como? !'qOrrtO'~f)

tendo .s ldo taoforte pudera dar~!luzaqueles seres "

'opabos"com 'bra90s moles.e.rostos ansiosos?,~la,, ,. "" r,_ . "'I ' > < " "

aforte, quecasaraenr horae tempo' devidos corp," umb0m/h<?meniaquern,'- obediente e Indepen-

-1 dente, elarespeitara; a qtremrespeitara e,EIlJe,lhe

fizerafilhos e.lhe.pagara os P~1;to~lhe honrara os

\ ' resguardos., 0 tronco fora bOln~,Mas dera aqueles .,,_

azedos ~,infelYzes frutos, sernccapa~igad~ sequ~~'

para 1c11l1aoa alegria. Corno<pudera ela dar.a lQz,

aqueles set~s ;~sonhos, ,f.racos,,!~eni austerfdaae?

"Q~,a~c<?\!()nc~va noseu peito. vazio, ([us cornu-

'~i$tas"en:Co queeram; uris coniunistas. Olhou-os

j, com-sua' colerade .velha. Pareciam ratos s~ acoto-' ~

velando, .a.strafamflia.vlnceerefvel, virou a cabeca

e coni fOf9a,itlsuspeJtJI" cuspiu no chao. _' r . , . - . _ '

" "-,' M~l1?-a~tgtitqu,l!1ortificada,/a dona da casa._,

,Que e - iss(),'rnamae !gritou ela passada devergonha," )e nao quetta sy;qtier 'olharos, outh)~~ siabia. qoe QS

- 1 .. . . . ." .< "- , . , ; . ' , . ' II,~ " _ i . . ; ; , , \ 1_ ( r, ~: '\

- , < _

, '

, \~">,

f'

, ,

Page 9: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 9/74

,. I , " ,'>: ,~ ~.-!

, .'"

" , " \ _ . ( i ;: ' ) J -

,'de~g~a9ados ~e 'entreolhavam vit~;iosos comose

: cQubess~ a ela\dar(educa9ao a velha, e nao' faltariaI, /,\ \il)uitQ para' dizei-e~ que' el~'j~nao ,gava mais 'ba-.'; ~ ', ;'~ h o ,'n a 'l na e , j am f li s, c omp r~ ehde r i~ rU '- 9 's a qr iI ,i fi d '

'\;i":9'~,7:~~~',!~~~~;.7-~-a\iria~j.> q M ~ , ,e:~sso:!:_qi '~~~b'~i~O,"<

t;H~~gustlad§l~'A;s~31li,oranune~ fe~-}ssqh~fre~,~ecntQu:'';,~a1topar~"q_u:~ tgqos 01,lviss~In,Slu:~tia,'_'s~ag~egar,

".' 'ao';espaiito dosoutros, qqa~d6bgalo"fa~{~r'pela"\

!i , ,', ', tereetra \~ez 'renegar~~ tll(m~e: Ma~sel!enorme J

'v~xame'suavizo'u-se qu~ndoelh percebeu que cles' , ,~ . : " '" ,. , . \ ; ' c :- " , - - : '- : ' , . . : _ t. _ '

: ' <abanavam , : 1 cabe9acomo se estivessem de acordo,

l~'que,i y~llia;ip-ao passava agora d e ' ~ma crianca. _ '

', .,i !bU1tirh~llnente,ela'<:teitc·pra cuspir, terminou

}/". ,~:e;I1t{t~;qbp£es 'sal1d6-ontri ta , ~pa ra Jodds . 'r )"

, !'.," Todosolhanim aaniversi!riar;tte',pompurigidos"\'1 '$ . -', ' \' , > . :_ _ , - ' " ' ,_ .__ I

, t e$ :R e }t ?s o~ ; ~ ~tyl silen c io -._ ' {'), ~~ ., ,/." ', ' , ' ,'"

, .Pareciam Pi1tbsse acotovelando, (a sua familia. ~

I' Os menmos] eITlbpr;a,cre~cidos -I-proyayelment~ ja

, alem dos¢lnqiient~anos,"que $~i eU!/2,s meninos

,J f' ;h:aipdaconser'ya:vam os traces boifitilihU§.: Mas, que .I ", ," ,J" , A _ ' , ' . ' , ' , " , \ : , ' ' " _ , ( ' , . ' , 1/

,'hj'mil1here's' haviam\esc6ihldO!"E,.qtre .mulheres os -.:

:dfl'h~ios ~:a i r idamais f r a 6 d s 'e ;mais'azedos -'hil:viarri ,''j , : ' , ~ ~ ' ~ ' \ . , . ' l " : _ I <" ' - ' \ ," ' , 1 / i i, l" :_ . - I., '. I ~

":>:'escqI4tdQ ..l'oqas vaidosas edepernas fina~'; com" (

. i ; aq ' u~les colares.falsificados de mulher que na.hora.( I_ ',. '(" -/ ,\ .' .,/ J 1__ .. _ , 'f _) .~

" nao aguenta ai~ma<?,aquelas, mu,.lhete,zluhas ~que

J ':,'oasavam 'mal -os filhos,que'pao sabiam.por urna.:

'\~\,(,,-c,iiaqa : ~ r r r ' ~ e u1 u g a ; r ' e ' todas ',¢'1a~-~m:-as' qrelhu§I - ':" .1:, , ' '" ,, , "\ . ' v ' , " . I:" ,"). I t . \

" erei~s;.deql7~1J90S~:i n~rip:u~, nerrhuni ,de'ouro'!A ralva a s~locava .." I ",, . ~,,,_ ,,;; v -

t \ '\, ,; _; ,11 }I \ I I ~" 'j , I. \ ',,

- ' '''_'"Me,d::i u r n copo de'vinho'!'disse.' ~ , " I.~ ,., 1/ \, i'I ,;: ' ,/ \ /"~ ,I "

, .> r.1 - .

~, I,'~", / [ r/ -o

If :i : I(~ \, ' i; \"'~.t.,.~ \) '" "I ·A• -.f~.~ \

\ ( . , ~ " ~ ; , r , I I~ :(

, ~ " ' : ' 1 _ , ' Y( " '\ ', '. ;. _, , . ', J . ' \ . . ' .

", ", I 20 _, " \.,', f" , ,I, " ,;

I, ~

" , '

;_,,

. ' ' J ._-_J

" 'r, -', ','_ t ,"

,{/!/\ J ",'

1 \ i

, ,

'.i

-I

,. _t;~

~ '\ I •

" '", _

, \

;: { ' '. ,!~ ", r .>

" j , . _ .

~ .c'. ).-"

.~ / I .!_ I

,0 silencio se fez desubito, cada um com.o'copoi'mobi4izad~ n a mao. , c' , f. • '

,, '" I , " ",

'J-i.': ,'_" ,_ Vovozinha.uiao vai l~:e fazer.mal? insinuou !(

oautelesamente-a heta'{oli9a E ; baixipha. ' ','," '. I, (, . ... '_, , " ' ,."~ 't _ , "

"(,I', "', -r:;:Que vovozinha que'n~datexplo4iuarn,arga;" I . i f . , _ . . . . " .;1 "_ " . , ~ , "" ,_ ,'r

, , ,'/,aaniyers;ariante'.: Q u e ? ,di~o.ovq~~~6arr~glfef?qrj,ade:~~l)~J~s~,cornQse:yag~~_~nd~~!_Nf~/dia um copo

' * de vln4o, Dorothy! ordenou.': ,'i J ,~",,-

:c,~,,- DQrpthY"nao sabia o qu~J~zer"Qlhoupar~lo~o.s,/ "

,:; 'em pedidocornico de.socorro-Mas, como mascaras v+r.»~ ".; \ "", \

isentas :e;.inapclavcis; ,pe SV?iFi'llEmhpm rosto-se" "1 :: ,- "

r, " marii~estava;' AJe~ta int:f.fohipida; os s~ndpJe~~s~\

, t : ' ,qIoti:hdosina'i~ao,~lg~m~p,e?a9()!que estava T I 3 : b~p~,

/h :> 'l ' . 'a sobrat..'cs~c?,"inchal1do taofor~ d~~o17a a,lJ,p~1Je-

.cha, 'Todospnh~¢ ficado c~gQS, surdos e~u~os,c~m croquetes na mao/E olhavam iinp.is$ivel~",'"

Desamparada, dive'rdda-,c-Dprotny deu:o vi-

,: I nho: astuciosarnente '~p~m~~,doiscledos no,',Gopq. /:.. 'jr ' ' , "".) ,," ", ~' ,- , .., _',

~ x J " " ,Inexpressivds;'prepali~do~; .todos esperaram.pela. 'te \ tade' \",'empesa e".- ~', ..' ',' "

; '< " ,,~as 1;1~o:s6'~'~rii,yersarian~en~0,jexpl.odiu~omj'

, "a miseriade virih,o que Dorothylhedera'corno nao--_- , '~~ - '" ~) I

mexeu no copo.: \ ' ,it' ,, ~ J ' _ . , I J » ) , ; ( , i

Seu olhar estava fixo, stlencioso.Corno se nada" 'i ti~esse'a.c()rit~~i'dq.' ",,~:', ",' I ,, :,), ,

, ", ,.' ,I -, , '

< ; Todos' se entreolhararn. polidos.. sorrindoce-

garriente,~bsfr~tos Icomo se unf.cachorro tivesse

, feito Pfpi'n~a~sa]a. pq1X!estoiciSlT!0,i€90me9~xanlI .\' ' '1 ,1"\:,." , I' j " ",",

, as yo~es :e"t~sadas:' AnOIa de'Qla:i:Hl,Auetiv~ra:.o,, , : . ) - . / ., . ( : , ' . J . , , ' ' _ ' 'j" '~( . i " : ..) \ ,

'sea prirneiro momentountssono "C~6,mos\outros+ r; -, \

,I"

"

,-..1\

. \ 'I., ~, ,

,r

r. ,~ '" r','

r . ' .. _ .,/

,,

,. , /-

:' ' < • • •

r""1

.~, ~

J _ . ' . \.

( ,( ,. ." ,

,\' '"I ,

'\ '.

Page 10: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 10/74

II I ' . '" ~ ',~

/ ,, '~. I

quando ltrag~dra_yitoriosame1tte pare_cia prestes a __

se desenoadear.teve que retornar S0zirt.h(a'8ua se~' .

/; veridade, sem ill) .menos 0 aroid'aos tres filhos que. /1 '" ' . . ' , .< , . ' . . '/ r-: $ ,

',' a'gorasemisturavam traidoramerite (will os Qytros",',

15esu~,cadeifar~clt:Lsa:, ela analisavacritica aqueles: , '_ -'-- " , -'l' '''- '. __'~ > . _ : . , . " ~ '" ' ; , - - , , : , - - _ . _ . ' "j~,.: '

.vestidos'sem nenhummodelo, sern.um.drapeado, a,:_ i ", ' • " ._ ~ " , ") , ,_

. 'rnariia que'tinhamde usar vestido.preto com colar: ,)

j ""- d~perolas, o que h~o er a nioda coisanenhuma, n~o,'

,,',?, passava erade' econornia. Examinando distante os

sariduiche~ quequase nao tinham levado rnanteiga.

Era riao-~esetvifa denada.de nada! So-comera uma

coisa de c a c l a , para.experirnentaf ' I I 1('.

: ,E'p0(:;Issim' dizer, 'de -:n9v0.a:Jesta estava.,',I , , , ., {,,I. /. _ . _ ,__ " ' ,j , ,, r

',-_, termmada; c , _ ) " ~ _ , ' ' . _ • " " , . , . . t ''f' '" , \; ._,

ir- ' r';

As pessoas '=ficaram. sentadas. benevolentes.':, Algumas coin a atencao voltada para dentrode si,

',' a~esperade. 'alguma coisaa dizer. Outrasvazias e

.~xpectantes, 'com urn 'sorriso ~mav~1,0/est6mai~0

'cheio daquelas :-po~r~ariasque nan alimentavam "

,,!;~as tirar,a,nl afome. As 9-ria~H;,as,a' inGOntrol~yei~" ,Y .,gtltav~rh'cheiaSide vigor:.Urn:a~ja·estavamde:cat::l "

'iJ;ntl~da; asoutras, menores, J{rholhadas;·a·tarde ...

:cararapfd:;tmente. 'iE Cordelia? Cordeltaolhava ':,.

ausente; com' urnsorriso estonteado, suportando /" '<,

sozinha oseu segredo, .Quee que ela temralguem . 'lpergt1ntofL;COm\Uma~'curiosida:pe 'negligente:, -in-

,:~. Jlica~,do~'"it de ionge, com a Cqb~qa,Ihas,' tambem\. ,'\ ' - ~ .

'\, ,rhi0 responderam. Abender'amd. restodas Iuzes:l f- ...... , '. ~ ( .',( 1- '

" ,~'par:~;:preci-pitar~ tranquilidade danoite, as, ~rj~n"\'

' .9aS'(~C QIiieQ-av~n T~;"brig ar~as,asJ~~~S' era~ .mais. .. J

-, 'I, , ; \.; -.( "

\.. f

, (

"22

" \,

. . , ,r

, ," "

I, .

, "

" '-_, ~\-.~. --..:"

II,

r.~ \~

, I,-, '-,

y _- --:\.: r~·

.I _ 5 · ,

. ..

;. 'w , . ' !., _

."palidas-que.a tensao palida da tarde. Eo crepusculo'

, de Copacabana, se!n,~cec!er, no entanto se-alarga-

vacada.vez maise' penetravapelas janelas comoi. . ." .' ('" ',~ ' ..

\' urn peso. "," '),' ..

"" ' -..TenhQ que ir, disse perttit;bada,~~a:das ~o-

;,~~s'fevapta~?9-Se ~';s~6udindo.9s:::f£r,~lQs'Jla sai~...'s' {

, V: i r -ios ,: se erguerarnsorrindo. "",.'~'i '

'>~' A~ahjversariant~ teceb~u~m!b~iJ~~'c~u~elos0c~"

;:- "d~ cada~m·coIl_lo se sua pele ,tao infamiltarfosse

"-(' uma arrnadilha.' E;.:.Impassfvel.piscando, recebeu - J,) \

\.aquelas,palavras propositadamen te atropeladas q u e• I \ ' ," .

Ihe diziarri tentando .dar fum final arranco .de efu-) ." _ ,-- ". ~ _ j f

sao ao qU'e, nao 'era mais seriaopassado: a .noite ja

0,;',' viera quase totalmente. Aluz da saJa parecia enUlo'

mais arnarela-e.mais rica, as pe~soa'senvelhe~idas'-lAs cnancasjaestavamhlstertcas: . ,', . r. •

.' -:$eni que ela pensa que 0 bolosubstitui 0jan-'-,_, tar? Indagava-se a velha nas suas..profundezas.',

, Mas I1iqgu~m poderia. adivinhar 0 queela pen-

( : J ,' ;, . _ sava.~, pq,pa aqueles que.junto Itla porta ainda~'

, I ol11aram\uI?il : r ez,. a ahiy~rs~piany~era apenas,o que

I pareCiasef':\§eDtadaa cabeceira ..damesaimunda,

corn a mao' fechada sobreatoalha como 'encerran/do

l i m cetro, eC0Pl aquelamndez 'que era a sua ulti- i

-r- , ' "rna pal~VF~~'C6nj um'punho fechado sobre a mesa,

) . ~unca'Ii\ats~ela-§e,~ia apenas 0 .qua.elapensaase.

- ~ Suaiparencia'_!1finara'ultrapa~sara e, superarido-a,',' ,, .. .)

s.e aglgantavaserena. Cordelia olhou-a espantada,

'.,0 pun:hoft;u4:6- ~.,s~vero sobrc-amesadlzja.para

-a infeliz nora que sem ~remedio amava talvez pela' " ' < " - - -: - . ( _ , ) "

)

. ," ". . .',~~-

·r· f t. ,

Page 11: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 11/74

, ; . . J, '.

, " i" ,I ~ ,,;.("

. ,\",rf\J ' .;" , '. ' .' . : ' ...'1\'\, ..""-'.;.' '; , ' "" . '

"',.~~*Itim~\~~:~?E~reci~Qque~¢;saiba.E~i>.te_cis:?'~que~t:l"::/, \I { ~ ~ /" \ I • '/;. ~_

~,s'ailJa:'Q'lle,a vida e c(trta., Que a vida e cl;lTt~r.,'~

"" I<"'~ '" ;P~rerir nenHllma vez ~ais"r~p~tiu. Po.rque(, ', \ ,'jl ,} ',,:-:' ,5 ;,,\' " ', " , ; t " ' : : " " , . ~ .' , : , " , " : ~ " ' : , i , r, /., '. r.\ '. ...:'''' ,-,_,;\.~'__.'

'.·~veFdade 'era' u m re la nc e .. C o rd e 'lia ' olliou ..a.estar-I, \ f : ." I- :( I .: t ' ," '," '"J , ':;:' ,', :":. ,,' " , ' > , , ' ' " ' " ' . . " i , ' : ,~ . " )

" I,\ '~~0id~~\ E , Pflranunc,~ ma~s;:'p~ghpIlJa,y~zrepe~iu-t ',c'

, '~ it: qu a n~ ~'R~drigo ,o2neto: da)a iI iyets '~r j ; t i j te / ;PJ lxa- ,. < Y ~ ' : a . f u a : d 'claq~ela)ITiie'9u1pad~,:'perpl~xatecd~$es,~,.:!/!'!IP~~ad~··'queJriai~s;llrnavei~plll0u "'~ara>tras , i1}i p I b ; - . . :

,. I;,:~-rartdoaveihiceira.itidaiuni'sinalde que uma nt'ulher:'

\~;"d~,\re,n'ftfu'fttiReto';dllacy~artt~,', '~nfitn ag~rrai"a ';::J.:f'-·f·''''··'''' .., · · _ I . , ? , ' - -(~:>;",", ,~,','< ','~' .,/.1 ,,: .. . \ __ ::F ,,~

.,'J ("', sua Qen:adeiraJJhance e,\(lver. Mai~urna vez COF- <~I""\",,,:-~~;-.~.,,\ ."" .... ",~ ,/, .. 1"" , ',J

,,:·d d ra ,'qm sQ lha r.,,',. : .', " '- " .. ',. . .'" '.:\'~ ""~ ,.;,'" :,, :,."'1,;.",, " , ',~ \,~ ':, "; "~ '" \:-<''';''; "i '1., " !~, '~~, \", ':~ > , :' .: ' •• ', 'f,. ", F

''(i<~,;IJ''(Mas a ess€ novo bIhar~. aanivensarian teera o1 'l>"':L;J'(":'=,'r:.)'.<~~" :: '!"!iT~,!>:r', "> '~' , ' ,_" ' : ~:> ."', -:' ',.:~ ,,:' ,\,' <, L/. (>r,," ,,,!

\itriia :velh~:racabeceira' d a-mesa, ., :- '- 'Y :i- . c : ' . . ," "":,",~ ,.,~,~,\t . ,~r,,,I,~l~ :> "' : ,: ' " . ' " , . ' , . . : , : : , ~ ,' . ' : ~ , ' " : _ . ' : .._ '" , , ' " ,,",;1 ,; ."

.: .' " ' .: )t :P . a s ~ a i a " :O;F~lance(;~,~ar)yast~da'peH~Fla6; pa-.r: '.

.': .-·~·,~t~ritee i n~ i ,~ ten te tdy \ i :~~ .4 r igd '~ no~ai:segtIi'U~O

I )I j 'e .s ji~ rtad : : l ' .....- . '.' . ..,': '" \' .." . '. " . . ' I,

,:~(}~·,: ';<,-N~:m·lodoS(F~nlo,PdYilegtp;e'~),rg~14o...~:deSse reunirem"em,t0tno' dam~e',·{.piga.rt~o-w

, I~ ~ ' ; ~ ; , f & s ~ertlbr~n~db~se:de-qlfe>Jong~;i~·~ q U :e 'in 'f az .iq :" os - .

. ' " : . \ : I f : 4 i ~ ~ p r $ 0 ' ~ . ~ {' : . ' ' , , ' . . . ' . '. . . .' ; : ' : ~ .\ : , ' : ' , . ~ ,. . . . ./ ' . . , ' . . . . .t'" .•.. .

·"'I.~<l~\;+/I)a:mae;"-~rgtila! riu oai)xQa.sobrinha, e.a:

.'p'im:~nfaislentacrihlSeniaGhax graga. (," . \ . , <~:/.. ~ 'N6~temos .di'sse M~n~et~uia~runli~doSell;. v

) '( ih~~i~,~Jh~tp ~ r , ~ ) ~sp6sa.' N6,~.ie~1l1~sc·e~s'et~¥_d~~.•'.. ',prifij'egiQ;disse ~ijstl;aldoen~u,galldoa pa1ma~m'ida<' \',<':, 'd ')")j : '" ~ < : : : : : : , , _ / : : \ , ,r ",~;~:,.~.", ",: ,( 1 <: .,' ','--,', .", . as,maos. '.. .'.' ...., "! ""' - ." >

:; ';~::~M,is"~io-era ~ada:ai~so, apenas,o(ill,al-estapda'\ . r " \ ' 'I ". \ ':{"':,- , I ',' ' ."1 " ': '; ' ': ", . " I I" " .: I" . ' ' i r ' ' : ' ' : ',.1 , '~ '" " ': ' . '''1-. •

\ ',I .' , \d~sp~qi ,d~;! rJ : ;1l ,1i1paSe.sa~en~oaQrcertQ'9u e d ,~ z ~ r,.'1qs!e/~~1?ef~~dpjde,s('~~~~9 C?m. " : p ~~ s~V~ r , ~~ l IWa"

I' \ , ,\, ,>! ' ,\ " , '1 I ~, I

•1.

,~,

\ '

)\

.,

, ''_' " 1 / i""

-:" : '.~\ "\, - :;. . ,,"\, . I, "::_~,,i': l- - ~: ,, ,

econftartga'a proxima frase.do.:discursd.Que:nao" " . " ' ~~" '< . . , . c ' ;" ~" (: 1 ' " /. " , ~ ' -" ' : i . : 1 .

'vi~ha' ..'Que: ll~q\vinha .. Qge"J:1ao,vinha..~s .04&oS~uard~vaIf1" ~of l ; t ? Jbnga \ f~z,i~falitanes sa~}~9~as .~" ·

i 'Jose enxugou'at~,sta,~com:,?'lE{rr¢D/',:.gomo Joriga:>

':; faziafaltanessas .horas! !ambe~ fQra~Q'unicba/

q~i~;~'v~lha ~>elJ1pre."aprdVata:~.esp~itara, •.•i i.S80 -~ ' ; " J . , - " ; ' . ' . . - : , : , ~ , ~ "~,,!.,,p~~f, :' ",,' ""'/" "~:,- " , ~ \ < ' ,1

.'.denra'~ o.ugktSt~taseguranca, $,quaQ~Q:.ele:iIl9ire'~' p a , ' a iY~nia 'n ' u~ba~m#s ) f~ la ;ane l~ , : p6haO ~ u r hn ' l u r O : ~

,enti:e'~iia~prte.,e:9s o~tr9sh/~squ~c~ra~9' t~l~,ez.. . ' J " ; / . . , , ' . , ' - . , " : .l",~', ;: <, ," ." " /~; : ' : . 1 " " , " ', ~ : " " , . . " , ~ , " "

'Mas',naoJ esqueoera ',aquele>·rti~smo6Ihar nrmee' ~ ,d i re~ t6~co1n~ lq~e>de,sde' ' s~r t iPA~~dlh; i~1:~dS~ t r ~ s J

. ' , " , : ': " . \ ' , - " ' , , r / . , "v:" I,:! , ( , ", . ', <. ,t: I

'fIlhqs , ;f a z eI T d o ~o s s e IR -P r'e .,~~svl~F.oso!h0s:'A r n O T :,de mae e ra dJ .rp d e~ u pp f;t~ r:J0s~ en ~tig ou u . t~ sta ,

-, s - .c .... " ', ' , , '1 " 0 ii' ".' " ....

,heiOico, r iso i1ho .,,'.. . , I.'. "

"' \ 'Eclerep~i1te' veioaiiase: ..', '.. ., ,.;""/",}:F0 . '. : ....... 'l~ .,i';\: . '", . ,' », {,'_ - : 1\ te ,\ o; ~ ll ?-O q ti e yerjl!~lisse JQ ~ e 's t lPi tarD-e,r te i

_'" " -(,.' ~:, /,~ 1,"< , ; h '~\;" . • , , .+ ; ': : ' , ' " , ,>{I'':- ' -.::

'CQnl,malfcia~ eIl90ny·(!n.q0;:a§s~mi'semmalseuem "

, m;eno$ ', ' . a fr~i~ecerta~'\1n1~lIl~ir~ta.:fe'liz!'Ate:6aIlp .', " ".','"i ..,1 ", "'~c1"'" " J ; : ' ; , < 't;':( >;, ', , 'J >',:.,:: :,<~" ,h. ' ,

, que v~p,.'.h~'in?,/r,epetitii'~DJ'll\~reOeioc{e}:1ap.ser ..compreeridtdo: "'~'.' "· . 'Y~~:-?/, .c!!!C'/ ",I ) ~\(, .. '

. ' ' O lh o u -.a ,"Q r g1 i~ h 6s q .d aartitba.,n1iad~ ve lh~ i"q t i e, . '''. ".I ', 'F"" <",', , ( . v ::,,\.:-I-,:~. , ," ,> :. >. - ,~".i. ,5:", -:

( espe~t~men~y~ep;1p'~e~'GiJiaW~is.utrl'alJ6~;., .' ..... .., ~N () Lapo:qpe,vel;tl9~s5{~r,~WQs'draQteo b910,' ,: \ .,aceso! .es :c larecyu'me1i jQr '2dJi lho;M artdel ,aperfei -

. ,L ", ,.•-,,~"_\:1 , '" '";. ," 1 .'. ," , ,:,~, .' I ., .. ::. , : \ 1 . _ I,

\¢oan'doo esp(ritO,dQ ':8 0 c Q 'io. !Atea ano que:V e rn }. " , '

"':in~riIae!~ E diarite.dQ/b61d; aceso! disseele.be!ril". . ,,".'- ...1 "',' .. ' ::'~ 'l~"';' ~ " , , ~ i ' : : 1 :f~;, .. " ' I. ;" ) I : ' . l, :" ~ I" "

.> (~xp~ic~a,9d,\Rert9;;l~:seu,64viclo, enquarito ol~~Mfl, obsequi'ado.rpara .LciserEa'v~lli~ de subito,cacan\-":

~ Ju... " . f ' I, """" i).:.~ ,~\ ',' " / I" I, .:.,:," ; .. ,/ 1

: J o u um ti~ 'o fro1l . . ; t?)!c o t np r eEh l d e t r dQ"aahi§ao. /' . ' > Ent3:6 elaahi{u' '3 ' bbca'e d i s s e , ' ' ' / "

\" ' J . " ""L...,I f . [ ~ " ' , .• ,~ . . \ .. I~ ," .:",.\ :,, !'~:.). r

(

«.

, "

.

) ' .~ . : < "t.) ',' ./ . . . . . .~ ", ~' ,i, /- ,

,; ~:./... ', _ . . . .,Ii'

;_';

Page 12: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 12/74

_ 'I

" ;-c ~

, . y c- -: --_ .

' ' ' _ _ _ "~ .' v:

~. Pois e. " ',' '\ ". ," i " . \ _ ' , ~ ' , ' , _ - ' \ , ' , _ . . . . , . . . _ ' ~ ; - J

-E1stimulaQbP~la, cotsa ~er dado' Hio .inespere-'.

dantepte 'certo:,'JosegritQu-lh,e emocionado, grato~'com.os olhos.rinndosri ,:" .~'-' ! c _ " ,' ,.: : . - ., .

, ,__ ,_ c I i'-

~-N o.ano quevem' 110sveremos,m~ufiael

-7:,Nag s:Ol{~~urda\disse. a aiIiv~t:silriapte-- rode;"~ aciq~irihada~Osfilhos sJ olharam'dndo,,~ytixaCl~s~'

_~ -,l _Jelize~. A CQ'is~,ti~ha dad~' certo.:·· ,~,:s ~ . - ' ·,)...,;.:---_ ., ~!" ~,,: _ ~ I ', _.;., . /_" . '. f~.}·--

I, ,As.::otiari9as_Jotam~aindQalegres,. 99tH 6 apetiie,\ • . , _ ' _ , I ( '- - _ ,. ' , :_ . ' \ , \, _ / '

estragado. .( A nora de Olaria deu um cascudo.cde

v:rngart9a n o filho alegre'CJ.emai~ e jasem gra~a:ra. )

i.As~~cadaser~muificeis, escuras.Jncrtvel insistir

\ < / e~J~9ra~ riu~p~e'diOZ~~hQqu~'s,etia' fa't~~fil~fite

/' , demQlido )malst;lfa men;os'dia; ;e:ri~ a9ao de despe-~.' ,- '-< ·~.\I.' ,- ,)"'., ~\'\-- .. ,. t - " . 1 ' -jo ;Zi:Ida ainda.ia dar trabalho e querer empurrar .

, ' , _ . _ , _ r . . . . . - ' . -4 " 1/ v- 11"-. _ . . '" . ,- , ", , ; .> '

a.velhapara as;nora~~":':_ pisado o ultimo degrau, ,-. ." ,J )~ !.} > ,_ .l - . , .. , ' i· ~---._. 0; I. • , '-

.comalfvio os eonvidadosse encontrararn na tran-:- ,. '~'~~",!'" '_ ,', ,,-~"'- ", I _ ,:" j , - , ..« . _,'-,- ~. _ ,: ,'- .

-v., ". qiiHidaae fresca darua. Era noire, .sim. Com:o seu \. . . 'I . . . . . . . . . ' " . . ' . . ' " " , ' ,

." '; pr,imei~o arrepio. ' " ." . , .

i ,,'~, ~-, Adeus, ate;Qutro dia, precisarnos ~osyer:Apa-~ , ..-ry~mm',disserarn rapidamente, Atguns ,?onseguiram

olharnos olhos dos outros .c;om1ima cordialtdade ·1

sem receio. Alguns'abotoavarn-es cas C ' : l C O s das crian- ...~9a s ,olhando o.ceu a procura.de um-sinal do tempo .." ':'fo90~ise~-~indQ:o~s~i1rament(e quena despedjdase-·'i".poderia talvez.agora. sem perigo de cQllipromissuj"i,', ser bcnn) e' ~izer .aquela pa,latraa mars ;:- que.)Ja:~''-

lavra? Eles naosabtamproprtamente, e ~olhavaril~

,sle"s'o~rindo1,nIu~()S. ~ra l 1 , f i 1 inst~nteque~J?~4{~;'~

" , ,para.ser'''ivo.Mai que era morto. Come¢anirri~se~ " _~ - -...... " I.

_,-',

::; , /-,-

,\,-

, r:. ' 26

, ./

1 ' - . •I

• _ j - -

\ '

./ ". !

~\, _'

< '~ ' ' : ' , - - . " , - - - , , - _ : , ~ . '_ _> I:, - ,'_ ,c_ '~_', ,- .>

separar,~atldando m.eio"aeeostas"Sjetn sab~r3~omo.

s~'desligat'#osparel}tes .sern ,brllsquidao. '.' '. : ' " , . , - '- A t e 0 ano' que vern! rep"etiuJQs~ a indii'eta'feliz , acenando a maoyom ~igor~fusivo, Q$6abelos

" 'r ralos e"brancos'esvo~9avam: Ele'estavaeragordo," , . - . ' ' , ' < - - - - - _ \ t o . " ' , . ~ : _. . . f : - ' . ' , ' ' , ' , : - , ' \ 1 '

; pensaram, pr~pisayat.6m~rc4tciado ..cpm0~GOra9ao.:At,e Q anoque vern! gritou Jpse elg-giiente egrande,_ ,., , __ -, , rJ - '. __,I

e suaaltura.parecia .desmoronavel: Mas as,pessoas

j~afastadas-~riao;,d~biam, se ,d~viaw.rir alt? p~ra~~e

ouvir ou se.bastaria 8ot-Fi17me~rflOf l O ' ~scuh) .~Alelp., " -- - ., (" '_! . l" " \ . : , ' " - ,

..de algurls-pensar.em que felizmente haviarnais do "

_.. :que-lima brrncadeira na Indireta e que so no.proxi-: , 1 r ~ : :

.rnoano seq~In,obrigados.i\'se cncontrardianfe do'

bolo' ac~so;~efl(ltiantP que outros, ~j-mais no escu- <

-, 'ro' da rua,pens~avdm se a.velha ~e~iStiria mais tim

ano.aonervos« e a Impacienciadc Zildar-mas eles

_ g{~ce'i\a¢en.tii-nad~P9diairf f~zer' ~ resp~it(r:,i'Pelo

i "menos noventa an(?,s'L,J)~hSOUinelancolica: a.nora~:~ • '. " ',_1 - " ) .~._ -._- _ -, __ " , r .»

.. de Ipanema. "I'ara completar umadata' bonita ,)' . - ( - . - . ,. ) ~ , , ,.

...pensou sorrhadora.v.-; ....:" ; r . _

Enqua:n t9 isso;la-'em'drV:£l,.so~te ~sc~tl,a,s,'e _.'

cd!?-tingen¢i~~; estava;-k anj\T7r~s~dITnte ~e,n~ada"a" .

-eabeceira da -mesa, ereota.: .d,efmitiva, .maior do. .que, ela / n i~ s I Q a . : ,~eraque·p.oJe :)~~o vai fe r 'jantar,'-rtlediblva ~la-:'A ntorte.erao .seu-mtsterio. l, -

\ >,~,~,' - _II ~f "j ' , , > ~ , , ' , - '\ : " _ '~ ~ . ' ' \ \ . : I /' : _ , , - <

)~.

. (.- '/ I

- (La90s'dej'amilia. Rio -qe,Janeiro?

" . F~anclscQ Alyes, 1960,)

/' " © ij~rde,if(:)'fdeClarice!Ll~pect~r, 19~~0• • <, \

) )

t : ,'\, .v.

_- _ ' '" r '"

.:" , .v:

Page 13: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 13/74

) , : , , 1 ,

"

(,

. /),'

(

, ..,... ,.:'

,\

~.-.: ,

,DALTON'TREVISANf_

f )

, ._i /

, J

'C

, "(J,;

.J/

{<, "-.

,"I

if

'\

l.~" k

t,.

. . Z , '.

I "

( "

, ,,) ~

\ ;.,-

?

,,.

('I. "

'f

'\

,',

";/

"\

_\

}.

:r . :

," '-,

",

j

• \ . J

. . . . . . . . . '

.:

<) . ',_-,

,

." ,. t,

\

'\r

"' )

\

(

,;

, I.

/.

/' .1. ~

"

" \,(

, ,

l .: /.,

"

.:

. . . . (" _ :v -1 I,

,.'/

1 ,·

')

·t

lr, ',i

\.

. ' . f

.Cl in i ,ca a e ' r e p Q U S Q;: f

j

. . . • ,1:( " - _ . . . , , r ' r ,1 • = :

\,;...

.,t.:

;. t l" ,

,(

, ,~ . . . ' , ' . ~ " , i - ; , , ; " . '~C,. " ': ,,'.,: ,

Dqna qati1~nha~r~~r?\1g ~ ,s,~~aq'IIIP9~If ~ s g f a /de veludo: e' a filha-servindo'calice de~'vjlnh0'doc~

com broiriha de ,c fu 1)~ ,J:Iliinp s~ l.,;", '/.,' " ,'" ' " ..

_,'_Maezinha, ~ste\eQ.Joao .., ' . '." ,..,:. '.!\:.{ '". } I ~.I· \ • ~ ." - .,\ • _ ~ '. "

.Maisque depressa otipo de,bigodinh.0}oi bel- '

jar a mao 4 av~ l h a : rqu~ ' s : e 'e s q i 'i iv o u a : " g e r t t il e z ~ . \o ~ocinh'o soba 0 terceirocalice, Maria.chamou,• J '. t -A • , _.~ • _)_., ,.~

3;ma¥ ,para a cozinha, pediu-lhe qucoaceitasse_. ,... .., , ,_ , . , r,..,por.alguns.dias. ".'.' ":" ,.,.' ,\ .,:i.·" ,'.", .

Como pensionista? ' ,( .'T . '-' " i . " , \ {

NaQ, hospede ida famflia. Irrnao de uma.amiga ' d ,e j 'nf~I1c ia , ~~m c ?~h e c e~ niI1g~e~ d~Curirfba.. nao =pc;>dia,pagarpensab ~ t e \eonseguir '

",. ':,' ' .• ~ _'.' ,. , '\" 1 .:"","'"

ernprego. ": . ,/' ;~, >

',>

';

'.'x ~; ( , ."1

I 29.h .

~.

Page 14: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 14/74

) !,_

1 'I

J - . " ~ ~

, ' , ; ' _ : < , " - , ~ . " , ,_¥ . " ~ I / .." , ' > \ ~ . _ ,J "._ j,. \ ',

:.1 ','Dias\mal~tatde a velha.descobriu querprimeirc, ' '.

QdistiPt6 Jii'~}stava"eniptegado ~(c61ega,c9~.~eparti~',

\~a9 'd~'Maha) e)seg~nd9,ain<;la'qhle dezanos mf~~J;; 'm o 90, eranamorado-da filha.'A'~lt~a9a9~des,mo:. .I,

'..ralizavaa.velha ecornprometla a menfna-...Doha

.Candinhadiscutiu,corn:afilha~AepoisI9gm91£~lvg". q:ueachay~a a,,~~1JgQst0al:coll1bin3:¢ao.' '. .c ;7'~" ".. . :

. . •" ;" ,8 9a in99?'SiJ;np~es,ini~~8eflhora\, UFa;coxj.: .",nha,defrangO'e: 0 que Il1e:,basta.Qvo frit~h~ith~teiga. -,

.\,tDoflaCandiUha os surpreendia'aos~eDQt~no .> ~.

,L) ".I s ' ( ) ' f a : A.fiIha,~a:faqoU!~ drapaz" yblta~arri47po!s Aa"':c~:"nieia~noite"Astres damanha.a velha a~ordaya corn-

, ' . " . " _ _ _ _ ,_ r \ " " . " •__ ,c . ' .. , '"

p~ss()sfurtivos,nosopredor>"' '1,\, ,i " l" ~ '- :" ~ ) ~ . . ,~ ~, "j"~Voce p5e,es,~eni69d narua: 0:}:lj'onio;}!~a-.

)~ "pf0viderrCia,l' '. .<" ". " . '.• , •. " ..

:>~A"senh:()~a naosej~ Iop'qa.~. .". J '. / <'

-~M~ri~-;e~}l'1llaiQt,podta~ntrara:horaql!e' berii

~qt.dsesse;a. velhiL~slavacac:luca, .{\ssiin ..que : ' a fiUia's~i~ dona'~Candfnha bateu ~a porta ~d6h6spede,

I ,- 'I "- ~~ ~~

~c' - ainda eni_~iJamd"azul dcseda com,:bolinna/branqa: ~ ~

\_' Mogo, '~oce g~nha na viiia~ Tern 'c~)1no se Y 'e

, ,'~~riia~ter. .Trate dt:dr'einbora.,.J c' " .-., \.. '", I ~

, , . • , > . ' b e : vO'tta das ,co~pras (d~licadezas)pani 6 pffn~I '

',"'f'~ipe:debigodii~hq),a'fiihain~1~ltqud6naC~nclil1ha ..';;~ao8 gritos.cJre'·velha~doida, marif,ac~, avarenta.:.··.. '

.,1'__'i\'}"~"Na'o v&ilme/da(um tQ~blo'Yp'~ri:essepilantra. .....- -~

, \ ,I \_,\l\;iliinh.acfilha,como_ eu,n~e~arrepel1;do~o dia.ern>. .r \ \, ' . t. ' 1 : . > -::"1\~l _/ - -, ",' _ ' ". _,j,.", ,_- . , - ? _ - . : : _ - : . . _7l"l_Ig\le I1qiyoU.' ~ . ,~,\ ' ;' ,~,

. < ~ 1 a r ,U lti~empode responder: 'e '. ... ',: ....\. I

:' ',":;~~~$'fpi, me at~~p!~ndQ.'do .dia. ;~niqW~; a,I 'sy,phQracca§orL. ~.. .~, . , ,.;.:'), I I . ,(, , I ' / i'1 ,.I ' . .', -'" , ::"", _~.._; .:: ~ , ' o ' .

\-,

. "'\ ' \ .\

.,' "'\ ':

"

-I

' ~ -; ' - < .\ . .

' 3 : 0 . )._ , , _ ; ,

i ') "

''-j-

./ r- c ' - - > \ ~> . ; ~_\

.: -\,-eenttu-'se,afroKt~da a v~lhot~.,'c(npf>alRit~u;~o',

'tontura, pe frio. A:r}astou;;;~feqirictinhapara' aC(:Lnla,.~ ,:" ,.' ( - < :' , , "" 1 " • _ •

,'cobiil:1 , a cabeca coin. o lencol:". ' - : ; . :A p a g u e a Iuz' .-'_.ela:'~g~tneu_')qu~vou( .,

.~"..., " ',.,-~ ,!, ' _ .;, ,..- \ _ i ,_"r ' ~ "I' ->\ " , ~,

morrer. -: . I '.) ",) .i ,J : ' < ) : \ ' i. \_ - _ I, _ _.. '_~" __ ,, ~ ,,, ;" ' '_ '; _~

" S't!sto":~ao~grande'que 0 rapaz decidiua:ri:umara\.~.~ra., Manha segtil~te,i,v~lh.a l?tilou ,'c(:)do".legririha-« ..espanou oselefan tes,\_Qolol{dqs.delC)UQar~AfiIJi(l.f,rao~

almocou ,e antes :q 'e 'b}, tte ra pord t ,/ ." c : . .) ". . = - ': " .o jo~ov~lta' ~'&·:~a~()~e~~s~~.A~veu~onhae\;

, . • > • ' - - - . . . :. i~ 1 - ,_ / - • " \ - ~ " .•

da senhora.· . )

i '. ID~na:C~hdinJia:f~zprori1e~saparaa~.almas.do

purgat6riQ.Tao-anita~em vezderezar a~~por dia; ,. '_ .\_-~ . _ . "" l;.- _ ', ',, i (- i ':,." ,:' '- " : ,

reinatou a novcna numa.tarde s6..;. .r,

- ', ~ ~ eriiI1a;n~ ,o se;'!iede-mo90·cbg(clentedeouto.~ Lembre~s,~;.m_iie, _a~~~ho_ramedespediu' .i

, '-"-iVa, cb'rii'sei(h0ivbi~'Depois'naose queixe,

fiiha ingrata. ' .' ..... . : ' ; 7 " t : . : . . '-~D~anto .se·;:tgQQiara(:)qaC;tpdtnhae_ailfil~C i~a:" .

.-'_ ~'setrhor~ri,~6, 19J~Jhlde:,~~:R~e~§e't!o~~-

te para.rnc-castigar.j-Com 'e:~t~~,~algS/9yb{tixo' daQobert~.' L" ,1 • , '\ ~" • ,

'. ,,' _..- , --- ,~ ,,,,.,,,'- ,!_' ',- -.:__ i";+ 'I\ __ ,\,.: _ ;,' /:; "'",,-- " ,~

- , - - -, .·MUi to f:faqa:Eti-suo.nacabe9~.;G;pe sempre#1o.-'- (- . < -

'j-- _, \- \..i .':', '.->'-~_'; \,>. ,~~--;:- ~., " . . . \', ",' _,

.Delici~dalqdall'<;l9<l;m09a J~:a~faehal com.torra-: .\

da.Terceiro dia, ~JiIh~ i~r01hpe:nbquarto, escan-" .

)6at~,'~)a~~1~':,_Irti?d~~o'~ohioperfu'inaqo: _' "

J ; ' " ~:O\meJ.l.~cDJP~~~asenhora":7 !. ~". ',.

. O~do~toa: exarninou-a e,'para Q esgotamento,

" \ > . ' t: nervoso.rreceitdu curade.repouso.'. ;~/.:j,- . \. - ' J ; ' ,'l_~-r- I ',/.~"- ,_ i,'.' -::\~":-', '" .,~",:,,_,\

"C '__ A , senhora vaLI?P.r bern ,_.'.intimo~ '3: filha.1 ' - - ,, - r: ,.v . , ,,- \ { " ' , -~ 'I c . \

" '- ' ' : : ."-

, , i:

'J '

.r

»<.

'31""'"j

, .

