CLARIANA SOUSA GELINSKI CONTENÇÃO FÍSICA E QUÍMICA EM CERVÍDEOS DE CATIVEIRO. Monografia apresentada ao instituto Qualittas de pós-graduação, como requisito parcial à obtenção do título de Pós-graduante em Medicina Veterinária, Orientador: Profº. MV.MSc,PhD Luis Fernando Fiori Castilho. Brasília Abril de 2008
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CLARIANA SOUSA GELINSKI
CONTENÇÃO FÍSICA E QUÍMICA EM CERVÍDEOS DE
CATIVEIRO.
Monografia apresentada ao instituto
Qualittas de pós-graduação, como
requisito parcial à obtenção do título
de Pós-graduante em Medicina
Veterinária, Orientador: Profº.
MV.MSc,PhD Luis Fernando Fiori
Castilho.
Brasília
Abril de 2008
DEDICATÓRIA
A Deus, pela oportunidade da vida e do saber e a todas as pessoas
que de alguma forma me ajudaram.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pois sem ele nada faria sentido, e sem ele nada existiria.
Ao instituto Quallitas de Pós-graduação, pela oportunidade de realizar este curso.
À minha família pela atenção e prestigiar todos os momentos da minha formação profissional.
Ao meu cão Lully, pelo amor, afeto, lealdade e pelos ensinamentos que inspiram toda essa trajetória, e me ensinaram a amar e respeitar os animais, e enxergá-los com os olhos do coração.
Ao Professor Castilho, por ter me aceito como aluna e por todos os conhecimentos que me foi passado durante a realização deste trabalho, e em outras jornadas de trabalho.
Àos meus queridos amigos Tiago Carpi, Mariza Papa, Camila Guimarães e Eleonora Erbesdobler pelo carinho, companheirismo, por nossas conquistas juntas e pelo apoio e compreensão nos momentos mais difíceis na realização deste trabalho.
À Fundação Jardim Zoológico de Brasília - Jardim Zoológico de Brasília pela oportunidade de realizar um trabalho muito gratificante e representativo na busca da conservação e pesquisa de animais silvestres e ameaçados de extinção.
Aos tratadores do Zoológico pela troca de experiência, carinho, amizade e pelo ótimo trabalho de equipe que realizamos juntos.
Ao Sr. Raul Gonzalez Acosta pelo apoio e palavras amigas que jamais esquecerei.
Aos animais por serem o sentido que moveu toda minha fé e determinação para trabalhar em prol da conservação e buscar uma vida melhor para eles e consequentemente para nós.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS............................................................................................1
2.REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................4
2.1.Características de cervídeos.........................................................................4
2.2. Importância do estudo de contenção física e química em cervídeos de cativeiro...............................................................................................................5
Figura 01. Veado campeiro se jogando na rede armação rápida 20
Figura 02. Veado contido manualmente após o choque com a rede 21
Figura 03. Rede de contenção 22
Figura 04. Animal sendo capturado 22
Figura 05. Animal contido 22
Figura 06. Nó de laço simples (bowline) 26
Figura 07. Nó boca-de-lobo 26
Figura 08. Nó volta-do-fiel 26
Figura 09. (A) Nó direito; (B) Nó de correr; (C) Nó direito alceado 26
Figura 010. Nó-não-corrediço 28
Figura 011. Contenção química 29
RESUMO
A contenção física e química de cervídeos em cativeiro é de extrema importância para a manutenção segura desses animais e da equipe técnica que está envolvido nesse procedimento. A criação de animais em cativeiro se torna fundamental no esforço conservacionista, uma vez que, além de proporcionar uma oportunidade única para o desenvolvimento de programas de educação ambiental, constitui uma importante reserva genética que em um futuro próximo poderá ser manejada em conjunto com as populações silvestres e também oferece condições para o desenvolvimento de pesquisas, muitas vezes impossíveis de serem conduzidas em animais de vida livre. O objetivo desse estudo foi verificar as técnicas mais adequadas e seguras para realizar essas contenções preservando a integridade física dos animais e consequentemente obter uma planificação de procedimentos mais eficaz. Coletou-se dados demonstrando que para se obter uma contenção de cervídeos de forma rápida, eficiente e com sucesso é necessário ter desde uma boa estrutura física das instalações nas instituições até uma equipe técnica bem treinada. A grande maioria dos animais selvagens mantidos em cativeiro, em algum momento da sua vida, precisa ser contida e anestesiada. Porém muitas vezes torna-se um episódio perigoso e difícil se comparado ao manejo das espécies domésticas. Os cervídeos são animais reconhecidamente sensíveis aos efeitos do estresse, sendo comum advirem acidentes traumáticos, sérios problemas cardio-respiratórios e notadamente distúrbios metabólicos graves, como a acidose e a miopatia de captura.
