Angiol Cir Vasc. 2016;12(3):218---220 www.elsevier.pt/acv ANGIOLOGIA E CIRURGIA VASCULAR IMAGEM VASCULAR Falso aneurisma anastomótico femoral em rotura contida Contained rupture of a femoral anastomotic pseudoaneurysm Tiago Ferreira ∗ , Pedro Martins, Ana Evangelista, Augusto Ministro e José Fernandes e Fernandes Servic ¸o de Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Maria --- CHLN, Faculdade de Medicina de Lisboa, Centro Académico de Medicina de Lisboa, Lisboa, Portugal Recebido a 27 de julho de 2015; aceite a 28 de fevereiro de 2016 Disponível na Internet a 18 de abril de 2016 Introduc ¸ão O bypass aorto-bifemoral mantém-se como uma forma de revascularizac ¸ão na doenc ¸a aorto-ilíaca extensa, com exce- lente durabilidade e uma reduzida taxa de complicac ¸ões. De entre estas, o falso aneurisma anastomótico ocorre como complicac ¸ão tardia em 1-5% dos casos, mais frequente a nível da anastomose femoral, mas podendo envolver tam- bém a anastomose proximal 1 . Os fatores etiológicos de maior relevância são o enfraquecimento da parede arterial, a fadiga das suturas, o stress mecânico sobre as anastomoses e a infec ¸ão local 2---4 . Dados os potenciais riscos de trombose, embolizac ¸ão distal e rotura, está recomendado o tratamento de falsos aneurismas femorais sintomáticos ou com mais de 2,5 cm 5 . Caso clínico Homem de 78 anos, com antecedentes de cardiopatia isquémica, fibrilhac ¸ão auricular sob anticoagulac ¸ão oral e ∗ Autor para correspondência. Correio eletrónico: [email protected] (T. Ferreira). bypass aortobifemoral em 2007 por doenc ¸a oclusiva (em outra instituic ¸ão), recorreu ao servic ¸o de urgência por quadro com 48 horas de evoluc ¸ão de massa pulsátil e expansível inguinal direita, associada a sufusão hemor- rágica e sofrimento cutâneo, além de dor e edema do membro. O estudo por angio-TC mostrou a presenc ¸a de falso aneurisma da anastomose femoral direita com 11 cm de diâmetro em rotura (figs. 1 e 2), bem como um falso aneurisma de 2 cm na anastomose proximal (fig. 3). A artéria femoral superficial direita encontrava-se ocluída e a artéria femoral profunda apresentava-se permeá- vel, embora com calcificac ¸ão parietal extensa. Não eram visíveis sinais imagiológicos de trombose venosa pro- funda ipsilateral e não foram detetados outros aneurismas periféricos. Procedeu-se a ressecc ¸ão parcial do falso aneurisma femo- ral e interposic ¸ão de prótese de PTFE de 8 mm em posic ¸ão protésico-femoral profunda, descompressão compartimen- tal e drenagem. Não se verificaram aspetos intraoperatórios sugestivos de infec ¸ão. O aneurisma anastomótico proximal será objeto de tratamento após o período de convalescenc ¸a da referida intervenc ¸ão, provavelmente através de exclusão endovascular. http://dx.doi.org/10.1016/j.ancv.2016.02.003 1646-706X/© 2016 Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular. Publicado por Elsevier Espa˜ na, S.L.U. Este ´ e um artigo Open Access sob uma licenc ¸a CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).