Page 15: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 15/74

iP ! f6 ' ~ ~ ; f & t ' i j . i# $ O i< ; ;~ ! ! . ! : '. . ,\.i! -:",'<i. /; ;. "·/~·;)O"'Ql1~fi;~J090qv;ent()(q~$.fteira~; : \ J l~Q '~1Jo~p l , t a l f \

•.',''-~).....ue'Jhe'i~co~dava9faJeJtidb, ~rffr:e~~~g#ac~4~irit;'!:;.~~'\;~>;.ftte·rOa~S.:U:PIas·-99Ihehr4a.s·dei.~arija;~R6pRil9~jgb§t9~., "):;s~mente."As<luas,daJarde;,'b;flR9s~ntdipyad{~op~la" J i l l a ,: , ~o1ti9iv,~\~~l1m·,eri~er,p~irQ'a~ayental's~jo:.:,.I

. T ) \, _" ,J ( - :" '_ /~ -I'~';';'_"~< " .._ .. ,-"_",,·,,·,:,),J-1',,.,',I"',/ ,i" '" ,_ '('~ ';, ,'"

',I,Eja-q'-1e'~aip~gf,a:efrlic~ .....·,.-tF

.. .,"

/.i. <~ El:£~bfuse"~ao·fot.asH6/'cre·lau,oq;I3~m·lQ'rige'-.~\.:~'l·I<",,-_\ r: , : ., ", '< ~ :_ '. .6 , :. -: ' ~>_ '\"_ ", ~';,I , ~~,'. , ,", : ',,-",~" "~oj ;"- v ,_,,~ ~ - ' ; ' t - ' : , '_ - , 1 - -

(,dciaoutdrAla .-;. ' , + J 'i, '-, c.' :..:._"~ 1''::,,:)~)-'... :I;";.J; -= : , ~ i " , : , , ~ _ , ~ , , _ , _ , , :< '~ - , \' " ,, ', , "" .: ' i<~ ,';\ ,, ' \ " \~_"' ) - - - ' , , _ _ _ ,

_ i " . ••. .\~l!Wta~i.~sg;~r.,~v~ .~a)R8r~.~,? ~n~i~~8~?~<?1;i:~;e,I

.laolap~ydp\,rp.o:tor~sta,.'el~,:~pett~da·~JltTe:a ·fi1ha·..); 0 ea(erindFo"IQ1,i~n{l6~:{k-e~tava:~5"~sii9'No ssa , '

/:\:S~ril1o,t~>da. j u i : j .perdi<i~·qbm\:loi~a,~'~piietic~:z , > ,> ' , ' ~ , ' : ~ " . " _ / \ ~ - " ' : _ / _ ,I ' r" ,, :' ,~ " '_ -' .' ' \~ . _: " "' ,: - -- -: ' :~ .> -, ' :' -" ', 'i. ," ,:"'''_-: .: , ', :. -:1 . , ; ; "'_ -:

' :?,I<)~'lcD~latraiRttI).Qf;l: ;eJlpra,,!a~.:s91t6pavillhlo, ' . il : _ ' , \ "'~\l',,,,--': ," -"- -_" < ', ->->-~-." ,---j::' , -," " " : r ' , : ' , _ _ ',- ' " - " " , ' , '" - ' - '" , , ~ :" - ,: , , , - , : , \ '

,/..~ll]idad~~~~19r~i.~;:4a;:Barede,i.qsha?A~~~ni)ntQ) \. :D ~ nbi,teo;maldit0:,ol1i6.aniaJ;elo.setnpre~aQesono 'c :

1·,J.ftdhianchidd:de,'mQSea'ii •.•. > . . . .};.! . .) ."')1, .. ' ,I

" - > ,' i' : - . - ~ "! ' " _ :'~ - >~\_.,' !' " " , " L , { , k _ , > ~," :,( ":""_", ' ,,~:, '" '~, 1,:, _'I

i~.' ~/Q:u~ln:fe,elani~/-;'}rad sis!~ni~ d?,;tfolitb,r.>: j 'g .~nha cljpq,~e! ~~' '" ~I I ':, \~

. \~\Ad menor. protes_top'u ,queixum,e: .\ _,, ' "" __" \ , 1 ' _- ): r , _, '" ~.-,_ ,: 1 " - . " , - " ::= 0,:', , \" _ ,-C' , ... '-: ; ',)', '-~",~' " ,"' -, ". -:__~

i .• ~ ,).";;i' .•...)ll1e:9',p~9q~~!;··n1~~in~t?S~,!"plfre'~'~Jl)~9a~i;.' \ · / ) I · ' .n 'ac ,espinha! 'Olhe'aihsftlfria n a '!y eia ! .•, .....;'\1,

r : ' / , ~ - : ' \ . ' , i> P t > < > ,J , ,/ . ' . I 'i',-:~',--:~\')' _ : ' 1_ ' : ; : , . . 1 , , ' , ; ' _ > . ' < \ : , :, ,' - /. "/ ;--~">~':~' _;_, " , :, l, ' :: -:". -.0, , -, - I :'~ / ., ,'-1 ;!, \,

",</,;: ytUm,ballheirosoe,"'depois"deesperarridftla, > 1 - : ; ' V I ; : " " " ,-/'_1" :.: ,;":", :,~ ",,; ,,' :\_ ," _ ~ , / . r :,e, / ', , '< ', ( . : '_'(I',",/c "--"'",::' '-". ',< ", '" . /-, ,-'

.;ilaq;J1e~fl:imllndrpi~iroohao:enap~rege.AlO1l:qlJinha. ' /~L: ' : . ,JU:*~liava: tserv~pt~u : e ; \~ s sa ;f ~z f ade e r i£~ rme i ra ; < ti, :: ' : ' l~~~~i: iye ' l :oe iJ~ O:'C 9 ~ .•arr6~.;;cl9n~\g~il~i·~lit\'s:~~:: ' / ' , 1 ' . \

"te 'n fava - ' s e " a ' chard¢ m,a te ' , ·~~b~so~9 t tO :du tO : ; i .E}hg@~ia ,' : , i' :, '~ . :: :r ." J ,\ .,:,1 '(- ,;:(!- "", ,~~ ,, ":_ ,< ,':._ _. .-:. r '. , - ,: , , : _ _, , / J" ", ~, .I_ ,' .' " ' .: ,' _'

1,1. . 'lco~e~tor9q:0,i{mld0'~aloae'.i~poIH9·~:~,(.·....",'".:"\,, . ' , v , ' d ' . 'Vinte~~;eidoisclia:s:Q.epois.recebeu 'a'vlsitadai

I I ' ~ ' ( \ .I·!1 ; 'f i lha ') ; d~ :nQi~0 : ft ima :Va ' r f~1 ; JPFta ; ,? ', ;; : . .: . ret,'" x~1 " c ~ " \ < _ ,. " -,r ;:, ,/~ " ,'1 , ' ,,, ~ ', ( .' : ," ' - , - '~ " -" ' , " ,' - ,' " " ' ,_ ,' ," ' ,' ' " '_ ' '\' ' '' :

I\ r 1';,"+',AJs!~'rrhQ.fi:tfazendOigreyecle f0xne?)/~ I .1 ' :~i::"()i~:~' ,J / \ ,r, , ';-" ',I "j. I ,- ,<

x- ,,',. ~ /" I • < ', I . r ,; I ' , . J . , / '

.~ NaIllinh~'9asad arroz~~{escolhido,"o f~ijao,javad9~ '.~ I . " '_ I I . ~ " . I I.

.,",.._.,89 dei·brab~\ha~ come, ,i •

,'_ ' _____ _....- .; _ ," C : :}; '_ ,- /,- " 1, _ ,- - \ ''''

I •..]?ai aio]:tura-"da ~,sec!e:Servia-8~ da ".orneira ).

. no baJlheir;Q,u.~p... que umapossessavornitou na

pH l ?F~iepqhe~o' COW), den cQ m tatnarihoborror: .." \, -- 1 _ _", . ~, -- _ . , _. " .-:" -: , .-_- , " ", '_ 1 \, " ' : _ _ '. ' , " • " ' , , , _ ' __ , , "

Ein1b6ra-lavada~a~plar·g1\ardpi)..aiIIlpre8s&pe-:so£r~a.

.'as~4e,":1 ... " (_'- "7 ':) .. ,i.). . '. .

_, Doidinha eu sou ;-;;'-.isse lhna das.mansas. _,_', - ~ - " " , 1 " '-- " ', ,- ,,~ , ," - . " " I, , _,- '.! ,,'.< ' I, '- ,\_ '- 1 -~_

MeulL1gare':a<luLMas.alsenhop~;; fazendaoque? .',

. / . ,Uma"Iuhaiicaoferecia.-lhe' bolacha e - fruta.

..~MaI1(f0~;billIete na sua':letra:·~~piibhada,;a ftlha's6; '.·a:pareceti domingo segt1;inte. . , .:z ·, . - ,

__; ,_ ' : \ \ _ J , \ ' _ '

_. _' Asenho1:afiao esta boa. Nem penteia 0 ca-

:belb.;Na6cumprin1entaiqd~l1t~rAi6.· :.: '.' ., - ' , _ _ ' 1 " , . ;- , ._ _ _ ,I , • _ '! '. ,_ \ ',, J - ~ _ : ,_

/ ..~.,Essfl fngFatidaonao pQssctaceit:;tr~.e aba'f~-va6 SQilig6110pa~<?r.Qohoqu~ ...;·~:iosou mallica ;Z

1eseinie mandar. l' . .. ' I - ' , • • , -'J

_·Prove. , . 'c '. '. . '. _

"_··Com.o tunnllc idQsell .paf . \~~,pihtado de.az ir i ."._' __ I,',' ..-.; ... --.., , " I _-_ ", ~ '_ , ,~ ~ _ __----: :"

~ Instalado ni9asa,~, 0. noiyo,regalava.:se,coniovo, • " " " ' , ' " . / , , I . . , . _ _ ~ - 3- , i, -" .'~ .' :~- , ,

,}ri to'n.~ Jlia:t1t~iga,!.o~inh4 gorda de frangf).,:- .... ~Qii~Il1illijO( di;n~~7:" advertia aserveirte= - vaipira o:ch'Oqu~tr .c· '. '..... ..' ~.~' : :

i",\ _~ . __ ' , ___ '_ _ _:-----._

.< ' Dona Cant:linflaench~112's,ellecoragep1e ,6hora~

.ming~t,l:,)ara.c~!reira ~1!p~ri8r~'9.ut{.; i ~ Q toh1av~so'l,·sofr~a'dc~-rtu,mati.~m?,c o~ .a '~l"i~ri~d:as .·fyrio-sas·quein-podta #brmir? .,' ; J . ' I ,.... ..

. A00rtiiarYaenfermaria,-a.frelracham.oujtiin~';Y:'das bobas: -

i - ,

(I

-~~i,-'~;--'---';_-'0

Page 16: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 16/74

.J

- < - -, J I, > ~ I

~'V oc~~'no~fla(iui-?'c ,) ._ ,'; ,; C, I'

' . .: .. :f ., Entreioutem,'" sh,n senh.·ora. '~\' , ",'" I

\. -, . -I: I \ \

c' < , ~ - , ' . . -Se'tivti~ ~algvnia',q.u~Jxa, }ale, ! ~ o W ,d<?~~"~,,'Candtnha;-';:'E,bate-1;ldo'pahna~,de tanta g r; a g : ; t . , - , "

/il,), ", -\." ~"":", , _ " /._ '\ .;:.\( \.-, .: ,,:,, ~.- . ,: ." ",

,E;apa:ltia;9a\~O~l~QO., ,"', ,,~," ' " , 0 . ,

"i A se:rvente1itrgav,d o)qal\de'~e0 en~eIgaq, seIA

lav~F{is mao~ aplicaV:fla' i~su'jn~(na I¥eia}~~uma _'poss~~sa. Dona tjandinha'--fingta to,ssir e{cuspia a '

,? , , ~fl~la escohdi&rnd buraco ito QYI)te'_'/,.\ ~ '.,' .._, -( ~,' Ch6~ando ,Cle~ianha ao se.lernbrar '?9\t~mpoy

, f~lii com.o fi~ado/knoite, chorava outra.vez: me-, _--- I, \ \ , I T _ { \

,nfha t~o~t¥~i6sa; '·h 'Oj~,.~~ro~'i~imig~:~ao t!oia te.rI~§i90in:t~rriadi+ culpa s\la\l1ao,sair da.'caf!1~a.:Jvlas,'sabendo 0que ' ~ofriaNa W095l'pi\o:a:tirasse d:fd~, ;; , '

,::.:-~Mitiha propria~1ilha} :~~~e~talov'9~ixjnho~~a' ",jitigu'are;se,q~rd~I:/yQue rla9 m~ ~9uGlil},~'~.j11aior,'p/e6isao ? " " " " < ( - y , " , ,,'~J : " " _, ,

, :J8urpreertdidarondan;dop portao.confiscaram-

Ihe ,.~r~upa,'~gdra:eVI oamisola imunda e.cJ~}nelproepJldcHi., Sem' s ~ 'aquecer a < ? -s6l;, ' sobrevivendo ,

( a ~ ~dlirthos de cha frio e bolacha Ma'ria>Ta6 fraca . I

,,nem, p o d i ~ :~ X ' ~sletr.al;i'embaralhadas p1esI¥0' de.;;oculq. : '. '. _ -t- '."~ ,,' ,) '.,

c J :'~ ._ ' '

Ollie 'essa mt11fier~~dd.utoi<\ era a filha, ~,,:sv~st~do,pret(jdecetj)TI;: iabf~ d~'p;urpu~a',\Puls;ei~:')~':

, ,;(, .:\'in:at¢ada.--, ' ,I ,D O I R i p . g 9 d~",sol,u:r l 1 a pes~o~:d~ita~~:'~: ; ' \(», dia inteiro.ohorando e.se queixando. _t\ql)ina9";fhltalIlaa~>que\niais'ei~~qtie:r:-?' -. ~ : ~ ? " "I~

" '::':-\Va~se embdra~)re~spondeu docementea• I t, 1 ., _ , ' .. . . )' " \

; : , ,1> "\.ve,lh~L,'--S-;pes~pare9'~pa:niihh~vista, Y9c~ma~so,I I~ t d ,,)}' _ ' / '1-___ ~ . \ .. _ ' •

I I", dente teouro. 5, I '.1 , I, ::', 'I I ',r.~".~/I,\i'\\[:)l'\ ,,"\1 ,/}_ ,..'

'Iri~", '

\; ~{f -: ~ I,' "

,I

\ , '

ii "

\

I, T

"'l

. ",- .~, 'r: .~~~:,!.;- \.(~''' ';., ,,' ~' " .' i, ",I",' ," ,'j_ ,\ 1",,,(

, , " " ' , : Q e dia o;ra~iolig~do,~ tOCIQovolume. A'noi-, '; ,

~, \,,:~e,; a gritaria furios1ad~s luhaticas~\ Se'lltadiJ.)hirQ a ('1 ;y,~) , c : ~ l 1 n \ ~ ,istrai -se ~~elhafiie~piaiuma ~ e ~ ~ g ad e , 'C'e~;','

Com pacH~n9ia,amanSa'.uman1osqa"das~ran:d,es,

quevern .comerna sua _p:l'ao~'ai-repiadae' oQcega.(_'-'" " _ -', '.« ".- : ~() ,.~'" _,;_' ':1-" ,/""" "" \

I-ia'tres dias;'aJei96~d,a avelhinha, n.aofoge'amosca:p'orentre 'a~'gtade.s dh janela. , < , ,I '~" ;

. . ", <, - ,_.f ' ~ ' , ) • . " ~"

"

) "'

v,

i,- ( i ' f " , 'I : • '-:-

, ~" ' , ' . ,.,", i' \

(20co1J , to ' s ri ienores.l: 'e\: l. Rio d e J ane iro " Redo rd1 ' f979 . ) I"_ . I ' p r .

• \., .. 'I J > .," i;' /"',

. . .. . . j

"

,-, )

i

~J

(

" \

I ,

'\~\.

,,1•• 1 ~ . ~ ,

. -)./

1 "

"/ J - ,

\ ,

.( 'I

, ,\ '\

\ \,.: I I \_

,, '

-.y .c, ' , ',I

i! r'

\ ' ' 1" , 'j

I i. \

,, ' /)

""

\ "< ,. . . : I

)"

3si'I

Page 17: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 17/74

:~'

( ,"

:

\.

4,I"

',,:.

',",IGNACIODjE L'QYQLA B R MTDA O

J:

. I

}

.\

-,

\.

r"

_'-,,L

l

I'\

, ) 1 ' , , - -

, "

.'

I"",

'\

\\

' .

'- ,

-.!~\

./

, ,

\

,) ,

'\

,),

, ;

.v

I

" ,

\.

'Osmusculos.r-

1.,1,

. (. . .)~ ..

Os f~tos '", ~~

\.'

\

.r '1 . . : . . _ J \ - \

Todos OS domingos, pel« IUan.h~,enquanto.os

outros hom~:ns'se,reuniam, no. Qat :daesq~jl}a, ou

'iam para-a ~arzea;_ele:ncap{inoqU:intal;teme~endba terra. ciqtiiiit~Finedia4.Qietrowq.uadrados, o rna- .

~ . , , ' . ~~ " " '< "I '

ximo quea adiniri'istra9~6'dbccmjuPto residencial

fornecla. 'Ali ; ele tinha alface, beterr.abae couve. .., ' , , - -~, ( " - ". ,; "

..~ Naqqela,.mimha"ao .passar 0 .rastelo sentiu

" alguma 'c~Qisa-prendendos aerite~daferramenta..

Forcou, Bra:'iesisten~t.e.Abaixbu-see notousfios'". I '\ ' " ,

prateados que saiarrrda terra. Era arame, novo.. -~Y - , ____.. . \

r . ' \ - : ! ( ".... I

~ )

" ,

,3'7 ..

;; ." \ - ~

Page 18: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 18/74

/ '. "

~r ' )) y , . . . . . ( \ , : . : , ~ { '

, ' - X : . ' ' " 1 ' t ," !. . ( .r ' . I,

c l V l : i ¥ : c l o t f r i h ; i i r~YiTad6a:let~a p i l i a ~4ubar, tinha .

caY-add'fundo'ls,em 'ehcon'tr'ar,bada:-: ;AIemdissd,> 't

r:a~ame ~,elh<:)e;st~da ei~£E)rrUjaqb.:)Te~tou)~,pvx,:.ar: ,' '~ .,;,i_"fio,(~~Jav~beJ;l1presb'\13tis9_ou;u:rJ1alic;at~',s~:msegui~

'\ ,~9~Cq~Oisa.GaYQ~.O\~r~~e:,pe~~t!ja~~, ~~' te~ra ( •

alguns 'metros, Ca\:,:c)U.ars. -Como e, que' tinham.f¢ito'(uI11~':90is~~es~as~'aa hoit~'para 'd dia ?i>rep,-) ,':1 -

I . . " ' . " . ' _ . . . . . 1 . , / ; . . • . " " , ', . " . f .. .- '. . '': c . , \ , _ }

, ;g1Jl?,ad~{?oD1'ho~t~('Barpu ,ap.e~qui.~a.,ltego1f,~m. ;>POJ: lCO 'as'Bemeiltes,' p~nsaJildols e a , 'alf;a¢e naoia i

. \ . . . . - ' . 1 ; ' \ . . ; ' ( " , . , : ~ , . ,? \ - . ( 'I . ~ f _ . , - - , . : ~ - , ' ,

Iprejudicar a gennina9ab. ,,';;, ','" ....', < •

,\i' No'(jia s~g~irtte, l~¥antqihse berti' cedo, para "

"ob's~rvat.?O arani~,tinha cre§cid~" 'Nos tres': can - '""- ...... ' , . _ . -} :. _ ..')."_' . _t . _" . : -v. 1.1 ./.,

, ,\teir,q§/1?-avia>~rpfOs,dei·d3z',fen~f~~tIf,~rle,,~ltgr_a.Um-aramlnho espigado, yii9,' fort,e. Teriasido urn

.; pacote 'e,i+~dotd,e~~e~eptes?:N~o,,- \~~~'lo-uc,ur~~,S¢mentede~arlIriie? ,.' .. {. ' ,', "

, " ' ; , ' A nbite",(),a;ame'p~reoia'~st~cionado;~;Tambem

nodi~ seguint~.A:ssemarias sepassaram, assemen-,. - .... _. \, ''\. ' . - - - - . ~.. - - , _ . . . . ., .~.

t,es~:le'veid£ll~anao germinarami ~6d"~r~rneJ~<res:-

cE(u;,est!~lh9u.,~ijavia>b~9tospelo qUintal- inteiro. ,

'A.'mlllher r ~ c l ~n i ay~ ,na,opodia estender roupas no

.varal, os al"alne~e~petavarn~, ,~:_'),', ': ~~,,), ,. , , 1 - , , ' \ - _ . _ . . \- II .,/

"';Numa casadeo§emerite','el'ep,ediu u r n tecnico.. ' { , . : , \ " 1 , : ~ . . .; ' . , ' " - : " " . ' / - : : . . ' . _ , ' "-- 1- .~ ,.•.1, '~ ". I " . > .. : , '

DlemOt0U;meses. qU~hd(r.9 ,=fecn\ico.apareqeu, ,0)",arani~ estava alto~,Os' arb~&stosse -enrolavam uns '

:,.nos outros.Ole.cni60 nunca tinha vis;tonadaigtiaL'_. , : . ~~?-". . ' .. _. . ~.,! ~,. _-... ...1-. .~~ . ', .1

, , A c o i i s e l l i o u que 0 homemplarifasse-varetas, j~nto q ,' : : . . \ ~ " F r" /:.' ~',

cadape. Senao, a co\heh,a:,ia/set;dificil. "Mas.quem e ;:" ,:;que"qll~r colheraramey" ,disse 0 homem. "Eu qiu.:, .'},'\foadaQat,com,ele;',;,f~P~Ta,ss9 n~o t~m9s veneno",

. " -

, .

, r

" '1

j ,

':1 ' i

1 ~

i ':( /) ,

;38<", .'

r., , " ' ' ' ; '. < . ; _, -,

t \"

).

) , .1.'\

F

\ ,

,i

/~, ' , ./. \ ~

"-.;.... ~,J f-

°X ,.l \ I c' j / .: /; .... '. _. , .'- .~"~ -" _ ,~, I : . r '_,~

,,~"".ga,rahtiu0 ,tecn'ieo':'~PodeIIiosmatars'au<"vasbr"o',a" ',:-:, .-J:.... r \ .. ')" .'. r . c . , , . ' ' " ,

'~Plflgaotrrii]tipos de larvaS"Jin;as'arame ri'ao",ldisse' .,-"'.- .. '.0- .. :/) ,. \ j ,J " '_" I . , . . ' . I.' 1 ~ ., ' " , ' ' . . \ . : ' . ' !. .,' '. '.'. \

e~~"oanotandp,pum~:caderp~ta-pi;eta;i"Arame .nao. '

'0 senhor vai ter que.colher, E'eug~stariade)~~b~if'f'. '",' f" : '-,." .~( ).j_' ' r ' . , ' : ' , > ' \ li' I , , ) ."

, gom,o OJ a.sa ra.. ,,' "- -' ,. 'i\.."

t - ; - ' : , ; / t0,ar~IjIe se;enrdldun_as ,,\aret_4senofim de,jjoi§~ " " & , m~s~sQ,:~oq1etP p6de ,eolh~rrolo,s e r o 1 6 S : d e ,lJIU',_~~\tipo 'esp'epHll;O~,a90~p.O~i&iyel."Yhl te~b( )_~sa fda" * c ' ' > Jqq me~eado"~>~fsse'rarp!csamtgos.. "~~.:\".:(, '" '" .E I~ ':'amontO'b'u'a 's~fra:nuin.cantol~d'a~a:la~.

, Amulher, recJaniartdb;::Priheipklm~~teiqu~nd6.:ele_. \ r . ( _.1 (.. \". ( , ':

nao?(i)p,segufuNe'l\d~t ha~a"grpelja;!Lde'ierco'~*~d9;t~)d~s ,a s ~a$~s.JJtn,In~s depots, o~tran1~.pr¢soia'outravez , no'quip tal. ,': . i, !~"(\ / .~? ' ~I" \

'- •I\Y~iOoutra s~£ra. 'Amobt6ad~ na:s~la.-A. , i n u - - r" ,

'~+,~lher am~a:9aia:' "J~go;tudd~issp~fora",' N~o j~gd~":

):';_: As ~afia~ se'~rri?ritd~ra~. 0~~ral11e_)er-aJ~rt~~B t ~ : .Y ; _ ; . < ; duzla,rnensai-rn,.ente.Acasase encheu. \ ,'" ~.;

" 0 "'Nap~sa .pequena;: 50,}}~etr6sciu~a'ChadQ~Y~o,) I,'",

, ma~ilTIQpermiq?o,-\n~o havia!1iig~tj)gra.¢stoque~' ,

;f~~~, 0 ,hom~m pass.o,ll.~,di~tf~buirJ?elb bairr9 ,- i~afde1"'"",q:ua~do larg,aY§l0 s'§ry190.(,~st~,l1peu!.distribui9aQ ,

,', a todac!4ad~,,~de porta em porta, Ofereceu, pelos \

r ,, > jornfiS.: Fa~e~geir,os ~al1dav~m b'1~Qat:!'¢erltfin~sY, : , de ca~lnhoescongestlOnavamarua. 0bai'rronao

;suportaya. fa~i~'a'baixo;ds~iri!~ios. ':;' ,',\", ,

! ,Asp:t..efeituras a\.ce~tarain;:p\aia~'defQ~ts rriuni-: !

,'\,_,'Gipio~\'~Ogov~r,n9do~_es~:adotainbem: E6~gov~i:n6'\

~~,<Jederal)COI:!suw~u-a~lniqe rneses. A t e qUechegou ,:I(

~,; 0' 'diS!.em que 0 'pafs estava ,bem: cercad6.< ) .' , ! ,

7 ') . I, If : . \ J \ ' 'I:, .·~i . ,(,\.,,~.\. ' {11,

: " , .__ • I t.1, ." ' 1 . ;

< , .J \'.. '

"

,

I

I

,\,C

, I

I, ,.,.

.. ;;." ",, ,

<39 '/ '

i'

Page 19: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 19/74

) '"\- -, '

" I ' / ~I' ""

,~ \ ,,"\OetG'as!d~'d~z'6it_ofios:~!llp~nettaveis:Asca~as.1 : , , ~ , ~ - ' " , / . ' ' - ' ', ' ! _ ', < ' , • :, . , . , ~ ~ _ . - _ . , c _ " - _ \ . . . . " I, '

'~~iidedor~s 'ge ,atiaJTIe'I:ec}aniara1p.~·A~rirain:pr0-

'CBSSOSEmseguida'~,~ieram os tiscals da pref,eitura.,'I ~ , j/ /" ' (. ~ 7-- ~ -) ) (

,eorn'tibias e notifica90es." " , ', ',-; ",'"E~s i~postos, disto e daquilo. GMiFlisterlo aa

j

,

. ")Fa~ertdafalandoem ~~tur~Qa6dbimercad~~ expor-;":,!;;:;~;~:!agi?,B~i~~,nQre~?ll1un~i,aJ..,,~oqUil1t~~,(}~r~tne

I ? : ; . ',crescia ' se enrolava. ,Qshx,e~Fos.'8e 'T~ecusfi!~a,m'(~ : : _ : : , / . : _ ' - . _ . " _ ' _ , : K ~L, _"_ __-' -, '.' .''_''.', __--',-_:~ c' •

"':'~'>levar'os.r010s ',nao'liavia'onde, colocar. -, , . .:J : ~ / : ; . : > t ~ , '~'pr~£~it~t:a'prd!B'iUalaprica9ao;~le. di~seque /' (,',..,o,,'I_-nanpoai~,:q\1e,o 'atam.,€~br~sc:iasozinhQ;:.Os fiscais(1:'~~',/fit~1!Il,nem q~i§'eram ver~"Na,:tacresce" sozdnho."

'Ch~ega~aI l1 -~ aplicar ~ulta$,<e mu ltas< .\ . , \ .. .:J ~Mu ld t s ·p.~r,fabri~ataojlegaV,p'ol'falta,?e re~)'" ", I

;..gist~6s, pbr Ivenga:sem,hota.~~s qasas g6;al1}9~as

." hqas)'g.a;~Haram,flo~trfbul).ais.:EleJazia,co~do:r:n,". )~iadesleal.'-Deviapagar indeniza90~,s" Nqt~figt910e~

'.", p'~~~cessali ~ p,roCrU'9ao/,Qpre90, do araIIlecail_! a,

',j"':zero nomercadc.O homern ..aia anoite, soziI?-~O,

. \ . ' : ~ " t P ~ ~ ~ J 9 g a ) ~aram~'~~los,terr~Jlos bald~0~,n0s:?airr~s

"".rn:ais~(Hstante$. Ali1ulqer hem queriasaber; Querja" " " 1 " : " " " ' , , ' . , " , ' '\ . ' , " , ( " . ' ,

'OquinHtkdevolta.c :,:~~/ . -, ".' Y .,' '

:< . ,'0 1 f o f l il e m . paron. de colhero af~me.Ele6res-J":i ;·~.d~ Ii; ; ,~(j 'e lhdsb6fl: tod o:. , ,Qai~pa~ .a"b,lf¢1t@'.§l~'Viz!hho·i·\ :

, .. 'd~e~Geu~po;'toGQ-'tad();1pegaild6~tidsmurose 'p~r~~:·,.':,de~'da~t'otltras,~C'asas..," ';;:;>. , ~."i . '

,'<{)~{Vitinh~s'reJ)lafua'r~ni!':~O~tame ,esfr'agava )

. )'.~s ~~ieJtesl~$:ra>p.teci~6, i t I t erv ,en :9kto : :da .po l l c ia .~ ,I" :' )El~: G 6 t t c i i £ : e ; ~r,am.e..Chap:10':lb"e,nz~deita~r puas.,~semana$(;,d~p;oi~~'{oaratIle,rescia. vicoso:

,i j

c , " " " ,

I,

, f " ~ "' "

'1 .

1 \ \ I

40:.

~ "l , '

\ " . . ..,I ',l(

~: ,-, ,! « ( , : \ > ~ , . ' . . , ) - - ' / . - , ' \

.' ·Gre$cia ..por~cbaix~4a C}tS;.:~Supiacomo tre:,:'paaei~i·:~parecia~{lal'ca19ada/'Rachava:0)~asfaito.:

Ceftani~nha~'a:b(~~i~,pS£ra'b'~c[uintalr;Qlfoin~~

compree1idel1.XJ'otn'um~'~9ab()'de-vassoura. fdr9bU:_ , 1 . " " • - , '- ''''- ,

~passag~Itl·., '.' . ....., .

,..FoI'penetratid6 , ~ t t a v ~ ~ \o~:fios"'de;a'rame.···Eles cediaIn'f!lcilmcente ;"eral11 'riovos·ainda:iE. h

ho~em sec~dejio~~itvolver t>1;~ta·fl9ie?ta/de60S.

.AQ.d indn . Qid~vez.m~is Piar~L0n1ei0.~tel11np6ntO:e r h q~e~ra i~p()ssiver voltar, ' : '~ . > . <" ..

" . - r , : ' . , 1--" " - '/-c ' <_'_ .~ f~ ~.~, _ ,--:-'-_/ _ - ,~)

"\Estav~perdido,e contente. Ali nao'oencontra.:.

"riam; O s outros iertam'thedo de ,p~ne&a;niquela<:',1'\ . _ ~_" _/,' ..>, ~...._,J ,"_ ,'", -. - -".' ,-_ ':';.-'~-

floresta.,..onde a tarde.o ..calorera sufocante, mas a. ~'-\' / ' '" ;.- - ,-", \ '

noite era fres.c~fe~~gra~ave1.Iamberrrnaomorreria,'de fome .. " ' !"".' < ' ,' .'

:. _.' '~" _ -,': '--.. ~yr-:' I.. ) ~ .:" . " -;", "<

L p g O i l l q prirneirodia,' descol)riu·)p~quenosjn'-.·, .",1 0 ':, -; :.; " --:\_;, . j, , : .;"" r , . • " ' _ I ", ' '. ,','. ','.~' '-,l

setosprateadosfde aspe¢_topaQ repuIsiy6.Veti~cou_

. ta1l}ben\ ~u;os~ b~otd~' n,~V()s'd~ ,~.r~Iii,teraIlIW~~-cicsedefgadoscDescobriji que~n0;centro'qaquela

, '.•.. ' -L ,.) , (., . v . , c \ \ ' " , . ( " , I

florest:rhavialur1,tipo1de .ararne' 'gF6sso;,E"qtte?ao'( _ , . ; ' ,_ . J . " ' _ _ • . _ . ' _ - ' _ " " ' . \ ~ - . : 1 \?-{~, ...... ~. ,.---\

, pe ~ele~1J:~vi~b4IbWsde}ag{r~.Fer~~~be,ucque_d&~

, r~pte~ .4 i~ )8 s'Qlp,enE;tr:al\d9pela d~ : n ' ~ ~ v eg e t a 9 aO '',""----."-, , - ,Y _ _~ - " I : : .:.<- - _ -[_, ".. ', i -1

" , de f1os<j~Q}i4a0~ l s1F? ,~~~ i~}·¢ f l f JS ,9s fAesenhos .O~ento, ~git~i1409s':ar-,am'es;:!:0~9aIld9IlS110SOUT.~

j tros;,prodl}zi~ ~on$.;-d~"J ... '. ' ,)e \

! ,,($OIlS~'£bEWa-s'u~distr~it:i3;B:tD~Bilon~iohgaviagerilque:pome9ava., .. ' , " I, ", I • ••

, t-_ . ;;.," /.'. - ; - ,

,

, ",,

" > d 5 e ~ t ; e s a , O . ,s ~ i ~ J l i 6I E ) ' ~an§iro, E d . , BrasfiWRfo, 19'16.) ..", - ;--_ -. i ' _' " " r " ; r,- , ~ ~-

- ; . , , ! . . . _

'.< '. ,y

-( .41 ",', )

y \ -\__.'-

". ... ~ ~-.---~-- --- ~-~~~~- -- - --.

Page 20: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 20/74

'(

I'

I

f r

/-

"

I

." ..../., .(

,

.,..... 'i7 '" /') ' -{ ,

.(

: 1

. .

) ~,I,

. (

•r I

.'

, 1"

_',

1 •

,I

\

·1h." ',/ -cY.

\"

'., ,'-j

';d I !

';.

".,.) t

\

I

,I, ,

c. ,0

. 't ,

. (

/

,/, /~,l

.)

\

~

(,) ,~, I(

),."" .(

J

" -.

< I.

-'"

l! . t., .

'Guafdad~rj., 1 ; ,

I'

, .

;. ,--

_ -.>~.

, '. ;_ ,

'\,.

'_ ~-- ..

• . 1 ' I

"-',- .",:,-<j~ ;, I .

A rua .ruim de novo. . ~ ,) . __- , -, .i. "". _" 12r- _ ~

Abafava, de quente, depois deumas chuvadas

de ventovdcsastrosas ernedonhf;ls'~ ern )aneiro.",b\. \ " ~ \ ,,( - ~ -I ,

~r::,,-D_§sregu~,aV:a.i:Urna16rao azucrinava 0,. tumulto, ,• .> . 'I '.. '/ 'I ',·.1 '," ';

,, o .iriovimentd, q.rumOt Jias rtias. MesIP?' de dia,

(I",as ·barata~ saiarnde tocas eesq611d'i'~q~; agit~da~."

t : : ~ ,f

,SuOt m,~lha:~aa testa~es~orriaJl~:c~rnlS~ do'sqtie-,'. ,- ) i - .... - \

-;_ tocavamprabaixoe.pracima," " ,i"

, • ' ' _ • ' , . _ ~ " J • I( .~: • ,: . --~ \ ~"

'J O'toro, cavalo 'd Q e a o , se arrumava J a ~o ceu: I~;castigar outi~vez,agen'te' sentia. I a ~rriar feio.." "

I ~~ " ,. ,,' -, ", ,,-:1 "

Dera.nesse-tempo, paramorar.ou seescofider-:-' .' / . -\; ,'/ A '\' "I ' 0 • / . - . , I (. '. . •

. ! : I 0 oco do "trDneo da'a,ryore; figue\~ayelha,;d~sI !!' -." "._ .. ~_ '

]?o'1cas ancestrais: resistente as' d~vas1a96es que af. J ~ , ,' " I-~. \ \ f II \ ~ '" I

," 'praca' vernso rendo. .' " /o' 1 -'

j

I(

~,')' :/

, '.i

i ,, 'i

. ' v, I \, \.

, .~

Page 21: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 21/74

,I

" (")

r,

I, Te~ta' a"~id~ na:quelasc~19ada~,'( ":. '\ ,_ " ' A '.

' : : :y Eis~rid~ 'qh~s~{de'l'ag~, -va i tropicando, 'urn

• I peda9'<\'ge"fJanela b~lan'ga(no pup110, sert b?he 'de,scbtaEl61emhta\rest6s de Carnaval. E assini sai

'do oco e baixanapraca;' . ',''''.''

,.: ,_;B}fno.domingo,pelamissafI; J;11arfha;;~Ditbre-,gu~ses dao a partida-semlhe pagar, F~nal da~issa" -',~fhto ali, n~osab~ se .com~' .paraa-direita ou "para

,.; /'~,dsquetda)'~tres motoristas the .escapam a u r n 's6. -: ,~. . -~" ,~

t{~inpo..) -> . _ '",..

-,Flagrado na.escapada, urn despachou pa~ernal,

'tirando 0 carro do ponto morto: - '. . r

' I " _ , -"iJhefe, hoje.estou semtrocado. ( .'J '

..: Di~se ~apr6;imafh~'~~'Ca"'ffor~a:,./ ,.' -, .'

,.' Cliefe, meus distiritos,e~ o.rnarido daquelase-:

, nhora, Sim. Daquela santa mulher que vo~es dei- '-,

. xarain em casa. Isso a l- ' .: 0 rnaridoda ilnstrfssima.- ,,-' ,,' > _.-' I _ __ , • •

I ', f -Pa~seiam e mariolam de hi pra canurn bern-born, '-....." ~ I) \\ I - - ---......_

de vida. Ohefe.chefe ... Que e que voces estao pen-.

, ·s1.hclo?(Mals amor e menos confiarrca. '."': '

" . Mas ~~ guaii;Hldor, decarrosencena.bastante

, de 'rnagico, paciente, lepido-ou resi,gnad6~ ,Peqs~

. " ''d ua s' tres ve~es.E fala.manso-Por.isso, Jacaran-'- -- ."\",. .~ ~ I, . I, 4 ~

'~, ,/d~:procuraum /~b'otequirpre vaientornando, goela

:lpaixp,;coma)entidao necessaria . a . ' matutacao..Chefd. ~.o que ! Estao pensando queparalelepipedo

\' , ~ep~0.:.de..:16? 1 \ " " ''(_ '-; ,; ' ,\

-",_"_Assim n a Q d:L) c , . " ,

_liati~erro.,i'ilvez,d~v~ss~~se valer de ajudante,, " ') , '~" . -

a m garoto molambento rnasesperto dos descidos'1..- ,.-'" \ ~ ;. tI,. '---. '. "-

- - -"

\

I '} \ '}

, ~

'y .,A

,44

,\.

)

,/

, ,\

j',i

~ )" -. !

-- . I . ~,)' _ .)" I

d~s-fave)a~'; que niehd.i~~m debaixo do sol dapraca, I

'-' 'Ap~nham algum trocado, pixulo, caramingua ocioser , \

;' "e sem servenna estendido pcla' earidade Iuda lnats,< " ' ) \ • ' " _-'

1( num domingo. ' ", I _ , :--",~,

"Que dao, dao. Bebe;ica~escaiafunch~. n i H . "cil saber, Por. 'quea;pessoa.s dao esm'0Ia?"Ca}:)e9~" 'Dranquejandd, o hone >peh:dido do lado r,~flete-;duvidas. -: '. - ts: \, I,', .c : '.\" '\' ';

. , . . ' J I

~ ~Tr@stipos, Ide'pessoas 'da~. IS6 uma rnlnoria ,,_. -,.

.riingucm espere ~utJo .motivo _'_,aa ,esmola1p'or

.entend~r omtsere. Ha arnajor parte norn eio(,.. hr ,;:; I , ,

~querendo S e ver Iivre'Ilo pedintc. 0 terceiro gru- '

.', 'po, otari()s,da classexnedta, escorrega tr6cad_os

, ,'a, esmoleiros-~'aque, vestidos direifinham(;mf~ -:"" , '. , ' . " .,

" .", .encabulariam ao tomar 0 flagr,a em publico _, '~ab -;

v/'u?s':duros, U1_1Sesos, Para 'eles, nad tercai m a l .-0 Se e domingo,'pfb{~,Domingo e-ruirn para os be~-< ,,' "'comportados'. , ' , ,/ ,

. ,Apesat da pinga, esses pensarnentos.nao 0 ,di~-

'(r~raem de suas. necessidades--ca<iavezrhais r~9as '

-r : \.iniediatas.-Se trab~ihbU\ guardando::J~es os carros, '

? < yor que resistem ao pa$a,1l).en,t6 dagorjeta? ~les ~

'rezando na Catedrale; depots, saindopara flanar._ .:»;Teiiam doisjeitos de Riedade'- umna Catedral '

.' - ._y _<': '. ', '" .,

;~outro ca for~? Chamou ,l)ova",uc;,a-_rarfl abrir , 6 . ; , ~ , -, \elltendimento:' ! ' " ., "

;. ~ ~ ., • . -_ " ',I "" \ ~ ' - ,1, I .~, '

.,:; Mui ta Y~Z f b:;ttalh?ndorapidO'nas, pracas e,mas " )

"c:1{llelarido 110Sarredores dos'llciteis "edos predios

, g~~nd~s,'~do centro, n9fler6Pbr~0,.ira /rodovi'ar,ia"

",no,.t:O'ti.le era 0 unfco que Itr~balhava. '/" " /.... '{".- r ~' r

I \f

( ,

,.)I , , ~ " ,

"",

,~

./,45

'

. (-{', ~.,

Page 22: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 22/74

t, "

~ ' . > 1 ' , J "" y ·,,:L '\' .. ,~ f>\J .....: . . . " : : . , :

", /,' Muqlliras, iTI¥quihin~s'!1\os'pouco~,: ond~s do ., i,'i'alc6bi rondando a e~bega, captscou> O s motoris- " < ' ~ ," , . ,' " ' ,; \' ," ,', '. ,~ , .' : ._ ' v. .'," ,l. ' j ' \ , ,r-;. ' I_ i .:....: '~iP' .1 " '{ '

") ,'tas~'c:;lloteiros e~luj6~~,;\be;m-;;v:~.~ti~~nho.s(~iven~m . c , ' .

..~'~atbladoseama:'ro,ando ~:Hvid,asde cons(>reio;"pre~-; \. '/ '. Ij ', ,,8 \" r I '- 'I . I )t\, - ".,

--tac;oes,\ bbrieQ()~slmopeta,ria\S"e j~r~~) )arrbc,h9i,,",a'~',;

_pren'sa, 4 ~t~as!e i~P2~tos,diffceis d~,er:te~der.~'~as ,-'., r",'liriha:m;depigare;nao~'l1{les}so9rava,6~algu,rp.pom~ -1'1,

, ,J.' g~e SOtt~f,J~o,rj'et~.;a?,~~r~idori~so::: O<~~t~m,6~e,1»

sbZinpo Q~i)nia.;lh~,~gI?rOYlsaq. .Iacaranda ca191,do,tl" 'i.J

'.,M~,tqhsta'q~e,fac;a}ima~ quatro .E1,staC~~n~daspo~"

;~ - '.diirlarga:,~icado eai'nb~baratQ~,'Ul;ntvfo d~'dii11;1e~ro~,i;) ,! ',\ ":1! id ,;,',,.,:\., j';' ;) ;" 1- , .

. , no HIll omes ...•..." .". ... , - ....' ". '.' •- ' .' ,.'V ailio ~, E ; V'~'n :} iamds;Se) : : f i , io '~pocr ian1,p6r que'

: , ' d i£bo 't inh~II1\ca rr02\GA$9rt t iga~'d i~ C l u e q~etn n a o "\t~m cofupe(en~i~ ,nao' ~e'~sta15etece. Depois, ,a ga.~

'\linh~ 'cb~ee !cbfn~obico .:n6~cHao,.f," \. .,': -' ,,--'!:) . . ('"' ".

,Tomar' 6l!Ltnl~l}ao. e'q-v,ere.da( por esse~ negru-

;ll1es.,~iCia~ C?rriao, risco ~edesistir deguardad6f: / "

'iD1~'sJbi~ n a 'p'ele;que'\luem am~, ~ao frcarico. ",'_ , '/ \ , - . " ,1 _ ', .>,., 1/ 'J ' I ' J " • ~ " ' \ ' \ , ' - / '( ' . _ . '

E se v~ci1ar, Il'emsopreviy~.).Para afastar,li;1a_~ln-,_ _ _ ' , " ' '- - ' " , _ " . , " .1 \ : . ._ , . . 'l- -.

din:k9~e,s, ped~l i , 'b ,u t ra ~q~e.·' ) .' -.(~',. ' . ~ "';,' v : I '),'A:ta-rd'e,; houve futebol;, suaram d~baixo\de,u?1

,~~L~efu bitsa. Ele" ,ffii is tim; magrelo de ins oi to /

j~t)o~,~ar~,4~quin~~. A,~ort?'lh~s sorri~ ull1/~nt?~"

~!": ~gll'ardandQ\uma;"frleira,de~G#r.osn9 est~di?, lev~fly-

,'. iar~m urt~tr9COS)1.ocri~tiliIlhQ~viva9()J~\Tou,~lgull1 l

,,"; e9'h6mem fOi \b~ben~~via 's,efei~b:~m,ganh9".)", '

, ,;Ql.lando .a pec;a nao -tem 9 .que -fazer;'nao - tem ,

..» ,rtida6 qrt'E ifaz ,e r._ : ', ',~ , :~ ': \ ',: , ,)" '. "; , . L " \ ' . ~ I" ,.-1 ' " • r; ~\"," ~ 0

t-! "<

~ '.

_ .1 " : ', I ·' "

-' \",

J I~ '

' I " . . \ I, £_)( -, _ ) ~ ',, \ ; ' , r . ' \ : ' , ',I, 1

, .: ; . . ,, ( _ :-( "j ".

I - , 'jail~o.tell1 gana~"~~stg.'E~'em c~prich0' ac~bo~i\ • j . . _ I ", 1 • ." I ), , (- ',J 'V "I. 'I . ' ' \ , ~ " '1'('""

~, a papI~n?l~~~:q "~mlgol ~u a.udit6rios. IPi;~t~~g6e~, ) ~

~-'~~",s~~s',( s,e haj' yep! 'ga .necessidade e-dos .apertos.' ~

' , - < Nao que 0,disfraiam;1 certo e qu~ 6 aporrinham'

i 'l" , Depots, nacr'e, dtlanlentaQQ~s;~:;lI1tesi,de'c'ampanar:,

Nem jogadominoou 'darna.ia dinheiro.icom-os ou- "'.

:' t:QS, e n~a d6s n a 'f eQ~ t ;\ (J o s} a ~u l~ i ro s dapraca na",':sbn1b~adias rmang~ue~ras. ~a~ que e.s,pia,espia, Vlyb'~ntendedbr:G6~a\~om os olhos os lances,eJratios1'dos parceiririhos'I)'oDo's. ;',,1 '!', .' ~:. '}

.;; ~'N~fuf,~iist~nta'va~a'yitalW~d~\dds guard~dor~~."" ~\ '.

'~ebia,)erde,ava,e~ .Q.epois/d-ahora do alm oc0lan~a.~ ' ,ya:.se' c?9)1ila~do \~o-oC;o.d a fr~1,le,ira.Era, ~pqrd::rdo,\~ " .

). pela rq.ole.cag~m de motoristas gritalh6es. Nada de.'\; grana eainda 'desciam a Hggua:(, .~ "

~ " '\:J~. .:' -.. ' Pe-de-canal VelhoYagabundo!' . ',', ,.• / . -I '. ", ", •

~O~'cabelospretos id6s~e;'depassagerh"a viiva-

,cidade, .a'espertice/rr golpt:. de' v,lsta; oparen.te&c~.

.queguardadores tern com ,a)ttu,c'agem doscamel&s ("

, '~dosjogadbres_''de'chapinha, dos:v~ritanistas'~ dos ~

. ' J i 'embrorriadores emagiqbs; -d6s.eqU:ilibri~tas' ~·Pir i . :' .