1.INTRODUÇÃO
Atualmente muitas espécies de mamíferos do Brasil e do mundo estão
ameaçadas de extinção. Os cervídeos, que fazem parte deste grupo de
animais ameaçados, estão reduzindo em função da destruição e redução do
seu habitat, provocado pela atividade agropecuária e urbanização, assim como
a ocorrência do tráfico de animais silvestres. Deste modo, tem-se como
fundamental importância para a conservação, a manutenção destes animais
em cativeiro, principalmente em Zoológicos e Criadouros Conservacionistas.
A grande maioria dos animais selvagens mantidos em cativeiro, em
algum momento de sua vida, precisa ser contida e anestesiada, por uma
variedade de razões, tais como: transporte, exames, tratamentos, recaptura de
animais ferozes, animais fugitivos dos recintos e etc. Porém muitas vezes
torna-se um episódio perigoso e difícil se comparado ao manejo das espécies
domésticas.
Atualmente, a captura de animais vivos está voltada principalmente para
a necessidade do manejo em zoológicos e fazendas de criação, e a
conservação de populações ou indivíduos em vida livre que necessitem de
operações como translocação e pesquisa científica (Clark & Jessup, 1992; Day,
1987).
Os cervídeos são animais reconhecidamente sensíveis aos efeitos do
estresse, sendo comum advirem acidentes traumáticos, sérios problemas
cardio-respiratórios e notadamente distúrbios metabólicos graves, como a
acidose e a miopatia de captura (Fowler, 1986).
Durante os últimos 20 anos, as técnicas de captura física de animais na
natureza tem sido aperfeiçoadas consideravelmente para pequenos, médios e
grandes cervídeos, utilizando desde cevas e iscas para atração para
armadilhas fixas, até currais ou redes de espera para onde os animais são
direcionados, sendo aí capturados física ou quimicamente (Jones, 1983).
O presente trabalho foi conduzido com o objetivo de relatar os principais
métodos de captura, contenção física e química em cervídeos de cativeiro,
métodos esses que são muito utilizados no manejo destas espécies visando
sempre a segurança tanto do animal como da equipe envolvida, o bem-estar
animal e um manejo bem sucedido.
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Características de cervídeos.
Os cervídeos (família Cervidae) pertencem à ordem Artiodactyla, que se
caracteriza pela presença de cascos que recobrem totalmente os quatro dedos,
sendo que somente dois deles se apóiam no solo. São ruminantes (subordem
Ruminantia), possuindo quatro compartimentos estomacais (rumem, retículo,
omaso e abomaso), regurgitando e remastigando várias vezes o seu alimento.
Como todos os ruminantes, apresentam ausência de incisivos superiores, com
molares constituídos por quatro cúspides em forma de meia-lua (selenodontes)
(Dias, J.L. Catão et al., 2006).
Os machos possuem chifres, estruturas ósseas maciças que se
desenvolvem a partir de processos permanentes do osso frontal, recobertos
por pele, que se denominam pedúnculos. A parte basal dessas estruturas é
denominada de roseta, a partir da qual se desenvolvem os chifres. Quase
todos os cervídeos apresentam chifres, à exceção dos animais do gênero
Moshus e da espécie Hydropotes inermis, nos quais existem, nos machos, um
desenvolvimento dos caninos superiores (Tomas, W.M.; BeccaceciI, M.D.;
Pinder ,L.; 1997).
Na maioria dos cervídeos, os chifres são renovados todos os anos e, em
sua fase de crescimento, são recobertos por uma pele (velame), que tem a
função de depositar cálcio na matriz óssea do chifre. Após o chifre atingir o
tamanho ideal, a irrigação do velame é interrompida, fazendo com que essa se
desprenda do chifre, auxiliada pela abrasão que o animal realiza contra
arbustos e árvores (Dias, J.L. Catão et al., 2006).
A maioria das espécies brasileiras dá origem a somente um filhote por
parto, sendo raros os casos de gêmeos, com exceção da espécie veado-de-
cauda-branca (Odocoileus virginianus), em que partos gemelares são mais
freqüentes que simples. Ao nascer, eles possuem pintas brancas distribuídas
pelo corpo, com exceção do cervo- do- pantanal (Blastocerus dichotomus), que
nasce com pelagem uniforme, semelhante à do adulto. As pintas são perdidas
na primeira muda de pêlos, entre 2 e 4 meses (Tomas, W.M.; BeccaceciI, M.D.;
Pinder ,L.; 1997).
Os cervídeos têm uma grande variedade de glândulas odoríferas, que
funcionam como um sistema de comunicação entre os indivíduos de uma
mesma espécie. As principais são as metatarsais, tarsais, pré-orbitais, nasais e
as interdigitais. Todos os cervídeos têm o olfato, a audição e a visão muito
desenvolvidos (Dias, J.L. Catão et al., 2006).
