Conflitos Regionais Grupo VII, Cap. 5
Conflitos Regionais
Grupo VII, Cap. 5
A questão árabe-israelense
X
A terra:
• A Palestina (Canaã ou Israel) é um pequeno território localizado no Oriente Médio, às margens do Mar Mediterrâneo, com pouco mais de 20 mil quilômetros quadrados (1/10 de SP). Na antiguidade foi ocupada por cananeus, moabitas, filisteus, etc.
• Por volta do ano 2000 a.C. chegaram os primeiros grupos de hebreus.
O Estado Hebreu
• Foi na dinastia Davídica que o reino de Israel se organizou. O máximo de sua extensão territorial se deu no reinado de Salomão (cf. Dt, 34, 1-ss). Após a morte deste, o reino se divide e entra em declínio.
• Em 63 a.C. a região é conquistada pelos romanos.• Em 135 d.C., após a Segunda Revolta de
Jerusalém, o imperador Adriano decreta a diáspora. Os judeus se espalham pelo mundo.
O povo judeu é perseguido:• Na Europa medieval pela Igreja;• No Império Árabe;• Na Espanha, sob os “Reis Católicos”;• Em Portugal e seus domínios;• No Império Russo, a partir do século XIX;• Na Alemanha nazista e seus domínios, durante a II G.M.
Essas perseguições levam ao surgimento, no final do século XIX, do movimento sionista, que pregava a volta dos judeus para sua terra de origem. Na ocasião, a Palestina pertencia ao Império Turco-Otomano e era habitada sobretudo por
árabes, que ali se instalaram a partir do século VII.
A Declaração Balfour• Em 1918 o Império Turco-Otomano foi derrotado
na I G.M. o tratado de Sèvres determinou que a Palestina passasse ao domínio britânico.
• Ainda em 1917, Arthur James Balfour, ministro dos Assuntos Estrangeiros do Império Britânico, comprometeu-se a facilitar a criação de um Estado judeu na palestina, caso a Inglaterra derrotasse os turcos na guerra ainda em curso.
• A declaração fez triplicar as migrações de judeus para a Palestina:
Número de judeus entrando na Palestina por período:
• 1822-1903: 25.000• 1904-1914: 40.000• 1919-1931: 130.000• 1932-1938: 210.000• 1939-1948: 180.000
O Estado de Israel
• A Segunda Guerra Mundial e o Holocausto Judaico criaram um ambiente de comoção internacional, favorável à criação de um Estado Judeu;
• Em 1948, a ONU estabeleceu a partilha da palestina em dois estados, um judeu e um árabe.
Partilha da Palestina• A divisão foi
desigual (700 mil judeus em
56 % do território e
1,4 milhão de árabes em 43
% do território) e descontínua (vide mapa)
Contexto
• A Guerra Fria estava começando. Era importante definir a orientação geopolítica de Israel, que era governado por políticos de formação esquerdista. Desta forma, a região torna-se palco de disputa entre EUA e URSS, que não medirão esforços para “conquistar” o novo país.
• O governo israelense procurou tirar proveito da situação, mantendo boas relações com as duas potências.
A reação árabe
• Os países árabes não aceitaram a criação do novo Estado. Imediatamente os países da Liga Árabe (liderada pelo Egito) declararam guerra ao recém-criado país, dando início a um longo conflito, que dura até os dias atuais.
Guerras Árabe-Israelenses
• Primeira fase dos conflitos envolvendo o Estado de Israel, quando o país enfrentou os ataques dos países da Liga Árabe.
• Foram as seguintes:
• Guerra de Independência: tem início (oficialmente) um dia após a criação de Israel, que venceu o conflito com apoio dos EUA e da URSS. Israel toma metade dos territórios destinados aos árabes.
• Guerra de Suez: No contexto do panarabismo, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser nacionaliza o Canal de Suez e proíbe a passagem de navios israelenses. Uma coalizão formada por Israel, França e Inglaterra invade a península do Sinai. Após intervenção da ONU, Nasser garante a posse do canal, mas é obrigado a permitir a passagem de navios israelenses.
• Guerra dos Seis Dias: Em 1967, Israel foi atacado em todas as frentes por Egito, Síria, Jordânia e Iraque, apoiados por Kwait, Líbia, Arábia Saudita, Argélia e Sudão. Em seis dias, Israel:
• Expulsou as tropas invasoras;• Destruiu toda a frota aérea egípcia, ainda no chão;• Tomou a península do Sinai;• Tomou as colinas de Golã, na Síria;• Tomou a Cisjordânia;• Tomou a Faixa de Gaza;• Tomou Jerusalém Oriental;
• Guerra do Yom Kippur: No feriado judeu do “Dia do Perdão” , em 1973, Israel foi novamente atacado pelos países da Liga Árabe. Apesar das enormes baixas, Israel conseguiu repelir os ataques e consolidar seu domínio na região.
• A vitória israelense encerra o primeiro ciclo de conflitos na região. Outras formar de resistência árabe se organizam a partir de então.
A Resistência Palestina:• Diante das derrotas da Liga Árabe, a população
palestina, expulsa e exilada de suas terras, forma grupos de resistência:
• Organização Para a Libertação da Palestina (OLP): Fundada por Yasser Arafat, em 1949, como uma associação de apoio aos refugiados palestinos, parte para a luta armada e ataques terroristas como forma de enfraquecer o Estado de Israel. As ações desse tipo são realizadas pelo seu braço armado “Al Fatah” (O Destino). Tem como principal característica o fato de ser leiga e, por isso, representar todos os palestinos exilados, independentemente de sua religião.