~~ :'~en~e~' ~r\ba~os, Su:rgi(i).o.$lugaJ;'e,~ hJ~f$ i~~~spe i . ,tados e''imprevistds,)~l~rafrE(l1te do motorista nb.,.,'~

,t'. '~~rriento~~~,que; oiregues' ~~P 'e~p.erlt~Mira~uI6\sa~.,'.Y~m:?te, cQmode,dentro deum.bueiro, ?eum,;galhgl

'(:7,d~ arvore,de dentro do chao ou dovao dealguma ' ,

.r'~:scadaria. Saltarrapidoe eficiente, hrhpando ,c6m' ',I

,},~anela urrfi&l 0. para-b~dsa;;:i,n1pydipdo' a:e,scaktidm \\,'

.s , cobrando-com cordialidade. Ironizarnte "com :', ~, ,_ . ", .,... I ... ' I..\

. /liu,rp.ildad,e' e categori'a~tratanao 9" carade doufbr. " 0

, ~ ae~dist~~fo. '): () '/1' 'I • ', , > . ' . . '1/' !("_~' " ).

, 1

I'·

! -

,,/ ,I -\ _

.,, , .

, r . \

.' ,

Page 23: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 23/74

,(_\I _ ; , . < 0 \ , ' v ' 1-

~.~ A0SxrO~pa90S!d0S al):Os/eninado p&lQ_,es~~~p~', :

, ~,'do~ ,p~tequins~ J~eleep1perr:,~Ha a- sua p~~te. ~e~s~.' ',," I "')_ - ' - _, / , ,/ ) ,' ~ - " , -c: ..,;" ... ,'

~(pici1rdia' levlpede;,, , . ' :: i .: ~ ( ~ .: :' \ .

' ..\ H~viad~t~-:riH:~llCl;igo~impand? a:cIR3;~~.\~fjQrd,drdenf do'srri~l1dD~s.la·,~ae,eima-jAssim, 1 1 9 i';erao; l"

"-pJ m"::IJ~'re~gbs'gheiiaLm a,'9iu~de \:diSf~r9~~~ pa:a',

'teceberluristas'e viSitant~s<ilustre.s'" ps jornais,

asradi6~ "~'~televis~o;ber;t::l\Tarlie .ijao,s~ sabia",se ,

-,,esta~am,d~n.gn¢iando ou~t~9~n~b osa~§altantes ~af

i~; ' vtolencia:llas tuas.Quand,p: ern quando, o'caII?buraoiC

d~\1)611cia 6~llha,v~,na Slp~ya~da;pra9; ,e a,.r.tastava, '~~"

o lier6i, na limpez'a'da' vagab1in4~gein, .toda-essa .:

,ge~e 's~m regi_stro~~A ~ent7~o ~e\ i~e!i~d6. Ele ~~-guia, ~e\_6amb~lha~a,,>err~tu~~llnh~~La de~tro'do)

ca r i ao, cseuro, e .: rha isap a fa :oQ .c "",CaflibaiD,'sa:llatQs90hii~os, amu a v a , e ja se ,achav~hoinertl;'que'~n'aoptecisa~a' a~l~ros". ne rn -tinh~ pacieppia para~m~~hei, p~trao ou amizadmh)a. '

De booeira" t.omava cadeia; sara; ,de novo 'bob~ava, "(

metiam :nutn'arrasta<;>t . ~ .!,:·,.La~va:iparaJo"~jlirid~6.;,' . ' ;" :~~(.

,i-Chegol1~o v~lh6 chuel .•'. , .. '. ' .. - .-; ('_;, j .No'chiqueiro da-polfcia m()favaqU1nz,e d~~s'l1m

,~' ~e~{Velllo'conh~cido,e !c_adeeiro;si111,~r~ salvado,).,._:1 .. ).).". (\_,. ' ..•. ". ". 'd '? ' , .- ' f 1'com zoll1har~a,.~q~y-parecia; consi .era9ao na .a;a,

'dos 'freges e d~s cafofqs.: Bang~ere: -' - "

-, tCnegou ~0velho ,c~c1ia~a! , ~ ",. ~i"

, "'Seentr'eo, pe~so{ll"s~>()s mais m09Q~,,'s~

.C:osmaiS',foites»ao 0 ap~n1inh~vam,:c~ItI.b:~¥IHh~= (~j'

<?6~s';}le~~rif6xi6ava: ~!i,:qUiet?:,~os cag!o.~ q~e l~e -, ,p~(rnltiam. '

·····il, "

" < '

,,' .: ,1,-', . '.:: '~i;, '" '. <>IY /I ', . , . \':':~htemq~e,"nao:qebldo,vQl_ta. ~ outre» 9 . 8 ,-:mO\T~mentos ::d{seu,corpo,. a,irl(Jacmag~o. qe<;i&ora. lernbram os.movimetitosdo corp(j--:'antigo. OV~Fde i

.. das arvores: d~,scarts<i/a'h, a:ssofj{a fin~_e befu:Yeti:~. '< ' lyr- ~ ,_ __;' ~ . '. ' _~''r '' " , .. { ,.t" /. ' " ' ,_ - ',~',' _\ ' " ,..

,"s~ia: brin~a~-co~ as,:,cri~l19as 'dapra9a. Dias;s,eI1J'

cachaca, as cores outra vez na9ai~,()9neentri uiif .~-

_esJ_on;cY,a#um~'~Judant~;jtIIitadiri.h~iro. Q\l~~ndo':'~j~

'quer, gan~~~, orgart~zad~,;"~~.senipen?~\Jlir~it~J)h9':~;

Nas perrfl~, op~,uma:.~glhdad~t qbo1~h;,~braco~'sa1Y~'

..elegailciasaf~"d~,_um passist~~4e e~c6Nd~.Si:q1jb~.;~,, .' Vern, carro aCbla')~\;' ' '" ; ,;'~' = : ~ . '

"', -'."Deixacomigc. ", . < .

'C..' .. \ "'.' ':.- . ': .." > '( 'I, Mas nacontinuacao; nernsemana d~poiB,'dert"

" t_ , - : . . .. . _ _ , : ',_ - . ; t o . I, "_ ' '\. I, ".;- ",--~,","- '-.'.:7 ;" , ./

-,, papaya: A Can~7alica'ta6mat~C·bjcPQ;~Aoping~9:\

.}Fazia 'um ..carro, molhava 0 p~.E'-azia'mais,' beb~~~a'""segunda e demorava.o umbigoHucostadp aQ~aloa~', ' - . - . .s - - - . , -r:>, , . , r - > ~ '__ ~ ' ,_",1 -,'" --).~

"Dia,depois,dedia-elltornaI1dof~perdia) fi~gu,e~~is

.,' e ericardia.rnao toinav~~~rth9.1a longeo t~mpq"

'z e~qti~;doripia em 9~dr~6,de_:{)ensao.Enem"~{e,

Iembrava de.olhar 0mar"Enfiava,.;,se;seeIlcaf!iava:,

:'j>.',n9\oc6 do>~ro~co' da arvo,n~.-v~lha,;t~o,;e~s(que"Cid~;\,'j:

-~.,d~ trato.Fii¢'ra 0 esconderijo ejentao, omulherio,

",.. ' rezadeirodas segundase s~tas~feitas;.ia acender ,.

' , , 'Zs,Uas velas par,a:as alums epara.ossantos ao peder' f. i- " , . . _.~_ '> \ " / .. ' .( j , ! I \_