No mundo existem 17 gêneros e 45 espécies de cervídeos (Walker,
1991), distribuídos na América, Europa, Ásia e norte da África. Eles tiveram
uma rápida radiação adaptativa durante o Pleistoceno (aproximadamente
2.500.000 m.a) na América do Sul, chegando a ocupar nichos ecológicos, que
em outros continentes como África, estão ocupados pelos bovídeos (Redford &
Eisemberg, 1984).
No Brasil existem hoje oito espécies reconhecidas: Blastocerus
• Ter sempre à mão fármacos e equipamentos para serem utilizados em
caso de acidentes ou emergências com animais ou membros da equipe.
• Trabalhar com uma equipe entrosada e com divisão de atribuições para
que o trabalho seja organizado e permita o máximo de informações
sobre o animal.
Mesmo tomando esses cuidados, ainda podem ocorrer mortes de
animais acidentes com o pessoal envolvido no manejo, cujo risco depende da
experiência e conhecimento das técnicas empregadas.
Em maior ou menor escala, todo animal oferece risco.
Portanto, todo animal, independentemente de tamanho, hábitos ou
situação, deve ser respeitado e tratado com todo cuidado. Mudanças de
comportamento com sinais de agressividade podem ser sinalizadas pelos
animais das seguintes formas:
• Posições elevadas da cauda, orelhas e olhos.
• Pêlos arrepiados.
• Urros, guinchos ou piados diferentes.
• Excitabilidade.
• Salivação excessiva (medo).
• Mostrar os dentes.
• Movimentação de escavar o chão (ruminantes) (Dias, J.L.C. et al.,
2006).
2.6. Recintos
Um bom recinto para cervídeos em cativeiro, deve oferecer três
princípios básicos:
1. Conforto, higiene e bem-estar animal;
2. Possibilidades de observação e contenção para fins de manejo;
3. Bem estar ao público observador, com um efeito educacional sobre os
mesmo.
A semelhança com o ambiente natural de ocorrência da espécie
proporciona uma melhor adaptação dos animais em cativeiro e ainda favorece
a educação ao público observador, que associa aquele indivíduo que o
sensibilizou aos demais que estão na natureza e que precisam ser
efetivamente protegidos. Existem diversos artifícios que podem ser utilizados
no desenvolvimento paisagísticos do recinto, que atendem diretamente a essas
necessidades, como o plantio de árvores e de um substrato verde (gramíneas)
(Hutchins et al., 1984).
Recintos para grupos nos quais é necessário um manejo intensivo não
devem ser muito grandes. Esse tamanho vai variar conforme o tamanho da
espécie e o número da formação de grupos. Um proporção razoável para 2 ou
3 indivíduos de um porte mediano varia de 900 a 1.500 m2. Vale a pena
ressaltar que animais muito ariscos ou vindos da natureza passarão por uma
prévia ambientação nos chamados “Bomas”, que são áreas pequenas, sendo a
cerca coberta com algum anteparo opaco, que não permite ao animal visualizar
o meio externo. Após a completa ambientação o animal poderá ser solto no
piquete propriamente dito (Hutchins et al., 1981).
Segundo (Duarte, J.M.B., 1997), o mais importante é ter acesso a
estruturas de contenção para as quais os animais possam ser conduzidos
calmamente e ainda formas de isolamento no caos de animais doentes, brigas,
partos dentre outros.
2.6.1. Cercas
Os cervídeos em geral não reconhecem a cerca como um obstáculo;
indivíduos com bastante tempo em cativeiro, costumam jogar-se
insistentemente contra a tela em situações de estresse, principalmente nos
cantos do recinto. Nesses episódios podem ferir-se gravemente, inclusive com
risco de fraturas cervicais e cranianas. Portanto, devemos minimizar os fatores
que ofereçam risco. Desta maneira:
• Os mourões de cerca, sejam eles de madeira ou concreto, devem
sempre se posicionar do lado externo do recinto, a fim de evitar choques
diretos;
• Os recintos devem ser construídos com os cantos arredondados, pois
isso evita que o animal insista em debater-se nesse local;
• Colocação de obstáculos visuais na cerca, com o intuito de oferecer uma
imagem visualmente mais fechada. Mesmo em zoológicos, isso pode ser
feito deixando um dos lados do recinto descoberto para que o público
possa observar os animais. Podem ser utilizados, tela sombrite com
75% de sombra, nas colorações preta ou prata, bambus, vegetação
seca (sapé) ou até mesmo cercas vivas. Estes podem ser utilizados
arbustos, algumas espécies de capim como elefante (Penissetum sp.) e
o colonião (Panicum maximum) (Duarte, J.M.B., 1997).
A cerca deve ter entre 1,80 e 2,20 metros de altura, mesmo para as
espécies de menor tamanho, para que os animais tentem pular. O material
ideal a ser utilizado é a tela de alambrado, que oferece bastante resistência
sem possibilidade de ferir o animal (Fradrich, H., 1987).