• Para enfraquecer a OLP, Israel começa a apoiar secretamente grupos palestinos de caráter islâmico, tais como:
• Hezbollah: “Partido de Deus”• Hamas: “Movimento de Libertação Islâmica”– Nos anos 90, a OLP renunciou à luta armada.
Desde então, Israel passa a combater os grupo radicais religiosos, que ganham força.
Guerra do Líbano
• O Líbano era acusado de oferecer abrigo a terroristas da OLP. Em 1982 eclode uma guerra civil entre os muçulmanos e a minoria cristã.
• Israel invade o país com o pretexto de apoiar os cristãos e expulsar a OLP da região.
• As tropas israelenses massacram palestinos abrigados nos campos de refugiados de Sabra e Shatilla.
Primeira Intifada - 1987
• “Revolta das Pedras”: Manifestação da população empobrecida da Cisjordânia e da Faixa de Gaza contra a repressão israelense. Foi duramente reprimida.
Segunda Intifada - 2000
• O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, visitou a Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, um dos locais mais sagrados do judaísmo. – Objetivo político: afirmar a soberania de Israel
sobre a cidade de Jerusalém;– Desencadeou nova revolta popular;– Em 2001, Sharon declarou guerra ao território
palestino, e em 2002 iniciou a construção do “Muro da Vergonha”, isolando a Cisjordânia.
O caminho para a paz
• 1979 – Acordos de Camp David: Mediados pelo presidente norte-americano Jimmy Carter, entre o presidente Anuar Sadat (Egito) e o primeiro-ministro Menachem Begin (Israel). Pelos termos:
• Egito reconhece Israel e se compromete a não mais atacá-lo;
• Israel devolve a península do Sinai ao Egito;– Conhecido como “acordo de paz por terra”;– Dois anos depois, Sadat é assassinado por militares
radicais egípcios, descontentes com o acordo.
• 1993 – Acordos de Oslo: Mediados pelo presidente norte-americano Bill Clinton, entre Yasser Arafat (Presidente da OLP) e o primeiro-ministro Ytzhak Rabin (Israel). Pelos termos do acordo:
• Israel devolve ao controle palestino a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, e se compromete a colaborar para a criação de um Estado Nacional Palestino.
• A OLP renuncia à luta armada e é reconhecida como legítima representante do povo palestino e de um futuro Estado Palestino.– Em 1995, Ytzhak Rabin é assassinado por um fanático
judeu, descontente com o acordo.
Atualmente• Israel define unilateralmente as fronteiras; controla a água,
a energia elétrica, os combustíveis e a maior parte dos empregos na região;
• Desde 2005, Israel vem desocupando a Faixa de Gaza. Desde então, a região vem sendo controlada pelo Hammas;
• Em 2008, sob o pretexto de bloquear as linhas de abastecimento do Hammas, Israel realizou um pesado bombardeio sobre a Faixa de Gaza, com centenas de civis palestinos mortos;
• Em 2011 a ONU aceitou a Palestina como Estado-membro na condição plena;
• Em 2015 o papa Francisco reconheceu formalmente a Palestina como um Estado.
Focos de disputa
• Presença de assentamentos israelenses em territórios palestinos;
• Questão de Jerusalém: a porção sagrada de cidade, conhecida como “Cidade Velha”, permanece ocupada por Israel.
Desdobramentos do conflito:
• Primeiro Choque do Petróleo:– Em 1960, os principais países produtores de
petróleo (em sua maioria árabes) criam a OPEP, como forma de defender seus interesses;
– Em 1973, após a vitória israelense na Guerra do Yom Kippur, a OPEP decide elevar o preço do petróleo em represália ao apoio norte-americano à causa israelense;
– Causou uma crise econômica de proporções globais.
A revolução Iraniana e o Segundo Choque do Petróleo
Antecedentes:
• Até 1979, o Irã era uma monarquia governada
pelo Xá (imperador) Reza Pahlavi, de tendência
pró-EUA;
– Massa empobrecida;– Repressão política;– Corrupção;– Fator religioso: O Irã tem maioria xiita, que só
reconhece um líder político descendente do profeta.
• Naquele ano, a população organizou uma revolta, liderada pelo aiatolá (líder religioso do islamismo xiita) Ruholah Khomeini, que tomou o poder no país e implantou uma república teocrática.– Desencadeou um segundo aumento violento nos
preços do petróleo;– Os EUA passaram a apoiar o presidente do Iraque,
Saddam Hussein, em uma guerra contra o Irã, esperando enfraquecer o regime dos aiatolás e restaurar a monarquia;
Guerras do Golfo (1990 e 2003)– Em 1990, Saddam
invadiu o Kwait, provocando novo
choque nos preços do
petróleo. Os EUA invadiram o
Iraque e impuseram
pesadas sanções ao país;
– Em 2003, sob a justificativa de que Saddam produzia armas de destruição em massa, os EUA invadiram novamente o Iraque;
– No mesmo ano, Saddam foi deposto e preso. Em 2006 foi julgado por crimes de guerra e genocídio contra o povo curdo e condenado à morte na forca.
– A invasão norte-americana no Iraque e seus desdobramentos levaram o país ao caos político, fator que ocasionou o surgimento do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, grupo radical armado que pretende restaurar o Califado (Império) Islâmico no Oriente Médio e norte da África.
Área dominada pelo Estado Islâmico (ISIS)