.ou~ras' an:,ore§.;E·Kingavam 'q\i~emlhes t~IharaQ

~~~'i"espa90~.'. ,'" ~./~:;.' ,," .•.". '" : 2 : . .nizla:-se.~MiseThCpbuca e bobagern. i

~.' ,-; ._ ';-0 'L '_J '_ , _ . " ! . _% ' _ '., _ _ , \ ? v I

:~,\::Apra9~:aninlglva uni.'misere.cif~iQ;i"tuiin;de se

,'\if,ver,,A-pra9aem' Copacabana tinha de 'urn tudo.

< ' ; D e "lgrejaavfragao; r~mpeliade-~ulhere~ ·de~bo7/- " " ','" _~ : - .._ \~ \/ _ -) _ '--- ." )" ,~ , - . - ' r :

,r- _~. - I , - c : : ; :

!-, .~

-J: ' ,~~-" , ~ )~> .i ; ;- .' , '" "n ,i /1 1 .'

Page 24: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 24/74

• I , " \

, 'I

',: (" s; :,

-. ~

, :.

( ,.JI " ' " \"

. ; ;~ ; "N " ;1c~~~~ & ; , t I ~ b r 6 ! : ~ ~ t P i < ; ~ ¢ 6 ~ ' $ ~ ~ 1 ~ ~ 1 J a, e empfegadinhas- C : O ~ ' p e o e s d a , s - ' (01)sfrtJ,tCiras'

• ' ' " , • __ ' ) ' ~ j o .~ " • ~ I ,\," I,. ,, , ;." ,~, ',

:';Ba,tia ° tambor .e.se ibri3c.a'sanfona,fIas,noites/de, '-','.'.' _ ,t· ':,\"~ ',"" 1",:~:,':, :,,' "),':. ""'~" I, '1."" " ,.\:', ,,'1 :

,sabado,e°tI.6mhlgQ.'""O.1.{9NOtl,to~d,o,::~tirdo'antaya,'d"i!,~ \,. - , , : . . - 'k . . : ~ ! " ' .> ' ( , " " " ' , ' : . , " ' , /~ / ,, " ~ : " : , ' , , : '' ' , , '' ,'"''''I ,',.",'{

I,sOle,n~na'bati'load~nlivii,ta'qibQttm;' ,algum gan~~l".'e a ginga' ct'~s'C'vozes,inula_t~~:,cbm_iac~16~r:q h il < " > ,_. ", r; ( 1 .. / " , , " ' ., " \ . " ' , : .. . , - n , ,.," , '" ' ,,-

H ie bulia - se a,gente'repara', 'a'b~ti~a d'6,palJdeifq ,... I /" "- ~ ~ ) / \ \ ' K , \ r

e triste, I~-lliend)sangue'JPS1)iqJielad9S ag~ta'V3Jl1'.0r:~tmo,;"queb~iar'ole ° ia.mborirri'l~piaattiiha;ar:"'~, I : - ' I , ( I '~_ _ "~", ~ • . ,_~ . ' "_ _ 1 ',,:1 r :,~ { ;, ,- ," ,

'mligao.de u r n .d'iaI0go.. 'c /;' ", .' '/,I(): "ii- , - - " " - ,_ ~ "~ :"~ \ ~ ' ; " . __ -_ .J " . - - ' < - - t- , , " > " " ' ( , " ' ' / ' ' : ' " , i .:

[.,(Jv.entovftido domarVarria/a'praia;echegava/'• .» _ ' '" J " _ , ! ", ' '\:\. '_," .-:_,_~-.I ' ,,_ t. ",t , ,"\ ", _',~;

man~p;;ao.arvoiedo'~otu,r#Q:.:~eHes9~va{ .. } < . k : ; ' ; / ',", ".' ,·Os »lh().s,brilhav~~,'·quan to,},jica,,~#11gif~eJ~R-,\,tigo§/e'quaseinfa,nhs,nuni~lehJbran9~'dra p~raltir(....ora:magnifipa. 0s'arrtba ...Etacomolse;ele J),dupesse~\,.! "", -: - ,1_, ., ' ,c\ ,I, '- :: ' " ://~~"J '" _ \/ r , :' .- _: ~ :' "- .. _ -_ -: "._ ::

/ Ia.rio fupdo:.9 'qu:e'm~rcaqd 80me 6que.ptiende' ed ';l . . . " r.. '_". - ,_' -" , . .' , • ",_" ',_~" iW \_" - ,"

..~qU,eiuiportaei'a'p~rcussaq~M:l~:tri1ell'ea.vaa c.abega,,',' ' I _", , J . , Ii. J ,",: / ',i ,,) ," _: .r. ; ""' .:, _ ' ' ,, ' ' , "

con;io.;'~\edissess~':riarade.ntr.o:;"deixa praJi". . .,:: ..\r " '~" > _'_/ '_.:1 _ , ; . < > " , - " ~ , ' ~ : . . _ ' " ) ) " , :,1) '" ",1, , ',~ - . ·1

. I ft ,\~)\ ' . ,0utra}vez~I"t:Janoite, .9'~bac'aft~l1terl1aqo~.,

., ::i :~,;~~15\anpac16'e 'no~o, eS'tacion6U,o 'qarrb jrnp6rtado;.-" :_' ,'. ',' _ :. -c- " ,. -. '~_ ,' ,I ",!' I, ," '__ '. ," '.,,:-_ , _ / '

,~~;.\,esceu. Eritroli' ba,PQ-at~~li'defro'Htejicp,ii)1odlS':~~" ,K' ,,:,' .. ,,: ." ,'" " l .' " . " ,.,','. . '.. . '"

, ,~j~@aiu,tpa~h:ugadq;lambuzaq,o', ~,as /i\mportancia~i' Ir~..~_'_'-"'/ , _ ! •. ' " .~, ~ ! r " , I ' , ' , , \ _ " ' - ' . , " " " i ,~ \

,Jq~em'Pdlad6e.eomrnulhcs a',tiraOold/-;.. '):'

\ ",'(,~~J~ca~7ahda,'.b'ehido!, e '4 e ' 0iho\~,to'rW:iiVi~" t ih i~; ,~0meh' t~ 'e6:,qpe fa~~(a~iaV~\gr~'I1dez~~,tQJTI~hdO.',/UIR"ar cavalheiresco: "!, " ,, ' , :' . ' "

'I~ ,~-,_, ,":,; -' \ < : - , ;- . ; ;_ . . '~ . . . : , } , , " - , , ~ , ' , , _ ~ ~ : ' , . - : , _ ' '- , , , _ J ' , . . 'I.:-"'<~:.,/>,

, , . ';pYi'Q()3tib/volapt~/1'tt~'ysten4eu- rim~m,;o-eda.? :

, ,Kp€c ; a ; a lt ane iranorp~_}r~~ , ",r t~ lno\)IH¢tl:,' "';,1\ _,,~ - " } -'., ' ...... -. , .," ,>'," 1 ' , 1 , . - - . . . " . . , ' , , ' " '" \ : \ : "

" ? " . • . . . . . " _'Oo,utoJ;"isso af eu.neo 'aceito. T,rabalh:,ocorn. ~ 'F L '- 'I }' rr: .: I' i·\" .. (-,~:, r " " " , ' , 7 ',: _ - ' '-,,' " "", " <: '\

afrthelro;~Goni'esse_produto,rrao; " , ' j . . . . > ( 1' I' ;~_~:~'~:'~-"' : <~.'('\!-~.' ".'"i ' '~'.L;' J - . ' \ ,\

i" ':"L I, o

,, '"

..,,

/, / A ';

.!, I~"~'

'( ,\ ,.~~!

Page 25: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 25/74

I'

" ,"

Avermelh,ado; fulq,o .homem deu -partida, .'a

rhulhEfr~'aseu Iado' sacudtu- 0 CarraOTaSPOU urna c c ::'r ,l., '._ '. - • ; - '"". _I

arvore."ecsumiu.Pneus eantararn'.' . ' ".

, ' •i O",itl,enin<;>j:iitiriha se mandado, pegara 0

runi~,do.rriorro'" e,~nioesiivesse n o aceso de urn '

' :~~g-9~i,sarrrbando, estaria d~rrnindo 'no'barraco~ .._ , 'J - - \

Eta hora. ',I

. 'j~iGa,.rartd4; cabeca alta, Jalou-lhe corrio se ele

:~s ' t i v e sse: ;- ,I, ' '~-" '~- r.: C 'o " , - : ' r , . \ ' " _

,". ( '" • r-r-« Xat:i,eu ganhomatsdinlfeiroque ele. It que''nao saiodo(botequim. ' ',.' .

, _, Ai, f~i para.dentro-do ' 0 6 9 ,cla,arvore, encostou '<

a'Cabe9a eolhou a lua. :\(

(Abra,9ado ~~,mduancor. Rio de Janeiro;,. "Ed. GuaT,l~bara,)986.)

).

.s : \ ~\-

,,/~

-:

1: ,"

\J

'\ . .\..

,7,

\

"",J '

-v- ')

I ,-, ~

..!

,

t: '. ,

'1

s I

,I

\ r f I ~,I \ ~

?,.\

. I/'

I . I - \ ~ ) I ' ,

LYGIAFAQUNDES T E L L E S

. - : : - . . . . ;"1

c

J

<.J

I,

. \

t > .. ,

.J

) .r(

.\ _

.: r,

" " ' , " ' .

, , ,

Page 26: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 26/74

': ,, ' , \

(

I, '

, ,I

''? ',.j

[ - , ' A " , ' , . ' c'~a,""C',a'~~,a~'I __. .1 , '~' L I ; - ,;; .\,

;.i

, " .. r -(

,'/ .

I, II.. I,,.-,~

" ,I I

( I 1, (

. 'y

, 'I,I I

"

.,

) r-

~ " t . . . . . .. _J,

_ ' ~ i {/Aloja d e antiguidad,es tinha '0 ch,e,irocieun;ta.;'kycade 'sacrtstta .com. se/uspan9semQ9l~:rrados 'e

,Hvr6~~o~ido~ de traca. Corn'as pontas' dos' q~ ::dQs\,~'horrt!emtOCol1;/llUmaii~a:,de quadr<?~.,U~a

,~,aXipos~~eva~~o~,~~QQ,foJ cEoca)~s~:oP\fa uma ,I'

lmageI):l de ~_aos depep~da~ ~_(: I (.; , ,

, '_", Bonita imagem _ dI,~S§ele.I " " ".,,/ ,., (,r

, ,AyelH\t tirou,UW grampo:do\cbqur ,e:1ill1p ou"fhpha (iopqlega~.?rornou a,e~'~ar'0 gtatnpo;ryo,

: ' ( , / \ . J , d ~ p e l o " / ~ . ~ ' , ; , " , , ' , ' " , ~,i ..". ' . ' ~ , : < ~/' (,'\ '( ,-,- E u rn Sao Francisco., ' " '\~.~I ' • ' ,"'

, \, ,~}i>kreen:t~o'~v,6ltdu~lseentath~nte pa~ai*.tape<fa1;i~;'>

'j qcie' tb,n,iayiltodfla~,~arecl~ no Junld,o,dal?ja.-~p'r~- :'xirridu:-s,emais. A ' v e l b , a

1

aproximou-sc t~mb~fu. ' ;7, '(~ , ; ,' ! ": :, ' , ~ , ( ', ' \ "I i' , ; _, " ' , '," \ l. ' ./c,

1,~~ ,'~ '"i." ._.-(- r- £

>- . Il"

I'

(

;~" \I

~ .

. : ~\:,~:{ \,/.,I ,

. / .o J .

,I

I i ; : " ~ ~ ~~~~ique~.s,~~ho:~ , ~irit~'ress'a,~l:r~smoe porISSO.. P~na,Hue,esteja nes,se,estado.,', e- I, r. •

_qh c i m e ' m .estendeua triao a t e 'ata:pe9~tia; rnas-nao ,Cheg~ )11a' toca-la.: < >, ' " , ,

,,,',-'-'.,~~rEj~y;qti~ l-i'o!eesta -mais nitida ... , \:' '

,,:-,-:"Nitida'( -~ repetiu avelha, pondo osoculos.~D:slizou,a~p1ao~"pel~,,;su'perffc'ie~'utda. ,2.. Nitid:;!, .!,como? ,,\.'" ". -', -,I ",-.> '.' ,-:-I, ,.~ I , : r \ - ~ - I ,t.~ ,J : ,--

, ,",',",-,1s~:cQresies~aoih~is vivas-A: 88nhota p~~soualgurna'coisanela? "~ ',' ,- \ <, • ""

~ ' , 1 \ ': _ _o f' , " ~ " ( , )

, ,>K A,vel~a encarou - : q . E baixou 0 olh:;tri,par~ a ":imagcm.de-rpjtos ~decepadas: O homem estaya;tac/.,

h', ,'~", il(~il~doeRe\Ple~0 9}la~to ~ i~~g'em':..'\',' ',.\:: ' , t _ , j

,,' ," ,,' -",~Hlopa~sei nada, Imagine: .. .Por CfU~ 0 senhor'

.pergunta? ' ,,i \

, I " " '" , ), ,I

, .: ~-' ~otetumadi_fererwa;\'

, ,-,',, f'{ao"nao passei nada.i.essa tapecaria nao '

,~,:,'ag;iien~a ,a mais leveescoya;0 senhor nao ve? "

y:(':-'~choquee_a poeira queesta sustentando oteel->: '

, 'do,~a.cies~entou,tiranaQnQvall}~nte 0gianip~4~ ",

, ca-b,e9fl'Rodou-oentrecsdedosoom ar.pensativo."

,1;1'eveum rnuxoxo: ~',Foi Urn.desconnecido q u e ,~r6uxe, precisavamulfo de ainheiro. E~,diss~ qJeJ '. . \ , .,,.(....

J

4 ' " .',' - , .' .'

g~a11'o~~stav~ p , ? : ~d.~m,aiscstragado, que'fJnt d#foil "\,4/~~coptr~r: urn cofiiprador.mas ele i'rIsistititanto ...~, =:

p'r~g~eia(nap~r~de ~,aificou. Mas jaiazlt~osis~o.,'~ ()t51Nn~¢onunca mais me-apareceu. < :~ \, .: '

',;,",-,ExlnaordiharitL.:.-" ; ;", '

i,'A v~lt~~nao :sabi; dgor'a,se'0ho~~rri~e refetia, j. ' " ' ' '

'a . tape9a~ia -ou ao, caso .que aoabara de the con tar. ',; . , ' , _ ' , : , J " . . . - ' - 1/ ,. ,!~, :.~ .:' ( ) ':\

" 'I'

, , ,

\ .~

, "

"

',' '

,'\

\

,

" ..,.(

""/ I

V" -.

I"~

L 55I, Y , ,

"

, .-- ",, )

, I'I I,',

"

Page 27: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 27/74

, ,\ 'l •». " ' ~.: ~: " ._/'

Encollieu os o;br"os,. Voltou ajimpar'aS'unha~c6m,

o g ~ J l : p 1 P Q ; ·1",_, /" ' '" ; " , '

" : : :c _ Eu~ppderia vende-la, mas quero se'I; franca, '/

acho qu e haoya1e,mesmoa pEm~.,'Na'hora qU,ese,\:1' ,':' 'h)~ ,(1 ,'., , , , , ',\" ,-;; - t , , . . . .

,d~~pregar,' e , capaz decairen: p~da,9Q~· ~ '" / "

" 'O,;p,ow~~ace!Ideu ';qm cig~r#o." S'~a,mao, tre- (mH:f.'Emque tempo, meu Deus! Em,ql}e=t,empo teria

t , _ . ' / . , i· ,_/ , .'

a$sisti(!'(YaJessa mesma cena, E~onde? ... 'r ~ c ' '~;_-~ , ) _J " ,

, -: jErav;rp.a cae;ada:/No-pfinieird plano.' estava 0

, , ' '",ca\!acior de arcoretesado, apQ~tandQPara'umatou-

'6,trJr~e,spessa. NVV)-plano maisprofundo~osegundo

I " €a.g,a.qorespreitava'por entre asarvores do bosque',\_.,'i" 'J < J , _ , , - - , ~ " "

-1jlIasesta ,era"apenas uma yaga'sllhueta"cujo: rosto

se:reduzira au1ti'eslna~'cido contorno. Poderoso, \-,,' - \,) , \,' - . . . ,'. _. - " - , , . .

" ,'alpsoluto < era o~prin;eiro c,agtldor,'a barba violenta

, , A ' "como urn bolo de ,serpente~,- os rrnisculos tensos, '

, i, : : ' 1 t ' espera~eque:'acagalevantass-e,para desferit-lhe - ,, ',a seta. ~# , • (

,.> 0 homem res,pirava COqI esforgo.Vagou 0 olhar.' ,

p~l~,tape~aria 'qu~~tinhaa:co'r e~verde'ada,de u m ', ( , . ', , \ ' - t '\ • _ , , '\ ' - : ' { i < . . ' - ': '

'c~u,getempestad~. Envenenando 0 tom verde-

.'-, , ,ltll)SgO - q o tecido, destaca~~m.-s~ rrianchas~ de-urn'_: '~;:~,'negib-~iolaceo e '(iuepar~ci~in esq6rret,da folha-

?:;~ c~;,gem~~sli~a:r-pelasbotas do oacador e espapi.ar-;se,~;

:;",: "no chao como u r n liq~ido maligno, A:'t~uceira na.

"" q'U,al'a cae;aestaya escond,ida taITlbem \ tmha .as., - c : : ' \ 'I.. - ......_ ~_" " ~ .. , « r

'mesmas manbhas,e; que tanto podiam-fazer parte

j'-qo}~-es~pho c~fi1.9set' ~i~ples efeit~ .do temp? de-.

:,~,~"vor~ndoo\p~m~i:, '" - )" " ,I "

'( '(,~_;.,.'~I': .' ' 1 '< \ ' - . r i ,.'I ' ii '

o f . " . ~ _ ' \ \ "

,! v(

'~ i 1

_ ') -

i •

t- . __)

" ,

i i

. -' 'Pa:eceque hoje t~do~ e s t 4 mais proximo -' " '\

;:"~ d~sse,o ~om'e~,/rhyozbaixa. ,- E c6mose ... Masrao esta difererite? , ..' " " ~ ,

", A v<el?~firtn(?~ mais o'olhar, 'Ti;ou os 6c~1~s evoltou a po-les. \ '_" " ,~\, " ,."-

~'Na?yejo_dif~xeng~'netlhum~.' -, , "

: - c , : . i _ , - Ontem 'riao_1H~~odia v~r.~e~tSe tinhaOlI' nao ' '; , , r -disparado a seta.; -: ' , ,; ) . , " iJ

• ~- -, Que s~ta? O'senhor esta ven4ojalg~m~s~~a? ; ,

, / -,-_Aquele, ponttnho ali noarco ...-,- " ,J ,

I~ A velha suspitQu.,' ' ; , " 'I ~ ~

<~- Mas ~s~an~() c,<Su r pbUfaGo ;dG ~~a9a ,8 n , a ; , ' .ai, .a~pareqe ja esta aparece:qqo, ~ssas,tragas))dao "cabo de tudo -,lameritou dfsfar ;;anido-u' /' b I.,. ) , '" ~, 1m' oce-

JO . Af~~tou-se sem ruido,c~m§uas ehinelasde l a o,,< Esbocou urn-gest,o distraido: -' 'FI'q-~ue',:..... t-'d', fazei - " ' , . al a von a e-vou azer meu cha., r' ,

" ~ -0 h?mein_~d~lxou' cair o-cigarro. Ama~so&-o

~;._d~v:agan~ho na sola do, sapato. Apeitou os: ' fna-'- xilares numa contra o.ao: dolorosa \,C -h' .'::' ,/'b " - -' ";' . - on eCla esse; ", _?sque,:_e_s;se,'~gador" e~sec€u-,'-' conhecia tad-a,' j, ,tao bern; mas tao .bem! Quase senti I, " , •• , I . r , ' ,, ' , ' , " ,."". .. ,a na~ nannaso

~/perf~Hle .do~ eucalipios, quase sentia morde'r-lhe a .-pele 0rio umido 'da madruaada ah ,,' ,d",: "" ,_ . " , ' 6 , ,essa rna ru-,::,gad~! Quando r;Percorrera aquela.mesmavereda:'"_esplrara aquele mesmo vapor q'u'·e "b:_. -" -d '-d ' " ',,' - ' - alxava, enso.. 0ceu verd_e:.;. ,9u subia '00 c I 1 a Q ? 0 cagador~d~'j ,;,

, ' b:fl{.a encara,co1a9:a parecia sorrir,p-erv:ersamente';

e~bvgado. ,Te f -i a . s id o essecaeador? Ou " "'R 'r ih " 'l '" " , .: ,}" ,.. ,~_/ocompa--",' ,elro" a adl~nte;lo homem semp~rae,spianaQ p6t

'~ _ _ / c = ' ' ~ , , ' ; " '

/,

L.

/ '

( ,

) ,

\

57

I,

Page 28: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 28/74

,\/"J \,

.' 't. ' ; 1 ' : < , " , \ / / , \ ' , \ . " , ' . " , . " c

. entre, a ~ , ' :ir~6~es~B:tJ?~1/pe;rSon~H~eii1.,d.et~p~9ac t~ . ' .", ~ I ., .-,.~.:..''\ ~ > " " '~ ' ~ " . -: - -- . . - '> < ;. / ~ \," ,

Mas' q1lal?.: :FixOlfo~. ' rouceira onde ·aci~~!~y~ta",a;.· '.~'

. esqqrt,dicli ..S6'Jolhas;. 8 ,6 . silehcig J~folhiis;emp~sta.,·

"d~s .~'~'SQ~15f~.;llas: ! 4 ( } t ~ i s ' C 4 t s~:t()lhas,;atray~Sta .~ ~~.• I , ' ' f u i t n ch .~~p t e~$ , t i n~~aovu l t o '~ t , qN~ j a~ t e . ~~~ )~~a9~ . ,\ / \:';~ci~pa(i~geJl,~e;d~ql1ylEt's,et: 'e~paJ}ico(ai ~$,pe·r~.

I I ·.4~e;.uw;a:(oportunidad~ , para ,PJ~~~·~e~~iy l~gi i r ) . a() : . · · ', Tao Rr'?~ima a<morte!, Osmais ~ev~(I1lo~i~e~tb que

,: :jfi_.zesse,,'B-/a seta: .. A 'velha, nao.a ai.stihgujnl, nih- ". ~.

..>'g~~mp~d~fi~ ei :c i ! jbeJa : , \edu~jda;,.coino ~,esiaya~., 'i .e i U m ' p o ' n tirilio;carcomjdQi; mais p~lid6~do; que.um '.

I K t \' I! '" __ ' 'I f' " s . . . . " t ' _ J ", i ':, '", ' ),1

';' .:\::-:g~~ode' po e~m:2s11spe~~aon? ~rpq: \". ',':,~ ' > ~ " ; ~. ( ,Enxugando Q suor das/maos, 0 rrqrnem reouou

, f"' \,: " ' _~ • " . ,_ ' ~ " . " , : . , ' 1 .: : . ' \ : ' . , ' . ' "i' , J '- ( . : " -- - - : " ' ' . _ ., " " , ,'I:Y-

.·:'::.(1~".&n~~Bs!~!?ass().~.?in}i~r l J i~ : ag();\~~~~iq;}t,a ~:g ~ f '' . r ~ . , . , ;ag,~iaque,sapia terJeitb,parteda'ca¢ada'. Mflsessa,o':'~fa.·uw,a.Ptil* ~s,eJnvhl~, i.~p~egnad~:aps }ti~smbs ,'.,:;.;eoagulos rratcoelrosda folhagem: Gerrou os·olhos ..i

.; :Eise 1ives$e .sjdo0 pmtor.que '{ez 0 quadro? Quase '.

: .::odas as'antiga~~tape9~rias .erarn ,)~gPIoqu'<;o~s.,4e .

'.! qiladros,' poisn:ap,~~r:arri?,ip-rar/ao quadtoqtiginal' ':'.

! . : . t ; ~porJs~~p6clia~,re~r6a4~ir,de,0Jhos.{~chhdO§, to,qa .

,'I( kceha n a : s . s . u a s \ mrflUc.ia~;"Qcontbrrto d!i\safyo~es,(·;·,t();:q~~s;6mb,d9'i.b?a9~d p i1~~~ a~b_¥ ~sg , rq~v ,~h~a~a ;." ,. \s.91rni~cu\gs 7nerV?S apo,nta,~do p~rr, a to.~ceua, ':_ :."Mas-se detesto:ca<;adas! ·Por,que;tenho que estar

. .t, > ' \ f ; ,~ f4~ j j~ t ;A?;J ' - : . : : < : ' e, i 1 .: _ ~ , ';~ .~ .~ \ i , ,) '~I) ':: .. _ :< l '.

'1,J;' .~..~.:.,;Apet:Jo~··o 1~'19<?c0nlra 'a bo~a.,~, p,auS~R.;" '. "J:'hh:,'.se!cp:q.d·es:se>~xplie~r<to.~tacessaiail1iliarida;-

" , _ : " \ ; I : r \ d e " ~~'d~iJ,Iia:{'se.;pud~~se~'ip' ~en~s~: ·W"s,(fos~e, ..: I,: ',' \ , :;; .,.~' ','/ :., .. L' '"":' . '<I"" ! , ' '. _ - . , ~ . ' l . . , , , ; . , "t"" " . , , '. ')- \" ,-

"\;>:',llftt.·'siipjJl~s,esP'ecJ~dor'6~}U~h\des~~.s:qae ol~am, ;., (",! . ,. r : ; , ,.).".).,., "1. ;" /

~i > ' , " ', : ' ; ; - ' : :1 . _ ', ;; ;_ _ _ _ , . . , '. , _J

/\, \ .r-> _'\

I

. \," 58'I > ~ , . ' ' '-1\

'j '. '.,:' , ' ..,', 'o ' ," : I , ' 'j ;:- ' , " i. "I ' r

e pa.s~arn?o-Na()':;era'lil?a hip6tes~ ?::p~dia iinda.ter ; '\

,,/Vist?,;,O%U~'tr0 ~O_,?ri~inal~ ~r~<;~p,a,na~lpJs~av~ .'. . 4 ~ um~,fic~.ao.: Antes d0,aprove1tamento «lata- ./

• , , . , ' , ,_ , \ r " " ," \ . \ ' ~ , ; " \ . ' ,r- ' , - •

. p~<ian~. :._ ..> . . .~~r~urou1 eIJ.~~~~ncl9,bs, vp.osdos

dedosnoltr~70:'l)'_' '. ',. "'. ..•. "

..' .•At! i ' l u , , ;~ ,<\~e~~n,fta f < . 4 . 1 C E J ~ S } o~~isseli1'::p;elo~;cab~~~g~:,il.a'o,ll1iaofic~tad9,J~~b'e'f9ra, qui~;,,la dentrs>,,,-en:cravado,no_'cena;rio !Epor que' tudo .

!,'parecia rriaisjifti~odo ,qrle rid¥es,p~ta, 'poLque: a~~" 1

c.or~s. e~tavam 'mats-fortes apesar. da.penumbra? "..i

, , P?r qu,e 0 'f~~6f~~Qq~e'se ,desprepdi~,d~,pai.s!lgem.dVll,l~a agora asS,lp1vlgoroso"rejuvienescido?..'·~

:.../'.'.': .Saiu. d~'~abe9a .baixa', .as:maos 6e:rn!tda~,ri6')

, Ii'f~~do ,~o-sbolsos. P~~Oll'mEtioof~gan te, ~a\esql1ina:' v

.S,erttju 0 o O f P : o ~6fd?, as p~lpebr4~vpesadas·. E ~ B e ...f0ss~~9rniir?Mas sabjaque:ni!o'p6deria d ( )r ~ it ···· _ ~ ',. desde Ja:.seRti~la ins6~ia ~"segui-lo n'~m~sina rflar~',

c~gao da s~~somb'ia: Levantou a~ol~~do paleto. E'~a . _\

, ..~e§llesse fno~, Ou a lembranca do frio ? a tapecaria? ;/'<Que! Ioucural: .. Enao"estqulgticp" '._..: concluiu ·r·

'hum~'Qrri~,oc[esa:rnp~rado: Seria ulna'soiu~~ofa6ib':,'''1):as '~a,Qes,tb\llol1c.d'i" '. .... ". ,.~ -' " .

I r " ' 'i ' ,. I , , '. . ' '!: ,~", ' "" ' ' \', ",' ",:,' " ,

I ". Yago1f .pe l~&:ruas ,en t rou n t 1 I 1 : 1 c ille ih~ sa iu e m

~'_' ' ~€gulda e,;Quaild~ deu i b O r c ( o ~e si, esta~a dianteC

/: _~da-1oj,ade a,ti?uidad,es, 0 nariz a9hatado_na\vitii~.a, . --;.\,

tentando vlslumbrar a tapecaria la.no' fundo..

e: Qp-ando c~~g~u ~~ 'casa, ~~tirou-;~_ d~b~u<;.os~'- I ~ •

" =: na· eama e: fieou de olhos escancarados ' fundi dos ,(

,~' na eSRufla~<?:#vo~ ttemida:da' v~lh;par~cia:,~ir de-)"

. :~qEf .n t r ,0 .d0 i i~~vesse i r -9 , ;uP1aiv6zs~Jl1corpo m e tid a ' ,"..~m/~hin;e,las.{l~ ,fa:· ",~ueseti?~~Nio, e:st?I~V~~d01 .

I 1 ,1

, '

/ I

-, ,~ II

.j:.' -'(". "

,', '

,"" "('

< I 59' / \

I \ ',I

Page 29: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 29/74

'~.

"' ,; ' nen'hu,n\a seta ..." Miist~t~hdo;.s~:'a\voz, Vy,iO~ifldo'

" ",0'murmure1q das tr~<;~s em; meiode l'ts~dinhas:

')d algodao abafava as'risadas que , se entrelacaram .

t1,UJna,red.~~sverd~p.hada; compacta, apertando-se

'" .num t~cid~ coin manchas queescorreram ate ,0

Iimlte-da tarja, Viu~.,secrircdadonos fios-e.quis-fugir,

mas 'a ~aTjfl0 aprisionou nos seus bra90s~ No fundo ;,'-;.r.,' . , . ~' ':....: ""=_- r ' ' \ "

M nofundodo fossopodiadistinguir as.serpentes

',eply~das nulp. no verde-negro, ~PAlpou- () queixo,

' ''Sou,o\~a<;ador?''Mas' ao inves dil barba encontrou

.a viscbsidade dosangue. ,- ,'-:~ -", -.,' \

Acofdou:pomiopr6pr!o grito 'que, se estendeu

dentro' da inadfugad~. Enxugou a rosto molhado,_.. /"- __ t " -f'

de suor.Ah .aquele calor 'e·aquele frio! Enrolou-se. <' , '. ~o: ,,' " --""" ,' )', - , , y

nos.lencois.

E.se\foss~:o'artesaoque trabalhouna

tapecartavPodia rev,--e~la.(,ao .nitida, -t~o proxima

que, se estendesse a .mao, despertaria . a folhagem,

Fecho;u o s P4nhos.Haverla d~ 'destruf-Ia, nao era

verdade-que alem daquele trapo detestavel havia, . ~~ l. .

algqma'cQisilmais, tudo nao passava de urn re~

tangu10 de 'pano sustentado pela poeira.. Bastava

,~~opt~~1~~'s0pra~hlL _," .', \ " ,,' " , '

"'Encohtrou>a, vell).a, haporta.da loja. Sorriu\ '\ I. . "\ " , l ._ _ "

, ,_, 'iron'ica:' '_':,~\ :;, , ., ,/~', '"\ ,"; , I ,-

,\,~, '." ",_,-Tloje o'senhor'1!ladrugou.' ,', ", ,

, ..,_'-\Asen'hora deveestar estranhando, mas.".

• ,_< Ja riao~'~stranho mais nada, m090. Pode en-. ,.\ ~ "~.! (, ) ' -. - ,,' - - ' "

't~ai; pode entrar, 0 .senhor conhece ocaminho ... , "

" '~"Conhe90 0 caminho" - illl!rmurOl-1-,seguindo

, . 1 ' iv i c l o p 6 ~ \entre' os-moveis.' Paron: .Dtlatou as nari-: ," l ) . a s . J ~ 'aquele bh~ir6 defolhagem e terra, de o!l,de~

I ' ' ' ' " " 7 ' ' , ~ / . \ > , " _ 1\

:~ ,,: . . . ,I I

h . " , c " ' Q ' - " ,I

~>,)

I, } "

,. "j ;- . ,.\..

60 "

. '

,l "

I,' , 1/ I

,y/{:.., , '" " . ,- '" , \

vinha aquele,cheiro?~E por que' a'loja;£oi'fi_c~ndo

em~a<;a~a, la l0t;ge? Imensa, real s6,:1' tape<;~ria a I

se at~stra~ sorr_§l-t~iral1]ente.pelo ch~?,pelo,~teto,

):~ngQhndo' tudo com: suasmanchas,esverdinha;.

das.' QUis,retroceder, agarroti-:se 'at/tri' ,~rn1arfo,

:·~:;t~baleou, restsnndo ~ind,a'e est~I1deu os braeos", ate a "~014l!~. Seus,:ded9s aiundanrm'por entre

-.\ ' ' g~lhos, e .resvalaram 'pela tronco deti'ma arvore ~"~ r . .- - . . ._ • ) , _ I , ," '\ '

, " pao era urna c_ol~n~,era uma ;at~ore! ~an9()U"eni '_'

" .volta urn, olha~ esgazeado: penetrara na tape9aria~_

_ estava dentro do bosque, os p_espesados deilama,' ,'"

,os cabelos e'mpastados .deotvalho~:E1J1 redor, tlido':'

parado. Estatico: No sile'ncio da ma:dr'ugada~ nem'o "~' ,

-r - , piar deurn pas~aro,':l1em..:o'f.a~falhaideumaJolh~. !

,: ,'Ir:cli~ou-se arquejantc. Era 0 caeadorv Ou a C,~9~?,-,- ~ao rmporjava, nao importava~- sabia arenas que .

' " t~rr~a que prosseguir correndo sern parar.pqrelntry "

as arvores, cacando ou sendo cacado. .Ou sendo,

cacado>. .. ,Corppiimirras palrnas das maos contra j

-a cara esI)raseada,enx1.lgo~ no punho d:ot'~_amis~o-

suor que the escorrta pelo pesco<;o.'Verd~ sallgtieo labio gretado. , ~:[ , " ','" ,J

~I,; '~\Abriu apoca. E~~embrqu~se,.Gri~oy ,emergulli6u '-,'

},'~ numatouc~ira~)OU:viu oassobto.da set~rvarahd~ afolhagem,' a dor! I ,,-, ~"

f,,:;, " "NJo ..." _'-,gerUeu,;de3~~!1J.~s.,TentoJ' .~inda~, ;~

'.~ agarrar-se_~ tape9aria. E . rolou encolhido, as rnaosapertandoo cora9ao. '

( ,,' " - / .' I / Ii : _ 1 " . _ ~ . . .

, I

\,

'. \

( ,

'I

I

.(\ .'

, !Ant;s do baye verde" 5, ed,' Rio de )an~i;~;J , , ',', ,; , Jose Oiyrp.pio,.1979,) , " "

\ '< -". '",

li.. /1;,/

I, .,_

j }

./.., --,

61

Page 30: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 30/74

'. ,1

<. ,J r :

".

, '.

\ <

" E'sabem.'que'qpeq'l~~raf~,zy IPJagin~In)~9;'.rnedeu a)maiorpahta9a!La,g~hty,',na pod:a,ge'm i nh_a casa! N a e v § eusadia c l~m ~ is? : ,,' '. ,'.. '.:::__voce'? ' " i {' " . ) . . ; \ _ ~ - ' : , . " . _ _- I ' : , " ' , , . ' : " , . ' - : : : ~ ' _ ~ , ) ' , _ I ,: .' , ' : " ", ~

-' Eu? Dei te-Iogo,e·henc;a ppi ely;engru9;iPl:-nJlo, -quem .que ~e l ¢~pen sou que eu era~\ \

~'Que e li fo s se : " , ') . . \ - I - ' \ - ' . ~ ' - : _ '! ,\ I _ : : ' : , " _ ' \ "

..... "7.Quengt~ de,C~p6~N'az,ioai?!"" ..:"'.,~~);;K;-;-; 'Ne,' se \ )ba ixa /uhi : p01 : tqp \es~a ' , e !~ t rb~~ , ; : 9~er '

,,;H:10rla,gent~surdo? ' , 'J . . ." . j '. . .... ' .

y ; , ~ , , , ~ Voc~:~ome90u amefalaf'aquela' hor~.:. ,

' l X , ~ ~ Kafk~?]~st?t11~rid~/Oprocessb.e~ir~n(io~;'I}~~~ad~lx~a'genlte)angust~ad~,( \I ; , .. ')~\~\-".,Ja passei mirrha.fase de\K~fka:Esto,ilI6mdo, ; :~gorae Sa f t r ~ ; ',G · :t r it ir 0 \; 'J ~ l e u~ lB< i~b : ; lJ : 6 :"',~~,: r. ',.,. ",' "',,'" -, ,.'~l:' !~" '.,

';".-- . , ,:. \. i > .

.:< ~~.,,

. '

'<, I

)

".

Page 31: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 31/74

,,' _2_ G01't~m~is de A n ex us ea -. '. :,.;_.Voces'na6~v~o-a~ri9ar?' I ":-)

,~. TOllinho, p6e, os .i3eatles~· .~"

~ < _ .--E~c~tae~s'a aqui, gente, sscuta s6~,ssaaqu~,

i'~~0 maximo;:cont~,:,.Gu.i~6,conta ~L.' ./. '; '?:.',1 .,; Vo~es/nao,conhece1n? A das dU:f~bic-has

• . :~ r·. ' '~.' ' .',~ ",'.l '

Iazendo .trico? ...':-:. ." ;.-,-.,Onz~e·vlnte>ja:vo,l1.:: . :. ~ .,,_,:.,

.. ' _. Vo6e~ esta ,doido?AgQ)-a .quea festa 'c01P;e-, ._, : . " \. r '. ,-- / r\' - > . . • ,- . • \ , ' " - ;

90}l~:agora .q;t~ esta P/capdo,.1Jbm~aquela~'~ua.~ .al,~\

!que ~9hegaraII.!' viu so que, rp~t~qal? ... Agora qV ~.a'~oi§a csta ilcando boa; e vocevai e~b~a.?,\ra

I -. qui ess~ pressa? " " " . '

. I._:' J{t, te falei, e anrversano deminhi'rilae,

"' precise ir la~ "" ,--- --- /. _' Voc,e vai deixar isso tudo aqui? , ../

. _ E aniversirio' dela; nao fui la ainda. . . "

., ,_._' 'Vo~e vai amanha. Sera' que ~la vai'morrerl

.~'e~~~eao 'for hoje?, '. J .'--

'_'. Vo_penao cOllpreende; ela deveestar Hi,me

.v.: osperandoveu nurica',deixei deir.: "', -', (

+: V;oce esta. e com r i lg l i m _ niacete af forae-(~ao

q~er~pol}tar. -Ondejase.vii; sair ge'um~ festa dessas'

p ia irna.casa da mae. ~ " " ':

1 . ' " " _ , Qua] foi ,0 galho:af,ger:tte? , ( , ' "

(':' -. _. Ania'edo,NelsotL.' ,,~. ,:. .

~ Que 'quehouvc ,com sua;n~e, N~lson? 'Ela)

,~e'S:tadbente?j ". '.': .' I,, '. ." 1

" . ", ' _,,:'Ele,esta dizendo que, vai'etpl;>ora;ean,iv,er~'i

'sifi~&ela;~ele ~vai'la:Ell.clisse pre ele-(ql1e.:,.

, \. '

, ; _ _ J , : .)

,

'i

/,\ -r -._ - __.

,'

(

'j I

/<-"

. )

.I , i_ Embcini? De'~,£tohenh;m:'Nao 'tem.nem

""Ulna ~Q!a que-VQCe chegou-aqui. ~ c), ,< .".. ,~ ,I \ '\ . ' '. ( ',. ,

'-. .Prectso-dar umachegada Ia, Maria; e aniver-sarin dela, nao fui la ainda. . .", ", '. , .' / ,>

;:- Essa hora? Sua maeja esta dormindo:. .\ ', .. " , .'. ,.', ' ..

" ,-' - ~ao 'esta na:o,eu Se1~ c", ,:/ ,,. ..•. -,

,-.Te'garanio~ Maisde '~rizEihoras. Voce vai tla- ' '> - ' : : : _ ,

~'amanha,'-,.:.,;- \. '7 \ .. ,~

,_ -'.- Voces nab compreend~W.·'v, I '-

,.-'.Cornplexo deEdtpc. ..,; -,

.•. ,.....",..ao, voce.nao.vai e~bJora nao. Deixa'su~

. Z \ . mae 'pta depois; que diabo, voc~ est~'fa~erido~ou-

.co-case_de .minha festa? Vou' encher seu cOPQ. {, :.-' Nao· Maria " .'

, '. , ., .

'-. ,D~iici'de,onda-,N¢lson;'enche O'C0PO dele-

-ai,Maria, podeencher, .

, '-.. \ -, 'Cade seii copo? ',I "

-.- NaQ, Maria, e'!-1a estou indo .

;,/, - Poxa, voce ~ casado com sua mae, ou....uer quee? .

'-'-~'I ~'voces 'na9.~cowpreen'dem. , L

:!~ • ,-,Noc~'terri medo d e sua mae-te pors.de-castigo ?- _ '. ' .' r' "

"--'," '. --,..... I.,

.: .",',-' Tadinho, a mae-dele vai PO T elede castigo.],, . o r .

, ,

.A0,s~it.1?' t~~'i, olhou, as horas: cinco para

c .meia-noite. . r-

"'~:,Havila luz sob a por~~,~~!~~e~t~v~'€~p~rando-o~,

, .-... .Eu sabia que vocevinha .. Y' ",' "'(I,' \ I,' I . - ,- ' , ,~- ,

L ~ I - J, . . ._

)

I.'

. )·65

" \-"

\ ,", '(

: '

Page 32: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 32/74

,I,

'" ) ,'( ~ '... ~ ' I

, . ' , , { . ; r . . : : J

. I / ( ,.; ~ < : - , ;,1 ,

, y _ ' 'r 1(lc<", ,',,"-~ ",.', J,' _h "', i I ;\" ,- "

I < " , ~ ~ \A~enhO'r~"B:a6 dyVia i_t~,r-p1e:,~p:~a9oate ~,

, :, e~~arho!a. Mamae, j~e t~rde~ ~u,viria arytratl~,a:/, '" r

, ~ ' : \ _ r : '~ NaO,~stQU c o m sq'ho>E, alem 'di;Ssc);?~uji~: '... : ~I' • ',;nlia' cert~za' .que.vocevihha. VbC~ ~lin6a"def,x.qu ,~''( ',. ,; ~) I, ' , .~ ~ ) I

, 'de " X r , ) " , IA { """

" ' < " ' 1 · ' . . . , . . . . . . : . - , . : " . " .. . . " . " : ' ; ' " "i ",.,'...; '.~, " •. ' . ,. " "

§~l1ytada arfiesa, ·~,m,a~i~J)'rIiqfeh~;R~r~fele. ";-, Yei9rpais\~a,Igll:~n;taqui? -·'elePGfrguntou. "

, .s:Encorittei',d)In,a'DuIce na pq'ita, elalembrou, ,:~ , I· " \." .. j"" ., , , , "~ ~

,¢disse'qu~ vinha, rha,~.nao'veit>',d(,e'C'~rto tornou a". \ , / ' "~? ' . ,.' c., 1 " \ /' ~;, ,- ~ \ '" , (

,',~squec~r lensei tainbefn.no Rll:b~rfs;o:ele s,etnpr~ /.,. '" yinha;,;'o'ano Pflss,adofTIesrpo ~Ie~!v~i,?_;':nia,sessa -,

,.vezele tambcmnao apareceu, nao sei.por que.' ',,'. ~ ' , , , : 1 , Quer: dizer quea"senhor~ 'p'assQu' 6dia . I

~,"~ozii1~a? ,', -~'~" I" ,. ,,, ,'_ ,.' I"~ '/

i ' , ) - , Passel, mas-nao teveImportancta; .eu ar-;ranjei'tiir!a colo;turirhi para faze~: Pensei que voce'

-vinha dertardee fiquei. te- esperarido; todahoraI" ., ,I; r 1 _, ·1.' '.,-:", ' ..'

. queeu ouvia, passes no .cbrr~dor, ell perrsava que,. '(., , ,-. '.'\ I 'IV ,

-~> era vocerrnas depois passou.atardctcvcomo.vocc.

p~oVeib ,,~uij)(msei que' voc e .tinha .detxado para-virde noite. ",(i, ' ," I . '. ., < , ' , l .

I" ~FjitCJlleti~vit~~~i~ l~d~.,BeelLtive~se vindo,'a.senhora nao precisaria fiear esse; tempo todo me'e f , , ,- .; - .» \' ,

'iespefando.~"- -, . '" , "J , I " .' I

. ) :-=-Nao estou coih"soho;gente';veth~,-na6, tern,'1 "".1 .i: j I , " - J ,

.muitosonot. . '1(,' ,". ., ,,'

(. ., i , , '. 1, - ( .\ " ,," " \_ '.,. _ .. ,/ ' _; ... . ~

c,,\~ A~enhora nao ~.velna~-;-:-;C'bel,iscoqe,Jey:~ a -c

mao dela'; num carinho. -~"J4'"faleique~asenhora.

'riio e _y~Ih~:,a'seIlhQ~a\ e um;hroto~ viu? Nao J~Ie ' ,

mai's quee"Velhac ...)) . ' . " '/i .. .. . . '; , ' , J ) . _ i l

' , < ' . : " I ~. '. " ..: ,.:

. /Amae's'ortiu., \,<" ". . . . ~ , " " ~

Ii, y

)

/ : : 1

'\

( ' \. .. .1

,;: I,

; ,," i~·1

" '/.

,-I

\.,;)

:),

r " ) . ' ~ . > , \ ' i 'I ' -,.,:-: '\~1 " ' ,

,(-r; -,',C?fllpte~, l f r h a s ' gahafa/cle',guarani,para 0'

\ ' 0 r. G~s\??e ~tr a~~u~m;hri1as na() ieio,ni,ngu~m:: .. ElMer ,.', / i.

~,~.' -',tOll,laruipa?:Fi£,t~l11be1Udaq,ueIe,s"biscoidrilIo; que \ 'voce gosta ..: ( ,';:' ,I. -r-, ';), " "

Ela:f6i~buscar.,

" En6heJ,:6 copo d~le"\ ., ,, ( ,,r i • ./ ~I ,

" ~ E a. senhora('nao'vai tamar;? .! ,,! tl~ I~ . \~ \ -. I

- A noite nao gosto de'conier . .-~ • • 1 . 1 . . . . . ' -

" ,S'egund~ eu :'you', tFa~er ~mipteseii~'~ ~

, pra s~~h~ra;'hbje de' nia~ha nao tive' tempo' de J ". , , \ : " " " -

comprar. " , '. ,, I _ . ._-'.1' . /', ,(. I)· , ; " < , - ,J , ~ \ - (' _0 • I' -I , ,

c , , ' " ' ,_ ' _ , InC~;)l~lOdanao; eu'.se~,que, voce naoaqQla. '.

born de'dinheir?;:eep tambem.nao estoupredisaft.:."

,do-de nada. Meu presente e.voceter.vtndo,'. ,'",: ,,' /:, ,-, 'E.upodia terpassado 9 diacom 'a senhora.i!" ~,

,~ VO,ce,quasenao tem tempo, Nels~n. ""!

\~A tardeeufi~e'; eu pa'~lia;tetvindb'i "

, ~ ~o,ce vei6:agora, j~'est~~oI;lI." '.(,;

. y , _t; Se .etr tivesso ,Yindo",asenhor:a nao /teria.passado. 0, dia sozinha. . . l ", "

-, , ~ EU\l~ianj,~i ~SS~ cos~urinha·,'pa;afazer.': ,I J

~.' C?n1eudutro' bisc6ito,e' tornou urn g61e<de' ',I

o ' ,~ , \' ' ""

e.uarat;-a:~ " , < ' J i " . ' ',1\ ' ~ i ' : ' - 'i

" ' ~Eo-Alvaro? Tambem nao-veio? ' f ,

. . .... , .. ' , ~ ' , .,. ." ., ,I

,,' ~ .-',,0 Alv,aro? Ha tarri0 tempo/que"nao vejoo

:"~~~a;~"t~ntoteIlJ.po·qll:e ielena2 vernaqu]. ..A g e n t ~Ip~~v~nicando velpa,osoutr()svao's~ afastand6:.~, ,"·

" 0 +-A'scnhora nao esta-velha, ;', (,"c " . ""

: / : 1 , - Esteu sivi,N el~Q~;~u sei'qu~ ~tiinor de frIho '1 .) , \," ( " _. " ... ,, ," I ,•

~m,ase~~estQu: setenta anos e muita coisa'.1

- 1 f ' ' ' 1 r ~ , , ( . \ . . 1 ~ (1

,"

\ · i" \

, ')

. '}

\_. " ,, :r I ".

I \_ ,/ \ .

Page 33: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 33/74

\. '

,(r;

'" .

u ~ • \ \ . J . . )

, ,.-, ~vovo viveu a t~os noventa e cineo.~, ~

(>._ .; 'Eui:s~i,mas~~l'i-'n~o .quero viverIsso Ituda.

Depols'de -certa idade,' agente so datrabalho aos .

; b~tros;. Nao qu~ro viver tantoassim. . - "-.r,

v _"_"Maseuquero, Mamae.' -' ' ."

, _:;- Sftent,a

i

ano~ ( f tnuito; ~Jab~sta.A'gerite '-comeca a se seattrcansada-va! perdendo 0 gosto

-~pelas.coisas. Nkloquerovi,v~r(muit() tempo'. '.'.-'. ;Quer sim, Mae. A senhora-tem de querer,

Segureu-lheo queixo.com carinho: . .

-'Tern dequerer.j/iu?' .,,' .~, -,

1\ ~ ae baixouos dlhos: estavam molhados.. ~

-.'Hor que a senhora esta chorando? .:

~_-.\loee demoroutanto, Nelson ... Ja estava

,~~p:ersandRqU~ t~~~~ovin~a~mais .." / "'--"Eu,nllnca.deixei,de·vir, Maniae. -. .- Eli sei....mas vocedemorou tanto ..'. Voce

, .r: _ , _ I - - - , " . _ . • ~ . / - ' : " _ ( ~ - _ . , ' " " ' .

nunoa tinhademoradoassim ... Eu nao queria pen-

sar.isso, mas voce nuncamais 'que vinha ... -:eu te

esper'hva,mas' voce nuncamais que chegava.; .

,El~ chorava; d e cabeeabaixa..' .

~ .Esta beth, .Marnae ~;. disse, pondo a mao

no bra9~__:dela-' ;p1as,a!Wra ~ao chore mais; eu jaestou aqui, .' ".' . " " ' . . ,

~ J ' - . - Eu nab querfapcnsar'fsso. ..e~sei q . i i e vocenuncadeixoude vir... eq.:hao quenapensartsso.t.v

mas voce~stav;ad"-~morandoJ:anto:.. ,,~: , ' ~.• '\ '. (" ( .,/ ~- .1

,'';' -, Esta-bem; nao tern importancia: Mas agora

.naochore mats. rc

'\ ./

1 . • ,'.'~ '~. ' J.... - - \., .. '

tTarde ?fl,rwite. 4:ed. Sao Paulo, Atica, 1988)

. '\'

68' .

,/

X I "

.. ?")

, I

I.

. f

'\, -..,

\ '~

"

-, (\

.'

,.

-",

\

MAR I NA COLASANTI'

/,

, .

.\

, .,

_ "/,'

,. .. _

(, \, I

I -

'_

I

" \'

~I

,I

) ,

. .,

I

'\ ..

,J ,( ,,

, _ : ,,;

I" (

,I

I ",

Page 34: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 34/74

"'2:)"',,

. ).

, ',',.

\_~,I

, "

, .I

l, ,

- , .. , ..'/. ,

• .;/" :r~ " r,f ... '"

'AJn(j9a~tec,ela,;':, " J" , -I )

"

,/, -: i

" ' \ -,,

r:, - < " , "

<( ( '. ;

-c:I ' ' ) , '.~ ~,

I," r -" "- ", · ·

\)

,', ,' \ ,, "," ', " ': '-- ,', \ \~ ,;;' , -, ". ,( .",' " Acordavaaihda)no'escuro,. comO'sec.OUVlsseo

so] ohegangb, ~tnls~das,peiradas,da l}oite.E,logo i :

" . . . i i , ,_ ,~ _ ' < I , , ' ~ / « " i" ~ :. - "- .- :} :' .'/ (

'_,sentava:-s.ead tear;, I < ' " ~ "

',-', Liri.ha' clara ~p'~'ta"~omeqar '0dia. Delicado

tra9Q c'~rda"luz,' gp,e'ela' iap~s~a~d0\e~~reos~o~)

~ este~di9:os,enqua:fitoliifora a claritl~de!da :nan~a»., 'a~s'enh.ava o-hortzonte.. ','" . , (

, ,v:J3)~pqi~la,sW~iSvivas~ q u e r ~ ' S Hi~,i~f ~t~~e~'~9. 1 I

, hora a'h9ra:,'~m longo tapete que nuncaaca~ava'I" ,, ;Se'e¥a foitedemais ,~sol, e,nb jardim pendiam...: )" ", " " -. , ~", _ " -" J - '; 1.. '~-

" aspetalas,; a-_l1)bg~calocava na'lanqad€i~a gro_~sos"

, , f t o :s ciriz,eritosd~",algoc.laB ma~s,J~lp~dQ. Ell,1"O~~/-'"

ve, ~ ,~ 'penumbra,trazida ;I?el,asnuyens.,/ esc~lhia,) ' ; , _

1 ' ; . . . . - . - .\ ,', ',I

-J

) ,

' 5 " , . ",~I '7 0 I"

' , : . \

'. ,

.,"1") " '

, '-

, " ---/;" \ , ' l . " \ I,

,'''\(uV1 1 0 de 'prata, que em pontes Iongosrebordava ;

, ,~"'~o~reo tectdo-Leve.a.chuva vjnha~cumprim~entall ,"" ' I - - ; . ; , . " I j \

,': ,-a - a jahela.' ",' , . y .' , / ,

. . .- .; . 1 ( , • . . ' " , " " ' ' ~ " , , ' " , -, - , ,I! I

Mas sedurante muitos '<:lias6'v~ntO e 0 , fFio::'

brigavarncom ~~f:oihase ~sp~nt~vam ds'passarQs; .:

bastava.a mocacecer.eomseus belos'fio~ douradb~ ',: ,~ . l" _ . _ . 1 ,_ l" : ' _ "~ - • ' .1

para que;o s91voltasse ~ acalmar 'a;'natureza, .1,

:: - ,. ~, '. " \ " . .

.:.\."( ' - '

; ,-..IAs'~im,\J()g~ndQ,:~lart9adeirade' urpladdpar(l b "

_9utrb ,e"lJater;tgoosgrandes ,_gent~~,do tear paraa,:' t-\

, frente e ~pata'tras,am6~a passavaseusdias/ - i " '..Nadalhe faltava.'Na hofa"cla f6rrret'~~ia' u r n

An.do~ei-~e,oomcuid~do, deescarnas. Eeis_ q ~ e ' , ~ ,peixe estava na mesa, pronto.para ser'comioo;:Se'''"Y

.. sede vinh~, ~u~ve~r~ a lacor d e l~i-te'sl~e\;rrtre~"~meava o tapete.Ea noite, -depolsde lancar seufio-:de~escuridao, d6,rfuia tranquila: " ,,'_,,' :"~(\. i .

'. Tecer era tudo 0 .1 que fazia. .Tecerera tudo 0\ - • ,~ I '., " "

que queria fazer, '.i .: " "" \

• - ' , ' _ _ : _ ' : - . , : I . \

,Mas,-tecendo J~' teoendo, ela.propria, trouxe

o tempo em ~tie se sentiu !sdzinha~:e(py~aprim~l-,';

, ra vez pensou coma seria born ter ummarido" ',', ' . . ' , " . . . , i ' \ I ';, ~~~ \

aolado. "/',' ;. ,

, , Nao esperou 9 - dia seguinte. Corncapricho de '"quem tenta,urpa coisa nunca conhecida, eomegou "',