2.6.2. Vegetação
O recinto deve ter um substrato confortável para os animais, visualmente
agradável para o público e que possa ser controlado.
A utilização de gramíneas, como o coast-cross (Cynodon dactylon) e a
batatais (Paspalum mattatum), oferecem boas características para esse fim,
proporcionando um visual bonito ao recinto, são confortáveis para o
deslocamento e o descanso dos animais, seu crescimento é fácil de ser
controlado com podas periódicas e ainda oferecem uma alternativa alimentar
para os gêneros Blastocerus e Ozotocerus (Duarte, J.M.B., 1997).
Podem ser plantadas esparsamente no recinto moitas de leguminosas
para as espécies de hábito alimentar “browser”, ou seja, aquelas mais seletivas
que se alimentam basicamente de leguminosas.
Isso, além de complementar a alimentação dos animais, é uma maneira
de tentar normalizar o comportamento, distraindo-os e com isso diminuindo o
“stress” em cativeiro (Hutchins et al., 1984).
Devem ser oferecidos aos animais cativos muitas áreas sombreadas. Os
cervídeos tem se mostrado sensíveis a problemas de hipertermia e por isso
devem ser evitadas as exposições a temperaturas altas, principalmente em
momentos de “stress”. A existência de árvores no local é a alternativa mais
viável e mais natural para os animais, resolvendo plenamente o problema do
sombreamento do recinto (Foose, T.J., 1987).
2.6.3. Áreas de contenção
Os cervídeos são animais extremamente difíceis de serem manejados,
estressando-se com muita facilidade. Por esse motivo, devemos criar artifícios
que adaptem os animais a locais nos quais estes possam ser contidos com
facilidade. Para isso, a construção de baias, além se oferecer um abrigo, pode
auxiliar na contenção (Coetze, 1985).
As baias devem ser pequenas. Devem ser completamente fechadas e
cobertas, uma vez que em ambiente escuro os cervídeos permanecem mais
calmos. Os cantos devem ser arredondados para evitar ferimentos e o
acabamento das paredes liso, para evitar escoriações.
Para que os animais se adaptem às e as encarem como um local normal
dentro do recinto é aconselhável que a alimentação seja oferecida somente em
seu interior e também, se possível, que os animais sejam recolhidos à noite
dentro das baias (Duarte, J.M.B., 1997).
Os cervídeos, sendo animais herbívoros, necessitam de suplementação
com volumosos de boa qualidade. Tais alimentos devem ser oferecidos em
manjedouras onde o alimento possa se fixar, permitindo que os animais
utilizem os incisivos para apreender e cortar o alimento. Animais que não
utilizem os incisivos tem uma tendência ao amolecimento dos mesmos. A
manjedoura é sempre uma fonte de perigo, onde o animal pode e enroscar,
gerando frequentemente fraturas de membros e deslocamentos de vértebras
cervicais. Pra que isso não ocorra, é necessário que a manjedoura seja
confeccionada de forma que o animal não consiga introduzir a cabeça e
membros na mesma (Foose, T.J., 1987).
Sempre que for necessária a contenção de um animal na baia, a
manjedoura deve ser retirada.
A baia poderá ser utilizada, além do abrigo normal aos animais, para:
• Contenção química de um indivíduo. A baia poderá ter pequenas janelas
(20 X 10 cm), com acesso externo, de onde observadores possam atirar
dardos anestésicos através de armas ou zarabatanas. Uma vez
anestesiado o animal poderá ser manejado no próprio local, caso seja
um procedimento simples, ou então, transportado para o setor
veterinário.
• Quarentena: devido ao isolamento e à facilidade para higienização, se
não houver outra alternativa mais distante, a baia pode ser utilizada
para quarentena.
• Isolamento: caso não haja possibilidade de transferência de um
indivíduo doente para um setor veterinário isolado, a baia pode ser
utilizada para seu tratamento.
• Maternidade: a baia pode ser utilizada para o isolamento de fêmeas
gestantes próximo ao período de gestação.
2.6.4.Cambiamento
Na área de cambiamento deverão ser construídas baias individuais, para
que seja possível a separação de todos os animais. Isso possibilita um maior
controle do plantel. Os animais deverão permanecer o dia no recinto e de noite
serem levados ao cambiamento para alimentação e observação. Os cervídeos
neotropicais, em sua maioria, são crepusculares ou noturnos e terão maior
atividade durante a noite. Portanto, seria mais correto que os animais
permanecessem na área aberta durante a noite e no cambiamento durante o
dia, mas isso prejudicaria a visitação, no caso de zoológicos (Duarte, J.M.B.,
1997).