! a entremcarnotapcte asIas.eas cores que.lhe' da-·, :ria~ cornpanhia. EaQspoucQ,8Ise'u'ii~sejd;:foiap'a~,

'~~~:::e.gendQ"chapeu,emphim~do,,:ro~tq)~rQad9,,6orpo._ : < -- ( ap1ilIriado, sapa~Qehgraxado.Ipstava \justam~t1te

\"'; a?~bap~5?d,eet]t,r~rp~ar O;:4ltiwofiocdap'Qn~.a.dq~ .r,;' "sapatos.iquando bateramaporja. ., '.

\,.' r /-r -',l. , ,- , ( ,,,-, )

\\ h l . . ~ '~ ~ , .,_ : r ..

, \ '. , ,,-, ::" -. \ ( .. ,I

"

/ . \ - r : , - ' 1

, I _

1 , , -.J

',J

, ,-r 71

)

r-"

; ,\

(~ .

Page 35: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 35/74

\ \ ...~., ,

r- ,,,I ,) '__Nem precisou abrir. ,0 moc;o meteua ~ao'n}F(

, , ,\"rnag~net51,·tiJ::ou:o chapeu depluma; e fbi'eritranQ?:,

c nasua vida'.. ~,' '.' ' ,; . .t..'. . r >: ,','-;' ,) Agu~l;Iiflpite; deltadacontra 0 ombro=dele.ur- ,_

~'" ," ,rrtQc;apensQu ~os lindos.filhos 'que teceria' 'para' ,

.~aument~rraind'a mais a sua felicidade. ,,,,~. ' ",,., ," E,feli~'foi"pbtalgi:J:mit~lllpo. Mas se.o 110mem' -

;;~tinliaperisado em filhos, Iogo.os.esqueceii. Porque,~'- ~'., I ') •• __ ··-.h _ r.. /~ "): ","). ,Y ~I,,:' _'__ .j"

" descoberto ()poder do.tear-emnada rn~lS pensoua

· i 1 ' Z i , o . . s e l ' nas-cotsas todas que clc-pcderia.Ihc-dar -,,\ '

, j _ ' Unia c~s~tnelhor'e necessar ra ':__::,dissepara ~\ /a~mrilher.E pal\eCiajusto,\~gbra queerarridois" Exi-

. ,", gru-que escolhesse asmais belas las'cpr _ 4 ~ t!J<}lo,

fios verdes para osbaientes.ie 'pressaparaa.oasa,.- i -'"

te -i . . . , : '-i ': c (

, acorttecer. ,'., \ ,/, ' ,, \'~. " ' ', " " '....,

Mas proritaa .casa, la.nao .lhepareceu sufi-

;' .ciente. '_ .Por que "fer gasa, scpodcmostcr pala-

~,.do?'~pjergunt6u._Sem'querer resposta, imediata-. c

)rn~nt~ orgep.Q~ q u e . fossedc pedra corn arremates" de p ' rata: ".' , , ,,~ / -, -, .~ ,, " ( " " -,

• ' !, . "J)ias'epias; sernanas, e,ilieses'tral:5'alhou amoca

J, ' \ tecendotetos e portas, e patios e escadas, "e:s.alas:.' - \', ., ":, , - :1 .' , ~\ .' .'<.' '. I . - . ' , r.~

'. e.:po.c;osl:A neve caiala fora, e ela.nao tinha tempo;~~ara"ch,afuar 0 s~l, -A noite c heg av a ; eela naotinha,~"" ,_ \..i >._ .~. I "" _

'.tempo para arrerna,tar odia.Tecia e entristecia, ~n-,

'q~,ant9'~em.pararb:ltiam,o~)Jentes acompanhando

o\ritmo, da lancadeira. -, . ",\ ,_ , -c

, < . " Mnal 0' phlac'io fieoupronio. E' entre tantosI, .' . . s. "

'coftvfdos,'oi:naridoesciolh¢l1 para ela e seu tear-o-

:rft:ai~:,~lto:quartd d a maisalta'rorre. _~', .' ..". ", , I," ,

, \')-- -: ._ ,

.J

.:11_

I

,l '

\ '

. , '/- _ E para'que l)iriguem s~~bq'do tapete _ disse.

J E antes.da trancar a porta a chave ~dvertiu: _:;_Fal-

tam as estrebarias. E~I1io seesqueea dos cavalosl

.' :~em descanso tecta amulhe;cj's" caprichos' do,

maridoj enchendo 0 palacio de-luxes, ,'~sc6fre~, a~.~pedas;as salas de eriados.Teqer era tudo oque," fazja; .T€(cer era tudo 0 que queria fazer, ' .

, ,E tecendo, ela pr6pl'ia'trouxe (}tempo emque','

sUa'tri~~eza:ri1e .pareceu maio,fque o palacio cbm~,~-"

todos 9 s /se'us'te~ouros. ~)ela primeira vez pensou ,

como seria born estar.soziriha .de novo:. . /-' ->;

~ \ . " , . , ( ' . - ' : ' ' ' ' - ; \ . . - < _ ' : - :

, ..:S6esperou .anoiteoer, Levantou-se enquanto'

o rnarido dorrnia sonhando com novas exigencias .

\ E descalca para naofazer barulho, subiuza longa

, .escada 'da torre, sentou-ss" aotcar, ' , . ,~ \.. I '" __',.

Desta.vez nao precisou escolher linha uenhu-I '''', ~. . , , , '. _ j,

1]1a.Segurou a laneadeira ao 'ccntrarto; e.jogando-a

,,) veloz de urn Iado para 0 'outro, comecou it desfaze»seu teeido.. Desteceu ()~/cavalos, ~as,carruagens, as +

,?~ 'estrebarias;,cisja~~iins.Depois desteceuos'crlados '

e/o palacio e.todas as maravflhas. 'que continha.« I

E no,,:amente's~ viu na suacasa pequena ~.sorriu ,

" para < !J jardirn alern dajanela. ,.''*"( Anoite acabava quando.omarido esiranhandoi . ~ " " ,.' \,., ,__

a carna dura, acordou, e espantadoolhou ern'.vol-

~.., ,ta, Nao tevePt~_mpo,ae se levan tar. Ela,ja desfazi~" ..Q:,d.esenho;:es~'uro dos sapaf9s;\e~ele \Tiu,s_eus pes'.

desapar~?~ndo(,sumindo as pernas, Rapido, o.nada, subiu-llie,pelQ~corpo, tomou .o pejto aprurnado, 0

~ ",emplumado 'Chapeu. " '.) . ' .'c; ~ ~,

I) ,' . J c

y

" I

. ,

i,

! " \.

"1

_~ .. \.

.", . .

73 ~ ,.f!

,~'-.

j ',-,_

I,'

Page 36: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 36/74

/..y'

, ,', i ' \ '" \ 1 ',.'(-1'. \~, . _. " :)\ \\1, -.' - '~ ,<'. ) , ' 1 " , ' / . ' , , ' ,

', ,'E n H i o ;} < ; 'om o > . s'e -Ql.l lVlSse:acheg ~d a:ao so l "., _( - . ",' , ~/ - ._;.., ' - - II

, (a~mp9qe,&901helf uma Iinha. clara':i'J~,fb'passan-dQ"a' :d~vaga~eri t taQs;f iqs ' , .delicado /,t 'ragod e ' ' lui'",(p',qu'eaniaQha repeti Uni(fiI}ti~A'Oh6'ti:z,dnt,~:' : > - '

1 - • , : 7 , ; " - , - ' . ' , , - ,I ;,_ '. •

, ( I J q z , ~ / o reis '~~~w£~' h O )ic6iririt()dJv~nt~., '2.'c'-~

ed. Rio-de Janeiro" Nordica; 1985.), ' i~ 01

(

-,

s -. .. " , - (I " ' _ " t '_ I <: : r..- .(

/. r.

\" (

'\ '

,1 "

'\ 'I .c..'-,,

' \ \ ' " ' I ;

)

" !

c:

.'"_f

,I

.. \. .\ ~: /

/

! I

(.- (-4. 1

r'. :/ '

\ ".,t

,J,

, I

\,

: i < , _ _ '

,(

".

~: ..?\ "

I,I

> , ,-,

,J

"I

\'

- ~1

""

f : . - "

, \~

,\

"

,!

/ \,

"'-/ -, ' \ :_

"

f;\

"

~ (,

" ,I

r.

/

, I

I'

Y-,

"I

# _ \ ! :

,"

" ."

, ")

', ,

\,

'\. '

.y

\. /

-',

.~'f

i'

(

'(

.:, ,

, "

i '

) ' . I~,,}·'

'-~ ,~ - ~ - - _. ----,- . ., ,-- , , , --,.-/ \

I;

Page 37: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 37/74

. '

. " ,s~inpre -~chef'qtieera~9.om ~~~aisi: 6 ' lugar,,~/~iiAcipalmente. ~blliga~'~era.;; era.rnaravilhoso.

t : Bern. coIT{odiziaQ !prospecto~maravilhoso ..~~Arbo-' "

ri~ad6, t,r~hq~ilo!;,~m?4ps ut~lr10's,l?c21ts~-,'-dizia ;

o\anU:ndo r-:- onde vocepode ouvir um bem~te~vi

'\ -,'6~ntar ..Vei-dade: na prlmeira v.~zqJ_1~'£om~sa~u~r, I:' ',','" ':'~';'~ " _ '-._~ _ ' '), _;', .-, . (..... (___, " _,' J .'

'V,imbs6bern-te~vI.E tambemconstaJaihQs que as '~'!, :, . ,: ": - '> _; ' _ _ . " " t: '1 / - ; ' ( - _ - _ , .. ' , _ ' ' ' , _ '_ , ~ , , ' J -j' ~ ,

9as~SIGt~ml'soli4a~ e/boriitas, exatamente como '0 .

, c"prOSpeCf0,as, descrevia: estilomcderno, 's<;S.lidas ' '.

,'1JQnitas~Vi}1)os~~graniidqs,osparqHe~, os poffeis, '

''0 pequ¢ilolago.Vimos ocampodeaviacao ..Virnosv

q,iri~j'~stos~fig1:ieiraquec!avi norneao condomfnjo:",f~etir0':da 'Figll:~i~a. '~("~, t , '~"',- ,

, ':';! ,. ,', i '" , i , '

), P ,

;/)_ .~

) / ' . -, -- , _.,\,'. )

"

~:,;_"/ .) -: '! •

- 1 ,', ' " ' _ ,. ' __J-~ "'l.

No,retir~}'da figueir~~>' '.J

_,~'

(,

,_t.,

"

-,! "

.. ,.(

" / ': / ' , " ' ,\. - ' ~ - ' : _ f " ' - . " ~!' \ '" ',-: I

"'~ Mas o qpe mais agradoii a minha mulher fqi a",

r " 'seguraN9a. Durante- tod0'0:'traje~0 de \~olia'a cida- " ,, > . ~ de _' e eram uris b6n's,drrqiienta"minutosc;;'ela' (

t t ' _/ > - J __, - ~ . " (), ~ ' 1\ _:,'.. .:.',: ,I-

,);." 'f~lou, entusiasmada-da cerca eletrtficada; das 'toi~!, "( , - I

_ , c res-de vigia, dos.holofotes, 'do sist,ema .de',alatmes

,.-' 'es8bi;etu'dd dos.guardas. Qitoguardas; .horueris

/ ! fqrte~, deci'cHdosb In~Sarha~.eis,'edJcad~s'. Ali<l~,

tl\H~in,~os~ec~beu ~aquelasi§i!fl' enas,~gui~t~,fbi>oqhefe deles, tifrtsehhor tao iriteligertte e'ctlltoqrte

(_ _ , ' < _ ' _ - • - I _ , , ..:: _. _ .. '~ ,," '~

):l~gQ,p~nsei:/"~~'im~s:,eledev:efser·£onn~do:.~~alg~~', nrauniversldade". De faro: no decorrer.daconversa

) , ~"_ _ _ -- - . . . _ . - , . ~ '- \ ' , ' , . , . , v , " < , ' / , _ , _ ' , ' " ' _ ' : )~ ,

deniencionou - mas 'de·maileinrcasua.l,~qNe;'

j; "reta'form~do'. em~riireitO) Oqtie;,s?"f~lzajrp~n1a't /jl,

'eritusiasmo de.minha rnulhcr.> :'}',\,';~!: 'c.' ', ,_. . . _ _ • • • c " .., .- -,_, "._ .. , _ - : . , ' '_ ', : '_ " , _ \ - - . " ; : , . - _ : r

v .•

'Ela>andavamuito assusfadal'ultimamente.:"",Osrassaltbsvlolentps se' suce'~i~m ~a,~izj?han~'~;

traupas ~e'porteiroseletronlisosjanaq det~n~anY

'os:ctiminosos~,' TQdb~~OSdi~sc&abiamo~de algu~'Ill:<,roupadoe,~spancado;'e'q~arl:Qo-u,ma aniiganossa

foi violentada)por dois marginais, minhamulher .- - " I < \ '-_/ " r ' - ,' Y ' t _ ' '

a.eci'diu~ tinhamos'deinudar de.hairro. Tfl),hamos" ,., .. )

~de_pl\ocurat;,upa lU$~r seguro., "e, ,

,~FoienHto _que~enfiaram 6~lpro~peqto~colorido .,'sqbnos§a po[tt.As veze~Jpenso; qtie:sembras~~_: ..

mos.num ediffcto mais seguro 0 portador daquelal

f,1m;~s.ag~m publicitaria- nunca teria'bhegado inos,

~':.)e"""talve'i.~:,M'~s,.is·tq,~gora;sa?,.~pe~as.slip.oS!90e~,.

, ..Dequalquer mod6;irtinha mulher ficouepcanta:da:\'_ )~<flTI'b Retire da Figueha. Me14sfil40s-~estav~p:1vi -( -

'\~ • ," - ," , I, ;, 1.( . r

,dtados, nos,poneis- E euacabavadeser pronrovido;• ',F. ',: / ".,. i , ' \ " - . ' _ - "

~'

,tl

I . ,,{~-': ;. I

l , I

/ ; - ') _ ; . _ _ ; l /

), ,

i, -<'

, . f ' / ,j. ,.

" ,

Page 38: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 38/74

"

)1 \ ',;,-~~ t. /,.-;' ~. J~; ~ ,. - '-. \"

.' ,,~,"nafirma, As coisas .todas 'se- encadearam e oque'\, ' '-." , "' ',"" - " , " ","

, ,Y ,~ d i ri eg ~y cC ?m~u ,P i p rQ$p~ c t 0~ e n do : en \f ia d o 'S(j1?}l-'

"porta--tr~risforJ;n_ou~se'r: como diziaOtexto ~ pum'-• ~ / < 'oJ ~ ~\ \ , \ : " .!_j J -

novo.esrilo.devida. ' , " , -_,;_

- ,', N~o'-forrim( o~ -pri'melr(])s,a 'comprar cas a' noRetho<'~a'iFig1ieira.' F~lo c~ntr;~dp~1entr~~,9~-). "'_ f-. ,_, ". ': '-_.,\ ,- - "_.'

, sa "prhneir::l vjsita"~ ;a<s.eg}lud ,~tJmas¢rru!n~

apos -,-'amaier' parte das trilltaresJd~rie1.as.jat1nha

: ' isido veridiqa.sO'ejl1~feQQs,guardas me ~prese~f6ua ,

;~ilg~nsdb'Sb?mpra~~r~s. 9osteid~1e_~:ger'te',eow'v\"eu dirctores de.empresa, pfofissionais.liberais, dois ,

, " " ' r:' ", )"

fazend'eitos:- 'Iodostmliam "indo pelo prospecto.', ,), . . " , ." \ ~,

, ,iE, quase ',t9dos~~nham sedecidido .pelo Jugat'p~r :~,j : : ' 1 : , ' , I " ,.; , 1 • \ !(. :!/ • !" I ". . _ 1 . \ ~ :

, ,causadasegl;lran<;a., . . : ' - "',' : ~'"~,''\ f ' "Naqu~Ia semanad~s6obri que 0prospect0_tirili~,

sidd eriviadQape~s 'a nina quantidade Ilmitada

, " .deI?7)S~~~s::~,~,1;n~nh~)lpi1a"por .~x~p1pI.o,s~ ~l,l,:o"tinha recebido. Minha mulher atribuiu 0 fatoa urna ~..

( ,,' .··selegapc~idadosa defuturos .moradores .-,e i un iSSIOrrais \lm'rri,o~iY9 de satlsfacao. Quante amjm,.estava achando t u domu i t c i bom , ; Bom-demais. .. ', t .- c \ ' • , " " • ( ,( , _ ,

{" Mudamo-rros. A'vtdala.era r ;ea]11,1,ente-,uI?-en-

( . canto. Os bem-te-viseram. p~p:t1iaJs: as ,s'ete dar ,

r: /" ' ..-. ~ . 1, _ f j . '"

,,",,.'rilariha-:ooinecavam seu.afinado "concerto. ,Os po-;n\~'is.eran1,'m(an!sos-as' aleias ens,aibracfas',estavam, f", : \ '.:, ' " -_ ,k' / ,,_; ,L ~_ ", : .. ' ,<- I i

/s~rlipre ltmpas, ~hiis~l agi~a{raas. arvores do p a r - " ." 'qu~ ~,qent~ ,f;- doze, bem.corrio diziao p~pspecto ..,_, ',POF,outrolado .0 slsterria de alarmes era--irripecaveL'

. I . ' , " , '( : " , ' - . : . , ; \ { : . ' _ ; " ' " '0 1

' . •OSygufl l :das compareciam periodicamente a,no~sa '

;s~'sa~'ara)ver,_se estav~rlud6 ber~f~serp_pregenfis" =:" .; , 1 , , , , , , : , " , ' ; ' ~ \ I : ' . : \ . , , ; \ - ' - ~ I .

" ,. .J .- ' r ,~. I l.. 1

; ~ _ ' ,F 1,/. ""-1, '!,-", '_ ,.t.(- .-

,~em!)resoI:rid~~ptes.,'Qchefe d~l~~_;eraum~,p~issqa .:'v parti6ularixren;t~ jntet~ssada:,organiza~~' fest~ s, _ ," ,"~' torneios, :preocupava-s~ corrr.riosSo~li~m'.iestar! L

, r Fe~'unia lis~ad6~pa~ent~s~e amigos dos moja- !'idqres,'-'" para:qualque:r enrefgeAbii,'eXPlicbl,l,~,qI1I' '

~-'ou,~sdh[so~ranquili,z,ador.'q)p'ri'meiro 'nies decor- ,I"

reU-~'tal"cotiio prometidono prospecto "-r-- num : !

. \ 1 ./ . ·f" . . I _

clima deSb}ihO. JDe ' sonho, mesU1(),':", , ,I '."" c ,

,':! U m a :manhad'e'd6mfrtgo,inlfito .cedo -,,'~lerri-:'i " ',ii, ',i \ " , , ,< . . . . . 1 _ " , ~ . . " - :! '~)" ,>" : 1 '_ I , - > : ; - , > ' ~ " ' ! : I

bro-rne queos bem-te-visainda nao'finhamcom~:.~ad6 ~ cantar ~""--:-OOlJ~{sirene'de alarm~.Nunca

• I . .I ,\; . - - \._ _\ ~, • < _ .

, tinha.tocado antes, de mo d o qu e ficamosum poueo• .j t,. " _' --~ f' _-.I . " .\ I I \ ". _ -:

, assustados-> urn pouco, nao:mui to. Mas sabiamos . i;; ,

• , , ,, \ -\, ,I J c , ': . . I ;~ " 1 ' . _ ' , ( , \ : \ 1 . " ' ) _ ~ I '/. .-

':-0, que fazerinos-dirigimos.vem ordem, ao;s'~l~o:deL

(Jesfas', pertodo lago. Quasetodosainda de ioupao_ /, \ '--,.. ' . . '

Ol.l, pijama. ", ' ,,'r", ".' • "

'; ",0 ehefe dos guardasestava la, ladeado PQrs:~~shomens, todos arrnados .de fuzis~-Fe.z-,nos,sentaF, I

I ' ,~ 1 !, 1

'ofen~~eu cafe. Depois, sernpre.pedindo desculpas.\ -: '. I 1 # - . , . ~ -

, pelo transtorno, ~XpliC04 0 rnotivo da -reuniao: e,'"que haviamargmais.nos mates ao redor do Retiro~_ " .,: ~! : ,"_.', .' '/ -. .,' \ ,~. ' 'r .» : 'I I,

;. ,e elelavisado pela-polfcia.idecidira 'pedir q u ' B naof y _ " " , ' " " , " , ,

l:.~ .saissernos nJiqueIe domingo. " /',- _I Milal - disse,' em tom de.graoejo ,- esta

~ \, j I >. r ; -/ I" /-

unr.belo domingo, ,as l,p6nei~-estao ai mesmo« as '" quadras de tertlS:'..' ,,, ,r--- " ---, \, ; ,'.

i ( ': y ," ,- • " ,\ ._ \ {.

(",!" I Era mesmo .um homemmuito sirripatieo..1'[in-\;( {_ _ I -, __ I I ,.

c >g¥emclJ-egouaficar verdadeiramente contrariado: {

.ii,,{J'o~~rari~4Qsfi_car~~/algunsrio (lia~e~u'it;__~;

I,quan~o as~tefle torno:qa soar dcrnadrugada. ,,'" .. _).- .: " ~ ' . : "

. _ / - ,/ /....1' .

. 0 '. , .( ,:_" -.l (

Or .

\ ,;

, ,I'-j

)_ i

'f· ;..\

) it

, ' ' - '

I (

.J ',

,I~

" ,I "

, ':'\

,\ ,

-, '

)

I

,\

79'..r f

.r.

, 'I

, , .1

I ~

, &.

, ~(

) .

-, . \,',

Page 39: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 39/74

, j

)

I -,. _ ,_ o \: • . ' , \ r _ ->; '(

Reunimo-nos de, novo .no salao de festas, -uns-res->~ '. ': ", .' '. -. ," \ \

·Ptu~gandoqu~~ra segunda-fcir«, dia de trabalho. ,

Sempre sorrindo; 9 chefe dojgu,at:das pediu des~ul-'

pas p~vamenteedisse,cjue iI~felizmente_na<?po~eri-

'am,~s sair _ ...osmarginais ,conti~vaya~;il?s mates,

"( '~.olt~s.-'Gente" perigosa; entre eles, dois assassinos ' ~

'for~gid~s: A"pergu~ta de u rn .irado cirur$~ao o'chefe,., dos,gaarqas respondeu <lu~;mesmqde Garro, 'nao :

o Po~erf;l1J.9s' ~air;; os' bandidos pode_r~am_bl<?quea-r ..:. a estreita estrada do, Re,tiro., ,)

, " , < T:_i_E ~e>Qes,porque naQnos" ~9ompatlham? ~:J '_ " _~ , ~ '__ ~

perguntou 0cirurgiao.: 'CC. .. .• , . ,/. J

, :",-:: ~ ql1e~ ~ai cuidar das ,f~as d~ voces ~ -= '

disseochefe laos gua~d~~"sen;tpr~ sorqn~o~ ../_'. Ficamos retidos naquele-dia eno segUlnte,.

F6i afque a pblida e,et({otid local:' dezenas devi~~'tt;faseom homens armados.jilgunscorn mascaras "

.contra ga~es~'D~' nos~as Jane1

lasn6s os viam?s" e "

reconheciamosro chefe dosguardas estava comf), /r· - ~..~ ~ :'c,. v: ,'_ .-" ' . _ .

a razao.: ' ',' ,',_~

- 'Passavamo~ 6'te~po jogando cartas, passeando /"

ou Isi~plesrii~llte ~au'fazendo .:nida~ M~ill~S-est}- -

vam ategostando.Eu nao. Po~eparecerpre",s~n9ao:

dizer isto agora, mas eu. riao est~ya gostando nada-daquito. -< " ,: -_

I, ".Foino qual\todia que 0 aviao desceu.no campp

I d e pouso~:U~,~atinha'-. Corremos para h i . . ' , _ : _ ,,.i' -'Dmhomcm 'desceu e'entregou. urna maletaao '

ehefe,dosgu~rd~s. Depots ()1l10u~p~ta:n6s -an1e- ,

'drontado,' p~~eceu;-me - .. e saiu. pelo portao day'

I'entr~da, quasecorrendo.. .,t•. ,'I

(

I.- ,.

',( . ,'~ \" I,I

\ 80 I '

I; .

/',

( 0 chefe do;guard.as,f~z sinal para queriao

nos, aproximassemo~: :Eritrou no': aviao. D~ixQ,ua

portaaberta, 'e':~Sirri pudemos ver 'que -exa~inava

0, c?nteua,o dafI1aJeta.~eehou-a, chegou ~Cpor~ae

fez urn sinal. Os guardas vie-ram correndoventra-

ram 'todosnojatlnho, A'portase fecliou, '0 avido ',l

decolou e surniu. ,;, '.'~ - r ' . ' . " "' _ ' • I '\"! '.; A . •

. -Nunca rnais vimos O. chefe e'<seus hOmeITS;

Mas estou certo que estao gqz~IJ,do qdinheito,pag0 '

' - , ' i)o'r nosso resgate. Dma. quantia ~ufleiente para• ,~- • { • ~ " '.I~ \-_

" oonstruir dez condomfnios iguaisao noss6,~que

"~~u, diga-se de passagern; sempre aohei que.era.born'_ " • / I ". • x .

'dem~lis. '

I., ,

< ,

\ ,I:

(as melhores cantbs, 2.' ed. 'Sii6 Paulo;\ . . ,

' Global, 1986')4 '

I.,

'\ .,.,"" ,'-

,,' ,

I· ),

.It I

)1

,1l."_-

) - .i'

<: ,81, ,

1/ Ii

Page 40: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 40/74

\ \ t.'l(

".

. I .e , ' ;

(-:',(,

),

',) (

i

• ,.L

)

I

-:I

,\,

\.

\

.f

..I ,

.J

< ,,

'"

\j

• ."1 \.

': ~:

i '

.1

/:"-

, " I

."A+orri~ d e mir r~;d~ ,a l~es\ " . ':!., ,- - J . - . . . ( ' , ,v

e' cassia exala de tua» vestes,, " .). I, , , : ! . " " " , ;

desde as cdsas demarfim,"~r / ,I , ', ,1 , , ,. ;, ,- I")

~~lrrioXLJV,9..I

" \

/',. (, ,I l I '\. ,,_

Quando, nu.rna~s~gunqa:f~i~\fl A e marco.vas"mulheres I , t l a · cidade#manh'Eicer,am .gravidas, '.~d-J,'~ .) .! y , . ' , I . ' . ", . . .. ,.' " j"

.tao-de- rosa sentiu que' eraurn homem-liquidado.\; Ell:tn~tantbna()SeprE1.0Cl1POti',abs0TtGfm pentear

'i;,PSIongos ·c~gelos. I ",,) !I}\~ '" 'j,. .• ,"

., •I ..~ebnClufd6'o\penteadQ,passOUa alls~ra"barha.·, ,, . , .". '. ,:,. ., I. :,. l:, "-,,,,, ,/ )-. "".; '-, . ';: ,V·}". .,."

.'com-urna ~s¢pva\ espeqfalurrl,e?!ec,~?,(1,emipe~~~- .,'.\-me.vNesse 'mstante-ouviu gritos .vindosda' rua.. , N a '~ Histihgui~: h~~'0 q u e 'grifav~W,m.as de' u ~ a ,

j

/, .

,. ,\ /

", ·

\ I

Page 41: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 41/74

t . . ) ,

" __,, -.:.....> , \, -."'~'. ".-~.." ,:.. \ "<

\ C:oisa~estava'.certn:vinham ,pega-lQ.D~1ide. om;_ /

, bros ebil~cou uma"fita cQlorida para prender, a

, 6abeleira-. . ! ~ \,' / - _.';..,

(' 'Antes (ie·qe~pi~ar·~~mi~bla de ~eda, esco}heu .

,para a .dia 0 seu melhor traje.. ~Iha turuca branca, -, ,!.bordadaj~ o n r o , e)c~U9,~sde umtecido fl-zl}'rcorn

:,' ..£aoh~s'~pratead3:s,pre~-en t~ .dos compa~heiros'.~-;~do conjunto'<le :guiUlrras_'i..._.:MolirIe/~e, Zeto~e,

. -'\'J~do" Pedro Ta~uafipga,Sinione,t~, Bacamar~e" -,~i\n-

0dre-t~ipa-Illip.da~ Ion, Ma,~~qtle4s, Pisc,a" Filipet() ~

~Barto r:-IC,Ojnos quais' acert~r~.novo,encontro np

-FestivaL Ate la Taquira teria 0fi.l~ro.(Fora obri-\. "/ . ............."., ".'

gada aseparai-se!'da oorhpanheira por~ue os pa!s

xecusdtam arecebe-'lo.emcas,a\ alegando queqao ,,'( \

:er:itfi 'qasado§:, Tyve;a epopa, vaga prerno!li9aode'que j ama is s'e reencolltrariaI?.l, r> . '" .. 1. i .

':-.' ~eparou~s meia'st:O cintura'o,de fivela doura-

da ~pr.9CurouVIilasandalia que ~orp.binasse ~om

'0 "vesiua!rid:7Sua>eseolha 'fecaiunuri!a desolas, "

,', gr0~as, apropriadas ~o p~Ss/mo ca19am~~to _da .

.oidade." . ') , ,,'

i oi'd~mordres0iahi fo_ra,aumentava~l~~ a ~m~.

paci~TIcia: ~iopodi~in~per~r q?ea~a.basse ~ e .e ~.

aprontar? 01 ) temtam.pela sua fuga? Malta de 19no~1rantes, GOn10p@deria fugir?.i\ilteS que apelassern _

4. para-a Iorca, procurou 'acaln"ia-los, mostrand<:>.;se~ ( ,; I \ ,'.._ - \-...\ .

na varanda'.'.. ." ,'. " ", >

,A turDaemu.dec'e~' asua,p~esen9a: Fez.,seum

~'silenci~ .hostil os olhos enfurecidos bravados na sua' ,, " 'd '

" I fi.gur~ tranquila: U rn Iiloleque~atirou -lhe _uma P . : ra. ". .

; I

. /\ )- A . '( •,

, , > .I"--,/

.,\(

, . · 8 4 .

i''; / , '~ . ' ' I

certeira na testa e a rnultidao denovo se ~ssahhou:" • \ " . .- " ) • ' . ' : . . / ~ , , _ _ " . \ ' , , " ' " . . ' ' I

.Cabeludo! Estuprador! Piolhento! j ',. ', i •

_., ~ . . - ~,,-. \ . / - . \

...Quandocornpreenderiam? '_i_,Retrocedeu;~He

a ~ata.'Nao por ~pva~dia;' apenas para, estancar 0

sangue que comecava a:desce;pela' face e eerta-:, . lh( , 'c' ." I . '.

: mente' . emancharia-a roupa. c . " "

\.,~ .Medicava-se ainda e oi lv iJ batercrnna pOit!~. .~Er[).6 sargento.. comandantetlo' .destacamenfo] , '0 ', ., r - _. , ... - ,-,\-\

.acompanhado de .setssoldados,c urn. mandado

'de prisao. ( N e m leu o_papel.'AI9.ando 'a.,mao",,'h~m

/ q:pelomuao, pan! que oesperassem'voHou a o '' . \_ - - ' - ./ .

quarto, Ap6s j<;>garsuas .eoisas namaleta-colocar., :' "c

nos dedos osaneise nOipe~_cp90os(col~tes;,seg~itl', /

os policiais, "'fI, , .. ' ~~ , " ' > '. ','A'autoridade'deles devia··ser gr~nde;pois c~~-

saram as vaias; ouvindo-se. sd;n~nte 0' ';osIi~r ,d~ \ 'alguns populares.Das sacadas, em to do Q'perotirso"

. mulheres com os .rosros protegidos pQr mascaras: .' :~ • _ _ , r _ I _., " "~> , . \ '

,que' ocultavam as .deformacoes du gravJdez;9bser~;

' 1 2 . vayam ansiosas 0 eortejo. As tinicas janelas fecha~'

_ .das pertenerama residencia dos pais deTaquira. \

~ ) ,O'de17 gado,1lD;1 tenenre.reformador.recebeu-o . "

{~-OIllfetada @O'ites.(a,ndiferente ~ hostilidade geral:_l. I , , _ j ,( \' \ ., "\ '

contra 0 'prisioneiro: ..'" \/ ,).

~,i.·' ~ Oc;senhor e.acusadodeestupro e de ter e~ - , r

:. gravidado as ... ,-,' Interrornpeu afrase p a r a atender J

1~:/aotelefon( '~: '. , - I,,:i-' . ~ ".' ii, i

._'- Pronto. As' ordens.jneritfssimo. Estouaten- ,I '/

'.4 to. Novas diligenciasjQuantas quiser, Encontraram

.'=dyogas't Mudarei orumo d6s';'jnterrogatgri6$. .' _ ",

.! .

" .\

, '.

, ('\ J '.

\ 'I' . \., 85

, r/

t. '_ I,

) \.

Page 42: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 42/74

I <:!: I

1 ._. ,:, , ' _ ' . J . r , ' :l .' ....)~:,II, ~',', , ' ~ > : ' ( , . .: ' "

4 _ Oitel~foneRla pefttl~hara~d.\"Men()s:~p~rtI~~4i:'e sLem,'~\afeta(>~d-\ioltoui-sewal\a:,(ld~iido: ' < , ("i 1 "

1;', , ._I '\) V ~:> - ...~~I 'i b I

'~J.' _' H ' ouve urn equlvoeo:_ voe~"esta pr.eso',~o, r-

' < \ \ " \ ' \ ; ( T 1 /,

" suspejta d~'rnifrpat ,h,~r'olna/~. :Fe~!~~~~~~:qu~~~'"pali~a-e, etp.lfat:ac;ado,prossegu~u:_l' ~";" . r, -~'\

.!~ pqde depor sem eonstrangimento. ~ s . , ~ ¥~ ~ - " ,,fensO'f Dr.:J6 's~Ina9i(i)\-.·;apontav~p~ra Uf1i'r~p,~Z: 'qtie,~(~abf1Ja"'d~~;eI1trar~,a;a~a:'.".,';:,~~st~~~nllJl:!a:,~.

nossa ~senqaq."g~en~~~s a.vesd~p:e.(: .: ".~', . r . . . ' .A verdade.{O,'qlJe,.slgnlfieptr!la?:<re~pos'A~t~,~s, '

" (lhe :fiz~ram iglial'J5'ef;.itj~t~ -e ria.qa~tesp~n~era., ...

'(Tap\b~m! agof~i _ehqs',di:iS:'sUQsegue~~esl,~e~ma-: , '

,);, ;"neceria calado.: 'c; ,';, " " ,,\ ,,~'I

., -. :-Alhe(oas! p,etg1)ILtaseapc~os~s,::~o~ab"sq,,;~,e

l:n"~ocup~V~i'PO¢tag!9a,~/:po,s~~ watroyo, [t~lve'z, , -(1 Ui1.ieapessoaa~eseonh~eerq1J\eC fqraaesl~~ad?" ~xcl~siv;amente para dar: aparepeia "de leg(lchdade

, " :" ~' ,t "I ,,~": -" , ) , ". \ I I ," '\ ( , '< .;' ', "

ao;prpe~§so. /,',' \' , ,,' I. --.; )' ,"

-0. muusmo (lo,inuicia,go .nao irritou o,mlhtar·,v

,Far¢C:?ifate I~grada.:l?i~al1,dou ,~ue>6)r~5o}~e~:sem~

ad' careeie ..'(~nteideac,ar.~4':10e?~ ,as,t~~t~tp~,7''\nh~sprd~~deria a"ibutras inv,estiga9gesi)v~sal}4(),

escla'reeet! certos POl1tQSro~scur~~.adenunGia.}- , ; , : \ , " ' O ~ , - -a"'d",' "0'ado'i'''q'uep'e ( ~ n ' e c , e t : 1 , " 1tiasrua,,,\irt<;l~o,j,l:; ,- '0 ' 1 , 1 0 ' ' J - ' . _ , - ~, , ! . . - - ' \ 1

",' ~-~' Po~qrteaPttsamlb'}rr~J~l}~Iite de~trafie~l}te -

.de,.drogas~~~aJj.t~~,di~?rimiiJ,~v~mrd~ es:ttlp;r~d_~r,;

\ e,cufupliee cl,eceI).tena.sde a!dul~edo~.", ",' ,,',_, {n'i,_" 'QueiAgehuida~e,) amigo.~o~~ e~tah~ poueo -,

, ' , . .~ ,t~~1?(t~~nt~~os-e i g B 9 f i \ qu~·,aqui 8'~pre~~l~~e -a~,, j' Ivontade do juiz, propri~tar~o da maror- parte das'., , ) / c o ' _ " , ' ~ . ' I~-{ -L ~ ~ - / . ~

' . ' ·~:·r·L

'S~!:i/~

I "I

' I" :\ '~ :_ " ' ~I . ~ ~' :. "" '" !. ':" ., ' ',: ..:\ ,~'r,.\ > ', :" '" " '

,J qas~S;7dacidflge\;:inpll1siv€dos:prediospublfeQs" da

, ..";,e~~~a~h~fl,t,,e~~l~~iS~;q(fst~~tpa,:,da~'d?a~'f~tma-,./ le,la~,d~'-eineQ:'-fazef}dasd~·g~d~};do, m~fadquro:\e

. .da:~mvre~a fJi11:ep:it!~($edeeidiuqu~A:e"s&({:p~~ha90)_,_...,..,,, ! \ -. c ,. , : . . :1 ' ' ,< , , • . , ' , ,' - - , ' • '\ . " • , ) / ,i: \

:: "eomete1J,putro'~d~lito, nan nos cabediscutiresim, ,> pte~~rar' as pr(;)\tfls"pe~~~~sarias's~a c(>'fldepa9~d, "

~ \ : .+ -- ~e~soq~~?,se\ld~ver' ~agireoriIlmpa~~iali-;- ,",,.,dade; eql1f()rmeded~rQti ant¢tiorrhent~,:e:lrripedh': (,:'0 i~bltrio d6s' pode~osos:; "'.(, .. ~/ \ \~. ".:

": jN,~s~:~j~~t~nfe,emi~el}{e'a~eI~g~eia: ap<;>pvia~. 'f

c;ao,edm~c;ollayociferar:: Lincha! Mata! -Eilfhrca!

',.to,,&ficial pareoia s~rdtveJjtir¢b~~~itlli9ii6':;1\ '.,j~ 0 Sell constituirtte.nao'tem muttaschances

de ~~;Obrevi'JeriAlgtle~CUi'dar~;';(iel~"A)Jri~tiga6u</- r r~, "1" I, .....( .. ; ,~ • 1 - " ' - : ' , ' , 1_:,> ''''':~:-

o povo .., . . . , .' " ,\'; r I:

(' i)" -:

t,'I -

\ < . ; ' _ ' " . ' , _ , ' - ' . / . ' "7 '~

~Jose Inacio saiy preoeupado com, a , sorte doprisI~n~ito,~Ate,tyd~ '~~reo~tra~ia~niikos~dad~'uetodos.jiern ao nienos-sedeolarava iriocente. ",-

Sua ,pi-edeRp~c;io:se transf6hnotiefnmedd aoi - , ' . , \ - " , _ ' " " . ' ) - '

~ i \Y ' . : ~er-seiehctara~6I;>e\osJlOihens q~e se pbsiavam na

:~:~a.O~rayaip.~~?carrancudose silendo~~s.\I, ','. ~q 1!ptel'areeepc;aohao-fai'fuelhqr. O'hoteleiro

- > / . . J\ .',"/ . r.'. '. '''' ''- ir', ", ': , ',,-"', ":" f ,1__ : , .: " ' ..:

.,'~osh6sp~d~s,\ql}~ ~htes 0trat~yamGofu,a6ent1l,ada '.

,slimpaJiafpassaraJ;rla evita-lo.',' ,,'- '" " '., I .

,',A;m'ud~*9a)~e !tatarnent06liIago~va~, se !n.ab, ,. , ,~ .1 . ... r . ' . ' - . . - ' . - i '- - . _ .'

, pr09utata nem fora ehamado.pelo aeusado na qua" .'J ." "< , Ii Io - '" , . . :: ,: ( " " '\ ' ,;; " . " '" , . ' " , ' : ' ,_ " ' _ > , I ~ ,- , ,, ,, :~ "" '! ' . .

.,1idad~-deadvogado, e.seaeomp3'iihava o"'proC'esiso-. . ' ' . ~ ' _ ~ ' : ! 'I., • , • ' • l ' :.,.." " (" ..:;,•• '" " "" .. ~

' : ' : r , ' ' ' '

\' '

, ,,\ ' ..- /. '\~;J ~, )

, f - \( ,

Page 43: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 43/74

o r ' " I

.....:.,..l· .. "~

, ~, \ ,

, . ~I" como .defensordativo de urn mania:cosexual, que

P9s):~riorrn~rit~" seria transfor~ad? erp.)traficante

',de((Iroga§, 'por que.c<?loc~,.lo em ',sitiIa9ao ide~ticaad ./' ?', ,,", .".'"

'",c ,a 0 r.eu .. ' ..',' " f;" ,,' :;

y --;

, .,

" '. Dclratite ~{s~manateht~tanf,' sem\eXIto~'ar-" _<' ' . J { .. ' . , . . : '. ' ': ',l ,>\

rancar ~lJ:na,oonfissao de Bo(ao.:de:.rQ~a~'M{lC!(?""

impassiv.d, ouvia dcsatentooque I n e pergunt,avam '\repetid~l1nerite:' ,~ , '\ ~. /'(: .;,")4

v . _' Quer falar agcn:a? ,Quem lhe foruecia osr r , - ~ )? '- " .entorpecentes. . _./" . - !

'\ ' ,0 inter~ogat6r~o nao se e~ste~di<t0~ito~:-~ugo.,:inandavam-ho de volta acela, ., \ :-' ,

Ao chegar a vez das testemunhas," estas as~e-'guranlm' que~no 'momento daprisao oin'diCiado

, cavr.egava heroina consigo , , ~ ". "A .policia deu-s~ por satisfeita com os depot-

mentes e oonsiderou-os suficientes, para caracte- ,

:riz'ar Q delito. ,'I' . ,r. .C . • ~ , -i ' . ) .\

. ,'Preei,lchidas asultimas formalidades, o~ autos.

£ 0 rain ,remetidos ~Justica. ",' _.1 .: ,",Y',,',

- - "..,_ '; . "

.<

' - , . " r S ~ p a r a '0ad';ogado o.mquerito' P91ici~1 trans- .

. b~tQavad~'ii-regularid:id~s,; alg\1mas ·g!itan1es~·

)cumoa,ausenCiado auto de -prisao e m flagrante,

'""0" 'I,maior eseandalo lhe cau'saria 0 transct,iiso'da

" iI!Stru9a?~c~iniinal,ifl~eiram~nte fora, dasnormas_i " r : ' - - , \ ' , )

_/, ' prooessuais.' .. .....,., ,"·-"'

f

(I

'\'

, , , ' - .

...:. _J

~, .

./

, I

., "

.> I.

_\. \ Verificando-que seu cliente seria julgado p~o

_trH5unaLd9 'juri, procurou 0 .prornotor e-lhe' di~e "

que tria arguir- incornpetencia. de jufzo Be 0 ,~eu

. nao fos,s€"enquadrado.no ritual da lel que.tratava

de entorpecentes. . ' ,<

...; Osserihor' e~.f~pilheriando ou~J~, k incom-petente ~Ernque sebaseia para 'l,l-sartaoesdrrixulorecur-so?'" , ~"" y '; .: "

_i . :..:, ) or': 1\ .... ') 1 \ ·1 (" ' .' 0

/' ,CI'Sp.rpreSOCOin .aresposra iritempestiva, pedtu' f

.1ic~n.Qa.raracQn:su:tar q 06digo de ProcessoPenal._ que !~tIroud~~urnaestante ao lado. ,_ \..' \ "

I ' A;tnedida que avancavanaleitura, maischoea-

do ~cava,p~nsanpo teremsuas maos u~a edicaofalsificada, ou ent~o nada aprendera nos curses dafaculdade. \ .. ,. .

" Numa pequenalivraria comprou urn exemplar"da Constitui5~ao e todos os Codigos, porquetalvez '.

,tive,ss~ que refortn~lar seu ap~endi_z~do .jurfdico. )

I

r-

,J

', .' Leu ate d e madrugada. A cad~ pagiri~ 1i~a'iseabismaya corn- a preocupacao do Iegfslador em'

'~t'>,-cercea;a defe,sa, dos transgressoresdas [eis.penais. ~,

7~ : Pri~?ip~lmenteno -capitulo dos lentor'pecerites,'onde. nao-se -perrnitia apresentardeterminados

. I .. , _-,. < I

.reoursos, requerer ,desaforamento:A violacao, de

scus arttgos-era- considerada crirne-gravfsstmo

"_.\co~tta a s~cieaa:de e punfvel.por tribunal popular ,.

Aspenas variavam entre .dez anos-de re61usao.- . ' - ; . ,. '''. , ' - ~ , ,,pnsao perpetua ou morte,

.__.J )'

J.J • , .,.\ , . . . .

'/ .8 9,

• \I I'~l I, )

I '1-' _) _'-'.1

,J .'

. \ !, .•

\ ,1 , ..\1 • !.v\ J 'y,' " Z \ '

"

~, '\

Page 44: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 44/74

\' .». ~ " ~ ) :'" -: , " \

.,':·:,J()~e"/rn,a~io'fi~0~bo·q~,la1:ert0;:~Pe~a!de'.pl;orte!, )

. -{~l~f~rai'a;~pM;daC~1f\~n6~,at0~SJ 9p :~e ' r i~~tudado'" I:

/ , "em 'ou1:ros'!ivros? j , _ •• , '." '"

.,~;:>.:EIn.6(;tlipens~9ao, ocorrendo: a"pEni'a eaQ!tal{

.' -,': '~,adffiitia~se apelar pJni instanpif;l supetior.~ '.~.,> : , _

,. D~soriehta.do,'ab,and?nou~o~1!oinpendios: ., ' ) _ , 1 " \ _ _ ' " , _ " ' ( - . _ _ ! _~ .

. . ' ·,,;PassOu '\Os'dias.S'eguinteSa remoer oassunto,: , ' ., z ;G . / . ' " , ; ~ ,~ ~ "- ' , ' - _ \ ' . il' \'( ". '\_ '/ .>, i~ : t _ . ; " " , '. ,

(~,enquanto na.porta.do hotel urn numero .pr~,s.eente

.<,\;de:,iridiviqUd~'·.iPal~·e~c\aiados~,ag~ar~~va,su.:a~sa~da,

c~~}parasegui-loImpledesamentespelas ruas.da Cldqde.,_.,.

·\:\T~hibetn reeebia'Caris-taiit¥~s~uneagas"pelo telefone \ /' <_ ' , _ ' " ' • ,_ . \" 'j" > ~ , ' _

.-ecartasanonlfuas., ,.f '. ". ' . , •• • ,

-,,~,...,io.s poue2s~,seacovafd3lva"pe\dra~,espt<dm.ga" ,.de\i.6aliseglilrabs'olv~r seu,q_onsti~tfihty.' -< '. , x < ."~/, .,Navespera d~jtilg~metito, ~t~m~r~3ad.o, F~~ol:~,

/> ,"veu abandonar aeidade., I.' ,), .

;_ '< ; ' ..T()1har~ as .'prciVid,eri,ciaspara a ' jiagem.,~ s6 fal- :" .' ~~i~v~pagat'~s\eontas~quandQ apareeeu-o delegado: .'

'::i~/;' .0_Na~lvairrte' dizerque :pret~nde escaparao '

\c!~j~ride-~m~nha?,Sua.fug~ seri~~~,(~¢seo~~~d~~a - I , :, :, 'gao .ao jujz. Alias, trago urn recado dele. Pediu-rne c

;')?at~\lp~di3er'~1l~. n~o:gost,ou -ae,,~u~ displ:fcerrei~ ;~"'. na mstrucao criminalv.Espera, daqui para frente, ,

',o',exat6) <;}urhprime~t(/\de ; S r ~ B ;Obriga90eseoino. .~ -: _ - , _'-"---... f \''-.- • I -' ( .J

;)dEifer,u;\o;tdo~i~i.l., I : " • '( , ' , ', • .J 1.-" " ~

f . ", ":E 'tlando'nm',a sua illissao, ordenou ao .rapaz' ~. " . , \ " ' ~. ' .," -_ , : '- - ,

(;:fque guardava'as-malas d9hospeqe:;",-.,/,I.' t )' "'0,Leva-l)tudode volta para.cima. '.

• '." I , ,,: "'~"

" 1 , '

. ,

\ .: , ' /f " ,:: :~ ")" . > ;

" .

('\ ..

\' '

I:"

\

> -~.._: ;, I

,

'9.0 - (

I:' " rI

,.

" :; ~ ~ .,- 'I ,:,' ,',. .."- ~ " , , '\"

Sentadono banco.dos, reus, entredols soldados,

Botao-de-rosn mal conseguia mover 'as, palpebJ;7-as,

as pernas "comecavam ,< 1 .inohar ..'Levant~u:::se>ar,-

"1 9tie~~nte, a uma9rd'~m do juiz, quedeui1Ji'cloao :.int~rrogat6r[q de, prax:e ..Nada respohdeu e.nern, ,', .

'poa~ria faiMlp easo deseJasse.Os :Iaoibs'est&vatri'r .

dntu);neseido~, os.,dentes!abalados dofam aoeohtato .'com a : l i n g u a . ( . - . . ' , ' . . , , : , . I . ' ., , ~ -) I ~.

< - - Inocenra ou euipada? -, fbi a ultima per-I . ! , \ I ' -

_ ',gunta:- que lhe fizeramearepetiu 'para s£ rnesmo,

;( ':-"'deixando transparecer alguma turb:t9ao no rosto ... I

.:( .·.~~~~a~i,stra~~:eneeHoll)a inquifi<;ao c o : w . : " V ~ < i ladvertencia. ., . , , /. ' f , . ' . . .

,{, ,- - - - (

'. ,

." I

I,,/"

,/' 'r

J' <«;. ,

'" I,'

i

-v :

. \'.. /

~ ' '.k, [.

,, -. '.\

)

",I ' '-.. ,,, ,

\ . I , ,;

Page 45: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 45/74

_ . : r . . .

/ .

" \~ " ... , .. ,

. , , .' .::-0' , . .' !. ... ~ \~ ..,; , .-

:' - Embora nao esteja obrigadoa nos responder,".

, o'!sehsilen,cio podera ser.interpretado em prejuizo........" '. . ~. \ ""-) , r.·... " ;'-t '- ' ,

..dapropria defesa:.v \ ':" "' I '/ ',,~ • ,

,~O' promotor falava hi .mais deCtu'as0Iq'f~s,Re~1:sava arg~~~ntos~ indisJi~ \erri~:detalh~~,insig-

\ -~ . . . . (., '_ -. - .~

-ntficantcs :AeVnotar que nlnguerii the prestava . , ,

\at~n~ao, tratou de ,te~.miri~lfoenfadonho disclit;so 'Icqm_alelttir;d~tjpia~arta~em assinatura, ita qu~~ -,

denunciavamo acusado :ae traficante.de heroina

,e mac'onha~,'o, ,_' ~ , ," ' .(

- ,.. " .(,."--'Dina 'cttrta'anoniITLa! E essa maconha.: nao .v/ ' , ' I " J._ =, i ;-J/"y __. -~, ..-- . /'" - i

rnencionada anteriormente? E,umacinte ao tribu-, - - - - , _ , - ' . . , _ ' i . . ; , , , . ~ ~ . ' / 'j,,; .: . " _ -:_- ~ :>,' .. ~ p • -

". nal.apresentar. umaprova.desse tipo, -, aparteou,:,0 'deferisbr:' " ",' , '"

~ ", I ._1 ~< -r - '

';r".- r: ." _ , Ela:-merece fe. Posse exibir 0 Iaudo da pe- ,

-, -: ricta;! constant~" deminucioso estudo

g~afoI6giCO,'- " queufirma .ser d e Judo, u rn dos componentes

I ' '.., • 'r. . '" , > . - : - . . . , " _ . " '

. ~ d o oonjurito musical d o indiciado, a-autorta da'~__ - - ., I '/.~-- "

d / . ' ," ' ",-: enunoia: _ - I , l');_ _ , ' ,-1,/,

~f _, . -~. -._ . ' . /. '__ ' . ---- ) -._- ___/

.' ,''-' , ' '-, Pqbr~(,companheir9"-,' jnurmurou Botao. -

i , Deve ter-se vendidb por algumas doses de entorpe-.

, 'c~I1tes.'Naoconseguia viver sem a droga. Por queI· , rr: J r, _~ _" - _ _- ~

~?ulpa-lg,;~ag9rfl? Uma ,teste~lfriha:a meno~ nao 0

, absolveria. ~ Voltou-se para tras: a formacao do

.grupocom musicosinexperlentes, pouco dinheiro,' ,

' id~i~d.e maluoos.As ddades do cammho.uplausos";

. " _ e ' vaias, a.orquestra crescendo; 0 aparecimento de

1/c\1~q~irh~E,sqll;,~?era ,0 corpo maltr~t:a)clo e obriga~.'

:~ram..:no a ' re!ornar a realidade:-,

" I

); : .? . ~ .-

'" 92 " . : : : . . . ' l

: " '" : . ~. I " ,I, . "" I .-

,-' S~nhores_jll,r~:aos,.,a a6uS~9ao do' Ministerio'

, I~ublico'FaIem' de Jnepta,e'tenclenciosa. 0 reunao

corneteu 0 delito,>q4.~dlie~trib~e~:'Podetia,:n6 rna-

~imq, ser proeessado cotp:9 cumplicede num~r~sos):

,~'ad:ult~ri()s, mas: isto nao se\da.._6~rl\.;enient~ pari a

cidade"po~sa transformarla num imenso antra d e '

cornos. Erao advogado de.defesa qu~(fi~otirsava e.pre.tendia ~~l11,~ul,t~tpa, fra~e,d~~m~scara~.os qve "<

aplicavama justica no lugar, Sur,preendeu-o, entre- -:

tanto, a-repulsa [nstantane'a da assistericia.ej~rados, ·1 < '.'- , ,

que avancaram, ehraivecid9~, em sua direeao. ',-,'

9 juiz .fez 'soar repetidamenre a campainha,

amcacando .evaeuar 0, recinto. ,£lor fiPl,cQm .aY

colaboracao dos soldados, coiis~guiJl>que tod()s: ~ -'I

voltassem a seu,slugare~. ',,' _~r _, ,', r ) >\

, .: Jose-Inacio encolh~ra--se nurn canto e<,convo~. '

_pado:a retorlla~~ d-tbuna, obedeceu amddrontado",

disposto a abreviarsuas consideracoes. Falava com".c~~tel,a, pes~ndoas,palavras, ,~lgumas: a m b f g w ls " ia s ideiasdesconcatenadas.e anegar crimes" qu~' a '" ,

. pr6priaacusa9aonao atribufa aoincnmmado.;

" Havia total descompasso entre 0 que afl,;ma'va': eosapartes do promotor. ' ..' ,. . -, j)~

" " -, C Om o poderia -engr~'vfd~x rneninas de oito '/e rnatronas de oitenta anos? " " .' "

.. ',-",Protesto!'Q'.delit6~m p~uta '~~.refete'uni-caI~:H~}1te estupcfacientes: ".-'1 " (,'. ,:,' ,)

\_ -% Os casos de gravidez em massa, ocor;idos

"nesta l09alipade,nao podem ser atribuidos 'aodenundado."· ,

f '\, / ) r

" \

! I, {\ I' I "

Page 46: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 46/74

1 ,~-P""- ,:,~_.f ,.) . -: ~ j > t , ' , _ , / ~

- ' , ~ ,~ ~ ,~ < - _ ,~ -: - ' < 1_ :, ~-, I,; {, t"';:~~A ,- ,,~, ;<j ~- ,.~;J ' :; ', ,' -t :, \ ' I ~ .~:.

C~ ' " " g , e pre~iclen~~ I,eta. ttH?ugal J eu '~ , ~~Pt~;p.ga q~~c '

(Icondenava Botao-de-rosa apena de.morte, a, ser '• •• : --' . ', ' r , . :'; ; , 9'; ;' .~. I, I. ~ ~" ,,_____,... \,, .. , / " , . / :.../, - f ) ,

~~:euniI?~ida I~o_df~c~e~gu~~te;e_,~~~rt?u'a( t9df~S_qUt;,:respertassem a : iritegridade flswadocondenado, J

,d~ixa:hdoil()ve'rdugo ,atar6f~ide~elimina~lQ::; (.

" , ( A re cbm 'J nd ag aQ f i n a l - d o rnqgis t f~d6- f l la rP1ou0:" i.'·' .,.,- ,',' ','.',"".':,._: ':~, ,'" '. ,,". "" ( /'~~ .

"'d,~£ensor:ee a'$ita'.segtiran<;~, 'quem .a'garaptiria 'tv .

't;': .>,'Qdelega~d))~r8~bett,de,I0!1ge, 0 temorequt{o/'~fligia.~evei6-ao, s~4/ei;icontr9:!:' '1 /, - . ) ,\ 1~" " . 1 , "

i e , , . \ \~'Na~pr,eeis~ te'f'm~do'J13asta s e r eompreen--" "'!'- ' " . t : _ /- ' ~ y ' ' \" " I " ~ , '_ '" } , '. . . , , , ' , ', : ' ' . ' - " i, {

i~siva: 0senteRciaao:s6'e'scapani daforca s e houver'/. ' ... '_ .. ' ' . ' _ ", H, . .: _ __ ',~., " " "',~' " " '. ,I \

,,(ap~I~9a9; iipoi~~auprE!:n~\C~Jse ~te~:.po!", ~ti~rl11~transformar-as p~nasmax~maSemp!lSaO perpetua.

~s~o c e 'nao ieco~rer, l(Iegai-'aritinim9s ,1:1maeq,Q9;'

·sa b a n e a de:adv6~a6i~Lii " ptoh1~ssa ,~;d o j~iz." ,"

,',i):,\C J'o.~eInacto'feviu, ~Illentalmente, as ~divers as

" ''')~~i~,sdqJj'rocessD,~6,Cerceain&ptd da defesa ao~t~ul' : );1

perrrii~i,9opor u t n ~ :legisl~9'~d ,a:bsutda",,$enti1;l-se'""iiapDti~~9ih, del apela/e impedi1~ quecQme~ef?~m" 'I

tetrf;yel ip,iqWd~de.~Nao har!a~utta opgaoj\ contudo ';'"

~'vacilava~ Q)duro,espap,cqfuento deseueonstituin- ,

.te de~eria,se; tornado ~c6mo'uni aviso do que 'Jhe) : ' . ' _ , - : : 1 , : . ' ) . I ',." '. '_ -. ( r- \ J _ \ . . ,

7 ~ : poderiaacQntecer,~~so~pelass~. E por.que trocar'

;,',!"as'possibilidad~,~ de' sucesso ria '~lla carreirapr6lis~~",) ",slbtiai'peta vida deum pobre-diabo ique~se'neg'av;a '

; , . : ' ; '~ 1 ' " , ~ , ' t: ' : ",:~_, -; ,; , ,1 '

\ " 1 '" \ , " - 1 i: ,-, \.

' \ " ( " . j / _ - .; :. .. .! ) i

.~' I , I-

I)

, )

~• j" "

I ', I, 1 '"

, - : : '''',/1 'I,

I. '", 1

I •-, • / r ' - ~ : ' " '~ ' , \ : ' '~ ' . " \ ' ; I

i ,, " ~ad~fendei~'se enerri seJm, portava co,. , i l l 'Sua p r 6 p r t a• ,I .• , \. .~) ", , \--,\ . .) ,I :1 '.\r ',I \! r \ • /

'~., , 'cqngenagao?_-,":,"'" -I) , ". ,il.'J

.' ~Desist~udo rccurso.v:", '

, '- :- . , .' " ' (

, r /r-

) ~'e- ',~eIhda,qama~ BotabpouP(j,enQo~trou Ira cela.

Tinham'l~vado as rqup~s;os'objeto~de~~o'pe§soai , '~ "r .: ihclusiVe: o,dentiIriki(y~~a escdv~)de'd~ntes:' 7 ,,' ' ., ,,,-, ,. 'i ," ,". ,I' "" I

' Deitou-se nu e aguardou, a noite. ,,' ~' ) ,

As seis da ~arihayi~r~,mfA~sq~~l'b"p~lrelP tcvc ",

-dificuldade emlcvantar-se.Ds rnembros. ressentt-I, ' , < • " - i - , '\ 1 ",,,, _ " ", ',_ '. .._

dos -da surra-davespera, nab the obedeoiarn ..Para,

erguer-se, foLhec~s~aria 'a ajud.a(d(j'ca;der~iro.:: ,

. OS'Bol~a90s, a suaesperariurnadns sal~sda-

. -d;elegacia, 'condti~inll}1~ri~, ao Iloc,a(daexebti9tlg~'_-GaITIinh~~a a~~,e!.a,~n~,gua~I'se~~penhn~~~ segu_icr.

firrne, os om~roserguido,s ....' " )"

,Do alto do patfbulo,' na praca vazia, .pela pri-,

meira vez lhecpesava ' a sol~dao. E os companheiros?E Taquira? ,(! \ '

" .- 1 . . . . . ,

, > , : , ' Aba:fx0;Ua eabeg~:<esqu~c~ra_!6~~sernpre'esqile' ..r: cemos. ' j' ,,~ ' \"" 'i" -i, "'i,'-, i ,,,

1~r- - ',' -~og~ti longe a ~~p~ '~, d~s?ud'o, ofer~ceu 0 peS'~\ " , " ,( " ,PQ90, ao carrasco.. ',"

, \ ', r, ~ /( '.J-....;.;\ r-. _ ','

~ .~J "/"

(

j,-,

\,)',

,\, :~,' . . . .

(0 cQnvidddo.,Se~, $ao,P~lIlo;A~ida ; 1983,) ,) .- ' " r . I ', I"

" I ,I'. , '

'. - '-, " )\' \ "I

, ~

"-;, I ',J '!, '.

'/ .'

\, ,;\ ,,, t ~-,',- ',\ ,.,,;,

,'(I "_, i.

/

t, " ,~, , . , r ('. /

I ~. " ,

', <

I, '"',\ '

,T )

. . ' . 9 5 ".-/

Page 47: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 47/74

)

' .. '~ \ )1

I

, I

' J " ,

, ', v

~"

, ,

l

" I

.1 ,

, > --:- -- I

\.... -

" J

'J

/

-~ ,

, . ',

, /,(

Noivudo'"

J8 S6srtesta sal~de paredesve~d'~s: umajanela.feohada, outra aberta a noite e aocompassado sorn

Bas ondas, no centro-do trHi}igulo torto em cujos ,

vertices ficarn0 .Seminario, a P~aya da)Aboliya:o e,;, '

° Convento dos Prancisoanos. Podemos ver a ci-~), . . . . . '), --

dade-como se estivessemes de I?~'s~bre 0 t~lhado.

o.luar embebe 0mar e as ruas,Ja9hadas,de azuiejos-

brilham no ~ilencio. Esta-sera a ultima dasmuitasf ~ I . ~. .. "

, e.inuteis collv~rs~s quetlvernos. Lateja 0 farol.<- . . . . - J . . - i , - _ ) _ _ , - '

)', .JUno, sereno, 'e .dono, 'ap6s trinta anos de

,reparti9ao"do rneu 'destino, iTia>,,~o!aperder este- 0

governo,ligando.,m~ seja'aquem' for? Desprendi-, " '" " . ) " ,

.rne do que.me tolhia, em mim nao ha,divis6es~ nao, ',I '" ,

revcrei oscolegas de trabalho- Conduzirei agora. . . . . - - . , - . '.,-

97

{ i

, . / '~',~~.v."~} . ',\~ ' ' - f ' " / ' ' , - ~ ~ \ . , ' . \ . . _ , . . . . " . . . , 71"

.,

, ,<{ .: ,~~.(

,--)

"c

/ , 'i," '

, r">~

Page 48: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 48/74

. . ., . '; • v- r ':-~ ",. \',' ~,.;:,:-_\.\ ;

minha vlda.coni' a invencao d e urn .maquinista , q ue, "," ',~ ..... " ". < \ , , ' . I ." . t - . " . / " / - " _ . , , ' \ _ . ' ' . '

fize§~eayarlgar:sU,~10c9potiya paf:;tfora !~6\~:Jiilho~;Nadade 'eamihh()s feitb"s:,mprovisar e:a regra.; , ,

~",./' '''''',(_",-S6 uma Go'isa'inepi~ocupa]t nao 2o_ris~gujr:'"

,'I' e~quece,'c()s:i?~qbl~rpasc,o~ 0 envidracamerit» da I

" 1"Sbc'r'e'ta~';r"I'a',c;)" "", , .' , ',I .., "," "",- " " - " , ' , " ' , - , ' ' \ " , : \ . " , : ~ , , " " L " ,

I

, ' " t 5 Dividida entnta-espe'rai1g£l ~,omed6, enfim< '~" me:~decidi. Duas', pai'avras' 'gasf~ralIJ-I'miri!:a_vjda: ", ;I\ , ,~manha'e,depois: Sim, ~ a ul~im~ ve~ qu~lnos fala-."'_::: mos, pao supo'r!O:\mais~~,asprorrog~95E}~;'Quanto, ao.enxovah ccntimrara nas nialas, nas gavetas,' ate, ,',

-:--- , ~ - ) I

" I 'qu~ eu morra. Como rrJamernta'fei, se mais inutil",:.mefoi ~'juveritude?,'j ~. r", ,','" ,,: '\,

";", ,j, .s:- ~ra~sei~etiaH1~ disse tudo;s()~r~,o~~:i~r?~;"'Muttoscstavani' 'partidos 'e a maioria.iapresenta-

I" ~amanchas de umid~d~.tJrfIas redondas, out~as\ ' , "_' ,.1". 'f ' - . (

I'; «." oblongas, ou em forma de 'estrelas. Algumas berngrana((~, rC~mquaserdois .palmos. Poucas jq.~el~~continuavam ernordem. Entao 0 : Chefe'rneincum- ', " '. ," " I '. -. ,, J

biuct-ees:tudar 0 assunto e tornar as'providencias• , .i .. ~i I f , t . : . " . . ' , _ _ _ _ '

',I", que fossem-necessarias. Urn ardil'para segurar-me:

;:~u;esta~a;1, poucos rriese$ da ap?sent~aqr!f:\ ,', '. • ~ " , ; ' - ' , ' Q ' u.e4:infere~sepodia"cle-ter'nisso? "< " , ,

','\ ',"", ( "," \j I,

_ ~,Estano ernpregoha mais de trinta e:n<?ve

anose clef~~t~,yer alguerh;apo,sentar-seno, d.~vldo)1teinp,o.Agp.arda('asonipuls6,ri~. ~a,4,as'~tyid?rr'qu~; ,

, ,,''~fe~cdei'xacar € ' I ( } l m ~ .apro~~gao lao seu amorpelos "

'autos.e oJivro'~de ponfQ('Nao lhe deiesse prazer, ;

'if Nd/~x~to mirtuto' em.que recebi: 0Diorio ,Oji'c{al, ",

'U~scretia~~rt~pahlvra:' '~'~~senta';:-P6rcoihci<i~i1cia''I ~ " . ~~,;j~,.,1 , " f / , .v " ,). r ;_-' , . , l. -, ' 1

, " ' e - 'i'iniilhaldade."/' , '.' ill':: "'I,' :' .l;, ' . ,'~r:'~:,!", I "

~ ; '" < r i , , _ , '~" ;~ ,.. ~~

, "\'/ .

, )

'), /-.

, ,, I ' \ ,~ '. r/ \.:,

\, ~ """) ). ~ ~ 1

( t)Ouvem-no, urn 'a:suaesquerda, outre adirei-.

t : i ; , todo,sn6 Js6ia, ,'~eusma(s-boirmnssegtrid~res', QS " " ,, ': '< ~ _ . - ' , 'F ,' :...' ,.. .., ,".." '--~:_ ,'{'" : ' , ,

'; _ ~ i q ll ~ lue!hofconhego:c_e1eaQs trinta-e.nove-e e r e aos:r : , ' , ~ . ' . ' _ - . - - ' - ' - _ / ' , , " ' , ' , ' . - ' .. _ ~ ; I

, ' (,'yinte e oito ~nos, aquclctolerantei.estecolcrtco,'..... \ \ , '~ - .... 7 : . --. '. • _. . _ ~ , ,_ _ _ _:",.. •

,'i' :Veste'm-seos tres.como era deusoautesda.ulthna : '.j.I. - / > r , . . '1 - ~( ,}. ,J '>.~:

g}ierr:a, T>: . .,' . ' \ ,-" \i . I , _ . ) , , . ' . " '

"",, -Faltava.aindaa sflaba final. Deixei a palavra ,,''.' • - 4 • '. ., _" • , . 7.r. ,f_ -J---

incornpleta, v~sti,opalet6"dei-as costas, sar\Na~.' , , '_ / J . : \ _ ' i . t . . . _ ) " • )

r , ; -, Jalei c'9mn~pguellJ" riunca mais voltflrei.,aqqel~;'""Imrgat6rio. Custou, mas porfim 6pegch iod ia . . : §qui;

urn homem.livre ate0fim da ~ida." '\?- '

['-LivreqlJo~t'dizei'. sem comprornisso. Elaac<:H;.. J ,I.) ,. • --./ .• _ I,.. . 'r

tara.tiosso' rornpimento? ~Se'casissemos,\:kvari'fl:" I. { (, '_ , j . . . . . . \ . . . . , 'I .

, para aflo,;:a casatodos'osrerratos qUtr ornam~1itap1'.! '

- 'a sala, -registrando asrnedificacoes' de .seu ros,tb,,'a_O

, ,d.ur:;19aoo ,fim'deslias ahsias~ Corno.poderia viven ",.

, //emmeioa essaprofusao de olhos, penteados, sor- I~, ,',I " ,) '\1 \ I" ' ,'.",1 ' '. '

':rJsos e bijuterias, eu que soupropensoa unidatle!,fazendo ,tudo.pa:ra" manter-me, integro; dentro 'd opresente, -semextraviar-meno passado e sell ad-. .

-mitir que.ihva~oresd~ .9utro, ternpo m ~ / p~ itu rJ q€ ili .'( I ",,' "\ .• '.' , • ,.,: , i \." <i, '"

a#gorosa Inteireza do que desejaria ser o4,sou?"

.": -. ,'Trint~longos all,_osde,~tra6a~ho,Mere6i 0 •

"premIO.,,~ , . ~., - ' (," 'i. ',_.' ..., I {

. .~ 'R~a,lm:ente:r,,~,\.;-"' i' '" ",' ,.,I (.~ ,. ._ < \ ' ' . ' ._ _ ,. ' / ,_ " , ,_

, -,-'Trintaan0snao sao trinta dias! y,, . 'i. ' -, ~) ,-, . ," " ' t . . \ . ' , , -

, ~Bem sei.: , ' ,I . ,,' " j

~,:~J- , (A atividade., entre 6 ' s , ins,e_t~s,'e Iimitada ~por, •, ' /j, , " ", ' \,

rnudancas alhei~s a eles proprtos, 0, sono, .em tag )

di\r~r§0 ~e"Hj.1UTerOSO grupo, nao exprirhe r~iJouso.,I "". ':.; ' r.-. i _ _ •.,.,:_....,._ • < ;- . " , '. ' . ;,

;'·'r !

.,Yv >,I, ". \ :

~. )"\ /'

I I ~ ,," I

99: .r ( ",\, C ,'

, "I

Y ,

, )

(

,~ . /'

Page 49: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 49/74

" ' " ,'- ' . ' - , , ' ~~ - . . . . : . . , . .

, ,Co~o acrobatas que pflssassetp ar:PQite'n~ni tra-. . "

~ ' / > " .pezio ou 'num arameestendido a -~rniemetros do .~,: . solo, assim dor~fm, atentos, na ,atit~de q~e tern; ,

'quando em.vigflta.) . - I, " , '\.. • i "

\ I. _ ) ,,

-« 1_1q.ue vai. fazer agora do-descanso rpe',~ua

,J-, liberdade? ,. ( , _ > ,

--:~ Muita coisa, O'problemaestaem ¢~colhei ..

1 ~/: '~(jE~ vclho-quem responde. Os que 6 I'aqeiatii .~.61ham-no.deJsuasidades re'Il1ota;~O~go,'nQj0vem,:"

"~~r~ng~ d'e~dobfadi9as, :d~ r~!~~a~S,?bre"EHx~'-pao lubrificado. No outro, (d~ tnnta e nove anos,

, ~ e m algum imprecise recanto -,de.seu corpo, uma

~oldana e acionada com iii.siste,ncHl,pesos em forma

'de cubovaoe ve~ Ilo~scui.o.~.Dii 0 'mo~o:.fiO_,mar '

_ '. ,e$f({r~gil1do". Acroldana~i_nt'errOlrlljB os movim'en-

, _- _t~s:'''Coutiriua~avan9aIidoqa.Piaia dos'Milagres'".:'

-,' lnterfiro: "Onde_,haum.an6,haviareSidertcia.s,qoje ", I. ' ., \ ../ ',' _

( so restamalicerces e-alguns tljoloe.soltos!" .TodosI _,-- .,\. ,,-: - "_:::. )> ,i ,',;.r t . . _ _ '

, concordam:' "E rhesrno".' Volta o-silericio e os tres- ~ ~ .

me conternplam, a~cert(), sem ver-me,'aflitoscPnl '~ - I\;· ,, ) ,.I. I \ '

0 , :~~!o~o'de suas.alrnas de s~rragE(JTI,de colheres'

- 'dQhr~das, .de JacilS:::cegas"coinportas ealcapoes,"",Urna noite' foram dez o s que vieram; ocuparam '0.' . ,~ . ,/ ~ .....' I~ .. _)1 ~ . '\:'

~of4,as seis oadeiras, 0 banco-do piano, .todos ira-

dos, nurna.agitada conversaa respeitode gradese'" , ' _ , " , " y. , , "

-portoes. Infelizmcntc.rsac-ern-geral esses-tres' /qtie '

.-,me'vlsitanf O'de' sessenfa'anos faz-melembrar U r n .,~,,',zoologico onde rodososbichosestfvessern mortos

c~e- mesmo assim .visitados. Mas umanoire ell"ovi\ _~ I _ 1; .'. , I ' : " ' } " " ' . , , " (

I!' " aos dezessete anos. Encheu a sala de sons,' eontoii, ./

. '

..... 1.

~ '~- , '. . , - " '1 " -.... \"' _ -,' , \ . ), ' - ~

i, / \~_hisf~ria da prirneira mulher quese deitou Com

.: ele,.ouYiu-~e.Ha, mats de -quatro anos aguardo'

-seu retorno. p~sejariareve-Io, ardoroso e sensr-

,veL talvez umpouoo perverse, C0m seu rumor de \cfrnbalos, ~ guizos. < - ' t ; _

_,,'-'-"-1'{eIiisequer acabei de esorever "sesse~tal'.

Vesti opaleto e~a(CQm9 quemvai tom:u'utncopo _-de leite~:Cheguei adeixar as gavetas'ab-ert~s'~ nao.

h~~ia\,pa-r~p'~rtigao, urn so.objeto meu, Gostariade'

investigar ate ao.firno caso das vidracas. Mas,pelo "

me~9s 'de~~~vez, 'agi corn decisao. i,ivantei-me,: '

"~ta~teia cadeiya, fui embora. Quando atraVesseio,~ -.

p?rt~o,'eram exatamcnrs .nove.horas e ci~qiien'ta '~ dois rninutos. " , "" "

_ _ " - E tristesalr assimde 'urn l~gar./~;-· ' '/ i,

,=:,Nao, vejo por que. " -L , . ,

" (j 0 jovem, a-sua direita, levanta-se, fecha den-' :

";"\tn~·de si todos os ferrolhos, bate as Pf)I·tas~cerra as

: "~ecpaduras que estalam, oxidadas. " ,,_ I.

~'-~,-"'~ :N~o consig« esquecer 0 p'roblema das

. janel~s,~ i~t~ressan£e refletir. sobre ele:.Jl~ja.

"rr~ envldr~9~~entOi todo ern caixllhos de alumfri.fo

,.' _anodizado, deverta set""feito com 1a~i~as de' tres

", rnilimetros. '~n!te 'elas poriam.la d~ vidro, ~istu- -

r,.r..rada'9ori,I)~ma resina propria, ,Mas as fibnls;-de 1a ,c.

r, n.aoapresentavam distribUi9ao'_Ui'ljfonl~e: Ent~o

, :,J?fe't~ril{'-se,tim par-de lariIinaschairiadas Galorex~

, ) ,1 t h e r p : U l ? l~ ; sep~nldasPQr.u~ tecidoda ~lgo,f1ao,

, Ji11pregnado de rnelanina-fornml E que'ise-~ez.para-':< ,. , / . - ..... ( , .

, I

'1 ,

1Q1 'r,

..(I "

,;_ , ,

Page 50: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 50/74

_ - ' . , . : , ' ' ( ~ , ' - - ; ' " " ' : ' ? . ' , C_ _, " : , - " ( , ' _ t _ · _ , . _ , - " ~

eoi'0da~aspiK~as no s caixilhos-'ti\, tiiassd{d~ v ic l t:h,- ' .

t ; ( ~ e 1 i P ,e)i:tiaki?r()dtJy;\;co~Ve~eiP'rt~l,,:'pJ'~'c,p;,~fic~~:i,~.~i"E:tribora'.6 vitlrofos:se'antitfirmh;w,"prqqedEfu~s:,e

C6~(lSe as.vad~9<ies'de~te$p.er,at4ra,6M~tttss~~: .

, : : e 'r i Ip , reg~r~m Yiml~/g~ ie tal~~ t iq 'f l ; d~(n_~9 g t~ l i e :Es te '".'>prodrtto. 'vep.daridd restilt~l(1;0,otimo :e,p},eoifiqiqSi'

, ' ,g r : ~ r t d e ~, '.r I9"e~}:~rgei~o~_ '~iOiis) , l iew;.,~iidt,.}~~)~0}~' ~~l~o;,pdp1((9:t:4 P 1 , f ~?~g~r,' H ? S 'd~z .a~dare ' S - f ' i~S .

,;'.:.-~'.nianchasvde umidade. Levarrtando 'um pOlJ tCP '0.:

; '.~ .~eop~elf;.'~ia-se,ri~s',c~na!et~s,,:.e~gll~ .a~Bmtil~~a. '

I, . AdishibJ1i¢~~) espa9iard1s:~~n,6hasfex~,irregul~r:(,~~ I. • •• i Nao, senotava-preferenciapor-uma facequalquer'

, I, (da: c6nstru~ao/'Ma~ ,.qui~tO)a9S vidrds,qB~brado~~ .

qWlntoia:~stes,--siin; hav:ia:'prefeienci~L~Um,trFit1:11o:"

. ~ . . , Q h e · pi~t~eg~it'patae~c1an~~cer:o--::PIioblema? 'InT, I ': : ",,--- , '. '_ - "-,"-,,,,,,,, ",,, I, " r , " " , I (,. 0

',vesttgar aquilo fasCinbu~m~. Emqu!aseJribta anos,"

!<cera aprim~ir~ t~ref~~ais"Qu,'menbsviva;qu,e me

.~·chegava,aSn1aos. ,OU{a~a, \Qs,Calore~-A~heTfn:a~~comuse Jossem,bic;hos, Vffth"ias de) ,algum~' 'epi-,:

'i.detrlia. G~tos bhca~~l~&~d:e vidro. Sab~o,qllanto!.," , I,," " ,: I iII,, \,~ . ' ,> 'I :" _ ':.- 'I ," ,,, -l , ',,,, '_

,detestava:-oChefei' Passci.a' odia-lc na Wedidi:!;em. ,. " ),'~ '" -{I r ,: '~ ,- , ( " " ,; ,' ( i, 'i .> ' ; ' J •• . ' ' . 'i ,,-;- ,-:' r '~"" J

,'que,Irie~eFitiat~ntado a t;l}io aposentar-:I?;,<:';;ate q,ue ,F des6'obrl~se 'averdadeii~ razaodaquelas manchas' .

, e:d~s'~id;a9~s paftidas:'. ': .' . ,;' < : ', '" , / . ; , '( ,) f · ' :< i . , : ' '8 'OIHo meus retrat,Qs nil$,p::t,t:edes.btempo;roi

edestr9~ af~'c~(bSP~sso~h;~~r~:gas~a(rnln~~'fac~.;~,.houveorempoe'esse, hometu.<,Otempo ~nru~oti-

mtaJr6nt~ el~ esciyou~in¢ as.olheiras;·o·~enfPQ+ . " ; " . - . ' ~ . ' ' , J , I '-. .., ,_ ,; ('', ." ':' r': .'7: , .,'

'j'arranc64-'me,Jos ,denle§, el€ en_t6ttou~me la~boca;·o

)'.ty~po;~gh9qu ~({4per~},\ele.gravou ..m e !~s'tear . d e ~ .

.i y-)

.:

;~_.' . '. '~~' \ '. . .... . ':'!"" = " ; ; . ' '7,-,

· .~q~e.ll1re~cu~;,o~ dqis.junt9sinstilaram ein~U1in'his."O'9~Si p~f( jfugde,~?ts j :afeh~1igem,e,/b o l b f , ; ' : .; '. : . , : , . ! "

~ . - ~ . ' ~ ~ ;" r l~,"": ',/,.. . " - '_ :_:. ~' ,~I ', . - r . ' ~ , '_ : '

!. ~~6~e (~I~,,¥eLl(;lo~9~,Goin6 setiv~S$~ g~~~d¢ 'aT~x~org~t9S ogcavalos,:Cqmo sefos~e';cai>az,.de.., '_,,_ciarqlll1';pas~o::porqua:lqtieYcOisa'viva. }',~ • J~'~ .\

' ~ , ; C ? t P 9 h~~'?. ·Q k r t a s .'qqites d e ' calor, : a h r o ) ~ ! ' .· jal_1ela,doqyarto 'e'e's\tel1do-m~l1a:'"cama, .Entram \

-m'arip<?s~s"as:{rezessuqed~~lliFaF~lgum\bJ~ourci.:, Nao 0smato.i}osto"de v:e~los" . ,,' /. ,I> ."~ ~ t r " . ; ·-_ , i , ) '1 . , " _ ' : - - , i .-1" ' - _ i" " ' , , . , ' :

~" 0 ,•. "~'Pbtque'sa(Y'feitos dearanre. 'cie'rrliC'a'l'd ec , .'ap'ara~:~~po?r~" E ~e~hQ'h~s detid;6)!\p6s£rint~~' (':

iiap9s ,d~ tntbalHq, Y9q~na0 teye,e r r i ' q u e n 1 " ~ a : r - l l J U,abra90 de despediaa.",:,,' '\~}I:.t ',,'

. , ,_,' E ~bra901qior que? Nao'eraIl,l m~l!s 3 t n i g ; s . , ~~ Algurn-aevia de -ser: J ,,~

_.\ ! ~'NJnhtitn\~n;L:Nenhum ..' '"

,!. ".8A sud' esquerda, .arfaoinr» vez a 6bscura:

.. !rolcfana<~' a vo~,::des~~,M~ndc>'I19'a:gdsalho~pro;va~ ,com hFnieZ3:> . . .-" ' , , /

, ( r - t : . " '- : ', ', " " _ _ _ ' '- \ ~ " < s : ' : ; , , ' , _ ' , '

·" . ' _'. 'F~'~muit~:b~nl . .Er~<assiln q u e eu imaghui-ya e~cer(arminh,a' carreira, h~fi,ate E_/l,UU a:1los.

j

"· '.

]f:Z '"~pit6be'111' p~r~~.qhi~·despedir-so ,tQ.aqu~J·~S),iriutefs? ), .: I, ,. .,1",,: f

..... ,': .1 .. ;; . " .,' \. i

I' ..' '. 'to ".

-CAsJno,sc~s;.(em gra;nqenuineto,I"apar~cema~' ",'

."vezes im<?9iliza~~s, 'como se estivessem m'Ortas/'

,!envolvidas- e~ _final,e) q_lvacenla poelra. Pequen,os

. > cog1;llUelqs,aqpa§solque devoram os'tectcios'dos in-' . . .• , . J . . ( " " / . . ". ' . ' . '

"set9s,'semeitl:tp os seus esporos mottais:"OlmfniJ:no .

}}~?lp'eideat·~iig~Y-Qi,e.'tdin$po~td ~'qsp)ara aSi~os6~s I

. .....~finda;,f i a o . .c o n tamhiadas ..Os c o g u m 'e l o s /6reS'cem \ .. r : J : ~ ' / _ _ , . , 1 . « .,1 I ") \' • ,I: ' 'r j .1 _,.. " ", I '/..... -_,"

" ' . ( : : 1 ';;_ \- ., -

-/

,~

" '103( "I · · · ·

f"

-"."

' .J . , , " I ,,( , "-

'- 'r ;,...'/

. . . . . ' "i

. ~", " \: .

Page 51: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 51/74

,- -- ,1 , "

, invadem-nas, roem seus ,tec~dos, bebern ~6m sede

'0 Iiquido sangutneo,' multiplipam,-:se,'de~tr6enl os

orgaos t:~d'os.Asmoscas atacadas renunciam a voar.U~ixam-se ficar 'riuma parede, num Jen901~,numa

\,poltroI1a,:emcim~ de um arqnivo. Enibrev:e, do que ,',

fotam',resta~l casca, / a vazia ~paien'ci~;J invadida' '.

, por(t~ll;ueS7tllame~t6~~) "," ~ ,"/'. '_ Se;7~pel()nl;enoS" houvessemos .casado!

Ou jUnta~o5CE)!h_Qf~ze\rpaptos,, - - 7Naq faleassirn, Giselda.

"._' Podiamos ter filhos com mais de vinte anos.

,~_ Voce, ~~o ignora que.o meu ordenado era

pequeno. Depois;v~iO a'morte do velho. Ia aban-( - r r '. : ',1 , '-,: _ -"-r

'donar.minha-macP. . ',I '... " <,',",';. Nao. Desde que .todos 'O s seus i~aos,haviam. ~

cas~do "vo'Ceclevia fazer 0 sacrificio. Ela preoisavaI ". r ' • , : ."

"tanto de alguern 'para atormentar lSo Deus sabe o ,

c

jq~anto padece,~ aquelepobre honiem.iConversou

mats-de uma vez comigo. Diziaque como a mulher

seehamava.Maria Jose, queria set,aomesmo tempo

a-Maria eo Jose.' Nao dei'xava de ter. razao. '. ~./ ' '! ; '\ ", ' , '. ~. . ~ . ,I

" ,_ , · , t i:rij'llstoqite dissesse ~sso,.Pr~ncipalmente' ~.

'a uma ~stdlr{ha,;>,'" i ". " • .)1" ,", '\, " , '" .

."....:-,Euao era Hma'estranha>Qu:ando me.tocou '~ ,. , 'c ', '1 \ • , . . .J ' ~ , •

' ,' 'vela prirneira vez noassuntorvoce era meu noivo. I • ." "

0, ha mais 'de onzeanos. E ganhava bern:' -, '

, -~,> ,8 Nov~~ehteno sofa O ' S , t;es"sentadQs juntos.

.Rangem idE1ritropel~~'asdobradicas, .pesos, ~olda-

nas ferrolhos rolimas. o detrintae hove anoslevaI :it~-'; " '_,' . -, .~ ~ \ \_'

>~l,maodire'itaaboc~: . " I{- ,.,

, '_"",~ \ ./ i ') .\_"

\ ;, '. ,~,' .~ / '.

"I .,

'1 r -

10 4'-r-

\ . ",-, ./

7

, / _' F'uieu" tajvez que tive a C 1 1 1 p . a ~de,tlido.

-~ De toda estaaridez. Nao era.tao {arde .paramudar,

" Tinha-economias; nao? Podia haver, abandonado )

-o.emprego, casado com voce, organizado afabrica

'degrades e.portoes. E,ntretanto, liz ~ qu~}-\' ", ' ).,.j , '

/: "t) Escandco .jovem, de cabeca.baixa.: ,\' ,';

,_' :Comecon ariscar <?sfflInOSp'Squadrosx ~~, obrasde a_rte,os~ retangulos Iquadriculados com !.

-oitenta centfmetros por 'quarenta.::Tres~niHe,.dut-,,·:

',z~ntos quadrados: )reB'mH e duzentos dias., Esta I,,

"foi a sua contribuicao: AO fim decada expediente, ' < -uma 'cruz seria .desenhada ern cimade ( 'Urn qua-. . '-',

", . ,- --~ .\ -. " " .I, .

drado, ties nas sextas-feiras, duas nas.vesperas '

,< dos ferfados . Para mediros dias jq~~Jal{a~ain" ~te.

a ' aposentadoriarA ess~epoca,ja'restav"aeni } r o c e )

muito p'ouco_de mim.'f " ", / "/,,, :, ~

_'"Tinhaonzc anos de service. Esta eraa

'diferell(~~a.'N~ni)emprego para 0 qual vo~e _,,~n~o

eu- entrou, a " custa de\ pedidos e influencias,

Lernbre-se bern disto. ~' ,,~ ,.J . '

," _ N ao para passar avida inteira.Nao'parapas-

,sar mais de trinta arios.Cruzes num papel! Eli quis

,produzir artefatos-defcrro, este' era.meu. sonho.

",~ voce ..:)'lJ;do iss 0 m e davontade de chorar, Fazer

"pequenas 'QJ;uzesnos quadradosv.Depois de' algum, ," ,,, ", ,__" " I

, tempo, aqueles anos pareciam urn cemiterio.,

, _, Voce Iala'eomo'sealguem pudessealegrar-se. ~ / ~ , ".

"em.ver morrerern assiIll os dias, Mas tudo era feito'- '. f - ." •

com colera. ~Euodhlva aquila tanto quanto voce.

',' " -'De-quesE;rvia ess~ c61e~amorta? Urnpreso 'e

maislivre: Ele ~en~a n'u:mmodo de es6apar,Uledea .' vI I , - " ~ - 1 r _.. ,_

1 ;, r ,.:...._,·

10 5

- - - - . - - ,. ,. . . . . . . .. ' \\

, « , .~~~

I. I .j( " • ~i r

, '

Page 52: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 52/74

. ~ : a l t l ' 1 i a : \ d ~ s ; b r i i r o s :a r . e s i : s tgnc i~ :das : /g t~~~· ; -QroQPtac/;, ~~.~~.c'), ~h>_ J/, " , 1" '~ : ~ ~~r:'"t'" . " ~~ > : : ' : '~ ' ,~ ,~",.I'."', ,> , .f ;~ -- : "' )"_ " " . I t , : ' ' : " ; _ ' : . " . , / ;

~.·V~~cS·e;0~u~ r~a . s s ~ i< iy~~a}s Jv~~ \~ t :\ ~ ; J~m ~~a .~~~ · () r ;\ ta r ··. " ~Q sd i as ·e t a ' ; s ~ bte ~ g a ': N o c e s f ~ z i~ !T I -i~r'i1;Z~_~('i}:OS~ a - \; ..• I ' c1 rados , ; '86,: r~ag i i i ava :m ser thter~hf~~dos ' o t1 t r ; , os : :

. . { _ ' > ; : ~ !<~ //\~"')~: f'L"',';r,,'- ,,' '_"~ ~~::::/ ' ,- ,..:;'- } 'r , " : ' i - : , , : ! , . _ _ , : . , ! / " , : ~ ' : ~ , ' ) . : /",:'11 t"i{ : " " . , : - > , ' " , <E~ t a l ve z Jo~ s em,~ \porem nao c~ nrqO ls~~X ntP()J ; !ran. .. .:.tcs: ~ C ; o I l l b \ / t , q ~ a ~ ~~e l~ s ; <nJ i n c~ ' 1 : \ ve i : ~~ l p p f i g e ,U1de '.-

I , ·OP}i .~~' ; f8s '~~1.0}~t l ,~\f() /s8e~\ ' l '~ i?o.~ ~ aM ~~~~ : ~ ~b r no~ q e ': ., - ;p r o¥ en t o s , g~a l f~ c~9 ao , ,/ a tl ic i '0 l Jak ,~? r l ;~ r ; a : fi o s l~x - c ' .·.c, :tPaordinatib~~pf6/l~,~or~, IrendlWeii~os;·ict?~i~sa~?:.·, i tb oho ' ,. i; e I i~ imep ! to~o i d~ n~d d , .nh r i 1J 'n~ r a~~ 9 , '- s a la - ·

, " , 1 . , . - ., - _ ' , : " ; \ " ' , ~ " ; , . " , ' " : ! _ . : ,_ I • "" :>,, _. (.:

: ii,?, r~GoniP :e~saem~pe6}e ' ; "p rOQ1.?~~b" i l1 t : , r s t ib io '" , . ' . . , , ' \ ' t · d ' \ ' . ) ,I "" .,. I, ,I , ' J ' 'I, ,--~> • ' '< " ' "\ ~ ' , . ,

.e ap ose l1 a on a . " .' ( '_ ' I ". ,. ' ..•• , •. ', ~ ,.,;

: . . . .~. . .C O~ do M 'Pflras i ta~ln\ la i je~ osfd~fJh,ig~~~r~/~,:qO;:r i i e t n r a da s as larv~s;~&i e lmcO ' s~ov6s , , ' e SCapa l ) i , a~ s ua

, J r' I ,- >. I '~- - , ','" ~ / < 7 - "'" ' ;:V:~

,fome. b e gr ad a r n: as c o lQ n ia s i nv a :d i d ~ s~ s e gr _ ~ g al1 d o'1 J ~ 'I ~ _ " I ._J I ~J ,;

urn m el q u e l1ao nutre 'a s f o rm i g as le 'emb ri ag a -a s.

/ • .': \E~ t a s ,,i ,~ lh ei~ s .'~ ,tc i9 ~ ,; ~ ed ~ p a ~~ ~ e ao ,~ in ra ~ ?~ ~ s\ /-·Oiitnlsse tOTna r i1 ~ s c : ra v a s d e £Q rm i g a s g l 1 e ·r re i T~~ '•"

;- I . I, " \, ,_" . " ,, !c,, _ .J '.... )', . ,",: _ ,:./_

Servern : : a , s .~Qnhu i s ta 4o r ~~ ; a li lj 1 t~ r i ta# I- n a s \: ? ,e s po - '.· ,i Jn i . ri i1s~em c~ i -Qad c; san~ e·'p0~tun ide-s~ ~s , i\u.ipii:·

, ,· g ~~ ' -~E i a8p rpBi ii ~ " : I, c on t uA( ) · ,~n~ ( ) .~ e ' r~p~ ~4~ ~~m ~~ , :.' . . ~ : : i. ,. " _ " . ~ S u aniaeproeurav~'daF a im.Pressao~d~!m~r- .

: , I : t i t , b ~ u i n ~ ~ a l 1 t~~~ : 4 n C a Y i : a r g i I ~ r i lm·~is ' p ·~eh~}! in l "f< ' ":,'.> ,'" .,\ .• ' ';"""'~,' ',',J? ',I. "r A '- j-_~ " : - .;.\ ~ ,

I> do ' j - i e$ te r i l undo, ' ~mter . f t iI l1 a a p a .r ~ n c i ~ a ng e h e a.· ,< . < ', ,'. " ""! .,~ :," ( '"" "I, ,) , I"" ( " , \," \

. (D e . via~ . \p .. h l- > is fd c h .e ir a.'r i n ~ ~ l hoT ; : ,i S d i fv e s ti dQ .s ' )'" ' - '" \ , r ~ . ' - i" f ' ( I, ~.. "< '1, ' r" '\

_ : ': c f e e~n4 i a t n~ s~m x? i~ i }~c~c h6~ i ,. ~ I ;~?1~a ,QO/ ,,1 < \ : .

" ;~Na6 ev e rd a tle ' ',.. '" \., . '...,

. . ,_ 'F0i;s e~ p ' ( a iqu :~~ m~)d i~ se ;~ \ J . ; t i 1pa ra9} i0 i

..j r '" i : ' : .r:., ( '. , :'" '" " ,~ r, <r _", ' \:'. ~_ - , ~! , " ~\,

) - ~ td ~ l e. N v n c a ;s ~ bja /i raQ :r l'( a in g e n d a.; tT i n ha s eq k "; : /f rE ( a • .~beg~,ke'ioP~h9:icla: ,·como.g: ,das.~mageJ1lr ' : ,•~ ~ ,~' .. "I" }/:.""~,> _ ~ t ; ,,_ < , . _ _ :_ _ \ ' , ' ,~ : " '1_,.' .{<::":

.c . " . ' _ " ', '. ' ' /1 ~

~ '.b ~~ a t ~ ~ ,· e.a : s{ }~*b s~ · rJ z a d a s ·r to t e g a9 ~ t " Tg no r ~ v~~ l \ 1. ~• . c _ . • . · .\ u : . " - 'n~~ es ; c~n t l a los ina i~ : . r io t (sd6s .Para~ f i r ig i{q i t e , \n :~oI 'v "

" ,s e o c l1 p a v a ~ d~ s ~ a s s .1 ingsa t f i$ i (J~~ ' . : () l lXi r ·:~ i su ina I

( /~ez ; :C :O~J loY1spOp}i~nores ; jO, -q l i~ j ,~s~b ta . -Se r i J ,Rr~ I:;' I

. ( 'a tb .-n hahd o -se ; . : /. . . }~~:'JiC ') .'~ '. c)~ > ' ) I

, > , ' , .- " \ ' , '~;;'--I, ,~,~-- ~I_-f" :~: '\~," / i _,,~'<' t-. ~_f:.r'·" r " ; " , ' . I

. . ' - - : - -: -p e s f u~~ d , d s~eS a r e$ ;~e r a ; 'b ,oa . n t tl lhe J ; ie ;C~ t ti '".. f i hb s~ C b W i g o ~ , . Q u a r t q f f ; e u \m : e d e i ta ¥ a ~ \ e l a,t ta z i ·a. , ' \ a l g ~ l d i l o ; . : ~ :~.{ j ·P t i l )1? -a '~~s · c6 , f~ lna~y~ar~ ,~s for t i~gaSI pab ' eP tr a r en - i . .Tns l s ti a p~nf qu~~ : (e ! l ' c r i s as s~<p0l l . - - : ·

,I t ~ ri to ( ~ g u~ ei p a ss e ,; n ~ s u a c . o i: n p a h1? - ia : :.-'v', •. ....•... .' ',.,\ .

- .c._...S . ab i~g~ , emulhe~,n~riy~t!¢:l;,a'gue~!~rta~to~~;'\', ' '.. S u a -m a n e ir a q b li qt ia d e .a tq r tr i~ n t ~ r; ~ ra ~ i4w e ,h c fV : § l_ ..',1, \,

. " 1\ I \ ~__ I, ,,-::, \ , ,~, ,I"., " f ,. '\ -, t t . ,V '

DIn dla.eu, v i 'q u ~~ d o~ s - e u 9 a li rl d kg 6uQ ti 'd , e , PQ4~ a t :" .. ... ,en:G()p ' t tar0 p8de epx0~re;;~stfL~acQ~~uin\~o~ss'Jhtt

" d e urUdariaj<Ern ..ve i ' de -c l i ze r onde e ' s€@fxdera : " · , ;O.~( 'r- . ~~I ' ;" "- \ "< , " " :~ ' \ ," " y,'/) _ .)/ "~:,>,,{'"\ ~_~~ ,. '~-:~,>,~ .-)

- 'r ~ ln e d iO ,~ e la .seritou - Se . e ·P : : ts so : i t i;he ia~ :h_() raJa Ian :_ - ' .. . ,d < i -s p h ; e lepri;t:'Mansamente ..·Bepoisleyall.t,olf~se,..mudou d e" Ye s tf d ~ , '. c aI 9 '~ t i',o §< s a p a t o s, :e f o i' p a r a c ~ \ ,. "igt·~Ja..s~m'p'7.n:~~qr~ ' 9~be , lq s : ' ~. .: / . ,i. - - .•.......... , .

. I, 'Na? . · ~ p i e a - o s ( 9 .falar' lassirn dos·:tnPl:tos;,;;', •,. .:f' ./(5 Daq-u ipoqe1r;o,s.'(er . las 9u P1{eir:as.q~s:eas,as:~\ '" e a$J< :mre~ tas igrej~s;;0,blahsi t to deSan.Fran ciscp, ..

. . .3ese r t f i /~6r i i : o , 'Q· r6eS-epa t i co ~a'd~Bce.r;do teto 'd e,'. './~ : : ; ; t i r ade i~~ i . ,~sped~as '~ ·~v r~df t s : : d .~ IgT~ja ,a ,9 , : J(3;~in9ja}\ .· . ·.. · · ag -u iab i f rOnte v •corn ,a s asas abertasari te 0,Plflpitb 7 ' , .r t a - ' S~hta : Casa' d a ,M i se r id o~ d { a .A - s ~ d o e s te l 'Bob 0

b-la~~{.esp'rai~~se.OJ,Recge , ~_o/das~riO":bqt)~~Iido~~:

ilha~e . a ' p l~ r ic i e ,- e s c~ l ar ia~ / OS"1J lo rr o -s p~ ' fi fe ; fi cb~ :

As.l t1,zef tdo J~to l ' .g irat i l ,;c6In .~o .r ig9r d e 'p l ; lhetas"mar ' va i destruindo a s c asa s d os M i lag re s .

" - I ' ' 'I,' 7 ,

'\"

<

: > , ; : ' .'f

1 . .. .. . 1 .:.1

( . . : . : _ . . ; "

" .' . _J

- ...- .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

..

Page 53: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 53/74

'; •.. .i~ 'J , • . ' . r _ < ". .

\--.- Quantas vezes, Mendonca, \ A G C e tera feitor' l f ~ " 1 ~ ." _ , . j , I r . . , " " .

'·essq.yiagem,diariaeptie:Recife,e Olinda? Nao tern

)tifnbeniu~a fQlh~ "de.papel, para marcar as: via-

g~Ils co~umaet1,1z?' Hatresanosc meio sua ~ae

\-","fal~ceJ. Quaftemsido ag(_)i'a0 impedimento? Voce.

, ,·~e,'visitaiS~niiabJe.tivD,·h4 virit~~~e>itoahoS, " :1

" .:' .:- Para falar avd'dade/~aome habituei atIld,~'a. ,\ I .. _----.... _ . . _ k __ .

-: r tdeia decasar-me.Esses arios todos de convivencia-r->, . ci)ml~ela...( . 1 > . ; , 'l'~- . '. "", .,'.. "

_/';_L Por qile'!loiv~}I~cQm~go~ndio? Qaste! minha

I.yiqa,nessaespera ?,~ ,.,.".

~~.<"(Aparece~na sala urn escaravelho, voa sobre

i hleus~retratos' Ibate n o ret;ato,de Giseld; aostrin-: . - . ) - , . , ' _ . . '_ '> . \ , . , , . ' " " . .> , _ - . . . : - . , " ' \ " " {._~

..tac poucos anbs, cal-rio chao~e~petria:s 'I?ara 0 ar,

soergue-se. t(~{'OsdoisemudE;reenios;olh~mo~ suasr " '.. asasmembranosas, de urn azul quase.fosforesoente.

" ',:Outro, emais.cutrovvem do, corredor.tambos-cor

".dE{lafanja:g()m,bre~~~lp~n6has'negroas .9PfiIl}~iro ". '.'

ergfie VQO novamente, todos se entrecruzam, batem

~ n:~s.badeiras, ria la:mpaaai na-parede, no ferro do

, v • ptaro, vao-~epelajapeJ~>I C om urn estremccirpen-\, to, 'Giselda eruza as.maos.. ...., ~I . 1,. "

(,. . ;~Nao possoevitar: desde crianeatenho pavorz . \,~ . -

! ' " ,. j

desses.blchos .. /, . ~- ~ .: r

(,. . " , -: ___..- :; " ~ I • 1 > - . ' . '

._ . ..~_lnjagiQe se voCe vi$s~ algurfi inseto caver- .

-. 'hicola, sem olhos, comas antenas maiores que'os"I _/ • '.,,_ f 'y . ~

eorpos.: -r-,

< .' . ,:' , -', Nem queroimaginar.: ," " '

" '/ .'~~~,Ouas formigas .proeessionarias 'africanas.

. '., Erram at~aves 'das: savanase florestas, devoran-.:) _ .. ' ! '---- ,

I /; I I

,.

I,_\

./I', ,",)

.<

" ' )f/

.do asplantase .6~bichos,' A t e .as ,arvo~esfQgem- - . • ,,- " " .~ ~ I ., I

espavoridas.", " .. ".', .." , .';- c : "" ) , . ," ,\" ', I

_;_:Peco.que .nao volte.afalar nessas eotsas.. ., \. ~ ,-'

.;-' E urn assunto que .ninguem 'pode ignorar. '.il > ' -" , • . ( ,

Estamds naepoca dos insetos: setcccntos .ecin- .'.,

qiieri'tamiLparll1)hi'm,ilhi6 de.especies artimais. ).

Avioes rebocaram algtImasred~s,feitas demalhas

finas, fizeram uma Iimpeza entre quatro mil e vihtei . ._ - - J.. _ ,) '_~' ". ...:._,..'

,-milmetros. -Onde 0 ar.erftais pu~o emais deserto. .. ,

,Apahharamltrintae'seismilh6esde Insetos.Trtnta;__ . . - ./ - '_ , ,. . _ \ _ , . " , "

eseismilhoes, Giselda, For isto euhaviaconiecadoa formula-r uma interpretaeao para-e casodos vidros, ), .

fraturados, Acho que-s,&a~lesos-piov6cado~es.~\ .'~ ) . '..._ Quem? . , ."... '/ t, . :' / ',' LY, ..~~,') ;'_ 1/-" . "

-,, ~,Alguma' especie de insetos .que eu .chegarta ',.~',"< - {i _. '-_, "'" :: ._

t~ly~~.,a [dentificar. 1 \ , 5 fraturas.eram ~xcll,fsiv:a"C" .

mente naslaminas cxternas.Tsto e',rlo v id ro .Ga lo .L

rex. As ia~i~asJrtternas, a sA th erm C t n~ s "qu ~ ~ db \ ~ ~ .~ ,apresentavamdcfcttosverapor causa do' que, ~e~~i»>cha~a "impacto -rnecanico acidental". Ora,nao.; ','

, '.> '. I: _/ , ' ' _( -, \..._,. :'-

.existe nada, a excecao talyez de. urn burocrata,

cujas reacoes. sejammais constantes efataisque ,'. - ) '~I - '- . ' "

urn iriseto. 'j . . . < ' " , . " ~ , ' <-~r-,

,._._ Certamente, Mendonca.E vope e umjexem- '"'?':

plo,: por. rnais qucpense 0 contrario.iNosseus .: 'I)

primeirosanosde emprego, olhav~ pant ~~y<:)o'ppa-' ,

~, ~J;1ei~oscomo ~eest1vess~mexp<?sto~a urria enfer- ",-,,,- /,

',' midade contra-a-qual voce era. imunizado. Como se .J : )." , - ~ . " -. ~ '# ' v' I~._ ,"

':/, fosse,possivel'atravessar'se'mperigo umcampode '.

~'"'e'mpestadOs. Filava nos (p()rtOe~ que' iria fabl:i~ar,'I..... - '\ , -, ,.- \

\ .

j •7" . "

" j:.. .>

,., !

,., ',";

, ' )' ,'

, ; . . . . r ., J ' ' : . " , _ - , . " .' .

,/ r, , « - ' " ,·~ - . I

,), ;,

I I ')

.:

/- \" \, .

Page 54: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 54/74

. \ I , " ' 1 ' : : " '" \ , ~ " ' . ' ; . " '~ ; _ ~ , ' , '- . '" , ~ ; ,· ·: _· ": c- :' . : ' · : ~ ": , . i . . _ " , ' h . .,:,,.i,( ,

nas,gt~~e'$,para bfllco~~;,'n?s::s.us,t~n~'os.'~ara)a~r0s,i"" ~" \

de ,fl~:re's."FicavaIl)os< se.Qta40s',aoirl<:~~a,-j:Untos,'eu', ~'.

~:b6rdanfao\' 0 '"nosso enxoval, ,voce. de~eQh:a17do.{)s , r-

,~. \ .,::1 :,' " " > , : : > " _ , ' , ' " , " ' \ \ , ~ _ , ' .r; .:,_ .. 'i -._ "- :""",:-,._,~ . '., -,