O cambiamento deve ser constituído por baias de alvenaria
semelhantes as que são utilizadas para eqüinos, com variação de tamanho
conforme a espécie que a ocupará. Para animais grandes como cervo-do-
pantanal recomenda-se 4m X 4m, enquanto para pequenos como Mazama ou
Pudu são recomendados 3m X 2m. A altura mínima das paredes das baias
deve ser de 2m, pois há a tendência de os animais pularem. As paredes devem
ser as mais lisas possíveis, o que evitará escoriações, no caso de os animais
se assustarem e se debaterem. O piso das baias deve ser de terra ou areia, ou
seja, não deve ser de cimento, pois além de isso imprimir um desgaste
excessivo aos cascos e pode propiciar acidentes, pois os animais escorregam
ao serem manejados (Dias, J.L.C. et al., 2006).
Para que seja possível o recolhimento dos animais para as baias, é
necessário um sistema de corredores que conduza-os do piquete às baias.
Esses corredores também devem ser de alvenaria, mas se forem de tela,
devem possuir um sistema de proteção visual das telas, evitando que os
animais se atirem contra a mesma durante o manejo.
2.6.5. Corredores de Manejo
Os corredores de manejo são estruturas simples que facilitam muito o
manejo dos animais e possibilitam o uso de uma mesma estrutura de manejo e
brete de contenção por todos os recintos.
Através desse mecanismo bastante simples, podem ser feitas
transferências para diferentes recintos, troca de indivíduos, condução para área
clínica, local para anestesia, para brete de contenção e para transporte, sem a
necessidade de anestesiar animais, evitando-se assim, riscos desnecessários
(Dias, J.L.C. et al., 2006).
2.6.6. Bretes de contenção
Atualmente vem sendo desenvolvidos e utilizados, na África e nos
Estados Unidos, bretes de contenção para o manejo de cervídeos em cativeiro.
São utilizados bretes que restringem o espaço do animal, impedindo que ele se
debata (Duarte, J.M.B., 1997).
Ao contrário do que se imagina, os cervídeos respondem bem a esse
tipo de “stress”, principalmente porque, apesar de intenso, é bastante rápido
devolvendo em poucos minutos o animal à sua calma, proporcionando plena
recuperação (Hutchins et al., 1984).
Desta maneira, esse tipo de contenção deve ser utilizado apenas para
procedimentos rápidos, como vacinações, teste de tuberculina, coleta de
sangue, vermifugação e tratamento de ectoparasitos (Duarte, J.M.B., 1997).
2.6.7. Solarium
Conjugados às baias, é aconselhável a construção de pequenos
solariuns que são como mini recintos e que são extremamente úteis caso um
animal precise ficar mais tempo isolado, como no caso de partos, brigas entre
indivíduos exigindo separação e animais com doenças não contagiosas (Dias,
J.L.C. et al., 2006).
3. Captura
Os cervídeos são animais reconhecidamente sensíveis aos efeitos do
estresse, sendo comum advirem acidentes traumáticos, sérios problemas
cardío-respiratórios e notadamente distúrbios metabólicos graves, como a
acidose e a miopatia de captura ( Fowler, 1986).
Segundo Fowler (1978), quatro fatores devem ser considerados ao
selecionarmos uma técnica de captura:
1. Ela será segura para quem vai manejar o animal? (animais silvestres
podem infringir graves, às vezes fatais, injúrias);
2. Ela proverá o máximo de segurança para o animal?
3. O método de captura será totalmente viável de ser implantado?
4. Constante observação e atenção podem ser dadas ao animal até ele
estar plenamente recuperado dos efeitos da captura física ou química?
Uma vez que esses fatores tenham sido previamente analisados, então
uma técnica adequada pode ser selecionada (Duarte, J.M.B., 1997).
No Brasil, poucos trabalhos sobre captura de cervídeos foram
desenvolvidos. As espécies de várzea (cervo-do-pantanal) e de campo (veado-
campeiro) têm sido as mais estudadas, pela facilidade de captura e
visualização. A maioria dos métodos de captura se baseia no uso de redes
para contenção dos animais (Duarte, J.M.B., 1997).
3.1. Alguns métodos de captura em Cervídeos.
3.1.1 Redes de Direcionamento (Drive Net)
São redes posicionadas em locais pré-definidos onde se espera que o
animal passe após algum estímulo ou que seja conduzido até a mesma.
As redes de nylon ou polietileno são as mais universalmente
empregadas para capturar cervos fisicamente. Existem diversas maneiras d
como elas podem ser dispostas, dependendo das características do animal, da
topografia e da vegetação: como um “I” , linearmente, ou em forma de “J”, ou
“L”ou ainda em “V” (Duarte, J.M.B., 1997).
Suas dimensões variam, mas elas geralmente devem ser longas, com
altura de 2,5 a 3 metros, mesmo com espécies menores, para que um eventual
excesso de rede fique junto ao chão devidamente preso e forme um “saco” no
momento em que o animal entrar nela, evitando também que ele passe por
baixo (Charity et al., 1989).
O comprimento total pode ser de 30 até 300 metros ou mais, mas redes
contínuas com mais de 80 metros devem ser evitadas, simplesmente pelo peso
e volume excessivo que elas representam, difíceis de transportar.