" , :, ob je i b (g J epen s~ \ t ~ - c~ a z~ r /p~su~ i t ~ )e1J;~~q~~~va,i ',um'rumOf'COrtlO,Q que fazem.os relogios':depare~e, ,

I i ' "~::~nte~ -cle;;:1dat~'llo't~s,~.,.E~a:voceme-sm?~'ge~ahdp~e' Y"

. ; > ' r~ ' e V i s'8y yentre,()utto,.,i:~o.'n:ais tiWd;1O_ll1em,oU-,

;( 'j'tt0 ,:umtipr~made palhae, de barba~te,c9-~ s~1.tIt, "::~,~ ')- ,'','' "_'1',/1,.,, ",-<,., " I, :~' - ,"" _ -.~ ,.- - ', ,_ '''.

: ,< . " , ;/yo~abttlario, r'edlliidQ~e: sagrido: requtstcoes, 1110< '

.',~~ae)_os:rrequ~timent'o_s, autos, 'instru95~s, ,alineas A . '" " - ' , '~ ' v . 1 , ' , " . " , : : ' ' \ ' . , _ . . , > , , . . . ' - - - . .. , . ' ,~ ,y';"p=-~aniorafos. : -_, ' ''-c~'" " ' >

,5, '" " I" _ . ,

/ ,c, • ... ;' '~"E'possfvel que tenha- razao.: Uma coisa,• )' ", \l - -, ! r.· , ' _ / /-' \ ~ .. . \ \ (

" ,,\, ,:pb\em'letl'c~b~s~gui: ,pel~,sar. Fazi~ tu~? I~ue )e'ra:/ , !

'"preotso fazer; 'mas apenas corri as rnaos. Por:",q~ntr0,

t : /' .alheio 'a mtnha-anvtdade, eu zombava q.~s obriga- ,l - - ,

" I ,) "<;oes. 'Ha perpeViejos:go-mato que vi~em ate U I _ l l : '

'aHo!seq{ cabeca: Todqs ospleu~c?rhpanh~irds sao,

< a;sim~ Eli nao: Nao:me,compap:~com clcs-Odeioe

,~,'a~:spr'ezb~q~~le~ pobres de 'e~pf~'itq,que ~_,trib?~m'., - ,, - ; ' " . , , :- ' ' { . " " " '" ' ' - . ' - < . ' " •

_.," -mais' impo~tanc;ia_ as ~in~tru9?esque ~81prop,f1?s: ) ,

Desistii~lIh todos o d ' e pensar; ;08 'r:egl:il~tne~tos .pe,n.:,, ' _ " v , , ; ' , ~ , ' - . ' , ' \ " ( - > ;) I, i, '" ':"

sampor eles.'4-q:sentar~se nas c~!teija~, sent~~ que

" f ." "'repr~&eI1,tm~\qII?-~titui~ao;'qlbs~ ~~\~~~Illos~nt~db/

?'-<eu.i:,que0 Paparepresenta ~Jgr/ela.Sao mto~ave1s~,_,

- )j1~~rtio~e;iat~.Atra~~sdeles ~sC6digos setransformafll '~ ", , ,_ ._..' '-, ,,' '/:_ "" _ ~ " ,,~1. ", I, " " ~ . ,\ ,~

:i~,·.)~tn,' ~9ao, .~qwitquel'.coisageceg« e ,d~ '~o?cre,t?:

.;_Unlas~ht~fl91r;Todo-d~s_pachp, todo 9atimbo, todo

,'~~l~ ~::\lma~en~en9~ necessaria einflexivel; 'urn a_to

'I o iu~ i : : s e~p~p n~ ,~b r~ga t9 ! i~ r f !: e n~~~"qu~ ', l1 i rt&~e~~ ,"~,!~ '': , -.-/ .\ ' ,j-~ .-I ,~,'~( '\

.- 1 } •

I "

, , ,\ ; "'\" 1 ',.,1

,

/.,

I r

'" \I

,\

,(.. .

- \ ~:.

)'pode ,violat-;sem ~perigo. /P6~isto eRc.me.pr~ndia"

Jtarefa,<dasja,ne~a$:A~,~maq6ha~ ttnham formas qu~

,naos,e assemelhavam aselosnemeaftmbosEquem

'sa1;)~se, att~ves desse'ttabalho; 'eu nao'ch~garia tarrt 7'I _~"~_ - /

>, J ~~m a r~stauraLoq~e-houvecl~ni~lhor:elp':mi~?":i(~S v~spa s>~ r t _yene t l am '9s poreos-do-mato' e

levam.:ho'spara.'seusrtinHos~ para.T{sadas~'Suaslarvas: alimen tam -se ap~rias .de caca .grossa ~'vi:va, ' ) ; ( ,. ' - " , , -, _ _ , \ ' : _ ~ '~ " " I ,l,,\,\ "i

_ B e l , ' depois: dehaveraberto 'umfunel;' s~pldtari 6'porco, depositar.osovos entre os.seusespinhos e

" -, - -. ( ',-" '- " \- . I '\

fec};1aJ,!;'Qunel, encontrar a eritradaurnbicho igL(al '- , _ I '! /, " , " , > . ' , . ' . I - , , \ ' ,.-' "..-' 'r- • " ~"

\ao que acabade deixarabrira novamente a galeria..

voltandoa fecha-Ia.quando: viro porco sepultado '... L ., . ~ , . -" , ' , , ':

'~ novameate a a , p r ' i J a -ante 0 -porco insepulto;

repetindoeste j9g~'~t~ cair de fadtga, .incapaz de, ) - ,. ,\ \ . .-

, perceber queexiste urn animal enterrado ~outro I

\ I '.'<1 ',", II ', --.> ' • ' < _ I 1",sobre a terra.) , .I '

',-", 1A~fraturas 'nosvidros do predio nao ap:e- '

,,'~~nt~va1f 6Fiel(~a9a.o preferencial ou distribuicao ,-

regular: Mas ha~ia uma ordern, uma mecanica, UIp

'compassocomo 0 dosinsetos: em' todos6s andares; r

do, prirneiro-ao. ~ecirrlo,'observava.-'se "maioi:.fre-'

:qg~nciaae janelasfraturadas no segmento Lesteda "

, face N(Jrte~I1o segmento Norte da.f~ce-oe~te;

enoI ..(, ,: " '" • _ )",~ I -

'isegmento Oeste.da fade S u I . A frequencia.dc'vidros I,

, ' , , ' . ' , , ) . ' , ~ ~ " I ) - ~

fraturados diminuia gradatlvamente em.direcao ),

oposta.a c , : ; ! c t a l;lm,-:de;ss,e~egmen,tos",' " , " '

, ',' tJ' O'de,cabelos,:gri~alh9s-p~~ece interessado, , ;J ,/

" ternoar deum paiqueassiste.o filho prestar'bom' I ,(

.('e, x i , m " . " 'e ! 'j ,,'\, ," ." " ,'. ' ;) ',,,' -) , '"

, . ,.\~,.

j : I'',\

;,

'.(

-'1~i

/)

" I • ',.-

r »»

/ "

f . : '

I_

f( r .:

Page 55: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 55/74

> . . : _ _ _ _ , E a.face.Bste?' ': "~ / ',>,:

.s:,A faceEste riao eprovidade JatIel:ls." Mas-~", ~",'-~\_-,..,/ , I J:' " ,\.;: ," ,,~ '," "

, tudo.tndtca-que, se,asposstlfsse?as- mais-'Mi~gidas!

, seri~m asqo'segrn~nto SuI. i;>6de'lllui:to binrhaver.

) -algl'itn rnotiy6pCar~,quea,espe~ie ge' in~et9(s: res-'

'pbdsavel 'pelqs-estragos nos vidro~>ttve~,~e inclina '-

9ad;'pehia:~~~sJ~'esquerda(4as sup.e~ficies,~y~_i;tjCaiS; /ehvidra9~das./~EJ1!I Lima houveurn: edf£feip\ onde'

seobservou 9 W esUlofEtn6men,0: ,E.~s abell_l~s,tl~QI:I (", " , :,..,' ,-,,"~ , ''''

executam, para indtcar a.fonte ,q~'alimepto, uma.

dar9a':C~rqpl~:xa_e exata, 'rrl~~ionada'c8~,31 p()si9ao

do' s01?' Assim, oslnsetos e _aagu~ seconjugariarn

,rpara arr~ina~ opre'dl~:A t1tul~(deexp~rieneifl, ten- '-tei evitar a ~rrtrhda, de,agu~:tpel~sgaxetas,~edando, '

~ - " "~ / '_ _. - . \ ..

" a § bordas C9l1}Aasticiue.~Em~Jgurp~sjanelas, man-

, dei substitufro parde lamlnaspor uma-solttmina

: t I e Calorexde seis.milimetros de espessura.fixada" I '. -. r, ',__ I J ~

corn neoprene.ou cQm-massa riao.endurecfvel Ig~s,,'

Q6~-bagueta.V~ja bemvnsjanelas .substituid~s c

nao. ti;atadas:¢om, mastique .apresentaramumes-

P~9tro de u~idad~ na superficie i1:;itei!Tadasga'~e- 'v,

, tas..aa butras~esistiram\a penetracao' da aguaJ Mas',' ',( .' .. , ' .... .: " / -, '_ ,- , '" (, r : ,,-', , \ '~ ..:. ., \'

i tanto umaseomo.outras continuaram aapresentar. , - / . : - - . . - r : - " - : - . : ; . - -

, ,'. fraturas, 'rraquele mesmo ritmo,: Em '§tlguma~/zonas :.fraturadas havia restos.de m~teda organi§a. I~tO'foi '

provado em ~x~mes, de laboiay)rjo.rEJ1.tao-pus~m~ )

a ler sobre.Insetos daninhost-Os qua-rransmitenj/ . ' \ ' . . ' i : , . ' '; -l .;_ \ ' __ : j j" .) I ,

'a peste;'ocql~rai ,0.J i f(») Q traeoma; a~ dise~teria;s,_:,

os 's,~gador7s'd;es~iva~,des!rpi~ores,de fnl,to§(;-oe:..",' 'dores de sementes, comedoresde folhas, de raizes,

- -~ " ( " , ' < " ". r .. , " , , I,,-:-:~-

' ;, ;, r "

" \ ... ", . - r~- ,

?~Xi11in~igo-sosanimais dornes_ticos;,o~ que inva-

de,Ill,conJih?nres e flagelam regi5es'Jrtteira~. Nau, J

\'enp-bhtrei referencta :vner;hmn'qu~<desiniis~e, os

/vfdros: Ma_I~prendi uma coi~aqtieine arordoa. ESles"- ._ / " , - _ ' , - - , r " _ - •

resistem a todo e,qualquert6xi_co e serao, uni.dia,

os 'senhores da terra: Nao e ' sern motivo q ~ e voc~,estremece quando v~ urn ,besoure., . --, .8 Que .importa,se'.:uao. existirei-e ,se de~im

",nao haveti 'descendencta ? E u Iseguia 1te 6nibus, /_

,quando V I opas,sqro:,voou'sobre,ar,elva e alteou-sc,'I . __ ' /" , .' , C, ' ,r . _. _ " . ,'_ , \ ' ~

epiaire~a,o a,igreja. Fbi nesse dklque o [ldolescen- ~

te apareceu, .suas campainhas) soando Q~1h an~griil ' ~ : '

noffigido sileneio desta sala, Eli: eM,endon9a tf-

nharnos 'os ,9-edosenhi9~dos;estavamos assirri-ha

rnuito tempo,semJalar, enenhum sentia a mao do'\ 1- J. ,

outrq:EIltao eI~ ~urgiu,l0-endon9a'a6~,de.zessete

anos, como surgiramhri poucoesses /besou;oSc.

;.~")Entrou sorrindo, abriu o.piano, correu-os dedos

, p~lo teclado.jiergunto« se f~~OSi casat:.',_Me~don9a

parecianao ve-Io, respondi que sim, ofereot-lhe-umcalics. delic6r.' , , {',/ .

;

., ~yI ~

(I

,>, , '" I '\

,-"-'Voces,ja estao velhos demais para comecar / ("

algurna coisa. /, ,-' I I

)' - ,(_ . -::; ~.._ __l.;_

,,8 Foi nesse.momento, .riuma ilurninacao, \qu~ ,""I

p~r,Gebi,~(inha ruina. Estava}1oiv~4a vintee1qtfatrO' C

anQ~-e Iqe'~modo-algu1!1~encionava ..ainda casar-me

~C!omes(~ ~bm~,rn. E u j a"0 'decidira. , 'E ;nao sabia.. ,_ .Quc tera sidq feito de Raquel.? 4~ _ / ' ,

I 'ti Ouvi dentro, d'o hornern, CUj0Solhos feria~ ,

,~-com despre£6 e nausea 0:'adolesoen te um~rtini()r~'~,.; c., . • 1 "'" , " ,_ , ... , ~ ' __

, _ :', I

\ ~,

·I,t;

, .J- "

/. \

,113 'r. '-

( J, ", ,

I ' , > , / . ,>, I, .I

"

, II

\"

Page 56: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 56/74

, , I 1\, I, .' '; , ", " _", ), " " ' , . ' : ~ < - : / ,I, ,:-

, .' "de mola ,q4es(i part~ e' vibra distendida, abaJado:: --

1 ' : 1 ' I, ,L }·,~ng~t.p,~;p~~~f1;lso~j?ep~ego$arrancados. :~~s_p~n(.':1 p!2lu:elu .yozquase .inaudlvel: , ., '> ,(-- "

,>~<?;;' ~Na(),;.sei:que'm eraRaquel-;I,_/,,(t "~ - i - " ,> , ,',.'1

'_....~ _"__i ' ~ _ ' ' ' > - " ' ' ' . ,-_ t " _ - ' \ '~". ~ ,(C " ~ - _ _ ? _ ' , ' - . , . ' , _ _"

"rl,;'X'.~!~"-.~'Gqmo-',:n_ao~·sa,~~t Lerribre-se., ~,<?i fla'luele:--. ";. :,.,',-:'i:~:an6,',d9go~depois"da'Guerr~~ ,qu'alldor~~Lvetan1_ a';, L ,

, . ' ..~ ~ , " ",. ' ~ ~ - , - i ' '.' ,,-" - <;

, _:'Festa do Frontispjoi«,' naIgrejado-Carm'o.~Ade'- I, ',:,J , - , ' ' " - '- : .> " " - , .-l·~-';· 1. ... _ _ if: C \ , . - : : . ' . \ "

YQgao~,da i ii l~g t : :r ; n"n6 l lich9 da.fachada.: T9clos;de {:: 'j()emo's:sO,br~as tajes\ doadro; a_nbfi:e;lf~zand()"a,', ' "" _ ~. ' __ ,~ ... . , ~, , .---- __, ~ - . v. '. '« " ,

~.ladainha. Como nao.se-lernbra? Elaestava junto." '. ('. r .' ~~ ... - - ' . " I;_';, _ ,. , ., ~,' .

'I de\~Qce. Vocerezaya'dos~(:l.entes'i)~taJ6ra. Pensou.., '< . . . : ' , : ,' . , , /. ', " ~ _ / > , r-- ! \ ," r· '...

"",;quarldo. ela sorriu: ::Eum;11niparigq"; E,ficou tre-

'~u1o,:;NaQ~ol1Heqia,mulher.,;', " ': ", \,

:" (8j~o meu lado, 911annho~4~'l{fet~is,~ra~}J,tflil -,

'hltido e m4~s assiistador-folhas'de zinco q6bradas,

, pelo vento, ,',\' ')(, '., ,," .' ~ "'

/' , 2"Nao 'conhecta, 'Qisd1da~ .Foi ela quem to-

\ mou 'a,mao ~de1e'e -chamou- "Vamos", Sairarn pe1a '

" ICanIboa do Carrno como-narnorados, dobrarain a'. . ''',' ,.1, \ ' . " •

Jffavessa de Sao Pedro, cruzaram o Patio, eutrararn

,,:por't:m ~a:tagal, ficararn n~s'lEl~f6rrou ovestido

(' A?:capim.Ele p¢ns1a'Vanas co.pra~,-,~~s d~i/tp4-se; "

,f"Quanq,d explodiu a, grNln,do1a, Mendonca estava "

sentado e so entao viuo cqrpo da mulher, estendi-'

" ,i(io no/chao. Debrucou-se, qiseldai~ bei}6u~g!n~les .

I, I ,pes) ~mpoeirad?s;'Entao,c,?,meg?u a, chover, Ele

" '~ ' 'e " .•del tott.ie novamente e~dis~¢::',','V~r:no~fj.cal"~:q_tif, ,~Raqu~t Vamos 'hascer sob a chuya; 'como duasr-

_) . \ < " _ _ " '" , _ r " l .,.sementes", ' " \ -',

I r:

,~, ~Amaranl"Be oufravez?

,,;:',,_;_':st~ . AmataHt -~e outta ,vez'.;, ', "" J . ;," _'_ - ,_ '''., r:' '.,I ' ': ,

\',

, \

i"

• ,.j •.

/i.,·1'-:.

"

I

., \

' ; _ :' I , , ' :j'\,. . .;; .:' ' I 1

l , 'S1\ narrativaexaltara-rne. Mas 'eli nao sabia se

:eta.-o:',ac.o~tecjmeniQ \~6u?-1~!6prld,M,end?hgar,quei

me comunicava 9:ardor' do's .dezessete aries. .Scu

.jubilo ,a:deri-d':rtudo, .os rnoveis p~reCi-aIJ;1.mais ,no;.

\\0s,~:s~1~llpals_ d~ta~p pian,aressoavaas' palavras

"Eing*das' com mais forga.~te/sua perf1di~ l5;i14iva,"

-),

/ " """"

,c?mo~'urri ,s91.Naquele.Instante me lernbrei do pas:-c..

sa:c{~-"\h,ot:l~ra-o esque~id~~ e a?heiqtte devi~' ,

-,evoc~t taorarp ~-<simp1~saeentecimento.. Vou de ,,'

oBibu~~Ao.passarante ,0 Colegioda Sagrada fami"',<,

, Ilia, urn' passarodesliza .sobre~'a relva 'e,~~ergu~ndo',

voo~orienta~se em direg~o a rosacea=da capela: r,

-,,Gorn 0 movimento db onibus, 'ha'J urn irrstante, ' ' ,, lima/ragao de segundo e,m,queo vitral ~h*m~ja, ."l

reflet~rido 0.sol; numa palpitacao b-reve e cegante,'No centro dessa chama Jesta, opassarosuspenso. \ /'

Ofuscada, nao mais 0 vejo etenho' a impressao de \'

que e1efoi consumido por aquela puIsigao,'engolido '

, o p reduzido a.cinzas pelo vidro em fogo" ", " ",

, ,.'" ~ Podemos descobrfr defesas conttaa" agua, .

,piseI9a.':M~$.nao_cQntra 6sinseto~:J(rstamebt~por:', l

serern taopequenos;tem, probabilidades en~'r'mes I

'de.sobrevlver: Matam asedenurnagota qagua; rtu~" i,.,

fragmen!9 depalhaescapam as .inundacoes. 'S6,ha 'uma esperanea.a extincao de numerosas form as

, z : ; i~ ~ ~ o irec~didape uma .tendencia parao :giganti~~'

~rj:'~o:.'~res~ef' ~par~,e\es, t~~nimlg Q ) / m:i.~,'fatal~queos passaros,~s batraquios e.os repteis, Ne- ...,

\L/nhlJ~~,espe¢i~ de. mimejisino os defendecontra

fict9rescer muito.-E iriumeros inretosBstao_ctescendo: j

~'7~/:' ' . , . 1 - , J , '

e : ' \ 'y ~ 1

I ,

"

- \ "!1

, .7~ )- ( .

~i

" - \\ ~~--,,,-_--~----. . . . )-

/ '

Page 57: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 57/74

~" ,\ " Y. .' _ ,,, 1 _ " - - ~

•Descobrtrnos, ,esmagados'coptra, \tma.>lanel~, :

, doi~Qdona,iO's.-,Suais asas.; clieias, de, nervuras :", ,J ( i" 1 ',,' _ . r--I , J

J~r6ssa~ como-veias.reram 'malores que-as deutnar- _.

~- andorinha.' ) " \ , -', ! " \. "\, ' ,..

," \'~Os doisantigosMendonca, hoje.taosilentes,

,J !, 'y~gtie~~se? dao.~me",~?,~us. E s~mpre assim: hU riC ~ . 'I

, -: (, Isevao ao m7§mO'~etnpp':est~;Meiidori9~e os outros,

" " 7 " ~ , U h c a .ch~g@,m·ju!\tos e'/'eles"jamC!is aparecern

, / 's.ozinhos. Nasolcira, o-mais~'Joyem se volta, para, !',o: velli»: ,0 , • (,-_~ , 1,\: I, 'c ~ ; ,,' '~ , )

, ' : : > \ - , - ' Na~ s~aD6~ insetos que invaairaq a terra.

" ES !11l QS burocratas, Mendonca, Ima:gin;e quemun- "

'do.Depots.de trintaanos, voqe-nem)equer~eve de"._,' quem se des'pedir. 6 ),:' , ,~,' . (, ( " ; ' ,

• I -, , , ' ," _ _ 1.

-' " ' Y:Elafecha a porta, senta-seva .minha frente.Em baiIdos espErs~o~;-verdadetrasnuvens com a, '.' ,_ ',., -', _, , I . .

extensao de umacidade grande, alguns, sem motivo

plausivel; cruzam os.mares, percorrendo. milhares

, de quil6m~~r6s, ;]_t~sedissolverem. Certas especies

nao,cbmemdurante'a mliragaa, conduzldas pot urn

impulso maior d~,que tudo e compost0 de todos os< , ", / " ', " " '! I r ,r -, ~. ,_ _ \_-. ~.

, 'impulsos qve cOi1_st~tuema sua natur)za: ?ome~,

r- '~,' 'cruzar; repousar.-tudo sc transforma'ern ir-O bater

.:» ' Id~~mas asas-pardas ouve ..sea.disrancia. Na9 s~i

I maiscomo eo rostode Giselda.' nem o.descobrirei '.

'~ess~B,'tetrato$'or;deelerse desfez, de mechasobre .1/· , , _ ", .. ' ,I ,. '

, <a'te~'t~(a'Clara Bow?),domfrarijanegr'a,rulva, de ..

/ ' ;:~_'~OR'r~tlcylha~,aI6ts~de61ho's ·espanf.aeos, pa,rted9 ' -,

• )r?Sro,901Jerta' pel~cabeleira loura, E ( os cantosdos ,

.labios voltados pa~a baixo.Tmitando nao, .set .que-" ,J,

~: , . , :

"c./,

i t . .. _ ,

. /- :

, I'I I

z " . " " /

, eelebrfdade, seu ultimo iadlo,;liame' final de seu ., . ',,- ( ' \ I, " ' ,_

~.',e~pfr~~o,co~ urn !y-u1}~0!nais alto; ondeaspirou'

vtver mEtsmo.~depois deextinta 'ajuveritnde.

,;'/,) - ,=oc.e(acha/'Gi:seld~,;qu~ '·0 .ternpo traz

"oDrig~gq~~~ ," ,,',', ' , \. / ' , - , ' A C ' 1 ) .O que, qua!)-d6 naosefe~,-,substan-' I

<\cia, -tudo e pretexto para'negagoes.\!oee foi tim,'\ fracasso .. · ". , , / ~ " ,

. ;...._Devia ter visto.o problema dos vidros? Ate. 1 . . _ - \ , , . ' I

, deslinda-lo ? ..', ',,'" ",, , I r' '.!. I:: ,

) - Devia_tei-'se ligado realmerite ~ ~lgtienl. 011' '

a alguma eoisa. Voce tern .vivido como) t i J r i doido'que.passasse vinte, trinta anosnuma estagao< sern

..,decidir-s~ a to~nar 0 tre~ou ~fvoltarpadi-c~l~a., "

, /-' Be e isto Q que pensa de mini, acho qu~ devo /' \.;J ir embora', \,. - ' '--. \ ( -

,.

\

'. -,-, Ra quatro anqsqlleriaro~perest~noiva- __

do. Desde o dia ernque' 0' VIaos dezess~teanos.,'Lembra-se? - ' , "

.. . . _ : _ _ . / ')

" \ _..::_ab ~; .'r: '___ , " y -. (_... • I" _._ _ '. ,. ' ".

\ ' '- 'Contei 'a hist6ria do passaro R,ue'VO(Htate'

, a 'altura da,rosaceac~ que desapareccu dentrodo

Qril,h~-de urn vidro. Voce me -olhava, com, semt

/' - o lh os ~1ia~e de _(Jri~9g:, COP l o se,euna~houves~e

c~~cl:m\d5J.~~ltao voce levantou-se e; esmurrou-o .. ,

./)'01' como se, agi t~sse' umapO'r9aO de canipa~pha§"

\ oo~~ ~e batesse eIfituPQ~.d~prata.>Nao se Iembra?

.Nealium doS:doiJgdtava nenigemta: Vooea:briu a

porta, .foi emQ_ora)com as suas ~Gampainhas, voce ,,'

d~sse tres.ou quatro palavroes, apanhou 6!chapeuI • I

, ..

-, '_ ,

I17; )"

' , " _ -

I '.,:

. »: ~1 , . . .

v L

'.i."

.:» .,.(

~J, f / ~ . ! :,'~ . . . c.

- ' : ' r I) '\

"--~

, ,

Page 58: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 58/74

.;. . ~ ,

r • \ ' j ": '" _ ; > _ .. ', , ,,'h I_. j /: I ~ ,

( . ~ e ~aiu~sem despe9ir~se; c9W 4 ~ z polias :zu~Qirydoc : . "".. .' ~ . .,', ,.", ', .'" r! ,: , ( . ' , ' ' , , , ,' . ~ ,' ,, , " . '" ," " ' " ) ', '

" ',;,ho'seil:coia\;ito~de po. Nab se Ieinbra? ,"/', 'I,' /';

. -"iNa.O':.·Nabhouve nidadi~so: .• .A.. 'c. ;. 7'f'~

'I. " 'Eiquei':~0;inha,~escP,tand9'a~n,4a:aq~~1~, S S m , l / . ~ / .. ·\cl~'.prat~,):q1.le·'r~RerO~tiapelo ~corriea9.r; e ~$:~,~verei:' .~

, , . ' " . , . ' . / • I ! . \ • /"". ,-- 'A __ - =>,

',y. a mim mesrna que nao'me casaria com voce, ~,qlle' ~

,; s,o'a e sp~r~it9a de r~.Y~;..lo~o"s~:zessete aH(~Si'P1p ,e~ ,

'dfria';rolhpereste notvado .~Qrit6~voce envclheceu, ..

"":,:;"Me~~9!l9~!'POrcq4~j~~6?u,9_o,~ag~~~<~ ~ u a'~lma,../ I\ " ra:n~ido:-s'de,ferragens?" , < ; , ' " : ' , If '~_f -' A -.

, ' \ , ) . , ' ( O s ' , ipsetos'1Darep~~ .cri~9~0 de ::lg~~ genw'

I ~ ocipsb e;"imagiw1livo. Oorpq~ csferlcos, e~~fo~ma .; ,

v. ,de'gt'avetbs,'desyiheflte~;>~e,mo~dqs,a c~~1Je~a. [

, < ' ~~l.otigada,:.com;Q'fapa,~~teros ;"~de;'asa~,e~cte~~n~as

,~iiincrttstadas no' dorso; arm ados de pjn9a~,'ae / ( r. . _ r '.' I I _ __, _ I, _(

\ hroc_~s;sle a.gl}i l l \oes , ',q~m;ind lbu l~s · ! .o l~ i ,DsJae~-. >tadosante:da§" a " s ,pE)plas,qufJas, ou longas,,'qu

,\irlconti¥~iS<' ~egros,' coloriqqs, inudos,~vozes,"'da

iNoit~ c~ht~res'doVer~o_, ut~is', preda<iores,habL. " ' ''I. , : : v - - - : : . _ r, -:. t c-. , - ' ""

\arttes~asaguasda"sllpetfiCle, das pr9flJnde~as~ do > . .'.·.·ar.elcs mais d e /que nenhuraa au traespecie viva, tI,j ,,', ," , _ ; " ~ '. - \ " ' I~ ,

~ sondam is;-possibili~,ad~s:doll}uI!~Q.) \. .: '~.. -, '.

" r. ~ Dev~mter . - S J d 9 / esteS:an0~ todosde- res~'·.' I

s ,e ll ti ;h e ri tb 'qUy .ma t a r} ii n ·n > q u e ' li av i a4 e ':m~ l 1; lO r ' .

. emrriim. \.,".-- , .. ..,. ,

',- .:\~_ Na~cexi~tem .mais oidades :inexpughayel~ ..._..,-".v ' ) - .-,. .- \1\) ., ,' " • _ '. ' , '. _ I

'Ma$.\lm homem, para ser saqueado; tern de abrir

'6srp'.dh6es' ... " ' r , ) i, ."'. ~. '.;,' ';,

,.: . I • '/ ' '/., \ f' ' '.

:'"'~'T~lygz~~uv~ss~g~~t? as .IJ1in~~sege~~i~s~O

esfo'n;Q,_q1J~~~~?~r-alm~:·,defefld~.,~.ao_9-ue~~a,l~g~r-)(

'\,: /-

:r

i " _ ' . , • ~ ' _ " • ' . . _ • . (_ , • . , , I

m ~ ;a(:ih~la gerite.'Nao era 99mo.el~~ edetestav~ o

\ iqt,l~eram. Eup~ris~v~:Pensei'it~~ulti~~ instante,, ~, , .., .. [ '. ' '- \

/ ~e <?_;Ch'efe,sabia.~·abia que eu desprezava.rodos os

, , < . " \,jgest9s~e,Qanic0s. Fo~ F~tJsto querne-confrou 0'

'problema dos vidros. MaScOlripre~ndto' ardile fUi ',\ \ - ., " '. " > · . c " - " ' . r » ' :' . . ( . -,.- ," \_ ., ,} -' : , ~'\k~~I<

~mbota.lhs o paleto.rafastei'a cadeira". ,'I. ,! -. > ., ,- , ' :' , ..,~ \.- , _. _ " "s f r " . ' - : ' ; . ' " _ '\ , ( . ' 1 /.1

, :.',-' ~gora, l l _ a g pte9isap9r,O:palet6:Nem afastar: I , ' ,' ,

o~'s<?fa:Tambernnao e prec~SQ<~espeaJ:t;'-'s~.· .', ,,"- 'i '

.', y.J . ~ , \ '.' /t I

. " . ¢ ) -Duas .~rflIlh~s(sfle.m 'da 'boca .de Mendonca,\ ' , desoern p'~19,ombr9,;~alta.FUP~r~ qqhao, :~m ~ i Q ' : , '

'< )10 p6e~s~\a c,artar:; Matqp~sas i M r [ 1 m em'<'torno d k t ' I'

" lampada'<Pela janelaaberta enthi' zt1mbinld~, 4m<1/"

:,' nuy~m·4e·'mosq~itD\s.Na feITeZi~l)~"-f~ehada.'ap~i-~ ".( , . ,f.... j'

rece uma lagarta, gafailhotos_pou~am -norsofa e H<;l 'F '> "'-> " \ • \ . ) . . i : 1 . - . , _ . ~ , ? "

moldura do espelho. Na face "exterior da vidtaQa .':-vejo tirh'lQuva':'a'-jdeus olha~do-nos. Tries besQuros

enorrnes irromp~m zumbidores. Forrilig~s 've'tiner-. I ,-. . l ' " _ . ' _ '

lhaspassarri por; 'baixo da porta, seguern em fila"'. (. .' • " '. " , ' 1·\, "

cerrada na .direcao do meu g l I~r t~ , .Enorme hQrbo- .,~-' /.;1r' ,-, leta. aztilaQ~J~s'obre nos. Sin~~ p , ~ ,p)~rna'esquerda .',

(~,I·: ' orastrode uma' ccntopeia" ' .~)- . 4 . ' : ' '.j.

" « "> :: " ~ ; - V<?,?~1iaoyoit~ra,a ver-me,;Gj~elda. E m tdade.~- nenhuma. \:~.,.",. - ,,' .. -

'J / .• , ,~ r 1 _ ' / , ' . : . : . : - : ( ' /

, 8 Passa porrnim, -com seu barulhodecorrentes(" • _~" , " ' } ; , '\ '\1 • '1 , . ' 'L ' ".

arrastadas, de arame!arp,a9-o'-ra~ganqOfcquro de,

'bois, .de argola'de rede gem,:endc)"aopeso ,cle'h10rtos),

'~'oprados n~lovenio'.F~'cho·os olhoserecordo os• \ ". . J "{, ' , •. \, ." I. ." '."

, alegres rumores cuja volta esperei em vao ao.longo

e ; ',destes an,oi,:-sin~tis 'd~ colegio, g~i'zd;, inar'i~'as;~ ,""'.. 'J .r.. = = r : - ! < \ ( ; ' , ,I ," 'I"~ ,~, \.- . ._. t. . /' \ " ~~

,\,

" . " . Ji-.

c-' r.,1'

,.,-.,

1.,,_'\ ',_

, J1 ,19

lJ;

\"r,

, ,-

'" '-. '

Page 59: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 59/74

, sonsde bdnnued_o§' de corda, balaneode crianca

rang~ndO'compassadari-eJ;Ite)em sombre ados galhosde:mangueira. ," " , ', ! ',: '

{ -

.>.

r:

t:. I

/

,I; •

\ ,

.

, \'

/ . .(Nove, novena. 4.'~d. Sao Paulo, Ed.

C<?mpa!1i1iadas"LeJra§,1'994)

.)

,-,

'__

, , \

.'~

'r<.:./

. - :;

I

"" ,/

;".!,

, J

. \ .

RICARDO RAMOS

)i

J~ ; : . . ; - - /,

< .

, r

','

I

,. \1 '\ 'f

r .

: - ; ? - < ' \ \ , "I " I

"/ '. -, ' '/ ,\.

., \''- 1 1 ,: 7"-" ot- _ ~

~ 1 . . ' - . \ ' f II. , ,

"

Page 60: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 60/74

-,; " , , . . - ' ,

,, ··."···.1

,

" , .I , _."." 7' :~ ,

[ I '"

:y ,/

-- ' ":.

. fl. .:,., ,l . ....

,jClrCuito:jcclytdo«l)'~.'~ I I .;~ "" i" ,. ? ~ "- ~. ,~ . " " " r " j,; - I ~ ,

.. ,

1,

I ~ ,

.r :

\ '.

.:r ',.- ,Y-' ,:"'"

, , I ( " ~ __ '

,\ t ; . \ ') I •~- " I "" " ,~

.~~_ \/i'qhinelos,~aso,2dE(S9arg~,.,Pia,s~bonete, .A g u a. '_

Escova, creme.den tal, agua, ..espuma,. creme de/. , " _, . " '" .,:!,, :- '" ' ,_,: -;:: ' 0 , . ', . . \, • "

:Z}:)'arbear, pir:~'bel;"~sp 'uma . : 'gilete; ag'iia~'eortina,, '., ,,\. . ~- \- . \ \ . .

sabonete, agU~ fria,;agua' quente- toalha.: Creme ),! j ', -'," . . -, -, I ' : . , " ~ : . ' ~ - " ~

"para,'c,aheio,-pent~.)/~,uec~/cia~is~,· .abotoaduras, .'

,calga,mehls;sapatQs, gravata, palet6.'Qarteiia; ',• J . " " ' .). " . '. • _ . • ,._ ,

( ,hiq'ueis,docurtH~ntosc;dmeta/ chaves, lengp,' re-:I ( . ' l ,) ../ ,(.' _:::' ,.- ," .' ~ .' /. ,

.16gid,.mago' deoigarros; caixa-de f6sfor08.Uornai. 'l

, l\1~sa"cadeipa~'; xf6ar'a 'e pires, prato, bule; talhe'~. " / r" \. _,-" '

. res, .guardariapo. Q~adi9,s.iPa,;sta,. carro. ',GigarrO'(

"""'168£0(0: Mesa e'poI#'ona, cadeira, cinzeiro,' papeis., f,

r > 'I,. ,'i~liefoheiagenda, cbpo:'eom_l~pi~',Fanetas: bloco de'

.; "7 .•.•'( \;iQta:~;~sp,~tul<i,pasta~icaixa$\ dee,n~tada, de .saida, ).

vaso. com plantas, qti~dros,'p~peis, cigarro; f6sford.. , . , . . > ,).-;r ~ " 'r /"- ', r

') -- :;J.

I ) !. ' ' ~.J

, ,)

';_".',

t... I

-c A122 "

\ . _ J

- ' / I . ' r"~

,_ .' ) - e , ( r' '>

'j

-Bandeja, xieara pe~,uena.Cigarro e fosforo.Papeis'; "~I , .

_" r: telefone, relat6TiQs; C-car~ts,'notas, vales, cheques, ,

/ .merpgr~mdos, ,15il4etes,'lelefqne,,\P~peis. 13-el6gio.

.Mesa; cavalete,' oilil2;'eiros,c'a:deiras~ esbocos , d e

, ~anUlleJ.Q~;J9toS,· cig~r~o, fQ~!or~1bloQ9 ,de papel,

,',cane'ta, projetor defilmcs,' xica--ta, cartaz lapis

".• ctga~~o,£6#orQ, ql1ad~o':negro'; gi~';,;pa~eLM{Cr6rio:' ,pi~,(agua. "T'a;xi.'Me.~~,,to\ll~;ajc,~de~ras, .copos, pr~,.

tos.Lalheres; garnifa,~gJ1ardanap~,'xicdia. M a 9 ~ h 4 e , ) " i i ,

cigarros, caixa.de fosforos, Escovade dentes.pasta, \

4gua. ' M e s } 1 'e pol~r0,n£,~p"apeis"telefd~ei r~vlsta,

. c'opq;,de .papel, Gigarro~ :(6sfbr9tfelefone in1:~tno,~ ".' . . _ ,_ ,,--t.' 1

\ ex~erno" pape~~, prova de .anunciQ;{~aneta ,epapel,

, .'relogio, papel, past~, cigarro, f6sf<?ro~:,papel:~oalIe-

, ta, telefone, canetae papel, telefone, papeis, f01ile-

'tq,'xlcan:l"jornar, cigarro, f6sforo,"papel e.caneta,

·'Car·ro. Ma90de 6igarfos,'caixa def6sf8ros. Pa}et~;'{J

'grav~ta. 'Poltrona; copo, revista:" Ql).~dtoS.' Me~~a,' .

"c'a~d~lras, pratos, ',talhe[es,copos,:gi1at4an~pos,;v\ .

;- Xicaras. Cigarroe fosforo, Poltr<?na,J(vro;rCigiirro ",

, ejosforo ,: ' Ieleviaor.tpoltrona. Cigarro e f6~sfpro.:

Abotoaduras, carnisa, ~apatos, m€i<i~\\Qaiga;cilE;,c~, .

.' .pijama, chinelos. Vaso, descarga; pia.agua; e'~c9va,:',' '.

.creme dental, espuma., agua. Chinelos. Coberta,c~m~, ]travessdro. . " ',' . "i .: ~ .

:(\ ~J,

,,

- . .. . < .. . .:

/, .

-,'';-.

• I"~

", "

, /

'" t I - , I ~• '"

.,~

I !

:;"_ '

, . . - -/

)

;/L

i r: 123> /(-

" : C "" " r- :\ :,/ ',

I. -

'"\_.,"'''; ~~_ II'

,'\ (r

f ,~, . -~~ • l. ~ \;.- (.~~

, \

.)

Page 61: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 61/74

Circuito.fechado (~J, II •

•. • (0" ,.-: 'I),., ~~, I :__, < ,~~ __ .

.' .Dentes, cabelos, urn 'POll:CO do -ouvido esquer-

_;.~.. do ,e da visao. 'A memoria' intermediaria, nao 'a de

, : j multo IOl1g~;nem,a' deontern. Parentes.iamigos;....porrnorte, Jdis~ancta,_,~__esyio .Livr:is, de 'empf(2S~'

itirno; 'esquecimento e~'iniidanQa.-'1hi[hel;~s"tam-bern, com os seus temas.M6veis, im6v:eJs,-roupas,

lerrenos-"reI6gi-Q,s','p~i'sagens,os bens da l~nincia,.~docan1ihho, du-efitendirhento. Flores-e-frutos, a, \,< _ :" . "_c,' .. > ) \ \ : . ." • ) , " _'" ,

cada ano, chegando e se despedindo, quem sabe. . , -. , , c t. '

, " nao virao mais, .como 0 jasrnirn no nturo, as romas

encarnadas, os P€s-dB:-pau:_Lu~es,docandeeiroaovdga'-I1J.qle:,·y:ariasvo~es,c~nversando, Qontindq:,~) ,

" " '~ . : - - - _ - : " . " - ; - . ' . " _ . : . _ I " " _ " . _ . , . _ ' , \ '.\cha'-lll'andQ,e seus ecosvsua.musica, seu reglstro.

o atfi~ete das pdmeifas'gravatas e 0 sentimento, ..:~ delas.' A le!.racde ca~90es que forain1mportantes.

Urnpar de alpercatas; uris's~palospretos deverniz,

_ ,I 'butros marrons de sola~dupla. Todas as de~cober-'

tas;,n,o'Jeiti~ode cresce~e~'Efse, reduzirem depois, '

acomodadas.em convivio.coseume, a personagern,

'.6fato),a, aIl1.iga.(As 'idetas, as atitudes, .asposteoes,'.J '., , " , _-: " -,

.com-a-sua revisada, apagada.consciencia. 0 distinti-.• -'." \ ,~ J

.vo.sern cor .nem formate, Qualquer experiencia, de

prbfissao, .degosto, de.vida; quese nivela incorpora-

da,qunca depois, quando e precisotorna-la entre os

'aedos 'como umfio"eata~la. Os bondes, os trnho~.-• 'C As .caixas-d' agua, .osbata -ventos ..Os '.,porta -cha-

> peus, as oantoneiraa.T'alavras, que forarn saindo,./! r : ris9~4as';'·esqlJ_ecidas.Va~apraia, 'procissab,(sab~r

I - ~. . _- /_ , I

' ,"

\ ~.

\.I,/

J ( . ~

\. -,'

de-milho, nianha, ocalor passado nao_adorrneoia.

Urn cheiro'urbano.depots'dachrrva noasfalto, com, o~namoro que aJ~edQn,d'a\Taasarvotes; Ansiedade,' ,

_ _ ; 6 1 1 tirnidez.imais antes e ap6s, sonsque subi~rh pela

,', janelaentrando multo agudos, ou muito mornos, ,

, .Sino, apitddetiem.,Os:rosto's~ aspaginas.tJ~garei,: ,

:lacun~s. Porque naoinstantes? Ass~nsa90es,todas" .' , '. " !

.as de. nad guardar, G -retrato rnudando naparede, "

no espelho.Desbotando, Osdias, nao as noites, sa~ "" ,~ ,.... - ~ ' \. '_, _ , . , . -.

oque; mais ficou perdido.., / .; ',;' ..1

)

• 1

"

./" ,

-, ,

, ',~, , ,

r,

u

. ' \. 1

. ( . , 1 \. ,

. .. ,. . f .- 'I,

'/ ~~,,,1 ,

) '.-_-\

),( ,

,"; :

, I

- ; ; ;,

;" '125

1. \' " ; '_ ' " '

,," •. \ '\"i., .~

: '! ',<

:;

Page 62: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 62/74

lijir~:UiJofech~do (3j '-'",';',~:'_ J / \ ~ ~ c "

. I ,,"1 ) ~," :," ' .( I.! • ~ I ) ' .... . .

.. ' , , ' j , Mu~t(j~pr}lzer,,:Pc)r>favor,'q1)erIverlo Jnel!' $:ildo?' ':'., Achoque sihT,'Que born telefonar/foiotimo, agoif;L •

_ ':,,~eSmI9 estava p e n s~ r id o em v~ce.'PtlrO, ~oin Ige16>,' '~ 'Pa~se rnais tatd~; airrda Jilab,fii;-naD-:e'~t,ap'r6nto;'

',Ani~nlia eu ..igO'~,eidigo~tguifia:C'oisa~- 6u'ard'e·'o·· -,' ~• ' , : , ' ; : > ' ' \ " ' ~"l . ',-'-' :!. ' - .: ,_ ", i; \!

tro,P?·'Pegs~~q~e--:~i~,~:,E~ter11eS)'na01 Jlea p~Fa I I

o outre: ,Desculpe; -nao me lembrei. Vej'a logo a' "

,cdnt~,.,strrr? -]Lp~rta,'- mas 'f-toj~ nab POs~Q,'tei:J.ho-(

'cpmjaPtar. Vinto litrbs",dac()lnpni~YJ\cfio<gu~ n'io; -: t:

;\ "Nas1proxitna\sIeri~s, ·xou~'ate ; l~" de' -ca~ro.Gosto

'-, ,- , " ."" .I! / :J :' ' , . , . .-' _-.- .,'.:,nuris_as~irn, "com-azul. Bern; 1Qbrigade, evoce?

-.-"FeitaS"a:scontas,' estava erfallo."Creib' que-nao" J a ~ j ' \ ,, -. '\ ' , " '. '

. _ _ _ r ' ' , pode}eyar. :C?ntem, aquele'calor,h<?Jechovendo:'

'Nao; filha,nao e assimque ~efaz. Onde esta minha6~misa)lmarela?As ;e~e§,s6qllando iaz frio.Periso'

g~e,na9: V~!h0~ndo, riaquela base-Que eque vocetern? Se ib~precise; 51011urn pulo af. :~m}mh~ eu

.'. telefonoe rnarco.tnias fica logo combinado.iquase.

. cyttq::Sim, ~ u~pe~soal muito simpatico. Foi POF'>:( ~._:') I ,I' ',I ,I ' '0:" '. . ',, , < , ; ' , . ' ) - ,

'-=-.acaso; uma'coiricldencia. Na ( ) deixede ver. Quante

," ~ai~quente~eI1l6r.~N~Q, n~6.ebem asstm, Morren, ,

. ieoit~dd,')faz'qo~s'fue~e}s. V6c~.raof~paliou 'quee.

~>titra?-Salve, 1~ndos,pend6es.Mas. que esperanca.< ' ,, _ . \ ' . ~ 1 ." . - "1 _ ~

< 'N " em p im , n em i?-ao"muito pelo contrario. C om o

~-qq.e,.~u 'vou-s'abeF? Ant(js" corte ocabelo; tlepbis

'passo P9r la. Certo . Pramim, 'qh~ga: -Espere, rnaistflrclerros vamos, A1Li6i"que,.ele Gisse,nao foi no

.: . , . (~~" I t", l; , r . i " /~, 'i . 1_ I. ,.. 1

r . ' ; . /

. • J '"- - ; ' _ '

.> . .>~.

I '- ~) '-- ,

, J

126 "J .

'c . . , . , I) :1 ~ ,)

I

II,

j

.•~ princip~6: qj~tn'i~',adivinhat-?'D~i~e,Vejo depots."\ , - - A ',,' ~,I!. __ ( ,_..~ I

Sim, d:utm0 de ladoccorrruma pernaencolhida.

Qque?~EI quem,diria.,Acie,dito q l l e si'm.Boa tarde- ' , :J ' I f\.""".",. " - ,:", .:~ , " . "", ' ,,_ ! , \ '\ ' • r ' " 'I

, ; -,como ~e~t'~io,sen~or?, Pague ~t1~S, a-6utt~~fica\para

o mes '>-que.vern. ;'Oh';''llaiq\faI!to 'tcmpolr-Delata e

J)e~rgelaqa:.,P:~rdoe,~a6\tenh~_l'miUdo;. EstQU C 9Ifi,-, "

-J)res:~a~cory,t6 ~ que -pode, ~e~les ~ao .estudain? ,,S6epe90 que -nao seja nada. Estou. com fome, .-. \:' ,~ .'.,., .. '\, i\"" -".

N~o vejo a hob~l,d~laca1Jf1r)sto, de s,air:Jaque voce~:~/

~~1fteu 0 ~mde. se~an\~,' poi' qJ1~'nao:vai pescar?" I ', ~

E M : t ; n chato, Hm pedgct.puBlic9:Fb,r na'muitb,tEhn-:h

po._'Tud()'bein,.t~do legal?'G-ost~fd~-~'er. A c h b qu~r ;- _ ,.; . " r • < , , - "

nao, pefiso quenao, creioque I?-~o.":Acredltoque

, ) sim. Claro.feehei-a por:t4~eboteio ¢a:rtipta dentro.s.

Vamos dormirvE, leiaque ,eb~m,_ Ainoa ~gos'to e

" esse caIOl=.Me:-acorde--:.cedoarhanhaviu? ' ", , ' ' , ., , . /

,, \

, .~

,-,

" _- "

1\\_

\

i",

l \ .: 1

. (""

1· .< • 'y,." (

v .:

'l i.. 'i.... ,

J i-';\

,/.:--:-1,

)

:;

) ',l- \

.,i,( ..!

, ,

. /

,,( ,

-;"\.. l I, .. " .,:.,,/ ;/.

/' i

) < , ) )1 (

'I'

)" ,

'j ,~

,,127 \\ .. , '

'II,

-c

. ' _ 1

\ ,

Page 63: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 63/74

. .1 f

" J -, ........ __ ~ '~ > / ' , \ - / ,~

I" .~~ " x r \ Tex, haver ..Uma sombra no chao; urn '~~g,ur()'-'......., I -, ...... '. '1 )

..:que 'se 'des~alorizou, urna gaiola 'de, passarinho,''I ' I J.,. " ',', ,)"",/, -.

(Uma cicatrrz de' operayao~na'barr,iga\e"ipaiscinc,o

, ' ~I1ViSiVkf$"q~~r?9Bmq l l a :ndo :~chov7 .1Jmal~~p : : t da , ,I

I i de.eabeceira, umcachorro .vermelho, umacolcha

c.~j, Q S seus r~talhos:'c Urn envelope c,otr1fotografias, ,. ; . v : ~nao' aquele album. tJm carito de sala e 0 livro mar- _.

.. . - - . . . . . . - . . . . . ' ~ ~ . : : - - " ; '

cado. Urn talento para as coisas avulsas, quenao

I_dur~m\nerri 'rendem. 'lima jan~la sobre 0 quintal, '

~, depois a rua.eos telhad6.s,~tlJ,dp~emihorizonte ..

"Urn ~ilenc;i? por ,qeiJ:tro,qu'e}lliae\t~m,pra{q~~ri-,

dose engarrafamo transite os -dias, ~a$pessoas. ,

,pm,a,cu~a de estr~Ra e'o~ma arvore, n'm' filho, uma -;filha, urn choro no ouvido, urn recorte que perrna-

, ~ 1 . . . . . . , _ ' _ ' . ~ . / , . :

. nece, etodavia muda. Urn armario 'com roupa e

sapatos,que somente veste, e calcam, e~ada mais.

Uma dor ~e dente, umagargalhada.. felizrnente

breves. -Umcopode .agate, sern duvidaamassado.: '\

'Urna' cidade encantada, trias seca.; Urn, papel de i", ) \ , I • ' '

r- ernbrulho e cordao, para todos as pacotes, a cada. .' . I • " I, ,~ ~ • • ". •

:,-_ instante. Uma procuracao, urn recuo.jima certeza,\ I. ... ..., '. " _ (~

: . q~ e se dilucmcconfundem, se-gastam, e continu-am.Umgosto de fruta com travo.urri tostao guarda- '

,J-.i do,'azinhayrado;fQi sempre a menor.moeda.Tlma _.

"r~~ua de calculo; nunca aprendida. Urn quiosque

.;', 'ro~d~se'ventliirgan~pa, 'os copos eas garrafas d ( ) r r t- ':0 seu' 1irilho~'de noire: Uma g~Vyt~" uma gravura,

\ " • - I " ,. - ," _ ,, ' _

,

) ,

,-.'

r128, ' .i...

j

/

I

o~ gua;d~dQs' de_q-ha~~ e de parede. Urmcaminhar'de cabeca: b~ix~,' atento a 6 s buraeos da calcada ..

. Umdlabosqlto'cum<i prisaoque °segura, u rn garfo'e tim~{pb'rf~:~Vnlol de gente, de.sonho c o n i figu-

\ ." , ' : " _ ~ , \ " . ' - . ' ' ' c , ' . • ' : - " / " " \ " . ~ _ " ' " ( , ~ . . . ' < . . '(

'Tas~,, 'que pa:s~,que v-.RWi"ou se\some's;em flHqta-,

gao:l!ma [olhtnha, urn' relogio.umiito adtantados.

Ulri,a hipermctropia quenao deixa vet de ,pertb; e.,' frieces~ari~ recuar as iinaget\~_ate9 foco, Um,(eal~j{) "

,/ ,-que nao.soube.aos sete anos.umapnmerra alegfia '-

"aos quatorze, urna-unha encravadaeum arrepio .

depoisLlma f~bricade) vistaz u r n descarocador de »- -~, .

al~opao~ 'uma usina com ~tro~a de bvrrps, sao'os ,.~.' 1

trechos de, paisagern come sem ,raiz.Umrilorto, i .

~ma divida, u r n conto com historia. Urn cartao de

iderlt1d~de cinzento euma assinatura floreada.tso'. ., '" 'ela. Urn lugar a mesa. Uma tristeza; urn espanto, '". ,. \ I_ \.

as cartas do baralho.rpassado, presents e futuro". _.,.' ) / ' . .. ' -. .

onde estao? Urna' resposta adiada. Uma vida em ' c:

,rasounho, sem tempo de passar a limpo. - c - .r '- ,.

( \) (

11

; / ,F '

. - J ,

"J'',.

( )

129,

'.";

. _ , _ _ ~ . ' ; ' . ; ( : : : - ; '. _r ,

I\~

j ,

~\ . . : " \ ,. , " "

Page 64: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 64/74

\~'<~,)/,;< ". . 'v, .'_ ".'

, ~ .di~culto'j¢6hadQc' ( 5 ) ,_ . " ' \"~ -" -. . '~ ,,- J

.,' f·· .-, '.' '. . . .