O buraco da malha vai depender do animal a ser capturado, indo desde
5 cm até 30 cm (Charity et al., 1991).
Segundo a literatura, idealmente a malha deve permitir que a cabeça e
os membros possam passar, mas não o corpo (Kock et al., 1987; Pienaar,
1973).
O animal pode ser conduzido até a rede por pessoas a pé, no caso dos
animais em cativeiro (Charity et al., 1989).
Em qualquer condição é importante que se possa avaliar o grau de
excitação do cervo, e um tempo limite de condução deve ser estabelecido para
não deixa-lo exausto.
A outra parte da equipe, pelo menos duas pessoas para cada veado,
deve se posicionar atrás da rede, para conter o animal imediatamente após sua
queda, para evitar que ele se machuque tentando escapar. Animais tem um
apurado sentido de olfato que parece ser exacerbado durante a captura. O
cervídeo deve ser vendado tão logo se tenha acesso a ele, além de atado com
peias e cintas de couro enquanto se fazem os procedimentos necessários, que
podem ser pesagem, marcação, medições e coletas de material (Clark &
Jessup, 1992). Cervídeos de maneira geral suportam bem curtos períodos de
contenção física; se um manuseio ou transporte mais prolongado precisa ser
feito, anestesia completa deve ser feita (Duarte, J.M.B., 1997).
3.1.2 Rede de Armação Rápida
Esse método foi utilizado para captura de veado-campeiro e veado-
catingueiro em áreas de campo, cerrado aberto e Pantanal. Para esse
procedimento são utilizadas redes de polipropileno preto com malha de 20cm,
com 100m de comprimento por 2,5m de altura (Duarte, J.M.B., 1997).
Nesses manejos utilizando redes, é importante que se possa trabalhar
com redes negras que são menos visualizadas pelos animais.
O trabalho com redes brancas possibilita que os animais as visualizem à
grande distância, dando tempo a eles de fugirem entre os condutores (Charity
et al., 1991).
O índice de perda de veados-campeiros por fraturas está em torno de
15%. Geralmente, os problemas de fraturas são gerados por erros na armação
da rede, que não se desprende dos ferros de suporte, provocando um grave
impacto do animal (Dias, J.L.C. et al., 2006).
Fig. 01 – Veado campeiro se jogando na rede de armação rápida
Fig. 02 – Veado contido manualmente após o choque com a rede
3.1.3 Rede de Armação Rápida por Veículo
Este método foi idealizado para a captura do veado-campeiro (Duarte,
1992), que habita áreas abertas e portanto de fácil acesso para um veículo. O
método utiliza uma rede de polipropileno preta com malha de 20 cm, com 100
m de comprimento por 1,80m de altura.
Após a visualização do animal, o veículo circunda o mesmo em raios
cada vez menores até que atinja seu de ponto de fuga, que é percebido pelo
comportamento de inquietação à presença do veículo. Após a determinação da
distância de trabalho, o veículo pára e a equipe desce pelo lado oposto ao
animal, e nessa posição as pessoas iniciam a montagem da rede, que é
armada sobre ferros de 1/8’’, com uma dobra em sua extremidade. A armação
da rede é feita sob a proteção do veículo para que o animal não a perceba
(Duarte, J.M.B., 1997).
Após a montagem da rede em forma de semicírculo ao redor do animal,
o veículo continua seu trajeto, deixando os membros da equipe, o menos
evidente possível, no sentido oposto à rede. Com isso, faz-se um círculo,
formado de um lado pela rede armada e de outros pelas pessoas,
permanecendo o animal no centro. A partir daí as pessoas se levantam e
pressionam ao animal para a rede, contra a qual ele se choca, ficando
imobilizado sendo contido manualmente pela equipe. Em seguida, é procedida
a aplicação intravenosa de sedativos e analgésicos, culminando com a perda
da consciência do animal (Hutchins et al., 1984).
Esta técnica tem se mostrado eficiente, tanto no Pantanal como no
cerrado aberto. Em situações de fuga de animais em cativeiro, onde a área de
evasão for muito ampla, esta estratégia também torna-se útil e pode ser
utilizada como um plano de emergência. No Pantanal, obteve-se uma eficiência
de aproximadamente 50%, ou seja, de cada 10 armações de rede, 5 animais
eram capturados. Este nível decresce em áreas de cerrado para uma faixa de
25%, dependendo da facilidade de visualização do animal e do seu nível de
amansamento (Dias, J.L.C. et al., 2006).
3.1.4. Redes Levantadas (“Jump Nets”)
Um sistema usado com sucesso na Nova Zelândia, baseia-se na
colocação de redes estendidas no chão, que são levantadas rapidamente
por cordas, molas ou manualmente. Se plástico opaco é usado junto com à
rede, o animal sente-se como em um sólido curral (Duarte, J.M.B., 1997).
Fig. 03 – Rede de contenção Fig. 04 – Animal sendo capturado.
Fig. 05 – Animal contido
3.1.5 Redes de Arremesso
Esse sistema utiliza lançadores de rede, posicionados no chão ou na
carroceria de veículos. Baseia-se em uma caixa adaptada com sistema de
detonação (pólvora ou Co2) que aloja uma rede e contrapesos arremessados
contra um ou mais animais. Permite a captura de animais que vivem em grupos
(mamíferos herbívoros e aves), ao quais devem ser atraídos para uma área
aberta, oferecendo-se alimentos (ceva). Uma vez agrupados na área de
abrangência da rede (deve ser testada previamente), efetua-se o disparo. Uma
vez capturados, os animais são retirados da rede (Duarte, J.M.B., 1997).
As redes podem também ser usadas para cobrir o animal durante a
contenção físico-química. A vantagem desse sistema de proteção; e evitar o
uso de cordas para amarrar os membros do espécime contido, porém
dependendo do tamanho da rede (deve ser o suficiente para cobrir todo o
animal), o peso do equipamento dificulta seu uso (Dias, J.L.C. et al., 2006).
4. Armadilhas.
4.1. Cevas
A ceva pode ser tentada em situações onde não existe premência de
tempo para realizar a captura, pois depende muito de fatores que não são
fáceis de controlar. Baseia-se no princípio de atrair o animal, por sua própria
necessidade de alimento, convívio social ou reprodução, a um local onde ele
terá seu espaço restringido por um curral, uma caixa ou uma rede (Duarte,
J.M.B., 1997).
É necessário um bom conhecimento dos hábitos e demais itens da
biologia da espécie, para que se saiba empregar as “iscas” mais atrativas.
Vários itens tem sido usados para atração, como água, frutas (maçãs, pêras),
sal grosso, feno, plantas nativas, e leguminosas tenras (Howard & Engelking,
1974, Papez & Tsukamoto, 1970).
Essências provenientes dos próprios animais podem ser utilizados,
como a urina de fêmeas no cio ou produtos de glândulas de cheiro. Pedersen
(1977) atraiu cervos durante o verão mediante o uso de essências de anis e sal
comum (Duarte, J.M.B., 1997).
4.2.Currais
Existem várias formas de currais com possibilidades de uso para
cervídeos, feitos com redes de nylon, troncos de madeira roliços, telas de
arame, plástico opaco, tábuas ou chapas de madeira (Pienaar, 1973; Clark
& Jessup, 1992; Jones, 1983). Geralmente seu formato é o de um funil que
leva a espaços mais estreitos, separados entre si (para facilitar o manejo),
até uma área onde o animal pode ser conduzido até uma caixa e
transportado, ou então capturado mover manualmente ou quimicamente. A
altura da cerca não deve ser menor do que 2m, mas pode medir até 3m
para animais menores e ágeis, como os do Gênero Mazama e Ozotoceros
(Duarte, J.M.B., 1997).
5. Contenção
A grande maioria dos zoológicos sul-americanos não possui locais
adequados ao manejo de ungulados silvestres, e este fato é realmente o maior
problema (Hutchins et al., 1984).
Chegamos então à conclusão de que é mais importante podermos
contar com um local adequado de manejo do que nosso laçador mais
habilidoso, ou a droga mais eficiente que possamos ter à mão (Dias, J.L.C. et
al., 2006).
Seja ela física ou química, é preciso que se tenha consciência de que o
momento da contenção é o mais perigoso para o animal e para a equipe.
Assim toda a cautela e o cuidado na preparação nunca são excessivos.
5.1. Contenção física
5.1.1. Uso de redes
Estas podem ser do tipo “de espera”, jogadas com a mão, ou ainda sob
a forma de grandes puçás. Tais redes devem ser resistentes (polipropileno, fio
3/16”a 1/4"), largas e compridas o suficiente para cobrir (ensacar) o animal.
Normalmente são usadas logo após uma saída por onde o animal passa
sempre, ou ao longo da cerca do recinto (Karsten, 1974). Em cervídeo
pequenos, como o veado-catingueiro, é frequente e eficiente o uso dos puçás
grandes:operados por um tratador ágil, procura-se dar ao animal a impressão
que o caminho está livre, mas assim que o cervo tenta escapar coloca-se a
rede na sua frente com um movimento rápido. Esse método envolve riscos
para todos, pois implica em contenção manual (Duarte, J.M.B., 1997).
5.1.2. Uso de cordas
Apesar de frequentemente usado não é um sistema recomendável,
pelos riscos que oferece ao animal e à equipe. Consiste de uma ou mais
pessoas hábeis no manejo de laços de corda postadas em locais próximos a
passagem do animal, por onde são conduzidos por outras pessoas até a
captura (Karsten, 1974). O risco de enforcamento sempre existe, além de
lesões mais graves, como fraturas de pescoço (Dias, J.L.C. et al., 2006).