" , , _ , Nao.~·Nao fot Q<bbIo"}lUase:nunca,,nelTI,aQ, ,

. ' . ; 'qre1l0S o)?QIi i tQ, . potqu~ tgdd) s e ,v e io e~ g ~ i9 an ap , \'-·"I,q,. ,,\-'_ ." ... . :., , ,.~ .. ,_", -:. ,I',': ;,.,\( .. __ , -", ',' .' ;- .. . < J ' , ' ; .> . ,,- ~

yem rotina,.'so',iribra,·corn;_,:vazio.··:Na:oAoio>plano,., ,. '" . '., " (( ..,,< - . J , \

'o',pr6jeto"a" lucidezconduzindo, ijaqu¢ o rniste-<, - '-I " , , ,\~.- ,~, .. :," , ,:(,'" I, " " ,,"~ _..,

" ; i io s,e'f~z magiae baralhou-os.buzios da'volllade,~ ..

L Nao ·foi·o,imagirtaCIo, !O~0bh~d6';' inhs'a:-v~rdade'",_ , _ • _ . _ ,- _\ . / __, c :--- > - - ' - _ f '.. .:" _ ' ,_

miuda ;~<?01l1()vida.sem,terde"qUe,l~N~ofbi9 (e!ll~' ,,:,.' < . " - , ~ . , ' " , , . . , ' ' ; " , ' '_ . > i'; .... ' , ''', ., . .." , ~ ;:

.po c que<aban;!ava:starne;rite,nao.,\ deve set "0 ' que"- " . " ' , .) " ' r ' ')

,:~se conta aos pedacos, re'cdn~a, em \~~squinha "

soma,~e·rn~drosa.;NaQ f9,io p~01fUetid0,.19,esp~rado,<,," ~,

an~es £~ t a l 11,Qsengario~~I' O S ,e ng o d os , ,o s .~diatn~n- ._ . : . , ~ ' { \ I . . . . : ( '

.tos s,efl!pre, rOillbos,,'pe!q~len.o,s e de imp9f!ancia.,NaQ' foi..nada util,,01J~de -sercparttr; apenas d ' de'" . ) " " • " ' _ . " ' - ' : f , " ' 'I ' ':,~ ;. ~ I • - )

'guar4ar'para comersozmho, Nao;fOiO'brilhante, de',

-arieie .de relampago, '~implesrnEd:rte·'~,.l~z'novidro:: '

Na.oioi'lohorri, fOi~o,oaratd,'dao fo~,o~iegie:foi 6~ ,

POl)COa pouco,' 'niio.'_foi0 claro, fO(Q' dijuso, 'pois, I" . ._ " '" " .: - . ../.!,. '. \.

'0~',ero~rg9s chegam Iogo, ejsyap1:,eriderp; cficam, ",i

Nao f0F'Qmomentoeerto, iimafurparteaconteceu

Ii! aeTep€nte,.QbC~do,JQtltarde, afinal nao se';epetiu:""

,~1Io,fQi ~ vi~getii'::ilori~~,J,~rga,\r,iag~nl,d~ recor:~;:",>dar, rever, que-as.paradas e os horarios ,dividirani'"muito;'(;,:roteiro,p'artiia~,;nublara:in;, ' n a o ;aev6l-,' I

' -- , "\ " ' J" j~'."-! :,....." ." - -, 1 , : , - 1 , , " , ' / " ' , - " - ; r . : " - . , ' , '4 " · I i , . . - ' , ' " . : ".l

':.erarp>:NaQ,.fbi0' encontronern a sua memona;, ,,;riaQ~fqi'~ ,paisagem neJl1'o.e~qu~cirnent6,\fQi esse. ,

" ; ' i f ( : p a$s :~q : i ' . d~pe jS~b~ : ' I .itp 'seu;!~~~~So\ deimovel, (queFse' is~ola"eh~0 'fala,,"porqJe.h:ao adianfa~Nao_,'foi a,: . , -, T ,\...... , __~< _ I ( ~ ~-, .." .: _. ,. -", - l - ( , , ; r . . . ; .

,I

" , . . . .,

- <-/'130'

,/" ,',

! '

,~.

. )

i ....,,.

'. Y .~ :-_

. • , >

/- ; > ; . ,

, . , 1 "

" , '

"

_ ' - -

··131

,_

, /

-\.J.

/

Page 65: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 65/74

, ,. _d ' . . ,,

\ _

/

\1

. ) ,I

(.'

'. ,

~"~- r /"

SERGIO SAN1 , ' 'A jVNA-

. , ' " L

\_C "

'-_i

-:>:,(

\ I

• , ~) I

, _, ,, /' '

\

( -

,_' \/,

)

"

, 1

,\

\

Composiciio 11, \

\ ,

"

) > ,

"I

,/

"

Uma sala,,/

" \

Na parede aojundo: Cartazes corn' a~figuras

.ide Karl Marx, Groucho Marx e os Rolling Stones.

E,d~uma adolescentenua, anonimaedc seios in-

ciptentes:S~u~ olhos s~o,negro~ e ?rilham"'\l ~> _, , _ ,' ~ 'r . - - ' . ' . , " " '

,I

/ " " ___ f ' ,

',-' Net pa1;ed{3'a direita: .Umviolao antigo, com -," " J, . \:

ap~nas uma.corda; uma' boneca de pano, com.-a,

-, caJj~<;j~s~mrosto ~faltap.dollI]J.~ d~s pern~,s e URi> ' ",br~<;9;uma colecao de borboletas, Pfotegida/por

tim vhilro;um arco feduas flechas e urn enorme.sol."\_, ,~,' . ~ • , I, '\ • " " /"

.de pap~l.~i rpai~ao alto; em.letras negras, ~scrita)~.fJ1ad livre e depots risoada, apalavra P f r Z · ; ' '

'<, ,i,J

13 3

Ii \ "I\ "

" 'r, ,

"

of v v , i " ~ '. I

'I," ~ !", . , "\, ' " ~ ' .. ._ . ~,, \.:_. ,. '_ ,:. r • • >

,(

L,, 1 , 1

\ " ",J •• ') 0. I ,h t

Page 66: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 66/74

, • " , I i 'Ndp~red~~ae~querqa:,Ocup~It~O,tod!a ~u~\,, pef i l c , l e : Q a K p 'a h ~ t le 'e pintada ",dlFetame,hte:sob,1:e', ("" ,1~-:f':~/.,_:./· ~ '(,' Z _ · , . . , " ," <, ~, . .. ,,~, /." ~/ _:: ,

\~s'~a:i:tl1;rta('aisagern verdejan:t~:atv6res;gfama", >

r :~ '(~ ~ 1"')-, " .J '. 'f '\ "/;' '"_ . 'I~,'cascatas,~'passaros.. esquilos, 'regatos; jacares. .No <

, ' , ' . ' , 1 . \ \ , 'r, .) 'r, '

";;~:'rh~io'd~pitis~gem"aJ~sc,~igap;: \"yq"c~i~od~\P~s~ar':, ' para 0 outro.Iadose quiser". ',' '~ ," \ ') _-_. ,~

,r,11- '. I , • - ' ' '' . . . . . ~ -.1 . . .: > .' - . ; , "

,,.- - _ • " - . ( ~ ,'j.. • ,\ ," I _ .:--;,.~

r. .;; , "/ ....~ Namesa~grr:tnde:'Uma,pexa cornida pela meta- "

'"d)e/ca\tas de.b~ral~obo,fnrde~!2p~ho~er6t~q@~<uma)"g:ranada;u:m'lcnie~fix6ge,Illadei'ia:';urn Ii[D lipe,tto

I / ~ a - ;p~gi.na.4-i/petmitih(-tb' deCifrare~tse,~pofqu~, .cornpostas erri(tip9srhaion~s e em' negrito, estas

. ~ " - - '; '- ..... ".

'alias frases: 'C. <, .'

K , . ' _ . '

. . . 1-:; j

1·......:-,. ' f > -, . ',

, y: ) ,/

'."I~\

134,\ ' .. : <' .._,

'-.

da. capadd d~scqh:~~~~a6as.pilde banana. Mas,IYs~ l~~m, .no " ~ a r i i o 'di'Feito QO , ~bservadOr,. duas" letras finais: E e N~Possivelmente 0 fim do nome

'I /

~BEETHOVEN., ' r, I ,

( ,

L ,/. I ... I ._ ....,/ '.

\ _ (Jutras' m6'veis 'j;>ela,s'ala: u{n, sofa ,velhp-e

" en~ebado,'cbih a:rgumas das molasa ni~st{a ~\ba"".: ratasandando pelQiorro;-1Jma oadeira-tosca de :,'

f ' .' _ ; V : _ / ~ '" ,_ " . ( . , . \ _ .

r)paue~ .sobre ela, um'cachimbo e urna caixaab~rt~'(r.\ 'co~ten'do.'uni\ fumo 'de COl; e{sverdeada;' uma 'tele~"/

, visao, ligada, mostrando umagarota 'que aill~~cia·i.,.'_

,sorringo; urn, aparelho 'd~ televisao i$ualaquele

e onde'apareceelapt6pria,'argarOta sorridente, "• " - , - , • _ , ' . ' . . . . . " I .I

\' "anitnciando u r n televisortdcntico, com-a.imagem

, dela propria; a,g~r~ta" anunctandoo mesmo tele-: ..

visor e assirnsucessivamerit.e;!um piano-de cauda,",• .~ • ' • . ~ . <"' ' ,... "1 " - •• _ . ~

sobre 0 qual descansa uma travessa corn urn I?~lxe'

.morto, ,cercado pot vefas'acesas:Ev,e-s~, de perfil,

..sentado nobanquinho e com os dedos no teclado,">I :...._ ,_ \, "

urn .esqueleto vestido a~igqr,,: ' " ," -, ,j' _ . "..,, I(,i.f ,' . .. ., \1' '. ' ;", 'I ','" '. ' j ' : ' , , ) , I"~ _

, ., 'fJbjetos) e§.palh_6;d6s' pelQ ¢hqo:,'~m'"jbrnal",'

, _totalmcnteaberto.iinostrando a pr~me~ra~e 'a 6 1 -

'tima pagina. ~Naprimeita" a rrranchete' e-'GRISE,_,_emletras'g~rr~fa\~:'E"li4iq~ir'!lto;de;uirt hornem ' , )\'

baixo, 'go[d6:e1~lvo,,-de' ternoescuro e'pas,s!a:ndQi'\ "\

.-naquele '~6,mento;.l1m lenco n? rosto suado, Rosto v . " , ' ; ~ I,'::em quesobressaern ~~musculostensos e ~ ~xpres-

.saoprcocupada, Nalilti~a -pa~~na;~):naR-?hete e:~' " \1

SUICIBOD-SENO SuPE,RMERCABO~Elog6 abaixo.".' "\ . '. ,_ , : ' 1. . Y

'". . . . · ' · 1 I

), , (

r

( ,

'T

' . , , - \ \,J. I

.i ';

',' 135\

,: J

I,

,; . )11 • .o , j

I';

r' '

,,: " ~:/ C

'.,

,)

Page 67: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 67/74

"', afotografia do cadaver; comvarioscuriososao seu

redor. E urn grande anuncio onde s~ v~tambem a \ ~'

, ,\pah~vra,"~upermefcado" e umaporcao deprecos, e desenhosde mercadorias. , '-(," i ' i

l .

, ,':--" ..

, ,(

" 1 , ~ " ,

Outro~';bjetos ~spalhad6s ~'e'lodh&o: U r n a "~ I '\.. " •.

gaibla/sem,passaros, mas-com ossosde passaros la

dentro ;!hmamoldura~m:q'dadro; iu;nagkrrafitde' ,'.. . ,"- ~ - . . . . ~ ,./ . ' .

vinhoe copos-uma'estatucta deBuda; lima revista, , "( -, ,

do' Batman; 'notas. e moedas; pflulas';' dois dados;, " r ' : . . . • . ' " , , : , • ( - oJ -_

-roupas de baixo femiIJ-inas;c:1rrinlibs~e,-sdlda:dinh9s

deplasticordiversos livros, tres dos qU'ai~ osteir-

t~nd0 nitidamenteostitulos: Minha [uta, 'de'Ad01f / i

"fHtler ; As c~ta90es do~m'arada Mdo 'Tse-'tung ~,

,'Como'cultivare coexistir com a neurQse'"de-,GarlI,'Sigmund. ( j , '. ' ' ,

, r: E- f cetera. '~'r'\

,)

~ ,/

, < Ohome'trt esta sentado em prirneiro plano

' ; 'p , , " '=n~sta;~ala, soprt:u~,peqyen(;tapet'e-ecom_a$'pe7- i

, ' .nas cfuzadas"lluma posicao 'ioga~ 0 homem esta

d~sPfl-lgoe; sem 9aniisi;ves,tindo apenas 'umacalca.:,grosse~ra-erasgada. A'barba.o bigode e,os -cabelos )

eobrem-lhe.praticamente todo 0 rosto, mas .ndo 0

SVh6iente'para: q - c ~ t i 1 t R lq u e ~le.;e:-<iuaseurn albino,;~det~b"lQur~'e branco. '~' '" I'

~'.." 'Q~omcln segur~ umaguitarraeletrica; aponta-

: da,p~iaoobserViaddr"cOlnO'se.fosse unia metralha-c-,

, ' ) 11, ' ' ' ' \ I·{.,

1136" )

I,

, 'dora. Mas da pont-a' da ,metr'alhadora -' ou grtitar-

" 'ra -ysaem 'balasdc confeitaria e escorre, fraca-" '. - -. . ';"\ i ,:; 'I _,( , '\ "

mente, u r n liquido amarelado. "

", -(Sobre a.cabeea do homern.ern letras grandes e '" ' \ '

, <-vermelhas, tmitandofogo, esta impressa a palavra

, "inferno''. E , em.Ietrasmenores e tambem vermc-

Ihas, 0 nome- Lucifer 'Smith. ", " I'" ,',:' ~ - ',"

Envolvendo tudo, ha lim pape] celofane, que,; . \ ~ '\. ~_ II, _ .1 , '

: e rornpido neste~mo~eI1to.Duas m~os retiram

o disco de dentro da. capa e~oIevam para urn. ~<

'( _-\ toea-discos, no 'canto' da ~'ala': \Esta e uma.outra, . .. • - \ ' 1 • - "

sala, com urn .tapete verde, m6veis .novos ebem

organizados, adornos sobrios, 'quadrqs niparede,eurn televisorhgado, com umagarota 'sorridente ,

no video, anunciando urn televisor Igual. aquelee'- . I '-~ . ' . I, ' . , , ;_. .

ligado, nurna sala identica eonde se acha,e~qu~~

, cidonum canto, urn disco cujonome eJnjeryto, do'

cantore \comp~sitor,popLu9ifer Smith: " \

Desliga-se a televisaoe apaga-se a 1 h z :\...-" .' "...- . ." \

Escuta-se, a princfpior apenas 0 chiado irritante "'

da agulha ~,o)bre9S,sulcos iniciais qo disco. M as logo ,

• '> ') dep'ois)~uve-se ' : > ? ,som~d,e ,guitarras, contrabaixo,' ;~, ~

~r piano, bateriae umaflautinha. E,ufha voz comeca

, a.cantarassimrt'Estou farto de tudo' e vou tamar 0, " " ' , , -, - "

onibus vinte e sete e . viajar para outragalaxia"., ~ r

.. ~ ~ : _1\ l_ ~~J

',;'(Notas deM~nfredb Rangel, reporter. _(lio de', ' . ',:.....,.

J 'Janeiro, .Civilizacao Brasileira, 1973.),- ~ .

.:

\

II

<." (

"• -;"1 '

" ~ )

'/

( l '~". , , \.

, ,0 \, ': ~

~ . \,

, ",

, '.-< ~

\ I ',- , , : < . •

"

137

! I" I

. . . .,

Page 68: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 68/74

· . \) ...!-. :\

..J

I,:

',

. y

'. \~

'"

-J

j'\

t:

I.

r ', .

r ' , '

'/ ('

i

/11•

,I . '

',\ , "

,I " \ " .-, , I

, , - i ' ' ' . ) - , \ ' . ; , - .

Consegutuaprontar-se- mas nao teve. tempo1.-: ' _ ) , .1 1.' .. ", . . J ' \'. " ." - , _ "',.

de gmirdar .ornaterlalde maquiagernespalhado I

"spbre a penteadeir:a~J)lh()u:-s~ 'n o espeiho;~N~~( , ")~'. ,.';' ': :"~' \ '" ___. ",/.,1 , 0 '( '\, .}. ,, , ' c - : '

bonita;~nemJeH(. Secretarta. Sou umasecretaria, ') _ cr " ,." " ,', '. _ . '>' ' ,r~ '__

perisou"procur,,~ndoconsderitizar,:se.N~o devo':

r ser"J:lp~i~~balh~:-J:lerp9onita/;~m ;fe~a.,~evo rI.ue"piptatj \vestir-me: bern; IIlas .sern .e,~agerQ,'\Beleza(f,

\~e~~t)16e ' ~l7~ f t h I ; 4~:~e1Jlana;N~IllbQriita,h~~ feia;~),disse coii~,igQ,mesm~a,.lCo~chiitique'nao' havia";

" tertfPQ1J:e~~p~ra'Qrcaf{ {~r~zo'ti;asal~'~)e"oall em/ , ,1 __ ! .: ''::I ,,- -_: ."." _ ,.r.' \. :'" "

';\~jspanid~,:nalcltl"e9~r da port$p,e(said?';:a()~eSniO,

"teriI~6', e 'm rqueg i : i f a va ' ~ a r a a1l1ae\,eI1volv iCl ,~\pelos ." .... \-,.r' 7'

, }

. . , ; '/

} .

,(": ,

/' i.

-: .)

',i ,';'.:

r

,

( )

Page 69: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 69/74

vap9res da~o,zinha, eli-como alguma coisa hi mesmo. ) .

, ': '," 'S~mpre temalguem com alguma bolachinha dis- ,

:__,'-".p6niv~r:.Cafe"~hnca falta:, ,Amae, .reclamoq' mais '.

uma vez:_Voc~ dcaba,doent~, Su. As~im n~0.pode, ,r '

: A :ssim, ~nao: .sn, ~fllo~quecjda pelai,pressai nada ,

ou~iu~ Poucas-vezes ouv'ia 0 .que a mae lhe-dizia. '~ \ c )- , > ' "

Loucade-pressa, fa sair, avancou 'a rnao'P-ara"a

,riia9aneta·dil\Pbrtae}tss'ustou-se.'A~campairlha tQ-,. ~ I\

.cou naqueleexato momerito ..quem~haY¢~ia:~e ser'_ . I

, aquela 'hora? A campainha. er;:lii,nsisten~e.-Alg~m";-dedo nervosoapertava~asemtreguas; Ac.ampai.,

.nha. Su acordou finalnientecom-o tilintar vibrante ,

, do,despertad6r Westcloxe se'deu'cont~~de que "

seqqet: havia-se levantado. Raios. 'Iudopor Tazer.. ,

Mesmo'que acofJda,ss~,em tempo, tinha sempreque-correr/correr.' Tinhattido cronornetrado, desde 0. ' ," , " .': . _( ,.' " .

levantar-se ate 0. retoque do batorn e,o perfumezi-

'" ,- (,phofinaL' 'Exploi t da'Atkirison{ 'rerfume quen te.

: Ma,is'o.il:,rllenOS quente.' .Esqueceu ,onde .havia

deixado 0 relogio depulso. Perambulounervosa-

," ,"'" mentepela~,~asa proci~rand~-o,. .Atrasou-se alguns

) , ,',."p.reciosos minutes. A.,,~aeachb?~' sobr~ ~ me- :

.".slnhado telefone. SJj colocou-o no pulso. Viu as. ,

,\",~otas~. 'Havia conseguido aprontar-se, mas ,naQt~ve-"

" ~<tempo0de guardaro material de maquiagem espa-/ ' ' " ,J -~.

'lhado 'sobre a penteadeira, Olhou-se nQ~sp~lho._;

\ : _ N < i m ' :bonit~, 11'~m'fda; pe~soii. ,Vou f iC~ l f bonita,~ " ' \ -, "" \ .

inesmoso no, sabado. Nao havia tempo nem para- r

.-"" " \ I \ !

, ':'0 'cafe, Cruz au em disparada a' sala- e 0 hall, -ern '<~ \ " . • .1 .< ,- ," .," - . ' _ ~ • ,

;d~l1e9aOaporta de saida.iao 'inesmo tempoernque.I ' V ' ,' -;;_., ~ ( ,~ ~ \ . . ... ,~ ,I'. :~\,

I

,~.

I

,\ . \ 11'. ..,,-

, -)

'''''': \:.,.,Il /." ~--- .. . , ,

, ' \

f

," ,

\

.-'\. ., ( ''Y', - '. :l ~, i'-, ( I " I. .~ i_ , I

gritava para a mae, bolachinha disponivel. Avancou

. amao para a fechadura eassustou-se qOri1,~ toque' .

inststcntc dacampainha. Algum .dedo nervoso. .,." _ _ '.' r . 'j", ' . "

oWestolox. Su acordou edeu-se conta rnais uma

. v eq da tragica e permanente verdadedeque ainda,

" nao estava pronta. Levantou-se de' u r n Impeto:

-.::_ Correu ao banheiro, }Toltoudobanheiro, vestiu-se

corn < l roupa estrategicamentedeixada sobre aca-

, deira na noite anterior. A~ sentar-se.rnais umavez ,_

frente ao espelho, ~'otouque,e,'~bora nab /tivess~ <:

I".~ ainda.se pintado, 0nuiteria.fde maquiagem ja~sta~

-,'-~a-: espalhado sobre 'a penteadetra. O'batom aberto

e usado, D E£p16itdes,astradame,nt¢d,~stampado.;-

evaporando.' 9'despertador tocou novamente

O U .tocoufinalmente? Ii estava coni_Jtoda,corcl~, --:"<,

pois demorou asilenciar. Mesmo assim:;'S~;'~ndoii

'pela casa, toda, tentaridodesesperadamente acor-":: ..

dar-se ..Ocorreu an;'al a~ideia depedir ajiidaa.inae.. ~~

Esta, envolvtda pelos vapores ddcozinha;.mostrou,..

s~ compreensiva. Esta bern, S uo Espere s6 urn, ins- /

tantinho que _euvou-Iano quartoieacordar... ,

), .

)

~ < t- • \ '

\"(os es t and_f I ; r t e$ de At iZa , Rio de Janeire, Ed-Codecri, 1980,)

"~.'.'

I./i

, /

r (, '

' - - , ' ; ,j ,

'),J

, "

-, ,,\

J,

," -,

- )

" " ' '1,"

,;\.

'I ' " I '

,/ \".c', \

'/- - r Jo ;- "

Page 70: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 70/74

, /J

(

\./"

"

/.,'

"

')'I \

'\ I, , . , . ' , .'

\ I

,'f

] . : . . . . . . < ;

I ,-" '\'

" 'Claric~}:'ispel~torna~c6u l}a'u~r~ia;ein)i925. yeio'para

o Brasil com 2'meses de.idade.efaleceu no 'Rio de Jane i ro ,I" .!'.'"" ,_. /\," '; " . '\. ',~, ,\'':'.:' '

;em j977.'Intultivil,atecerto ponto, Iirica (sernj<).mai~esbat-

'rar no (sentirhentalismo};~,ClaJ,icd.Lispectbi:tentade~,,~nd~r

o inunci,o,emsua lit~r~tura,atra~es d9;olh~ ~:~Htaaop~~asime sm a . DesGobrindo-~e::passa a dcescobril\,",bouiro;' para.

o 'leitor. "O~utro",' 'qcle;tanto 'pod~ S~t; hb!l1~m:planta, .Iuz" . I " "":> ",,", ': ' !" '.

O~anim~~universopdrorde se u misterioc su~s d~vlclas

circulam. ' " ..' ", > ( ~ ~ : ' . . , ; : . . . . . . ; ~ -< . , , ' . .1 ,:C ', /- .. " , - - c ; . ' , J '

" ~)Pormeiadaconst~~ao.'6rigi1falicjefrases"da estruwra da

lihgljag~)lle da::man~lra~~~tir»f':de 9b:~etv~:(l~~d(l;·tr~h$IPite\

efeitos sutpfe~nde~tes.>g~-0n.to .~:Fei}~,~niverifu.ip;',perfeito,

apre~enia ~u~nces a f i S reia~oe's:,fami1iates; ,~, 'r. , "\!\letPfdqsd~sta9a?o~,,:r~¢~inFes lJepo d(l~6faC;iioselya-;

\' 'g em (1944)," '11paix&osgglfndo V.N, (19"64)~ A hora / da e s tr e la

' ( 1 9 7 7 0 , , ' p~plici)u vlri~s il'vrps d~qontos,entieqs qu~is se d~s~

'tacam:La2osdefamd~a(19.60),AI~gi4(-) e;trdrzge' ira,&1964}d' .·< /. ", • ':, ''', " \ " . ' '. ~l ':\ ' "> I, '

. "Ft:'icidade' clandestind. (1971), Imitacdo. da rosa (1973),

, ,: . A y i ~ -~ r u ~ i ;d ; corpo f l9 7 4 J ." O n d e ~ S t iv e s te s d e in @ i te q(74),. /" .: :

,," I

143/ '

'--<'!'

, , ,~ r , I "

\ _, /1 '

, /

\ - - - - - - \. -. . . . .

Plio "esangue -(-1?88~,Pico. na ~eia(2002), Capitu; sou eu

Page 71: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 71/74

A bela ;a fe'r~ ,(cOiltos~d~,.i940~41 e ineditos ~e"i979),

Uniso;ro de:~idai~1978, p~bli~iv~0:126stuma): ,,' '' - , I _ ' ;. • ,

I .'~,.~\', r \ /' .... -; ":,_;

) ',' - , DALTQN TREVISAN. /, 1"

",' ,Daitoh trevi;an ~ase~u no Parana, erh~1925. Fra.se~'f '[.>-\ (. ',._:. - ,. :- - _ : ," r - " ' , _ ' ' . . . _ " , \

,~ontidas:estilo\condso,Dartoh Trevisan possuiorarc, pod~i ,-" ,- :- _ - , 'I " . ' ~ ~ '/ ' " ~ l > ·, l. .: ,o '

/ ' y <' d~~c:ata~tenzar;sentim~ntos1 personagens e situacoes com, Cfs(.'

· ' c . r palavras mais precisas, dire!_~s:Noconto "Clmica de.repou- ..

- - c , ' \ so" poi exemplo, a ideia de falta de sensibilidade.de in~~eria "J

~~ ;f~~ moral e de desamparo ~hega ao leitor quase sem adjetivos,

t) -: atraves apenas de fatos cJo~cretps"'0 ambiente que recria ~\

tambe~ neste c~llto, o.~a~las&e,'m,¢djasvb'lirl?ar-il.A\,fill).~ser-·

'via 'bHice"de vinho doce'corn broinha d~fuba mim,oso'i' .'"-, ,- _ (,~ _ - ',I, 1 ",

. YE:m termos desolidao raramente.encontramos nalitera-

t~~a~~na ti~ pateticaquadto 'a do 'final da historia trans'crita, /'0 A nesta 'an~oiogia.' :',: '

. . -Publicou 0 romance A,/polaquinha (1?85) e varios li- 1

'!'. .vros de contos, entre"qs quais se destacam: ,No;'elas'-nada

, e~£2mplares(1959), Cemiterio deelefantes (15 '64 ) , ~ort~ na I ''-

(p.raga (1264), o vampixa de Curitiba (1965), Desa~tres 4 ~ (~i amor'(968)',Mister~'os'de CuritfPa (19q8),jl/guer;a ~onju-

. ,ga! (W69), Ore(da T~r!a~(1972);O p~ssaro d~c~~so~asas

C : : : I, (1974), A faca. no 'coracao (1975), Ab~smo d~ rosas (1976),

; A trombeta-do anjo vingtidor (f977)" Crimes d~ pai~ao,,'

~j1978), Virgem louca.Loucos beijos: (1979),Pri,meiro- ?ivro ':/ .~ --- . - c -,_ , • _ _ , , _ .

\' ie-:"contos,(antologia pessoal -.1979),20 contos.rnenoses' "

/' (arit'ol<zi:giaescolac-' '1979fLIncha t~rHdo '(1980);, Cho-

' , c r " i n ~ p gfej~iro.. (19'81), Essasmalditas niulhe,:es (,1982)"i '

u,« querido assassino (1983)', Contos- eroticos .0984);<, " J ' ' ) ,_ ' .\

~ "

I.

, \ -:

'. , \

144

)-(2003);Arara bebada (-Z004), ~/ -" ', \:.,.

/ i" . _

IGNACIO DEBOYOLA B,RANDAO . ,_ ' Ignacio' de Loyola Brandao nasceu em, Sao Paulo, em, I

,,( ~936. "Andando: Cada \rez mais para ,0meio..Ate.um ponto',, "" , • 1 _ -j. ' \" ,"" "" ,- ~

, em.que era impossfvel voltar," Essa sitliavao da'personagem :1, " ~ I . ' ' . ' " ~ _ '

~'da narrativat'Os rmisoulos't-caracteriza bern oenfoque daobra'de Ignacio deLoyola Brahdao:o confinamento dohomem

na cidade. 0 autor, criador corajoso de estnituras nao-con- .'

vencionais, aborda ~Jema de varias formas diferentes, em

seu estilo direto de jornalista, com a sensivel percep~aoae

escritorintensamente.ligado' aoseu tempo, '

Alem -do~destacados romances Zero (1~74-Jtalia; -1975'~ )-:

-'Brasil) eNao yeras pais ne~hum'(198.1), publicou tambem

, os seguintes li~ros decontbs:Depois do ~ol (1965), Pega -.:

. ele, sizencio«(l969),\ Cadeira~ proihidas(1976),' Cabecas de:J • _ "- ' f_ ) ,

- segunda-feira (}983), Os m'ClhorescontQs~0993),' ,\. ,,1,.-"

JOAO ANTQ~H0~ , . , ' .

,Joao_Ant6nio~na~ceu emSao Paulo, em 1937,-e'faleceu

no Rio deJaneiro:ell1i 996/'Quar~0 a peca n~~tem 0que fa-

zer, nao tern nada 9 quc fazer." JoaoAntonio tern e~s~stiradas. ,'Joga bern as frases..cada palavra, trabalhada.aparece como ,.'

se nao fosse, Fa~ e desfaz, capricha para ,;conseguir.Escritor/ , ". \ '

!exrgente, conhece 0 ponto, sabe as palavras. 0 mundo de sua\_

- .(. ,- ,-

-obr~, em geral, €povoado pOIpivetes, Iavadores, engr~xat~s, I

. jogadores de bieho, :ventaiIist,as, cahi~16s, Conhece, am a 0

povo brasileiro -' . "toda essa genre .sem registto~'i. ;', , ' .

I. .

j \

-, '.

145' '(

" '

'r ", '~:~' ""i// " \ . "f,' •..-...,: ,,",,,,, .>. . " ,J"'..'

; "./ '0 c b h f o s~i~~10nadop a r a est~ahioibgi~: "Gh<l1;"9a~Or",

. ,

\ c

', '

Page 72: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 72/74

\ I _ f .- '_. . - _" -, ,,- 7 ;-::: r - _ "

,I ',gan!iou,oPremio Jabl!ti, em 1~93; na,categori~' C;::onto~~'

') '\ .::~",)Spa~obra~prin~ip~s-'sao::Malagu~ta,p~fufe':QbC~~a~6

I· "; ;~(~96~),Leaq'dpcJ;i4cdrd0975);Mqlhdfa6JdQJIJ4(ls C;p{ioca;.~~r "\? :, ,." \ 7-- ' - ,_ , - ~' ' , _ . _ " '_ ~ . __ . _ > _ , ( . : _

. ,'-' " ',~O Q 15);Casa(Je louco~D9J6},.Lamb6es de,cfl~qrola(1977),,/. , ~ ' t , . l , . . . . J_ . ." .,.~,' .r" •• .... ' . . .' / i '.

" : ./ C ' !. { D f j op~ ,g~b ' ah:a ;(197g ) ; !N ,ol IRosa (1_9 ,82) , : D , i ( 1o -d1 f ;TO(1 :82 ) ;

, 1 '. '_..

Meninaodb taixote(1~83),jO

contos;eScolhido~(l9~3),

- , .. . :. :: .r :, ." ,'> \ ', ,' < ' " . _ , ': , ' < : ' - : - , > ,',,':""(., .' ",l,'.':" ' " \

'c\'Abf:ara;(ioqome'u<rane,or ('19 ,?;6).' "

( " " . , . . ' . ; : j , i:». ,: <./ _ , ,\ ;' ,, ", "\i ,~;.' r - : , ,,~I

" 'LYGIA E~tiuNPES TEL~ES " .\ ', .. ."-- ', . .,I . "

."/ .•...Lygl'1'~agundes Tell~~.nasceu em Sao Pau.l~\,~m 1923.

.cNariadotacapazile 'rtl~lllejm:' t e cn ica ' do' .cmi;t6 iCQmgnlIide- . • , ' \c - . _ ~ -" " , _ ; { • >', _ .~.' "

. ·.~segurari9<},Lygiil Fagundes Tel,le,s,yoloca-:'errsuaopra,(,em

" )"~tm~ep.v~I~~nte::certa~tw-psfer~~uitopes~o~12c~specie~e'

. ,-,segredQ~guerd~ddci~ntro~e~ada\peisonag~m e d6'diferentes

~itua~oes:jComo se fosse \~ri1an~yoa, ,um'tiPc0de angustia '\ cr I Co ' _ , . . . . . • . . , "

ammciando.desfechos estranhos. Em'''Aica9ada''~ esse clima• ' ", !, \: , ' : t' ~' - ; " _" ,; j '.: , J i ">' I. \\ " . \ , " _ , " ! ' , ( : .- - ' !. ' -c , ': . - , \ :_

.\~"'esta presentep:~ IOIl11abern.clara; a autoraparteda reah~adec

:' c0n~iderada' "rioITn~I":Raraoutra dimensao em'qu« 0 homern\ _.,' : \ ," ._' .. /\ i"' :_),," "," • , : 1 ~ , ' . ' , \ '

~ passal'dec;a~adpr a cllgado !d~ntt04e,\suayr6priabusca, de

[se~pr6prio~0~0; ".:.i' sa9tR agen~s@ue t~Ilh~q~;~"j)J:~~segt;,~~i'

j c0~&ridoseinpar~,",eDmo topos n6s,lsempr~.) I ,

,,' •...rRubiicou''-os":romandes~Ciranda('4e pedra . (1~64),As.

m~ninas(1~7'3) eAs:h~ra:s~uas '(989),'alem ~1:ios li~ros'/ . . _/" -; . .. - -: :"\ " ., _-, ' ". '

d~son~os,,~~~tt<os9,uais sedyst~~~F: .: c _ ' ,! •• r . . .~ ' .

, ,:", A~teS dobaile verd ,eD972) ,SelJ1inario dos ratos (lfJ77),J'- I·, -.. '! ~._ ' ,_-t- "_ -" /" ~ . " - J .> ' _ , " $ __

. ', \ U i#¢ riQ . s ( ;19&1),; A estrutur(ldd!bplh,ai;d~ sqb4e {199J9 ,

,}". (tiffz~it~e~C;urae'.f1Jaise~;d995). . ., . .,'J , ! , l • .",~". ,, ' .>

).. '

\- . . . .

; _ - . _-\(__ ~ ; . : -

{,(-

. 7

. (

, I . I

_,

v ,

..btTIZVILEI:~ -.- ,,-. ,'.' _ ! ~',:! I

l~~i~Vilelari~sGell\:em Minas Ger.ais/eIh'1942~A c a r t e'< " . . . 'l)~"t ":'.~) : I I ' t: \i". - _ " j ' - . ~ \ , : " _ / . "if 'O J _ 'j

.,diffcil de expressancorn. economiade 'palavras 0 que tral!sHa!r . . i,_-- '. , ', ',;,~h: _ , ,\. _ I~,_:: \./ '_ ,/'1,_ ~;~;,,< ' " ,"~ (,I; ..,,'. :i(,entre)aspessoas.atras .do obvio; d9,a~arer*~; eFaractellstlc~

.marcahtino 'estil? d e . Lui~Vllela. $e~lle a ten~ep~ia ~ineirai

~de levifare xc e ss os . C r ia , ematmosferas d en s a s ; situa90es q u e .

'o.lei(or,iecebeatraves deurn codigo sutiCj\~p~avril$c~mO .um'Cg~sto:r~~e,qti'~~eu rn ~Hjq~;~brotlun~sP~n~a~e~s--:.'' \

Publicou osroma,n.ces(hnjerno e aqui-emesmo ,(1983), ,, 1 \:-, '," I, .!:,,, .! J) , ' " .t '1, I, " , . 1 , / , " " ,

Entre amigo's q983)," Os n6~os (1984i1~9 chore notraves-.

$~ir; (2900) ,e os s~~guii)tesIivros.de contos: Treino~~deferra ,

C{96:J),N ib a r ( -l9 . 6 8) ;'r :a r df ?d~noite 1(1970);p~fim detudo

J(197:h~' Lindas )R~rnas (1979); :flist6ria~ defamilia (2001),

o, inelh6res~ontos (2dOl),Acabe{;d Ci002~. ' I ;

_ : " - , _ t " } . ' ; " r - I . - ; . . . . .

" .'f, '.

(. ,_ .

MARI~A COLASANTI" -,

\ 'M~ina Colasanti nasceu na Bt~6pia;eII,l19~7. Mudou-se

para a Ihilia no inicio da Segunda Guerra Muridial e para 0 '

I, B'rasilem'c 194~.16rnalista,desenvqlye s~a.cria~~~ liteniria; I •

,-. I; ." I i , \ ' - 1 , ', '11., . . ( , ,,~

nao levantando -artiflcialmerite muros.entre.uma eoutra lin-

g~~g~m,'nerh:as descaracterizando, '~~~.apio~ditandbt9da:s/i

as possibiUdades,de cada uma. ,0 conto "~;m09a-tecela" 60

; ) , ti m b o rn 'exemplpo.'EJe-reunealgumacoisa d a tecpipa: cine-

-'~atogr~fiCada atlimas;ao, daarte da~tqpe~ar;a e . das'bal~das ." ri}epi~v,als.E'm~ma U~guagerlim,aifiOIr5~~e~ af,autoql, co~ .

. 'ipJeligehcia,ignot~quarqu'er limite,entre 0 qU~,~lgl!nsgostam

" · d e r6tiilar oomo=fan tas ia ' ' o~ "realidade'[e cnalima,delieap.a

sagaJa~War; <ie''a.~bi~~oedesencanto, em que, ~o.~"~maior,

sutiie~a,o,poder feminine faz e 'desfazo/destino, .. ' "(-_ . , ", , " I , ~~ -v

. j ; . r ' :

. ,14';7. . . . ' )

,""j

(

1 ..

( ~ ~~

" -'/ -, Publicou OS seguintes Iivros.de tontos: Zooilogico (1975),

?'

"Il

. :)/ ~ _ , ,

_solidao) enfWIuesn~vos, originais, de intenso brilho, eX,tre!Do

Page 73: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 73/74

, ~ ~ ( ,~ r, {t/'nova !{l,ulher (1980), Contos de am~r ra~gadq_s(1986),

) '", E~'sei mas ndodevia (1999),A'morada dois~r (2004).". ." -, - ',- \

r: .> \._

., MOACYR SeLlAR', "

"MoacyrSCliar n a s c e u n~o::Ri6GraJ1de~doSuI, em·1?37.

.' Notavel'em Scliar a tendenciapara narrarcerias da classe~e-

.:diaque oscilam.entrc ()tragico eo anedotico.passando muitas

(' vezefpelb absurdo. 0 ins61ito das situacoes cotidianas nern -.

, s em p r e ' p~rGeblcfo'pel~~pess9as. '~'No'Rchio da Figueira'te'

\ urn conto ironico-sobre asr,aspi'ia~5esdespertadas por fblh~to~

'i)TIobili'arios.0 .sonho aprisi'on~ndo 0h~riiem. 0 consenti-

mente, a ilusaode um"no~0~stilo de Vida", que quase todos

,,clesejam; e/adecisao 'de-residirem um_~ete~inadbi~ca1.':pot.

,causa da .seguranca", ,0 q u e ; "final; reduz, cerca.'

<'~-Alem d~~destacadosromances A mulher ' q u e escreveu .~n, abfbtia (1999)-,Mdx e osfelinos (2001), Eden-Brasil (2002), .

'..... " '" .' .. .. . - r ' -. \O 'ciclo das-aguas (2002) e.O centaurono jardirrr,(2004), ' .

_.' .publicou tambem os seguintes livros d~ contos: 0 carna-

'val dosanimais a96~),: iltst6rias da terra tremula (1916),

A balq.{ladofalso Me;sias-{l97fs), O,a~ao no televisor (i979),,~ ",) Y;oni6Sr~1{nia~!(1995), Po;'to-d~hist6ria's(2000), 0: imagi-

,n4rio cotldiano (200). . '_ , '_' , . . . .... ,r: - :, ;-\ ~,

"

//~~> l\1URILO RUB lA O ' I

.J':';lV1~ril0 Eug~nio "Rutliao Jla~c~uem 'Minas Gerais', efu

19 l6 , e ~f fa}e~eu, em 199t. Precursor do realismo magico.' '~'6lri-nossa1iteratllra,-kafldano antes'de ter Iido Kafka; Murilo

" 'r :.R'ubiao conseguerno plano, da' grande .~t;teliteraria, dar' aos .

. " ;timas~'J?ineir6$ mats -co~statite's (riligio~idacle, _ntimismo,

\ " " .

,. :.

)

(

, '

. I ~

,i ,

/1

."rigor n,alinguagein e visao crftica da sociedade. " \. • ' . ' / '_ _ \ _ , -I

, 'Para Massaud Moises 1,Murilo Rubiao, em seus contos,, ~ , , - ~ ~ . t ,

a s vezes pareceperguntar: " ,Por qUr haver dragoes perambu-lando pelas ruas sera mais.surpreendente doque haver pes~as,v

'_ !~ < "_).... (r, ) '_ , f .'

'. e automoveis?" '. " "1

Suas obras principals sao: '0 ex-magi'~o ((947), A es-

"..urela vermelha ;(l95~), Osdragoes e outros cimtos"(1965),." ,'..,' .

o pirotecnico Zacarias-(1974),"O convidado (1974), 'Acasa

" ,4 0 gitas~61 vermelho' (~978);Oitomem do bhiil ~ l j l z ~ h t i J ~ '<

- o'utra~'h{st6rias (i990):' ", , '

. \ ""OSMAN t;INS, , ,

OSm~arida~CostaLins nasceu'ein pernambuco, em' l(h~,"

- e faleceuerh Sao Paulo, em 1978. Renovador. deestrutura.v'

linguagem, temase:cbnceitos literarios, Q$man'Lirt:s,-cte:forma .' \.I t < , _ . ." I \. ".r- , , ---:._~., '

muito particular, trabalha com/SJtempo, os sons.o.espaco eo.' - .' ' ,-_- - .' \ ' _c .. ,

foco narrativo: Em "Noivado" observa-se issocom facilida- \- . . . . . . " -.-

de,'Eliminando aperspectiva, como nos retabulosantigos, e; .• . ' . . . . C \ ,r _ _ ~

com uma vi-saocosrnica do mundo, 0-autor nao"apresenta 6 \< .: J "7 -~ f -". ~. " '.' _ ", "-: . r-

....anfastiGo,.em sua obra, como "simbolico", mas c o m o uma.,, - - • - - '" ,\ ' '" • \ , ·, '. \ "

.') realidade .literania. -Dessa materia constroi 0 extenso e ma-c .- - J. > .. ' ~ \ \ \, ' .( - -

,gico universo de-seus 'Iivros. Tudoacontece mesmo, existe, j,

.po~qlie epalavra>lPb~qs autores trabalham,com\tanta fe~~~' ' ...hteratura, tf!r1ta'paiXiid.A

. 'P~blicou os romances Oy.isita;Ue (1955), Arainh~ dos

_c_(lr~eresa-Grecia (1976) ~ Avalovara (1995},alem dos ",'

.seguintes livros de contos: Nove: novena (19~4),\'Os' gestos.

.: (2003), ampos reeditados, a s ri{elho;~scontos(2003).', )'

I I

1.Massaud Moises, Hist6ria ciaLuenuura Brasiieira ,- Mod:rnismo, silo Paulo, Oultrix/Edusp.

-,.

\ 149

~~---.----'---- . . . . .~--'---.---- ----

. . . . . .. '\

'RICARDO'iRAMOS ;,', ,;1 \,'~ -"" , ' / ," ' )~"", Euh~icQUos rorrianG~S '~r.rzazon~ (l98i

6),I' Sehhorita

Page 74: Contos brasileiros contemporâneos

5/12/2018 Contos brasileiros contempor neos - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/contos-brasileiros-contemporaneos 74/74

j

, ~ " • ' ~ , , J "i\, ,. 1 , - ' " >'~, " , i " " " . ' , . ' . '

,\<.RiCardoRamos nasceu em Alagoas, ~ip'1929; ,e faleceu'" ,,) ,. , . ·1 - ' , r:',t , ',' -, ~ .

'" .enr Sao Paulo, em L992. Em seusprimeiroscontos.Ricardo, , \ ' " . - • I .. _ , - _ . ~

, :R:an\:bsa.expunha 0 conflito do nordestino quando fora deI '-, 'J' . r / , n, ,I (.~ ' , J . ' \ ,

, " " 'seu nieio: a perda' dos valores,'~ irpposig3:ode outra cultura,I I "s "I ' ...

, Depois, D autor pcu;te,para tenias urbanos, d~Iltro do mesmo

'conceito: 14tqt,po~~unimupdoriutis claroporniei'{),do.,rigorI ... l ". ,-. . <..-~. '.-". . j. /- _ .0_

; dapalavra, 46 ritmodas frases.da esteti~<l:dalipgua~ein ~ a.'. Iiteranira comofm6sica de cftmara. Em"~Circuito fechado'

" L _. ' , " r ' : - ' r . . \ ' ,, : ' 1 " ' " - ~ " : ~ 1\ , . 1 , ' r , ~ ' (; , ' .' '. f ' ' ' '

'senie-sea enios;ao~ontldapilprecisaq,e,x-iger:tt¢ da e~trutt;tra,

, nos clipes r~nov·ad_ores.S6e aospedacos, gefofin~~tual, mais 'J '" ~ ,~ , , ,J , ,,' ,

'uma vezaf ,0 verbo se faz homem, completando-se,

'1- Publican vatiosiivr6slde~contos; entreos qdais se"i 1 " < : ' .1 . . v , \ ' \ : - : - " , " 'I. .. '/ , --",'~ .,- , '. <, __ . r: ~ 'I .~,__:, '

>,destacarri:Tempotde espera (J954~, Ternade reis ,(19S7), '1 ". - \ '._ ,- ,,\- .' i "" (~ I ( _ " ~ 1 1 - • • J. ":

, ; Osdesertos '(1961), Rua desfeita (1963)-,Matar Y l 1 J ; ho-:

:~mein (l'970),1'oada para ;~tdoseCircuito [echado (19i8), -. " . - ", l '.: '~_ ; I,. r " ~. . " _ ' _ , i ~ '_ . ' r iJ. ,c, _ •

, OSinveiitores: estdo vivos (1980), O'sobrevivente (t984), \" ) ' ' ,',. ', -' ./ -c" " ~ - " " I'

, O s 'amante'i/il um i n a do s ( 1 9 88 )..-: / -~ • - ' j I,\. "::{

{, \,

'-,.---'

c.

,~, ,:",' . , ._ ' ,,', ' , .: - (. )- . . . . -

SERGIOSANT' ANNA,; ! , - , " ': ,';

. 1 , - 1 ' , ~ " . ' ; : ' , ' : ,I.. ; , ~, . '< ' . , '_ _ .

'; ~~€rgi'o~<;tn(b-~nan<l:scS:U:\Jlbc'Rioe;Ja~eir?, em~194L , ~;

As yeze~lembra Picasso': 6bJet6s desarrurriados, a adolescen-" , ,

> , J t e , anohima~ 'd e 'olho~ n~gros.£i'qceladas tortes, a ~iolertcia

v , ; '\,d~s'~subst~ntivos '_'_,"";~6bre,a cabeca do homem, em,!eiras. ."

;1" -grandese\\vermelhas, imitando.fogo; est~,irript:~~s.aa palavra

\'l~fefrto';'~; '0'~stiio de SergioSani'1;Xnrla:,efeito 'domodemo,.!'--, ' I, ·el. . --:_ I I ". :' ....., .' _ - ..- , _.

"do tragico,d6,inesp~nldQ. Fez escolhado novo, indo com'\ . _ - - " " , ~ 1 : _ _ \ I

,\' 1"llJ,uita garra ao centro das coisas. Cbnip6e,\ trabalha, varia.

\;'\_lJ~:a'(i~!nintdigencia ~"sR~orfdade,d~)'riomes,conhecidos.de ,

rt}-~s,;dEl'at~ies;de'llvros;';< I J. ,"'

, S " '~-i~' ~,\ i

/ ,J ) • ,) '

I,

/J

\

" ,

(_

- SFmpson(989), Confissq~s4~iialfo (1995)~',.6s s e g u i n t e s ''~li;Vi6sde conto~:'O sobr~vi~~n,te (l_'9~9),Nf1tq~d£Ma~fredo ),

Rang~l'Jep6rter (1973 ,_' arespeito dtKr~mer}? O.conc~rto(

C' =deJodo Gilbe~to-'noRio dejaneir~(1982);Contosen~velas

:,~,' r~unidoS:'~1997),'O,Jvoodam~~pu,~~dd~(2f)03)~ , _,.:' ""

~, ' I \,

_;'- " \ ~~ . :~ ': : t ' i ',1

~. SILVIO ·-FIoRANI .. " ~ l~_ )' ",_ \ .; , ~

," SHvio'Piofani nas~~ueW:Sao'Paulo, em J943~ M:estr~. ./i ",' ' - ' J , ' : . ' , / , t .. ,1 " - I ( " _ " > ' . " " , , , , : \ ~ . " ' \ ' . " . , ' , . .

em criar situacoes' estran1,1~s,aprese~t¥1do-as como' muito,

naturals, Fiorani di~ersifica seustemas entre 0cotidiaFl~~a-J • I t. ,,' 1 .. ' , ;

gico e a saga de irnigrantesitalianos, seus ancestrais, o que '. , . r . . , .• , A - _ ' : . : , , '1 ' . ~k_ : t,

-. : te_ce.corn severidade e(g~atide.za.No c~mt6'''N'unc~e,~ardC(; -',

sempre etch-de,", ttata.Q absurdo, em:peque~f~s,imo espaco,l' \' ,( . ~-,,',-- "i' .•

de forma minueiosae viva. I, '\, , , ,,

-- - - - - - - . . . - , \ ,

",Alem do Iivro.decontos Os estandartes de Atila, Fiorani'

publicou, .entreoutros, cos:iromgn~es o : ~va ' igeYho sei~nd(J '~

Judas, Entre ~sR~in_os de Gog e Mag~g ~lnvestigq~ao,SO-"

:' bre Arifl?)O 'autor tevei~xtos publicados ~aItalia, Franca, /,0 I

Espanha, Portugal, Taiwan, Republica Tch~caeEstados '(- " ..... ,; ,- _ ..... .,1 I. 'i. , I"" "

'Qriidos. Nutz~9 c f tar,ae, sempre e tarde \eo]l~tds gois~cqntbs)I ' _ -' '(,I- \",,~ I, .. _, ~ " ~I "~".;l '", ."'

-, seus fazem;partedal~ntologiaM{)aern Poetry 'inTranslation;

publicada pela editor~ d o King) Coliege, de Londres, e de-. C ,

'dicada a poesia brasileira, Tratando-se dos' uniCQ~te~tos emprosa da ant?Ipgia; 0eaitbTPanieIW~j)~boitJh~tificou: . " N o s ,

r incluimos estas ,tres IJec;as,d~Sflvib'Fiorarif.porqueielas nos~ . . n J ': . I !" , ,,

~~,]o~peararrfn~o~omb historias, mas-como WJemes 'enprose, r ,

np sentido baudelairianQdoteroio". 'I, ,(' ' '~:- ,\. "/' c", ': ",I!, ,

, \.. '.1/

'I

I '

, "

,- J • ,

'C>

, ')

" r

/ )i

/r, _ I J

/ ", '<,