Se não recomendadas para a captura inicial, entretanto, as cordas são
largamente usadas em muitos processos de manipulação de animais, tais
como a contenção física de membros de cervídeos, ou durante a colocação
destes em caixas de transporte ( Fowler, 1978).
As técnicas de contenção física com cordas são semelhantes às utilizadas
em animais domésticos. Pode-se afirmar que as cordas não funcionam sem os
nós, e algumas características devem ser observadas:
• Os nós que são feitos, reduzem em torno de 50% a resistência das
cordas.
• Não existe um nó que sirva para todo tipo de trabalho.
• Uma vez feito o nó, ele deve apresentar uma certa “estética”. Forma
definida e sem cordas retorcidas ou sobrepostas.
• Um bom nó de mão deve ser fácil de desfazer, e seguro para realizar o
trabalho.
Segundo Fowler, variações do nó quadrado de cirurgia são usadas em
muitos aspectos do trabalho em corda. A amarra de cadarços de sapato é uma
variação do nó quadrado, sendo usada com freqüência em restrição de
movimentos, pois pode ser rapidamente desatada (Dias, J.L.C. et al., 2006).
O nó de laço (bowline) é o nó universal de contenção animal, sendo a base
para muitos nós especializados. Sua vantagem é a segurança, contudo permite
ser desatado facilmente apesar da pressão exercida sobre ele (Dias, J.L.C. et
al., 2006). Sugere-se outros tipos de nós de mão que podem ser utilizados
durante a contenção física:
• Boca-de-lobo: utilizado para ancoragens rápidas.
• Volta-do-fiel: também utilizado em ancoragens, tem a desvantagem de
deslizar sob trações extremas (acima de 400kg) e, por ser estrangulante,
é desaconselhável utilizá-lo para amarrar membros, principalmente o
pescoço.
• Nó direto: utilizado para emendar duas cordas de mesmo diâmetro.
• Nó de correr: feito com uma laça para apertar sempre que for puxado.
• Nó direito alceado: permite ser desfeito rapidamente ao se puxar uma
das alças, que desfaz o nó.
• Nó não-corrediço, nó-de-porco ou peia: muito utilizado em contenções físicas de grandes animais domésticos, quando um animal deve ser estirado, restringindo seus movimentos. Pode ser facilmente desatado. Primeiro, o nó volta-do-fiel é colocado em uma das patas. A seguir, é dada uma laçada com a outra ponta da corda ao redor dos dois membros e é posicionado entre os pés, acima do nó volta-do-fiel. O segmento da corda que foi enrolado nos membros é ancorado em forma de anel (Dias, J.L.C. et al., 2006).
Fig. 06 – Nó de laço simples (bowline). Fig. 07 – Nó boca - de - lobo.
Fig. 08 – Nó volta – do – fiel.
Fig. 09 – (A) Nó direito; (B) Nó de correr; (C) Nó direito alceado.
Fig. 010 – Nó- não- corrediço.
A
B
C
6.Contenção Química
As contenções usadas para acalmar (tranqüilizantes) e capturar
(imobilizantes) animais são similares àquelas usadas na prática humana. Essas
drogas e suas combinações atuam em diversos pontos do cérebro produzindo
calma, depressão (sedação), perda da sensação dolorosa (analgesia) e a
completa perda da consciência (anestesia) (Clark & Jessup, 1992).
Essas drogas, quando usadas durante a captura, transporte e soltura de
cervídeos facilitam o trabalho e permitem um manuseio mais seguro.
Harthoorn (1976) sugere uma série de atributos ideais aos quais uma
droga ou uma associação de drogas deveriam preencher o mais amplamente
possível. Baseado nisso, o profissional da área pode melhor escolher o agente
ou a mistura que mais se adapta à sua rotina de trabalho. Os atributos são:
1. Ter larga margem se segurança;
2. Ser adequado para a maioria das espécies;
3. Apresentar rápida indução;
4. Manter as funções fisiológicas inalteradas;
5. Ter alta concentração e não ser irritante;
6. Ser facilmente solúvel em água e, portanto, miscível com outros
componentes, e ser estável por longo período;
7. Sua ação ser facilmente revertida;
8. Ser facilmente encontrada no comércio com um preço razoável.
Com base no exposto acima, e uma vez escolhido o melhor agente para
uma determinada situação, devemos calcular com extremo cuidado as
quantidades a serem injetadas, seja por qual via for (Duarte, J.M.B., 1997).
O volume a ser aplicado pode ser calculado através de uma fórmula simples:
Peso do animal (kg) X dose (mg/kg)
-------------------------------------------------------------- = dose em ml
Concentração (mg/ml)
Todos os dados relativos à sedação ou anestesia deverão ser anotados
em fichas próprias, para que estes dados possam ser utilizados em contenções